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A B R I L , 2 0 2 1

EMERGÊNCIAS
ONCOLÓGICAS
Da Fisiologia a Prática Nutricional

Lia Ribeiro
Coordenadora de Nutrição Clínica – ICESP
Preceptora da Residência Multiprofissional em Atenção Oncológica ao Adulto – ICESP
Especialização em Administração Hospitalar – Centro Univ. São Camilo
Especialização em Terapia Nutricional e Nutrição Clínica – GANEP
Aprimoramento em Nutrição Hospitalar no Hosp. Universitário da USP
Nutricionista pela Faculdade de Saúde Pública - USP
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

INTRODUÇÃO

Emergências oncológicas são condições de ameaça à vida que devem


ser identificadas imediatamente com intervenção rápida e decisiva a fim de
minimizar mortalidade e morbidade.

Estas condições podem ser decorrentes do tratamento antineoplásico


como também devido ao próprio tumor, envolvendo anormalidades metabólicas e
hormonais como também comprometimentos físicos causados pela compressão do
tumor em órgãos vitais.

Os sinais e sintomas de uma emergência oncológica podem ocorrer


desde o momento do diagnóstico até na terminalidade da doença oncológica. Nos
últimos anos, houve ampliação das emergências oncológicas devido ao aumento da
sobrevida dos pacientes com câncer mesmo com a evolução da doença.

KAMEO, S et al. Revista Brasileira de Cancerologia 2018; 64(4): 541-550


PI, J et al. J Oncol Pharm Pract 2016 Aug; 22 (4):625-38
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
1. INTRODUÇÃO

As complicações cardiovasculares são classificadas em:

Síndrome da Veia Cava


Tromboembolismo Venoso
Superior

Choque Séptico
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
2. TROMBOEMBOLISMO VENOSO

Descrito em 1823 pela 1ª vez 2ª causa de óbito

Risco de 20% Mais comum:


Câncer avançado de pâncreas, Embolismo pulmonar e TVP
estômago, cólon, rins, cérebro e (geralmente nos membros inferiores).
linfoma.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
2. TROMBOEMBOLISMO VENOSO

Patogênese envolve:
Produção de pró-coagulantes por células tumorais;
Supressão de atividade fibrinolítica;
Ativação plaquetária.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
2. TROMBOEMBOLISMO VENOSO

Quimioterapia induz ativação celular endotelial, levando ao aumento da


expressão de fatores promotores de coagulação e redução dos níveis de
antitrombina e proteínas C e S (processo de anticoagulação)

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
2. TROMBOEMBOLISMO VENOSO

Escala de TVP 2 níveis (Wells Score):

Características Clínicas Pontos


Câncer Ativo (tratamento em 6 m ou paliativo) 1
Paralisia, paresia ou imobilização das extremidades inferiores 1
Acamado há > 3 dias ou cirurgia de grande porte (nas últimas 12 1
semanas) com anestesia geral ou local
Desconforto ao longo da distribuição do sistema venoso profundo 1

Edema de perna (inteira) 1


Diâmetro da perna edemaciada > 3cm superior ao lado assintómático 1

Veias superficiais colaterais 1


TVP prévia documentada 1
Um diagnóstico alternativo é tão provável quanto à TVP -2

Pontuação final:
> 2 pontos → provável TVP
< 1 ponto → TVP improvável

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
2. TROMBOEMBOLISMO VENOSO

Escala de TEP 2 níveis (Wells Score):

Características Clínicas Pontos


Sinais clínicos e sintomas de TVP (edema de MMII ou dor à palpação) 3
Alternativa menos provável que TEP 3
Frequência cardíaca > 100 bpm 1,5

Imobilização por mais de 3 dias ou cirurgia prévia nas últimas 4 1,5


semanas
TVP / TEP prévia 1,5
Hemoptise 1

Câncer (em tratamento ativo, nos últimos 6 meses ou paliativo) 1

Pontuação final:
> 4 pontos → provável TEP
< 4 pontos → TEP improvável

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
2. TROMBOEMBOLISMO VENOSO

PROFILAXIA

Restrição ao leito

Maioria dos pacientes têm Cirurgia de grande porte → antes da cirurgia e após
indicação de tromboprofilaxia por 7-10 dias, estendendo por até 4 semanas

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
2. TROMBOEMBOLISMO VENOSO

FARMACOLÓGICA TROMBÓLISE FILTRO DE VEIA CAVA


Heparinas Embolismo Se há risco de
(HNF, HBPM) pulmonar sangramento

TRATAMENTO
Prevenir recorrência, progressão com menor risco de sangramento

HBPM mais indicada que Menor chance de recorrência de TEV


Tratamento
antagonistas de vitamina K Recomendado pelas sociedades
em longo prazo
(Varfarina) especializadas de oncologia

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
2. TROMBOEMBOLISMO VENOSO

Quais implicações
✓ Avaliação Física:
para Nutrição?
✓ Peso mascarado;
✓ Dificuldade de pesagem;
✓ Dificuldade de estimar peso (AJ);
✓ Meta Nutricional: comprometimento do cálculo;
✓ Interação droga-nutriente: Varfarina e Vitamina K;

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

Variedade de sinais e sintomas resultantes de compressão externa ou obstrução interna da veia cava
superior (VCS) ou de grandes veias associadas.

VCS transporta 1/3 do retorno


venoso para o coração.
(cabeça, pescoço, extremidades superiores)

Pode ser retomado em algumas


Compressão ou obstrução pode
horas pela utilização de outras veias.
resultar em comprometimento
do débito cardíaco
Níveis graves de
comprometimento
da VCS há aumento
de pressão venosa

Edema intersticial:
Edema laríngeo → comprometimento respiratório
Edema cerebral → isquemia cerebral, hérnia cerebral e morte

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

52 a 81% 2 a 20% 8 a 10%

Metástase no
Câncer de Pulmão Linfoma Mediastino

Câncer de pequenas células Linfoblástico Mama


Não pequenas célula Células germinativas
Gastrintestinal

Tumor Mediastinal Não maligno

Timoma Doença infecciosa (sífilis, TB)


Carcinoma do Timo Fibrose Mediastinal
Sarcoma ICC
Melanoma Bócio
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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

Visão
Quemose distorcida

Edema
Letargia lingual

Rouquidão

Cianose
Tosse

Dispneia
Edema
MMSS Nausea

Tontura

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

Assintomático (10%)
SVCS por Raio-x na ausência
de sintomas

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

Leve (25%)
Edema em cabeça e pescoço
(distensão vascular), cianose, pletora

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

Moderado (50%)
Edema em cabeça e pescoço com
comprometimento funcional
(disfagia, tosse, visão distorcida)3

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

Grave (10%)
Edema cerebral leve/moderado (cefaleia, tontura),
edema laríngeo leve, reserva cardíaca reduzida4

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

Risco de vida (5%)


Edema cerebral significativo (confusão),
edema laríngeo, comprometimento
hemodinâmico (síncope, hipotensão)

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

Fatal (< 1%)


Morte

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

CT: Tomografia Computadorizada; CXR: Raio-x tórax; NSCLC: câncer de pulmão não peq. células; SCLC: câncer de pulmão de peq. células; SVC: Veia cava superior

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
3 . S Í N D R O M E D A V E I A C A VA S U P E R I O R ( S V C S )

Quais implicações
para Nutrição? ✓ Avaliação Física:
✓ Peso mascarado;
✓ Dificuldade de pesagem;
✓ Dificuldade de estimar peso (CB);
✓ Meta Nutricional: comprometimento do cálculo;
✓ Alteração de consistência da dieta conforme sintomas;
✓ Disfagia – necessidade de avaliação fonoaudiológica:
✓ Via alternativa de alimentação?

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
5. CHOQUE SÉPTICO

Sepse é uma síndrome da resposta inflamatória sistêmica caracterizada por injúria tecidual
generalizada, frequentemente devido a uma infecção severa.

Patógenos ou moléculas associadas à microorganismos


causam dano ao tecido e reações inflamatórias

Mediadores inflamatórios e toxinas


microbianas tem efeitos citotóxicos

Disfunções dos órgãos


(desregulação da circulação sanguínea,
transporte de oxigênio, oxigenação tecidual)

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
5. CHOQUE SÉPTICO

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
5. CHOQUE SÉPTICO

DIAGNÓSTICO
DISFUNÇÃO ORGÂNICA OU
INFECÇÃO
REDUÇÃO DA PERFUSÃO SANGUINEA

✓ Febre ✓ Oliguria
✓ Hiperglicemia
✓ Calafrios ✓ Acidose láctica
✓ Leucocitose
✓ Hipotermia ✓ Alteração mental
✓ Neutropenia
✓ Taquipneia ✓ Hipotensão

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
5. CHOQUE SÉPTICO

Terapia
Antimicrobiana

ATB EV
Tratamento da infecção ativa Primeiras 6 h ou assim que
✓ Avaliação física (boca, faringe, trato respiratório, pele, etc) culturas estiverem disponíveis ou
ATB de amplo espectro.
✓ Avaliação de perfil sanguíneo (hemograma, eletrólitos,
gasometria) Monitoramento constante
✓ Coleta de culturas (urina, fezes, drenos, sangue, etc) Verificação de toxicidade,
evidência de resposta ao ATB ou
✓ Exames (RX, USG, TC)
progressão da infecção.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
5. CHOQUE SÉPTICO

Tratamento da
Insuficiência cardiovascular

Ressuscitação volêmica Vasopressores


Hipovolemia é comum e pode ser severa. Indicado se PAM <65 mesmo
Necessidade de restaurar a função após reposição volêmica
cardiovascular. → noradrenalina, vasopressina,
→ utilização de cristaloides (Ringer dobutamina
lactato)

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
5. CHOQUE SÉPTICO

Suporte
Ventilatório

✓ Oxigênio suplementar é recomendado para


todos os pacientes com sepse Ventilação mecânica (IOT)
✓ Saturação de O2 deve ser acompanhado se necessário
constantemente (90%)

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
5. CHOQUE SÉPTICO

Terapia
Nutricional

TNE precoce
Volume reduzido
Meta nutricional inicial de 20 – 25kcal/kg.

Alimentação por VO normalmente Progressão da meta nutricional


comprometida, indicação de via Conforme recuperação do quadro de sepse
alternativa. (aprox. 7 dias) para 25 a 30 kcal/kg.

Calorimetria Indireta
Indicada após estabilização.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES NEURÓLOGICAS
1. INTRODUÇÃO

As complicações neurológicas podem compreender:

Síndrome da Compressão
Metástases Cerebrais
Medular

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES NEURÓLOGICAS
2. SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR

Síndrome de Compressão Medular (SCM) pode causar comprometimento neurológico


(paraplegia e incontinência).

Diagnóstico e intervenção precoce


Prevenir a ocorrência desta condição.

2ª principal complicação neurológica


Presente em aproximadamente 5% dos pacientes.

SCM
Maior incidência
Pacientes com câncer de pulmão,
próstata e mama.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES NEURÓLOGICAS
2. SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR

Mecanismo da compressão é multifatorial e processo complexo. Metástase


hematogênica do corpo vertebral é o principal mecanismo em adultos.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES NEURÓLOGICAS
2. SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR

SINAIS E SINTOMAS

Dor
Disfunção
intestinal

Fraqueza
Muscular
Disfunção na
bexiga

Perda de
Sensibildade
Dormência

Parestesia

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES NEURÓLOGICAS
2. SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR

Avaliação de SCM

Aparecimento de dor lombar ou Realização de RNM para


cervical é alerta para suspeita e diagnóstico e definição de
avaliação de SCM; tratamento.

Tratamento
Principal objetivo é manter e melhorar
funções neurológicas e sobrevida.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES NEURÓLOGICAS
2. SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR

SCM

Sintomas Suspeitos

Realização de RNM
Cirurgia descompressiva
seguida de RDT
✓ Tumor Radio-resistente
✓ Deslocamento da medula espinhal
Avaliação Multidisciplinar
✓ Única área de SCM
Corticoesteróides IV
✓ < 48 h de intervalo sintomático
✓ > 3 meses de expectativa de vida Radioterapia

Manejo da SCM
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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES NEURÓLOGICAS
3 . C O M P L I C A Ç Õ E S D E M E TÁ S TA S E S C E R E B R A I S

Metástases cerebrais são o principal tipo de tumor intracranial em adultos, ocorrendo em


20 a 40% dos pacientes em estágio avançado de câncer.

Principais tipos de câncer


primário com desenvolvimento
de metástase cerebral.

Cefaleia

Náuseas

Êmese

Convulsão

Disfunção Motora Sintomas


Disfunção Cognitiva
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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES NEURÓLOGICAS
3 . C O M P L I C A Ç Õ E S D E M E TÁ S TA S E S C E R E B R A I S

As metástases cerebrais são diagnosticadas por meio de RNM e o tratamento pode ser
realizado com RDT, QT ou cirurgia. No entanto, estas metastases podem causar efeitos mais graves:

Aumento de pressão intracraniana


Cefaleia, náuseas/êmese, sinais neurológicos focais
Presença de Edema cerebral peritumoral
Tratamento medicamentoso (dexametasona) ou até cirurgia
descompressiva.

Convulsão
Até 70% dos pacientes com metástases cerebrais apresentam
convulsões.
Tratamento com medicação anticonvulsivante que possui efeito
no metabolismo de citocromo p450 causando interferência no
metabolismo dos agentes antineoplásicos.
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RENAIS E UROLÓGICAS


1. INTRODUÇÃO

As complicações renais e urológicas podem compreender:

Emergências Urológicas Lesão Renal Aguda

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RENAIS E UROLÓGICAS


2. EMERGÊNCIAS UROLÓGICAS

Emergências
Urológicas

Obstrução do
Cistite
Trato Urinário

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RENAIS E UROLÓGICAS


2. EMERGÊNCIAS UROLÓGICAS

Emergências
Urológicas

Obstrução do
Cistite
Trato Urinário

✓ Tumor primário em região pélvica


Completa interrupção do (ginecológico, urológico)
fluxo urinário natural
✓ Mestástase em região pélvica.

CLASSIFICAÇÃO DA OBSTRUÇÃO URINÁRIA:


Alta Baixa
✓ Cálculos renais ou crescimento tumoral; ✓ Obstrução da saída de urina
✓ Fluxo urinário comprometido (uretra, próstata ou bexiga);
(linfoma, próstata, bexiga, utero ou colon); ✓ Dificuldade para urinar ou incontinência.
✓ Uremia ou alteração em exames bioquímicos; ✓ Tratamento com cateter de foley
✓ Nefrostomia ou cistoscopia com stent uretral (sonda vesical demora).
(se causa não reversível em curto prazo).

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RENAIS E UROLÓGICAS


2. EMERGÊNCIAS UROLÓGICAS

Emergências
Urológicas

Obstrução do
Cistite
Trato Urinário

✓ Urgência urinária;
Cistite não infecciosa com sintomas
✓ Disúria;
compatíveis de irritação na bexiga
✓ Aumento da frequência;

PODE SER INDUZIDA POR RADIAÇÃO OU QUIMIOTERAPIA


RDT QT
✓ Região pélvica (útero, próstata) com impacto na ✓ Metabólito tóxico (acroleína) pelos agentes alquilantes
mucosa da bexiga; (ciclofosfamida, ifosfamida, trofosfamida)
✓ Hematuria, ardência, urgência, incontinência; ✓ Hematúria, ardência, urgência, incontinência;
✓ Diagnóstico por sintomas ou cistoscopia / cultura; ✓ Diagnóstico realizado pelos sintomas ou cistoscopia / cultura;
✓ Tratamento com cateter vesical até eliminação de ✓ Prevenção é mais indicado, hidratação venosa para reduzir
coágulos. concentração urinária e MESNA (ligante de acroleína).

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RENAIS E UROLÓGICAS


3. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA)

Definida como uma redução repentina da taxa de filtração glomerular, levando a um


aumento da ureia sanguinea e creatinina sérica. É uma complicação de diversas neoplasias com
impacto em mortalidade e morbidade. Em pacientes críticos, a IRA acontece juntamente com
disfunção múltipla de orgãos e está associada a uma taxa de mortalidade de 72 a 85%.

Pré – Renal

Renal

Pós – Renal

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RENAIS E UROLÓGICAS


3. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA)

Definida como uma redução repentina da taxa de filtração glomerular, levando a um


aumento da ureia sanguinea e creatinina sérica. É uma complicação de diversas neoplasias com
impacto em mortalidade e morbidade. Em pacientes críticos, a IRA acontece juntamente com
disfunção múltipla de orgãos e está associada a uma taxa de mortalidade de 72 a 85%.

Redução da perfusão sanguinea no rim


Pré – Renal Resposta do rim a redução do volume circulante Cr e Ur no sangue

Pacientes oncológicos mais suscetíveis devido comorbidades associadas


e intervenções farmacológicas múltiplas que são submetidos.

Renal
✓ Mucosite;
Desidratação ✓ Sangramento;
✓ Perda intersticial (edema)

Pós – Renal AINEs SEPSE


Efeito nefrotóxico com Altera hemodinâmica do
redução da TFG rim. Pode induzir IRA.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RENAIS E UROLÓGICAS


3. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA)

Definida como uma redução repentina da taxa de filtração glomerular, levando a um


aumento da ureia sanguinea e creatinina sérica. É uma complicação de diversas neoplasias com
impacto em mortalidade e morbidade. Em pacientes críticos, a IRA acontece juntamente com
disfunção múltipla de orgãos e está associada a uma taxa de mortalidade de 72 a 85%.

Pré – Renal
Lesão pré-renal Dano Necrose
não tratada parênquima renal Tubular Aguda

OU
Renal Compostos Contrastes Toxicidade
Nefrotoxicos radiológicos; tubular
ATB; AINEs

QT PREVENÇÃO
Pós – Renal Cisplatina é provavelmente a Infusão de solução salina
droga mais nefrotóxica. para induzir diurese.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RENAIS E UROLÓGICAS


3. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA)

Definida como uma redução repentina da taxa de filtração glomerular, levando a um


aumento da ureia sanguinea e creatinina sérica. É uma complicação de diversas neoplasias com
impacto em mortalidade e morbidade. Em pacientes críticos, a IRA acontece juntamente com
disfunção múltipla de orgãos e está associada a uma taxa de mortalidade de 72 a 85%.

Pré – Renal

Renal

✓ Dentro dos rins (cálculos renais);


Obstrução
Pós – Renal ✓ Após os rins (ureteres, bexiga, uretra).

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RENAIS E UROLÓGICAS


3. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA)

Definida como uma redução repentina da taxa de filtração glomerular, levando a um


aumento da ureia sanguinea e creatinina sérica. É uma complicação de diversas neoplasias com
impacto em mortalidade e morbidade. Em pacientes críticos, a IRA acontece juntamente com
disfunção múltipla de orgãos e está associada a uma taxa de mortalidade de 72 a 85%.

Pré – Renal

Renal

Pós – Renal

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
1. INTRODUÇÃO

As complicações metabólicas podem ser classificadas em:

Hipercalcemia Síndrome da Lise Tumoral

Hiponatremia

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
2. HIPERCALCEMIA

Definida como níveis elevados de Cálcio (Ca2+) no sangue, sendo uma complicação
metabólica frequente em neoplasias sólidas e hematológicas, atingindo aproximadamente 20 a 30%
dos pacientes.

Principais tipos de câncer primário Prognóstico


com maior risco de desenvolvimento ruim
de complicações metabólicas

PI, J et al. J Oncol Pharm Pract 2016 Aug; 22 (4):625-38


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
2. HIPERCALCEMIA

PTHRP É O PRINCIPAL FATOR INDUTOR DE REABSORÇÃO ÓSSEA

MUNDY, GR; EDWARDS, JR. J Am Soc Nephrol 2008; 19:672-675


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
2. HIPERCALCEMIA

Confusão Constipação

Letargia Poliúria

Náuseas Polidipsia

o Cálcio sérico ionizado o Fosfatase Alcalina


o Cálcio total o PTH
(corrigido pelo nível de albumina) o PTHrP
o Creatinina o Outros eletrólitos.

PI, J et al. J Oncol Pharm Pract 2016 Aug; 22 (4):625-38


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
2. HIPERCALCEMIA

Hidratação EV
(Solução salina)

Moderada
Hipovolemia
Severa

Medicamentos que estimulam apoptose Diuréticos tiazídicos


(Bifosfonatos: pamidronatao, zoledronato)* (hidroclorotiazida)

Medicamentos / suplementos
*Exceto em pacientes com Insuf. Renal
que podem aumentar níveis de
cálcio (vitamina D)

PI, J et al. J Oncol Pharm Pract 2016 Aug; 22 (4):625-38


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )

Complicação com potencial letal, é uma síndrome metabólica aguda causada pela
liberação de acidos nucleicos, proteinas e metabólitos intracelulares provenientes da lise de células
cancerígenas para a circulação sanguinea.

PURI, I et al. J Community Hosp Intern Med Perspect. 2020 Jun 14;10(3):269-272.
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )

Mais frequente:
Leucemia e Linfomas
Náuseas, êmese
altamente proliferativos
Anorexia

Sonolência
Complicação rara
Hematúria
3 a 6% dos pacientes com
Neoplasias Hematológicas ICC

Dor lombar

Oligúria
1/3 dos pacientes necessitam
de Terapia Dialítica Azotemia

Edema

15% dos pacientes Acidose metabólica


evoluem para óbito

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


GUPTA, A. JAMA oncology. June 2018. 4 (6): 895
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )

CAIRO-BISHOP

Fatores de Risco Fatores de Risco


Tumor Paciente

PURI, I et al. J Community Hosp Intern Med Perspect. 2020; 10(3): 269–272.
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )

CAIRO-BISHOP

Fatores de Risco Fatores de Risco


Tumor Paciente

✓ Alta taxa de proliferação celular;


✓ Câncer de alto risco;
✓ Tumores de grandes volumes;
✓ Quimiossensibilidade.

PURI, I et al. J Community Hosp Intern Med Perspect. 2020; 10(3): 269–272.
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )

CAIRO-BISHOP

Fatores de Risco Fatores de Risco


Tumor Paciente

✓ Alta taxa de proliferação celular; ✓ Hiperuricemia ou hiperfosfatemia prévia;


✓ Câncer de alto risco; ✓ Nefropatia pré-existente;
✓ Tumores de grandes volumes; ✓ Oliguria, Urina ácida;
✓ Quimiossensibilidade. ✓ Hidratação inadequada.

PURI, I et al. J Community Hosp Intern Med Perspect. 2020; 10(3): 269–272.
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )
Fatores de Risco Fatores de Risco
Tumor Paciente

✓ Alta taxa de proliferação celular; ✓ Hiperuricemia ou hiperfosfatemia prévia;


✓ Câncer de alto risco; ✓ Nefropatia pré-existente;
C ✓ Tumores de grandes volumes; ✓ Oliguria, Urina ácida;
A ✓ Quimiossensibilidade. ✓ Hidratação inadequada.
I
R
Sinais laboratoriais Sinais Clínicos
O
-
B
I
S
H
O
P

PURI, I et al. J Community Hosp Intern Med Perspect. 2020; 10(3): 269–272.
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )
Fatores de Risco Fatores de Risco
Tumor Paciente

✓ Alta taxa de proliferação celular; ✓ Hiperuricemia ou hiperfosfatemia prévia;


✓ Câncer de alto risco; ✓ Nefropatia pré-existente;
C ✓ Tumores de grandes volumes; ✓ Oliguria, Urina ácida;
A ✓ Quimiossensibilidade. ✓ Hidratação inadequada.
I
R
Sinais laboratoriais Sinais Clínicos
O
-
B Pelo menos 2 alterações (3 dias antes ou
I até 7 dias depois de terapia citotóxica):
S ✓ Ácido úrico > 8mg/dL
H ✓ Potássio > 6mEq/L
O ✓ Fósforo > 6,5mg/dL (criança)
P
✓ Fósforo > 4,5mg/dL (adulto)
✓ Cálcio < 7mg/dL
* Ou 25% de alteração nos valores basais
destes marcadores.

PURI, I et al. J Community Hosp Intern Med Perspect. 2020; 10(3): 269–272.
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )
Fatores de Risco Fatores de Risco
Tumor Paciente

✓ Alta taxa de proliferação celular; ✓ Hiperuricemia ou hiperfosfatemia prévia;


✓ Câncer de alto risco; ✓ Nefropatia pré-existente;
C ✓ Tumores de grandes volumes; ✓ Oliguria, Urina ácida;
A ✓ Quimiossensibilidade. ✓ Hidratação inadequada.
I
R
Sinais laboratoriais Sinais Clínicos
O
-
B Pelo menos 2 alterações (3 dias antes ou Sinais laboratoriais + 1 sinal clínico
I até 7 dias depois de terapia citotóxica): abaixo:
S ✓ Ácido úrico > 8mg/dL ✓ Creatinina 1,5 vezes o limite
H ✓ Potássio > 6mEq/L superior;
O ✓ Fósforo > 6,5mg/dL (criança) ✓ Arritmia cardíaca
P ✓ Convulsão
✓ Fósforo > 4,5mg/dL (adulto)
✓ Cálcio < 7mg/dL ✓ Morte súbita

* Ou 25% de alteração nos valores basais


destes marcadores.

PURI, I et al. J Community Hosp Intern Med Perspect. 2020; 10(3): 269–272.
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )

Prevenção e tratamento precoce são necessários para reduzir a morbi-mortalidade pela SLT. De acordo
com risco, realizar medidas profiláticas.

✓ Hidratação adequada
✓ Verificar débito urinário
✓ Monitorar sinais e sintomas
✓ Fluidos IV SN
✓ Considerar Alopurinol ou Rasburicase
✓ Alto risco: Considerar UTI se disfunção cardíaca ou renal prévia

• LLA com leucócitos >100.000/uL ou L


• LMA com leucócitos > 100.000/uL
• Leucemia de Burkitt
• Linfomas altamente proliferativos com LDH alto ou doença
extensa (>10cm)
• Tumores com alto risco de disfunção renal

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )

TRATAMENTO

PI, J et al. J Oncol Pharm Pract 2016 Aug; 22 (4):625-38


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )

TRATAMENTO

Hiperurecemia
✓ Hidratação
✓ Terapia farmacológica
(alopurinol ou rasburicase)

PI, J et al. J Oncol Pharm Pract 2016 Aug; 22 (4):625-38


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )

TRATAMENTO

Hipercalemia
✓ Suspender qualquer medicamento que contenha potássio
✓ Reduzir alimentos ricos em potássio e suplementos alimentares com potássio;
✓ Sorcal® (poliestirenossulfonato de cálcio) e/ou outros esquemas farmacológicos;
✓ Terapia dialítica se necessário.

PI, J et al. J Oncol Pharm Pract 2016 Aug; 22 (4):625-38


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
3 . S Í N D R O M E D E L I S E T U M O R A L ( S LT )

TRATAMENTO

Hiperfosfatemia
✓ Redução de fósforo da dieta;
✓ Suspender medicamentos que contenham fósforo;
✓ Hidratação adequada;
✓ Utilização de quelantes de fosfato (carbonato de cálcio);
✓ Terapia dialítica se necessário

PI, J et al. J Oncol Pharm Pract 2016 Aug; 22 (4):625-38


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
4 . H I P O N AT R E M I A

Desordem eletrolitica comum em pacientes hospitalizados que pode levar a complicações


neurológicas graves. Incidência varia de 4 a 47% dos pacientes hospitalizados.

CLASSIFICAÇÃO

Leve
135 a 131 mmol/L

Moderada
130 a 126 mmol/L

Grave
< 125 mmol/L

PI, J et al. J Oncol Pharm Pract 2016 Aug; 22 (4):625-38


FORTES, OC. Universidade do Porto 2011 Jun.
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
4 . H I P O N AT R E M I A

Causa multifatorial, pode ser provocada pelo próprio tumor ou devido ao tratamento
antineoplásico sendo a síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH) a
causa mais comum em pacientes oncológicos.

57,1 % 49 %

50 % 40,2 %

Hiponatremia pode apresentar um prognóstico desfavorável em diversas neoplasias.


Está associada a redução da Sobrevida ( 7.7 meses vs. 11.2 meses) e também com maior tempo de
hospitalização e custos hospitalares.

KITCHLU, A. Curr Opin Nephrol Hypertens 2019, 28:433–440


ZEINAH, G F A. Eur J Cancer Care 2015; 24:224–231
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
4 . H I P O N AT R E M I A

Euvolêmico Hipervolêmico Hipovolêmico

SIADH Perda Gastrointestinal


Insuficiência hepática
Hipotiroidismo Diuréticos
Insuficiência renal
Polidipsia Perda renal

✓ Água corporal total aumentada ✓ Água corporal total aumentada ✓ Água corporal total reduzida
✓ Sódio corporal total normal ✓ Sódio corporal total aumentado ✓ Sódio corporal total reduzido
✓ Sem edema/ascite ✓ Com edema/ascite ✓ Sem edema/ascite
✓ Fluido extracellular aumentado ✓ Fluido extracellular muito aumentado ✓ Fluido extracellular reduzido

KITCHLU, A. Curr Opin Nephrol Hypertens 2019, 28:433–440


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
4 . H I P O N AT R E M I A

TRATAMENTO

Restrição de fluidos:
Redução da água corporal total, aumento da razão de sódio para água.

Solução salina hipertônica (3%):


Aumento da razão de sódio para água.

Ureia:
Aumento da osmolalidade do plasma, do fluido tubular e aumento da excreção
renal de água (diurese osmótica). Também reduzir a natriurese na SIADH

Diuréticos de alça:
Aumento da taxa de fluxo urinário e do clearance de água livre. Deve ser utilizado
com suplementação de sódio para repor perda de sódio induzido pelo diurético.

KITCHLU, A. Curr Opin Nephrol Hypertens 2019, 28:433–440


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
4 . H I P O N AT R E M I A

TRATAMENTO

Restrição de fluidos:
Redução da água corporal total, aumento da razão de sódio para água.

Solução salina hipertônica (3%):


Aumento da razão de sódio para água.

Ureia:
Aumento da osmolalidade do plasma, do fluido tubular e aumento da excreção
renal de água (diurese osmótica). Também reduzir a natriurese na SIADH

Diuréticos de alça:
Aumento da taxa de fluxo urinário e do clearance de água livre. Deve ser utilizado
com suplementação de sódio para repor perda de sódio induzido pelo diurético.

KITCHLU, A. Curr Opin Nephrol Hypertens 2019, 28:433–440


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
4 . H I P O N AT R E M I A

TRATAMENTO

Restrição de fluidos:
Redução da água corporal total, aumento da razão de sódio para água.

Solução salina hipertônica (3%):


Aumento da razão de sódio para água.

Ureia:
Aumento da osmolalidade do plasma, do fluido tubular e aumento da excreção
renal de água (diurese osmótica). Também reduzir a natriurese na SIADH

Diuréticos de alça:
Aumento da taxa de fluxo urinário e do clearance de água livre. Deve ser utilizado
com suplementação de sódio para repor perda de sódio induzido pelo diurético.

KITCHLU, A. Curr Opin Nephrol Hypertens 2019, 28:433–440


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
4 . H I P O N AT R E M I A

TRATAMENTO

Restrição de fluidos:
Redução da água corporal total, aumento da razão de sódio para água.

Solução salina hipertônica (3%):


Aumento da razão de sódio para água.

Ureia:
Aumento da osmolalidade do plasma, do fluido tubular e aumento da excreção
renal de água (diurese osmótica). Também reduzir a natriurese na SIADH

Diuréticos de alça:
Aumento da taxa de fluxo urinário e do clearance de água livre. Deve ser utilizado
com suplementação de sódio para repor perda de sódio induzido pelo diurético.

KITCHLU, A. Curr Opin Nephrol Hypertens 2019, 28:433–440


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
4 . H I P O N AT R E M I A

TRATAMENTO

Restrição de fluidos:
Redução da água corporal total, aumento da razão de sódio para água.

Solução salina hipertônica (3%):


Aumento da razão de sódio para água.

Ureia:
Aumento da osmolalidade do plasma, do fluido tubular e aumento da excreção
renal de água (diurese osmótica). Também reduzir a natriurese na SIADH

Diuréticos de alça:
Aumento da taxa de fluxo urinário e do clearance de água livre. Deve ser utilizado
com suplementação de sódio para repor perda de sódio induzido pelo diurético.

KITCHLU, A. Curr Opin Nephrol Hypertens 2019, 28:433–440


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
4 . H I P O N AT R E M I A

TRATAMENTO

Restrição de fluidos:
Redução da água corporal total, aumento da razão de sódio para água.

Solução salina hipertônica (3%):


Aumento da razão de sódio para água.

Ureia:
Aumento da osmolalidade do plasma, do fluido tubular e aumento da excreção
renal de água (diurese osmótica). Também reduzir a natriurese na SIADH

Diuréticos de alça:
Aumento da taxa de fluxo urinário e do clearance de água livre. Deve ser utilizado
com suplementação de sódio para repor perda de sódio induzido pelo diurético.

KITCHLU, A. Curr Opin Nephrol Hypertens 2019, 28:433–440


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
1. INTRODUÇÃO

As complicações respiratórias podem ser classificadas em:

Dispneia e Falência Respiratória Infecções Pulmonares


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Dispneia é complicação comum em atendimento de emergência (até 50% dos pacientes


admitidos). Se apresenta como percepção de falta de ar ou dificuldade para respirar.

Pacientes oncológicos normalmente tem comorbidades associadas (cardiopulmonares) e


a progressão do câncer bem como o tratamento são conhecidos por favorecer o desenvolvimento de
patologias no Sistema cardiopulmonar.

Diretamente relacionado
ao câncer

Indiretamente
relacionado ao câncer

Relacionado ao
tratamento do câncer

Não relacionado ao
câncer

Doenças Cardiovasculares

Outras causas
PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Dispneia é complicação comum em atendimento de emergência (até 50% dos pacientes


admitidos). Se apresenta como percepção de falta de ar ou dificuldade para respirar.

Pacientes oncológicos normalmente tem comorbidades associadas (cardiopulmonares) e


a progressão do câncer bem como o tratamento são conhecidos por favorecer o desenvolvimento de
patologias no Sistema cardiopulmonar.

Diretamente relacionado ✓ Envolvimento do câncer;


ao câncer
✓ Linfangite carcinomatosa;
Indiretamente ✓ Envolvimento da pleura (derrame pleural);
relacionado ao câncer ✓ Derrame pericárdico;
✓ Síndrome da veia cava superior;
Relacionado ao
tratamento do câncer ✓ Atelectasia;
✓ Fístula traqueosofágica;
Não relacionado ao
✓ Fratura patológica do tórax.
câncer

Doenças Cardiovasculares

Outras causas
PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Dispneia é complicação comum em atendimento de emergência (até 50% dos pacientes


admitidos). Se apresenta como percepção de falta de ar ou dificuldade para respirar.

Pacientes oncológicos normalmente tem comorbidades associadas (cardiopulmonares) e


a progressão do câncer bem como o tratamento são conhecidos por favorecer o desenvolvimento de
patologias no Sistema cardiopulmonar.

Diretamente relacionado
ao câncer

Indiretamente
relacionado ao câncer ✓ Anormalidades dos eletrólitos;
✓ Embolia pulmonar;
Relacionado ao ✓ Síndrome paraneoplásica;
tratamento do câncer
✓ Infecção.
Não relacionado ao
câncer

Doenças Cardiovasculares

Outras causas
PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Dispneia é complicação comum em atendimento de emergência (até 50% dos pacientes


admitidos). Se apresenta como percepção de falta de ar ou dificuldade para respirar.

Pacientes oncológicos normalmente tem comorbidades associadas (cardiopulmonares) e


a progressão do câncer bem como o tratamento são conhecidos por favorecer o desenvolvimento de
patologias no Sistema cardiopulmonar.

Diretamente relacionado
ao câncer

Indiretamente
relacionado ao câncer ✓ Cirurgia (resseção pulmonar);
✓ Pneumonite por radiação;
Relacionado ao
tratamento do câncer ✓ Fibrose induzida por QT/RDT;
✓ Cardiomiopatia induzida por QT;
Não relacionado ao ✓ Pneumonite induzida por imunoterapia.
câncer

Doenças Cardiovasculares

Outras causas
PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Dispneia é complicação comum em atendimento de emergência (até 50% dos pacientes


admitidos). Se apresenta como percepção de falta de ar ou dificuldade para respirar.

Pacientes oncológicos normalmente tem comorbidades associadas (cardiopulmonares) e


a progressão do câncer bem como o tratamento são conhecidos por favorecer o desenvolvimento de
patologias no Sistema cardiopulmonar.

Diretamente relacionado
ao câncer

Indiretamente
relacionado ao câncer

Relacionado ao ✓ Doença obstrutiva (DPOC ou asma);


tratamento do câncer ✓ Doença pulmonar intersticial;
✓ Pneumotórax.
Não relacionado ao
câncer

Doenças Cardiovasculares

Outras causas
PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Dispneia é complicação comum em atendimento de emergência (até 50% dos pacientes


admitidos). Se apresenta como percepção de falta de ar ou dificuldade para respirar.

Pacientes oncológicos normalmente tem comorbidades associadas (cardiopulmonares) e


a progressão do câncer bem como o tratamento são conhecidos por favorecer o desenvolvimento de
patologias no Sistema cardiopulmonar.

Diretamente relacionado
ao câncer

Indiretamente
relacionado ao câncer

Relacionado ao ✓ Insuficiência cardíaca congestiva;


tratamento do câncer
✓ Isquemia cardíaca;
Não relacionado ao ✓ Arritmias.
câncer

Doenças Cardiovasculares

Outras causas
PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Dispneia é complicação comum em atendimento de emergência (até 50% dos pacientes


admitidos). Se apresenta como percepção de falta de ar ou dificuldade para respirar.

Pacientes oncológicos normalmente tem comorbidades associadas (cardiopulmonares) e


a progressão do câncer bem como o tratamento são conhecidos por favorecer o desenvolvimento de
patologias no Sistema cardiopulmonar.

Diretamente relacionado
ao câncer

Indiretamente
relacionado ao câncer

Relacionado ao
tratamento do câncer
✓ Obesidade;
Não relacionado ao ✓ Desordens neuromusculares;
câncer
✓ Ansiedade;
✓ Caquexia, fraqueza.
Doenças Cardiovasculares

Outras causas
PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Acomete de 20 a 70% dos pacientes oncológicos, principalmente nos pacientes com


tumores torácicos, com doença avançada e em fase final de vida.

É uma experiência subjetiva e por isso o padrão-ouro de avaliação da dispneia é o relato


do paciente. No entanto, deve-se questionar as atividades que foram reduzidas/suspensas e não
somente se há falta de ar.

Fadiga

Respiração dolorida

HUI, D et al. ESMO Open 2020;5:e001038.


PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Alguns agentes antineoplásicos podem causar toxicidade pulmonar, no entanto, pode


ser variável e inespecífico. Sintomas incluem tosse, dispneia, febre, hipoxemia. Podem aparecer no
primeiro ciclo de tratamento ou após o término.

Exame Físico Investigação Complementar

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Alguns agentes antineoplásicos podem causar toxicidade pulmonar, no entanto, pode


ser variável e inespecífico. Sintomas incluem tosse, dispneia, febre, hipoxemia. Podem aparecer no
primeiro ciclo de tratamento ou após o término.

Exame Físico Investigação Complementar

✓ Frequência respiratoria (1 minuto) e amplitude;


✓ A presença ou ausência de assimetria do torax ou deformação
torax;
✓ Fase predominante de presença de dispneia: Dispneia
inspiratória sugere obstrução de vias áreas superiores e
dispneia expiratória é comum em casos de broncoespasmo
(DPOC e asma);
✓ Presença de sons: roncos, sibilos, crepitações;
✓ Percussão maciça presente no derrame pleural ou atelectasia;
✓ Sinais de Insuficiência cardíaca pode auxiliar na diferenciação
entre falta de ar cardíaca ou pulmonar.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

Alguns agentes antineoplásicos podem causar toxicidade pulmonar, no entanto, pode


ser variável e inespecífico. Sintomas incluem tosse, dispneia, febre, hipoxemia. Podem aparecer no
primeiro ciclo de tratamento ou após o término.

Exame Físico Investigação Complementar

✓ Gasometria arterial com pH e verificação de eletrólitos:


avaliação de desordens metabólicas e PO2;
✓ Hemograma: anemia é frequente entre pacientes oncológicos
e é uma causa reversível de dispneia;
✓ Hipoglicemia pode aumentar desconforto e sensação de falta
de ar;
✓ ECG, ECOCG: verificar possível causa cardíaca para a dispneia;
✓ Raio-x de tórax: teste básico e bastante útil para verificar
presença de diversas disordens (doenças infecciosas, derrame
pleural, doenças em progressão, doenças intersticiais);
✓ Angiotomografia e cintilografia: confirmam embolia e avaliar
extensão.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
2 . D I S P N E I A E FA L Ê N C I A R E S P I R AT Ó R I A

O manejo da Dispneia deve ser adaptado de acordo com a Etiologia e também ao ECOG,
performance status e estágio da doença oncológica.

Oxigênio Corticoesteróides

Não tem relação direta (dispneia e Múltiplos efeitos positivos. Reduz


hipoxemia). inflamação endobronquica.
Pode favorecer redução dos sintomas. Utilizado na toxicidade pulmonar por
agentes antineoplásicos.

Broncodilatador Opióides

Utilizado em broncoespasmos de Utilizado para reduzir sensação de


diferentes etiologias. falta de ar (DPOC e idosos)

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
3. INFECÇÕES PULMONARES

Infecções pulmonares são frequentes em pacientes oncológicos, principalmente, durante


a QT e outros tratamentos imunossupressores. Estão associadas a maior morbi-mortalidade, portanto,
diagnóstico e tratamento precoce são essenciais.

Fase não neutropênica

✓ Mesmo patógeno verificado no público em geral;


✓ Risco de resistência a multidroga em pacientes com
hospitalização frequente;
Fase Neutropênica
✓ Virus respiratórios adquiridos na comunidade;
(Influenza, parainfluenza, rhinovirus)

Imunidade humoral
comprometida

Imunidade celular
comprometida

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
3. INFECÇÕES PULMONARES

Infecções pulmonares são frequentes em pacientes oncológicos, principalmente, durante


a QT e outros tratamentos imunossupressores. Estão associadas a maior morbi-mortalidade, portanto,
diagnóstico e tratamento precoce são essenciais.

Fase não neutropênica

✓ Bacilos Gram-negativos e S. aureus – principal


causa de pneumonia bacteriana;
Fase Neutropênica ✓ Pacientes em risco de super-infecções com
organismos multi-resistentes (Acinetobacter species,
Pseudomonas species, Klebsiella pneumoniae);

✓ Pacientes em risco de infecções fúngicas com


Imunidade humoral neutropenia prolongada e severa (Aspergillus,
comprometida Fusarium).

Imunidade celular
comprometida

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
3. INFECÇÕES PULMONARES

Infecções pulmonares são frequentes em pacientes oncológicos, principalmente, durante


a QT e outros tratamentos imunossupressores. Estão associadas a maior morbi-mortalidade, portanto,
diagnóstico e tratamento precoce são essenciais.

Fase não neutropênica

Fase Neutropênica

✓ Pacientes após TMO alogênico ou autólogo com


Mieloma Múltiplo ou Leucemia Linfocítica crônica;
Imunidade humoral ✓ Susceptibilidade para infecções causadas por
comprometida organismos encapsulados (S. pneumoniae, H. influenzae)

Imunidade celular
comprometida

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
3. INFECÇÕES PULMONARES

Infecções pulmonares são frequentes em pacientes oncológicos, principalmente, durante


a QT e outros tratamentos imunossupressores. Estão associadas a maior morbi-mortalidade, portanto,
diagnóstico e tratamento precoce são essenciais.

Fase não neutropênica

Fase Neutropênica
✓ Diagnóstico de doenças linfoproliferativas, uso de QT
com análogos de purina, uso de agentes
imunossupressores com doença do enxerto versus
hospedeiro ou terapia crônica de corticoesteróides;
Imunidade humoral
comprometida ✓ Nocardia species and Rhodococcus equi – infecção
sistêmica com envolvimento pulmonar;
✓ Outros: Listeria monocytogenes e Salmonella species;
✓ Infecções micobacterianas;
Imunidade celular
comprometida ✓ Infecções pulmonares virais (CMV, varicella zoster);
✓ Infecções parasitárias: toxoplasmose, Strongyloides
stercoralis.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
3. INFECÇÕES PULMONARES

As Infecções pulmonares apresentam uma variedade de sinais e sintomas, dependendo


do patógeno, nível de imunossupressão e tratamento.

NÃO NEUTROPENIA SIM

✓ Febre; ✓ Sintomas mínimos (resposta


✓ Tosse; inflamatória reduzida);
✓ Dispneia; ✓ Pode ter uma rápida progressão;
✓ Maior número de sintomas; ✓ Alto risco de piora do quadro
✓ Maior duração das complicações com desenvolvimento de IRpA.

Pacientes com câncer de pulmão geralmente desenvolvem infecção devido obstrução tumoral das
vias áreas brônquicas, levando a pneumonia pós-obstrutiva. Em alguns casos, a infecção pode
progredir para abscesso pulmonar.

Outros Fatores de risco: DPOC, Tuberculose, pneumonia aspirativa (tumor cerebral ou de CCP).

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
3. INFECÇÕES PULMONARES

Diagnóstico precoce é essencial para promover melhores desfechos e evitar


complicações. Sendo assim, deve compreender 3 aspectos:

História Clínica Análise Laboratorial Imagem Radiológica

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
3. INFECÇÕES PULMONARES

Diagnóstico precoce é essencial para promover melhores desfechos e evitar


complicações. Sendo assim, deve compreender 3 aspectos:

História Clínica Análise Laboratorial Imagem Radiológica

✓ Início dos sintomas;


✓ Uso prévio de ATB;
✓ Presença de neutropenia e duração;
✓ História prévia de TMO;
✓ Terapia crônica de corticoesteróides;
✓ Histórico de viagem ou exposição.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
3. INFECÇÕES PULMONARES

Diagnóstico precoce é essencial para promover melhores desfechos e evitar


complicações. Sendo assim, deve compreender 3 aspectos:

História Clínica Análise Laboratorial Imagem Radiológica

✓ Hemograma;
✓ Avaliação bioquímica (ureia, creatinina, Na, K, PCR,
procalcitonina;
✓ Hemoculturas;
✓ Investigação de Legionella e Streptococcus na urina.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
3. INFECÇÕES PULMONARES

Diagnóstico precoce é essencial para promover melhores desfechos e evitar


complicações. Sendo assim, deve compreender 3 aspectos:

História Clínica Análise Laboratorial Imagem Radiológica

✓ Infiltrados localizados, consolidação: pneumonia (bactéria,


micobacteria, fungo);
✓ Infiltrado difuso: Pneumonia por Pneumocystis carinii;
Pneumonia viral;
✓ Adenopatia hilar ou mediastinal: tuberculose e pneumonia
atípica, pneumonia por fungos;
✓ Cavitação: pneumonia bacteriana (bactéria gram-negativa,
Legionella, Actinomyces), tuberculose, embolia séptica;
✓ Derrame pleural: pneumonia bacteriana, tuberculose;
✓ Nódulos: pneumonia bacteriana.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
3. INFECÇÕES PULMONARES

Após realizado o diagnóstico e verificação da etiologia da infecção pulmonar, o


tratamento deve ser iniciado rapidamente (terapia farmacológica de acordo com a causa). Além disso,
identificar-se a necessidade de hospitalização.

Neopl. Hematológicas

MO multi-resistente

Neutropenia severa

Maior Risco e
Necessidade de Hospitalização

Metástase disseminada
TMO recente

Hipotensão

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
1. INTRODUÇÃO

As complicações gastrointestinais podem ser classificadas em:

Náuseas e Êmese Mucosite

Infecções Abdominais em
Diarreia
Neutropenia

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
2. NÁUSEAS E ÊMESE

São 2 dos grandes medos dos pacientes oncológicos. Mais frequentemente associados a
efeitos do tratamento anticâncer. Náuseas ou êmese inadequadamente controlados podem ser
ameaças à vida, pois causam desidratação, desbalanço de eletrólitos, desnutrição e, até mesmo, dano
físico (ruptura do esôfago).
Estes sintomas são Fatores que podem levar a estresse do paciente e dos cuidadores/
familiares impactando inclusive na continuidade do tratamento.

Induzido pelo Tratamento

Causas Metabólicas

Causas Gastrointestinais

Causas Neurológicas

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
2. NÁUSEAS E ÊMESE

São 2 dos grandes medos dos pacientes oncológicos. Mais frequentemente associados a
efeitos do tratamento anticâncer. Náuseas ou êmese inadequadamente controlados podem ser
ameaças à vida, pois causam desidratação, desbalanço de eletrólitos, desnutrição e, até mesmo, dano
físico (ruptura do esôfago).
Estes sintomas são Fatores que podem levar a estresse do paciente e dos cuidadores/
familiares impactando inclusive na continuidade do tratamento.

Induzido pelo Tratamento

✓ Em 5 dias após início do tratamento;

Causas Metabólicas ✓ Analgésicos;


✓ RDT em TGI superior;
✓ Pós-operatório devido anestesia.

Causas Gastrointestinais

Causas Neurológicas

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
2. NÁUSEAS E ÊMESE

São 2 dos grandes medos dos pacientes oncológicos. Mais frequentemente associados a
efeitos do tratamento anticâncer. Náuseas ou êmese inadequadamente controlados podem ser
ameaças à vida, pois causam desidratação, desbalanço de eletrólitos, desnutrição e, até mesmo, dano
físico (ruptura do esôfago).
Estes sintomas são Fatores que podem levar a estresse do paciente e dos cuidadores/
familiares impactando inclusive na continuidade do tratamento.

Induzido pelo Tratamento

Causas Metabólicas ✓ Hipercalcemia;


✓ Falência renal (uremia);
✓ Falência adrenocortical;

Causas Gastrointestinais ✓ Hiper ou Hipoglicemia.

Causas Neurológicas

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
2. NÁUSEAS E ÊMESE

São 2 dos grandes medos dos pacientes oncológicos. Mais frequentemente associados a
efeitos do tratamento anticâncer. Náuseas ou êmese inadequadamente controlados podem ser
ameaças à vida, pois causam desidratação, desbalanço de eletrólitos, desnutrição e, até mesmo, dano
físico (ruptura do esôfago).
Estes sintomas são Fatores que podem levar a estresse do paciente e dos cuidadores/
familiares impactando inclusive na continuidade do tratamento.

Induzido pelo Tratamento

✓ Metástase hepática ou hepatite;


Causas Metabólicas
✓ Obstrução do ducto biliar;
✓ Desordens pancreáticas;
✓ Obstrução intestinal (carcinomatose peritoneal, câncer colorretal);
Causas Gastrointestinais ✓ Disfunção intestinal (motilidade intestinal reduzida, ileo paralítico);
✓ Peritonite;
✓ Câncer gástrico, esofágico;
✓ Refluxo gastroesofágico.
Causas Neurológicas

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
2. NÁUSEAS E ÊMESE

São 2 dos grandes medos dos pacientes oncológicos. Mais frequentemente associados a
efeitos do tratamento anticâncer. Náuseas ou êmese inadequadamente controlados podem ser
ameaças à vida, pois causam desidratação, desbalanço de eletrólitos, desnutrição e, até mesmo, dano
físico (ruptura do esôfago).
Estes sintomas são Fatores que podem levar a estresse do paciente e dos cuidadores/
familiares impactando inclusive na continuidade do tratamento.

Induzido pelo Tratamento

Causas Metabólicas

✓ Metástase cerebral com pressão intracraniana elevada;


Causas Gastrointestinais ✓ Disfunção cerebelar;
✓ Meningite carcinomatosa ou infecciosa;
✓ Hemorragia cerebral.

Causas Neurológicas

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
2. NÁUSEAS E ÊMESE

NAVARI, R M. N Engl J Med 2016;374:1356-67


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
2. NÁUSEAS E ÊMESE

A primeira etapa do tratamento consiste em verificar as possíveis complicações graves:


pressão arterial baixa, diurese inadequada, alteração em creatinina, hipocalemia, alcalose metabólica,
hematêmese e monitorar Quadro clínico.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
2. NÁUSEAS E ÊMESE

Quais implicações ✓ Dieta VO:


para Nutrição?
• Baixa aceitação e tolerância;
• Fracionamento, temperatura.
✓ Dieta enteral:
• Prescrição de procinéticos;
• Avaliação da posição do CNE;
• Verificar tolerância à dieta.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

É a inflamação da mucosa na orofaringe causada por agentes quimioterápicos ou pela


RDT. Se apresenta desde eritema até formação de úlcera e pode ser complicada por infecções
secundárias.

Ardência leve
Desidratação
até dor severa

Desconforto para
Perda de peso
deglutição

Desconforto para Risco de


alimentação hospitalização

Comprotimento da Menor aderência ao


qualidade de vida tratamento

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

Frequência varia de 20 a 100% dependendo do tratamento e fatores intrínsecos do


paciente.

CCP TMO QT

* 5-Fluoracil, cisplatina, melfalano

>90 % 60 a 80% 20 a 40 %

Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4


Estensa que
Eritema e Úlceras com
Dor e eritema impossibilita
úlceras eritema extenso
alimentação

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

Tecido Normal

PULITO, C. et al. J Exp Clin Cancer Res. 2020 Oct 7;39(1):210


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

• Fase de Iniciação e resposta a injúria.


• Danos induzidos pela RDT e QT aumentam quebra de DNA, produção de
EROs, consequente apoptose celular e liberação de DAMPs.
PULITO, C. et al. J Exp Clin Cancer Res. 2020 Oct 7;39(1):210
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

• Amplificação do sinal de injuria devido aos efeitos da fase anterior;


• Liberação de citocinas inflamatórias (TNF-α;, IL-6);
• Ciclo contínuo da resposta à injuria.

PULITO, C. et al. J Exp Clin Cancer Res. 2020 Oct 7;39(1):210


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

• Ulceração;
• Quebra da submucosa permite que microorganismos
invadam o tecido e levando à resposta inflamatória.

PULITO, C. et al. J Exp Clin Cancer Res. 2020 Oct 7;39(1):210


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

MANEJO

Crioterapia:
Vasoconstrição e redução do fluxo sanguineo. Reduz exposição do tecido às
drogas citotóxicas. Sacos de gelo, picolé, 30min antes da QT (5-fluoracil ou
melfalano);

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

MANEJO

Laserterapia:
Os processos metabólicos são induzidos via reação fotoquímica;

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

MANEJO

Fator de Crescimento (Palifermina):


Fator de crescimento de queratinócitos recombinantes, administrada 3 dias antes
e 3 dias depois;

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

MANEJO

Agentes antiinflamatórios:
Enxague bucal com Benzidamina (Flogoral), propriedades antimicrobianas.
Bochecho profilático com 15ml por 2 min (4-8x/dia) reduz a mucosite em
pacientes submetidos a RDT;

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
3. MUCOSITE

Os mecanismos da dor associada a mucosite oral são complexos. Pacientes geralmente


apresentam dor associada à ardência, ressecamento e perda de paladar. Opção de tratamento
normalmente considera medidas tópicas e locais até necessidade de opióides.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
4. DIARREIA

Considera-se diarreia a ocorrência de pelo menos 3 evacuações líquidas em 24 horas,


sendo classificada como aguda (< 2 sem), persistente (2 a 4 sem) ou crônica (>4 sem). A diarreia é
comum e é um evento adverso sério, geralmente associado a RDT pélvica ou abdominal e com diversos
tipos de QT.

Perda de peso Insuficiência Renal Desordens eletrolíticas

Fadiga Distúrbios do sono

Interrupção do Redução da Aumento dos custos


tratamento qualidade de vida em saúde

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
4. DIARREIA

A patofisiologia é complexa e não totalmente entendida pois depende de alterações dos


sistemas neurológico, hormonal, muscular, immune e enzimático.
Disfunção de diferentes partes do TGI pode causar efeitos fisiológicos completamente
diferentes.

1
• < 4 evacuações/dia
• Aumento leve do débito da
2 ostomia
• 4-6 evacuações/dia;
• Aumento moderado do débito
da ostomia 3
• > 7 evacuações/dia;
• Incontinência fecal;
• Aumento grave do débito da
4 ostomia;
• Consequências de risco à vida;
• Intervenção urgente. • Limitação das atividades diárias.
5

Morte

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
4. DIARREIA

Terapias anticâncer associadas com diarreia:

Fluorouracil (5-FU) e Capecitabina

Irinotecano

Docetaxel

Terapia alvo
(Inibidor de Tirosina quinase)

RDT (pélvica, abdomen)


*dano na mucosa intestinal com liberação de prostaglandinas e
disabsorção de sais biliares que estimulam o peristaltismo.

Clostridium Difficile
Microbiota intestinal está alterada, permitindo proliferação de clostridium dificile. Produção de
toxina que causa diarreia aquosa. Pode ser disparado por enemas frequentes, uso prolongado de
sondas nasogástricas, cirurgias TGI, uso de ATB.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
4. DIARREIA

A avaliação do Paciente com diarreia deve ser extensa e completa.

✓ História médica detalhada;


✓ História alimentar;
✓ Revisão medicamentosa;
✓ Descrição da frequência e consistência das fezes;
✓ Exame físico (desidratação, anormalidade abdominais);
✓ Raio-x abdominal;
✓ Parâmetros bioquímicos (desidratação, hipocalemia, disfunção renal);
✓ Cultura de fezes;
✓ TC (enterocolite neutropenica)

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
4. DIARREIA

O manejo e tratamento da diarreia deve considerar o grau e a presença de complicações


associadas. Por exemplo:

Diarreia

Sem Sintomas Grau 1 e 2 Com Sintomas Cólica


Náuseas
Êmese
Redução da PS
Não complicada Complicada Febre
Neutropenia
Sangramento
Desidratação

Tratamento Conservador Tratamento Agressivo

✓ Hospitalização;
✓ Alterações dietéticas; ✓ Reposição de fluidos IV;
✓ Loperamida. ✓ Octreotida;
✓ Avaliação completa
(bioquímica, fezes)

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
4. DIARREIA

Quais implicações ✓ Dieta VO:


para Nutrição? • Dieta sem resíduos;
• Hidratação;
• Alterar TNO?
• Fibras solúveis
✓ Dieta enteral:
• Reduzir volume;
• Inclusão de fibras solúveis;
• Alteração de fórmula (sem fibras / semi-elementar)
✓ Iniciar Probiótico?

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O TGI é sítio comum de infecção em pacientes neutropenicos podendo levar ao


desenvolvimento de diversas complicações, no entanto, a manifestação clínica delas não é específica,
por isso, uma combinação de características clínicas, achados radiográficos e microbiológicos,
resultados séricos e histopatológicos são necessários para realizar um diagnóstico mais específico.

Diarreia
Enterocolite neutropênica Gastrite Necrotizante
Clostridium Difficile

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O TGI é sítio comum de infecção em pacientes neutropenicos podendo levar ao


desenvolvimento de diversas complicações, no entanto, a manifestação clínica delas não é específica,
por isso, uma combinação de características clínicas, achados radiográficos e microbiológicos,
resultados séricos e histopatológicos são necessários para realizar um diagnóstico mais específico.

Diarreia
Enterocolite neutropênica Gastrite Necrotizante
Clostridium Difficile

Ulceração segmentada e inflamação com necrose de íleo, ceco e cólon ascendente que pode
progredir para hemorragia, perfuração, septicemia e falência múltipla de órgãos. É a complicação
intestinal mais comum em pacientes neutropênicos que apresentam febre e dor abdominal após a
quimioterapia intensa.
✓ Mortalidade associada é alta 50% → Diagnóstico precoce e intervenção rápida (farmacológica
ou cirúrgica) é vital;
✓ Maior risco para leucemias, linfomas (TMO) e tumores sólidos em QT (em altas doses)
✓ Associada a dano a mucosa intestinal induzido pela QT, seguida de superinfecção e podendo
levar a bacteremia.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O TGI é sítio comum de infecção em pacientes neutropenicos podendo levar ao


desenvolvimento de diversas complicações, no entanto, a manifestação clínica delas não é específica,
por isso, uma combinação de características clínicas, achados radiográficos e microbiológicos,
resultados séricos e histopatológicos são necessários para realizar um diagnóstico mais específico.

Diarreia
Enterocolite neutropênica Gastrite Necrotizante
Clostridium Difficile

Em casos de neutropenia severa, infecção gástrica transmural, isolada e aguda. Os sintomas


incluem:
✓ Desconforto gástrico;
✓ Êmese;
✓ Colapso circulatório com neutropenia.
Combinação de neutropenia, mucosite e acloridria (tratamento com inibidor da bomba de próton)
podem ser fatores predisponentes. O diagnóstico precoce e a intervenção rápida (farmacológica ou
cirúrgica) são vitais.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O TGI é sítio comum de infecção em pacientes neutropenicos podendo levar ao


desenvolvimento de diversas complicações, no entanto, a manifestação clínica delas não é específica,
por isso, uma combinação de características clínicas, achados radiográficos e microbiológicos,
resultados séricos e histopatológicos são necessários para realizar um diagnóstico mais específico.

Diarreia
Enterocolite neutropênica Gastrite Necrotizante
Clostridium Difficile

Também conhecida como colite pseudomembranosa, ocorre após QT ou também após ATB de
amplo espectro. A alteração da microbiota intestinal por medicamentos permite colonização de C.
Difficile e produção de toxinas, causando:
✓ Inflamação colônica;
✓ Febre;
✓ Dor abdominal;
✓ Diarreia aquosa;
✓ Exudato pseudomembranoso.
Pacientes considerados suspeitos são aqueles que apresentam diarreia aquosa (>3 evacuações/dia)
tratado previamente com ATB. Diagnóstico realizado pela identificação das toxinas nas fezes.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

Os sinais e sintomas apresentados por pacientes neutropênicos com infecção abdominal


podem ser por características clínicas e pelo exame físico.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

Os sinais e sintomas apresentados por pacientes neutropênicos com infecção abdominal


podem ser por características clínicas e pelo exame físico.

Sinais Clínicos

✓ Febre;
✓ Diarreia persistente;
✓ Dor abdominal;
✓ Distensão abdominal;
✓ Náuseas e êmese;
✓ Sangramento
intestinal.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

Os sinais e sintomas apresentados por pacientes neutropênicos com infecção abdominal


podem ser por características clínicas e pelo exame físico.

Exame Físico

✓ Distensão abdominal;
✓ Sensibilidade no
abdômen (Direito);
✓ Massa em abdômen
inferior;
✓ Sons abdominais
reduzidos.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

Os sinais e sintomas apresentados por pacientes neutropênicos com infecção abdominal


podem ser por características clínicas e pelo exame físico.

Sinais de
Perfuração ou Peritonite

✓ Dor à compressão;
✓ Rigidez;
✓ Abdomen silencioso;
✓ Hipotensão;
✓ Piora clínica mesmo
em tratamento.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O diagnóstico é difícil, deve-se verificar o diagnóstico diferencial, pois exames como


colonoscopia, sigmoidoscopia são contraindicados devido neutropenia.

Hemograma Total

Estudo de Coagulação

Painel bioquímico

C. Difficile toxin

Culturas de sangue

USG

TC abdomen

Raio-x abdominal

Tórax (raio-x ou TC)


PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O diagnóstico é difícil, deve-se verificar o diagnóstico diferencial, pois exames como


colonoscopia, sigmoidoscopia são contraindicados devido neutropenia.

Hemograma Total ✓ Neutropenia;


✓ Correção de trombocitopenia;
Estudo de Coagulação ✓ Anemia, suspeita de sangramento.

Painel bioquímico

C. Difficile toxin

Culturas de sangue

USG

TC abdomen

Raio-x abdominal

Tórax (raio-x ou TC)


PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O diagnóstico é difícil, deve-se verificar o diagnóstico diferencial, pois exames como


colonoscopia, sigmoidoscopia são contraindicados devido neutropenia.

Hemograma Total

Estudo de Coagulação ✓ Correção de Coagulopatia

Painel bioquímico

C. Difficile toxin

Culturas de sangue

USG

TC abdomen

Raio-x abdominal

Tórax (raio-x ou TC)


PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O diagnóstico é difícil, deve-se verificar o diagnóstico diferencial, pois exames como


colonoscopia, sigmoidoscopia são contraindicados devido neutropenia.

Hemograma Total

Estudo de Coagulação

✓ Monitoramento de função renal e hepática;


Painel bioquímico
✓ Correção de desbalanço eletrolítico

C. Difficile toxin

Culturas de sangue

USG

TC abdomen

Raio-x abdominal

Tórax (raio-x ou TC)


PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O diagnóstico é difícil, deve-se verificar o diagnóstico diferencial, pois exames como


colonoscopia, sigmoidoscopia são contraindicados devido neutropenia.

Hemograma Total

Estudo de Coagulação

Painel bioquímico

✓ Para descartar ou confirmar infecção por Clostridium


C. Difficile toxin
Difficile.

Culturas de sangue

USG

TC abdomen

Raio-x abdominal

Tórax (raio-x ou TC)


PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O diagnóstico é difícil, deve-se verificar o diagnóstico diferencial, pois exames como


colonoscopia, sigmoidoscopia são contraindicados devido neutropenia.

Hemograma Total

Estudo de Coagulação

Painel bioquímico

C. Difficile toxin
✓ Positiva em 28 a 84% dos casos;
✓ Bactéria intestinal normalmente mais frequentemente
Culturas de sangue isolada;
✓ Tratamento com ATB específico.
USG

TC abdomen

Raio-x abdominal

Tórax (raio-x ou TC)


PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O diagnóstico é difícil, deve-se verificar o diagnóstico diferencial, pois exames como


colonoscopia, sigmoidoscopia são contraindicados devido neutropenia.

Hemograma Total

Estudo de Coagulação

Painel bioquímico

C. Difficile toxin

Culturas de sangue
✓ Monitoramento da progressão/redução da parede
intestinal e da peristalse;
USG
✓ Coleção pericolônica;
✓ Alterações na mucosa cecal.
TC abdomen

Raio-x abdominal

Tórax (raio-x ou TC)


PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O diagnóstico é difícil, deve-se verificar o diagnóstico diferencial, pois exames como


colonoscopia, sigmoidoscopia são contraindicados devido neutropenia.

Hemograma Total

Estudo de Coagulação

Painel bioquímico

C. Difficile toxin

Culturas de sangue

✓ Aumento da espessura da parede intestinal (<4mm),


USG
pneumatose intestinal – sugestivo de Colite neutropênica;
✓ Espessura do intestino (>12mm) comm nódulos – sugestivo
TC abdomen de C. Difficile;
✓ Leve aumento da espessura do intestino, dilatação
Raio-x abdominal intestinal – sugestivo de doença do enxerto vs. Hospedeiro.

Tórax (raio-x ou TC)


PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O diagnóstico é difícil, deve-se verificar o diagnóstico diferencial, pois exames como


colonoscopia, sigmoidoscopia são contraindicados devido neutropenia.

Hemograma Total

Estudo de Coagulação

Painel bioquímico

C. Difficile toxin

Culturas de sangue

USG

TC abdomen ✓ Achados não específicos;


✓ Massa ou densidade suave de tecido no quadrante inferior
direito;
Raio-x abdominal
✓ Ceco preenchido por fluído, dilatação intestinal;
Tórax (raio-x ou TC) ✓ Cavidade intraperitoneal com ar.

PULLA, M. ESMO Press. Suíça, 2016


EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O diagnóstico é difícil, deve-se verificar o diagnóstico diferencial, pois exames como


colonoscopia, sigmoidoscopia são contraindicados devido neutropenia.

Hemograma Total

Estudo de Coagulação

Painel bioquímico

C. Difficile toxin

Culturas de sangue

USG

TC abdomen

Raio-x abdominal
✓ Derrame pleural;
Tórax (raio-x ou TC)
✓ Descartar ou identificar pneumonia ou infiltrado pulmonar.
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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
5. INFECÇÕES ABDOMINAIS EM NEUTROPENIA

O manejo das infecções abdominais pode ser controverso devido ausência de evidências
científicas robustas para indicar o melhor tratamento. No entanto, primeira etapa é corrigir a
neutropenia.
Para Enterocolite neutropenica, normalmente segue-se orientações de manejo de
neutropenia febril. A invasão bacteriana persistente na mucosa intestinal, o aumento dos danos ao
intestino, sangramentos e possível perfuração intestinal podem resultar em falência hematológica e
estão associados com alta taxa de mortalidade.
De modo geral, o tratamento pode compreender:

✓ ATB de amplo espectro;


✓ Correção da Coagulopatia;
✓ Terapia antifúngica empírica;
✓ Nutrição Parenteral e Descanso intestinal;
✓ Reposição de fluidos IV;
✓ Colocação de SNG (em alguns casos);
✓ Vasopressor (noradrenalina);

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
1. INTRODUÇÃO

As complicações hematológicas podem ser classificadas em:

Anemia Neutropenia Febril

Sangramento

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COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
2. ANEMIA

Definida como redução da concentração de hemoglobina (Hb), hemácias ou volume


celular sanguíneo reduzido. É frequente em pacientes oncológicos e por isso, pode contribuir
para o desenvolvimento da fadiga induzida pelo câncer. Também é considerada como fator de
prognóstico negativo para a sobrevida em diversos tipos de câncer.

Anemia da doença crônica: causa mais comum, caracterizada por ser


monocítica, normocrômica, hipo-regenerativa, anemia com redução de
ferro sérico e saturação da transferrina e níveis normais de ferritina.

Anemia induzida por QT/RDT: Terapia anticâncer induz anemia por ação
direta na hematopoiese na medula óssea (menor síntese do precursor
das hemácias. Efeitos nefrotóxicos (menor produção de eritropoietina).

Outros: Sangramentos, Hemólise, esplenomegalia, fibrose da medula


óssea, infiltração tumoral, hipervolemia, infecções, caquexia.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
2. ANEMIA

A avaliação para identificação de anemia deve constar da verificação do


Hemograma Total, esfregaço de sangue, história clínica detalhada e exame físico.

AUMENTO DA FREQUÊNCIA
RESPIRATÓRIA PALIDEZ DE MUCOSAS
REDUÇÃO DA ELASTICIDADE
DA PELE
UNHAS QUEBRADIÇAS

NÁUSEAS
ANOREXIA FADIGA
FALTA DE AR

CICLO MENSTRUAL REDUÇÃO DA PERFUSÃO


IRREGULAR RENAL

AMENORREIA HIPERVOLEMIA
EDEMA

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
2. ANEMIA

A avaliação da anemia deve verificar a morfologia das hemácias e a cinética da


anemia:

NORMAL MICROCÍTICA MACROCÍTICA

Hemorragia Deficiência de ferro, Medicamentos


Hemólise Talassemia Álcool
IRC Deficiência de vit. B12
Falência da medula óssea

CINÉTICA
Foco no mecanismo da anemia para diferenciar causa
na produção, destruição ou perda de hemácias.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
2. ANEMIA

O tratamento da anemia pode compreender a reposição como também a


estimulação da produção das hemácias:

Transfusão Sanguinea
Transfusão de concentrado de hemácias oferece aumento rápido nos
níveis de Hb e Ht, recomendado para níveis < 8 g/dL.
✓ Limitações: duração de 2 semanas e envolve riscos (reações
transfusionais, contaminação bacteriana, ICC, tromboembolismo
venoso e arterial.
✓ Vantagens: tratamento rápido e alívio de sintomas.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
2. ANEMIA

O tratamento da anemia pode compreender a reposição como também a


estimulação da produção das hemácias:

Agentes eritropoieticos
Eritropoietina é um hormônio endógeno produzido pelos rins que se liga
ao receptor de eritropoietina, regulando a eritropoiese.
✓ Indicações: terapia quimioterápica mielossupressora concomitante.
✓ Limitações: tempo prolongado para melhora dos níveis de Hb,
eventos tromboembolicos, convulsão, progressão tumoral, reações
alergicas.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
2. ANEMIA

O tratamento da anemia pode compreender a reposição como também a


estimulação da produção das hemácias:

Suplementação de Ferro:
Indicado para pacientes que apresentam deficiência de ferro: ferritina
<30 ng/ml e saturação de transferrina abaixo de 20%.
Administração intravenosa é preferencial, porém pode ser ofertada por
VO.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
3. NEUTROPENIA FEBRIL

Pacientes oncológicos tem alto risco de infecção devido ao comprometimento da


função imune e perda da integridade de barreira cellular e relacionada a própria malignidade e
também devido aos efeitos tóxicos do tratamento.
A associação de neutropenia e infecção continua sendo a complicação mais comum
da quimioterapia e uma causa importante de morbi-mortalidade nestes pacientes.

FEBRE
>38,3°C ou
> 38°C por > 1 hora.
10 – 50% dos pacientes 80% dos pacientes
com tumores sólidos hematológicos
NEUTROPENIA
Neutrófilos < 500 cels/mm³
ou
Com expectativa de queda
Febre associada a para <500 cels/mm³ em 48h.
Neutropenia durante a QT.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
3. NEUTROPENIA FEBRIL

A avaliação e investigação da causa depende de alguns Fatores como: localização e


tamanho do tumor, dispositivos médicos utlizados e cirurgias. Uma avaliação extremamente
meticulosa consegue determinar a fonte de infecção de apenas 1/3 dos pacientes. Uma das
etapas é verificar o risco para complicações sérias:

Sistema de pontuação da Assoc. Multinacional de Cuidado e Suporte ao Câncer (MASCC)

Características Clínicas Pontos


Intensidade da doença: sintomas leves ou ausentes 5
Intensidade da doença: sintomas moderados ou graves 3
Intensidade da doença: sintomas graves 0

Ausência de Hipotensão (Pressão sistólica > 90 mmHg) 5

Ausência de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica 4


Tumor sólido/linfoma sem infecção fúngica prévia 4

Ausência de desidratação 3
Idade < 60 anos 2

> 21 pontos → Baixo Risco


Pontuação
< 21 pontos → Alto Risco
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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
3. NEUTROPENIA FEBRIL

Os pacientes classificados como baixo risco apresentam neutropenia com


expectativa de resolução em 7 dias e não têm comorbidades associadas. Por outro lado, os
pacientes são classificados como Alto Risco se apresentarem:

✓ MASCC score <21


✓ Neutropenia severa (Neutrófilos <100 cels/mm³) expectativa de duração >7 dias;
✓ Presença de comorbidades: instabilidade hemodinâmica, mucosite
oral/gastrointestinal, Sintomas TGI (náuseas, êmese);
✓ Alteração de estado neurológico;
✓ Infecção de cateter intravascular;
✓ Infiltrado pulmonar ou hipoxemia ou presença de doença pulmonar;
✓ Evidência de insuficiencia hepatica.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
3. NEUTROPENIA FEBRIL

O tratamento da neutropenia febril deve considerer a prescrição de ATB de amplo


espectro com verificação de causas para infecção (CVC, Pneumonia, celulite, diarreia, candidíase).

T > 38,5°C e Neutrófilos < 0,5 x 109/L

Baixo Risco Calcular MASCC Alto Risco

Tratamento Ambulatorial Internação Hospitalar


ATB terapia ATB IV

Febre > 4 dias

Monitoramento
Infecção
Febre Inexplicável diário e culturas de
Documentada
sangue e outros

Status Clínico: Estável?


Recuperação da Neutropenia? Investigar cobertura ATB
Sem alterações Terapia antifúngica empírica
em TTO Rechecar TC, RNM
(sítios infecciosos)
SIM NÃO
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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
3. NEUTROPENIA FEBRIL

O tratamento da neutropenia febril deve considerer a prescrição de ATB de amplo


espectro com verificação de causas para infecção (CVC, Pneumonia, celulite, diarreia, candidíase).

T > 38,5°C e Neutrófilos < 0,5 x 109/L

Baixo Risco Calcular MASCC Alto Risco

Tratamento Ambulatorial Internação Hospitalar


ATB terapia ATB IV

Febre > 4 dias

Monitoramento
Infecção
Febre Inexplicável diário e culturas de
Documentada
sangue e outros

Status Clínico: Estável?


Recuperação da Neutropenia? Investigar cobertura ATB
Sem alterações Terapia antifúngica empírica
em TTO Rechecar TC, RNM
(sítios infecciosos)
SIM NÃO
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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
4. SANGRAMENTO

Os sangramentos ocorrem em aproximadamente 10% dos pacientes oncológicos e


podem ser potencialmente letais, portanto, devem ser prontamente identificados e tratados.

Causa mais comum


50% dos casos

Desordem causada pela redução


das plaquetas (<150 mil cels/uL).

PLAQUETOPENIA Fatores de Risco:


✓ História de sangramento;
✓ Função comprometida da medula óssea com
Induzida pela QT contagem baixa de plaquetas;
✓ Metástase em medula óssea;
✓ Baixa performance status.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
4. SANGRAMENTO

Dispneia Epistaxe

Palpitação
Cefaleia

Fadiga

Hematúria Distúrbios visuais

AVALIAÇÃO LABORATORIAL

✓ Hematológica: citologia (número e diferenciação dos leucócitos, número de


plaquetas); Esfregaço sangue; Testes de função de plaquetas;
✓ Coagulação: Tempo de tromboplastina ativada, tempo de protrombina,
fibrinogênio;
✓ Bioquímica: ureia, creatinina, função hepática;
✓ Análise da medula óssea: se suspeito de plaquetopenia imunomediada.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
4. SANGRAMENTO

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

DOR ONCOLÓGICA
1. DEFINIÇÃO

Dor é uma sensação subjetiva e desagradável, reconhecida como o 5º sinal vital dos
pacientes oncológicos, por ser um sintomas bastante temido e debilitante.

A frequência de dor em pacientes oncológicos com


doença avançada pode chegar até 74%.

9,8 a 55,3%
Múltiplos mecanismos Pacientes oncológicos não tem
estão envolvidos o manejo correto da dor.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

DOR ONCOLÓGICA
2 . A VA L I A Ç Ã O

Primeiro passo é o detalhamento da história da dor e também da história clínica do


paciente e tudo que envolve a sensação de dor.

✓ Intensidade: primeiro sinal avaliado pelas escalas referidos. Revaliação da dor


utilizando as mesmas escalas é recomendado;

✓ Características temporais: início, duração, variação no dia. Dor aguda tem início
repentino, enquanto dor crônica tem início indeterminado e mostra flutuação
do nível da dor ao longo do tempo.

NOCICEPTIVA NEUROPÁTICA PSICOGÊNICA

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

DOR ONCOLÓGICA
2 . A VA L I A Ç Ã O

Primeiro passo é o detalhamento da história da dor e também da história clinica do


paciente e tudo que envolve a sensação de dor.

✓ Intensidade: primeiro sinal avaliado pelas escalas referidos. Revaliação da dor


utilizando as mesmas escalas é recomendado;

✓ Características temporais: início, duração, variação no dia. Dor aguda tem início
repentino, enquanto dor crônica tem início indeterminado e mostra flutuação
do nível da dor ao longo do tempo.

NOCICEPTIVA NEUROPÁTICA PSICOGÊNICA

✓ Dano contínuo à tecido em estruturas somáticas (osso, articulações, músculos);


✓ Dor latejante ou pressão;
✓ Dano em orgãos viscerais apresentam dor como pontada.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

DOR ONCOLÓGICA
2 . A VA L I A Ç Ã O

Primeiro passo é o detalhamento da história da dor e também da história clinica do


paciente e tudo que envolve a sensação de dor.

✓ Intensidade: primeiro sinal avaliado pelas escalas referidos. Revaliação da dor


utilizando as mesmas escalas é recomendado;

✓ Características temporais: início, duração, variação no dia. Dor aguda tem início
repentino, enquanto dor crônica tem início indeterminado e mostra flutuação
do nível da dor ao longo do tempo.

NOCICEPTIVA NEUROPÁTICA PSICOGÊNICA

✓ Função anormal ou danificada do tecido nervoso;


✓ Apresenta:
• Ardência;
• Formigamento;
• Choque elétricos.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

DOR ONCOLÓGICA
2 . A VA L I A Ç Ã O

Primeiro passo é o detalhamento da história da dor e também da história clinica do


paciente e tudo que envolve a sensação de dor.

✓ Intensidade: primeiro sinal avaliado pelas escalas referidos. Revaliação da dor


utilizando as mesmas escalas é recomendado;

✓ Características temporais: início, duração, variação no dia. Dor aguda tem início
repentino, enquanto dor crônica tem início indeterminado e mostra flutuação
do nível da dor ao longo do tempo.

NOCICEPTIVA NEUROPÁTICA PSICOGÊNICA

✓ Raro em pacientes com câncer;


✓ Distúrbios psicológicos que podem levar a dor.

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

DOR ONCOLÓGICA
3 . T R ATA M E N T O

O Tratamento da dor envolve uma terpaia farmacológica extensa:

✓ Analgésicos não opiódes:


Baixa a moderada dor como primeira medida analgésica.

✓ Análgesicos opiódes:
Moderada a severa dor e devem ser cautelosamento indicados
(efeitos colaterais, utilização prévia, etc)

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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

DOR ONCOLÓGICA
3 . T R ATA M E N T O
Dor Oncológica

TTO Etiológico Tratamento Avaliação


Cirurgia, RDT Sintomático (escala visual, numérica)
Drogas anticâncer Avaliação Etiologia

Dor Dor
Leve a Moderada Intensa

Analgesia: Analgesia:
Não-opioide ou opioides leves Opióides fortes
Analgésicos Adjuvantes Analgésicos Adjuvantes
Medicação de resgate Medicação de resgate

Controle da Dor Dor Persistente Controle da Dor Dor Persistente

Aumentar dose
Rotatividade de opioide
Bloqueio neurológico
Neurocirurgia
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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS

CONCLUSÃO

As emergências oncológicas estão se tornando cada vez mais frequentes


no cenário de um pronto atendimento hospitalar.

No entanto, estes quadros clínicos se apresentam como intercorrências


complexas pois muitas vezes são multifatoriais e podem acometer o paciente em
diferentes momentos da sua trajetória na terapia anticâncer.

Portanto, os profissionais de saúde devem compreender as


particularidades de cada tipo de intercorrência para a intervenção precoce e
consequente melhora do prognóstico, melhora da qualidade de vida e redução da
ocorrência de morbi-mortalidade.
A B R I L , 2 0 2 1

OBRIGADA !

Lia Ribeiro
lia.ribeiro@hc.fm.usp.br
liakribeiro@gmail.com

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