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Comportamento e

etiqueta corporativa
Sumário
1 Introdução3
2 HISTÓRIA E CONCEITO DA ETIQUETA4
3 COMO SE PORTAR NA ENTREVISTA DE EMPREGO
6
3.1 EVENTOS EMPRESARIAIS E REUNIÕES9
4 VALORIZAÇÃO DA IMAGEM9
4.1 VESTIMENTA NO LOCAL DE TRABALHO10
4.2 APRESENTAÇÃO PESSOAL11
5 COMPORTAMENTO NO AMBIENTE DE TRABALHO
13
6 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL15
7 ÉTICA PROFISSIONAL16
8 HOME OFFICE16
9 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL19
Resumo do curso21
Referências22
Módulo 1
Comportamento e etiqueta corporativa

1 Introdução
As boas maneiras são importantes, cobrindo centenas de situações e oferecendo conselhos
breves e despreocupados sobre como manobrá-las com um comportamento adequado. De
apresentações a notas de agradecimento, para convidar alguém para um filme (ou ópera),
para comprar comida, enviar e-mail, para higiene, ou para conviver com outras pessoas em
diferentes lugares e ambientes.
O contexto social é particularmente relevante para a propriedade de objetos relacionados ao
trabalho quando os mecanismos legais ou formais de propriedade não existem. Defendemos
que o aspecto fundamental, comportamento e etiqueta, no ambiente de trabalho social tem
um grande impacto não apenas na convivência entre pessoas envolvidas com a organização,
mas, também pertinente à expressão do comportamento e o grau de confiança presente no
ambiente. Comportamento e etiqueta corporativa têm sido consideradas características fun-
damentais das relações sociais, um ingrediente chave para a cooperação e a base para a es-
tabilidade em instituições e organizações.
Nesta etapa, abordaremos temas centrais envolvendo etiqueta, entrevista de emprego,
vestimenta e apresentação pessoal, comportamento, ética e relacionamento, home office
e comunicação.
2 HISTÓRIA E CONCEITO DA
ETIQUETA
Muitas pessoas frequentemente descartam a etiqueta como um assunto trivial ou – pior ain-
da – como nada além de um disfarce para a hipocrisia moral ou hierarquias sociais injustas.
Esses sentimentos assumem erroneamente que a maioria dos modos apenas emoldura as
“questões reais” de qualquer troca interpessoal ou são os horríveis vestígios de arranjos so-
ciais desatualizados e injustos. Mas demonstrando que o escopo das maneiras é muito mais
amplo do que a maioria das pessoas imagina e que as maneiras conduzem diretamente às raí-
zes de questões éticas duradouras, trataremos aqui os itens relevantes sobre o tema etiqueta
voltado ao ambiente corporativo.
Embora as maneiras sejam, em sua maioria convencionais, elas são, no entanto, autorizadas
na medida em que são um meio primário pelo qual expressamos atitudes e compromissos mo-
rais e realizamos importantes objetivos morais. A “palavra etiqueta surgiu ao termo francês
etiquette, que era uma espécie de senha entregue aos aristocratas que chegavam ao palácio
real, indicando a ordem de precedência, como por exemplo, onde sentar-se e como portar-se
durante as recepções” (NAKAGAWA, 2010, p. 2).

Diante do que se convencionou denominar como literatura de civilidade, bus-


ca-se compreender a noção de uma certa experiência do que possa implicar o
“conceito de civilizado, no sentido de cultivado, polido ou contido, visando uma
internalização das regras dispostas ao que possa oportunizar à formação do
bom caráter e à construção das boas maneiras (CECCHIN; CUNHA, 2007, p. 2) .

Não há distinção nítida entre as preocupações com a moralidade e as questões com os mo-
dos. Ter boas maneiras é parte do que significa ter um bom caráter moral. Mas existem alguns
obstáculos para pensar assim. Embora tendamos a acreditar que as regras e princípios mo-
rais expressam normas universais e absolutas, as regras de etiqueta são claramente conven-
cionais, variando no tempo e no espaço. Por isso, parece que as regras de etiqueta não carre-
gam o mesmo tipo de autoridade que as regras morais.

Já para Robert Pechman, a chegada da Família Real na cidade do Rio de Janei-
ro em 1808 inicia um processo de reorganização das relações sociais calcado
na necessidade de civilização das práticas da “boa sociedade” – modernizada,
urbana e diferenciada da velha elite colonial ainda muito ligada aos costumes
tradicionais que fugiam à urbanização e modernização iminentes. Neste cami-
nho, percebe-se que os manuais de etiqueta e civilidade, […] foram os principais
veículos de difusão dos bons costumes e civilidade condizentes com as novas
formas de relacionamento que se instaurava na sociedade carioca de corte
(CECCHIN; CUNHA, 2007, p. 4).

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FIGURA 1: ETIQUETA E BOM COMPORTAMENTO

FONTE: Freepik (2021).

A prática das boas maneiras anda de mãos dadas com o bom caráter moral. As convenções
sociais servem como dispositivos de comunicação por meio dos quais expressamos atitu-
des e objetivos morais, como mostrar respeito pelos outros e consideração por suas neces-
sidades. Embora seja verdade que as regras de etiqueta são principalmente convencionais
e altamente suscetíveis à variação e mudança ao longo do tempo e da cultura, isso não quer
dizer que sejam inúteis ou arbitrárias. Ao contrário, um entendimento comum sobre as regras
de etiqueta é essencial se quisermos ter sucesso em transmitir respeito e consideração por
meio do cumprimento delas.

Importante

Se pedíssemos às pessoas que listassem o que consideram as virtudes


morais mais importantes, a honestidade provavelmente estaria no topo da
maioria das listas. A maioria de nós provavelmente pensa que somos hones-
tos e tendemos a exigir honestidade de outras pessoas como algo a que te-
mos direito, ou pelo menos uma forte presunção.

A essa altura, deve estar evidente que etiqueta não se refere, principalmente, sobre qual garfo
usar, por exemplo. Por outro lado, seria difícil negar que os livros de etiqueta reais, tanto do
passado quanto do presente, dedicam muito espaço a questões como arrumar a mesa para
um jantar formal, emitir convites corretamente, escolher trajes adequados para ocasiões so-
ciais e assim por diante.
Os leitores casuais podem ser desculpados por pensar que tais questões são uma preocupa-
ção primária da etiqueta, se não a preocupação primária. Além disso, as regras sobre garfos
e o texto do convite também são os tipos de regras de etiqueta que parecem menos compa-
tíveis com as convenções de etiqueta como veículos para comunicar objetivos morais como
respeito e consideração. Não é fácil ver como uma configuração correta da mesa poderia
transmitir algo moralmente significativo.

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3 COMO SE PORTAR NA
ENTREVISTA DE EMPREGO
As entrevistas de emprego são tão importantes para os candidatos quanto para as organiza-
ções. Como quase todas as organizações empregadoras conduzem entrevistas de emprego
durante a seleção de pessoal, praticamente todos os candidatos terão que participar de pelo
menos uma em algum momento. Enquanto os entrevistadores podem ter tido treinamento
profissional ou pelo menos prático antes de entrarem na primeira entrevista de emprego, os
candidatos muitas vezes são lançados a sorte, sem preparo.
Quase todas as organizações usam entrevistas de emprego durante a seleção de candida-
tos e estas são bem aceitas pelos candidatos, bem como pela seleção de organizações. Mais
importante, elas mostraram ser preditores válidos do desempenho no trabalho. As organiza-
ções selecionam os candidatos com base em seu desempenho em entrevistas de emprego e,
portanto, os candidatos desejam saber como obter vantagem sobre os concorrentes para o
trabalho. Participar de treinamento para entrevistas de emprego é uma possibilidade de me-
lhorar as habilidades de entrevista.
O desempenho das pessoas nas entrevistas foi positivamente afetado pela participação em
sessões de entrevista em grupo de duas horas, que forneceram aos participantes informa-
ções sobre entrevistas de emprego em geral e dramatizações, incluindo recomendações para
comportamentos não verbais apropriados. Os participantes para uma das três sessões de
treinamento em grupo que diferiam em termos de profundidade das informações apresenta-
das e nos métodos aplicados. Enquanto os participantes do grupo de treinamento mais ela-
borado não diferiram em sua ansiedade na entrevista, eles mostraram maior autoeficácia e
melhor desempenho na entrevista (CECCHIN; CUNHA, 2007).

FIGURA 2: ENTREVISTA

FONTE: Freepik (2021).

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O desempenho na entrevista dos candidatos se beneficia de uma postura adequada em vários
quesitos, entre eles: boa imagem (vestimenta adequada ao local e ocasião), comportamento
(modo de se portar, agir), vocabulário (palavras utilizadas, evite gírias), conhecimento (o quan-
to sabe sobre a empresa e a vaga).
A boa imagem demonstra um conjunto de elementos que representam o modo de se vestir,
adequado ao ambiente e ocasião, ou seja, isso não quer dizer que precisa apresentar o me-
lhor look, mas evitar extravagâncias. Para isso, analise o lugar, as pessoas que ali trabalham
e busque se apresentar da mesma forma, evite perfumes fortes, cuide para o cabelo estar
arrumado, entre outros fatores que possam afetar a imagem. Em relação ao comportamento:
cuide com a postura, linguagem corporal, por exemplo braços cruzados, postura desleixada,
evite distrações, olhe diretamente para o recrutador, e busque ser o mais natural possível, não
tente transparecer alguém que não é.
O vocabulário é outro ponto importante, cuide como fala, responda aquilo que lhe perguntam
de forma objetiva, evite contar muitas histórias ou se prolongar demais nas respostas, isso
pega mal. E, sobre o conhecimento, demonstre aquilo que realmente sabe, mas busque se in-
formar antes da entrevista, pesquise sobre a empresa, sobre o cargo, também sobre o setor
em que empresa está inserida, vá para a entrevista munido de informações, isso demonstra
seu interesse pela vaga.
Ainda mais importantes, são os aspectos do comportamento não verbal durante a entrevista:
os recrutadores podem ter dificuldade em avaliar o comportamento não verbal dos candi-
datos, especialmente em sessões em grupo, ou seja, a forma como se porta; então, busque
sorrir, não transpareça uma imagem tão fechada, mas nada deve ser em excesso, quando de-
monstrar simpatia que seja algo natural.
Em primeiro lugar, as expressões faciais e os movimentos da cabeça, como acenar com a ca-
beça, podem ser analisados. Em segundo lugar, dados sobre gestos e movimentos corporais
podem ser coletados separando o corpo em regiões cinéticas e observando a distância das
partes do corpo (por exemplo, braços). Terceiro, a postura pode ser avaliada em relação à sua
dinâmica ou mesmo aos estados afetivos. Quarto, reconhecer estruturas de características
de voz (por exemplo, tom de voz, volume de voz). Quinto, imagem e apresentação pessoal. E
sexto, vocabulário, palavras utilizadas. Combinar essas oportunidades leva ao reconhecimen-
to holístico do comportamento não verbal (DE PAULA, 2018).

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QUADRO 1: EXEMPLOS DE EXPRESSÕES QUE INDICAM SENTIMENTOS

Exemplos de expressões que comunicam sentimentos positivos

Inclinar o corpo para frente – interesse pelo outro

Contato visual permanente – interesse, respeito

Braços e mãos abertas – aceitação, confiança

Mover a cabeça de cima para baixo – concordância, aceitação

Pés bem sustentados no chão - segurança

Exemplos de expressões que comunicam sentimentos negativos

Braços cruzados – falta de interesse, raiva

Olhar distante – falta de atenção

Bater os dedos na mesa – impaciência, pressa

Girar a cabeça lateralmente – discordância

Morder os lábios – indecisão

Jogar o corpo para trás na cadeira – desinteresse

Fonte: KNAPIK (2008, p. 91).

Assim, o processo de entrevista mescla essas possibilidades e fornece aos participantes um


feedback preciso em tempo real para seu comportamento verbal e não verbal e dá a eles uma
oportunidade de melhorá-lo. Durante a entrevista busque se adaptar, mostre-se proativo, evi-
te e busque evitar dramatizações, cuide com vocabulário e comportamento não verbal que
influenciam o desempenho da entrevista (por exemplo, ansiedade).

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3.1 EVENTOS EMPRESARIAIS E REUNIÕES
A mesma lógica de como se comportar em entrevistas de emprego deve ser utilizada em even-
tos e reuniões, por isso seguem algumas dicas.

• Seja pontual e, se possível, chegue com alguns minutos de antecedência.


• Use roupas adequadas ao evento, ocasião; saiba diferenciar se é algo mais formal
ou informal. Verifique se a ocasião exige algum traje e busque se adequar ao padrão
do evento.
• Em eventos, coquetel ou jantar que tenha bebidas alcoólicas, tome cuidado e não
se exceda.
• E lembre-se: mesmo se tratando de um evento, manter a postura é essencial.

4 VALORIZAÇÃO DA IMAGEM
A nossa imagem é valiosa e precisamos zelar dela! A imagem reflete aspectos externos como
o adequado cuidado com nossa aparência, isso inclui higiene, vestimenta, e também aspectos
comportamentais como os gestos corporais e postura. A preocupação com a imagem corpo-
ral exige cuidados rotineiros baseando-se na experiência pessoal e profissional, em padrões
que aprendemos desde crianças, em como se comportar, como agir, prezar pela educação,
todos esses itens compõem a valorização da imagem e serão trabalhados com maior ênfase
em relação a imagem no ambiente de trabalho estando relacionados a vestimenta e apresen-
tação pessoal.

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4.1 VESTIMENTA NO LOCAL DE TRABALHO
As mudanças nas tendências de negócios levaram a mudanças nos estilos de vestir no local
de trabalho. Além disso, o conceito de “dia casual”, em que o trabalho em equipe é incentiva-
do no local de trabalho, introduziu atitudes informais até mesmo para gerentes no escritório.
Além disso, o estilo casual de empreendedores de tecnologia também parece convidar a uma
atitude indiferente em relação às práticas de higiene e roupas formais.
Imagine o seguinte: você consegue uma entrevista para um emprego ou uma promoção. Para
se preparar, você atualiza seu currículo mais uma vez para refletir as tendências em aconse-
lhamento de carreira. Você revisa sua carta de apresentação novamente para que ela reforce
como você pode ajudar o empregador em potencial a atender às necessidades atuais. E você
faz mais pesquisas sobre o negócio para falar com perspicácia sobre os desenvolvimentos
mais recentes (DE PAULA, 2018).
Você está pronto, certo? Ainda não.
O que você vai vestir? Roupas amarrotas, justas demais, curtas demais, cores muito extrava-
gantes, cuidado! Certamente você tem o direito de escolher as cores que desejar, mas busque
cores mais discretas, mais claras e sem muita extravagância. Pois as roupas influenciam a
declaração que você está fazendo sobre si mesmo e sugerem como você pode ou não se en-
caixar na empresa.

Apesar de não existirem mais regras do tipo: sempre vá de terno escuro, camisa
branca e gravata discreta, para homens, ou terninho para mulheres, quando for
a uma entrevista de emprego ou estágio é sempre importante vestir-se profis-
sionalmente e usar a melhor roupa formal, independente do código de vestimen-
ta da organização. Saber se vestir bem é aliar o bom senso e a elegância com o
seu estilo próprio (LAZARIN; ROSA, 2013, p.10) .

A forma como você se apresenta para possíveis empregadores é pessoal e impessoal, subje-
tiva e objetiva, e se você leva sua carreira a sério, precisa levar em consideração as dicas não
verbais que a roupa envia, isso demonstra muito do perfil da pessoa, seu gosto e jeito de ser.
Ou seja, é verdade que a roupa pode parecer muito simplista ou mesmo irrelevante nessa era
de códigos de vestimenta descontraídos em ação (DE PAULA, 2018).

Importante

Pense o seguinte: como os colaboradores dessa organização se vestem?


Como se apresentam? Essas perguntas são importantes; então vale a pena
observar e buscar se inserir na cultura da organização, guarde esta dica!

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Seja em escolas ou empresas, as regras de vestuário são abundantes. Nas escolas e univer-
sidades, as regras aparentemente protegem contra uma série de questões, como coibir a in-
terrupção, pressão dos colegas, indecência, violência de gangues e roubos. Os diretores das
escolas, em particular, acreditam que alguns estilos de roupas contribuem para o assédio se-
xual. As regras, especialmente nas escolas, parecem ter o objetivo de evitar que profissionais
usem roupas que os espectadores possam considerar provocantes. Imagens provocativas de
mulheres na mídia criam uma ideia estereotipada de que as mulheres são objetos altamente
sexualizados e isso por vezes provoca situações desagradáveis na vida real. As pessoas clas-
sificam as mulheres vestidas de forma provocante como inadequadamente vestidas para o
trabalho (DE PAULA, 2018).
As pessoas julgam competência, confiança e credibilidade nos primeiros 12 segundos de uma
interação, influenciadas pelas roupas usadas. Por exemplo, os alunos vestidos formalmente
para as apresentações receberam avaliações mais altas que outros alunos. Da mesma forma,
os professores que se vestem de forma mais casual são percebidos como mais acessíveis
pelos alunos, mas são vistos como menos informados do que os professores formalmente
vestidos (DE PAULA, 2018).

4.2 APRESENTAÇÃO PESSOAL


As organizações implementam códigos de apresentação pessoal, porque a aparência dos
funcionários é um fator significativo que contribui para a imagem e avaliação do serviço da
empresa. Ou seja, a percepção do cliente sobre uma empresa é afetada pela forma como os
funcionários se vestem, uma razão pela qual muitas empresas têm um estilo de apresentação
pessoal vinculado a sua cultura organizacional. Na sociedade, os indivíduos aprendem a se
vestir com as mídias sociais, literatura e televisão, ajustando-se às normas do que é aceitável
em diferentes contextos.
A apresentação pessoal também pode servir como uma forma de identificação pessoal. Nes-
se sentido, a identidade da pessoa é construída pela forma como as outras pessoas a perce-
bem, ou seja, a imagem pública de alguém é resultado da forma como se apresenta e também
de suas próprias ações. Como tal, a apresentação e a identidade capturam a visão de si mes-
mo de um indivíduo. Em particular, por meio da identidade, os funcionários são capazes de
interpretar e organizar suas ações e experiências intrapessoais e interpessoais. Moita (2008)
argumenta ainda que a identidade também fornece motivação, planos, regras e scripts para
o comportamento, especialmente quando o indivíduo precisa se ajustar às mudanças no am-
biente social e físico.

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Então, podemos notar que a apresentação pessoal molda a identidade de uma pessoa no am-
biente em que ela está inserida. Para que isso fique mais claro, vejamos um exemplo: imagine
a organização em que você trabalha ou com a qual teve alguma vivência, convívio, é comum
lembramos das pessoas por algumas características pessoais, que envolvem sua imagem e
comportamento. Quando vamos atribuir tarefas e papéis em algum projeto e nesse momen-
to relacionamos pessoas a esses papéis, logo relembramos características, por exemplo, al-
guém que vá recepcionar pessoas em algum tipo de reunião ou evento, precisamos de uma
pessoa comunicativa, carismática e assim começam a surgir os nomes. Ou seja, as pessoas
possuem características marcantes relacionadas ao seu comportamento e ao modo de se
apresentar, essas características, por sua vez, por serem reconhecidas e marcantes, permi-
tem que sejamos lembrados mediante a nossa apresentação pessoal.
Vale lembrar que a apresentação pessoal é composta por elementos físicos, nossa aparência,
o cuidado com vestimenta, higiene, limpeza, e também elementos comportamentais, nosso
jeito de se portar em diferentes situações.

Nota

Mais especificamente, Sá (2016) menciona a identidade no local de trabalho


como uma forma de apresentação pessoal, distinção e status que os fun-
cionários podem usar para sinalizar sua identidade em um local de trabalho
específico.

A autoapresentação pode ser incorporada em declarações como “Eu sou um trabalhador


produtivo” ou “Eu sou um diretor financeiro” e sinais de identidade social, como a afiliação
distinta e orientada para o status de um funcionário (por exemplo, “Sou professor da Escola
de Negócios”).
A identidade social implica ainda que a capacidade de manter uma identidade positiva no local
de trabalho também está ligada à capacidade do funcionário de manter a sua imagem e com-
portamento (SÁ, 2016).

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5 COMPORTAMENTO NO
AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de trabalho nos deparamos com diferentes pessoas e comportamentos, no en-
tanto, existem normas da própria organização que direcionam a forma de agir e se compor-
tar naquele ambiente, é comum em algumas empresas quando o funcionário é contratado e
acolhido, receber um manual de conduta, regras, normas, direitos e deveres que direcionam
a forma de ser e agir. Embora existam regras, é comum notar comportamentos antiéticos ou
que ferem o relacionamento interpessoal.
Estas são algumas questões pertinentes em relação ao comportamento e relacionamento
interpessoal:

• A organização possui um manual de conduta?


• Quais as regras e normas vigentes na organização?
• Como a necessidade de identidade de um funcionário no ambiente físico de traba-
lho desencadeia respostas emocionais, comportamentos subsequentes e, em última
análise, seu desempenho e bem-estar?
• E qual é o papel do escritório na formação da identidade do funcionário e interde-
pendência tarefa / fluxo de trabalho, bem como atitudes e comportamentos dos
funcionários?

Respostas a essas perguntas impactam o comportamento organizacional, considerando que


o comportamento é moldado pela cultura da organização, ou seja, como as coisas acontecem
naquele lugar, bem como os símbolos e significados que são adotados naquele ambiente, isso
tudo gera um “jeito de ser” e acaba moldando o comportamento dos colaboradores.
Uma análise possível é compreender que existem duas condições diferentes: primeira, o
comportamento individual, como um funcionário se porta na sua rotina de trabalho, que tem
muita relação com aspectos psicológicos, comportamentais e de etiqueta e segunda, como
as organizações direcionam o comportamento dos funcionários.
Em relação ao comportamento na organização, outro elemento comum é a personalização,
refere-se ao uso de pertencimento pessoal para marcar ou defender o espaço de trabalho
(território) e para regular as interações sociais. No contexto do ambiente físico do escritório,
a personalização pode funcionar tanto como um facilitador quanto como um inibidor da iden-
tificação do funcionário.

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A perda da capacidade de personalizar o espaço (por exemplo, em um escritório de plano aber-
to de alta densidade) pode ameaçar o senso de distinção pessoal de um funcionário, impondo
uma norma de uniformidade em sua aparência e espaço de trabalho (SÁ, 2016).
A personalização também pode servir como um intensificador de humor, ao mesmo tempo
que ajuda a reduzir o estresse (MOITA, 2008). A esse respeito, Sá (2016) descobriu que os
funcionários que personalizam seu ambiente de trabalho para mostrar afiliação à sua orga-
nização (por exemplo, através do uso de logotipos da empresa) são mais propensos a relatar
um maior comprometimento organizacional do que os funcionários que não se engajam em
tal comportamento.
O espaço de trabalho significa muito mais do que apenas um lugar físico para interagir. Por
exemplo, e como já discutimos, o espaço de escritório e seu design podem representar ex-
pressões da identidade de um funcionário, status, associação ao grupo, apego e humor. Como
tal, a preservação da identidade parece ser um determinante crítico de como os funcionários
percebem seus espaços de trabalho e também pode explicar como e quando eles provavel-
mente se envolverão em certas formas de comportamento.
Além disso, propomos que um coletivo de funcionários em um ambiente de escritório de plano
aberto também possa contribuir para a identificação dos funcionários em nível de grupo. Por
exemplo, a oportunidade para os membros da equipe trabalharem próximos uns dos outros
em um ambiente de plano aberto pode ajudar a construir a identificação da equipe. Isso ocor-
re porque as identidades são moldadas por interações sociais.
Além disso, o ambiente físico de trabalho pode promover ou inibir a identificação étnica ou
racial. A esse respeito, relataram que funcionários de uma cultura minoritária, trabalhando
em uma organização em que a maioria dos funcionários era da cultura dominante, trouxeram
bandeiras étnicas, móveis e obras de arte para trabalhar (para que sua identidade cultural não
estivesse perdida).

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6 RELACIONAMENTO
INTERPESSOAL
A necessidade de pertencimento está entre as fontes mais poderosas de motivação humana
e o desejo de sua realização talvez seja o motivo pelo qual muitos funcionários muitas vezes
preferem trabalhar em grupos a trabalharem sozinhos, por que cooperam com os outros e por
que se abstêm de se envolver em ações que prejudicam seus colegas de trabalho. A impor-
tância de pertencer à vida das pessoas também é evidenciada pelo fato de que, quando essa
necessidade é frustrada, pode levar à depressão, tristeza e baixa autoestima. Além disso, os
relacionamentos ajudam a sua carreira profissional, ter um bom relacionamento com as ou-
tras pessoas pode abrir portas e contribuir com sua carreira profissional.
Os fatores comportamentais possuem grande interferência no relacionamento interpessoal,
pois influenciam a postura e o modo de agir entre o grupo. Alguns pontos importantes a serem
levados em consideração:

• cuide das relações no seu ambiente de trabalho, isso contribui para sua evolução e
desenvolvimento como profissional;
• evite conflitos, isso pode prejudicar sua imagem;
• trate os colegas de trabalho de forma cordial, a fim de manter sua boa imagem;
• seja carismático e ajude os colegas, esta atitude alimenta uma boa aparência
comportamental.
• preze pela cordialidade, educação e diálogo.

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7 ÉTICA PROFISSIONAL
A ética profissional é um processo de pensamento racional que visa perceber quais valores
devem ser preservados e disseminados em uma organização. Além disso, a ética profissional
envolve uma série de ações e respostas éticas aceitas, o que proporciona relações sociais de-
sejáveis para seus membros em deveres profissionais. Em outras palavras, é uma espécie de
compromisso moral e consciência com qualquer tipo de trabalho, dever e responsabilidade.
Os códigos de ética profissionais servem para evitar que certos tipos de questão sejam en-
tendidos como questões morais. A moralidade – ao contrário da ética – é exatamente o que se
sobrepõe a todas as outras considerações. Códigos éticos sugerem que seu conteúdo pode
ser pesado contra outros fatores. É por isso que eles são descritos como ‘éticos’ e não ‘morais’.
Mas então, quais são as relações entre nossas responsabilidades morais como cidadãos –
como pessoas – e como, profissionais? A ética profissional oferece uma maneira de evitar
essas questões em vez de enfrentá-las.
Por isso, fica a dica observe o código de ética da sua profissão e busque seguir durante a sua
jornada profissional.

8 HOME OFFICE

Atenção!

Home Office, representa um novo modelo de trabalho, significa que não irá
se deslocar para outro local, e que irá realizar seu trabalho em casa, de forma
remota.

Para esclarecer este modelo de trabalho, vamos ao longo do capítulo responder algumas
questões, como:

• o que muda no comportamento em home office?


• como ser meu próprio chefe, quais características e valores em mim preciso reconhe-
cer e apoiar?

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• como posso conseguir melhor equilíbrio ao trabalhar em casa?
• o que ganhei e perdi? os benefícios da flexibilidade e independência são facilmente
aparentes.

O home office se apresenta como uma possibilidade de trabalho que vem sendo cada vez mais
adotada por várias razões, em alguns casos, os funcionários negociam com seus empregado-
res para ganhar mais flexibilidade com sua vida pessoal ou familiar; outros desejam mais con-
trole e independência em seu ambiente de trabalho; em alguns casos, o empregador solicita
que trabalhem em casa em um esforço para reduzir as despesas gerais do escritório. Outros,
ainda, são movidos por um espírito empreendedor aliado ao desejo de controle, independên-
cia e flexibilidade, resultando no início de seu próprio negócio. Obviamente, a tecnologia do
telefone, internet e da informática tornou esse arranjo viável. A proliferação da tecnologia
tornou esses meios de comunicação aceitáveis e até mesmo preferidos em algumas comuni-
dades empresariais (RAFALSKI; ANDRADE, 2015).
No entanto, o desafio de separar a vida pessoal da profissional pode ser maior do que nunca
quando elas coexistem sob o mesmo teto. Determinar quando o dia de trabalho começa e ter-
mina pode ser uma decisão em seu controle total e direto quando você trabalha em casa, mas
começar e saber quando parar pode ser mais difícil em um ambiente doméstico não estrutu-
rado do que em um ambiente de escritório estruturado. As escolhas tornam-se mais difíceis
quando você pode ver e tocar fisicamente a pilha de trabalho e a pilha de roupa suja lado a
lado. Muitos profissionais realmente valorizam a possibilidade de sair de sua casa ou ambiente
de trabalho caótico e se sentir revigorado por essa separação (RAFALSKI; ANDRADE, 2015).

FIGURA 3: DESAFIOS DO HOME OFFICE

FONTE: Freepik(2021).

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O isolamento é outro risco associado ao trabalho em casa. Além da conversa mais fria, as co-
nexões profissionais e sociais que ocorrem em um ambiente de trabalho tradicional são mais
difíceis de estabelecer e manter quando se trabalha em casa. Os esforços para se envolver em
organizações profissionais, participar de conferências ou conduzir reuniões pessoais perio-
dicamente podem ajudar a desenvolver e manter tais conexões (RAFALSKI; ANDRADE, 2015).
Trabalhar em casa pode ser uma escolha ruim para alguns indivíduos. Pessoas com tipos de
personalidade que favorecem altos níveis de interação, estilos de trabalho colaborativos e
que prosperam com feedback e validação frequentes podem precisar de um ambiente de es-
critório mais tradicional para florescer. O grau em que os indivíduos são motivados interna ou
externamente também deve ser considerado.
Para muitos, a vida profissional contribui fortemente para sua identidade e senso de pertenci-
mento. Ganhar flexibilidade trabalhando em casa não deve custar a perda de seu autoconceito.
Em uma nota prática, hábitos de trabalho individuais devem ser gerenciados cuidadosamen-
te ao se trabalhar em casa, incluindo concentração, organização e disciplina. Embora alguns
desses comportamentos possam ser aprendidos ou melhorados, francamente, alguns indiví-
duos estariam em ruínas sem a estrutura externa e a disciplina de um ambiente de escritório.
Toda a literatura popular sobre negócios que aborda as necessidades da crescente população
que trabalha em casa enfatiza a criação de estrutura em seu escritório doméstico. Estratégias
práticas incluem programar seu dia de trabalho para incluir tempo para e-mail, telefonemas,
leitura, pesquisa e escrita, sem mencionar as refeições e os intervalos. Criar listas de tarefas
diárias no final do dia para se preparar para o início do dia seguinte também foi recomendado.
Além de organizar o seu tempo, é igualmente importante organizar o seu escritório em casa
em termos de um espaço adequado à natureza do seu trabalho, equipado com as ferramentas
e o armazenamento adequados (RAFALSKI; ANDRADE, 2015).

FIGURA 4: HOME OFFICE

FONTE: Freepik (2021).

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Uma boa cadeira, uma boa mesa e uma porta que se fecha podem ser o ‘equipamento’ mais im-
portante em seu escritório. “A porta” pode ser particularmente importante se você tem filhos
em casa, com o horário de expediente afixado e uma placa de “Aberto / Fechado”. No contexto
do orçamento de seu negócio, use serviços de suporte para tarefas administrativas ou de lim-
peza, que podem ser críticas para aumentar sua produtividade.
Embora trabalhar em casa traga muitas vantagens e possa ser um grande salto para muitos
que buscam um melhor equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional, o equilíbrio não ocorre
automaticamente. Trabalhar em casa apresenta um conjunto único de desafios, incluindo au-
todisciplina e potencial para isolamento. A construção cuidadosa do seu espaço de trabalho e
da sua jornada de trabalho são essenciais para o gerenciamento bem-sucedido dessa flexibi-
lidade (RAFALSKI; ANDRADE, 2015).

9 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
Certas mensagens, mesmo quando não diretamente relevantes, podem ser uma forma con-
fiável de comunicação à luz das preferências sociais naturais. Preocupações com a imagem
social e outras preferências interagem para criar incentivos para comunicar como alguém se
sente em relação às outras pessoas. Reconhecer a prevalência do incentivo para comunicar
sobre as preferências sociais de alguém sugere que muitos fenômenos sociais e econômicos
– das normas de etiqueta à cooperação e à troca de presentes – devem ser vistos, em parte,
como formas de sinalização.

FIGURA 5: COMUNICAÇÃO

FONTE: Freepik (2021).

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De acordo com Sá (2016), ao mesmo tempo que envia uma mensagem sobre o grupo que o
ocupa. Dessa forma, o ambiente físico fornece aos funcionários que trabalham juntos (por
exemplo, em espaços colaborativos) uma oportunidade de marcar seus espaços de trabalho
com prêmios, certificados e logotipos que exibem a visão do grupo enquanto comunicam a
identidade dele. Na verdade, a comunicação é um caminho para manter bom diálogo e, muito
mais que isso, pode ser um diferencial quando se adota um vocabulário rico e adequado ao
ambiente de trabalho. Por exemplo, evitar gírias, falar pausadamente, ser educado nas pala-
vras – por favor, por gentileza.

Importante

Por exemplo, Moita (2008) relata que a indução de uma identidade de grupo
comum aumenta a ajuda para os outros, mesmo para aqueles anteriormente
vistos como membros do grupo externo. Ao todo, o ambiente físico parece
fornecer um contexto que fomenta a identidade coletiva, que, por sua vez,
pode impulsionar os comportamentos coesos e altruístas dos funcionários.

De modo geral, a comunicação e as interações verbais e não verbais de indivíduos, bem como
valores e normas de grupo podem, juntos, promover a identificação coletiva ou de equipe.

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Resumo do curso
Neste curso, você aprendeu que etiqueta, comportamento e imagem são temas muito rele-
vantes para se inserir e se manter no mercado de trabalho. Em primeiro lugar, em relação
ao comportamento na organização, embora a propriedade psicológica leve os funcionários
a investir e assumir a responsabilidade por objetos relacionados ao trabalho, dependendo do
nível de confiança no ambiente, também pode levar os funcionários a se envolver em compor-
tamentos com o objetivo de proteger e manter aquilo que eles sentem que pertence a eles.
Em segundo lugar, o comportamento e a vivência no ambiente organizacional também podem
moldar a forma como os outros veem as ações territoriais, potencialmente prejudicando sua
avaliação do indivíduo territorial como um colaborador da equipe (definido como sendo perce-
bido como contribuindo para o sucesso da equipe). Assim, o comportamento é como uma va-
riável-chave do contexto social, que influencia não apenas se a propriedade psicológica leva
ao bom comportamento no local de trabalho, mas também como o comportamento territorial
pode impactar negativamente o ator em termos de como ele ou ela é visto pelos colegas de
trabalho como um colaborador da equipe.

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Referências
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dade e etiqueta (1900 – 1960). X Simpósio Internacional – Processo Civilizador, Campinas – SP,
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