Você está na página 1de 16

VARIZES E INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA DOS MEMBROS INFERIORES

Augusto Cézar Lacerda Brasileiro


Fernanda Patrícia Jeronymo Pinto
Palmira Gomes Amaral

INTRODUÇÃO

O sangue dos membros inferiores retorna ao coração através do sistema venoso. As


veias apresentam válvulas que evitam o fluxo retrógrado, entretanto, quando estas se
encontram incompetentes, ocorre aumento da pressão nesse sistema, podendo provocar o
surgimento de varizes (veias dilatadas e tortuosas). O refluxo persistente pode ocasionar
alterações na pele (hiperpigmentação, lipodermatoesclerose, atrofia branca, ulceração),
surgindo então o quadro de insuficiência venosa crônica (IVC).
As principais queixas dos pacientes são relacionadas ao desconforto estético, além de
sensação de peso, dor, edema e lesões cutâneas, devido à estase venosa.
Entre os fatores predisponentes descritos, os mais comuns são: idade a partir da
puberdade, sexo feminino, multiparidade, obesidade, uso de anticoncepcional, ortostatismo
prolongado, hereditariedade.

CLASSIFICAÇÃO CEAP

A fim de padronizar o diagnóstico e as condutas para o refluxo no sistema venoso,


formulou-se uma classificação baseada em sinais clínicos (C), etiológicos (E), anatômicos (A)
e fisiopatológicos (P) (Tabelas 1, 2, 3 e 4).
O C (avaliação clínica) da classificação CEAP é feito através do exame físico,
entretanto, os demais critérios (etiologia, anatomia e fisiopatologia) necessitam de exames
complementares (Figura 1).
Tabela 1 - CEAP quanto à classificação clínica (C).
Classe 0 Ausência de sinais visíveis ou palpáveis de
doença venosa.
Classe 1 Telangiectasias (veias dilatadas intradérmicas
com menos de 1 mm de diâmetro) ou veias
reticulares (veias subdérmicas não palpáveis
menores ou iguais a 3 mm de diâmetro).
Classe 2 Veias varicosas (veia subcutânea palpável com
mais de 3 mm de diâmetro).
Classe 3 Edema.
Classe 4 Lesões tróficas de pele.
a Hiperpigmentação, eczema.
b Lipodermatoesclerose, atrofia branca.
Classe 5 Alterações tróficas com úlcera cicatrizada.
Classe 6 Alterações tróficas com úlceras abertas.

Tabela 2 - CEAP quanto à classificação etiológica (E).


Congênita (Ec) Por causa congênita
Primária (Ep) Causa é indeterminada, desenvolve-se
espontaneamente.
Secundária (Es) Causa conhecida, como trombose, trauma (como
a formação de fístula arteriovenosa).

Tabela 3 - CEAP quanto à classificação anatômica (A).


Veias superficiais (As)
Veias profundas (Ad)
Veias perfurantes (Ap)

Tabela 4 - CEAP quanto à classificação fisiopatológica (P).


Refluxo (Pr) Causada por refluxo
Obstrução (Po) Causada por obstrução
Refluxo e obstrução (Pr,o) Causada por refluxo e obstrução
Figura 1. Características clínicas (C) da classificação CEAP. A – CEAP 1, B – CEAP 2, C –
CEAP 3, D – CEAP 4, E – CEAP 5 e F – CEAP 6.

EXAMES COMPLEMENTARES

Hoje, o exame de escolha para estudar a etiologia (E), a anatomia (A) e a


fisiopatologia do refluxo (P) é o eco-Doppler venoso, por se tratar de um exame não-
invasivo, sem necessidade de uso de contraste ou radiação, além de ter relativo baixo custo.
Tem a desvantagem de ser operador dependente.
TRATAMENTO CLÍNICO

A escleroterapia, conhecida por muitos como “aplicação”, é o tratamento de escolha


para os casos de CEAP 1. Pode ser feita através de um método químico por meio de aplicação
de agentes esclerosantes (glicose hipertônica 75%, monoetalolamina 5%, polidocanol 0,5%).
São contraindicações para essa técnica: hipersensibilidade ao agente, TVP recente, infecção e
doença arterial grave. Outra opção seria a utilização de um método físico (laser).
A compressão elástica é fundamental para prevenção e terapêutica das varizes e da
IVC. Pode ser feita com meias elásticas até o joelho (3/4), até a metade da coxa (7/8) ou meia-
calça, dependendo da topografia da doença. Além disso, pode ser de suave compressão (15-20
mmHg), de média compressão (20-30 mmHg) ou de alta compressão (30-40 mmHg). Esta
última é utilizada principalmente para os pacientes pós-episódio de TVP, a fim de aumentar o
fluxo venoso, acelerando a recanalização da veia e diminuindo as chances de recidiva. Nos
casos de CEAP 6, onde há presença de úlcera em atividade, realiza-se curativo diário com
soro fisiológico 0,9%, sabonetes líquidos antissépticos e substâncias que favorecem a
granulação ou fazem desbridamento químico de fibrina. Se o paciente suportar, pode ser feita
terapia elástica também. Após a cicatrização da úlcera, o paciente deve manter a compressão
elástica por uso contínuo. A compressão elástica é contraindicada nos pacientes portadores de
doença isquêmica nos membros inferiores.
Uma variante desse mecanismo é o suporte inelástico, cujo modelo mais conhecido é a
bota de Unna. Previne a formação de edema, bem como favorece a cicatrização da úlcera por
possuir substâncias cicatrizantes em sua composição, no entanto, não pode ser utilizada em
casos de infecção ou de isquemia nos membros inferiores.
Essa classe de medicamentos é utilizada no tratamento da insuficiência venosa e age
principalmente por ter efeito anti-inflamatório, o que melhora os sintomas de dor e
desconforto nos membros inferiores, além de aumentar o tônus venoso, com redução da estase
na microcirculação. Existem várias substâncias tidas como flebotônicos, sendo os flavonoides
as principais. Flavonas (diosmina 450mg) e flavanas (hesperidina 50mg). Muitos
medicamentos já associam a diosmina com hesperidina, sendo prescrito 500mg 12/12 horas
ou 1.000mg uma vez por dia (Tabela 5).
Tabela 5 – Tratamento quanto à Classificação clínica
Classificação Clínica (C) Tratamento
C1 Escleroterapia e compressão elástica
C2-C5 Flebotônico e compressão elástica
C6
Sem infecção Flebotônico e bota de Unna
Com infecção Flebotônico e antibioticoterapia

TRATAMENTO CIRÚRGICO

A cirurgia para o tratamento do refluxo no sistema venoso é reservada para os casos


clínicos (C2-C6), onde a etiologia é primária (Ep), envolvendo as veias superficiais e
perfurantes (As e Ap) e de fisiopatologia por refluxo (Pr). O tratamento cirúrgico das varizes
superficiais de etiologia secundária pós-trombose ou pós-fístula fica reservado para casos
selecionados, onde o sistema profundo encontra-se completamente recanalizado e a fístula
tratada, respectivamente (Tabela 6).
São consideradas contraindicações para a cirurgia: doença arterial periférica
(isquemia), comorbidades importantes (doença cardíaca, insuficiência renal), úlcera infectada,
gravidez, linfedema do membro, trombose venosa profunda aguda. Procedimentos menos
invasivos, como endolaser, radiofrequência e escleroterapia eco-guiada com espuma, ganham,
cada vez mais, espaço no tratamento de varizes, sobretudo em pacientes com mais
comorbidades.

Tabela 6- Tratamento cirúrgico quanto à Classificação clínica e anatômica.


Classificação clínica e anatômica Tratamento cirúrgico
C1 Não indicado – Apenas escleroterapia e
compressão elástica
C2-C5 (no compartimento superficial e Cirurgia, endolaser, radiofrequência ou espuma
perfurantes) de polidocanol a 1-3%
C6 (no compartimento superficial e perfurantes) Cirurgia (quando úlcera sem infecção),
endolaser, radiofrequência ou espuma de
polidocanol a 1-3%
Questões

1. Quanto à classificação clínica CEAP, podemos afirmar, exceto:


A - A classe 1 corresponde a telangiectasias ou veias reticulares.
B - A classe 2 corresponde à eczema varicoso.
C - A classe 3 corresponde à presença de edema.
D - A classe 5 corresponde a alterações tróficas com úlcera cicatrizada.
E - A classe 4 corresponde a alterações tróficas na pele.

2. A respeito das úlceras venosas, pode-se afirmar:


A - Localiza-se inicialmente na planta do pé com evolução progressiva, podendo acometer
toda circunferência da perna.
B - Apresentam forma irregular com bordas mal definidas e fundo de coloração pálida, tem
base de tecido necrótico, é francamente purulenta nos casos de infecção.
C - A pele circunjacente nunca apresenta alterações tróficas tais como: hiperpigmentação,
dermatite, lipodermatosclerose e atrofia branca.
D – Dificilmente, são produzidas por trauma como o ato de coçar áreas de eczema, iniciando-
se pequenas e rapidamente evoluindo quando não se controla o edema ou ocorre infecção
secundária.
E - A evolução máxima do quadro de hipertensão venosa é a úlcera venosa.

3. A respeito do tratamento cirúrgico das varizes dos membros inferiores, pode-se afirmar:
A - Está indicada para resolver o problema estético e para correção do distúrbio circulatório
proporcionado pelo refluxo de sangue.
B - Pode ser realizada mesmo na presença de lesões tróficas, na presença de isquemia do
membro e de outras doenças sistêmicas, pois não acarretaram risco cirúrgico importante.
C - Esse procedimento elimina as varizes, os pontos de refluxo e sua estase venosa, porém
não é capaz de restabelecer a fisiologia normal do sistema venoso.
D - Não se indica a cirurgia para o controle dos sintomas como dor, edema e prevenção de
maiores complicações.
E - O tratamento cirúrgico controla os pontos de refluxo venoso e ainda impede, ao longo dos
anos, que outras válvulas se tornem insuficientes e que as paredes de outras veias se
enfraqueçam.
4. A tríade sintomática mais comum na IVC é:
A - Edema, dor, prurido.
B - Ulceração, dor, fadiga.
C - Dor, fadiga e sensação de peso nas pernas.
D - Calor, cãibras, edema.
E - Fadiga, prurido, sensação de peso nas pernas.

5. Os flebotônicos estão indicados para:


A - Auxiliar no tratamento sintomático das varizes.
B - Evitar o surgimento de novas varizes e curar as já existentes.
C - Tratar todas as patologias vasculares periféricas.
D - Curar as úlceras da insuficiência venosa crônica.
E - Tratar a claudicação em arteriopatas.

6. Qual o exame de escolha para o estudo do refluxo no sistema venoso:


A - Pressão venosa ambulatorial.
B - Eco-Doppler.
C - Flebografia.
D - Pletismografia.

7. Em qual dos casos é indicado o tratamento cirúrgico?


A - Comprometimento do sistema venoso profundo.
B - Telangiectasia.
C - Paciente de 75 anos hipertenso não controlado com IVC.
D - Comprometimento do sistema venoso superficial.

8. Qual é a causa principal da hiperpigmentação na IVC?


A - Exposição solar.
B - Uso de hormônios.
C - Alterações hormonais.
D - Extravasamento de hemácias com consequente deposição de hemossiderina.
E - Trauma.
9. (CEREM-BAHIA) Paciente sexo feminino, 55 anos de idade, diabética, hipertensa e
tabagista há 25 anos. Refere dor tipo sensação de peso nas pernas há mais de 20 anos com
piora nos últimos 5 anos, predominantemente no final do dia. Refere que progressivamente
surgiram veias dilatadas, manchas escuras e edema em ambas as pernas, mais intensamente na
perna direita, na qual surgiu ferida que não está cicatrizando, a despeito dos cuidados locais.
Diante do quadro apresentado:
A - Identifique o provável diagnóstico.
B - Identifique a topografia/localização e o tipo de leito da ferida na perna direita, mais
prováveis.
C - Indique o exame mais adequado a ser solicitado para avaliar a suspeita diagnóstica.

10. (UFT) Na Insuficiência Venosa Crônica, na classificação CEAP, o C3 o que significa?


A - Hiperpigmentação.
B - Dermatoesclerose.
C - Úlcera Cicatrizada.
D - Edema.
E - Úlcera aberta.

11- (UFPR) Sobre insuficiência venosa crônica, assinale a alternativa correta.


A - O tratamento cirúrgico para correção de varizes de membros inferiores está
contraindicado em pacientes com trombose de veia safena magna.
B - O tratamento cirúrgico melhora os sintomas de linfedema.
C - A lesão de nervo safeno durante a fleboextração ocorre em cerca de 10% dos pacientes e
se manifesta por incapacidade de realização de dorsiflexão de pé.
D - Os pacientes classificados como C2 da classificação CEAP são assintomáticos.
E - A trombose venosa aguda autoriza a correção de varizes de emergência.

12 - Na IVC, a medida de pressão venosa no pé, na deambulação, mostra:


A - Queda maior que em indivíduos normais.
B - Aumento da pressão venosa.
C - Que não varia.
D - Queda menor que em indivíduos normais.
E - Que fical igual à pressão da coluna hídrica da aurícula direita ao pé.
13- A classificação da insuficiência venosa dos membros inferiores foi uniformizada com o
advento da classificação CEAP, de acordo com os seguintes critérios:
A - Etiológicos, anatômicos, clínicos e fisiopatológiscos.
B - Histopatológicos, hemodinâmicos, clínicos e anatômicos.
C - Etiológicos, plestimográficos e hemorreológicos.
D - Ultrassonográficos, clínicos e radiológicos.
E - Hemodinâmicos, clínicos e fisiopatológicos.

14 - Nas varizes secundárias, decorrentes de trombose venosa profunda, indica-se, após


estudo prévio, cirurgia com duplex e/ ou flebografia quando:
A - O sistema venoso superficial estiver pérvio.
B - O sistema venoso profundo apresentar apenas insuficiência valvar.
C - O sistema venoso profundo estiver obstruído.
D - O sistema venoso superficial for o mais importante na via de retorno.
E - Não indicaria.

15. Sobre a insuficiência venosa crônica, pode-se afirmar que:


A - É causada por incompetência valvular, sempre associada à obstrução do fluxo venoso;
B - A disfunção venosa é sempre adquirida e aumentada com a idade;
C - A classificação mais utilizada é a de Widmer;
D - Pode afetar o sistema superficial, profundo ou ambos.

16. São contraindicações absolutas para cirurgia de varizes dos membros inferiores,
EXCETO:
A - Hipogenesia do sistema venoso profundo.
B - Linfedema do membro.
C – Gravidez.
D - Úlcera de estase ativa e infectada.
E - Idade avançada.
17. Assinale o quadro clínico que se constitui contraindicação formal ao tratamento cirúrgico
das varizes dos membros inferiores:
A - Hipertensão arterial.
B - Diabetes mellitus.
C - Insuficiência coronariana.
D - Isquemia crítica.
E - Asma brônquica.

18. Observe as afirmativas a seguir em relação à insuficiência venosa crônica:


I- Consiste em um conjunto de alterações que ocorrem na pele e no tecido subcutâneo,
principalmente dos membros inferiores, decorrentes de uma hipertensão venosa de longa
duração.
II- Ela é causada por uma insuficiência valvular e/ou obstrução venosa.
III- Dentre as alterações, estão edema, hiperpigmentação, cianose, lipodermatoesclerose,
eczema e úlcera.

A - Apenas a afirmativa I está correta.


B - Apenas a afirmativa II está correta.
C - Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
D - Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
E - Todas as afirmativas estão corretas.

19. As principais complicações das varizes nos membros inferiores são:


A - Linfangite e erisipela.
B - Hemorragia e varicoflebite.
C - Oclusão arterial aguda.
D - Linforragia e linfedema.
E - Síndrome do dedo azul e ciatalgia.

20. Na IVC, as complicações observadas são diretamente relacionadas a:


A - Obstrução do sistema venoso profundo.
B - Alterações da bomba muscular da panturrilha.
C - Hipertensão veno-capilar.
D - Insuficiência valvular superficial e profunda.
21. Dentre as alternativas abaixo, qual o método mais importante no tratamento conservador
da insuficiência venosa crônica?
A - Elevação da extremidade.
B - Meias elásticas.
C - Drogas flebotrópicas.
D - Antiagregantes plaquetários.

22. A classificação CEAP tornou-se útil em todo o mundo por ser clinicamente descritiva.
Qual dos seguintes métodos de testes deve ser adotado para o distúrbio venoso CEAP classe
1?
A - Pletismografia gasosa.
B - Pressão venosa do tornozelo.
C - Ecodoppler das veias do membro inferior.
D - Flebografia contrastada descendente.
E - Nenhum dos acima.

23. (UNIRG – Res Méd – ACESSO DIRETO – 2015) O diagnóstico de varizes é de tal modo
evidente que ele é feito pelo próprio paciente. Ao médico cabe o diagnóstico etiopatogênico,
base da sua orientação terapêutica. Nesse sentido, a principal causa de varizes secundárias é:
A - O enfraquecimento da parede venosa.
B - Microtrombose de perfurantes.
C - A formação de anastomoses arteriovenosas.
D - A formação de trombos no sistema venoso profundo.

24. (UFT – Res Méd – Pré-requisito Cirg. Geral – 2015) De acordo com a etiopatogenia e
fisiopatologia da doença varicosa, podemos classificá-las como varizes primárias e
secundárias. Qual das condições abaixo pode ser causa de varizes dos membros inferiores?
A - Hipertensão porta.
B - Erisipela.
C - Linfedema congênito.
D - Linfedema tardio.
E - Fístula arteriovenosa.
25. (UNIRIO – ACESSO DIRETO – Res Med – 2014) No seu ambulatório, você examina
uma senhora de 45 anos, com queixa de varizes e “dor nas pernas”, mais acentuadamente no
membro direito. Os sintomas relatados são a dor que vai aumentando com o passar do dia e é
mais intensa no período menstrual. Pernas pesadas, importante desconforto e, em algumas
vezes, dor muito intensa na panturrilha do membro direito. No seu exame físico, constata que
a insuficiência é superficial, provocada pela veia safena interna direita com veias varicosas,
edema, alterações da pele atribuídas à doença venosa com pigmentação, eczema venoso e
lipodermatosclerose. O caso descrito acima corresponde à seguinte classe da classificação
clínica da doença venosa crônica dos membros inferiores:
A - Classe dois.
B - Classe três.
C - Classe quatro.
D - Classe cinco.
E - Classe seis.

26. (UFT – Res Méd – Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular – 2015) A insuficiência


venosa crônica é responsável por morbidade elevada, devido a úlceras de membros inferiores
e infecções. É importante o conhecimento desta patologia, sendo que as duas principais causas
são síndrome pós-trombótica e varizes primárias. Na fisiopatologia da insuficiência venosa
crônica, a hipertensão venosa é decorrente de que?
A - Pressão aumentada nas arteríolas.
B - Infecções de repetição.
C - Pressão aumentada nos capilares.
D - Obstrução das arteríolas.
E - Nenhuma das alternativas está correta.
Respostas

1 - B. A classe 2 corresponde a veias varicosas (veia subcutânea palpável com mais de 3 mm


de diâmetro).

2 - E. Observando a classificação CEAP, percebe-se que o grau mais elevado (CEAP 6)


corresponde à presença de úlcera.

3 - A. As principais indicações do tratamento cirúrgico de varizes são o problema estético e a


melhora dos sintomas provocados pelo refluxo. Não deve ser realizada em pacientes
portadores de isquemia, lesão trófica infectada ou comorbidades graves. Não é um tratamento
para cura e sim, para dar mais conforto estético para os pacientes.

4 - C. Dor, fadiga e sensação de peso nas pernas são os principais sintomas da insuficiência
venosa crônica.

5 - A. Flebotônicos são medicamentos utilizados para melhorar os sintomas na insuficiência


venosa crônica por ajudar no retorno venoso e ter algum efeito anti-inflamatório.

6 - B. O eco-Doppler é o exame de escolha para estudo do refluxo no sistema venoso por


apresentar boa acurácia, relativo baixo custo e não ser invasivo.

7 - D. A cirurgia para o tratamento do refluxo no sistema venoso é reservada para os casos


clínicos (C2-C6), envolvendo as veias superficiais e perfurantes e de fisiopatologia por
refluxo. O tratamento cirúrgico não deve ser realizado nas veias profundas ou em
determinadas situações: doença arterial periférica (isquemia), comorbidades importantes
(doença cardíaca, insuficiência renal), úlcera infectada, gravidez, linfedema do membro.

8 - D. A hiperpigmentação da pele ocorre pelo aumento da pressão ao nível dos capilares,


provocando extravasamento de hemácias. A hemoglobina contida nas hemácias se transforma
em hemossiderina que, por sua vez, passa para ferritina.

9. A - Insuficiência Venosa Crônica / Varizes de Membros Inferiores com complicações.


B - Área Peri-maleolar medial/interna, geralmente indolor (a dor acontece quando há processo
inflamatório/infeccioso) e leito com tecido de granulação (vermelho, não isquêmico).
C - Eco-Color-Doppler Venoso de Membros Inferiores.

10 - D. CEAP 3 corresponde a edema em membros inferiores.

11 - D. O gabarito dado foi letra D, mas vamos analisar cada alternativa: A - O tratamento
cirúrgico para correção de varizes de membros inferiores pode ser realizada em pacientes com
trombose de veia safena magna, pois isso é uma flebite (a contraindicação é quando ocorre
trombose em veia profunda - TVP - não recanalizada). B - O tratamento cirúrgico pode piorar
o linfedema, pela possibilidade de dano linfático durante o procedimento. C - A lesão de
nervo safeno provoca alteração da sensibilidade (não é nervo motor). D - Os pacientes
classificados como C2 da classificação CEAP são assintomáticos (C1 e C2 geralmente são
situações mais estéticas, entretanto, os pacientes podem se queixar de sensação de peso, dor e
fadiga nas pernas). E - A trombose venosa aguda contraindica a cirurgia de varizes.

12 - D. Normalmente, há queda da pressão venosa na deambulação, devido à contração


muscular, entretanto, em pacientes portadores de insuficiência venosa crônica, essa queda é
menor.

13 - A. Clínico/Etiológico/Anatômico/fisiopatológico

14 - B. A cirurgia para varizes é indicada para tratamento de veias superficiais e/ou


perfurantes. Essas varizes podem ocorrer pós-trombose venosa profunda, devendo-se avaliar
com muito critério a perviedade desse sistema para se indicar o procedimento (pode haver
refluxo, mas não obstrução).

15 - D. A insuficiência venosa crônica pode afetar o sistema superficial, profundo e as


perfurantes ou todos.

16 - E. Idade avançada é contraindicação relativa (depende das comorbidades). As outras


opções são contraindicações absolutas.
17 - D. As outras opções devem ser avaliadas quanto ao grau de descompensação, assim como
se deve observar os benefícios da cirurgia. Entretanto, a opção D é contraindicação formal
para cirurgia de varizes, tendo em vista que o paciente está em risco de perda do membro,
além de que não aconteceria a cicatrização pela falta de sangue arterial.

18 - C. Cianose não faz parte do quadro de insuficiência venosa crônica.

19 - B. Varizes podem se romper (hemorragia) ou trombosar (flebite) devido à estase.

20 - C. O que resulta na insuficiência venosa crônica, seja por refluxo, obstrução ou ambos, é
a pressão aumentada ao nível veno-capilar.

21 - B. O principal tratamento clínico para varizes e insuficiência venosa crônica é a


compressão elástica que atua favorecendo o retorno venoso, ou seja, combatendo o refluxo.
As drogas flebotônicas ajudam mais nos sintomas do que na melhora funcional das veias.

22 - E. Não há necessidade, a princípio, de exames complementares para pacientes CEAP 1.


Para pacientes CEAP 2-6, o exame mais solicitado é o eco-Doppler venoso.

23 - D. A principal causa secundária de varizes é a ocorrência de trombos no sistema venoso


profundo. Entretanto, vale salientar que a maioria das varizes surge de causa primária, ou seja,
é de natureza idiopática.

24 - E. Dentre as causas secundárias, ocorrem principalmente: trombose venosa profunda e


fístula artério-venosa (comunicação entre artérias e veias tronculares que surge geralmente
pós-trauma).

25 - C. As alterações da pele (pigmentação, eczema venoso e lipodermatosclerose)


caracterizam o CEAP 4.

26 - C. A fisiopatologia da insuficiência venosa crônica resulta em hipertensão ao nível veno-


capilar.
REFERÊNCIAS

BRITO, C. J. et al. (Eds.). Cirurgia vascular, cirurgia endovascular e angiologa. Rio de


Janeiro: Revinter, 2014.

MAFFEI, F. H. A. et al. (Eds.). Doenças vasculares periféricas. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2016.

RUTHERFORD, R. B. et al. (Eds.). Cirurgia vascular. Rio de Janeiro: Dilivros, 2007.

UFLACKER, R. Atlas de anatomia vascular. Rio de Janeiro: Revinter, 2003.

Você também pode gostar