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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO WILIETE

TRABALHO DE I.E.C

TEMA:

TUBERCULOSE

ELABORADO PELO GRUPO Nº04

 TURMA: F
 PERÍODO: MANHÃ
 10ª CLASSE
 ESPECIALIDADE: ENFERMAGEM GERAL

O DOCENTE

__________________________
MARGARETY DA SILVA

BENGUELA, 2024.
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO WILIETE

TRABALHO DE I.E.C

TEMA:

TUBERCULOSE

ELEMENTOS DO GUPO Nº04

Alberto Gime Nº06


Ermelinda Muhanda Nº25
Ernesto Camissola Nº26
Etelvina Cuca Nº27
Eulária Gomes Nº28
Evaristo Sequesseque Nº29
Evaristo António Nº30
Fernando Alberto Nº31
Filomena Manuel Nº32

BENGUELA, 2024.
DEDICATÓRIA
Com bastante amniverdade dedicamos este humilde, sincero e árduo trabalho, a Deus o
ser supremo que nos da força para fazer sempre o melhor que podemos na vida, e aos nossos
amigos e familiares.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecemos á Deus, por nos dar vida e esta sempre presente
para nos dar força, coragem em todos os momentos da vida.

Aos nossos pais, encarregados de educação, que com paciência, compreensão


souberam nos ouvir e atender as nossas preocupações e estiveram sempre do nosso lado
dando o seu melhor para que esse sonho se tornasse um facto.

A Direcção desta instituição de ensino, aos nossos professores e aos


trabalhadores em geral.

Aos nossos familiares, colegas e amigos que contribuíram directa ou


indirectamente com suas experiencias e conhecimentos.
PENSAMENTO
Um plano de saúde pode ser feito por médicos, mas a saúde é feita
fundamentalmente de enfermagem.

“Emerson Cardoso”
ÍNDICE
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
PENSAMENTO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................7
IMPORTÂNCIA DO TEMA...................................................................................................8
OBJECTIVOS..........................................................................................................................8
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................................9
TUBERCULOSE NO MUNDO...................................................................................................9
TIPOS DE TUBERCULOSE.......................................................................................................9
TRANSMISSÃO.......................................................................................................................10
INFECÇÃO PELO BACILO.....................................................................................................11
EVOLUÇÃO DA DOENÇA......................................................................................................11
DIAGNOSTICO........................................................................................................................12
EXAMES DA TUBERCULOSE...............................................................................................13
EXAME DE BACILOSCOPIA..............................................................................................13
EXAME CLINICO................................................................................................................13
EXAME FISICO....................................................................................................................13
EXAME RADIOLOGICO.....................................................................................................14
TRATAMENTO DISPONÍVEIS...............................................................................................15
TRATAMENTO PARA TUBERCULOSE LACTENTE......................................................15
TRATAMENTO PARA TUBERCULOSE ATIVA..............................................................15
PREVENÇÃO DA TUBERCULOSE........................................................................................16
A TUBERCULOSE EM ANGOLA...........................................................................................17
CONCLUSÕES.........................................................................................................................19
BIBLIOGAFIA..........................................................................................................................20
INTRODUÇÃO
No intricado tecido da saúde global, a tuberculose emerge como uma entidade
multifacetada que transcende as fronteiras geográficas, desafiando não apenas os limites
físicos dos organismos humanos, mas também as fronteiras conceituais da compreensão
médica. Esta doença milenar, cuja presença se entrelaça com a história da humanidade,
continua a ser um enigma complexo, resistente às tentativas de erradicação e
persistentemente enraizado nas dinâmicas sociais, económicas e epidemiológicas que
permeiam as sociedades contemporâneas.
À medida que navegamos pelos intricados meandros da tuberculose, somos
confrontados não apenas com a ameaça biológica representada pelo bacilo
Mycobacterium tuberculosis, mas também com as intricadas teias de desigualdades
sociais, desafios económicos e questões de saúde pública que envolvem esse mal
silencioso. Assim, esta exploração busca desvendar os véus que envolvem a
tuberculose, lançando luz sobre suas complexas ramificações que ecoam além do
âmbito clínico, delineando um panorama abrangente que transcende os limites
tradicionais da pesquisa médica e nos convida a contemplar as intricadas interconexões
entre a doença e a condição humana.
Tendo em vista que a tuberculose é uma doença infectocontagiosa e um grande
problema de saúde pública, principalmente a partir da década de 80, agravando-se mesmo em
países onde se encontrava sob controle, é de fundamental importância que a busca de maior
conhecimento a seu respeito se configure como possibilidade de realização de acções que
minimizem sua incidência no nosso território nacional. Este trabalho se justifica, por
conseguinte, pela necessidade de conhecer as dificuldades que os profissionais de saúde
enfrentam no que tange à adesão ao tratamento de tuberculose, quais estratégias usam para
melhorar as acções de controle da tuberculose e para a obtenção de uma nota académica.

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IMPORTÂNCIA DO TEMA
A escolha do tema "Tuberculose" é crucial, pois essa doença não se limita
apenas a um desafio médico, mas também se revela como um fenómeno complexo que
transcende fronteiras históricas, geográficas e sociais. Ao explorar essa temática,
podemos desvendar não apenas os aspectos biológicos do bacilo Mycobacterium
tuberculosis, mas também compreender as dinâmicas sociais, económicas e de saúde
pública que contribuem para sua persistência.

A tuberculose serve como uma lente através da qual podemos examinar as


interconexões intricadas entre a saúde humana e os desafios mais amplos que permeiam
as sociedades modernas. Portanto, a escolha desse tema oferece uma oportunidade
valiosa de aprofundar nossa compreensão da tuberculose e, simultaneamente, abordar
questões mais amplas relacionadas à condição humana e ao contexto global da saúde.

OBJECTIVOS
Gerais

 Estudar a tuberculose.

Específicos:

 Descrever a tuberculose
 Classificar os tipos de tuberculoses
 Saber como é feito o tratamento e a prevenção da tuberculose

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
CONCEITO:

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium


tuberculosis, uma bactéria em forma de bastão. Essa condição afeta principalmente os
pulmões, mas pode se espalhar para outros órgãos do corpo. A transmissão ocorre por
meio do ar, quando uma pessoa infectada tosse ou espirra, liberando as bactérias no
ambiente, e outra pessoa as inala.

TUBERCULOSE NO MUNDO
A Tuberculose desde 1993 é considerada uma emergência global pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) devido à reincidência da doença nos países
desenvolvidos (FAÇANHA 2005). De acordo com (FOCCACIA 2009 pg. 1265) a
tuberculose ainda permanece como a maior causa de morbidade e mortalidade entre as
doenças infecto contagiosa do mundo, sendo que 98% das mortes pela doença se deram
em países pouco desenvolvidos como é o caso de Moçambique. A situação que se
pontua no continente africano demonstra ser esta a região de maior contribuição para o
peso da doença a nível global. De acordo com (FOCCACIA 2009) dos 22 países que
são considerados como maiores responsáveis pelo peso mundial dessa patologia, nove
deles são da região africana. Dos quinze países que apresentam a mais alta incidência
estimada da tuberculose no mundo, somente três deles nao estao no continente africano.

TIPOS DE TUBERCULOSE
Existem diferentes formas de tuberculose, classificadas com base em vários
critérios, como localização no corpo, extensão da infecção e resposta imunológica do
hospedeiro. Aqui estão alguns dos principais tipos de tuberculose:

1. Tuberculose Pulmonar Primária:

 É a forma inicial da infecção por Mycobacterium tuberculosis nos pulmões.


 Geralmente não apresenta sintomas evidentes e pode se resolver sem
tratamento.
 Em alguns casos, a bactéria pode permanecer latente no organismo.

2. Tuberculose Pulmonar Secundária (ou Pós-Primária):

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 Ocorre quando a infecção latente se reativa, levando a sintomas mais
pronunciados.
 Pode envolver múltiplos lóbulos pulmonares.
 Os sintomas incluem tosse persistente, febre, sudorese noturna e perda de
peso.

3. Tuberculose Extrapulmonar:

 Acomete órgãos fora dos pulmões, como rins, ossos, articulações, sistema
nervoso central, entre outros.
 Pode ocorrer isoladamente ou em conjunto com a tuberculose pulmonar.

4. Tuberculose Miliar:

 Resulta da disseminação generalizada de Mycobacterium tuberculosis pelo


corpo, afectando vários órgãos.
 Pode ocorrer em casos de imunossupressão severa.

5. Tuberculose Multirresistente (TB-MR):

 Refere-se a cepas de Mycobacterium tuberculosis resistentes a pelo menos


dois dos principais medicamentos antituberculosos.
 Dificulta o tratamento e aumenta a complexidade do manejo clínico.

6. Tuberculose Extensivamente Resistente (TB-XDR):

 Além de ser multirresistente, a TB-XDR envolve resistência a medicamentos


de segunda linha mais potentes.
 Aumenta significativamente a dificuldade de tratamento.

7. Tuberculose Latente:

 Uma forma assintomática da infecção, em que o organismo contém a


bactéria sem desenvolver sintomas activos.
 Pode se tornar activa se o sistema imunológico for enfraquecido.

Esses diferentes tipos de tuberculose destacam a complexidade da doença e a


importância de estratégias abrangentes de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento
adequado para combater eficazmente essa enfermidade global.

TRANSMISSÃO
A tuberculose é transmitida pelos bacilos expelidos por um indivíduo
contaminado quando tosse, fala, espirra ou cospe. A tuberculose se dissemina através de
aerossóis no ar que são expelidas quando pessoas com tuberculose infecciosa tossem,
espirram. Contactos próximos (pessoas que tem contacto frequente) têm alto risco de se

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infectarem. A transmissão ocorre somente a partir de pessoas com tuberculose
infecciosa activa (e não de quem tem a doença latente).

A probabilidade da transmissão depende do grau de infecção da pessoa com


tuberculose e da quantidade expelida, forma e duração da exposição ao bacilo. A cadeia
de transmissão pode ser interrompida isolando-se pacientes com a doença activa e
iniciando-se uma terapia antituberculose eficaz.

A tuberculose resistente é transmitida da mesma forma que as formas sensíveis a


medicamentos. A resistência primária se desenvolve em pessoas infectadas inicialmente
com micro-organismos resistentes. A resistência secundária (ou adquirida) surge quando
a terapia contra a tuberculose é inadequada ou quando não se segue ou se interrompe o
regime de tratamento prescrito.

INFECÇÃO PELO BACILO


A infecção pelo M. tuberculosis se inicia quando o bacilo atinge os alvéolos
pulmonares e pode se espalhar para os nódulos linfáticos e daí, através da corrente
sanguínea para tecidos mais distantes onde a doença pode se desenvolver: a parte
superior dos pulmões, os rins, o cérebro e os ossos.

A resposta imunológica do organismo mata a maioria dos bacilos, levando à


formação de um granuloma. Os "tubérculos", ou nódulos de tuberculose são pequenas
lesões que consistem em tecidos mortos de cor acinzentada contendo a bactéria da
tuberculose.

Normalmente, o sistema imunológico é capaz de conter a multiplicação do


bacilo, evitanda sua disseminação em 90% dos casos.

EVOLUÇÃO DA DOENÇA
Entretanto, em algumas pessoas, o bacilo da tuberculose supera as defesas do
sistema imunológico e começa a se multiplicar, resultando na progressão de uma
simples infecção por tuberculose para a doença em si. Isto pode ocorrer logo após a
infecção (tuberculose primária – 1 a 5% dos casos), ou vários anos após a infecção
(reactivação da doença tuberculosa, ou bacilo dormente – 5 a 9 %).

Cerca de 5% das pessoas infectadas vão desenvolver a doença nos dois


primeiros anos, e outras 5% vão desenvolvê-la ainda mais tarde. No total, cerca de 10%
dos infectados com sistema imunológico normal desenvolverão a doença durante a vida.

Algumas situações aumentam o risco de progressão da tuberculose. Em pessoas


infectadas com o HIV ou outras doenças que deprimem o sistema imunológico tem
muito mais chances de desenvolverem complicações. Outras situações de risco incluem:
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o abuso de drogas injectáveis; infecção recente de tuberculose nos últimos 2 anos; raio-
x do tórax que sugira a existência de tuberculose (lesões fibróticas e
nódulos); diabetes mellitus, silicose, terapia prolongada com corticosteroides e outras
terapias imunossupressivas, câncer na cabeça ou pescoço, doenças no sangue ou
reticuloendoteliais (leucemia e doença de Hodgkin), doença renal em estágio avançado,
gastrectomia, síndromes de mal-absorção crônicas, ou baixo peso corporal (10% ou
mais de peso abaixo do ideal).

A tuberculose afeta principalmente os pulmões, (75% ou mais) e é chamada de


tuberculose pulmonar.

SINAIS E SINTOMAS DA TUBERCULOSE PULMUNAR

Entre seus sintomas, pode-se mencionar tosse com secreção, febre (mais
comumente ao entardecer), suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento, cansaço
fácil e dores musculares. Dificuldade na respiração, eliminação de sangue (Hemoptise)
e acúmulo de secreção na pleura pulmonar são características em casos mais graves.

Os sintomas incluem tosse prolongada com duração de mais de três semanas, dor
no peito e hemoptise.

Outros sintomas incluem febre, calafrios, suores noturnos, perda de apetite e de


peso, e cansaço fácil. A palavra consunção (consumpção, em Portugal) surgiu porque
os doentes pareciam ter sido "consumidos por dentro" pela doença.

Outros locais do corpo que são afetados incluem a pleura, o sistema nervoso
central (meninges, o sistema linfático, o sistema geniturinário, ossos e articulações, ou
pode ser disseminada pelo corpo (tuberculose miliar - assim chamada porque as lesões
que se formam parecem pequenos grãos de milho). Estas são mais comuns em pessoas
com supressão imunológica e em crianças. A tuberculose pulmonar também pode
evoluir a partir de uma tuberculose extrapulmonar.

DIAGNOSTICO
Uma avaliação médica completa para a tuberculose ativa inclui um histórico
médico, um exame físico, a baciloscopia de escarro, uma radiografia do tórax e culturas
microbiológicas. A prova tuberculínica (também conhecida como teste tuberculínico ou
teste de Mantoux) está indicada para o diagnóstico da infecção latente, mas também
auxilia no diagnóstico da doença em situações especiais, como no caso de crianças com
suspeita de tuberculose.

Toda pessoa com tosse por três semanas ou mais é chamada sintomática
respiratória (SR) e pode estar com tuberculose.

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EXAMES DA TUBERCULOSE
EXAME DE BACILOSCOPIA
A baciloscopia é um exame realizado com o escarro do paciente suspeito de
tuberculose, colhido em um potinho estéril. Para o exame são necessárias três amostras.
Uma amostra deve ser colhida no momento da identificação do sintomático respiratório
e na manhã do dia seguinte, duas com o paciente ainda em jejum a segunda antes de
lavar a boca e a terceira após enxaguar a boca com água. É importante orientar o
paciente a não cuspir, mas sim escarrar. Em Angola, esse exame está disponível nas
UDT (unidades de tratamento directamente observado) e pode ser solicitado por
enfermeiros e médicos.

EXAME CLINICO
O histórico médico inclui a obtenção de sintomas da tuberculose
pulmonar:
 Tosse intensa e prolongada por três ou mais semanas;
 Dor no peito;
 Hemoptise.
Sintomas sistêmicos incluem:
 Febre;
 Calafrios;
 Suores noturnos;
 Perda de apetite e peso e cansaço fácil.
Outras partes da história clinica incluem:
 Exposição anterior à tuberculose, na forma de infecção ou doença;
 Tratamento anterior de Tuberculose;
 Fatores de risco demográficos para a Tuberculose;
 Condições médicas que aumentem o risco de infecção por tuberculoses, tais
como a infecção por HIV.
Deve-se suspeitar de tuberculose quando uma doença respiratória persistente -
num indivíduo que de outra forma seria saudável - não estiver respondendo
aos antibióticos regulares.

EXAME FISICO
Um exame físico é feito para avaliar a saúde geral do paciente e descobrir outros
factores que podem afectar o plano de tratamento da tuberculose. Não pode ser usado
como diagnosticador da Tuberculose.

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EXAME RADIOLOGICO
A tuberculose cria cavidades visíveis em radiografias como esta, na parte
superior do pulmão direito.

Uma radiografia postero-anterior do tórax é a tradicionalmente feita; outras


vistas (lateral ou lordótico) ou imagens de tomografia computadorizada podem ser
necessárias.

Em tuberculose pulmonar ativa, infiltrações ou consolidações e/ou cavidades são


frequentemente vistas na parte superior dos pulmões com ou sem linfadenopatia
(doença nos nódulos linfáticos) mediastinal ou hilar. No entanto, lesões podem aparecer
em qualquer lugar nos pulmões. Em pessoas com HIV e outras imunossupressões,
qualquer anormalidade pode indicar a Tuberculose, ou o raio-x dos pulmões pode até
mesmo parecer inteiramente normal.

Em geral, a tuberculose anteriormente tratada aparece no raio-x como nódulos


pulmonares na área hilar ou nos lóbulos superiores, apresentando ou não marcas
fibróticas e perda de volume. Bronquiectasia (isto é, dilatação dos brônquios com a
presença de catarro) e marcas pleurais podem estar presentes.

Nódulos e cicatrizes fibróticas podem conter bacilos de tuberculose em


multiplicação lenta, com potencial para progredirem para uma futura tuberculose ativa.
Indivíduos com estas características em seus exames, se tiverem um teste positivo de
reação subcutânea à tuberculina, devem ser consideradas candidatos de alta prioridade
ao tratamento da infecção latente, independente de sua idade. De modo oposto, lesões
granulares calcificadas (granulomas calcificados) apresentam baixíssimo risco de
progressão para uma tuberculose ativa.

Anormalidades detectadas em radiografias do tórax podem sugerir, porém,


nunca são exatamente o diagnóstico, de tuberculose. Entretanto, estas radiografias
podem ser usadas para descartar a possibilidade de tuberculose pulmonar numa pessoa
que tenha reação positiva ao teste de tuberculina mas que não tenha os sintomas da
doença.

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TRATAMENTO DISPONÍVEIS
Os tratamentos recentes para a tuberculose activa incluem uma combinação de
drogas e remédios, às vezes num total de quatro, que são reduzidas após certo tempo, a
critério médico. Não se utiliza apenas uma droga, pois, neste caso, todas as bactérias
sensíveis a ela morrem, e, três meses depois, o paciente sofrerá infecção de bactérias
que conseguiram resistir a esta primeira droga. Alguns medicamentos matam a bactéria,
outros agem contra a bactéria infiltrada em células, e outros, ainda, impedem a sua
multiplicação. Ressalve-se que o tratamento deve seguir uma continuidade com
acompanhamento médico, e não deve ser suspenso pelo paciente após uma simples
melhora. Com isto, evita-se que cepas da bactéria mais resistentes sobrevivam no
organismo, e retornem posteriormente com uma infecção mais difícil de curar.

O tratamento dura seis meses, porém, nos casos de tuberculose multirresistente,


pode durar até um ano e gerar efeitos colaterais como surdez, náusea e psicose.

TRATAMENTO PARA TUBERCULOSE LACTENTE


Existem 3 remédios normalmente utilizados para tratar este tipo de tuberculose,
que incluem Isoniazida, a Rifampicina e Rifapentina. O médico geralmente prescreve
apenas um destes antibióticos, que deve ser usado durante 6 a 9 meses até que as
bactérias sejam completamente eliminadas e o resultado seja confirmado com um
exame de sangue.

Embora as bactérias estejam adormecidas, é muito importante fazer o tratamento


da tuberculose latente porque a doença pode ficar ativa a qualquer momento, sendo mais
difícil de tratar.

TRATAMENTO PARA TUBERCULOSE ATIVA


Nos casos de tuberculose activa, o número de bactérias é muito elevado e, por
isso, o sistema imune não é capaz de combater a infecção, sendo necessário utilizar uma
combinação de vários antibióticos por mais de 6 meses. Os remédios mais utilizados
são:

 Isoniazida;
 Rifampicina;
 Etambutol;
 Pirazinamida.
O tratamento deve ser continuado mesmo depois dos sintomas terem
desaparecido, para garantir a completa eliminação das bactérias. Assim, é essencial
respeitar a duração do tratamento indicada pelo médico, devendo-se tomar o remédio
todos os dias, sempre na mesma hora e até que o médico diga que já pode parar.

Durante o tratamento da tuberculose pulmonar, que acontece quando a infecção


está nos pulmões, é muito importante ter alguns cuidados durante o tratamento, como
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ficar em casa, evitar o contacto próximo com outras pessoas e tapar a boca ao tossir ou
espirrar, por exemplo, para evitar transmissão da doença, especialmente durante as
primeiras 2 a 3 semanas.

PREVENÇÃO DA TUBERCULOSE
A prevenção da tuberculose envolve uma abordagem abrangente que abarca
estratégias de saúde pública, educação, diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Aqui estão algumas medidas-chave para prevenir a tuberculose:

1. Vacinação (BCG):

 A vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin) é eficaz na prevenção de formas


graves de tuberculose em crianças.
 É especialmente recomendada em regiões com alta prevalência da doença.
2. Identificação e Tratamento Precoce:

Diagnóstico rápido e tratamento eficaz de casos ativos são cruciais para


interromper a transmissão.
 Programas de rastreamento em comunidades de alto risco ajudam na
detecção precoce.
3. Administração de Quimioprofilaxia:

Em casos de exposição conhecida à tuberculose ativa, a administração de


medicamentos profiláticos pode prevenir o desenvolvimento da doença.
4. Educação e Conscientização:

Informar a comunidade sobre os modos de transmissão, sintomas e


importância do tratamento é fundamental.
 Promover práticas de higiene e medidas preventivas em ambientes de alto
risco.
5. Melhoria nas Condições de Vida:

 A tuberculose está frequentemente associada a condições socioeconómicas


precárias. A melhoria das condições de vida, acesso à moradia adequada e
redução da desigualdade social contribuem para a prevenção.
6. Enfoque em Grupos de Alto Risco:

Identificar e atender especificamente a grupos de alto risco, como pessoas


com HIV/AIDS, trabalhadores da saúde e populações em situação de rua.
7. Combate à Resistência Antimicrobiana:

 Garantir o uso adequado de medicamentos antituberculosos para evitar o


desenvolvimento de cepas resistentes.
8. Pesquisa e Desenvolvimento de Novas Vacinas e Medicamentos:

 Investir em pesquisa para o desenvolvimento de vacinas mais eficazes e


medicamentos inovadores contribui para a prevenção a longo prazo.
9. Colaboração Internacional:

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 A tuberculose não conhece fronteiras. A colaboração entre países,
organizações e pesquisadores é essencial para enfrentar a doença em escala
global.

A abordagem integrada dessas medidas é essencial para criar um impacto


significativo na prevenção da tuberculose e para trabalhar em direcção ao objectivo de
reduzir a incidência da doença em níveis globais.

A TUBERCULOSE EM ANGOLA
Em Angola, segundo o programa nacional do controlo da tuberculose, os casos
novos têm aumentado nos últimos anos. A tuberculose é desde 2015 a terceira causa de
morte em Angola, depois da malária e dos acidentes de viação, com 1.373 óbitos de um
total de 58.619 casos, dos quais 51.805 são novos registados em 2017.

A informação foi avançada esta sexta-feira pelo secretário de Estado para a


Saúde Pública, José da Cunha, num seminário realizado neste dia em Luanda sobre a
tuberculose, para assinalar o Dia Mundial da doença, que se comemora em Março.
Segundo o coordenador do Programa Nacional de Combate à Tuberculose, Ambrósio
Dissadidi, em Angola os casos esperados anualmente da doença variam entre os 90 a
100 mil novos casos. “Mas nunca chegamos a atingir estes números, nós estamos à
volta dos 60 mil casos, o que representa os dois terços dos casos esperados para
Angola”, disse o profissional de saúde, em declarações à rádio pública angolana.

O responsável avançou ainda que do total de novos casos registados no ano


passado, 6.784 eram crianças menores de 15 anos, representando 13% do total de casos.
Ambrósio Dissadidi referiu que o tipo de tuberculose mais preocupante em Angola é a
pulmonar, que constitui um problema de saúde pública. “Eliminando a tuberculose o
número dos outros tipos de tuberculose vai diminuir”, referiu, salientando que no país
existem 133 unidades hospitalares que fazem o diagnóstico e o tratamento, localizados
em 111 municípios, pelo que o novo Hospital Sanatório de Luanda, a ser reabilitando
ainda este ano, deverá ser um centro de referência nacional para todas as patologias
respiratórias.

Na sua intervenção, José da Cunha referiu que a luta contra a tuberculose é uma
das prioridades de saúde pública em Angola, razão por que as autoridades sanitárias têm

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feito esforços para assegurar o abastecimento regular de medicamentos de qualidade e
eliminar a situação de roturas frequentes que o país enfrentou.

Vamos reforçar a estratégia do ‘Tratamento Diretamente Observado — DOTS’


na rede de serviços de atendimento de doentes e também na comunidade, em
colaboração com outros departamentos ministeriais, organizações da sociedade civil,
militares, os indivíduos e as famílias, a fim de obtermos o envolvimento de todos na luta
contra a tuberculose”, frisou.

Angola está entre as 20 nações com maior número de casos de tuberculose,


revela um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de
Angola outros países da comunidade de língua portuguesa que constam do grupo de 20
nações são Moçambique e o Brasil, segundo o relatório. Fazem também parte da lista a
China, Coreia do Norte, Nigéria, Paquistão e Rússia. No documento, a OMS alerta para
o aumento do número de casos de tuberculose no mundo. No ano passado, cerca de dois
milhões de pessoas perderam a vida em decorrência da doença crónica transmissível.
O Brasil também se encontra entre os seis países com altos números de casos de
tuberculose e VIH, ao lado do Congo, Gana, Guiné-Bissau, Indonésia e Libéria.
O relatório revela que dos 10,4 milhões de notificações, no ano passado, quase
20 por cento eram devido à subnutrição, um milhão por causa do VIH e 1,6 milhões
devido à diabetes e ao consumo de cigarro. A maioria dos óbitos por tuberculose ocorre
em pacientes que não têm VIH, lê-se no relatório. A OMS divide os casos de
tuberculose em três grupos: o de pacientes que somente têm a doença, outro de pessoas
com VIH e tuberculose e um terceiro sobre a tuberculose resistente a
medicamentos. Dos países de língua portuguesa, Angola e Moçambique integram os
três quadros.

Já a Guiné-Bissau integra o grupo de pessoas que têm a doença associada ao


vírus da sida. A doença também afecta países desenvolvidos com o movimento
migratório e cada vez mais trânsito entre cidadãos de várias partes do mundo. A OMS
informou que foram notificados casos em seis países: França, Japão, Holanda, Portugal,
Coreia do Sul e Eslováquia.

Segundo o documento, de entre os países que estão a responder bem à doença


são África do Sul, Brasil, Indonésia, Tailândia e Vietname. Segundo a OMS, a doença é
a nona maior causa de morte em todo o mundo.

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CONCLUSÕES
Em conclusão, a tuberculose emerge como uma entidade intricada, cujas raízes
penetram profundamente na tessitura histórica e contemporânea da saúde global. Além
de sua natureza infecciosa, a tuberculose revela-se como um fenómeno social,
económico e epidemiológico complexo, desafiando esforços de erradicação e exigindo
abordagens holísticas. A persistência da tuberculose, tanto nas formas pulmonares
quanto extrapulmonares, destaca a necessidade urgente de estratégias abrangentes de
prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz.

Ao contemplarmos a tuberculose, não podemos ignorar as disparidades sociais e


económicas que acentuam sua prevalência, nem as implicações para as comunidades
mais vulneráveis. A resistência antimicrobiana, exemplificada pela tuberculose
multirresistente e extensivamente resistente, adiciona uma camada adicional de desafio
terapêutico, exigindo inovação constante na abordagem clínica.

Ao final, a tuberculose não é apenas uma questão médica, mas um reflexo das
complexas interacções entre a saúde humana, os determinantes sociais e os desafios
globais. Em nossa jornada contínua para erradicar essa doença, é imperativo que
unamos esforços, transcendo as barreiras disciplinares e geográficas, em busca de um
futuro onde a tuberculose não seja mais uma ameaça à saúde pública.

19
BIBLIOGAFIA
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