Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ATENÇÃO, leitor!
Este livro aborda um assunto sensível, que é a violência física.
O tema foi abordado, pela autora, de forma leve, delicada e muito
responsável. Contudo, ainda assim pode despertar gatilhos em você.
Caso isso aconteça, fique à vontade para interromper a leitura até se
sentir confortável outra vez.
Além disso, antes de embarcar nesta novela, fique ciente de
que ela é uma continuação. Portanto, será necessário ler o livro
Irresistível para o mafioso, volume um da trilogia Irmãos Bellini, que
antecede a esse.
Gaetano
Calábria - Itália
Antonella
Tive um dia cansativo e feliz, e para a noite com meu marido,
estava cheia de planos. Assim que os trigêmeos dormiram, e nós os
colocamos pela primeira vez em seu próprio quarto, Renzo ficou
observando-os por mais alguns minutos, provavelmente aflito por
deixá-los longe de seus olhos durante a noite inteira. Mal ele sabia
que eu tinha planos. Aproveitando sua distração, fui para nosso
quarto, peguei a bolsa que escondi no closet mais cedo e corri para
o banheiro; tomei banho, para me preparar para o grande evento
que eu tinha planejado.
Renzo e eu havíamos transado inúmeras vezes depois do meu
resguardo, porém eu ainda sentia falta de nós dois, do nosso ritmo
habitual na cama, da nossa pegada. Queria fazer amor com meu
marido sem restrições, limitações ou cuidados excessivos. Esse
momento havia chegado; após 60 dias do parto, eu me sentia mais
do que pronta.
Abri a bolsa, peguei a fantasia minúscula recém-adquirida e a
admirei, sorridente. Animei-me só de imaginar a cara do Renzo ao
me ver vestindo-a. Perfeita! Bem piranhona, do jeito que eu gosto.
Vesti a calcinha, que era um pouco mais que três fios de
renda, em seguida coloquei por cima a saia de couro vermelha com
a beirada branca, levemente rodada e obscenamente curta, que era
acompanhada por um cinto preto; o último item a vestir foi o
corpete vermelho que deixava meus peitões cheios de leite
espetaculares.
Caprichei na maquiagem e apliquei o batom vermelho-
sangue. Quase pronta! Mantive os cabelos soltos e coloquei o gorro
na cabeça.
— Gostosa! — Pisquei para o meu reflexo no espelho.
Completei o figurino com botas de couro pretas e de cano
alto, apliquei umas gotinhas de perfume da fragrância importada me
coma com força, e voilà.
— Me aguarde, Renzo Bellini.
Abri a porta do banheiro e caminhei sedutoramente,
rebolando mais que a Beyoncé, até a cama onde Renzo estava
sentado. Quando me aproximei o suficiente, ele se levantou, afoito.
— Senta aí! — Empurrei seu peito com o dedo indicador, e ele
me obedeceu. — Faltam alguns dias pro Natal, mas sua mamãe Noel
veio te visitar mais cedo, papai.
Peguei o controle do sistema de som que deixei na mesa de
cabeceira e soltei a música que deixei engatilhada para aquele
momento; era Jingle bell rock, na versão do filme Meninas malvadas.
Enquanto isso, Renzo me observava, hipnotizado, quase babando;
seu rosto ficou rubro, e sua respiração, ofegante.
Decidida a enlouquecer meu homem e despertar seu lado
selvagem na cama, me movi de forma sinuosa e provocante,
seduzindo não apenas ele, mas a mim mesma também. Libertei-me,
sem pudor, deixando de lado a Antonella mãe e resgatando a mulher
ousada e indomável que eu era na cama.
Rebolei e, de olhos fechados, deslizei as mãos pelo meu
corpo, me entregando ao momento, entorpecida pelo tesão
acumulado e pela abstinência do nosso sexo bruto e animalesco.
Renzo não aguentou ficar sentado, e eu sequer vi quando ele
se levantou e avançou em mim. Ele agarrou firmemente na raiz do
meu cabelo, me imprensou contra a parede e me beijou com
violência. Nossas bocas se engoliram, seu corpo esmagou o meu,
seu pau duro pressionou minha barriga e me deixou melada, pronta
para ele.
Em um movimento rápido, ele me virou de costas, grudou
meu corpo na parede e deu um tapa forte na minha bunda.
— Vou ser bruto com você, porque sei que é o que minha
putinha quer — Renzo sussurrou, de forma rude, e eu assenti, louca
de lascívia, mesmo não sendo uma pergunta.
Ele ainda segurava meu cabelo e me mantinha sob seu
domínio, sem me machucar, exatamente como eu gostava. E eu
estava quase chorando de tesão, sentindo meus fluidos escorrerem
por minhas coxas, e minha boceta palpitar, implorando para ser
fodida com força.
— Você quer meu pau atolado na sua boceta e, depois, na
sua bunda, te fodendo bruto? — ele inquiriu, e eu assenti
novamente. — É disso que você gosta, Antonella?
— Sim — respondi, com um miado. — Por favor, me fode
agora — implorei.
— Safada!
Ele deu outro tapa estalado nas minhas nádegas, antes de se
agachar, rasgar minha calcinha, empinar mais minha bunda e enfiar
a língua na minha fenda. Foi inevitável gritar com a sensação e
agradecer aos céus por nosso quarto ter paredes à prova de som.
Renzo me castigava sem piedade, chupando, lambendo,
penetrando e masturbando meu nervo sensível e inchado com sua
língua quente. Em resposta, meu corpo inteiro tremia e implorava
por mais. Arreganhei as pernas, e ele intensificou as lambidas, me
causando um frisson e buscando, no fundo do meu âmago, um
orgasmo avassalador que, quando me atingiu, quase me fez perder
os sentidos.
Depois de me beber, meu homem se levantou e me penetrou
por trás, abrindo minha carne com seu volume. Ele entrou até o
fundo e deu início às estocadas brutas que me sacudiam e me
faziam gemer. Renzo não só tomou para si o meu corpo, mas
também possuiu minha alma.
— Gostosa pra caralho! Sua boceta está me engolindo,
implorando, pingando… É assim que você gosta, safada?
— Mais! Eu quero mais! — pedi, me empinando.
Empenhado em satisfazer meu desejo, ele levantou minha
perna esquerda e foi mais fundo e rude, me levando à loucura. As
mãos que massageavam meus seios inchados e sensíveis
escorregaram pelo meu abdômen até encontrarem minha vagina.
Com movimentos intensos, ele me masturbou, me jogando direto no
precipício. Gozei outra vez, louca, ensandecida, em êxtase.
Antes que eu me acalmasse, Renzo me virou de frente para
ele, levantou meu corpo e me sentou na mesa, derrubando o
notebook e a luminária; abriu minhas pernas e se ajoelhou no meio
delas, sugando meus fluidos e me fazendo tremer com sua
intensidade. Àquela altura, meu corpo não passava de uma massa
sôfrega e descontrolada que emitia gemidos e convulsionava,
abalada pelo orgasmo recente.
Renzo subiu o corpo novamente, ficando na minha altura,
tirou meus seios pesados para fora do corpete e mamou em cada
um deles, aliviando a pressão latejante do leite.
Joguei a cabeça para trás, dopada pelas sensações, fraca,
entorpecida, débil, porém querendo mais. Arreganhei-me,
convidando-o a continuar, e meu marido me penetrou outra vez,
firme e brusco, do jeito que eu gostava. Gemi, gritei e arranhei suas
costas, enquanto recebia estocadas sem dó, sem pausa ou
delicadeza.
Quando, enfim, a tempestade de excitação tomou meu corpo
inteiro, e o prazer se formou outra vez em meu baixo ventre, eu
gozei, sentindo meu marido inchar dentro de mim e se esvair
comigo.
Enquanto gozava, Renzo urrava, me chupava e mordia,
marcando minha pele como sua. Quando achei que ele tinha
acabado, meu homem insaciável me virou de costas para ele sob a
mesa e, depois de se lambuzar mais um pouco, meteu na minha
bunda. Porra! Eu amava sexo anal; Renzo tinha me viciado. Sentia-
me devassa, louca, delirante…
Empinei-me cada vez mais, desfrutando daquele prazer, e fui
devorada por sua fome bestial.
— Caralho! Esse cuzinho quente e apertado ainda vai me
matar. Vou encher ele de porra. — Suas palavras sujas me
consumiam.
Levei minha mão à boceta e me estimulei, enquanto ele
socava na minha bunda sem dó. Aquele foi o nosso fim. Gozamos
juntos, ardorosamente, embevecidos e sem fôlego.
Algum tempo depois, Renzo saiu de dentro de mim, me
pegou no colo, e nós fomos para o banheiro. Ele ligou o jato de
água quente do chuveiro, fazendo nossos corpos relaxarem entre
beijos e carícias.
Renzo
Alguns dias depois
Renzo
Quando minha mulher demorou minutos a mais que o normal
no banheiro, eu já sabia que alguma porra estava acontecendo.
Seguindo meus instintos, saí atrás dela, e Gabriele me seguiu.
— Quem você pensa que é pra me dar ordens, sua putinha?
— Identifiquei uma voz masculina e senti meu sangue ferver. Meus
instintos me alertaram, imediatamente, de que era alguma coisa
com a Antonella. — Se não sair da minha frente agora mesmo,
apanhará também pra aprender a não se meter no que não é da sua
conta — o homem falou, visivelmente bêbado e irritado.
— Sou Antonella Bellini, seu maldito. E você é um homem
morto. — Era ela. Eu sabia.
Corri, seguindo as vozes, e os encontrei atrás dos banheiros.
— O que você disse, Stefano? — rosnei.
Minha fúria transbordou ao encontrá-lo, enraivecido, olhando
Francesca abraçada à Antonella, tremendo e chorando. Como o
maldito ousou ofender a honra da minha mulher, além de espancar a
própria esposa? Apesar de essa porra de comportamento ser comum
no mundo machista da máfia, eu não tinha conhecimento do caso
deles.
— Eu... — O verme engoliu em seco e, diferente do valentão
que agredia a esposa indefesa, diante de mim ele pareceu se dar
conta de que tinha acabado de assinar sua sentença de morte.
— Leve a garota daqui e entregue-a aos pais — ordenei a
Gabriele, e a menina saiu dos braços de Antonella para acompanhar
meu soldado, sem hesitar.
Aproximei-me do infeliz e, imediatamente, ele recuou um
passo, fazendo menção de correr. Covarde do caralho. Sem perder
tempo, tirei minha pistola do coldre, engatilhei e apontei para ele,
fazendo-o desistir daquela estupidez. Eu o pegaria de qualquer jeito,
e ele sabia disso.
— Nem adianta correr. Você já está morto — sentenciei, e o
pânico em seus olhos alimentou minha fúria.
— O que está acontecendo aqui? — Gaetano perguntou,
chegando ao meu lado.
— Depois te explico. Por ora, mande os soldados levarem
esse desgraçado para o galpão e o manterem amarrado até eu
chegar lá.
Meu irmão assentiu e saiu arrastando Stefano, torcendo seus
braços atrás das costas. Nesse momento, voltei minha atenção para
Antonella, que observava tudo calada.
— Venha comigo. Preciso falar com você — falei, sério.
Segurei em sua mão, conduzindo-a para uma das salas de controle
do salão, onde dois soldados monitoravam a festa através das
câmeras. — Deixem-nos a sós — ordenei, e os homens saíram
rapidamente.
Tranquei a porta atrás de nós e olhei para minha esposa
atacada. Mesmo sabendo que eu estava puto com seu
comportamento, Antonella sustentou meu olhar, mantendo o nariz
empinado, pronta para me desafiar.
Antonella
Renzo
Alguns dias depois
Antonella
Fazia um frio cortante quando desembarcamos no aeroporto
de Palermo naquela manhã de dezembro, então Renzo ajeitou o
cobertor dos nossos filhos, antes de sairmos da aeronave; ele
carregava os meninos no bebê conforto, enquanto Gaetano levava
Valentina.
Depois de recebermos rápidos abraços, as crianças foram
tiradas deles pelos meus pais e pela Glenda, que nos aguardavam
com uma frota de soldados da Cosa Nostra, visto que Noah avisou
que não precisaríamos levar nenhum da Ndrangheta. Como era
época de Natal, Renzo também liberou Gabriele e Antonio para
comemorarem com suas famílias.
Um tempo depois, fomos recebidos no complexo com um
farto café da manhã organizado pela vó Lili e vô Enzo; meus irmãos,
tio Inácio, tia Nina, Bella, Vito, Vincenzo, Sophia e os filhos também
estavam presentes. Foi uma bagunça.
Valentina e Lorenzo se adaptaram bem à confusão, pois eram
sociáveis como eu. Contudo, Enzo, que era ranzinza igual ao pai, não
parou de resmungar, certamente incomodado por passar de colo em
colo.
Eu me sentia tão feliz por estar perto da minha família que
era impossível parar de sorrir. Vez ou outra, percebia Renzo me
olhando com ares de riso, admirado com minha alegria.
Meus cunhados engataram em um papo animado com os
meninos, porém, em várias ocasiões, flagrei Gaetano olhando para
Bella que, na maioria das vezes, retribuía o olhar. Esses safados
acham que me enganam. A química entre os dois era perceptível.
Nathan não tem a menor chance, só falta Bella descobrir isso, e o
prostituto do meu cunhado se render.
Gaetano parecia enfeitiçado pelo canto da sereia sempre que
olhava para minha prima. Renzo se preocupava com esta situação,
principalmente tendo em vista que havia Nathan nesta equação.
Meu marido alegava que o irmão tinha um interesse doentio em
arrumar problemas, e eu sabia que ele tinha razão.
— Quero todos na Vanity esta noite — Edward falava, quando
me aproximei do grupinho no qual ele, Gael, Louis, Vito e Ethan
conversavam com meus cunhados.
Os outros homens estavam espalhados pela sala. Meu marido
conversava com Vincenzo e Theo num canto; meu pai estava
reunido com meu avô e tio Inácio em outro; minha mãe e nonna Lili
batiam um papo aparentemente engraçado com Glenda, Sophia,
Lunna, Beatrice, Gine e Bella há poucos metros dali.
— Você e Renzo também, Nella — Edward chamou minha
atenção. — Deixem os trigêmeos com a mamma e a nonna.
— O que terá de especial na Vanity hoje? — perguntei,
curiosa.
Renzo
Quando chegamos à casa dos meus sogros, subi para ver
meus filhos, e Antonella ficou no andar de baixo para comer alguma
coisa. Entrei silenciosamente no quarto em que eles estavam,
observei-os dormindo serenamente em seus bercinhos e só então
respirei aliviado. Para mim, aquela imagem traduzia a paz; nada era
capaz de acalmar tanto o meu coração quanto ver minha família em
segurança.
Desliguei a babá eletrônica para que, quando eles
acordassem, não incomodassem minha sogra e ajeitei a coberta dos
meninos. Quando me aproximei do bercinho da Valentina, ela sorria
em seu sono. Minha filha era perfeita, tão delicada e preciosa quanto
a mãe.
Nunca pensei que pudesse amar tanto o sorriso de alguém
quanto amava o da Antonella, porém o sorriso dos meus filhos me
trazia a mesma sensação de realização. Vê-los sorrir era meu
objetivo na vida, e eu os protegeria até meu último suspiro.
Quando minha esposa entrou no quarto, eu ainda admirava
os trigêmeos. Ela se juntou a mim e, assim como eu, observou-os
com adoração.
— Ainda me pergunto como fomos capazes de fabricar
tamanha perfeição — ela sussurrou e me abraçou por trás, deitando
a cabeça em minhas costas.
Desde que chegamos à Sicília, minha mulher demonstrou
estar mais feliz e radiante do que sempre foi. Vê-la assim me fazia
um bem do caralho.
— Não me admira em nada, já que você é perfeita.
— Acho os três parecidos com você.
— Lorenzo tem traços seus — comentei, rindo.
— Quase nada. Fui salva por um nariz e uma boca. Quanta
humilhação! Pari essas crianças na garra, sem anestesia, e nem se
parecem comigo. A vida é injusta demais. — Eu ri e me virei para
ela.
— A vida não é mesmo nada justa, mi amore. Nunca é. Mas
prometo tentar tornar o mundo um lugar melhor para você e nossos
filhos viverem.
Antonella sorriu e me beijou. Só pela maneira como sua boca
procurou a minha, eu soube que ela estava com tesão.
— Venha! — Ela me puxou pela jaqueta de couro, até
entrarmos no banheiro. — Vamos tomar um banho pra apagar esse
fogo.
Quando fechei a porta atrás de nós, minha mulher me
encarou e começou a se despir sedutoramente. Antonella era a
criatura com mais sex appeal que existia na Terra. Era
humanamente impossível resistir a ela, por isso eu era tão
possessivo.
Ela tirou o sutiã, e eu parei de babar e comecei a tirar minha
roupa também. Quando ela tirou a calcinha, eu já estava nu e louco
de tesão, então puxei-a pela cintura e beijei sua boca com
possessividade.
Ela gemeu e arranhou minhas costas, esfregando a boceta
melada em mim. Afoito, agarrei-a pela cintura, sentei-a na bancada
da pia, abri suas pernas e me ajoelhei no meio delas, com o rosto
bem de frente para sua boceta deliciosa. Passei a língua por toda a
sua extensão, e ela gemeu baixinho, segurou meus cabelos e elevou
os quadris, me oferecendo mais.
Enquanto a lambia, enfiei um dedo nela e senti seu corpo
estremecer. A safada levantou as pernas e apoiou os pés na
bancada, arreganhando-se mais para mim. Segurei em seus quadris,
fartei-me com a carne melada e a penetrei com o segundo dedo,
sentindo seu corpo ondular, delirante. Dediquei minha atenção ao
nervo sensível, movimentando a ponta da minha língua ali, enquanto
a fodia com os dedos.
— Aaaaa — ela gemeu, rouca, esfregando-se na minha cara e
resmungando palavras desconexas, enquanto eu sugava sua boceta
alagada pelo gozo.
Nos seus últimos espasmos, levantei-me e beijei sua boca,
engolindo seus gemidos, antes que acordasse as crianças.
— Sua vez — ela disse, com cara de safada, ao cessar nosso
beijo.
Antonella me encostou na bancada, se ajoelhou à minha
frente e, sem desviar seus olhos dos meus, sugou meu pau com
avidez. Porra! Joguei a cabeça para trás, controlando meu ímpeto de
debruçar seu corpo sobre aquela bancada e fodê-la com brutalidade.
A boca dela era o paraíso, mas sua boceta era meu oásis, e eu
queria me fartar nela.
Deixei que ela me sugasse até eu quase gozar, depois puxei-a
para cima e virei-a de costas para mim. Já estava pronto para me
enterrar nela quando fui surpreendido por suas palavras:
— Hoje, eu quero só na bunda. — A voz melosa e sedutora
que ela usou para proferir aquelas palavras devassas quase me fez
gozar.
— Caralho! Você quer me enlouquecer. Assim você me mata
de tesão e me deixa maluco, Antonella. — Meu pau inchou, pulsou e
ficou melado, ansioso por aquele cu gostoso.
— Cala boca e fode, logo, a sua putinha.
Antes que eu gozasse na porra da mão, lambuzei meu pau
nos fluidos dela, guiei-o até o buraquinho delicioso da minha mulher
e penetrei vagarosamente. Por mais que ela adorasse sexo anal, se
eu entrasse de uma vez só, poderia machucá-la.
Nem precisei pedir que ela relaxasse; tão viciada em anal
quanto eu, Antonella soube o que fazer. Ela relaxou e, logo, eu
estava totalmente dentro. Segurei em sua cintura e estoquei, de
início devagar, até ela se acostumar com as investidas. Pelo reflexo
do espelho, eu conseguia ver sua expressão de êxtase: a boca
entreaberta emitindo gemidos baixos, os olhos revirados de prazer, e
a pele, suada e vermelha. Ela gostava de ser fodida na bunda e,
caralho, eu amava comer o cu dela. Essa mulher nasceu pra mim!
Quando Antonella rebolou no meu pau, percebi que estava
pronta, então levei uma mão ao seu seio, acariciando-os, estimulei
seu clitóris com a outra e intensifiquei as estocadas em seu cu.
— Goza, safada. Goza, enquanto eu como seu rabo. —
Minhas palavras sacanas sempre eram afrodisíacas para ela.
Quando seu corpo convulsionou, eu soube que o orgasmo
estava chegando, e ela não conseguiria se conter. Imediatamente,
tirei a mão do seu seio e tapei sua boca, para que não acordasse os
bebês. Num timing perfeito, ela se libertou entre gemidos abafados.
Ainda socando em sua bunda, observei atentamente seu
rosto no espelho, admirando-a se desmanchando de prazer. Foi a
cena mais excitante e erótica que já vi. Impossibilitado de me
segurar, esporrei forte, enchendo seu cu com a minha porra, e fiz
uma força sobrehumana para não urrar de êxtase.
Depois dos orgasmos potentes, tomamos um banho rápido e
caímos na cama, exauridos.
No dia seguinte, após o café da manhã, fui até a casa da
Glenda, pois tinha um assunto sério para resolver.
— Bom dia — minha irmã disse, sorridente, e me abraçou.
— Bom dia, baixinha. — Apertei-a em meus braços e beijei
sua testa.
— Entra! — Ela me puxou para dentro, ainda vestida em um
pijama e com cara de sono, até chegarmos à sala de jantar onde
estavam Ethan, Gine e Isa. — Veio tomar café conosco?
— Não. Já comi. Obrigado — respondi, em seguida
cumprimentei Gine e Ethan com um bom-dia.
— Titio — Isa me chamou, empolgada. Ela estava sentada em
sua cadeira de alimentação, então fui até lá e beijei sua cabeça
cheirosa.
— Oi, principessa. Você está cada dia mais linda, sabia? —
elogiei, e ela sorriu.
— E a cada dia mais parecida comigo. Se isso foi um elogio
para mim, obrigado, cunhado. Você também é arrumadinho — Ethan
brincou.
— Até hoje, me pergunto como é possível a Isa ser tão linda
e, ao mesmo tempo, tão parecida com um pai feio.
— Papa monito — Isa defendeu, me olhando com cara feia.
— Isso mesmo, filha. Papai é lindo igual a você — Ethan
falou, orgulhoso.
— Igal eu — ela repetiu, e eu fui obrigado a deixar passar.
Beijei outra vez sua cabeça e me dirigi novamente à minha
irmã.
— Onde está o irresponsável do seu irmão caçula?
— Dormindo. Nem vi a hora que ele chegou.
— Vou acordá-lo. Preciso falar com ele — avisei, e Glenda
assentiu.
Subi até o quarto em que Gaetano sempre ficava quando
íamos à Sicília. Felizmente, a porta estava destrancada. Entrei de
qualquer jeito, fazendo um pouco de barulho propositalmente, e ele
deu um pulo e se sentou na cama.
— Porra, Renzo! Quer me matar de susto já de manhã,
caralho?
Ignorando seu resmungo, peguei o controle das cortinas na
mesa de cabeceira e abri todas elas, deixando a luz entrar.
— Fecha essa porra. Estou com uma dor de cabeça do
caralho.
— Foda-se! Você adora me provocar dores de cabeça, então
estamos quites.
— O que fiz dessa vez, carrasco?
— Posso te dar uma lista. — Sentei-me na poltrona, de frente
para a cama. — Que tal começarmos falando sobre a maneira
descarada como você ficou olhando para Bella, sendo que ela estava
acompanhada? Correu o risco do cara ver e, com razão, arrumar um
problema.
— Quero que aquele merda vá se foder!
— É ele que está com ela, porra. Não você! — falei, sério, e vi
o olhar do Gaetano escurecer de raiva. Sem me importar em
provocá-lo, continuei: — Insatisfeito, você foi atrás dela no banheiro
e, para fechar com chave de ouro, usou a garota que estava
interessada em você para provocar ciúme na Bella, agindo como um
adolescente imbecil. Está bom pra você ou quer mais?
— Será que você pode me deixar acordar direito, antes de me
bombardear com críticas? Fui dormir quase de manhã, caralho! —
ele reclamou, esfregando o rosto.
— Foi dormir quase de manhã fazendo merda; fodendo a
garota que não tinha nada a ver com essa história, desrespeitando-a
e usando-a como estepe.
— Eu não fodi ninguém, Renzo. Dispensei a menina assim
que vocês saíram e fiquei bebendo com seus cunhados. Admito que
fui um idiota. Mas não sei o que me deu, cara — ele falou, um pouco
mais calmo, em seguida se levantou.
— Caralho! Vá logo vestir um short, Gaetano. Não sou
obrigado a ter essa visão do inferno. Porra! Era só o que me faltava.
O bastardo riu e caminhou calmamente em direção ao closet,
sem vergonha alguma. Minutos depois, voltou vestido.
— Sei que você ficou impressionado com o tamanho, mas não
tenho culpa de ser acima da média. Além disso, ninguém mandou
você invadir meu quarto. Eu durmo pelado, porra.
— Você sequer trancou a porta, bastardo. E se fosse a Isa?
— Ah, caralho, esqueci. Fui um idiota outra vez. Mas… em
minha defesa… eu estava muito bêbado e não estou acostumado a
ter crianças em casa.
— Pare de usar a bebida pra justificar suas merdas. Você está
acostumado a beber.
— Não como ontem.
— Espero que não tenha voltado pra cá dirigindo.
— Claro que não, porra. Acha mesmo que sou tão
irresponsável?
— Quer mesmo que eu responda?
— Óbvio que não. — Ele riu, com a cara mais descarada do
mundo. Meu irmão não tinha jeito. — Alguns soldados nos
trouxeram. Nenhum de nós estava em condições de dirigir.
— Menos mal.
Gaetano foi para o banheiro e, após alguns minutos, voltou
com uma cara melhor.
— Realmente, não sei o que aconteceu comigo ontem. Bella é
irresistível pra caralho, irmão. Quem pode me culpar?
— Eu posso! Quer a garota? Então, assuma seu interesse.
Converse com ela, depois com Inácio... Ainda dá tempo, porque eles
estão se conhecendo; Nathan não fez um pedido oficial de noivado.
Se vocês se sentem atraídos um pelo outro, cheguem a um acordo.
Se bem que… Depois da merda que você fez ontem, beijando a loira
na frente de todo mundo, nem sei se Bella vai querer olhar na sua
cara.
— Você acha que ela também está atraída por mim? — meu
irmão perguntou, com cara de idiota, como se aquilo fosse a única
coisa importante dentre todas as que falei.
— Acho, Gaetano. Mas ela parece ter uma personalidade
forte. Você terá que fazer as coisas direito se quiser conquistá-la.
— Ela me deu um tapa na cara, quando estávamos no
banheiro — ele contou, com ares de riso, como se fosse uma coisa
boa. Preferi ignorar e focar no que era sério.
— Se Bella aceitou ser cortejada pelo Nathan é porque se
sente pronta para assumir um compromisso. Então, se você a quer,
terá de oferecer o mesmo que ele.
— Namorar, noivar e casar? — Gaetano inquiriu, como se eu
tivesse dito algo absurdo.
— Exatamente isso!
— Não, muito obrigado. Não estou pronto pra isso, Renzo. É
um passo muito grande. Não quero casar nem tão cedo. Rocco é o
próximo, e eu não vou furar fila.
— Deixa de ser idiota. Essas coisas, a gente não escolhe,
aparecem na nossa vida. Se você não tomar uma atitude agora,
Bella se casará com Nathan, e aí será tarde demais para reivindicá-
la.
— Ela não fará isso. Conversamos sobre isso na Calábria, e
ela também disse que não pensava em se casar tão cedo.
— Talvez, o que aconteceu na Calábria tenha mudado o
pensamento dela.
— Como assim?
— É difícil construir uma lógica quando não sei o que
exatamente aconteceu entre vocês, Gaetano, mas sei que vocês não
fizeram promessas um ao outro e, muito menos, firmaram um
compromisso, já que ambos seguiram suas vidas depois que ela
voltou pra Sicília. — Meu irmão me olhou atentamente, como se
estivesse ávido por respostas, tentando entender a própria vida. —
As mulheres pensam diferente de nós, cara. Talvez ela tenha se
arrependido, se sentido usada e, por isso, decidiu mudar de postura
e encontrar um cara que a valorize. Então, escute meu conselho: se
quer aquela menina, sua única chance é assumir um compromisso
com ela agora. Amanhã pode ser tarde demais.
— Não me imagino casado, irmão. Bella é linda, gostosa,
inteligente… Mas, porra, não estou pronto para dedicar o resto da
minha vida a uma mulher só — ele disse, sem tanta convicção, mas
não o alertei em relação a isso. Ele aprenderá com os próprios erros.
— Olhe pra mim, sou um cara casado e feliz pra caralho. Você
deveria me usar como exemplo e perder esse medo, mas se não
quer, não vou insistir. Só tenha consciência de que terá de aguentar
as consequências das suas escolhas. Outra coisa, você está proibido
de importunar Bella e, principalmente, provocar Nathan. Respeite o
relacionamento dos dois. Isso é a porra de uma ordem!
Gaetano não respondeu, pois sabia que não havia espaço
para discussão. No entanto, seu olhar deixava claro que não me
obedeceria. Seria uma confusão do caralho, e todos sabiam disso,
exceto meu irmão idiota.
Bella
Antonella
Naquela noite, aconteceria a festa de Natal da Cosa Nostra, e
tínhamos marcado um dia no SPA para cuidar de nós. Isso me fez
acordar superanimada, pois fazia tempo que eu não curtia um dia
assim com minhas tias e primas.
— Bom dia, meu pedacinho de estresse e arrogância —
cumprimentei meu marido, que ainda estava sonolento ao meu lado.
— Se acordou me xingando é porque está animada. — Renzo
entrou na brincadeira.
— Não te xinguei, marido. Essas são qualidades suas que eu
amo. Mas, sim, estou animada. Aliás, animadíssima!
— Posso saber por quê?
— Porque é dia de relaxar na companhia das minhas primas
e, mais tarde, teremos festa. Mesmo que eu não seja tão fã dos
eventos da famiglia, será ótimo sair um pouco.
— Eu tinha me esquecido dessa comemoração de hoje. Como
se não bastasse passar por essas merdas na Calábria, tenho que
frequentá-las aqui também — meu rei da rabugice resmungou.
— Deixa de ser ranzinza, Renzo. Ninguém mandou se casar
com uma mulher fora da Ndrangheta. Terá que aturar duas festas,
sim, e sem cara feia.
— Você devia ter vergonha de falar isso, sua descarada. Foi
você que me seduziu, ou melhor, praticamente me obrigou a casar.
— Dessa vez, ele me arrancou uma gargalhada.
— Só dei o que você já queria: motivos para se render.
Admita que, para um homem que não queria sentimentalismo, você
gamou rapidinho na morena aqui.
— Isso é impossível de negar, mi amore. Você foi minha
rendição. Eu te amo, minha rainha maluca.
Eu estava levantando para ir ao banheiro quando ele me
agarrou pela cintura, me jogou na cama e subiu em cima de mim, já
me beijando e se encaixando no meio das minhas pernas. Suas
mãos deslizaram sobre minha pele, e meu corpo reagiu
automaticamente àquele toque.
Seu pau duro pressionava minha vagina por cima da calcinha
de renda já melada, e a coisa começava a pegar fogo, quando fomos
interrompidos por um choro cheio de raiva. Era Enzo, que costumava
acordar faminto e mal-humorado.
— Sua miniatura acordou — brinquei, e meu marido saiu de
cima de mim, rolando seu corpo para o lado com um semblante
sofrido.
— Ele tem um timing perfeito. É impressionante!
— Pegue-o, por favor, enquanto faço xixi e escovo os dentes
— pedi, levantando da cama.
— Assim você me complica, meu filho. Papai precisa
desestressar. — Escutei Renzo falando ao Enzo, enquanto eu entrava
no banheiro rindo.
— Tem certeza de que dará conta dos trigêmeos com a ajuda
do meu pai e dos seus irmãos? — perguntei ao Renzo, quando
descíamos para tomar o café da manhã na casa dos meus pais.
— Desde que você tire o leite para eles, porque não posso te
substituir nisso, nós ficaremos bem. — Ele beijou a cabeça dos
meninos, que estavam em seu colo. Valentina estava comigo.
— Vou tirar com a bomba e deixar na geladeira.
— Então, tudo certo.
Antonella
— O que aconteceu? — perguntei, assim que Renzo parou ao
meu lado.
Meu marido respirou fundo e passou a mão no rosto,
visivelmente alterado. Assustei-me ao ver que os nós de seus dedos
estavam levemente esfolados.
— O que é isso na sua mão? Não me diga que bateu em
alguém. — Embora eu soubesse que seu silêncio era uma tentativa
de evitar explodir de vez, me irritei mesmo assim. — Renzo, estou
falando com você — falei, um pouco mais ríspida.
— Me dê um minuto, Antonella — ele respondeu,
entredentes, e eu me calei. Bella nos olhava sem entender nada.
A respiração do Renzo estava pesada, e eu conhecia aquele
fogo que ardia em seus olhos. Era raiva. Estávamos em um canto
mais afastado do salão, perto da área externa; felizmente, não havia
ninguém por ali.
— Escutei aquele filho da puta do Dylan se referindo a você
de forma obscena enquanto conversava com Nathan no banheiro.
Estou fazendo um esforço tremendo para não mandar a prudência
pra casa do caralho e matá-lo agora mesmo — ele nos explicou,
depois de alguns minutos.
— Nathan também falava da Nella? — Bella perguntou,
espantada.
— Não, mas também não demonstrou indignação com as
merdas que o primo disse, apenas o aconselhou a parar com o
assunto, pois Antonella era casada.
— Aí vocês brigaram no banheiro — constatei, apontando
para as juntas de seus dedos.
— Não. Eu acabei com ele; soquei a cara do maldito e quebrei
seu nariz. Agora, ele já deve estar indo embora. Nathan prometeu
que, se eu não o matasse, o tiraria da festa.
— Renzo, olhe pra mim. — Segurei seu rosto com as duas
mãos. — Dylan é só mais um babaca machista e cafajeste como
muitos na máfia. Tenha calma.
— Calma? Não me peça isso, Antonella. O bastardo falou da
mulher errada, falou da minha mulher, porra!
— Eu sei, mas você já quebrou o nariz empinado dele. Ele já
teve o que mereceu e pronto, não vale a pena alimentar essa raiva.
Respire fundo e se acalme. Já passou. Ele já foi. — Dei um selinho
no meu marido, na tentativa de melhorar seu humor. — Vamos
continuar curtindo a nossa festa.
Agarrei a mão dele e da Bella e os puxei para o centro do
salão, onde ficava nossa mesa. Renzo não fez questão de disfarçar a
cara de puto, contudo já estava perto da hora do jantar, depois só
faltaria o discurso e poderíamos ir embora.
Bella
Renzo
Na manhã seguinte, ainda puto pra caralho, entrei no quarto
do Gaetano já despejando minha revolta com suas atitudes
irresponsáveis.
— Você tem merda na cabeça, porra?
— Bom dia, meu carrasco favorito. Seja bem-vindo ao meu
humilde quarto — ele ironizou.
Meu irmão sentou na cama, tranquilamente, esfregando o
rosto. Ao que parecia, não se surpreendeu com minha visita, bem
como não demonstrou arrependimento pela merda que fez na noite
anterior.
— O que você pensa que está fazendo, Gaetano? Acha que o
Inácio terá sangue de barata a vida toda? — explodi. Mesmo
suspirando de insatisfação, ele teve a decência de se manter calado,
me ouvindo atentamente. — O cara estava controlando uma raiva
dos infernos e, tenha certeza, ele não fez isso em consideração a
mim ou a você, mas à própria filha e à esposa. Se não fosse por
elas, a reação dele teria sido bem pior.
— Calma, Renzo. Você está fazendo tempestade em um copo
d'água.
— Tempestade em… — bufei de ódio ao ver o pouco caso que
Gaetano fazia da situação. — Sabe o que eu faria se um moleque
irresponsável, que já deixou claro que não pensa em casamento,
saísse sozinho com a Valentina e sem a minha autorização? Eu o
mataria! E seria uma morte dolorosa.
— Inácio me conhece, cara. Ele sabe que eu protegeria a
Bella com a minha própria vida.
— Não interessa, porra! Além de tudo, a menina tem
compromisso com outro cara e…
— Foda-se aquele babaca. Ele não a merece — meu irmão se
alterou também. — Ela estava triste e infeliz, porra. Eu só queria
fazê-la sorrir!
— Já que se importa tanto e quer cuidar da felicidade dela,
assuma a porra de um compromisso. Faça as coisas da forma
correta e pare de agir como um adolescente inconsequente.
— Não quero me casar agora, Renzo. Na máfia, namoro,
noivado e casamento acontecem em um pulo, e eu não estou pronto
pra essa porra. Bella é linda, maravilhosa, inteligente e divertida,
mas eu não sirvo para ser marido de ninguém, muito menos dela.
Essa porra não é pra mim.
— Então, deixe a menina em paz.
— Do jeito que você fala, parece que faço mal a ela.
— E não faz? Acha mesmo que não confunde a cabeça dela
agindo assim? Acha que ela pensa como você, que consegue separar
os sentimentos do casual? — inquiri, e ele me olhou pensativo, como
se nunca tivesse parado para analisar a situação por esse prisma. —
As mulheres são diferentes de nós, Gaetano. Se Bella confia em você
a ponto de largar tudo para trás e fugir de uma festa com você, é
porque está apaixonada.
— Corta essa, Renzo. Ela não está apaixonada! Ela só curte
aventuras, assim como eu.
— Você acredita mesmo nisso? — questionei, mas não obtive
resposta. — Claro que não, só está se enganando, afinal é
conveniente pra você. Vou te falar pela última vez, Gaetano: assuma
um compromisso com aquela menina ou se afaste definitivamente e
deixe-a viver a vida dela. Bella é da família, é uma menina sensível e
merece um cara que a valorize.
— Eu a valorizo.
— Assim? Sem querer um compromisso com ela?
— Tudo bem, Renzo. Você venceu. Ficarei na minha e deixarei
a garota em paz — ele falou entredentes, visivelmente irritado. — Se
é só isso, pode sair.
— Não coloque todos nós em uma situação ruim, Gaetano. Se
o Inácio tivesse perdido a cabeça ontem e quisesse te dar a porra de
um tiro, você acha que eu teria sangue frio para ficar assistindo o
cara matar meu irmão? E se um de nós revidasse? Olha a merda que
ia dar, porra! Ele é tio da minha esposa; nossa irmã também é
casada com um deles; somos aliados e estamos na casa deles. Pelo
menos uma vez na vida, pare de pensar com a porra do pau e
coloque a cabeça no lugar.
— Você está certo.
— Se quiser a Bella da maneira correta, conte comigo. Caso
contrário, apenas se afaste — dei um ultimato e saí do quarto para
esfriar a cabeça.
No andar de baixo, apenas Gine, que tinha aberto a porta
para mim, estava lá. A casa continuava totalmente silenciosa, assim
como quando cheguei, pois ainda era cedo.
— Tome um café antes de ir, meu filho. Acabei de passar.
Eu gostava de tomar o café da manhã na companhia da
minha mulher, mas Ginevra me olhou de maneira tão afetuosa que
foi impossível negar o convite.
— Só um café puro, Gine, porque vou comer com a Antonella
daqui a pouco. Pra falar a verdade, nada mais que um café me
desceria agora.
— Gaetano está dando dor de cabeça, não é? — ela
perguntou, servindo o líquido fumegante em uma xícara.
— Quando é que ele não está? — Sentei-me à mesa da
cozinha, ao lado dela. — Espero sinceramente que meus filhos não
tenham puxado a personalidade inconsequente do tio. Já basta um
Gaetano na minha vida.
— Também não é assim, Renzo. Meu menino é bom. É um
pouquinho irresponsável, mas, logo, amadurecerá.
— Ele está brincando com a filha dos outros, Ginevra. Não
foram esses os princípios que eu o ensinei nem o exemplo que dei.
— Eu sei, filho. Mas… sabe o que eu acho? Gaetano gosta
daquela menina, só não se deu conta disso ainda.
— Independente disso, ele não pode desrespeitar o Inácio
dessa forma. Eu nunca aceitaria que fizessem isso com a Glenda,
jamais aceitarei que façam com a Valentina, então também não
quero que meus irmãos façam com as filhas alheias.
— Não fique tão nervoso. As coisas vão se ajeitar. Agora, você
tem esposa e três pequenos anjos que precisam de seus cuidados.
Seus irmãos já são homens feitos, deixe que se resolvam.
— Rocco é outro que me preocupa. Ele está escondendo
alguma coisa e já faz tempo; finge estar bem, mas sei que, no
fundo, há algo tirando sua paz. O que me estranha é ele ter perdido
a confiança em mim para contar qualquer coisa.
— Não é questão de confiança. Rocco sempre foi um rapaz
fechado, assim como você. Seu irmão certamente não quer te
preocupar com os assuntos dele.
— Mas eu me preocupo de qualquer maneira.
— Pois tente se preocupar menos. Você terá um longo
caminho com os trigêmeos, e eles precisarão de toda a sua energia.
Deixe Rocco e Gaetano resolverem os próprios problemas. Você verá
que os dois não são tão irresponsáveis quanto aparentam.
— Vou tentar, Gine. — Beijei sua mão, em seguida tomei o
último gole do meu café. — Deixe eu ir. Antonella já deve ter
acordado, e eu costumo ajudá-la com as crianças.
— Claro, meu filho. Vá cuidar da sua família. — Ela beijou
meu rosto ternamente, e eu saí.
Quando retornei à casa dos meus sogros, ainda estavam
todos em seus quartos. Fui para nossa suíte e me deparei com
Antonella e meus filhos ainda dormindo serenamente. Lindos.
Aproximei-me dos bercinhos a tempo de ver Lorenzo se
espreguiçando, prestes a acordar. Quando abriu os olhinhos e me
viu, ele sorriu para mim. Definitivamente, ele tinha puxado à mãe
aquele bom humor matinal. Tudo o que tirava minha paz ficou para
trás diante daquele sorriso inocente.
Peguei meu filho no colo, enrolei-o na manta e,
silenciosamente, fui com ele para a sacada do quarto. Respirei fundo
o ar da manhã e observei a área verde do complexo. Exceto os
soldados espalhados pelo local, aquele parecia ser um lugar familiar,
de paz.
Fazia um silêncio absoluto, então pus Lorenzo encostado em
meu peito, de costas para mim. Como se tivesse a mesma percepção
que eu em relação àquela paisagem, ele agitou os braços e pernas,
parecendo empolgado com o balançar das árvores.
Meus momentos com meus filhos eram sempre de paz. Nada
externo conseguia desfazer aquela sensação de plenitude que
invadia meu peito ao segurar qualquer um deles e saber que tinha
sua mãe, a mulher que eu amava, ao meu lado. Antonella me deu
tudo e ainda que eu me arrastasse aos seus pés, jamais seria capaz
de retribuir o que ela trouxe junto a si para a minha vida.
— Você também gosta daqui igual à mamãe, não é, meu
filho? — Beijei sua cabecinha cabeluda. — Mas seu lugar é na
Calábria, com o papai. É lá que, um dia, você reinará ao lado do seu
irmão e, talvez, se seus tios tomarem juízo, ao lado de seus primos.
— Lorenzo deu um gritinho animado, como se aprovasse minhas
palavras. Aquele não era o destino que eu queria para eles, mas
sabia que era inevitável. — Prometo nunca deixá-los sozinhos, mas
você e Enzo deverão me ajudar na missão de proteger sua irmã,
assim como seus tios e eu sempre protegemos a tia Glenda.
Enquanto o papa viver, estarei ao lado de vocês e lutarei para adiar,
ao máximo, minha partida.
Senti a presença de Antonella, antes mesmo de escutá-la.
Instantes depois, braços delicados me envolveram por trás.
— Madrugou, né? Aposto que acordou mais cedo só para
brigar com Gaetano, meu velho rabugento.
— Não estrague meu momento de paz com meu filho falando
daquele irresponsável. — Virei-me de frente para ela e quase tive
uma síncope ao perceber que usava apenas a microcamisola, sem o
robe. Imediatamente, postei-me à sua frente. — Antonella, tem uma
porrada de soldados espalhados pelo complexo, e você está
seminua, caralho. Vamos entrar
— Bom dia pra você também, marido. — Ela me abraçou pelo
pescoço e beijou minha boca.
Entre nós dois, Lorenzo se balançou, animado com a
presença da mãe. Fui andando devagar com ela agarrada a mim,
levando-a de volta para o quarto e protegendo-a dos olhares dos
soldados.
— Bom dia, meu bebê — ela falou com o filho, ao cessar
nosso beijo, e ele se jogou em seus braços.
Um resmungo raivoso quebrou o silêncio do quarto, e eu
soube que era nosso primogênito mal-humorado. Fui até o berço e
peguei Enzo no colo.
— Oi, meu filho — cumprimentei-o, e ele deu um sorriso
contido para mim enquanto se espreguiçava em meus braços.
Sentei-me com ele na cama, e Antonella colocou Lorenzo ao
meu lado, para ir ao banheiro. Quando voltou, minha mulher o
pegou novamente, dessa vez para amamentar, enquanto eu entretia
Enzo. Depois de mamar e arrotar, Lorenzo ficou quietinho na cama,
e foi a vez do irmão se alimentar. Nesse meio-tempo, Valentina
acordou, e eu a segurei nos braços até que chegasse sua vez.
Depois, demos banho nos três. Essa era nossa rotina matinal desde
que os trigêmeos nasceram.
No início, tudo o que envolvia meus filhos parecia apavorante.
Eu tinha medo de machucá-los ou deixá-los cair durante o banho,
porém adquiri confiança com o passar dos dias, relembrando minha
experiência com a Glenda, embora a nova jornada fosse tripla.
— Nós temos planos para hoje à noite — Antonella me avisou
enquanto penteava os cabelos da Valentina e ajeitava nela a tiara
com um laço enorme.
— Temos? — perguntei, tentando me lembrar de algum
compromisso marcado.
— Sim, temos! — Seu tom de voz soou diferente.
— O que você está aprontando, Antonella Bellini?
— Eu, você, muito sexo e suor! — ela respondeu, cheia de
malícia. — Reservei a mesma suíte daquele hotel onde tivemos
nossa primeira vez. Seremos só nós dois.
— E quem ficará com as crianças?
— Minha mãe e Mary. Já combinei com elas. Hoje, teremos
um vale night! Encare-o como o meu presente de Natal para você.
— O melhor presente. Mal posso esperar — respondi, ansioso.
Antonella
Antonella
Na manhã seguinte, eu já estava morrendo de saudade dos
meus filhos. Quando eu chegasse em casa, ficaria agarradinha a eles
durante o restante do dia, para compensar minha ausência.
Contudo, a noite com meu marido foi tão memorável que valeu a
pena o esforço de ficar longe das crianças por algumas horas.
Depois da nossa foda quente e brutal, fizemos amor mais
duas vezes e foi igualmente maravilhoso. Renzo era um homem
potente e insaciável, que me proporcionava sensações inimagináveis
e me levava ao limite do prazer, à beira da loucura.
Estávamos terminando o café da manhã para irmos embora.
Já havíamos tomado banho e, dessa vez, eu usava uma roupa
quente e confortável. Apesar de termos dormido menos de duas
horas, eu me sentia radiante e cheia de energia.
Toda mulher precisava, pelo menos de vez em quando, deixar
um pouquinho de lado sua versão mãe e resgatar a versão mulher,
sexy e selvagem, para se sentir bonita, gostosa, adorada…
exatamente como eu me sentia naquela manhã. O jeito com que
Renzo me olhava, como se eu fosse a pessoa mais preciosa do
mundo, fazia toda a diferença também. A bem da verdade, era
recíproco. Éramos preciosos um para outro; nossa família era
preciosa; tudo o que construímos até ali — o amor, a parceria e a
cumplicidade — eram inestimáveis.
— Já que você me deu um presente adiantado, acho justo
entregar um dos seus também. — Renzo se levantou da mesa,
caminhou lentamente até sua jaqueta, pegou uma caixinha de
veludo e me entregou.
— Mais joias? — exclamei, parecendo uma criança
empolgada.
Eu ganhava muitas delas. Todos os meses, em nossos
aniversários de casamento, chegavam peças exclusivas de Dubai.
Eu, claro, não me cansava de ser mimada.
— Abra — ele respondeu, rindo da minha reação.
Ao abrir a caixa, senti vontade de chorar. Era uma
preciosidade, não apenas em relação ao valor material, mas ao seu
significado: mais pingentes para o meu bracelete. Peguei o primeiro
e admirei a delicadeza de cada detalhe. Eram os trigêmeos;
Valentina no meio, e os dois irmãos, um de cada lado, segurando
suas mãos.
O presente era tão perfeito que me faltaram palavras. Sorri
para o meu marido, emocionada e incapaz de externar o que sentia.
Ele sorriu de volta para mim, segurou minha mão por cima da mesa
e a beijou.
— Que bom que gostou, mi amore — ele disse,
demonstrando entender o sentimento que eu não conseguia
transformar em palavras.
— Gostar é pouco. Amei tanto que sou incapaz de descrever.
— Finalmente, consegui falar.
Coloquei o objeto em cima da mesa e peguei o outro, um
pingente de girassol. Desde o nosso casamento, quando Renzo me
deu o buquê, ele sempre dizia que eu era seu girassol.
— São lindos, amor — elogiei, com a voz embargada. —
Ainda nem comprei seu presente de verdade e, agora, diante da
grandiosidade do que você me deu, nem sei o que comprar.
— Você e nossos filhos são meu maior presente, Antonella.
Não preciso de mais nada.
Levantei do meu lugar e fui me sentar em seu colo. Beijei-o
em todo o rosto, em seguida apertei-o em meus braços.
— Você também é nosso presente mais valioso. Obrigada por
ser esse marido incrível, pai maravilhoso e homem honrado. Eu te
amo e tenho um orgulho imenso de você, Renzo Bellini. Meu rei.
Meu tudo.
— Também te amo, Antonella Bellini. Sou o que sou porque
você me amou.
Antonella
— Com quem vocês deixaram as crianças? — perguntei,
massageando os seios.
— Com as avós — Theo respondeu.
— Vou amamentá-los. Meus seios estão cheios, eles devem
estar querendo mamar. Volto já — anunciei, caminhando em direção
à borda da piscina, e Renzo se aproximou para me ajudar, mas fiz
impulso e saí sozinha.
— Volte pra água — ele disse, com seu tom arrogante, assim
que fiquei de pé à sua frente.
Renzo estava com uma das mãos sobre o peito, como se
estivesse à beira de um infarto; sua expressão era de horror, e isso
me assustou.
— O que foi? O que você tem? — perguntei, realmente sem
entender.
— Que porra de biquíni indecente do caralho é esse? — ele
respondeu, puto, abraçando-me e protegendo meu corpo como era
possível.
Não apenas eu, mas todos ao redor acharam graça daquela
reação exagerada. Entretanto, meu rei ciumento e arrogante
permaneceu sério.
— Pelo amor de Deus, Renzo. Estou com a minha família. Só
tem meus primos e irmãos aqui.
— Rocco não é seu parente, nem Cesare ou Vittorio.
— Rocco é seu irmão, e os outros são maridos de minhas
primas, portanto… primos também.
— Vincenzo é primo da Sophia… — ele rebateu, insinuando
que aquela não era uma justificativa plausível, visto que meus
primos se casaram.
— Para de ciúme, Bellini. O único tarado da família é o
Vincenzo, e ele já está casado. Já cansei de falar isso — Edward o
repreendeu enquanto tirava a roupa, ficando apenas de cueca boxer,
e pulava na piscina.
— Minha mulher não é sua prima, bastardo. — Desta vez, foi
Ethan quem reclamou, puto da vida. — Coloque a porra de um
short.
— Nem a minha — Theo e Chase falaram juntos. — Vá
colocar uma roupa adequada, stronzo. — Theo corrigiu nosso irmão,
reforçando o que Ethan tinha falado.
— Cecília, saia dessa piscina agora. Vamos pra banheira da
nossa casa, só nós dois. Será bem melhor. — Noah se aproximou da
borda, segurando um dos roupões que tínhamos largado por ali.
— Ah, não, amor! — ela resmungou. — Coloque um short e
junte-se a nós.
— Vamos todos trocar de roupa e nos juntar a elas, então —
Gael sugeriu.
— Nem fodendo eu saio daqui. A água está quentinha.
Tragam um short para mim — Edward pediu, na maior cara de pau,
em seguida mergulhou.
— Abusado — Louis bufou.
Quando os meninos começaram a sair da área da piscina,
todos resmungando, Renzo finalmente me largou e correu para
pegar um roupão para me cobrir.
— Nós vamos ver as crianças. Vou alimentá-los, mas depois
voltaremos — falei às minhas primas, enquanto meu marido
colocava o roupão em mim como se eu fosse uma criança.
— Onde estão suas roupas? — Renzo perguntou. — Lá fora
está frio, é melhor você se vestir. Só esse roupão não será suficiente
pra te aquecer.
— Estão ali. — Apontei para o vestiário e fui até lá para me
trocar.
Na manhã seguinte
Renzo
Alguns dias depois
O algoz
Madrugada depois do Natal
Antonella
Alguns dias depois
Fim.
Atenção!!!
Até breve.
Beijos da Ary
Gostou do livro?
Compartilhe seu comentário nas redes sociais e AVALIE
na Amazon indicando-o para futuros leitores.
Obrigada!