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DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
FATORES DE RISCO
Riscos adquiridos Riscos genéticos
Hiperviscosidade (macroglobulinemia de
Waldenström; mieloma múltiplo)
Doença de Behçet
Trauma
Cirurgias
Imobilização
Terapia estrogênica
FISIOPATOLOGIA
A TVP é resultado de alterações regionais e sistêmicas: Entre as alterações regionais pode-
se citar:
● Efeito mecânico: Obstrução de uma ou mais veias por trombo ocasiona bloqueio do
retorno venoso, cuja gravidade depende do calibre e da extensão das veias
trombosadas. O bloqueio do retorno venoso provoca uma série de alterações nas veias
e nos tecidos distais à trombose, tais como: hipertensão venosa, dilatação e
insuficiência valvular das veias profundas, comunicantes e ramos superficiais.
● Reação inflamatória: Desenvolve-se um processo inflamatório nas veias afetadas, que
se estende nos tecidos vizinhos, inclusive artérias e nervos.
● Efeito reflexo: A irritação da parede da veia pelo trombo e a reação inflamatória
atingem os filetes nervosos e desencadeiam um reflexo vasoespástico que
compromete artérias e veias.
Além disso, alterações sistêmicas podem ocorrer, podemos dividi-las em três fases:
● Fase aguda: Marcada por dores, edema, reações inflamatórias nos capilares linfáticos,
febre, leucocitose, aumento do tempo de hemossedimentação, diminuição do tempo
de coagulação.
● Fase de defesa: Caracteriza-se por diminuição súbita do edema, diurese abundante,
retorno da temperatura ao normal, aumento do número de eosinófilos e maior
sensibilidade à heparina.
● Fase de esgotamento: Nessa fase o organismo se mostra incapaz de se defender contra
as substâncias trombogênicas. As embolias ou novas localizações do processo podem
aparecer.
QUADRO CLÍNICO
● Dor: intensidade variável e súbita, que piora com a movimentação e melhora com
repouso e elevação do membro comprometido.
● Edema: ocorre por conta da obstrução total ou parcial do fluxo de sangue na veia
acometida e normalmente localiza-se na região imediatamente abaixo da trombose
● Trajetos venosos superficiais: quando ocorre trombose em veias profundas, o
retorno venoso passa a ser feito pelas veias superficiais, por isso elas ficam mais
ingurgitadas.
● Aumento da temperatura local: nas primeiras horas após a instalação da trombose,
ocorre diminuição da temperatura da pele em virtude de vasoespasmo reflexo; no
entanto, com o desaparecimento deste e o desenvolvimento de processo inflamatório
no local do trombo há aumento da temperatura no membro ou no local comprometido.
● Alteração na coloração da pele: a alteração de cor mais frequente é a cianose, em
razão da estase venosa.
● Aumento da consistência muscular.
Sinais semiológicos:
8- Sinal de godet ou cacifo: edema ao pressionar com o polegar a região pré-tibial e maleolar
os membros inferiores por, pelo menos, cinco segundos.
DIAGNÓSTICO
A suspeita diagnóstica pode ser corroborada através do Escore de Wells. Uma pontuação de
02 ou mais no algoritmo aumenta a probabilidade de TVP, enquanto 01 ou nenhum ponto
somado, a diminui.
Características Clínicas Pontuação
Neoplasia maligna tratada nos últimos +1
6 meses ou sob tratamento paliativo
Paralisia, paresia ou imobilização +1
recente dos MMII com gesso
Acamamento recente por 3 ou mais dias ou +1
cirurgia maior nas últimas 12 semanas
Desconforto localizado ao longo do trajeto +1
do sistema venoso profundo
Edema da perna ao joelho +1
Diâmetro da perna edemaciada pelo menos +1
3cm superior ao da perna assintomática
Edema com sinal de “godet” confinado +1
à perna sintomática
Veias superficiais colaterais (não varicosas) +1
TVP prévia documentada +1
Um diagnóstico alternativo é tão provável -2
como a TVP
Exame laboratorial:
● Eco doppler colorido: é o método diagnóstico mais frequente. Ele é melhor utilizado
para veias distais, em MMII e em pacientes sem sintomas, tendo alta sensibilidade e
especificidade para diagnóstico de TVP.
● Venografia/ Flebografia: Mesmo sendo o exame padrão-ouro só deve ser realizado
quando os outros testes são ineficientes para diagnóstico de TVP, pois possui custo
elevado, risco de reações adversas ao contraste, é desconfortável para o paciente e é
contraindicado para pacientes com insuficiência renal.
TRATAMENTO
● HBPM (Enoxaparina 1,5mg/kg até 150 mg, SC) ou fondaparinux (7,5mg , SC, 1x/dia
para pacientes de 50 a 100kg) + anticoagulação oral.
OBS: usar por 5 dias, atentar-se para clearance de Cr (usar somente se maior que
30ml/min) e suspender se RNI entre 2 e 3 dias seguidos.