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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTANCIA

TURMA: F, 1º GRUPO

FELISMINO DOS SANTOS VALENTIM


Código: 708208411

TUBERCULOSE E HEPATITES VIRAIS

(Licenciatura em Ensino de História)

Nampula, Julho

2021
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTANCIA

FELISMINO DOS SANTOS VALENTIM


Código: 708208411

TUBERCULOSE E HEPATITES VIRAIS

(Licenciatura em Ensino de História)

Trabalho de carácter avaliativo da


Cadeira de Habilidades de Vida, a ser
apresentado no Curso de Licenciatura Em
Ensino de História, 2º Ano.

Nampula, Julho

2021

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Índice

Introdução.............................................................................................................................. 3

TUBERCULOSE E HEPATITES VIRAIS ............................................................................ 4

1. TUBERCULOSE ............................................................................................................... 4

1.1. Sintomas ......................................................................................................................... 4

1.2. Diagnostico ..................................................................................................................... 5

1.3. Tratamento ...................................................................................................................... 5

1.4. Prevenção........................................................................................................................ 6

2. HEPATITES VIRAIS ........................................................................................................ 7

2.1. Diagnostico ..................................................................................................................... 7

2.1.1. Diferencial ................................................................................................................... 7

2.1.2. Laboratorial .................................................................................................................. 8

2.2. Tipos ............................................................................................................................... 8

2.2.1. Hepatite Viral A ........................................................................................................... 8

2.2.2. Hepatite B .................................................................................................................... 9

2.2.3. Hepatite C .................................................................................................................... 9

2.4. Tratamento ...................................................................................................................... 9

2.4.1. Hepatite Aguda ............................................................................................................ 9

2.4.2. Hepatite Crónica......................................................................................................... 10

2.5. Prevenção...................................................................................................................... 10

Conclusão ............................................................................................................................ 12

Bibliografia .......................................................................................................................... 13

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Introdução

O presente trabalho da cadeira de Habilidades de Vida e HIV/Sida tem como tema:


Tuberculose e Hepatites Virais. De salientar que o trabalho busca trazer conteúdos referentes
aos conceitos básicos, sintomas, tratamentos, prevenção e tipologia das infecções. A
Tuberculose (TB) é uma das mais antigas doenças da humanidade e constitui um sério
problema de saúde pública a nível mundial. No que refere as hepatites virais, dizer que o
homem é o único reservatório com importância epidemiológica. Os outros reservatórios
apresentam importância como modelos experimentais para a pesquisa básica em hepatites
virais.

O trabalho tem como objectivo geral compreender a Tuberculose e Hepatites Virais. De forma
específica pretende-se: (i) descrever os conceitos da tuberculose e hepatites virais; (ii)
explicar os sintomas, diagnostico, tipologia e formas de tratamento da tuberculose e hepatites
virais; (ii) demonstrar os resultados e conclusões em torno do tema proposto,

É de salientar que para a sua efectivação, foi possível com base a consulta bibliográfica de
obras e pensamentos de alguns autores que ressaltam sobre as temáticas em questão. Porém,
este trabalho encontra-se estruturado em introdução, desenvolvimento, conclusão e a
respectiva bibliografia. Em fim, esta tarefa de carácter avaliativa e científica na se traduz num
dogmatismo, visto que está aberto para que se faça a apreciação, expondo correcções, críticas
e sugestões com vista a sua melhoria.

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TUBERCULOSE E HEPATITES VIRAIS

1. TUBERCULOSE

A Tuberculose (TB) é uma doença infecciosa, que tem como agente etiológico o
mycobacterium tuberculosis. É uma doença infecciosa e transmissível que afecta
prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é
causada pelo bacilo de Koch (OMS, 2006).

A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e se instala a partir da inalação de


aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com
tuberculose activa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de
aerossóis contendo bacilos. Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, um
indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15
pessoas. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objectos
dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel importante na
transmissão da doença (OMS, 2009).

Apesar da tuberculose ser uma doença registada há seis mil anos, somente nos últimos
cinquenta anos a ciência pôde ajudar os doentes no que concerne ao tratamento. Seis décadas
depois de encontrada a cura para a doença, a tuberculose ainda mata anualmente milhões de
pessoas.

Os agentes patogénicos tendem a desenvolver resistência aos medicamentos usados para os


tratar e a tuberculose não é uma excepção. Microbactérias são pequenos bacilos aeróbios de
crescimento lento. Elas se distinguem por uma complexa célula envelopada rica em lipídio,
responsável por sua característica “álcool-ácido resistente” (resistente à pigmentação por
ácido após ser corada com carbofucsina) e sua resistência relativa à coloração de Gram. A
infecção por micobactéria mais comum é a tuberculose; outras são a hanseníase e várias
infecções micobacterianas que lembram tuberculose, como aquelas causadas pelo complexo
Mycobacterium avium (OMS, 2006).

1.1. Sintomas

O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso,
recomenda-se que todo sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por três semanas ou
mais, seja investigado para tuberculose.

Na tuberculose pulmonar activa, mesmo na doença moderada ou grave, o paciente pode não
ter nenhum sintoma, excepto “não se sentir bem” junto com anorexia, fadiga e perda ponderal,

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que se desenvolvem gradualmente ao longo de várias semanas, ou ter sintomas mais
específicos. Tosse é muito comum. A princípio, ela pode ser minimamente produtiva de
escarro amarelo ou verde, frequentemente ao levantar de manhã, mas a tosse pode ficar mais
produtiva com a evolução da doença. Hemoptise só ocorre com tuberculose cavitária (devido
a danos granulomatosos nos vasos, mas às vezes por causa de crescimento fúngico na
cavidade).

De acordo com a OMS (2009), “há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como:

 Febre vespertina;
 Sudorese nocturna;
 Emagrecimento;
 Cansaço/fadiga”.

1.2. Diagnostico

Para o diagnóstico da tuberculose são utilizados os seguintes exames:

 Bacteriológicos;
 Baciloscopia;
 Teste rápido molecular para tuberculose;
 Cultura para micobactéria;
 Por imagem (Radiografia de tórax).

A radiografia de tórax deve ser realizada em todas as pessoas com suspeita clínica de
tuberculose pulmonar. Juntamente com as radiografias de tórax, sempre devem ser realizados
exames laboratoriais (baciloscopias e/ou teste rápido molecular e cultura) na tentativa de
buscar o diagnóstico bacteriológico (OMS, 2006).

O diagnóstico clínico pode ser considerado, na impossibilidade de se comprovar a tuberculose


por meio de exames laboratoriais. Nesses casos, deve ser associado aos sinais e sintomas o
resultado de outros exames complementares, como de imagem e histológicos.

1.3. Tratamento

O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no


Sistema de Saúde, devendo ser realizado, preferencialmente, em regime de Tratamento
Directamente Observado (TDO). São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos
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de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e
etambutol.

Para Paula et al (2008):

O TDO é indicado como principal acção de apoio e monitoramento do tratamento das


pessoas com tuberculose e pressupõe uma actuação comprometida e humanizada dos
profissionais de saúde. Além da construção do vínculo entre o profissional de saúde e
a pessoa com tuberculose, o TDO inclui a ingestão dos medicamentos pelo paciente
realizada sob a observação de um profissional de saúde ou de outros profissionais
capacitados, como profissionais da assistência social, entre outros, desde que
supervisionados por profissionais de saúde.

O TDO deve ser realizado, idealmente, em todos os dias úteis da semana. O local e o horário
para a realização do TDO devem ser acordados com a pessoa e com o serviço de saúde. A
pessoa com tuberculose necessita ser orientada, de forma clara, quanto às características da
doença e do tratamento a que será submetida. O profissional de saúde deve informá-la sobre a
duração e o esquema do tratamento, bem como sobre a utilização dos medicamentos,
incluindo os benefícios do seu uso regular, as possíveis consequências do seu uso irregular e
os eventos adversos associados.

Todas as pessoas com tuberculose devem fazer o tratamento até o final. Logo nas primeiras
semanas do tratamento, o paciente se sente melhor e, por isso, precisa ser orientado pelo
profissional de saúde a realizar o tratamento até o final, independentemente da melhora dos
sintomas. É importante lembrar que o tratamento irregular pode complicar a doença e resultar
no desenvolvimento de tuberculose drogar resistente (Paula et al, 2008).

1.4. Prevenção

A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no Sistema de Saúde, protege a criança das
formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. A vacina
está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e maternidades. Essa
vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29
dias.
O tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) é uma importante estratégia de
prevenção para evitar o desenvolvimento da tuberculose activa, especialmente nos contactos
domiciliares, nas crianças e nos indivíduos com condições especiais, como imunossupressão
pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), comorbidades associadas ou uso de alguns
medicamentos.

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Para isso, é importante que a equipe de saúde realize a avaliação dos contactos de pessoas
com tuberculose e ofereça o exame para diagnóstico da ILTB aos demais grupos
populacionais, mediante critérios para indicação do tratamento preventivo (OMS, 2009).

2. HEPATITES VIRAIS

Segundo Barreto (2000), “as hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes
etiológicos, com tropismo primário pelo fígado, que apresentam características
epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas”.

As hepatites virais são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, de distribuição
universal, que têm em comum o hepatotropismo. Possuem semelhanças do ponto de vista
clínico-laboratorial, mas apresentam importantes diferenças epidemiológicas e quanto à sua
evolução. As últimas décadas foram de notáveis conquistas no que se refere à prevenção e ao
controle das hepatites virais.

A distribuição das hepatites virais é universal, sendo que a magnitude vária de região para
região, de acordo com os diferentes agentes etiológicos. As hepatites virais têm grande
importância para a saúde pública e para o individuo, pelo número de indivíduos atingidos e
pela possibilidade de complicações das formas agudas e crónicas (Barreto, 2000).

2.1. Diagnostico

2.1.1. Diferencial

O perfil epidemiológico da macrorregião e a sazonalidade orientam a lista de


enfermidades que devem ser consideradas no diagnóstico diferencial. No período
prodrômico os principais diagnósticos diferenciais são: mononucleose infecciosa
(causada pelo vírus Epstein Barr), toxoplasmose, citomegalovírus e outras viroses.
Nestas patologias, quando há aumentos de aminotransferases, geralmente são abaixo
de 500UI. No período ictérico, temos algumas doenças infecciosas como leptospirose,
febre-amarela, malária e, mais incomum, dengue hemorrágica; para identificação do
agente etiológico existem testes diagnósticos específicos para cada patologia citada
(Amato Neto; Magaldi; Correa, 1965).

Temos também outras causas de hepatite como hepatite alcoólica, hepatite medicamentosa,
hepatite auto-imune, hepatites reacionais ou transinfecciosas (acompanham infecções gerais,
como sepse), icterícias hemolíticas (como anemia falciforme) e colestase extra-hepática por
obstrução mecânica das vias biliares (tumores, cálculo de vias biliares, adenomegalias
abdominais).

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2.1.2. Laboratorial

Para Amato Neto; Magaldi; Correa (1965):

Aminotransferases (transaminases, a aspartato aminotransferase (AST/TGO) e a


alanino aminotransferase (ALT/TGP) são marcadores de agressão hepatocelular. Nas
formas agudas, chegam a atingir, habitualmente, valores até 25 a 100 vezes acima do
normal, embora alguns pacientes apresentem níveis bem mais baixos, principalmente
na hepatite C. Em geral, essas enzimas começam a elevar-se uma semana antes do
início da icterícia e normalizam-se em cerca de três a seis semanas de curso clínico da
doença. Nas formas crónicas, na maioria das vezes não ultrapassam 15 vezes o valor
normal e, por vezes, em indivíduos assintomáticos, é o único exame laboratorial
sugestivo de doença hepática.

Bilirrubinas – elevam-se após o aumento das aminotransferases e, nas formas agudas, podem
alcançar valores 20 a 25 vezes acima do normal. Apesar de haver aumento tanto da fracção
não-conjugada (indirecta) quanto da conjugada (directa), esta última apresenta-se
predominante. Na urina pode ser detectada precocemente, antes mesmo do surgimento da
icterícia.

Proteínas séricas – normalmente, não se alteram nas formas agudas. Nas hepatites crónicas e
cirrose, a albumina apresenta diminuição acentuada e progressiva.

Fosfatase alcalina – pouco se altera nas hepatites por vírus, excepto nas formas colestáticas,
quando se apresenta em níveis elevados. Devido à presença normalmente aumentada da
fracção osteoblástica dessa enzima durante o período de crescimento, esse aspecto deve ser
considerado no acompanhamento de crianças e adolescentes.

2.2. Tipos

2.2.1. Hepatite Viral A

Trata-se da infecção causada por um vírus RNA classificado como sendo da família
Picornavirus, transmitida por via fecal-oral e que atinge mais frequentemente crianças e
adolescentes. O vírus A é a causa mais frequente de hepatite viral aguda no mundo. A faixa
etária na qual o diagnóstico foi mais frequente foi dos 5 aos 9 anos de idade. O vírus tem
distribuição universal e é transmitido basicamente pela via fecal-oral (Daber, 1993).

A água e os alimentos contaminados com fezes com vírus A são os grandes veículos de
propagação da doença. Água contaminada pode provir de esgotos e, de alguma maneira,
entrar em contacto com os alimentos. Sabe-se que o vírus A pode sobreviver longos períodos

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(de 12 semanas até 10 meses) em água e que moluscos e crustáceos podem reter e acumular o
vírus até 15 vezes mais do que o nível original da água.

2.2.2. Hepatite B

O vírus da hepatite B está classificado na família HepaDNA. Devido à sua alta especificidade,
o VHB infecta o homem, que constitui o reservatório natural. O risco de desenvolver doença
aguda ictérica aumenta com a idade do paciente, inversamente à possibilidade de
cronificação. Quando os recém-nascidos entram em contacto com os vírus B há 90% de
chance de se tornarem cronicamente infectados; quando a infecção ocorre aos cinco anos, a
possibilidade cai para 30-50%, sendo a taxa reduzida para 5-10% se a infecção ocorre em
adultos (Barreto, 2000).

A infecção pelo vírus B é considerada alta onde a prevalência do AgHBs+ é superior a 7% ou


a população evidencia infecção prévia (Anti- HBc IgG+) em taxa superior a 60%.

2.2.3. Hepatite C

Embora o vírus C (VHC) seja transmitido por contacto directo, percutâneo ou através de
sangue contaminado, em percentual significativo de casos não se identifica a via de infecção.
Pertence ao género Hepacivirus da família Flaviridae, e seu genoma é constituído por uma fita
simples de RNA. Há uma grande variedade na sequência genômica do VHC. Os diferentes
genótipos foram reunidos em seis grupos principais e vários subtipos, por Simmonds e
colaboradores (Barreto, 2000).

2.4. Tratamento

2.4.1. Hepatite Aguda

Não existe tratamento específico para as formas agudas. Se necessário, apenas


tratamento sintomático para náuseas, vómitos e prurido. Como norma geral,
recomenda-se repouso relativo até a normalização das aminotransferases. Dieta pobre
em gordura e rica em carboidractos é de uso popular, porém seu maior benefício é ser
mais agradável ao paladar ao paciente anorético. De forma prática, deve ser
recomendado que o próprio paciente defina sua dieta de acordo com seu apetite e
aceitação alimentar (Daber, 1993).

A única restrição está relacionada à ingestão de álcool, que deve ser suspensa por no mínimo
seis meses. Medicamentos não devem ser administrados sem a recomendação médica para

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que não agravem o dano hepático. As drogas consideradas “hepatoprotetoras”, associadas ou
não a complexos vitamínicos, não têm nenhum valor terapêutico.

2.4.2. Hepatite Crónica

É necessária a realização de biópsia hepática para avaliar a indicação de tratamento


específico. A biópsia por agulha é a preferida, pois permite a retirada de fragmentos de áreas
distantes da cápsula de Glisson (as áreas subcapsulares mostram muitas alterações
inespecíficas). Além disso, a biópsia transcutânea é mais segura, dispensa anestesia geral e
reduz o custo do procedimento. O procedimento deve ser realizado com agulhas descartáveis
apropriadas. O exame anátomo-patológico avalia o grau de actividade necro-inflamatória e de
fibrose do tecido hepático (OMS, 2009).

As formas crónicas da hepatite B e C têm directrizes clínico-terapêuticas definidas por meio


de portarias do Ministério da Saúde. Devido à alta complexidade do tratamento,
acompanhamento e manejo dos efeitos colaterais, deve ser realizado em serviços
especializados (média ou alta complexidade).

2.5. Prevenção

Hepatite A: o VHA é relativamente resistente ao calor, éter ou ácido. É inactivado pela


formalina (1:4.000 a 37 graus por 72 horas), por microondas, pela utilização de cloro (1 p.p.m
por 30 minutos) e por irradiação ultravioleta. Para prevenir a disseminação do vírus há
necessidade de rigorosa higiene pessoal dos doentes e adequada desinfecção dos banheiros
utilizados pelos pacientes e de brinquedos (nas creches, por exemplo), lembrando que o VHA
pode permanecer na superfície dos objectos por semanas. Os indivíduos com hepatite não
devem preparar alimentos para outras pessoas, e durante a fase aguda da infecção devem ficar
afastados das comunidades (Barreto, 2000).

Hepatite B: O conhecimento adequado sobre a frequência do vírus B e a implementação de


estratégias indicadas para a sua prevenção exigem métodos complexos de vigilância
epidemiológica. Além da prevalência geral na população, devem ser avaliados os indivíduos
que constituem grupos de risco e, ainda, aqueles que apresentam diferentes condições
patológicas tais como: infecção perinatal, hepatites agudas e crónicas, portadores
assintomáticos do vírus B, cirróticos e pacientes com carcinoma hepatocelular.

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Hepatite C: Apesar das múltiplas tentativas, ainda não há vacina contra a hepatite C, e
tampouco uma profilaxia eficaz pós-exposição. A redução da infecção (e das doenças a ela
relacionadas) requer a implementação de actividades de prevenção primárias e secundárias.

As primeiras, para reduzir a incidência da infecção; as secundárias, para diminuir o risco de


hepatopatia e de outras doenças entre os portadores do VHC. A prevenção primária tem como
alvo a diminuição da incidência da infecção pelo VHC. Para que se inicie actividades de
prevenção secundária e terciária é necessária a identificação dos indivíduos anti-VHC
infectados, pois essas se destinam a reduzir o risco de transmissão e a evolução para
hepatopatia crónica. A prevenção deve focalizar o aconselhamento de pessoas que usam
drogas ou que estão em risco de uso, e aquelas com práticas sexuais também consideradas de
risco (Daber, 1993).

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Conclusão

A tuberculose é um problema de saúde prioritário em Moçambique que, juntamente com


outros 21 países em desenvolvimento, alberga 80% dos casos mundiais da doença. Estima-se
que cerca de um terço da população mundial está infectada com o Mycobacterium
tuberculosis, sob risco, portanto, de desenvolver a enfermidade. Anualmente, ocorrem em
torno de oito milhões de casos novos e quase 3 milhões de mortes por tuberculose. Nos países
desenvolvidos é mais frequente entre as pessoas idosas, nas minorias étnicas e imigrantes
estrangeiros.

As condições do nosso país: sua heterogeneidade socioeconómica, a distribuição irregular dos


serviços de saúde, a incorporação desigual de tecnologia avançada para diagnóstico e
tratamento de enfermidades, são elementos importantes que devem ser considerados na
avaliação do processo endemoepidêmico das hepatites virais. Enfrentar o importante
problema de saúde pública que constitui, em Moçambique, as doenças transmissíveis
endêmico-epidêmicas, continua sendo um grande desafio. Entre essas doenças salientam-se as
Hepatites Virais, cujo comportamento epidemiológico, no nosso país e no mundo, tem sofrido
grandes mudanças nos últimos anos.

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Bibliografia

Amato Neto V, Magaldi C, Correa MDA. (1965). Leptospirose Canícola: verificações em


torno de um surto ocorrido em localidade próxima a São Paulo.

Barreto ML, Hage EC. (2000). Determinantes das condições de saúde e problemas
prioritários no país. Cadernos da 11a Conferência Nacional de Saúde. Brasília: Conselho
Nacional de Saúde.

Daher RR. (1993). Hepatite por outros vírus hepatotróficos. In: Dani R, Castro LP.
Gastroenterologia clínica. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

OMS. (2006). Orientações para os Programas Nacionais de Tuberculose sobre a Abordagem


da Tuberculose nas Crianças (WHO/HTM/TB/2006.371, WHO/FCH/ CAH/2006.7).

OMS. (2009). Estratégia para o Controlo de Infecção de Tuberculose nas Unidades


Sanitárias, conglomerados e na comunidade. (WHO/HTM/TB/2009.419.)

Paula, Samo Gudo et al. (2008). Resultados Finais do Estudo de Prevalência da Resistência
aos Medicamentos Antituberculose de Primeira Linha em Moçambique. Maputo.

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