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SINOPSE
NOTA DA AUTORA
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO 51
EPÍLOGO
AGRADECIMENTOS
OBRAS DA AUTORA
SINOPSE
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
SINOPSE
Giuliana Ricci
Salvattore De Lucca
Os dois
***
Acino, Itália
No dia seguinte
A nossa casa é muito bonita, mas a mansão dos De Lucca
além de grandiosa e imponente, demonstra toda a riqueza, poder e
elegância que eles têm.
— Que bonita casa, não acha Gia? — Pergunta a minha
mamma, completamente encantada.
Seus olhos ficam ainda mais impressionados quando somos
conduzidos para dentro.
— Nicola! — Um senhor vem ao nosso encontro — É um
prazer revê-lo e dessa vez com toda a famiglia. Vá bene! Essa é a
piccolina [10]Giuliana?
Com o mesmo entusiasmo que nos recebe o senhor me
puxa para um abraço apertado.
— A última vez que a vi era só uma garotinha. Como está
bella, não acha Matilde?
A senhora Matilde De Lucca, uma mulher muito elegante,
sorri carinhosamente para mim.
— Uma verdadeira principessa — ela me dá beijos
calorosos no rosto — Sejam bem-vindos todos vocês.
Os meus pais e os pais do meu noivo se conhecem bem,
embora os encontros acontecessem mais quando meu pai precisava
viajar para o Norte para resolver negócios ou o Don Francesco
cruzava para o Sul. Eu o vi com a esposa poucas vezes, na verdade,
e nunca nenhum dos seus filhos.
— Romano? Venha aqui — A autoridade na voz do pai do
meu noivo é impressionante — Venha ver como é bella a sua noiva.
Sei que não conseguiram se ver da última vez.
Vejo um homem num terno escuro se aproximar. O que
Romano De Lucca tem de bonito, exibe de frieza em seu olhar. É um
brilho completamente diferente do que eu vi no soldado dele em
minha casa. Os do meu noivo exibem raiva.
Comigo.
— Boa tarde — eu o cumprimento no dialeto da sua região.
Pratico desde os meus nove anos e tenho fluência.
— Veja, Francesco — a senhora De Lucca fala, emocionada
— Ela sabe o nosso dialeto.
A conversa começa a girar em como fui bem-educada e
todos os outros excelentes dotes que eu tenho. Sei cozinhar,
costurar, administrar uma casa e fazer recepções, além do dialeto de
Acino, também falo um pouco de inglês e francês. A esposa perfeita
para Romano De Lucca.
Enquanto sou exibida como carne em exposição, encaro o
meu noivo e dou um sorriso tímido para ele. Recebo um olhar
comprimido e uma avaliação descarada por todo o meu corpo que
me deixa intimidada. Parece sujo. Indecente. Faz o meu sangue
gelar nas veias.
— Quantos anos você tem mesmo?
Sei que não sou uma jovem exuberante como devem ser as
mulheres que ele deve conhecer e sair. Mas a mamma diz que vou
me tornar uma bela mulher.
— Dezessete.
Vejo o canto da sua boca retorcer ao ouvir a minha
resposta.
— Mas a principessa mia terá dezoito completos no dia do
casamento, Romano — avisa o meu pai com um sorriso enorme de
orgulho por mim — Gia foi bem-educada e treinada para ser uma
boa esposa. A altura de um Capo como você será.
Sim, como se eu fosse um cachorro sendo adestrado,
penso amarga.
Angustiada, procuro por Tommaso, mas ele está afastado
no outro lado sala com meus irmãos e um homem muito tatuado do
clã De Lucca.
— Vamos tomar um bom vinho para comemorar — diz o
senhor De Lucca, chamando a atenção de todos.
Eu só consigo encarar Romano, amedrontada. Assim como
ele, não pedi por esse casamento, mas seu olhar furioso comigo me
faz sentir como se eu fosse a única culpada.
CAPÍTULO 6
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Dias depois
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Matriz D`Luc
No dia seguinte
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O casamento
Três semanas depois
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Eu pensei que a parte da igreja seria a mais tensa, mas
quando nós dois entramos no carro, sinto que a parte da festa será
pior. Porque precisamos fingir estrema felicidade. E não sei se
consigo fazer isso.
No dia seguinte vou para a minha casa nova e não tenho
ideia de onde Salvattore irá se enfiar nos próximos anos.
Será o nosso adeus.
— Sorria Giuliana — Salvattore exige assim que chegamos
à mansão dos De Lucca — A sua tormenta acabará em algumas
horas.
Ou talvez ela estivesse apenas começando.
CAPÍTULO 26
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Acino
3 anos depois
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Dias depois
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***
Mas parece que o destino não está a meu favor como eu
gostaria. Eu mal tinha dirigido quinze minutos quando meu carro
parou na estrada.
Olho angustiada para o capô aberto. Não entendo nada de
mecânica e não sei o que possa ter acontecido. Fiz uma checagem
geral no carro antes de seguir para essa viagem. Eu deveria ter
prestado mais atenção quando via Tommaso mexer no carro dele.
— Está com problema senhora?
Para o meu desespero ficar ainda maior, vejo um carro
parar ao lado do meu. Reconheço os quatro homens estranhos que
estavam no café.
— Não se preocupem. Eu vou chamar o serviço de estrada.
Um deles desse do carro, ignorando completamente a
minha recusa.
— E deixar uma senhora sozinha em uma estrada como
essa? — O homem fala abrindo um sorriso e cheia de pânico vejo os
outros descerem.
— O que Salvattore De Lucca pensaria de nós ao saber que
permitimos que sua esposa ficasse desamparada na estrada? —
Pergunta o quarto homem ao descer.
— O que disse?
Eles começam a se mover de maneira que façam um
círculo ao meu redor.
— Don Conti pediu que cuidássemos muito bem da senhora
— o motorista abre um sorriso desprezível e faz sinal para um dos
seus companheiros que agora eu vejo carregar uma corda — E nós
não queremos irritar o capo.
— Não se aproximem de mim — aviso, tentando fazer com
que a minha voz soe firme — Salvattore e meu irmão irão arrancar
suas peles se souberem que tocaram em mim.
Eles riem. O excesso de confiança não permite que vejam a
idiotice que estão fazendo.
— Se me deixarem ir, prometo que não conto nada. Digam
a seu chefe que consegui fugir.
Encaro cada um deles com desespero.
— Isso vai começar uma guerra novamente.
— Senhora, essa guerra nunca terminou.
Quando um deles agarra os meus braços e o outro coloca
um pano em meu rosto, o desespero me faz tentar lutar contra eles.
Quando levo um golpe no rosto e outro na cabeça,
Salvattore e nosso bebê são as últimas coisas que penso.
Eu coloquei nosso filho em risco, como toda a famiglia
também.
CAPÍTULO 44
Desde que deixei Giuliana na casa dos meus pais que algo
está me incomodando.
Eu a senti diferente, mas julguei que fosse devido a
acompanhar a mamma em mais uma rotina do tratamento dela.
Algo não está certo e isso não me deixa concentrar no
trabalho.
— Assinou no lugar errado novamente Sr. Salvattore — a
secretária avisa após ter entregado o documento a ela.
— Desculpe. Traga a última folha novamente.
Assim que ela se retira esfrego o meu rosto e pego o meu
celular em cima da mesa. Já tinha pensado enviar uma mensagem
para Gia, conferindo se tudo estava bem, mas agora decido ligar.
Ouvir a voz dela vai me deixar mais calmo do que qualquer
mensagem de texto.
O telefone chama algumas vezes antes de cair na caixa de
mensagem. Penso em ligar para a minha mãe, talvez o telefone de
Giuliana estivesse descarregado. Mas quando vou discar o número é
o meu telefone que toca.
— Sr. Salvattore?
— Luigi?
Sinto os pelos da minha nuca arrepiarem e antes mesmo de
me erguer da cadeira e ouvir o que o segurança tem a dizer, sei que
algo aconteceu.
— Perdão senhor, mas a Sra. De Lucca desapareceu.
— Qual delas? — Pergunto friamente, embora por dentro eu
me sinta como um vulcão prestes a explodir.
— A sua esposa senhor.
A minha vista fica turva e eu preciso me segurar na mesa.
— Não deixe ninguém entrar ou sair do prédio.
Não importa quanta confusão isso poderia causar. Enquanto
eu não soubesse o que realmente aconteceu com Giuliana, o lugar
ficaria sob o meu domínio.
Chego o mais rápido possível ao hospital e encontro com
minha mamma, além de debilitada por causa do tratamento,
desesperada pelo que possa ter acontecido a Giuliana.
Depois da morte do meu irmão, ela ficou ainda mais
apegada a mim e a minha esposa.
— Salvattore! Você tem que encontrá-la. É tudo culpa
minha. Alguém a levou. Sei disso.
— Calma mamma. Vamos achar a Gia. Eu prometo.
Quando a deixo um pouco mais tranquila, peço que um dos
homens a leve para casa. Ela precisa descansar um pouco.
Se for mesmo verdade que alguém conseguiu invadir a
minha segurança e levou minha esposa, é bom que o infeliz comece
a pensar como se entender com o diabo, porque ele irá direto para o
inferno quando eu o encontrar.
— Salvattore?
Marco surge alguns minutos depois que enviei uma
mensagem a ele.
— Falou com Chiara? Ela disse alguma coisa?
— Não. Chiara tinha saído para comprar algumas coisas
para Mia.
Isso não é um bom sinal.
— Onde ela está? — Soco a parede a minha frente e não
dou importância aos nós dos meus dedos ficando doloridos — Onde
está a minha esposa, Marco?
Os minutos seguintes são os mais atordoantes da minha
vida.
— Desculpe, senhor — O chefe dos soldados vem ao meu
encontro — Viramos o lugar de cima a baixo. A Sra. De Lucca não
está aqui.
— Procurem de novo! — Exijo com a voz exaltada.
— Salvattore — Marco me puxa pelo braço — Isso é perda
de tempo. Vamos nos concentrar em procurar nos lugares certos e...
Ele se cala e vejo que tem algo importante a dizer.
— Já pensou se ela foi embora por vontade própria?
— O que quer dizer?
— Talvez ela tenha fugido.
Gia fugindo?
De mim?
Ela mencionou isso muitas vezes, mas foi antes de termos
começado a nos acertar. Tudo estava bem entre nós e essa noite eu
confessaria a ela os meus sentimentos.
Por que ela fugiria?
— Senhor? — Viro para Luigi que esteve conversando com
um dos seus homens — Uma das câmeras de segurança indicaram
a Sra. De Lucca indo para o estacionamento, depois entrando em um
carro.
— Eu quero ver as imagens.
Não tinha como negar, mesmo usando um disfarce de
enfermeira, reconheceria Gia de olhos fechados. As imagens
provavam que Marco estava certo. Ninguém havia levado Giuliana
contra a vontade dela.
Ela havia fugido.
De mim.
CAPÍTULO 45
***
Cinco dias depois
***
***
***
***
***
Connecticut, EUA
Palácio de Saha
Um ano antes
Vinte segundos.
Para algumas pessoas esse tempo seria tão insignificante
quanto um piscar de olhos. Para mim, mudou a minha vida inteira.
Por causa deles, o meu irmão gêmeo Hamad havia nascido
na frente e se tornado o filho mais velho e futuro emir [32]de Sahra.
Nosso pequeno, próspero e lidíssimo país, no deserto de Amal.
Nunca houve qualquer tipo de competitividade entre nós.
Até ele ficar comprometido e se casar com a mulher que eu amava.
Apesar de ser o mais velho, Hamed é mais descontraído,
festivo e aventureiro do que eu. Ele estudou na Europa, conheceu
muitas mulheres em suas viagens pelo mundo. Porque o meu irmão
exigiu isso, antes de ser obrigado a assumir como o futuro rei. Poder
viver em liberdade. Enquanto, eu, fiquei aqui, ajudando nosso pai a
cuidar de Sahra, fazendo o nosso país prosperar e crescer cada vez
mais.
Foi fácil para Hamed retornar anos depois e conquistar a
jovem Layla Zahir. Em poucas semanas de corte, ele já tinha o
coração da bela dama em suas mãos.
A nossa tradição exige que o futuro emir tome uma esposa
quando atingisse a idade máxima de quarenta anos, para que ainda
tivesse vigor para produzir herdeiros. Como segundo na linhagem,
eu não era obrigado a isso, a não ser que Hamed fosse impotente
ou morresse.
Agora eu só poderia assistir de longe a família de Hamad e
Layla se formar e crescer dando frutos. Congelar o meu coração e
esconder todos os dias a mágoa em saber que Layla jamais poderia
ser minha.
Ela havia traído nossas juras de amor, em nossas
caminhadas nos jardins, para se tornar a esposa do príncipe
herdeiro e futuro sheik.
Agora devo esquecê-la.
— Salam [33]— digo a Jalal que está me esperando no
pátio, no lado fora do grande salão palácio.
Ele é o meu braço direito e amigo de longa data.
— Salam. Os cavalos estão prontos, Vossa Excelência.
Podemos partir quando quiser.
Eu já havia tolerado os três dias de festa de casamento.
Todos os rituais para os noivos já haviam sido cumpridos e minha
presença no palácio não seria mais exigida.
— Para onde vamos? — Questiona Jalal,
— Passar algumas noites no hotel do meu primo, Omar, na
capital e de lá vamos para o Sul do deserto de Amal.
Pretendo me isolar na minha tenda no deserto o máximo
de tempo que eu puder. Hamed estava de volta e agora é dever dele
cuidar de todas as obrigações reais junto com o nosso país. É hora
dele aprender mais sobre Sahra. E em como as coisas haviam
mudado desde que ele partiu para estudar e se divertir pelo mundo.
Como relembrar algumas das nossas importantes tradições.
Sigo para o meu garanhão negro, um Aswad[34], uma raça
premiada, criada em nosso país, que vale milhões em todo mundo,
devido sua resistência a longa viagens no deserto e velocidade
impressionante.
— Rashid?
Fico tenso ao reconhecer a voz e feminina me chamando.
— Iria embora sem se despedir de mim?
— Vossa Alteza — faço uma reverência a Layla e não ergo
o meu olhar para ela — Apesar de nos tornarmos parentes agora.
De você se tornar minha irmã. Não é certo que fale comigo sem o
seu marido presente.
— Rashid — ela encurta a distância entre nós — Nunca
ligamos para essas tradições tão antigas. E nem creio que Hamed
iria ligar. Você ainda é o meu melhor amigo.
Não, eu não era. Como seria possível ser amigo de quem
temos um amor não correspondido?
Quando olhá-la com outro, sendo o meu próprio irmão,
idêntico a mim, mas tão diferente na personalidade, machuca.
— As coisas mudaram, Layla — dessa vez me atrevo a
olhar rancoroso para ela — Você fez a sua escolha.
— Eu tive que cumprir o pedido do meu pai!
— Você mesmo disse que não éramos tão ligados a
antigas tradições — relembro-a com sarcasmo — O que mudou com
meu irmão?
Apesar de Layla ser a escolhida de Hamed e o pai dela ter
ficado feliz com isso, ela poderia ter recusado a corte dele e seu
pedido de casamento. Sim, causaria um desconforto diplomático por
algum tempo, que seria superado quando nós dois nos casássemos.
Mas Layla queria mais. Ela desejava o trono.
Como pude ser tão cego para não ter visto isso?
— Eu me apaixonei por ele. Aconteceu, Rashid.
— Nós conversamos por meses, Layla. Estava certo
apenas esperarmos Hamed voltar e assumir o seu cargo para eu
pedir sua mão. Idealizamos ficar juntos tantas vezes. Não. Eu
idealize. Agora quer me dizer que em três semanas de cortejo, você
se apaixonou pelo meu irmão?
Não vou confiar em seu olhar triste. Eu precisava acreditar
que Layla era apenas uma garota ambiciosa. Só assim eu
conseguiria lidar com o meu ego e coração ferido.
— Adeus, Layla — falo, secamente, dando às costas a ela.
Não apenas a partiu o meu coração. Mas me enterrou para
o amor. Eu nunca mais entregaria essa parte tão frágil de mim a
ninguém.
CAPÍTULO 3
Connecticut, EUA
No aeroporto
Fils, Sahra