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8º semestre
ANAMNESE
• Gênero;
• Idade;
• Edema;
• Dor;
• Agudo/crônico;
• Alterações de temperatura;
• Sinais sistêmicos;
• Dispneia.
INSPEÇÃO
• Coloração;
• Assimetrias;
• Trofismo;
• Ulcerações/feridas.
PALPAÇÃO
• Pulsos;
• Temperatura;
• Dor;
• Frêmito;
• Consistência dos vasos;
• Linfonodos.
PERCUSSÃO E AUSCULTA
• Verificação de trajetos venosos;
• Sopros.
ACHADOS
• Fenômedo de Raynoud: constrição em dedos de mãos e pés, que se revela especialmente em baixas temperaturas;
• Oclusão arterial aguda: inicia-se pela interrupção abrupta do fluxo sanguíneo arterial, caracterizado por uma síndrome
isquêmica que vai ter repercussão clínica variada, dependendo da capacidade funcional da circulação colateral. A evolução
dependerá da capacidade de resposta das conexões arteriais preexistentes
• Doença arterial obstrutiva crônica: é um processo patológico gradual, sintomático ou assintomático, de redução do fluxo
sanguíneo. Em consequência desse processo, menos oxigênio é levado aos tecidos, podendo-se chegar até a oclusão de
artérias dos membros inferiores;
• Insuficiência venosa crônica: anormalidade do funcionamento do sistema venoso causada por uma incompetência valvular,
associada ou não à obstrução do fluxo venoso. Pode afetar o sistema venoso superficial, o sistema venoso profundo ou
ambos.
• Úlcera neuropática;
• Flebite: trombo em veia superficial ➔ gera muita dor;
• Erisipela: processo infeccioso ➔ atb, analgésico e anti-inflamatório.
Trombose Venosa Profunda – 05/04/2022
INTRODUÇÃO
• Incidência = 0,6/1.000 ➔ Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP);
FATORES DE RISCO
TRÍADE DE VIRSHOW
• Lesão endotelial + fluxo sanguíneo anormal (estase) + hipercoagulabilidade ➔ trombose (um ou mais destes fatores);
✓ Estase: varizes, obesidade, repouso absoluto, imobilização dos membros;
✓ Lesão endotelial: traumas;
✓ Hipercoagulabilidade: trombofilias.
FISIOPATOLOGIA
• Quebra da tríade de Virshow ➔ obstrução venosa➔ inflamação da veia e tecidos circunvizinhos ➔ desprendimento total
ou parcial do trombo;
• Alterações hemodinâmicas
✓ Pressão duas vezes maior que em indivíduos normais em DDH;
✓ Mais pronunciado em TVP proximal;
✓ Pressão igual em posição ortostática;
✓ Deambulação há queda de 3x da pressão quando comparados a indivíduos com TVP;
✓ Perda de fasicidade respiratória: toda vez que ocorre a inspiração, diminui a P intratorácica e aumenta o retorno
venoso, e na expiração, aumenta a P torácica e diminui retorno venoso. Se não há nenhum tipo de obstrução, o
que ocorre no tórax, mantém esse padrão. Se existe trombo, perde a fasicidade a partir da região afetada;
✓ Paciente com insuficiência venosa se sente melhor, com menor dor, quando caminha.
• Alterações inflamatórias
✓ Pela presença do trombo;
✓ Pode levar ao aparecimento de febre, taquicardia e mal estar pela liberação de leucinas, cininas, prostaglandinas
e enzimas proteolíticas.
• Local de ocorrência de Trombose Venosa Profunda:
✓ Seios valvares por turbilhonamento sanguíneo;
✓ Hipóxia do endotélio;
✓ Membro inferior esquerdo com maior frequência (retorno venoso prejudicado anatomicamente ➔ a cava é mais
à direita em relação à artéria aorta. A veia ilíaca esquerda passa por baixo da artéria ilíaca direita, e devido à essa
posição pode existir a diminuição da velocidade do fluxo da drenagem de MIE, e por conta disso o retorno venoso
é um pouco mais prejudicado do que do MID).
➢ May-thurner;
➢ Cockett.
✓ Ps: ramo para artéria, tributárias para as veias.
QUADRO CLÍNICO
• Edema;
• Alterações da consistência muscular ➔ sinal de Bandeira;
• Dor à palpação ➔ Sinal de Bancroft;
• Dor no trajeto venoso;
• Dorsiflexão dolorosa ➔ Sinal de Homans;
• Dilatação de veias superficiais;
• Cianose;
• Quadros clínicos extremos ➔ devido à congestão venosa muito grande.
✓ Flegmásia cerúlea dolens: perna extremamente inchada e dolorosa, ficando azulada. O comprometimento se
restringe à região de tributárias e veias. Corre risco de perda de membro!
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Infecções de subcutâneo;
• Rotura muscular;
• Cisto de Baker roto ➔ toda articulação é envolta por líquido sinovial, e em alguns casos pode ocorrer um aumento de sua
produção, como por exemplo na artrite ou ruptura de menisco, e ali na região da fossa poplítea ocorre a formação do cisto
de Baker devido ao acúmulo de líquido. Quando o cisto rompe, ocorre um extravasamento do líquido e ao exame físico fica
muito semelhante à uma trombose;
• Miosite;
• Fadiga muscular;
• Hematoma muscular.
PREVENÇÃO
• Prevenção mecânica: deambulação precoce, compressão pneumática durante o procedimento, meia compressiva;
• Prevenção química: enoxaparina é a mais utilizada. Utiliza-se, ainda, os NOAs, anticoagulantes orais que são bastante
eficazes, mas não existe testagem profilática para todos os procedimentos.
✓ Anticoagulação durante 3 meses, em geral. Em alguns casos pode ser necessário realizar anticoagulação perene
(trombofilia), outros pode ser necessário manter mais tempo devido a possibilidade de recorrência (paciente com
CA, por exemplo, não tira o cateter em caso de trombose, pois pode dar na outra localização caso seja realocado.
Mantém a anticoagulação até ele terminar o tratamento e tirar o cateter).
• ACO: antigamente solicitava para retirar o ACO antes de realizar a cirurgia, mas isso não é mais feito, pois a reintrodução
do medicamento após a cirurgia pode aumentar o risco de ocorrência da TVP.
TRATAMENTO
• Minimizar sintomatologia;
• Diminuição de alterações locorregionais;
• Trombose aguda ➔ prevenção de embolização pulmonar ➔ complicação mais temida!
• Redução de índice de recorrências;
• Anticoagulação
✓ Depende da trombose e embolia pulmonar
➢ Proximal ou distal (poplítea para baixo) ➔ em geral, na distal, poplítea para baixo, pode tratar em casa.
Proximal interna.
➢ Critérios de estabilidade da embolia
❖ Instabilidade hemodinâmica = estabilização e manda para a hemodinâmica.
✓ Internado
➢ TVP proximal e embolias graves;
✓ Ambulatório
➢ TVP distal e embolias sem gravidade.
✓ Tratamento padrão: enoxaparina fracionada 1mg/kg 2x/dia e Marevan. A enoxaparina tem efeito imediato, até duas
horas. Já o Marevan faz efeito após alguns dias, por isso é necessário estar com a enoxaparina junto.
Assim, monitora, faz heparina durante 72 horas, depois entra com marevan. Acompanha o paciente e se manter
INR entre 2 e 3, considera-o anticoagulado, podendo suspender, assim, a enoxaparina e mantém o marevan.
Gestante só pode tomar enoxaparina, Varfarina é teratogênica.
✓ NOACs (fatores não dependentes de vitamina K)
➢ Rivaroxabana (Xarelto®): eficácia de tratamento igual ao padrão, com menor risco de sangramento. Entra
direto com 30mg, fracionadas 2x ao dia, com 15mg dose, por 21 dias.
➢ Edoxabana (Lixiana®);
➢ Apixabana (Eliquis®);
➢ Dabigatrana (Pradaxa®).
• Cirúrgico ➔ trombectomia;
• Trombolíticos ➔ paciente com trombose super aguda pode passar cateter e infiltrar trombolítico para dissolver, e se houver
sinal de estreitamento de angioplastia.
Oclusão Arterial Aguda – 19/04/2022
IMPORTÂNCIA
• As oclusões arteriais agudas (OAA) constituem-se em capítulo de grande importância dentro das doenças vasculares
periféricas e na medicina de urgência. Tal importância decorre do fato de as oclusões arteriais agudas apresentarem
morbidade e mortalidade consideráveis (trombose venosa profunda, AVC), além de, na maior parte das vezes, indicarem a
existência de arteriopatia prévia e/ou fonte emboligênica potencial, eventualmente ainda não diagnosticadas. A oclusão
arterial aguda constitui condição clínica bastante comum e vem crescendo em frequência devido ao aumento na idade da
população e na incidência de doença cardiovascular de natureza aterosclerótica. Sua incidência aproximada é de 17 casos
por 100.000 habitantes/ano;
• Para poder classificar a claudicação precisamos saber quanto o paciente consegue andar no plano, pois se ele fala da
quantidade que anda na subida não é uma referência;
• A oclusão súbita de uma artéria leva a desequilíbrio circulatório (diminuição súbita ou piora da perfusão tecidual) do território
por ela irrigado, resultando em isquemia de intensidade variável. A falha no diagnóstico médico e o retardo no tratamento,
ou a sua inadequação, dão início a uma sequência de eventos que pode resultar em lesões irreversíveis (o número magico
para o tratamento é de 6 horas), com perda de membros ou órgãos, alterações funcionais importantes e, não raramente,
morte do paciente → as principais etiologias são: a embolia, a trombose e os traumas;
• Muitos estados mórbidos podem levar à obstrução aguda de uma artéria, sendo a sintomatologia variável na dependência
da artéria ocluída e da natureza dos tecidos e órgãos atingidos pela isquemia.
EMBOLIA
• Movimentação de qualquer elemento na corrente sanguínea (trombos, placas, gases, células tumorais, corpos estranhos);
• Origem cardíaca ➔ fibrilação arterial, lesões orovalvares, IAM, ICC, aneurisma ventricular, miocardiopatia, endocardites
etc;
• Lesões vasculares proximais;
• Procedimentos médicos;
• Projéteis;
• Injeções intra-arteriais;
• Necrose digital, região palmar e antebraço após injeção intra - arterial inadvertida.
TROMBOSE ARTERIAL
• A trombose arterial implica obstrução total ou parcial de uma artéria, por trombo formado no local, a partir de alterações
patológicas que envolvem a hemostasia (quebra da tríade de Virchow). O evento trombótico geralmente ocorre no local de
uma estenose arterial com lesão endotelial, de um enxerto ou de um stent, ou ainda consequente a um estado de
hipercoagulabilidade (desidratação);
• Diferentemente do embolismo venoso, a trombose arterial aguda resulta de fatores arteriais locais, degenerativos ou
inflamatórios, ou de doenças sistêmicas. A aterosclerose é a afecção mais frequente na gênese da trombose arterial,
podendo levar a quadros isquêmicos graves a partir de lesões assintomáticas ou de lesões estenosantes com quadro prévio
de insuficiência arterial crônica;
• Inicialmente, ocorre a oclusão mecânica da luz da artéria, seguida por trombose secundária e alterações morfológicas da
parede vascular. Discute-se a existência de espasmo que acometeria as árvores distais e colaterais. As alterações teciduais,
decorrentes de isquemia aguda, provocadas por oclusão arterial de qualquer natureza dependem de vários fatores
✓ Local/extensão = maior/menor gravidade;
✓ Circulação colateral → Quanto mais lentamente a obstrução ocorre, maior será o desenvolvimento da circulação
colateral, tanto em grau como em extensão e, portanto, mais eficiente na proteção dos tecidos isquêmicos;
✓ Trombose secundária – evolução da obstrução, aumentando gravidade → se a propagação do trombo continuar
pode comprometer a microcirculação.
➢ Trombose venosa secundária (baixo fluxo) – taxa maior de complicações, agrava o quadro e aumenta o risco de
embolia pulmonar dos tecidos à isquemia.
FISIOPATOLOGIA
• Local/extensão = maior/menor gravidade;
• Circulação colateral;
• Trombose secundária – evolução da obstrução, aumentando gravidade;
• Trombose venosa secundária (baixo fluxo) – taxa maior de complicações;
• Instabilidade hemodinâmicas/droga vasoativas – pior prognóstico;
Espasmo arterial secundário à oclusão;
Resistência dos tecidos à isquemia.
CLÍNICA
• Quadro clínico: dor, parestesia, paralisia, diminuição de temperatura, palidez, ausência de pulsos;
• Exame físico: ausência ou diminuição de pulsos (Determina local da oclusão), diminuição de temperatura – Comparar com
contralateral, palidez/cianose, elevação do membro (Palidez acentuada), perna pendente (Eritrocianose reacional), cianose
fixa/não fixa.
CLASSIFICAÇÃO DE RUTHERFORD
• I - Viável ➔ Dor de repouso sem ameaça iminente ao membro (Alterações neurológicas);
• II - Viabilidade ameaçada ➔ Isquemia reversível porém com risco iminente ao membro
✓ IIa ➔ Marginalmente ameaçada – Dormência pequena e pouca perda sensorial e dor intermitente;
✓ IIb ➔Dor de repouso intermitente, perda sensorial além dos artelhos e perda motora (paresia ou paralisia)
• III – Inviável ➔ Perda de sensibilidade, paralisia muscular, contratura muscular, ausência de enchimento capilar e pele
marmórea.
DIAGNÓSTICO
• Eminentemente clínico
✓ Sem claudicação prévia;
✓ Embolia = Arritmias cardíacas;
✓ Trombose = Ausência pulsos contralateral;
✓ Aprisionamento de poplítea;
✓ Aneurismas de poplítea.
• Exames complementares (Exclusão)
✓ Duplex scan;
✓ Arteriografia;
✓ Angiotomografia.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Trombose Venosa Profunda (TVP);
• Distúrbios Neurológicos;
• Baixo Débito;
• Choque;
• Desidratação.
TRATAMENTO
• Preservação da vida e do membro afetado;
• Exames gerais (Sangue, RX de tórax e ECG);
• Medidas gerais (Proclive, proteção térmica);
• Sedação da dor (Anestesia);
• Heparinização (prevenir trombose secudária);
• Trombolíticos (estreptoquinase, rTPA e uroquinase);
• Remoção mecânica cirúrgica (Cateter de Fogarty);
• Cuidados pós-operatórios
✓ Anticoagulação;
✓ Fasciotomias;
✓ Lesões arteriais;
✓ Sangramentos;
✓ Isquemia/Reperfusão.
PROGNÓSTICO
• Lesões Locais
✓ Reversíveis;
✓ Irreversíveis (Neurológicas, perdas musculares, necroses, amputações);
• Lesões Sistêmicas
✓ Recuperáveis (Acidose, hiperpotassemia, IRA);
✓ Irrecuperáveis (IRC, morte).
QUADRO CLÍNICO
Paciente de 48 anos com queixa de dor em membro superior direito de início súbito há 6 horas, queixando de se dormência e
alterações de sensibilidade.
Refere ser hipertenso controlado com uso de atenolol. Nega antecedentes familiares.
Informações adicionais:
Membro direito: não bateu o membro, braço pálido, ausência de pulso radial e braquial, presença de pulso axial, tempo de
enchimento capilar aumentado, a elevação do braço ele fica mais pálido e formiga mais, sem edema. Em membro esquerdo;
pulso radial, braquial e axilar presentes, coloração e temperatura normais.
Exame físico: elevação, palpação do pulso, temperatura, coloração, tem arritmia? (Atenolol - betabloqueador).
ECG: pode-se observar fibrilação arterial. Pedir também hemograma, sódio, potássio, ureia, creatinina, gasometria venosa
e RX de tórax.
Diagnóstico diferencial:
Conduta: CIRURGIA – passar fogarty, embolia crescente (6 horas), não é o caso de fazer fasciotomia.
Aneurisma de Aorta Abdominal – 26/04/2022
DEFINIÇÃO
• Aneurisma é a dilatação permanente de qualquer vaso do corpo, acima de 50% do seu calibre original (mede imediatamente
acima do vaso, onde não está dilatado). Abaixo de 50%, chama de ectasia.
• Formas do aneurisma
✓ Fusiformes: dilatação uniforme para todas as direções;
✓ Saculares;
✓ Dissecantes: que pode ser simples, sendo a separação das camadas do vaso, ou somado ao aneurisma;
✓ Pseudoaneurisma: dilatação de uma das camadas do vaso ou ruptura de uma delas, sendo o sangue contido pelas
demais camadas.
FISIOPATOGENIA
• Doença aterosclerótica: a placa localizada na parede do vaso, com o fluxo de sangue, pode descolar e começar a sair
sangue, sendo um aneurisma dissecante. Além disso, o fluxo dentro do vaso é laminar, ou seja, próximo a parede, é lento,
e no centro é rápido. Em algumas ocasiões, ele passa a fazer turbilhonamento pós estenótico, fazendo o aneurisma;
• Aumento da atividade enzimática (elastases e proteases), o que justificaria a camada média do vaso;
• Processo inflamatório da adventícia: alguns tipos de doenças inflamatórias, levam a uma inflamação da parede do vaso com
consequente enfraquecimento do mesmo, podendo ocasionar o aneurisma;
• Herança genética.
CLASSIFICAÇÃO DE STANFORD E DEBAKEY
CLÍNICA DO PACIENTE
• Doença normalmente silenciosa;
• Presença de massa pulsátil;
• Dor abdominal ou lombar;
• Sinais de choque;
• Borramento de musculatura em retroperitônio ou coleção sanguínea;
• Perda dos bordos da parede da aorta.
DIAGNÓSTICO
• Diagnóstico através de exame físico/imagem (achado de exame)
✓ Angiotomografia
TRATAMENTO
• Não carregar peso;
• Controle pressórico rigoroso;
• Beta bloqueadores ➔ diminui PA e FC, com consequente diminuição da pressão dentro do vaso. Contudo, não tem
efetividade confirmada.
• Indicação cirúrgica
✓ Aneurisma roto ➔ tratamento de urgência;
✓ Dor abdominal relacionado ao aneurisma ➔ rápida expansão;
✓ Aneurisma integro
➢ Aneurismas acima de 5cm;
➢ Crescimento rápido acima de 4,5cm;
➢ Aneurismas saculares;
➢ Correção: cirurgia aberta ou procedimento endovascular.
Bruna Rubinato – Medicina Piracicaba/Turma 1
8º semestre
GLOBO OCULAR
• O globo ocular é composto por três camadas: camada externa, média e interna. É também dividido em três compartimentos:
câmara anterior, câmara posterior e espaço vítreo.
• Além disso, o olho possui o cristalino, que é mantido em posição pelo ligamento ciliar, e à frente do cristalino fica a íris,
que é pigmentada e delimita a abertura da pupila, por onde passam os raios luminosos que chegam até a retina
CAMADA EXTERNA
• Chamada também de túnica fibrosa ➔ corneoescleral;
• Constitui o esqueleto que garante a forma e a resistência do bulbo do olho;
• Local de fixação dos músculos extrínsecos e intrínsecos do olho.
• Córnea
✓ Proteção e óptica;
✓ Ricamente enervada (V par), e por conta isso, qualquer corpo estranho pode causar desconforto quando em
contato com a córnea;
✓ Transparente;
✓ Avascular;
✓ Maior curvatura em relação à esclera;
✓ Lente convergente 43 dioptrias;
✓ Camadas
➢ Epitélio corneano ➔ epitélio escamoso estratificado não queratinizado;
➢ M. de Bowman ➔ membrana de fibras de colágeno, se lesada forma tecido cicatricial;
➢ Estroma ➔ fibras paralelas de colágeno, tipo I, III, V e VO;
➢ M. de Descemet ➔ músculo basal do endotélio;
➢ Endotélio ➔ manutenção da transparência, mecanismo de deturgescência, não regenera.
• Esclera
✓ Opaca ➔ fibras colágenas não organizadas de vários tamanhos;
✓ Manutenção da forma;
✓ Local de inserção de músculos extraoculares;
✓ Lâmina cribosa.
• Limbo
✓ É o ângulo formado pela interseção das curvaturas da esclera e da córnea ➔ junção corneoescleral;
✓ Consiste em uma zona de transição da córnea para a esclera, sendo assim, o colágeno da córnea, que é
transparente, se torna branco e fibroso;
✓ Importância: células tronco corneanas, marco cirúrgico e relação com o ângulo da câmara anterior;
✓ Essa zona é altamente vascularizada;
✓ Há também aqui o canal de Schlemm, onde o humor aquoso produzido nos processos ciliares é drenado para o
sistema venoso, o que é possível devido aos espaços de Fontana, que são um sistema de labirinto que vai do
endotélio da córnea ao canal de Schlemm.
CAMADA MÉDIA
• Composto pelo coroide, corpo ciliar e íris;
• Responsável pela focalização e controle da intensidade da luz;
• Coroide
✓ Porção vascular e pigmentada;
✓ Anteriormente origina o corpo ciliar, responsável pelo humor aquoso e vítreo, além da acomodação do cristalino;
✓ Lesões nessa região podem provocar alterações na retina.
• Corpo ciliar
✓ É uma dilatação da coroide na altura do cristalino. Reveste a superfície interna da esclera, sendo formado por duas
faces;
✓ É onde se localizam os processos ciliares, onde o humor aquoso é produzido;
✓ O humor flui para a câmara posterior do olho em direção ao cristalino, passa entre o cristalino e a íris e chega à
câmara anterior e penetra nos espaços de Fontana, alcançando o ducto de Schlemm, que se comunica com as
veias da esclera, para as quais o humor aquoso é drenado.
• Íris
✓ É um prolongamento do coroide que cobre parte do cristalino;
✓ A íris possui um orifício central, que é a pupila. Alguns traumas e fármacos podem causar midríase, que é a
dilatação contínua da pupila. Já a miose é a constrição da pupila;
✓ A íris possui ainda feixes de fibras musculares lisas, que se originam no músculo ciliar e seguem até as bordas
da pupila, perto das quais esses feixes se bifurcam e formam o esfíncter da pupila, e as hastes prolongadas da
bifurcação (que é em Y) formam o músculo dilatador da pupila, que tem ação oposta ao esfíncter. O esfíncter
possui inervação parassimpática e o dilatador da pupila é inervado pelo simpático, ou seja, são dois músculos
involuntários. As respostas pupilares são paradoxas, pois a resposta simpática geralmente é imediata, mas a
dilatação da pupila em resposta à baixa iluminação pode levar até 20 minutos, enquanto as respostas
parassimpáticas costumam ser mais lentas, porém a constrição da pupila estimulada por essa regulação
normalmente é imediata.
CAMADA INTERNA
• A túnica interna do olho é a retina;
• As células pigmentares da retina sintetizam melanina, que se acumula sob a forma de grânulos, e que tem função de
absorver a luz que estimulou os fotorreceptores;
• A retina, assim, é formada por duas partes funcionais ➔ uma parte óptica e uma parte cega, sendo a óptica sensível aos
raios luminosos e composta por dois estratos, sendo um nervoso e outro pigmentar.
CONJUNTIVA
• Proteção contra agentes externos;
• Formação de componentes da lágrima;
• Ação imunológica local.
FILME LACRIMAL
• Refração;
• Lubrificação;
• Nutrição;
• Remove estímulos nocivos;
• Defesa (lactoferrina, lisozima, imunoglobulinas).
REFLEXÃO E REFRAÇÃO
• Reflexão: onda ao atingir uma superfície volta a se propagar no meio de origem sem alterar velocidade, frequência ou
comprimento;
• Refração: mudança de velocidade e direção de uma onda quando passa de um meio para outro.
COMPONENTES REFRATIVOS
• Córnea ➔ 40d;
• Cristalino ➔ 18d;
• Comprimento axial.
EMETROPIA E AMETROPIA
• Emetropia: sem interferência da acomodação, recebe na fóvea imagens nítidas de objetos situados no infinito. Relação
entre comprimento axial e poder refrativo.
• Ametropia: sem acomodação, não recebe na fóvea 2imagens nítidas de objetos situados no infinito. Relação inadequada
entre comprimento axial e poder refrativo;
✓ Miopia
➢ Imagens formadas anteriormente à retina;
➢ Não enxerga de longe;
➢ Enxerga de perto.
✓ Hipermetropia
➢ Queixas de astenopia, cefaleia;
➢ Imagens formadas posteriormente à retina;
➢ Normalmente enxerga bem, mas precisa fazer esforço visual;
➢ Tende a ter mais dificuldade para enxergar de perto.
✓ Astigmatismo
➢ Os dois meridianos principais da córnea e/ou do cristalino, têm curvaturas diferentes, portanto, poderes
dióptricos diferentes, não permitindo a formação da imagem nítida sobre a fóvea, resultando na
percepção de imagens distorcidas;
➢ Causada por alterações da superfície da córnea ou do cristalino, formando imagens em planos diferentes;
➢ Correção com lentes cilíndricas.
✓ Presbiopia
➢ Dificuldade para ver de perto;
➢ Acima de 40 anos;
➢ O sinal característico é o afastamento do objeto para melhorar o foco;
➢ Óculos para perto ou multifocais;
➢ Lentes de contato multifocais.
SINTOMAS OCULARES
• Dor;
• Sensação de corpo estranho;
• Olho seco;
• Olho vermelho;
• Prurido;
• Ardência;
• Secreção;
• Fotofobia;
• Lacrimejamento;
• Astenopia.
SINTOMAS VISUAIS
• Miopsias: moscas volantes;
• Fotopsias: fleches de luz;
• Metamorfosias: distorção de imagem;
• Diplopia: visão dupla;
• Amaurose: cegueira transitória (amaurose fugaz) ou não;
• Escotoma: sombra na visão;
• Perda de campo visual;
• Embaçamento.
EXAME OFTALMOLÓGICO
• Acuidade visual
✓ Tabela de Snellen
➢ 6 metros de distância da tabela;
➢ Testar 1 olho de cada vez;
➢ Sem correção e com correção;
➢ Anotação: dist.pct/emetrope 20/20; 20/40; 20/200.
✓ Buraco estenopeico – Pinhole
➢ AV com PH
➢ Visão < 20/30;
➢ Se causa refracional (falta de óculos) ➔ melhora;
➢ Se causa no sistema eferente ou opacidade de meios ➔ não melhora.
✓ Teste de visão de perto
➢ Iluminação adequada;
➢ Com correção;
➢ 37cm de distância.
• Campo visual de confrontação
✓ Vantagens
➢ Simples, rápido;
➢ Pode ser feito em pacientes acamados e crianças.
✓ Desvantagens
➢ Falta de normatização;
➢ Limitação para defeitos sutis.
• Teste de Hirschberg – reflexo corneano.
• Motilidade ocular extrínseca
✓ Inervação: OS 4/RELA 6/RESTO 3.
• Ectoscopia
✓ Supercílio;
✓ Margem orbitária;
✓ Pálpebra;
✓ Fenda palpebral;
✓ Bulbo ocular ➔ conjuntiva, córnea, íris e pupila.
✓ Corar com fluoresceína;
✓ Avaliação da câmara anterior: iluminação lateral ao olho
➢ Câmara rasa ➔ se iluminar apenas a região temporal ➔ risco de glaucoma agudo;
➢ Câmara longa ➔ ilumina tudo.
• Exame da pupila
✓ Reflexos pupilares
➢ Reflexo fotomotor (direto/consensual)
❖ Reflexo parassimpático;
❖ Via aferente
o Luz ➔ retina ➔ N. óptico (II);
o Fibras pupilares fazem sinapse núcleo pré-tectal e núcleo de Edinger Westphal – núcleo
do III par.
❖ Via eferente
o N. oculomotor (III);
o MM. Extraoculares elevador da pálpebra ciliar.
➢ Reflexo convergência/acomodação (pupilar para perto);
➢ Defeito pupilar aferente relativo (swing light test).
✓ Forma
➢ Isocoria/anisocoria (20% anisocoria fisiológica);
➢ Irregularidade pupilar iriana (Cx prévia, uveíte, coloboma).
• Teste do reflexo vermelho ➔ teste do olhinho
✓ Olhando pelo oftalmoscópio;
✓ Lente 0 ou o grau do examinador;
✓ Distância cerca de 50cm;
✓ Observar as pupilas do paciente;
✓ Procurar o reflexo vermelho.
✓ Leucocoria
➢ Glaucoma corticogênico (iatrogênico);
➢ Opacidades corneanas;
➢ Tumores intraoculares;
➢ Trauma de parto fórceps;
➢ Catarata;
➢ Persistência vítreo primário;
➢ Retinopatia prematuridade;
➢ Retinite (toxoplasma);
➢ Descolamento de retina.
• Fundoscopia;
• Tonometria
✓ Medida da pressão ocular;
✓ Gold standard (de Goldmann) ➔ aplana a porção central da córnea e mede a reação a essa deformação, estimando
a pressão intraocular;
✓ Tonometria bidigital:
➢ Dedos indicadores tocam pálpebra sup;
➢ Olho fechado;
➢ Um dedo faz compressão e outro descompressão (delicadamente);
➢ Sentir se há flutuação ao toque
❖ Excessiva;
❖ Hipotensão;
❖ Normal;
❖ Ausente (pétreo);
❖ Hipertensão.
GLAUCOMA AGUDO
• Bav, dor, cefaléia, náusea, vômito;
• Média midríase paralítica;
• Edema de córnea;
• Íris abaulada, ca rasa;
• Inflamação, congestão ocular;
• Bd pétreo (PIO>50mmhg)
Fundoscopia – 28/03/2022
FUNÇÃO
• Avaliação direta de arteríolas e vênulas de forma não invasiva;
• Avaliação do segmento posterior do olho;
• Alterações em patologias oculares (glaucoma, DMRI, DR);
• Alterações em patologias sistêmicas (DM, HAS);
• Avaliação de queixas visuais.
OFTALMOSCÓPIO DIRETO
• Imagem magnificação de cerca 15x;
• Campo de visão de 10 graus (depende do diâm. Pupilar do pct);
• Monocular;
• É possível examinar sem midríase farmacológica.
TÉCNICA DE EXAME
• Escureça a sala;
• Paciente sentado com cabeça apoiada.
• Paciente deve olhar para frente no fundo da sala;
• Evitar o reflexo pupilar de acomodação;
• Conseguir máxima dilatação pupilar sem fármaco;
• Ajustar na lente 0 ou com a correção do examinador + paciente;
• Examine o olho D. do pct com seu olho D. e o olho E. do pct com seu olho E;
• Distância de 1 braço do paciente;
• Apoiar a mão na fronte ou ombro do paciente;
• Se posicione de modo que o feixe de luz entre de temporal para nasal (15 graus – evitar reflexo corneano);
• Procurar o reflexo vermelho;
• Se aproximar do olho do paciente até focar a imagem;
• Achar um vaso e segui-lo até o N.= Óptico.
✓ Vasos;
➢ Calibre e tortuosidade;
➢ Artérias
❖ Mais claras, mais finas, reflexo mais intenso;
❖ Reflexo mais branco na arteriosclerose;
➢ Veias
❖ Maiores, mais escuras;
❖ Pulsação no D.O. (80%);
➢ Cruzamentos a-v
❖ Constrição, compressão, elevação, desvio das veias.
✓ Retina
✓ Mácula
PRINCIPAIS CAUSAS
• Oculares
✓ Olho seco;
✓ Infecciosas;
✓ Inflamatórias;
✓ Alérgicas;
✓ Trauma;
✓ Aumento da pressão intraocular;
✓ Fistula carótido-venosa.
• Sistêmicas
✓ Reumatológicas;
✓ Endócrinas;
✓ Dermatológicas;
✓ Infectocontagiosas.
PRINCIPAIS CAUSAS
• Traumática X não traumática;
• Infeciosa X não infecciosa.
ALTERAÇÕES PALPEBRAIS
• Retração palpebral;
• Tratamento da blefarite
✓ Compressas mornas ➔ 5 min;
✓ Higiene palpebral com shampoo neutro;
✓ 1x ao dia;
✓ Se persistir, referenciar.
DACRIOCISTITE
• Inflamação do saco lacrimal;
• Obstrução do sistema de drenagem lacrimal;
• Celulite pré-septal associada;
• Tratamento
✓ Compressas mornas;
✓ Amoxicilina VO ou amoxicilina + ácido clavulânico VO;
✓ Encaminhar ao oftalmologista para resolução cirúrgica.
FÍSTULA CARÓTIDO-CAVERNOSA
• Proptose pulsátil;
• Quemose, sopro, frêmito;
• Diminuição da AV;
• Engurgitamento venoso conjuntival;
• Aumento de PIO;
• Dor ocular;
• Cefaléia.
PTERÍGEO E PINGUECULA
• Proliferação fibrovascular;
• Degeneração actínica;
• Pterígio ➔ membrana que avança sobre a córnea, ou seja, invade a superfície ocular, em direção ao centro, podendo
atingir a pupila.
• Pinguecula ➔ degenerescência da conjuntiva que se manifesta como um depósito de cor amarela esbranquiçada na junção
entre a córnea e a esclera. Ou seja, é uma alteração do tecido da conjuntiva, que resulta no depósito de proteínas, de
gordura e/ou cálcio, alterando a cor da conjuntiva.
Pterígio: Pinguecula:
CONJUNTIVITE
• Geralmente bilateral;
• Indolor;
• Autolimitada;
• Secreção, lacrimejamento, fotofobia;
• Quemose e infiltração vascular;
• Exsudação e dilatação vascular;
• Linfadenopatia preauricular ➔ associada a quadro viral;
• Diagnóstico
✓ História;
✓ Tempo de duração;
✓ Quadro clínico ➔ tipo de exsudato;
✓ Exame laboratorial ➔ Bacterioscopia e cultura (só faz se é uma conjuntivite crônica, sem resolução).
• Tempo de evolução
✓ Hiperaguda ➔ 12 horas ➔ Neisserias, pseudomonas, Haemophilus
➢ Secreção mucopurulenta abundante;
➢ Risco de perfuração ocular dentro de 24h de evolução;
➢ Neisserias invadem epitélio corneano íntegro;
➢ Tratamento
❖ Encaminhar imediatamente oftalmologista;
❖ Internação;
❖ Sistêmico ➔ cefalosporina 3ª geração (Ceftriaxona), Quinolona, Macrolídeo;
❖ Tópico ➔ colírios antibióticos fortificados;
❖ Higiene local.
✓ Aguda ➔ <3 semanas;
➢ Maioria gram+: Streptococcus pneumoniae e aureus, Haemophilus influenza ➔ otite, Moraxella
catarrhalis;
➢ Secreção mucopurulenta, sensação de areia, hiperemia, queimação, pálpebras inchadas e grudadas,
resposta papilar;
➢ Tratamento
❖ Higiene local;
❖ Compressas geladas;
❖ Colírio antibiótico.
✓ Crônica ➔ >3 semanas
• Etiologia
✓ Alérgica;
✓ Não infeciosa.
✓ Infecciosa
➢ Viral;
❖ Adenovírus – DNA Vírus 47 tipos;
❖ Estáveis ➔ fácil contaminação;
❖ 5 a 20% conjuntivites agudas;
❖ Ceratoconjuntivite epidêmica
o Edema palpebral ➔ eritema;
o Linfadenopatia pré-auricular;
Simbléfaro
o Reação folicular em fórnice inferior;
o Simbléfaro/pseudomembranas;
o Ceratite (inflamação corneana. Se atingir o eixo visual na pupila, haverá prejuízo visual)
em 80%;
o Tratamento: isolamento, sintomáticos e compressas geladas;
o Prevenção: higienização/limpeza, isolamento de 7 a 10 dias;
o Encaminhar ao oftalmologista se: não há melhora em 7 a 10 dias, há envolvimento
corneano e se há diminuição da acuidade visual.
❖ Conjuntivite hemorrágica;
❖ Conjuntivite folicular aguda;
❖ Febre faringo-conjuntival.
➢ Bacteriana;
➢ Fúngica.
CERATITE
• Diminuição da acuidade visual;
• Hiperemia conjuntival;
• Consequências ➔defeito epitelial/úlcera córnea;
• Sensação de corpo estranho, dor, fotofobia.
• Agentes etiológicos
✓ Vírus ➔ herpes;
✓ Bactérias ➔ pseudomonas (lente de contato), S. aureus, S. pneumoniae, Moraxella sp;
✓ Fungos ➔ Fusarium spp, Aspergillus spp, Candida albicans;
✓ Parasitas ➔ acathamoeba;
• Ceratite ulcerativa periférica
✓ Doença reumática associada ➔ artrite reumatoide, Sjogren, lúpus, esclerodermia, policondrite, ARJ, vasculites
primárias (granulomatose de Wegener, poliartrite nodosa, arterite de células gigantes).
• Tratamento cirúrgico
✓ Se houver perfuração;
✓ Adesivo tecidual;
✓ Transplante de córnea tectônico;
✓ Se houver suspeita de ceratite, encaminhar ao oftalmo.
EPISCLERITE
• Inflamação da episclera;
• Bilateral;
• Adulto jovem/sexo feminino;
• Duração de dias a semanas;
• 60% recidiva;
• Hiperemia, dor leve, sensação de corpo estranho, fotofobia;
• Acuidade visual preservada.
• Fatores desencadeantes
✓ Alérgenos, ovulação, menstruação, estresse, doenças sistêmicas associadas;
✓ Atopia, gota, colagenoses, sífilis, rosácea, infecções.
• Diagnóstico: fenilerina 10%;
• Tratamento:
✓ Compressas frias;
✓ Lágrimas artificiais
✓ Sistêmico AINH 6 meses;
✓ Evitar corticoide por efeito rebote;
✓ Doenças sistêmicas.
ESCLERITE
• Doença severa destrutiva;
• 4ª a 6ª década de vida;
• Mais em mulheres;
• Dor, edema, hiperemia;
• Baixa acuidade visual;
• Fotofobia;
• Imunomediada ou infeciosa;
• Acomete toda espessura da esclera;
• Recorrência;
• Destruição ocular associada à doenças potencialmente letais;
• Diagnóstico correto ➔ melhor prognóstico;
• Encaminhar urgente ao oftalmologista;
• Tratamento: AINH VO, corticoide sistêmico, imunossupressão.
UVEÍTE
• Inflamação do tecido uveal ➔ íris, corpo ciliar, coroide;
• Classificação ➔ anterior, intermediária, posterior;
• Etiologia ➔ infecciosa, inflamatória, mascarada;
• Alterações secundárias ➔ retina, vítreo, nervo óptico;
• Quadro clínico: hiperemia conjuntival, perilimbar, dor, fotofobia, baixa acuidade visual, miose, corectopia;
• Encaminhar ao oftalmologista.
TRAUMA
• Ectoscopia
✓ Supercílio;
✓ Rebordo orbitário;
✓ Pálpebras e cílios;
✓ Conjuntiva;
✓ Esclera;
✓ Córnea;
✓ CA;
✓ Íris;
✓ Cristalino;
✓ Vítreo.
• Fratura orbitaria
✓ Diplopia;
✓ Edema palpebral;
✓ Enoftalmia;
✓ Crepitação;
✓ Tratamento
➢ Evitar Valsalva por 5 a 7 semanas ➔ piora do edema;
➢ Iniciar atb VO amoxicilina + clavulanato ou cefalosporina 10d;
➢ Corticoide VO para diminuir o edema;
➢ Indicação cirúrgica, se persistir enoftalmia > 2mm e diplopia por mais de 14 dias.
• Síndrome compartimental
✓ Piora da AV;
✓ Proptose;
✓ Defeito pupilar aferente relativo;
✓ Edema palpebral;
✓ Restrição motilidade;
✓ Resistência retropulsão do globo;
✓ Aumento da PIO;
✓ Tratamento
➢ Emergência;
➢ Cantotomia ou cantólise lateral.
• Trauma palpebral
✓ Laceração ➔ total, envolvendo margem ou 1/3 lateral ➔ indicar correção ao oftalmologista.
• Trauma de conjuntiva
✓ Hemorragia subconjuntival;
✓ Edema;
✓ Corpo estranho;
✓ Laceração.
• Córnea
✓ Corpo estranho;
✓ Laceração lamelar (abrasão);
✓ Perfuração.
• Câmara anterior
✓ Hifema;
✓ Uveíte;
✓ Glaucoma.
GRAU III – prognóstico reservado. Perda epitelial total, opacidade corneana, isquemia de 1/3 a
½ do limbo.
GLAUCOMA AGUDO
• Sexo feminino;
• Idade > 65 anos;
• Hipermetropia;
• Quadro clínico: dor de forte intensidade, diminuição da acuidade visual, náuseas e vômitos, cefaleia, média midríase
paralítica, elevação da PIO, tono bidigital pétrea.
RESUMINDO
• Maioria benigno;
• Perguntas chave – sente dor?/ tem perda de visão?
• Causas que demandam encaminhamento imediato:
✓ Glaucoma agudo;
✓ Úlcera de córnea;
✓ Trauma ocular;
✓ Trauma químico;
✓ Endoftalmite;
✓ Esclerite;
✓ Uveíte.
• Todo trauma químico pode causar perda visual;
• Fundamental o uso de fluoresceína para ver lesões de córnea;
• Na dúvida encaminhe para um oftalmologista;
• Não prescrever colírio corticoide;
• Não prescrever uso de anestésico colírio para casa.
TESTES
1. Qual condição pode necessitar de encaminhamento urgente ao oftalmologista?
a) Conjuntivite bacteriana;
b) Conjuntivite alérgica;
c) Conjuntivite viral;
d) Olho seco.
2. Qual sinal indica um caso de olho vermelho com risco de perda visual?
a) Secreção esverdeada purulenta;
b) Irritação ocular;
c) Hiperemia mais intensa em região de fórnices;
d) Fotofobia.
3. Qual sinal pode estar associado à hemorragia subconjuntival?
a) Espirros;
b) Dor orbitária;
c) Fotofobia;
d) Piora de acuidade visual.
Glaucoma – 04/04/2022
INTRODUÇÃO
• Principal causa de cegueira irreversível;
• É um grupo de doenças que tem em comum:
✓ PIO elevada;
✓ Morte de células ganglionares;
✓ Diminuição da camada de fibras nervosas;
✓ Aumento da escavação do nervo óptico;
✓ Redução do campo visual;
✓ Cegueira.
• Neuropatia óptica assintomática em 80% dos casos;
• Progressão lenta;
• A prevenção do glaucoma é possível com a atuação de médicos de todas as especialidades.
FISIOPATOLOGIA
• Equilíbrio entre produção e drenagem do humor aquoso;
• Produção no c. ciliar e drenagem no seio camerular;
• Não há aumento de produção de humor aquoso;
• Distúrbios de circulação do humor aquoso;
• Distúrbios na drenagem.
CLASSIFICAÇÃO
• Etiologia
✓ Glaucomas primários ➔ Ângulo aberto/fechado (crônico/agudo);
✓ Glaucoma do desenvolvimento ➔ congênito/juvenil;
✓ Glaucomas secundários ➔ doenças oculares, doenças sistêmicas (medicamentos), cirurgias oculares.
• Graus
✓ Hipertensão intraocular ➔ não necessariamente é glaucoma, tto depende de fatores de risco;
✓ Glaucoma inicial ➔ tratamento;
✓ Glaucoma moderado ➔ tratamento mais intenso;
✓ Glaucoma avançado ➔ tratamento agressivo.
PRESSÃO INTRAOCULAR
• Medida indolor (anestésico + fluoresceína);
• Rápido ➔ parte da consulta de rotina oftalmológica;
• Medida indireta (depende da espessura corneana);
• Gold standard - tonômetro de Goldmann;
• Valores normais – 10 a 22 mmHg, mas depende da análise de diversos fatores.
DANOS ANATÔMICOS
• Aumento da PIO (deficiência da drenagem ou circulação do humor aquoso) vai causando um dano no nervo, levando ao
aumento escavação do nervo óptico (alteração da relação disco escavação).
• Avaliação
✓ Tomografia de coerência óptica (OCT);
✓ Campimetria.
GLAUCOMA DO DESENVOLVIMENTO
• Glaucoma congênito ➔ tratamento urgente;
• Causa: má formação do seio camerular, desenvolvimento incompleto das estruturas do seio camerular de base genética;
• Glaucoma congênito primário: 50 a 70 % dos glaucomas na infância;
• 8/100.000 nascimento;
• Brasil aproximadamente 16900 casos (cbo 2019);
• 70% bilateral;
• 63% sexo masculino e 37% feminino;
• Herança autossômica recessiva com penetrância incompleta ou variável;
• Quadro clínico: olho grande, lacrimejamento, fotofobia, Blefaroespasmo, dor, irritação, apatia;
• Propedêutica: diâmetro da córnea, biomicroscopia do segmento anterior, tonometria;
• Tratamento cirúrgico: remoção do tecido anormal que obstrui a via de drenagem do humor aquoso;
✓ Trabeculotomia;
✓ Goniotomia.
Catarata – 04/04/2022
ANATOMIA DO CRISTALINO
• Lente biconvexa atrás da íris;
• Convergência 20D;
• Avascular;
• Não possui inervação (indolor).
• Células organizadas longitudinalmente (em casca de cebola) que perdem suas organelas durante a formação, tornando-se
transparente;
• 3 partes: fibras do cristalino, cápsula do cristalino e epitélio subescapular
✓ Fibras do cristalino: elementos prismáticos finos e longos. Células altamente diferenciadas, oriundas das células
originais do cristalino embrionário. Ao perderem seus núcleos, alongam-se podendo medir 9mm de comprimento
por 4mm de espessura;
✓ Cápsula: revestimento acelular homogêneo, hialino e mais espesso na face anterior do cristalino. Estrutura muito
elástica. Constituída principalmente por colágeno tipo IV e glicoproteínas;
✓ Epitélio subcapsular: formado por uma única camada de células epiteliais cuboides. Localizado apenas na porção
anterior do cristalino. É à partir desse epitélio que se originam as fibras responsáveis pelo aumento do cristalino
durante o processo de crescimento do globo ocular.
• Funções
✓ Manter sua transparência;
✓ Óptica (convergência);
✓ Acomodação.
CATARATA
• Definição ➔ opacificação do cristalino;
• Fatores de risco ➔ idade, exposição de raios UV, tabagismo.
EPIDEMIOLOGIA
• Doença do idoso
✓ 50 anos - 50% tem catarata;
✓ > 60 anos - 80 %;
✓ > 70 anos - 90%;
• Principal causa de cegueira reversível 20 milhões no mundo (the lancet global health 2021)
CAUSAS
• Congênita ➔ familiar, mutação esporádica, infecção intrauterina;
• Idade
• Metabólica ➔ DM, doença de Wilson, galactosemia, Sd. de Lowe.
• Medicamentosa ➔ corticoides, mióticos, amiodarona, clorpromazina, alopurinol;
• Traumática e inflamatória ➔ pós-cirúrgica, pós-traumática, pós-uveíte.
• Associada à doenças sistêmicas ➔ trissomia 21, distrofia miotônica, dermatite atópica, Neurofibromatose.
QUADRO CLÍNICO
• Embaçamento ou redução de AV;
• Ofuscamento, (glare) dificuldade em dirigir à noite;
• Redução da percepção de cores;
• Diplopia monocular;
• Troca frequente da prescrição dos óculos;
• Melhora da visão de perto miopização (catarata nuclear);
• Quanto mais intensa a catarata piores os sintomas.
TRATAMENTO
• Cirúrgico ➔ facectomia com implante de lente intraocular;
✓ 3 tipos: facectomia intracapsular (desuso), extracapsular e facoemulsificação.
• Congênita: facectomia com implante de lente intraocular, tratamento da ambliopia com oclusão do olho com melhor
acuidade visual;
• Implante de lente intraocular.
Retinopatia Diabética – 11/04/2022
DIABETES MELLITUS
• Grupo de doenças metabólicas;
• Complexa interação de fatores ambientais e genéticos;
• Falta de insulina – hiperglicemia;
• Diagnóstico - glicemia de jejum > 126 mg/dl
• DM tipo 1 – insulino dependente ➔ auto imune – destruição células beta pancreáticas;
• DM tipo 2 – não insulino dependente ➔ graus variáveis de resistência insulínica e diminuição da produção de insulina,
levando a hiperglicemia e outras alterações metabólicas devido à resistência insulínica.
INTRODUÇÃO
• A mais grave das complicações oculares do diabetes;
• Causada por danos aos vasos sanguíneos da retina, leva a danos na retina;
• Complicação microvascular do diabetes mellitus;
• A causa mais prevalente de cegueira legal entre as idades de 20 a 65 anos;
• Comum em DM tipo I > tipo 2.
FATORES DE RISCO
• Duração do diabetes ➔ mais importante
• Diabetes diagnosticado antes dos 30 anos
✓ 50% RD após 10 anos;
✓ 90% RD após 30 anos.
• Mau controle metabólico
✓ Menos importante, mas relevante para o desenvolvimento e progressão da RD;
✓ Aumento de HbA1c tem associação com aumento de risco.
• Gravidez
✓ Associação com progressão rápida de RD;
✓ Fatores preditivos: mau controle do DM pré-gestacional, controle muito rápido durante os estágios iniciais da
gravidez, pré-eclâmpsia.
• Hipertensão
✓ Muito comum em pacientes com DM tipo 2;
✓ Controlar rigorosamente (<140/80mmHg).
• Nefropatia
✓ Associado com piora da RD;
✓ Transplante renal pode estar associado com melhora da RD e melhor resposta à fotocoagulação.
• Outros
✓ Obesidade, aumento do IMC, relação cintura-quadril elevada;
✓ Hiperlipidemia;
✓ Anemia.
PATOGÊNESE
• Vazamento microvascular;
• Oclusão microvascular.
CLASSIFICAÇÃO
• Retinopatia diabética não proliferativa (RDNP) ➔ leve, moderada e severa;
• Retinopatia diabética proliferativa (RDP).
✓ Manchas algodonosas
➢ Exsudatos moles ou infartos da camada de fibras nervosas;
➢ Lesões brancas e fofas na camada de fibras nervosas;
➢ Resulta de:
❖ Oclusão das arteríolas pré-capilares da retina que suprem a camada de fibras nervosas;
❖ Edema dos axônios das fibras nervosas locais;
➢ À angiofluoresceinografia não há perfusão capilar na área do exsudato mole;
➢ Muito comum em RD, principalmente se associada à HAS.
• RDNP Severa
✓ 4 quadrantes de hemorragias retinianas graves;
✓ 2 quadrantes de “venous beading” (veia em rosário, em “salsicha”)
➢ Formação de dilatações e estreitamentos das veias da retina;
➢ Aparência semelhante à dilatação em forma de salsicha;
➢ Sinal de RDNP grave.
Área de não perfusão capilar ➔ A AF mostra extensas áreas de hipofluorescência devido à não perfusão capilar e venous beading.
EDEMA MACULAR
• Edema macular
✓ ↑ Permeabilidade vascular retiniana;
✓ RDNP e RDP;
✓ Focal, difuso ou misto;
✓ Causa de perda visual em RD;
✓ Alteração invade a mácula.
Focal e difuso
✓ Exsudatos dentro de 500 μm da fóvea, se associado ao espessamento retiniano; o espessamento em si pode ser
fora dos 500 μm;
✓ Espessamento retiniano de uma área de disco (1.500 μm) ou maior, qualquer parte do qual está dentro de um
diâmetro de disco do centro da mácula.
• Isquemia macular
✓ Não perfusão capilar retiniana;
✓ RDNP progressiva.
Hemorragia Subhialoidea
• Doença ocular diabética avançada
✓ Estágio final de RDP não controlada;
✓ Glaucoma secundário (neovascularização);
✓ Cegueira por hemorragia vítrea persistente, DR tracional, formação de membrana opaca.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Retinopatia hipertensiva;
• Retinopatia por radiação;
• Oclusão de veia central da retina;
• Síndrome óculo-isquêmica;
• Retinopatia relacionada ao HIV.
TRATAMENTO
• Fotocoagulação à laser;
✓ Indução de involução de novos vasos;
✓ Prevenir a hemorragia vítrea e prevenir a perda visual;
✓ Limitações:
➢ Cristalino e vítreo devem estar transparentes;
➢ Se catarata tratar antes da panfotocoagulação;
➢ Se hemorragia vítrea fazer vitrectomia + fotocoagulação a laser.
✓ Indicações
➢ RDP de alto risco (3/4);
➢ Hemorragia vítrea ou pré-retiniana;
➢ Neovasos;
➢ Neovasos no disco óptico ou dentro de 1.500 mícrons da borda do disco óptico;
➢ Neovascularização de íris ou ângulo;
➢ Edema macular clinicamente significativo.
• Injeção intravítrea;
• Cirurgia vitreoretiniana
✓ Indicações
➢ Hemorragia vítrea persistente grave;
➢ DR tracional progressiva (ameaçando ou envolvendo mácula);
➢ DR combinado tracional e regmatogênica;
➢ Hemorragia subhialóide pré-macular;
➢ Hemorragia vítrea recorrente após panfotocoagulação.
✓ Vitrectomia via pars plana (VPP);
✓ Peeling de membrana (PM);
✓ Endolaser (EL)
✓ Troca de gás fluido (FGX) ➔ SF6 e C3F8
• Tratamento clínico
✓ Bom controle glicêmico
➢ Prevenção:
❖ Hemoglobina glicosilada < 7;
❖ PAS < 130 mmHg;
❖ Controle de hiperlipidemia (colesterol e triglicérides);
❖ Correção de anemia;
❖ Controle da nefropatia diabética;
➢ Gravidez piora a retinopatia DM.
FOLLOW UP
NEOPLASIAS HIPOFISÁRIAS
• Em geral adenomas, raramente carcinomas;
• Tumores pequenos da hipófise e geralmente assintomáticos, a menos que o tumor produza um hormônio.
• No entanto, se o tumor aumentar: pode causar deficiências hormonais pressionando as células pituitárias normais. Se
crescer ainda mais (> 1 cm), pode causar sintomas visuais;
• Sintomas oculares (dependendo do tamanho)
✓ Visão turva (mono ou binocular);
✓ Perda de campo visual: compressão do nervo óptico ou quiasma. Depende do tamanho e localização do tumor.
➢ Déficit de campo visual monocular ➔ os tumores assimétricos podem envolver um lado do quiasma ou
um n. óptico, e mais comumente se apresentarem como quadrantopsia temporal superior.
➢ Déficit de campo quiasmático: lesões ao nível do quiasma óptico produzem uma hemianopsia bitemporal.
Os adenomas hipofisários, que crescem para cima a partir do pedúnculo hipofisário, comprimem o
quiasma por baixo, que envolve preferencialmente as fibras nervosas inferiores, nasais e maculares. Isso
corresponde à perda de visão superior, bitemporal e central.
➢ Déficits de campo juncional: escotoma central em um olho com perda de campo visual temporal no outro
olho. Causada pela compressão de uma alça anterior para as fibras nasais decussantes dentro do nervo
óptico posterior "joelho de Willebrand".
• Papiledema é um achado raro em tumores hipofisários ➔ devido à natureza de crescimento lento desses tumores que
causam atrofia óptica secundária antes que o tumor aumente o suficiente para aumentar a PIC.
DIAGNÓSTICO
• Acuidade visual;
• Visão de cores;
• Campo visual;
• Motilidade ocular extrínseca;
• Aspecto da retina e do nervo óptico.
TRATAMENTO
• Cirúrgico;
• Medicamentos para diminuir o tumor (dependendo do tipo de células tumorais);
• Radioterapia;
• Para diplopia:
✓ Tampão monocular;
✓ Lentes prismáticas;
✓ Cirurgia de estrabismo para correção dos olhos.
PROGNÓSTICO
• Perda visual:
✓ Geralmente melhoram após o tratamento de um tumor hipofisário ou pode ser permanente se estiver presente
por muito tempo ou for grave;
✓ Campo visual ➔ o padrão de recuperação após a descompressão sugere pelo menos três fases de melhora
➢ Fase precoce (p.o imediato até 1 semana) pode levar à normalização em alguns indivíduos;
➢ Fase lenta inicial (1-4 meses) é o período de melhora mais notável;
➢ Fase tardia (6 meses a 3 anos) de melhora leve não parece significativa em geral, mas pode ser acentuada
em alguns indivíduos
• Síndrome de Kallmann
✓ Distúrbio genético raro;
✓ Consiste em: síntese defeituosa do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), agenesia ou hipoplasia do n.
olfatório;
✓ Manifestações oculares: atrofia óptica, daltonismo e anormalidades oculomotoras.
• Síndrome da sela vazia
✓ É definida como uma hérnia intraselar do espaço suprasselar com compressão da glândula pituitária;
✓ Manifestações oculares
➢ Diminuição de AV;
➢ Defeitos de campo visual, como: constrição do campo periférico, hemianopsia bitemporal ou
quadrantopsia;
➢ Nota - Pacientes com sd sela vazia secundária apresentam predominantemente anormalidade visuais
devido a aderências e tração do quiasma óptico.
✓ É classificado como:
➢ Primário - causado pela combinação de: diafragma sela incompleto + um aumento da pressão do líquido
LCR;
➢ Secundário - após radiação hipofisária ou cirurgia hipofisária.
• Hipoparatireoidismo
✓ Geralmente iatrogênico pós tireoidectomia, embora possa ser de origem idiopática;
✓ A falta de paratormônio produz um quadro clínico de hipocalcemia e hiperfosfatemia;
✓ A resposta ocular à hipocalcemia é:
➢ Cataratogênese: inicialmente catarata subcapsular → envolve o córtex lenticular;
➢ Ceratoconjuntivite crônica (especialmente em crianças com hipoparatireoidismo idiopático).
• Feocromocitoma
✓ Tumor raro , que se origina de células cromafins. secretor de catecolaminas;
✓ A principal característica oftálmica é a retinopatia hipertensiva:
➢ Hemorragias em chama de vela;
➢ Manchas algodonosas;
➢ Estreitamento arteriolar;
➢ Edema de disco óptico.
DOENÇAS GONADAIS
• Síndrome de Turner
✓ A síndrome de Turner é uma condição na qual há uma ausência ou anormalidade de um cromossomo X em
mulheres fenotípicas;
✓ Manifestações oculares:
➢ Estrabismo;
➢ Ptose;
➢ Hipertelorismo;
➢ Epicanto;
➢ Daltonismo (deficiência de cor vermelho-verde.);
➢ Hipertensão ocular e glaucoma.
• Síndrome de Klinefelter
✓ É a forma mais frequente de aneuploidia dos cromossomos sexuais;
✓ As manifestações oculares incluem:
➢ Colobomas da íris, coroide e nervo óptico;
➢ Microftalmia;
➢ Estrabismo.
✓ CRVO/BRVO
✓ CRAU/BRAO
✓ NOIA
✓ Neuropatias óptica hipertensiva
➢ HAS grave
❖ Hemorragias peripapilares em chama de vela;
❖ Borramento das margens do disco;
❖ Edema de disco;
❖ stase venosa retiniana secundária;
❖ Exsudatos maculares.
✓ Coroidopatia hipertensiva
➢ Episódio de hipertensão aguda em indivíduos jovens
❖ Pré-eclâmpsia;
❖ Eclâmpsia;
❖ Feocromocitoma;
❖ Hipertensão renal.
Manchas de Elschnig
MACROANEURISMA
• Dilatação sacular de arteríolas em bifurcações ou cruzamentos ➔ mais comum - a. temporal superior;
• Ocorre em: hipertensos idosos, pacientes arterioscleróticos, sexo feminino>masculino;
• Uni ou bilateral (10%);
• Únicos ou múltiplos;
• Geralmente em polo posterior;
• Desfechos:
✓ Pode ocluir espontaneamente ➔ trombose;
✓ Pode sangrar ➔ hemorragia em três camadas;
✓ Pode vazar ➔ exsudato circinado ± edema macular (dependendo localização)
• Conduta
✓ Encaminhar como prioridade;
✓ Manejados de forma conservadora ou submetidos a fotocoagulação focal/grade.
RETINOPATIA FALCIFORME
• Doença vascular retiniana devido anemia hemolítica hereditária;
• Hb S – falcização das hemácias (alt. de pH)- trombose;
• Fenômenos vaso oclusivos – infartos, isquemias;
• Manifestações oculares – oclusão vascular;
• > associação Hb SC e Talassemia S do que HbS;
• Patogênese
✓ Oclusão arteriolar periférica ➔ não perfusão capilar ➔ neovascularização retiniana, entre a retina perfundida e
não perfundida.
• Não proliferativa
✓ Hemorragia intrarretiniana (Salmon patch);
✓ Lesões em “sunburst” (periferia, perivascular);
✓ Maculopatia crônica – isquemia parafoveal
• Proliferativa
✓ É uma das muitas doenças vasculares retinianas nas quais a proliferação fibrovascular extrarretiniana ocorre em
resposta à isquemia retiniana;
✓ Neovascularização em periferia (RDM pós equatorial);
✓ > frequência de autoinfartos da neovasc.
• Tratamento
✓ Fotocoagulação: áreas isquêmicas da periferia retiniana;
✓ Cirurgia vitreoretiniana: hemovítreo persistente, descolamento de retina.
OCLUSÃO DA VEIA RETINIANA
• 7ª década de vida;
• Fatores de risco: HAS, DM, DLP, ↑IMC, glaucoma, tabagismo;
• Geralmente em cruzamento AV;
• Quadrante superior temporal 63% casos;
• Causas
✓ Pressão na veia ➔ pinçamento venoso (AV), ↑ IOP;
✓ Doença da parede do vaso ➔ DM, periflebite;
✓ Hiperviscosidade ➔ hiperlipemia, policitemia, mieloma, leucemia.
• Sinais clínicos
✓ Veias dilatadas;
✓ Hemorragias em forma de chama;
✓ Edema de retina;
✓ Manchas algodonosas;
✓ Exsudato.
• Complicações
✓ Edema macular;
✓ NVD e NVE;
✓ Descolamento retina tracional;
✓ Neovascularização de segmento anterior;
✓ Rubeosis iridis (glaucoma de 100 dias).
• Conduta
✓ Investigação
➢ Vasculite (△jovem sem comorbidades);
➢ Edema macular;
➢ Glaucoma.
✓ Tratamento
➢ Fotocoagulação se isquemia/NV marcada;
➢ Injeção intravítrea Anti- VEGF – edema macular;
➢ Acompanhamento por 6 meses.
VASCULITES
• Doenças inflamatórias geralmente associada à vasculite em outro sítio;
• Espessamento de parede vascular – vênulas e arteríolas;
• Causas
✓ Arterite de cels gigantes;
✓ Poliarteritis nodosa;
✓ LES;
✓ Dç de Behçet;
✓ Dç Inflamatória Intestinal;
✓ Esclerose Múltipla;
✓ Pars planite Sarcoidose;
✓ Sífilis;
✓ Toxoplasmose;
✓ Viral (HIV, CMV, herpes);
✓ Dç de Lyme;
✓ Dç da arranhadura do gato.
RETINOPATIA DE VALSALVA
• Aumento súbito na pressão intratorácica ou intra-abdominal (tosse, vômito, levantamento de peso ou esforço para evacuar)
pode aumentar a pressão venosa intraocular o suficiente para romper pequenos capilares superficiais na mácula;
• Hemorragia pré retiniana. Prognóstico – excelente.
RETINOPATIA DE PURTSCHER
• Trauma contuso torácico ou craniano, pode ocorrer perda de visão associada à retinopatia de Purtscher em 1 ou ambos os
olhos;
• Grandes manchas algodonosas, hemorragias e edema retiniano - mais comumente ao redor do disco óptico;
• Resulta da ativação do complemento induzida pelo trauma, que causa agregação de granulócitos e leucoembolização. Este
processo, por sua vez, oclui pequenas arteríolas, como as encontradas na retina peripapilar;
• Prognóstico – depende da perfusão macular, em geral reservado.
SÍNDROME DE TERSON
• Hemorragia vítrea e pré retiniana causada por hemorragia intracraniana abrupta;
• 1/3 dos pacientes com hemorragia subaracnóidea ou subdural – hemorragia intraocular associada (sangramento intra-
retiniano e sub-retiniano);
• > casos - visão melhora reabsorção hemorragia A melhora espontânea é comum;
• Em alguns casos – vitrectomia.
RETINOPATIA DA PREMATURIDADE
• Processo patológico complexo iniciado em parte pelo desenvolvimento incompleto da vascularização retiniana em
prematuros;
• Epidemiologia: Brasil 15 mil crianças / ano risco de ROP grave; 500 novos casos/ ano cegueira;
• Fatores de risco: RN prematuros < 32 sem, baixo peso ao nascer < 1500 g, oxigenoterapia por longo △t;
• Classificação e Evolução
✓ A classificação depende do grau de alterações da retina periférica, proliferação fibrovascular e tração
vitreoretiniana;
✓ >85% regressão espontânea;
✓ Cerca 7% RN peso.
Estrabismo – 18/04/2022
INTRODUÇÃO ANATÔMICA
• Do grego ➔ olhar torto.
• Seis músculos extraoculares circundam cada olho:
✓ Reto Medial;
✓ Reto Lateral;
✓ Reto Superior;
✓ Reto Inferior;
✓ Oblíquo Inferior ➔ origem é na superfície medial da maxila.
✓ Oblíquo Superior.
✓ A origem dos demais, excluindo o OI, é no ânulo de Zinn (ápice da órbita).
• Irrigação arterial
✓ A. oftálmica
➢ Ramo muscular lateral:
❖ Reto lateral;
❖ Reto superior;
❖ Oblíquo superior.
➢ Ramo muscular medial:
❖ Reto inferior ➔ ramo da a. infraorbitária.
❖ Reto medial ➔ ramo da a. lacrimal;
❖ Oblíquo inferior ➔ ramo da a. infraorbitária.
✓ cilicares anteriores são ramos das a. musculares.
• Drenagem venosa
✓ Veia oftálmica superior e inferior.
• Inervação
✓ Oculomotor III par: RM, RI, RS, OI;
✓ Troclear IV par: Oblíquo Superior;
✓ Abducente VI par: Reto Lateral;
✓ Regra mnemônica OS 4, RELA 6, resto3.
POR QUE TRATAMOS?
1. Restaurar estereopsia ➔ visão tridimensional, profundidade.
2. Prevenir a ambliopia
✓ ↓unilateral ou bilateral da visão;
✓ Causada por privação da visão e/ou interação binocular anormal;
✓ Não há causa óbvia encontrada pelo exame físico do olho;
✓ Os principais tipos de ambliopia são:
➢ Ambliopia estrabísmica
❖ Interação binocular anormal onde há supressão monocular contínua do olho desviado;
❖ Comprometimento da visão que está presente mesmo quando o olho é forçado a se fixar.
➢ Ambliopia anisometrópica
❖ Causada por diferença no erro de refração;
❖ Interação binocular anormal da sobreposição de uma imagem focalizada e desfocada ou da
sobreposição de imagens grandes e pequenas da aniseiconia.
➢ Privação
❖ Ambliopia causada por privação da visão de um olho.
3. Prevenir a confusão e diplopia
✓ Eixo visual é uma linha que passa pelo ponto de fixação e pela fóvea. Os eixos visuais normais se cruzam no ponto
de fixação;
✓ O estrabismo é um desalinhamento dos eixos visuais que, inicialmente, resulta em confusão e diplopia;
✓ Confusão ➔ estimulação de pontos correspondentes (geralmente fóveas) por imagens de objetos diferentes;
✓ Diplopia ➔ é a apreciação simultânea de duas imagens de um objeto, falha em manter a visão binocular
4. Estética
AO EXAME
• Testes de Hirschberg;
• Motilidade ocular.
ESOTROPIA
• Desalinhamento convergente manifesto dos eixos visuais;
• Epidemiologia
✓ Esodesvios > 50% dos desvios oculares na população pediátrica;
✓ > caucasianos, afrodescendentes;
✓ = ambos os sexos.
• Classificação
✓ Comitante (desvio igual, em qualquer posição do olhar);
✓ Incomitante (magnitude variável conforme posição do olhar);
✓ Acomodativa
➢ Refrativa
❖ Incidência aos 2,5 anos (6 meses a 7 anos)
❖ Totalmente acomodativo ➔ corrigido com os óculos;
❖ Parcialmente acomodativo ➔ parcialmente corrigido pela correção da hipermetropia;
❖ Conduta
o Todo erro refracional relevante é corrigido;
o < 6 anos ➔ refração cicloplégica completa é prescrita;
o Esotropia refrativa acomodativa: corrige tanto para perto quanto para longe;
o Bifocais: se houver esotropia acomodativa para perto. (lentes bifocais – mantém a
fusão de perto);
o O prognóstico final para a retirada completa dos óculos está relacionado: grau de
hipermetropia, quantidade de astigmatismo associado e à relação AC/A;
o Em alguns casos, os óculos precisam ser usados apenas para trabalhos próximos
o Cirurgia: após o tratamento da ambliopia, se óculos não corrigem totalmente o desvio.
As duas principais opções cirúrgicas são: recessão-ressecção do olho amblíope em
pctes com ambliopia residual e recessões bilaterais do reto medial em pacientes com
visão igual em ambos os olhos.
➢ Não-refrativa
❖ Com excesso de convergência ou com distúrbio de acomodação
✓ Não acomodativa
• Esotropia infantil
✓ Congênita;
✓ Surge nos primeiros 6 meses de vida;
✓ Diagnóstico diferencial
➢ Paralisia congênita do VI par;
➢ Esotropia sensorial devido a dç ocular;
➢ Síndrome de Duane tipos I e III;
➢ Síndrome de Mobius.
✓ Sinais
➢ O ângulo é geralmente grande (>30DP) e estável;
➢ A fixação na maioria dos bebês é alternada e cruzada;
➢ O nistagmo, se presente, geralmente é horizontal, pode ser latente;
➢ O erro refrativo - normal para a idade da criança (cerca de +1,50 D).
✓ Conduta
➢ Corrigir ambliopia (óculos, cirurgia);
➢ Os olhos devem estar alinhados até 2 anos de idade;
➢ Cirurgia - antes dos 12 meses de idade ➔ recessão de ambos os retos mediais;
➢ Uma meta aceitável - alinhamento dentro de 10 DP;
➢ Este estrabismo residual de pequeno ângulo é compatível com um resultado estável.
EXOTROPIA
• Estrabismo divergente manifesto;
• Epidemiologia
✓ Segundo tipo de estrabismo mais comum.;
✓ > em asiáticos.
• Classificação
✓ Intermitente (>comum)
➢ Excesso de divergência (pior para distância);
➢ Fraqueza de convergência (pior para perto);
➢ Exotropia básica (o mesmo para longe e perto);
➢ Apresentação até os 5 anos (1º ano de vida);
➢ A exotropia pode ser percebida em momentos de quebra de fusão – stress, fadiga, problemas de saúde
ou distração visual;
➢ Ocasionalmente, o desvio permanece constante e muito raramente pode diminuir.
✓ Constante
➢ Congênito;
❖ Surgimento antes dos 6m de vida;
❖ Avaliação neurológica > assoc. RDNPM;
❖ Tto principalmente cirúrgico.
❖ Sinais
o Refração normal;
o Ângulo grande e constante;
o Desvio vertical pode estar presente.
➢ Sensorial
❖ Quebra dos reflexos binoculares por lesões adquiridas, como catarata ou outras opacidades de
meio, em crianças com idade superior a 5 anos ou em adultos. Se possível, o tratamento
consiste na correção da ambliopia seguida de cirurgia.
➢ Consecutivo (pós operatório)
❖ Que mais frequentemente segue a correção prévia ou hipercorreção de um esodesvio.
• Conduta
✓ Correção da miopia pode controlar o desvio;
✓ Hipermetropia só se > +3,00 dioptrias;
✓ Tratamento ortóptico (útil em alguns casos-até 20DP):
➢ Tampão (se ambliopia);
➢ Percepção da diplopia;
➢ Melhora da convergência fusional.
✓ A cirurgia é necessária na maioria dos casos aos 5 anos (indicada até 7 anos de vida ou 5 anos de dç).
SÍNDROME DE DUANE
• Principal característica - retração do globo à adução causada pela co-contração dos retos medial e lateral;
• O movimento horizontal esta alterado de forma variada;
• 20% dos casos bilateral;
• Defeitos congênitos que podem estar associados à síndrome de Duane: surdez perceptiva com distúrbio de fala associado
e Sd Goldenhar;
• Classificação
✓ Tipo I (mais comum) ➔ abdução pobre, com esotropia em posição primária.
✓ Tipo II (menos comum) ➔ adução pobre e exotropia.
✓ Tipo III ➔ adução e abdução limitadas. Na posição primária exo, esotrópica ou sem alteração.
• Outras características, que podem ocorrer em cada um dos subgrupos, são as seguintes:
✓ Adução com retração do globo e estreitamento da fenda palpebral Abdução com abertura da fenda palpebral e
reposicionamento do globo;
✓ Um up-shoot ou down-shoot na adução (fenômeno de 'freio' ou 'trela', produzido por um músculo reto lateral
tenso que desliza sobre ou sob o globo e produz um movimento vertical anômalo do olho).
• Conduta
✓ Maioria dos casos – orto em posição primária e não há ambliopia. Expectante;
✓ Indicação cirúrgica – não orto em posição primária e adoção de posição viciosa de cabeça para conseguir a
binocularidade;
✓ A cirurgia também pode ser necessária para up-shoot ou downshoot esteticamente inaceitáveis ou retração severa;
✓ A ambliopia, quando presente, geralmente é resultado de anisometropia e não de estrabismo.
SÍNDROME DE BROWN
• Síndrome de estrabismo vertical – limitação da elevação do olho em adução (secundária à restrição mecânica do complexo
tendão OS/tróclea);
• Unilateral em 90% dos casos;
• Leve predileção pelo sexo feminino;
• Maioria dos casos é de natureza esporádica;
• Causas
✓ Congênito (maioria dos casos)
➢ Idiopático;
➢ Síndrome do clique congênito onde há comprometimento do movimento do tendão através da tróclea
✓ Adquirido
➢ Pós trauma;
➢ Iatrogênico – implante drenagem glaucoma, cx retina;
➢ Inflamação do tendão (AR, pansinusite , esclerite);
➢ Tu. Orbitário.
• Quadro clínico
✓ Posição primária – em geral ortotrópico;
✓ Restrição da elevação à adução;
✓ Se adquirido pode ter dor à movimentação;
✓ Nódulo palpável em topografia da tróclea;
✓ Teste de ducção forçada positivo na elevação do globo em adução – restrição ao teste.
• Conduta
✓ Congênitos geralmente não requerem tratamento;
✓ Indicação cirúrgica: hipotropia em posição primária e postura anômala da cabeça;
✓ Adquiridos - tratamento dç de base - podem se beneficiar de esteróides.
• Sistema eferente
✓ Nervos cranianos III, IV, VI;
✓ Centro de olhar horizontal e vertical;
✓ Controle movimentação ocular e movimentos sacádicos
SINTOMAS
• Perda de visão (transitória, constante, mono ou binocular);
• Diplopia;
• Ptose;
• Distúrbios visuais;
• Alterações pupilares;
• Alterações palpebrais ou faciais;
• Anamnese
✓ A história é a parte mais importante da avaliação;
✓ “Onde” está a lesão?;
✓ “O que” pode ser a lesão?;
✓ Isso é uma emergência?
PATOLOGIAS DO SISTEMA AFERENTE
• Neurite óptica;
• Neuropatia óptica isquêmica (arterítica vs não arterítica);
• Outras neuropatias ópticas (compressivas, papiledema, inflamatórias, hereditárias);
• Quiasmopatias;
• Acidentes vasculares cerebrais que causam defeitos no campo visual.
NEURITE ÓPTICA
• Perda súbita de visão;
• Dor à movimentação ocular;
• Sexo feminino > masculino;
• Defeito pupilar relativo aferente +;
• Disco óptico normal;
• A ressonância magnética –esclerose múltipla.
LESÕES COMPRESSIVAS
• Perda de visão lentamente progressiva;
• Pode ser unilateral ou bilateral;
• Tumores hipofisários, craniofaringiomas e meningiomas da base do crânio;
• Neuroimagem (rm) para diagnóstico.
Hemianopsia homônima
PAPILEDEMA
• Edema de disco: ↑PIC (massa, pseudotumor cerebral);
• Quadro clínico: cefaléia, amaurose fugaz, diplopia e zumbido. AV e campos visuais normais inicialmente
• Oftalmoscopia;
• Tc de crânio com contraste.
ANORMALIDADES PUPILARES
• Anisocoria: assimetria do diâmetro pupilar;
• Achado de exame;
• Fisiológico em 40% dos pacientes;
• Pode ser isolado ou associado a anormalidades da motilidade palpebral ou ocular;
• Pode ser iatrogênica ou autoinduzida (farmacológica);
• Exame pupilar
✓ Observação – medir diâm. pupilar no claro e no escuro;
✓ Reflexo fotomotor direto e consensual
RESUMINDO
• Problemas neuro-oftalmológicos do sistema visual aferente e eferente são comuns;
• Doenças aferentes incluem: N. Óptico, patologias do quiasma e doenças das vias ópticas;
• Doenças eferentes incluem: neuropatias cranianas, anormalidades pupilares e espasmos faciais;
• Não há substituto para um bom histórico médico e exame.
QUESTÕES
1. O III par inerva quais músculos extraoculares?
R: reto medial, reto superior, reto inferior e oblíquo inferior.
2. Qual queixa é mais provável em um paciente com paralisia do IV par?
R: dificuldade em descer escada (quando vai olhar para baixo, pede a referência).
3. Qual a patogênese relacionada com orbitopatia tireoidiana?
R: autoanticorpos atacam a gordura e os músculos periorbitários causando inflamação e proptose.
4. Um paciente com paralisia do VI par apresentará diplopia ao olhar em qual direção?
R: mirada medial.
5. Qual das patologias é uma causa binocular?
R: estrabismo.
Bruna Rubinato – Medicina Piracicaba/Turma 1
8º semestre
RESCÉM-NASCIDO
• Inspeção estática e dinâmica: avaliar pé torto congênito, hemimielia, torcicolo congênito (fibrose de
esternocleidomastóideo), distocia de ombro, fratura de clavícula, paralisia obstétrica ➔ avalia nos reflexos (preensão
palmar, Moro, Magnus Klein);
• Exames para luxação congênita de quadril: Barlow (luxa) e Ortolani (reduz em rotação externa).
CRIANÇA
• Alinhamento de MMII: as crianças, fisiologicamente, iniciam a vida andando em varo e depois em valgo, até alinhar
realmente;
• Claudicação: marcha “manca”, em que diminui o movimento ➔ deve ser melhor avaliado;
• Posição antálgica.
ARTICULAÇÕES
• Mobilidade ativa: o paciente realiza o movimento ordenado sozinho;
• Mobilidade passiva: o examinador realiza o movimento;
• Fraqueza: paciente não consegue realizar mobilidade ativa, mas consegue passiva ➔ lesão de manguito rotador.
OMBROS
• Abdução (até 110 a 120);
• Flexão ou elevação anterior;
• Extensão ou movimentação para trás;
• Rotação externa;
• Rotação interna posterior.
Sinal de Tecla: luxação acromioclavicular Sinal de Dragona: luxação glenoumeral
• Instabilidade
✓ Preensão: iminência de luxar;
✓ Sulco: examinador puxa o braço do paciente para baixo e a cabeça do úmero vem para baixo, indicando uma
hiperfrouxidão ligamentar;
✓ Gaveta anterior: testa para frente a cabeça umeral; o examinador estabiliza a escápula com uma mão e com a
outra anterioriza a cabeça do úmero, sentindo que esta dança na sua mão;
✓ Gaveta posterior: testa para trás a cabeça umeral.
Sulco Preensão
• Teste de Hawking: faz uma abdução de 90º, rodando internamente o ombro e a tuberosidade maior batem no acrômio,
gerando dor. Aponta síndrome de impacto no ombro;
• Teste de Patte: : rotador externo junto com o redondo maior, testando a rotação externa. Teste de competência muscular:
pode ter dor ou fraqueza;
• Teste de Jobe ➔ o examinador faz um esforço para baixo e o paciente resiste, por meio do tendão supra espinhal. Quando
o paciente apresenta dor ou fraqueza significa que o músculo supraespinhal está comprometido.
• Teste de Speed (Palm-Up): examinador força o braço do paciente para baixo e este apresenta dor ou fraqueza na região
do cabo longo do bíceps, mais especificamente;
Sinal da Baioneta
DEDOS
• Zonas de sensibilidade: o nervo mediano passa no túnel do carpo, inervando uma região específica. Avaliar de acordo com
a anatomia dos nervos radiano, ulnar e mediano
• Motricidade
• Síndrome do túnel do carpo: compressão do nervo mediano, que vai levar à dificuldade na motricidade.
✓ Existem dois testes: tinel (bate nessa região e sente choque), e o teste de Phalen (coloca o colo das duas mãos
juntos e depois de alguns segundos dá formigamento). Sinal de tinel: quando positivo, tem sensação de choque
no polegar, segundo e terceiro dedos.
• Teste de Ely: avalia a contratura do músculo reto femoral, que se insere na espinha ilíaca antero superior e rebordo lateral
do acetábulo. Quando alterado, a nádega do paciente se eleva junto com a contratura da perna;
• Teste de Ober: teste de contratura da fáscia lata, que vai do quadril até a tíbia;
• Articulação sacroilíaca: Patrick Fabere e Gaeslen são testes para essa articulação;
• Sinal de Tredelemburg: positivo geralmente indica fraqueza nos músculos abdutores do quadril, o glúteo médio e glúteo
mínimo ➔ marcha de pato;
JOELHO
• Stress em valgo;
• Stress em varo;
• Identificar a integridade do ligamento cruzado anterior: inferiorizar a tíbia em relação ao fêmur ➔ sinal de Lackman, Pivot
Shift Test, Jerck test e gaveta anterior.
Teste de Smile
Mc Murrey Apley
Teste de Apreensão
Luxação de patela e lesão do aparelho extensor
PÉ E TORNOZELO
• Dorsiflexão ou flexão dorsal (20°);
• Flexão plantar (50°);
• Inversão;
• Eversão.
CERVICOBRAQUIALGIA
• Irradiação da dor para um ou ambos os MMSS;
• Geralmente hérnias discais ou osteofitos de artroses disco-facetarias;
• IAM pode causar braquialgia para MSE;
• Compressões periféricas são o diferencial mais importante (STC, etc);
• Tratamento
✓ Tipicamente conservador;
✓ Costumam melhorar da fase aguda em 6 a 8 semanas;
✓ Além do arsenal já colocado (cervicalgia), destaque para pregabalina e gabapentina para a dor neuropática;
✓ Ocasionalmente bloqueio pode ser indicado;
✓ Raramente, na falha do tratamento conservador e correlação exata da clínica e da imagem pode ser feita a
descompressão com discectomia por via anterior e artrodese segmentar.
LOMBALGIA
• Prevalência anual de 70%;
• Maior queixa ortopédica;
• Em mais de 90% não é possível identificar a causa;
• Pode ser aguda (< de 6 sem) ou crônica (> 6 sem);
• A maioria é aguda e se resolve espontaneamente em até 6 sem.
• Exame físico
✓ Posição antálgica;
✓ Déficit neurológicos;
✓ Contraturas, pontos gatilho;
✓ Limitações de ADM;
✓ Examinar sempre sacroilíacas e quadris;
✓ Dor discal: mais na flexão e rotações. Irradia para nádegas e posterior da coxa;
✓ Dor facetaria: mais comum na extensão e lateralizações;
✓ Exame neurológico é fundamental para a dor radicular.
• Exames complementares
✓ Na fase aguda só se houver sinais de alerta;
✓ Quando indicado: RX simples;
✓ RM: mais indicada para afastar tumor, infeção e investigar sintomas neurológicos. É muito sensível e pega muita
alteração que não tem correlação com os sintomas.
• Tratamento
✓ Na fase aguda repouso relativo, analgésicos, AINH, corticoides, relaxantes musculares, fisioterapia;
✓ Na lombalgia crônica tricíclicos, melhora do sono. Duloxetina para os com estigma depressivo;
✓ AINH utilizar por curtos períodos;
✓ Fisioterapia, técnicas posturais, exercício físico.
LOMBOCIATALGIA
• Dor lombar irradiada para o membro inferior.
• Causa + comum: hérnia de disco lombar comprimindo raiz nervosa.
• Pode vir associada a déficit neurológico
• A história natural é favorável de melhora dos sintomas agudos em até 8 semanas
• Sinal de Lasègue
• Localização da raiz comprimida
• Sinais de alerta
✓ Síndrome da cauda equina ➔ É uma urgência ortopédica!
✓ Compressão de diversas raízes em graus variados, anestesia em sela e distúrbios esfincterianos;
✓ Déficit neurológico progressivo também é um sinal de alerta para investigação.
• Exames
✓ RX: redução do espaço discal ➔ retificação da lordose;
✓ RM: avalia discos e raízes (gold standard);
✓ Fundamental a correlação do EF com o achado. Muito comum achado sem sintoma.
• Tratamento
✓ A grande maioria vai bem com tratamento clínico;
✓ Repouso relativo, analgesia, corticoides, pregabalina ou gabapentina para dor neuropática, fisioterapia analgésica.
✓ Evitar ao máximo internar o paciente;
✓ Os pacientes sem melhora, com cauda equina ou piora progressiva são candidatos a cirurgia (discectomia,
laminectomia, artrodese s/n).
ESTENOSE DO CANAL LOMBAR
• Várias causas: congênitas, tumores, malformações sindrômicas;
• A grande maioria é secundária a artrose degenerativa;
• Segmentos mais acometidos são L3-L4 e L4-L5;
• História natural da discopatia
✓ Degeneração;
✓ Herniação e colapso (dor aguda/radicular);
✓ Instabilidade e alterações de carga nas facetas (dor lombar crônica);
✓ Estabilização por osteofitose e hipertrofia ligamentar;
✓ Nesta fase pode haver estenose ou compressão radicular.
• Sintomas
✓ Quando sintomática começa a partir dos 50 anos;
✓ Dor lombar baixa que irradia para MMII;
✓ Piora se ficar muito em pé ou atividades com extensão da coluna lombar;
✓ Claudicação neurogênica.
• Neuropatia periférica
✓ Muito associados ao DM;
✓ Hipoestesia e parestesia;
✓ Distribuição não radicular;
✓ Simétricos;
✓ Em bota ou luva;
✓ Não relacionados ao esforço ou postura;
✓ ENMG.
• Exames
• Tratamento
✓ Considerar: idade, grau de incapacidade, condição clínica do paciente;
✓ Conservador: analgesia, infiltrações de corticoides, corticoides via oral, exercícios, fisioterapia;
✓ Não melhora e a limitação significativa demandam tratamento cirúrgico: descompressão da medula e
eventualmente artrodese.
ESPONDILOLISTESE DEGENERATIVA
• Escorregamento entre 2 vértebras;
• Mais comum L4-L5;
• Feminino < masculino;
• Pode causar dor progressiva e estenose de canal secundária;
• Tratamento conservador 80% dos casos: analgesia, técnicas posturais, fortalecimento;
• Cirurgia na falha do conservador: descompressão s/n e estabilização da coluna.
DESVIOS DE FRATURAS
Crianças ➔ torus (quebra a cortical abaixo do periósteo, com este ficando íntegro. Isto não acontece com adultos) e greenstick
(ainda não tem a rigidez óssea do adulto).
IDADE
Criança (fratura em torus no rádio e em galho verde na ulna) Idoso (fratura do úmero proximal ➔ osteoporose)
• Remodelação óssea
✓ Maior quanto mais próxima das fises
✓ Maior quanto menor a idade da criança;
✓ Por isso as fraturas das crianças aceitam mais desvios que as dos adultos;
✓ Há também um hiperestímulo da fise vizinha e pode haver hipercrescimento rebote a uma fratura;
✓ As vezes aceita-se até algum encurtamento por conta do hipercrescimento esperado;
✓ Consolidação mais rápida em crianças ➔ tratamento conservador.
• Tratamento em crianças
✓ Criança tolera mais a imobilização, consolida mais rápido e aceita maior deformidade por conta da remodelação;
✓ Por isso, em geral, tratamento conservador com imobilização gessada;
✓ Quanto mais próximo da adolescência e da vida adulta mais propensas ao tto cirúrgico ficam as fraturas.
• Fratura em galho verde: crianças!
✓ Osso mais flexível, imaturo, fratura uma cortical e deforma a outra;
✓ Consolidação precoce;
✓ Maior capacidade de remodelação.
• Descolamento epifisário
✓ Pode ter um dano na fise e ela parar de crescer, ou ocorrer uma calcificação precoce, levando a uma deformidade
angular. Isso pode ter como consequência dismetria dos membros, pois um cresce mais que o outro;
✓ Redução + fixação;
✓ Geralmente imobiliza com gesso;
✓ Evitar transpor a fise. Se fizer, usar pinos lisos e pelo mínimo tempo necessário;
✓ Pode ser necessário novas cirurgias para corrigir deformidades.
✓ Fise de crescimento
➢ É uma área de fragilidade;
➢ Pode haver fusão precoce da fise;
➢ Pode haver parada de crescimento e deformidade angular.
LUXAÇÃO
• Perda do contato articular;
• É uma urgência ortopédica;
• Deve ser reduzida assim que possível;
• Não existe “simples luxação”;
• A cartilagem é nutrida por embebição no líquido sinovial. O não contato adequado implica no sofrimento.
Luxação de joelho ➔ risco de perda do membro. Sempre suspeitar de lesão da artéria poplítea.
CONTUSÃO
• Trauma direto;
• Sinais flogísticos, edema, hematoma;
• Tratamento conservador.
DISTENSÃO – RUPTURA MUSCULAR
• Distensão é uma rotura parcial e ruptura é uma rotura total muscular por contração geralmente excêntrica;
• Pode haver hematomas;
• Mais comum nos músculos biarticulares;
• Geralmente de tratamento conservador.
CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA
• Fase inflamatória
✓ Imediatamente após a fratura até alguns dias;
✓ Organização do hematoma;
✓ Reabsorção do tecido necrótico;
✓ Aumento da vascularização e permeabilidade vascular;
✓ Migração de células inflamatórias como leucócitos, macrófagos.
• Fase reparativa
✓ Fibroblastos e condrócitos iniciam a produção de colágeno, cartilagem e fibrose (calo mole ou fibroso);
✓ Osteoblastos iniciam a formação de tecido ósseo imaturo com fibras colágenas desorientadas formando o calo
duro ou calo ósseo que vai substituindo o calo mole ou fibroso, consolidando a fratura.
• Fase de remodelação
✓ Dura meses a anos;
✓ Formação de osso lamelar com fibras colágenas orientadas;
✓ É mais forte que o osso imaturo.
• Ocorre na estabilidade relativa, a maioria das fraturas.
ESTABILIDADE
• Relativa ➔ algum grau de mobilidade. É mais positivo manter.
• Absoluta: ocorre consolidação primária, sem a formação do calo externo. Conseguida através de implantes e redução
perfeita. Não há mobilidade no foco. Fratura dos ossos do antebraço, fraturas articulares com desvio, fraturas transversas
dos ossos longos
Relativa Absoluta
REDUÇÃO DA FRATURA
• Redução anatômica ou funcional;
• Os desvios aceitáveis dependem da fratura, do osso, da idade e da atividade do paciente;
• Fratura do úmero aceita mais desvios que a da tíbia;
• Desvios:
✓ Angulares varo-valgo, antecurvato-recurvato;
✓ Rotacionais: rotação interna e externa;
✓ Translacionais: lateral-medial, anterior-posterior.
CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA
• Retardam
✓ Trauma de alta energia;
✓ Exposição;
✓ Infeção;
✓ Diabetes;
✓ Insuficiência arterial e venosa;
✓ Desvios, distração, translação;
✓ Excesso de mobilidade no foco;
✓ Tabagismo;
✓ Desnutrição;
✓ Uso de Corticóides;
✓ Falta de carga e estímulo.
• Aceleram
✓ Boa aposição óssea;
✓ Compressão no foco;
✓ Carga;
✓ Boa vascularização;
✓ Boa oferta de cálcio de vitamina D;
✓ TCE;
✓ Mobilidade mínima no foco.
• Tempo de consolidação
✓ Depende de muitas coisas ➔ osso, região fraturada, idade, condição física do paciente;
✓ Osteoporose não altera o tempo de consolidação;
✓ Como regra geral, leva 6 a 12 semanas;
✓ Retardo de consolidação: 3 a 6 meses;
✓ Não consolidação: pseudartrose.
FRATURAS EXPOSTAS
• Traumas de alta energia: trânsito, arma de fogo, esportes radicais;
• Dano ósseo e tecidual acentuado;
• Contaminação: osso entra em contato com o meio externo;
• Podem ter lesão vascular associada;
• Tratamento
✓ Preservação da vida;
✓ Preservação do membro;
✓ Preservação da osteomielite;
✓ Preservação da função;
✓ Desbridamento rigoroso;
✓ Estabilização óssea;
✓ Reparo precoce da cobertura cutânea.
• Tratamento inicial
✓ Hemorragia grave ➔ A, B, C, D e E.
• Tratamento fratura exposta
✓ Limpeza cirúrgica
1. Entrar com 2 luvas e paramentados;
2. Cobrir a exposição e lavar toda a área do membro acometido com esponja de clorexidine. Fazer limpeza
mecânica;
3. Retirar a luva de cima;
4. Retirar a cobertura e lavar exaustivamente a exposição com 3 a 10 litros de soro fisiológico, retirando a sujeira
mais grosseira;
5. Trocar paramentação, fazer assepsia e antissepsia novamente como um início de cirurgia comum;
6. Desbridamento agressivo da ferida. Coleta de cultura;
7. Fixação externa
❖ Estabiliza o segmento ósseo;
❖ Não deixa metal no foco (evita infecção);
❖ Permite cuidado com a ferida.
8. Fechamento ou aproximação da pele. Cobrir osso, tendões, vasos e nervos;
9. Se muito contaminado, considerar deixar aberto e programar limpezas.
✓ Desbridamento;
✓ Estabilização esquelética;
✓ Reparação do revestimento cutâneo;
✓ Antibioticoterapia
➢ Ampla;
➢ Bactericida;
➢ Endovenosa;
➢ Dose plena;
➢ Adequar pela cultura;
➢ Tipo I: geralmente cefalexina EV se internado e depois VO por 4 semanas, sem coleta de cultura;
➢ Tipo II e III: clindamicina + gentamicina, analisando as culturas, que aqui não são tão específicas dada a
grande contaminação;
➢ Pode-se usar para ceftriaxona também.
✓ Antitetânica ➔ se última dose em 5 anos, não repete. Se entre 5 a 10 anos, repete dose. Acima de 10 anos, sono
antitetânico;
✓ Preservação X amputação
➢ Condição geral do paciente X preservar a vida;
➢ Condição local: gravidade das lesões, lesões vasculares, previsão de função, contaminação, tempo
decorrido do trauma.
FRATURA DE BACIA
• Instabilidade pélvica;
• Resultado de traumas de alta energia: acidentes de carro, moto etc;
• Lesões dos vasos ilíacos
✓ Sangramento para o retroperitônio;
✓ Não há tamponamento natural, cabe a volemia toda;
✓ Emergência do trauma ➔ sempre examinar a pelve no trauma e suspeitar em caso de choque volêmico;
✓ Tratamento
➢ Redução e fixador externo;
➢ Estabilizar o paciente hemodinamicamente;
➢ Depois, com calma, programar o tratamento definitivo.
FRATURA DO QUADRIL
• São patológicas por osteoporose;
• Colo femoral e transtrocanterianas ;
• Requerem tratamento rápido, idealmente em 24h.
Complicações de Fraturas – 05/04/2022
COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS
• Choque;
• Embolia gordurosa;
• TVP;
• Embolia pulmonar.
INFECÇÃO AGUDA
• Pós-osteossíntese;
• Pós fratura exposta;
• Febre e sinais flogísticos locais;
• Na evolução, secreção purulenta;
• Deiscência de sutura, exposição de material de síntese;
• Exames gerais alterados: leucograma, VHS, PCR.
INFECÇÃO
• RX inicialmente normais;
• Depois podem mostrar osteolise e osteomielite, além de soltura do material de síntese e não consolidação;
• Tecido desvitalizado e material de síntese perpetuam a infecção (biofilme);
• Bactéria mais comum é o S. aureus;
• Tratamento
✓ Deve ser agressivo;
✓ Coleta de cultura;
✓ Limpeza cirúrgica;
✓ ATB terapia ampla, bactericida, EC, pegando os principais agentes. Depois direciona para cultura e antibiograma;
✓ Agudamente o material de síntese firme pode ser preservado;
✓ Se não for mais necessário ou infecção crônica deve ser retirado e substituído por fixador externo e ou espaçador.
PSEUDARTROSE
• É a não consolidação após o tempo esperado;
• Geralmente após 6 meses;
• Pode ser por excesso de mobilidade ou falta de condição biológica (hipertrófica ou atrófica);
• No primeiro caso, deve-se conseguir mais estabilidade e no segundo, mais condição biológica (enxerto);
• Na pseudartrose infectada, é necessária a resolução da infecção para a consolidação.
CONSOLIDAÇÃO VICIOSA
• É a consolidação de um osso em uma posição diferente do “normal”;
• Cada fratura aceita um certo desvio sem comprometer o resultado funcional;
• Pode ser angular, rotacional ou no comprimento do osso;
• Nas articulações causa artrose rapidamente;
• Podem ser corrigidas com osteotomias (geralmente da área metafisária) ou fixador de Ilizarov, entre outros.
SÍNDROME COMPARTIMENTAL
• Aumento da pressão de um compartimento (diminuição do continente ou aumento do conteúdo);
• Compressão de músculos, nervos e vasos, e isquemia. Se progredir pode levar à oclusão da artéria e perda do membro;
• É uma urgência ortopédica;
• Fisiopatologia
✓ Compartimentos cobertos por fáscias pouco extensíveis;
✓ Fraturas e contusões levam a sangramento e edema, que aumenta o conteúdo do compartimento causando
compressão;
✓ A imobilização gessada pode garrotear por diminuição do continente.
• Quadro clínico
✓ Dor intensa;
✓ Parestesia;
✓ Dor no alongamento passivo dos músculos;
✓ Pletora ou palidez das extremidades;
✓ Numa fase final, ausência de pulso, que indica mau prognóstico.
• Tratamento
✓ Descompressão do compartimento;
✓ Bivalvar e aliviar o gesso;
✓ Descompressão do compartimento com fasciotomias extensas incluindo abertura de pele;
✓ Fixação da fratura, em geral externa;
✓ Complicação: contratura isquêmica de Volkman.
LESÕES NEUROLÓGICAS
• Podem ser pela fratura, pela redução incruenta ou pela redução cruenta;
• Neuropraxia: melhora em dias a semanas;
• Axoniotmesis (tração do nervo e lesão dos neurônios, mas não tem lesão na bainha do nervo. O nervo vai crescer de novo
pelo tubo): melhora em meses;
• Neurotmesis: secção do nervo ➔ neuroanastomose microcirúrgica ou enxertia.
LESÕES VASCULARES
• Podem ser pela fratura ou pela cirurgia;
• São urgências e podem ser emergências se houver choque;
• Comuns nas fraturas expostas tipo IIIC e nas luxações de joelho;
• Estabilizar a fratura rapidamente e a equipe vascular faz a revascularização.
EMBOLIA GORDUROSA
• Formação e migração de êmbolos de gordura para os pulmões onde causam síndrome inflamatória e insuficiência
respiratória aguda;
• Principalmente fraturas da pelve e ossos longos, mais o fêmur;
• 48 a 72hs após o trauma;
• Petéquias na conjuntiva, pescoço e tórax;
• GASA com PO2 baixo;
• Confusão mental;
• Trata com medidas de suporte e corticoide;
• É fundamental estabilizar os ossos longos para prevenir e tratar a embolia gordurosa.
TVP
• Relativamente frequente nas FT dos ossos longos, da pelve e cirurgia nos MMII;
• Tríade de Virshow: estase, lesão endotelial e hipercoagulabilidade ➔ no trauma dos MMII temos as três;
• Maior nos acima de 40 anos;
• Clínica
✓ Dor local, edema, calor, aumento da FC;
✓ Empastamento da panturrilha;
✓ Pode cursar com poucos sinais como mal estar generalizado;
✓ Exige alto índice de suspeição;
✓ Exame: doppler dos MMII e TC vascular;
• Tratamento: anticoagulação plena por via oral por tempo prolongado: 3 a 6m;
• Prevenção
✓ Nos indivíduos acima de 40 anos com fraturas dos ossos longos dos MMII e da pelve, além das cirurgias nos
MMII nessa população, principalmente próteses.
✓ Anticoagulantes via oral
✓ Meias compressivas, mobilização precoce ➔ objetivo: evitar que se torne um TEP, que é potencialmente letal.
FRATURAS ARTICULARES
• Redução anatômica, fixação estável e mobilização precoce
IMOBILIZAÇÕES PROVISÓRIAS
• Muito utilizadas nos traumas para transporte;
• Promovem analgesia
✓ Colar cervical de espuma;
✓ Tipoia simples.
• Facilitam o transporte;
• Evitam novas lesões (vasculares, nervosas, exposição ou aumento da exposição, piora da deformidade)
• Facilitam a hemostasia
• Rápidas e mais fáceis de fazer;
• Tala maleável ➔ aramada e ajustável;
• Transporte de emergência ➔ colar cervical e prancha.
IMOBILIZAÇÕES GESSADAS
• Promove analgesia de um segmento traumatizado ou inflamado ou recém operado;
• Imobiliza uma fratura já reduzida;
• Reduz e mantém a redução de uma fratura (Ex: punho);
• Deve idealmente imobilizar uma articulação acima e uma abaixo do segmento acometido;
• Têm espessura variada de acordo com a necessidade sendo 0,6cm uma boa medida, devendo ter equilíbrio entre resistência
e peso;
• Goteiras ou calhas gessadas:
✓ Devem cobrir idealmente 2/3 da circunferência do membro;
✓ Estabilizam, mas são menos estáveis que os gessos circulares;
✓ Acomodam edemas (usadas agudamente em fraturas).
• Gessos circulares
✓ Estabilizam mais e por tempo mais prolongados os segmentos;
✓ São mais usados para o tratamento de fraturas;
✓ Podem ser moldados inclusive reduzindo desvios de fraturas.
• Imobilização antebraquiopalmar: tendinites do punho, Túnel do Carpo, Fase final de Fraturas do punho, fraturas de punho
com pouco desvio e em crianças.
• Imobilização em garrafa: usada em fraturas do carpo, metacarpos, articulações metacarpo-falangianas.
• Bota gessada
• Correção de pé torto
COMPLICAÇÕES
• Úlceras de Pressão;
• Síndrome compartimental;
• Reações alérgicas;
• Infeções de feridas e pele sob o gesso;
• Trombose venosa profunda;
• Distrofia Simpático Reflexa (Doença das Fraturas).
EVOLUÇÃO
• As imobilizações gessadas estão entrando em desuso pelas técnicas cirúrgicas que permitem fixações estáveis e mais
rígidas e mobilidade precoce;
• Também pelas órteses que se desenvolvem e substituem os aparelhos gessados.
FIXAÇÃO INTERNA
ÓRTESES
Colete de Milwaukee ➔ escoliose juvenil.
PRINCÍPIOS DE OSTEOSSÍNTESE
• Usada quando a manutenção da redução da fratura não é possível com imobilizações gessadas, tutores, etc
• Quando a manutenção das imobilizações por tempo prolongfado vai prejudicar a função do membro.
• Mais comum nos adultos que nas crianças (mais tempo, mais difícil manter a redução no gesso);
• Indicações de osteossíntese
✓ Fratura dos ossos longos em politraumatizados;
✓ Fraturas expostas;
✓ Fratura com lesão vascular associada;
✓ Fratura intrarticular desviada;
✓ Fratura do colo do fêmur com desvio;
✓ Fratura da patela ou olecrano com lesão do mecanismo extensor.
DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES
• Osteonecrose idiopática da cabeça femoral em crianças;
• 4 – 8 anos, com dor no quadril, em meninos ➔ suspeitar!
• 4 a 5X mais comum em meninos;
• 90% unilateral;
• Causa ainda obscura (traumática, vascular);
• Geralmente auto limitada e com bom prognóstico;
• Casos mais graves com início mais tardio: 8 e 9 anos, em meninas e os bilaterais;
• Baixo peso e idade óssea retardada são predisponentes;
• Sequencialmente: necrose, reabsorção óssea, deposição de osso novo e remodelação;
• Durante reabsorção e deposição há fragilidade da cabeça que pode ceder e deformar-se;
• As deformidades determinam sequelas para a vida adulta, que pode limitar a função do quadril e causar artrose precoce;
• Quadro clínico
✓ Menino +- 6 anos que começa a mancar e limitar algumas atividades e movimentos por dor no quadril;
✓ A mãe diz que esta com dor após correr ou brincar (ritmo mecânico). O estado geral é bom;
✓ EF: dor e limitação na ADM do quadril afetado, ppte nas rotações;
✓ Pode ser irradiada para coxa e joelho;
✓ Com a evolução: < do comprimento do membro, hipotrofia muscular;
✓ O quadro inicial é brando! Requer suspeita!!
✓ Melhor prognóstico: meninos jovens (<6 anos) e estágios iniciais da doença.
• RX frente + perfil do quadril
✓ Inicialmente diminuição da altura do núcleo epifisário (aumento relativo do espaço articular) e fratura subcondral;
✓ RM faz diagnóstico precoce e é o padrão ouro;
✓ Cintilografia: detecta mais precocemente mas é menos usada hoje que a RM.
• Diagnóstico diferencial
✓ Sinovite transitória;
✓ Artrite Séptica;
✓ Anemia Falciforme.
• Tratamento
✓ A doença é autolimitada;
✓ O tratamento consiste em manter a cabeça esférica e centrada no acetábulo para evitar o colapso e a deformidade
até a sua remodelação, que levam a disfunção e artrose precoce;
✓ Importante também manter a mobilidade do quadril;
✓ A grande maioria é conservador;
✓ Inicialmente com repouso, sem carga e por vezes com tração para aliviar a sinovite e ganhar abdução para centrar
a cabeça;
✓ Pode-se usar órteses e gessos para centrar a cabeça;
✓ Cirurgia: reservada aos casos mais graves, com sinais de cabeça em risco (necrose >50% da área, criança > 7
anos, etc). Busca centrar a cabeça por osteotomia varizante do fêmur ou do acetábulo.
• A fase de necrose e de fragmentação a cabeça femoral pode colapsar e ficar inconogruente com o acetábulo.
• A marcha contribui para esse colapso;
• O ciclo da doença é longo, 1 a 2 anos;
EPIFISIOLISTESE FEMORAL PROXIMAL
• É a doença do quadril mais comum na adolescência;
• Distúrbio na cartilagem de crescimento do fêmur proximal, que propicia o escorregamento da mesma;
• Pode provocar deformidade, limitação e artrose precoce;
• Mais comum em meninos (3:1);
• Sobrepeso (síndrome gonadal);
• Ocorre no estirão: 11 a 13 nas meninas e 13 a 15 nos meninos;
• Lado esquerdo mais comum;
• 50% das vezes é bilateral;
• Etiologia
✓ Teorias traumáticas: obesidade + fraqueza da fise;
✓ Teorias hormonais;
✓ A ação intensa do GH na fise, com a proliferação das células e o enfraquecimento da zona hipertrófica,associada
à obesidade, acarretaria o deslizamento;
✓ Crianças que fazem tratamento para crescer com administração do hormônio de crescimento podem apresentar
doença, geralmente fora da faixa etária característica.
• Quadro clínico
✓ Adolescente menino acima do peso com claudicação no quadril e atitude em rotação externa no membro
acometido;
✓ A dor pode ser referida no joelho ou face medial da coxa (n. Obturatório);
✓ Sempre examinar o quadril em indivíduos com dor no joelho!
• Exame físico
✓ Diminuição da amplitude de rotação interna do quadril;
✓ Aumento da amplitude de rotação externa do quadril;
✓ A medida que se flete o quadril, o membro vai se posicionando em abdução e rotação externa;
✓ Ao se forçar RI o paciente refere dor.
• Radiografia
✓ Costuma ser suficiente no diagnóstico;
✓ Frente e perfil tipo rã (frog-leg);
✓ Fazer sempre comparative.
✓ RM pro caso de dúvida.
• Tratamento
✓ Visa impedir que o escorregamento aumente evitando ou minimizando deformidades;
✓ Fixação in situ com 1 parafuso canulado;
✓ Pode ser fixado o contralateral preventivamente ou como tratamento;
✓ Nos casos mais graves podem ser necessárias osteotomias corretivas;
✓ Pode haver complicações como necrose avascular e condrólise.
PRONAÇÃO DOLOROSA
• Subluxação do ligamento anular imaturo da cabeça do radio em crianças na primeira infância;
• Comum após cuidador puxar a criança pelo braco.
• Quadro clínico
✓ Crianças em geral de 12meses a 4 anos de idade;
✓ História de tração pelo punho de um adulto para levantar a criança, balançar, quando esta com “birra”;
✓ A criança evita usar o braço, sente dor na mobilização do cotovelo principalmente.
• Tratamento
✓ Afastar fraturas;
✓ Realizar a manobra de redução: extensão do cotovelo seguida de supinação e flexão. Sente-se um click na lateral
do cotovelo;
✓ Provoca pouca dor. Não é necessário anestesiar;
✓ Passados alguns minutos a criança volta a mexer o membro normalmente.
DOR DO CRESCIMENTO
• Não existe uma entidade clínica chamada dor do crescimento;
• Geralmente são dores nos membros inferiores na primeira infância no repouso ou noturnas que podem ser atribuídas à
atividade física dos pequenos.
OSTEOCONDRITES
• Acometem núcleos de ossificação
Doenças Malignas Ósseas – 19/04/2022
NEOPLASIAS MUSCULOESQUELÉTICAS
• 1% do ambulatório de ortopedia;
• 3% das neoplasias em geral;
• No nosso meio muita demora para o diagnóstico: em média 6 meses;
• 95% das lesões malignas ósseas são metástases;
• Diagnóstico precoce depende de suspeição do pediatra e o clínico geral.
RX – SINAIS INICIAIS
• Reação ou levantamento periosteal;
• Rarefação ou lise metafisária;
• Pequena área de calcificação;
• Espessamento cortical;
• Alterações das partes moles;
• Se houver suspeita fazer novo RX comparativo em 2 semanas ou CT ou RM imediatamente se estiverem disponíveis.
• Condrossarcoma
✓ Tumor malignos cartilaginoso + raro, de crescimento e evolução lentos;
✓ 40 a 60 anos;
✓ Secundário a encondroma e osteocondroma;
✓ Pega ossos longos e pelve;
✓ Tratamento cirúrgico (não responde a quimio) com resseção ampla.
• Mieloma múltiplo
✓ Tumor ósseo primário maligno mais frequente, dos plasmócitos (medula);
✓ > 50 anos, lesões ósseas difusas;
✓ Pega mais esqueleto axial: coluna, crânio, pelve;
✓ No início pode ser isolado: plasmocitoma;
✓ Exames:
➢ EFP com pico de globulinas;
➢ Anemia;
➢ Hipercalcemia;
➢ Proteína de Bence Jones na urina;
➢ Aumento de VHS;
➢ Diagnóstico pela mielografia: punção esterno ou biópsia do ilíaco (plasmócitos com atipia > 15%);
➢ Biópsia da lesão óssea;
➢ Cintilografia em geral é normal.
✓ Tratamento
➢ Essencialmente quimioterápico;
➢ Cirurgia para fratura patológica ou prevenção;
➢ Radioterapia em lesões isoladas;
➢ Transplante de medula óssea.
✓ Radiografia
LESÕES METASTÁTICAS
• A partir dos 40 anos é mais comum metástases;
• >80%: mama, próstata, pulmão, rim;
• 90% lesões múltiplas;
• Dor progressiva e fratura patológica costumam ser os sintomas mais comuns;
• Costumam ser blásticas e/ou líticas;
• Lesões predominantemente líticas: rim, tireoide, pulmão e trato gastrointestinal;
• Predominantemente blásticas: próstata (97% dos casos), bexiga e estômago;
• Coluna vertebral (60%);
• Toracolombar, crânio, pelve, porção proximal dos ossos longos;
• Muitas vezes pela metástase que se localiza o tumor primário (pode ser necessária biópsia da metástase);
• A maioria se instala nos primeiros 2 anos do tumor;
• Tratamento
✓ O tratamento cirúrgico de metástases tem sido cada vez mais indicado pela sobrevida aumentada dos doentes;
✓ Pode ser feita estabilização preventiva de lesões com “fratura iminente”;
✓ Pode ser feita resseção de lesões próximas a articulações com substituição por endoprotéses;
✓ Também estabilizações imediatas das fraturas com osteossínteses.
INFECÇÕES EM ORTOPEDIA
• Podem ser devastadoras: destruição articular, osteomielites de difícil tratamento, próteses infectadas;
• Fraturas expostas necessitam de lavagem exaustiva e desbridamento rigoroso;
• Pioartrites são urgências;
• A implantação de prótese segue protocolos rigorosos de prevenção da infeção.
ANTIBIÓTICOS – PRINCÍPIOS
• Bactericida;
• Endovenoso;
• Boa penetração óssea e tecidual;
• Dose máxima;
• Amplo espectro ou direcionado para flora comunitária ou hospitalar (CCIH);
• Direcionar para patógeno específico assim que isolado.
PATOGENIA
• A infeção pode vir basicamente de 3 maneiras:
✓ Via hematogênica;
✓ Por inoculação direita;
✓ Por proximidade.
PIOARTRITE
• Clínica
✓ Edema articular;
✓ Dor;
✓ Febre;
✓ Impotência;
✓ Queda do estado geral;
✓ Posição defensiva antálgica.
• Diagnóstico
✓ Punção articular com isolamento da bactéria;
✓ Pedir bioquímica do líquido, coloração de gram, cultura e antibiograma;
✓ Liquido articular geralmente com mais de 100.000células/mm³;
✓ Predomínio de PMN;
✓ Leucograma infecioso;
✓ Hemocultura pode isolar o agente;
✓ Colher tudo antes da antibioticoterapia inicial.
• A cartilagem articular fica severamente danificada após 48hs;
• Não esperar alterações do RX, elas serão tardias. Pode mostrar distenção articular;
• USG pode mostrar derrame e distenção articular e é muito útil principalmente no quadril infantil;
• Cintilografia mostra hipercaptação;
• RM se feita na urgência pode ajudar muito;
• Na dúvida, sempre puncionar e mandar para cultura;
• Tratamento
✓ Drenagem articular!!!
✓ Antibióticoterapia EV internado, adequação para o patógeno e depois VO
➢ Inicia empiricamente: Oxacilina + gentamicina;
➢ Após 2 semanas completar com cefalexina;
➢ Idosos ou com disfunção renal pode alterar a gentamicina para Ceftriaxona;
➢ Se tiver CCIH sempre colocar o infectologista para conduzir a ATBterapia.
✓ Imobilização ou tração do membro.
• Tratamento
✓ Extensa resseção óssea da área afetada, principalmente sequestros, partes moles e tecidos pouco vascularizados;
✓ Segue-se plano de reparo ósseo, cobertura com tecido biologicamente viável e restauro da função. Pode ser usada
câmara hiperbárica;
✓ Resultados favoráveis em 85% a 96% dos casos;
✓ Muitas vezes a amputação é o caminho mais sensato;
✓ A supressão com terapia empírica pode ser usada para melhora pontual, sem expectativa de cura.
FRATURAS EXPOSTAS
• ATB para fraturas expostas
✓ Tipo l – Geralmente cefalexina EV se internado e depois VO por 14 semanas, sem coleta de cultura;
✓ Tipo ll e lll – Clindamicina + gentamicina, analisando as culturas, que aqui não são tão específicas dada a grande
contaminação;
✓ Pode-se usar para ceftriaxona também;
✓ Ir colhendo sucessivas culturas nas limpezas que forem feitas.
INFECÇÕES EM PRÓTESES
• Cada vez mais feitas. 1% a 5% infecta (média 2%);
• Vem reduzindo progressivamente com os cuidados;
• Preparo com banho e unhas com clorexidina;
• Uso de mupirocina no nariz;
• Internação próxima ao ato cirúrgico;
• Antibióticoterapia profilática;
• Fluxo laminar na sala;
• Melhora na esterilização e rastreamento de materiais;
• Vigilância atenta no pós operatório;
• Com as medidas as infeções são menos de 0,5% hoje;
• Fatores predisponentes
✓ Tempo de cirurgia;
✓ Imunosupressão;
✓ DM;
✓ Desnutrição;
✓ Hematoma;
✓ Deiscência de ferida.
• Tipos
✓ Implantação direta;
✓ Hematogênica;
✓ Reativação de infeção latente;
✓ Pode ser a distância como foco urinário, respiratório, cutâneo, dentário, gastrointestinal.
✓ Com o tempo as bactérias formam biofilme na prótese e impedem a cura sem a resseção da mesma.
• Aguda: dor, febre, MHG e provas inflamatórias alteradas (VHS, PCR, alfa 1 glicoproteína ácida). Podem responder a
antibioticoterapia sistêmica precoce ou a lavagem exaustiva, troca de polietileno e preservação da prótese, antibioticoterapia
por 6 semanas.
• Cronicamente, principalmente quando há fístula, já há biofilme e é necessário a retirada da prótese, desbridamento extenso
com revisão em 1 ou 2 tempos e antibioticoterapia prolongada por 3 a 6 meses orientada pela cultura operatória.
Tendinopatias – 25/04/2022
FRATURA DE ESTRESSE
• Ocasionada por sobrecarga óssea crônica por exercícios extenuantes repetidos e extenuantes;
• Também comum em militares e trabalhadores braçais em serviços repetitivos;
• Comum em MMII;
• Dor tipo óssea ➔ no uso e noturna;
• Começam com periostite e se não tratadas, evoluem para fratura;
• Não são vistos no raio x, inicialmente;
• RM é o gold standard;
• Tratamento
✓ Baseia-se na retirada do movimento que causa a sobrecarga;
✓ Pode ser necessário muletas e retirada de carga;
✓ Adequação da atividade física;
✓ Fisioterapia e correção do gesto esportivo;
✓ Costuma levar meses para a cura;
✓ Pode ser necessária osteossíntese.
Bursite
✓ Ultrassom
Lesão do Supraespinhal
TENDINITE CALCÁRIA
• Depósito de cálcio no tendão supraespinhal;
• Causa desconhecida (não associada ao maior consumo de cálcio);
• Pode causar dor crônica e principalmente crises de dores agudas, geralmente quando esta reabsorvendo;
• Diagnóstico: radiografia;
• Tratamento: conservador, com controle analgésico e fisioterapia. Ocasionalmente pode ser cirúrgico quando não melhora
no conservador.
DEDO EM GATILHO
• Preensão do tendão flexor superficial de um dedo numa polia na região distal da mão;
• Mais comum em mulheres, associado a DM e doença reumática;
• Rigidez em flexão, sensação de estalo (gatilho). Mais comum pela manhã;
• Tratamento: fisioterapia, órteses, infiltrações e cirúrgico, conforme a gravidade.
TENDINITE DO TENDÃO CALCÂNEO
• Paciente apresenta dor insidiosa na topografia do tendão, que inicialmente está relacionada com atividade física;
• Normalmente a dor se desenvolve após mudança ou início de treinamento físico;
• Sem tratamento adequado, a dor progride, afetando o desempenho do esporte;
• Também comum em pacientes com sobrepeso;
• Pode vir associada com lesão do tendão;
• Tratamento
✓ Elevação do salto do calçado;
✓ Fisioterapia analgésica e alongamentos;
✓ Eventualmente nos casos crônicos ou com degeneração do tendão é necessária a cirurgia.
FASCEÍTE PLANTAR
• Comum associada a sobrepeso;
• Também em esportistas de endurance;
• Usar calçado mais rígido e com algum salto;
• Calcanheira de silicone;
• Tratamento: fisioterapia.
EPIDEMIOLOGIA
• 40 casos\ano\milhão hebitantes;6k a 8k casos novos\ano;
• 80% homens;
• 60% entre 10 e 30 anos;
• 40% não apresenta déficit neurológico logo após o acidente;
• Por isso cuidado no transporte do politraumatizado;
• Colar cervical e prancha rígida.
PROGNÓSTICO
• Geralmente definido nas 24hs, quando o paciente sai do “choque medular” (arreflexia, paralisia, perda sensitiva);
• O reflexo bulbocavernoso (reflexo de S4, nervo pudendo) indica o final do choque medular ➔ contração do esfíncter anal;
• Após a saída do choque examinar detalhadamente o paciente para estabelecer o nível da lesão.
SENSIBILIDADE
• 0 – Ausente;
• 1 – Parestesia;
• 2- Completa.
A- tátil/ grosseira B- Dor/temperatura C-Cinestésica/tátil discriminativa
MOTRICIDADE MMSS E MMII
• C5 – Flexão cotovelo;
• C6- Extensão do punho;
• C7- Extensão do cotovelo;
• C8- Preensão (apertar a mão);
• T1- abduzir e aduzir os dedos;
• L2- Flexão do quadril;
• L3- Extensão do joelho;
• L4- Dorsiflexão do pé;
• L5- Extensão do Hálux;
• S1- Flexão plantar do pé.
REFLEXOS
Reflexo Tricipital – C7
Reflexo Patelar – L4
Reflexo aquileu (com patelar) – L5 e S1
Reflexo Cutâneo-plantar
• Graduação do reflexo
✓ Arreflexia ou reflexo abolido: 0
✓ Hiporreflexia ou reflexo diminuído: –
✓ Normorreflexia ou reflexo normal: +
✓ Reflexo vivo: ++
✓ Hiper-reflexia ou reflexo exaltado: +++
GRADUAÇÃO DE FORÇA
• Grau V: força normal;
• Grau IV: movimento completo contra a força da gravidade e contra certa resistência aplicada pelo examinador, mas
diminuída em relação ao normal;
• Grau III: movimento contra a força da gravidade;
• Grau II: movimento completo sem a força da gravidade;
• Grau I: discreta contração muscular;
• Grau 0: nenhum movimento
TRATAMENTO
• Estabilização do paciente: ATLS;
• Diagnóstico por imagem: RX, CT, RM;
• Estabilização da lesão: halo craniano seguido de cirurgia ou cirurgia direito com redução cruenta e fixação interna;
• Corticoterapia
✓ Paciente atendido em até 3 horas: corticoterapia para evitar lesões secundárias: prednisolona 30mg\kg EV de
ataque seguida de 5,4mg\kg\hora nas próximas 23 horas;
✓ Atendido entre 3 a 8 horas manter o esquema de horário por 48 hs.
• Técnica
✓ Lavagem da ferida;
✓ Desbridamento e preparo dos cotos;
✓ Reconstrução óssea (osteossíntese, encurtamento ou regularização);
✓ Tenorrafias;
✓ Reconstrução de veias e depois artérias (microanastomoses no microscópio);
✓ Esses últimos passos podem mudar dependendo do tempo de isquemia;
✓ Por fim a microanastomose dos nervos.
• Pós operatório
✓ Membro elevado por 10 dias (perfusão, drenagem);
✓ Monitorização clínica da perfusão;
✓ Manter o paciente discretamente hemodiluído;
✓ Anticoagulação;
✓ Antibióticos por 10 dias;
✓ Proibido fumar;
✓ Movimentação assim que for possível.
MEMBROS INFERIORES
• Geralmente traumas mais graves com grandes lacerações;
• Geralmente com comprometimento de outros órgãos e sistemas;
• Resultado funcional ruim - pé insensível;
• As próteses dos MMII têm bom resultado funcional e estético;
• Por isso esses reimplantes são menos indicados nos MMII.
Bruna Rubinato – Medicina Piracicaba/Turma 1
8º semestre
ANAMNESE NA RINOLOGIA
• Trauma nasal;
• Antecedentes alérgicos;
• Uso de medicamentos;
• Cirurgias nasais anteriores;
• Profissão e atividades de lazer;
• Hipertensão;
• Sintomas
✓ Obstrução nasal (lado, constante, báscula);
✓ Secreção nasal (hialina, purulenta);
✓ Espirros (esporádicos, em salvas, horários, contato com alérgenos);
✓ Cefaléia;
✓ Epistaxe;
✓ Perda de olfato (anosmia, cacosmia);
✓ Prurido;
✓ Sintomas oculares.
ANAMNESE NA BUCOFARINGOLOGIA
• Sintomas
✓ Disfonia;
✓ Disgeusia/Ageusia;
✓ Falta de ar, SAOS (ronco, sonolência, baixo rendimento, déficit de crescimento, enurese);
✓ Dificuldade de deglutição;
✓ Tosse;
✓ Refluxo gastroesofágico;
✓ Linfonodos e localização;
✓ Massas tumorais;
✓ Perda de peso.
ANAMNESE OTOLÓGICA
• Sintomas
✓ Otorreia;
✓ Hipoacusia ➔ dificuldade escolar;
✓ Otalgia;
✓ Zumbido;
✓ Tontura;
✓ Respiração bucal;
✓ Roncos;
✓ Obstrução nasal.
INSTRUMENTAL
• Cadeira ORL: paciente sentado (90º) e confortável;
• Espelho frontal;
• Fotóforo;
• Espátulas (abaixador de língua);
• Espéculo nasal;
• Pinça baioneta;
• Otoscópio ou microscópio;
• Espelho de Garcia para laringoscopia indireta.
• Tireoide
✓ Mono ou bimanual;
✓ Examinador à frente e paciente sentado. A palpação é feita com os polegares;
✓ Examinador atrás do paciente e este sentado. A palpação é feita com o dedo indicador e o médio;
✓ Localização: entre a cartilagem cricoide e a tireoide ➔ o istmo da tireoide localiza-se logo abaixo da cartilagem;
✓ Ao localizar os lobos, pedir para o pcte engolir e sentir a movimentação dos lobos.
• Cavidade oral e orofaringe
• Hipofaringe e laringe
✓ Laringoscopia indireta: laringoscopia com espelho (paciente sentado com o tronco levemente inclinado para frente
e o pescoço ereto; aquecer o espelho em chama para que ele não embace; pedir para o paciente estender a língua
para fora e pinça-la com os dedos polegar e indicador envoltos em gaze; posicionar o espelho na orofaringe,
empurrando o palato mole, sem tocar a base da língua e na parede posterior da orofaringe. Iluminar a cavidade
oral e orofaríngea com uma fonte de luz e visualizar a hipofaringe e a laringe. Se necessário, usar anestésico tópico
para a realização do exame);
✓ Laringofibroscopia (fibroscópio rígido – introduzido pela boca, ou flexível- introduzido pela narina), em que as
imagens são vistas em um monitor e podem ser gravadas para reavaliações ou comparações posteriores;
✓ Primeiramente: base da língua e valéculas, ligamentos glossoepiglóticos e faringoepiglóticos, parede lateral da
orofaringe.
✓ Lesões ulceradas, vegetantes, abaulamentos ou infiltrações no local;
✓ Em segundo lugar: parede dos seios piriformes e parede posterior da faringe;
✓ Sinais de lesões e abaulamentos locais;
✓ Em terceiro lugar: laringe, epiglote, pregas ariepiglóticas e pregas vestibulares;
✓ Movimentação e aspecto da mucosa, coloração e irregularidades, úlceras, vegetações e abaulamentos;
✓ Pregas vocais, comissura anterior, comissura posterior e aritenoides
✓ Movimentação das pregas vocais (pedir para o paciente que emita a fonação da vogal “iii...” e da vogal “eee...”,
fonação inspiratória para eversão das pregas vocais); cistos de prega vocal e edema de Reinke; alteração da
motricidade da musculatura e de sua tonicidade; irregularidade do movimento ondulatório das pregas vocais
(fechamento glótico incompleto na vocalização, tensão e hipertonicidade muscular, aumento do volume das pregas
vocais por lesões de massa, rigidez mucosa, alterações estruturais das camadas histológicas);
✓ Outras provas funcionais:
➢ Inspiração profunda: avaliar função respiratória (abdução de pregas vocais);
➢ Alternar Inspiração (fungar) e fonação do “i”: mobilidade (adução e abdução das pregas vocais);
➢ Fala contínua, canto: apenas para nasolaringoscopia flexível;
➢ Deglutição: videoendoscopia da deglutição;
➢ Exames de imagem: Radiografia, Tomografia, Ressonância e US.
Anatomia – 28/03/2022
ORELHA (APARELHO VESTÍBULO-COCLEAR)
• Função ➔ audição e equilíbrio;
• Divisão ➔ orelha externa, orelha média e interna.
• Orelha externa:
✓ Coleta as ondas sonoras que são direcionadas para o meato acústico externo até a membrana timpânica;
✓ Cavidade timpânica
➢ Localizada na porção pétrea do osso temporal (cheia de ar);
➢ Se comunica com a faringe (tuba auditiva);
➢ Ossículos articulados: martelo, bigorna e estribo, que aumentam em 20x a energia mecânica;
➢ Musculo tensor do tímpano e estapédio (movimento do tímpano e ossículos);
➢ Janela oval e redonda (membranas).
✓ Membrana timpânica
➢ Forma oval;
➢ Pele fina sem papilas dérmicas (externamente) e epitélio cúbico simples (internamente) entre duas
camadas de fibras colágenas e elástica);
➢ Converte ondas sonoras em energia mecânica transmitia aos ossículos da orelha média.
✓ Meato acústico externo
➢ Pele fina com glândulas ceruminosas e sebáceas (cerúmen) e pelos;
➢ Glândulas ceruminosas (sudoríparas modificadas);
➢ Pelos + cerúmen;
➢ Sustentação: 1/3 anterior: cartil, elástica; 2/3 posteriores: osso temporal.
✓ Pavilhão da orelha
➢ Histologia: recoberto por pele fina com glândulas sebáceas, poucas glândulas sudoríparas e pelos;
➢ Sustentação: cartilagem elástica.
• Orelha interna
✓ Labirinto ósseo: canais semicirculares, vestíbulo e cóclea;
✓ Labirinto membranoso: ductos semicirculares, sáculo e utrículo e ducto coclear ➔ aloja sistemas acústicos e
vestibular;
✓ Banhados pela perilinfa e endolinfa;
✓ Sistema vestibular: inclui o sáculo, ultrículo e ductos semicirculares (movimentos de rotação da cabeça sáculo e
utrículo = movimentos de translação da cabeça);
✓ Ducto coclear: ducto membranáceo contorcido em espiral (osso coclear), com ápice e base, com duas voltas e
meia com mais de 34mm de comprimento.
➢ Órgão receptor em formado de cunha, localizado na cóclea óssea;
➢ Circundado por perilinfa, mas separada pela membrana vestibular (Reissner) no teto e pela membrana
basilar no assoalho (rampa timpânica).
Principais Afecções Otorrinolaringológicas: Orelha Média – 04/04/2022
INTRODUÇÃO
• Otite média (OM) é uma das causas mais comuns de atendimento médico na infância, correspondendo a um terço das
consultas e a 25 – 40% das prescrições de antibióticos orais nos Estados Unidos (EUA). Miringotomia com colocação de
tubo de ventilação é o procedimento cirúrgico sob anestesia geral mais realizado em crianças sendo que nos EUA são
realizadas cerca de 280.000 cirurgias desse tipo em crianças menores de três anos a cada ano. Sendo assim, o estudo da
otite média é de fundamental importância para todo médico.
EPIDEMIOLOGIA
• Aproximadamente 2/3 de todas as crianças de um ano de idade terão tido 1 episódio de otite média aguda (OMA);
• Aos 7 anos, aproximadamente 90 % das crianças terão apresentado um episódio de OMA; 75 % terão apresentado 3 ou
mais episódios;
• Estima-se também que, nos Estados Unidos, os custos diretos e indiretos do tratamento da otite média excedam 5 bilhões
de dólares anualmente;
• O principal pico de incidência de OMA é entre 6 e 11 meses de idade; com um segundo pico entre 4 e 5 anos de idade; -
até 2 anos de idade, tanto OMA quanto Otite Média Secretora (OMS) são bilaterais em sua maioria. Após os 2 anos, a
maioria dos episódios de OMA e OMS é unilateral;
• O sexo masculino tem maior tendência a desenvolver otite média que o feminino.
FATORES DE RISCO
• Baixo nível socioeconômico (seja por compartilharem conglomerados populacionais ou por não terem acesso adequado ao
sistema de saúde);
• Crianças institucionalizadas, visto que também têm maior incidência de infecção de vias aéreas superiores (IVAS). A
incidência de otite média durante o ano acompanha a de IVAS, ou seja, é maior nos meses de inverno;
• Cerca de 60% das crianças escolares com IVAS evoluem com OMA;
• Exposição a poluentes ambientais que favorecem o desenvolvimento de OM (entre eles, a fumaça de cigarro). O fumo
provoca a hiperplasia das células caliciformes, com hipersecreção da mucosa e diminuição do transporte mucociliar;
• A Doença do Refluxo Gastroesofágico está associada a gênese da OMS pelo fato das efusões de ouvido médio conterem
enzimas gástricas em 91% das crianças.
ALEITAMENTO MATERNO
• Fator de proteção;
• Protege em relação à OM por dois fatores ➔ imunoglobulinas do leite materno e fortalecimento da musculatura peritubária
gerada pelo exercício de sucção;
• Diminui risco de OMA no primeiro ano de idade.
• OMA recorrente: se um paciente desenvolve episódios frequentes e recorrentes de OMA, então outras intervenções, além
do tto dos episódios agudos, devem ser consideradas;
✓ A OMAR é definida como 3 ou mais episódios de OMA em 6 meses ou 4 ou + episódios em um ano.
✓ Crianças que não apresentam secreção no período intercrítico podem ser tratadas como se segue;
✓ Crianças que mantiveram secreção devem ser abordadas como pacientes com OMS;
✓ Sugestivo: S. pneumoniae
➢ Otalgia importante, febre e perfuração espontânea;
➢ S. pneumoniae resistente: se em menos de um mês teve tto clínico com trimetropimsulfametoxazol,
azitromicina, ampicilina, eritromicina ➔ antibioticoterapia;
➢ Contra: sintomas de persistência de OMA após terapia realizada com altas doses de amoxicilina.
✓ Sugestivo: H. influenzae
➢ Associação otite-conjuntivite;
➢ H. influenzae resistente a beta-lactâmicos: terapia antecessora com amoxicilina;
➢ OMA resistente após cefalosporinas de 3ª geração.
• Colestetomatosa
✓ Perfuração marginal do tímpano;
✓ Complicações das otites: odor característico;
✓ Tratamento cirúrgico agressivo.
AGENTES ETIOLÓGICOS
• Vírus
✓ Os vírus mais associados são os rinovírus (20%), coronavírus (5%), adenovírus (5%), herpes simples (4%),
influenza (2%) e parainfluenza (2%), entre outros (coxsackie, citomegalovírus, Epstein-Barr vírus, HIV);
✓ A faringoamigdalite causada pelo vírus Epstein- Barr cursa com quadro clínico com particularidades;
• Bactérias
✓ As faringoamigdalites bacterianas correspondem a 20 a 40% dos casos;
✓ O Streptococcus pyogenes (estreptococo betahemolítico do grupo A) é responsável por cerca de 20 a 30% das
faringotonsilites agudas em crianças em idade escolar e adolescentes;
✓ Mycoplasma pneumoniae pode também ser causa de faringite na população entre 9 e 19 anos, embora alguns
autores discutam o significado do Mycoplasma pneumoniae e da Chlamydia pneumoniae como causa de faringite;
✓ Outras bactérias como: Staphylococcus aureus, Haemophilus sp, Moraxella catarrhalis, são, por vezes,
responsáveis por recaídas de infecções estreptocócicas e atuariam produzindo betalactamase, enzimas
inativadores de penicilinas, o que pode dificultar a erradicação dos estreptococos piogênicos durante a terapêutica
com beta-lactâmicos. Especula-se sobre a possibilidade de estarem associados a infecções persistentes ou
recorrentes das tonsilas.
FARINGOTONSILITES: ADENOIDITE
• Tonsilas faríngeas;
• Adenoidite aguda: quadro muito difícil de diferenciar de IVAS generalizada, ou mesmo de rinossinusite bacteriana.
Apresenta-se com febre, rinorréia, obstrução nasal e roncos, que desaparecem com o término do processo;
• Adenoidite aguda recorrente: 4 ou mais episódios de adenoidite aguda em 6 meses. Pode ser muito difícil de diferenciar
de sinusite aguda recorrente;
• Adenoidite crônica: rinorréia constante, halitose, secreção em orofaringe e congestão crônica podem significar adenoidite
crônica, que é difícil diferenciar de sinusite crônica. A associação com OMS sugere mais adenoidite;
• OBS: RGE pode ser causa de adenoidite crônica;
• Hiperplasia adenoideana: obstrução nasal crônica (com roncos e respiração bucal), rinorréia e voz hiponasal.
FARINGOTONSILITES: AMIGDALITE
• Tonsinas palatinas;
• Amigdalite aguda: febre, dor de garganta, disfagia, adenomegalia cervical com hiperemia de amígdalas, podendo haver
exsudatos;
• Amigdalite aguda recorrente: 7 episódios em 1 ano, 5 episódios por ano em 2 anos consecutivos ou 3 episódios por ano
em 3 anos consecutivos;
• Amigdalite crônica: dor de garganta crônica, halitose, cálculos amigdalianos excessivos, edema periamigdaliano e
adenopatia cervical amolecida persistente;
• Hiperplasia amigdaliana: roncos, apneia obstrutiva do sono, disfagia, voz hipernasal. Em casos extremos, se associada com
obstrução nasal e muito intensa (quadro agudo), pode causar insuficiência respiratória aguda;
• Amigdalite lingual: infecção das amigdalas linguais que ficam na base da língua. O paciente refere dor à deglutição.
Doenças da Faringe
FARINGITE
• Infecção da mucosa faríngea, sua principal apresentação é a aguda, causando principalmente dor ao engolir, febre, mal
estar geral, dor muscular e indisposição. A região se torna avermelhada e podem surgir pequenos caroços (linfonodos).
Geralmente são causadas por vírus, mas as bactérias também são comuns como causadores de faringite;
• Tratamento: reside em aliviar os sintomas com analgésicos e anti-inflamatórios. Nos casos de infecção por bactérias, usam-
se antibióticos específicos.
MONONUCLEOSE INFECCIOSA
• Infecção causada por vírus, mais comum na adolescência, costuma causar placas esbranquiçadas na garganta, febre, mal
estar, cefaleia e linfonodomegalias no pescoço, axilas e região inguinal;
• Tratamento: aliviar sintomas com analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios. Recomenda-se ainda repouso e hidratação
adequada. O uso de antibióticos específicos pode causar reação adversa intensa.
AMIGDALIDE CASEOSA
• Em algumas pessoas as tonsilas palatinas são chamadas crípticas, isto é, apresentam pequenos orifícios nos quais restos
de alimentos podem-se acumular e quando liberados dão origem ao caseum, pequenas bolinhas esbranquiçadas com
aspecto de massa e que apresentam cheiro muito desagradável, sendo causa comum do mau hálito;
• Tratamento: gargarejos bucais levam a resultados paliativos. O tto definitivo é a remoção das tonsilas palatinas quando o
incômodo, em especial o constrangimento social, compensa a cirurgia
✓ Indicação de amigdalectomia
➢ Tonsilas aumentadas de tamanho, que causem dificuldade respiratória ou para engolir;
➢ Infecções de repetição nesses órgãos;
➢ Abcesso periamigdaliano;
➢ Suspeita de neoplasia;
➢ Halitose por amigdalite caseosa;
➢ A remoção das tonsilas quando bem indicada, mesmo na infância, não traz danos à saúde do paciente e
não predispõe infecções em estruturas mais baixas da via respiratória.
ABCESSO PERIAMIGDALIANO
• É uma complicação de amigdalite, onde ocorre a formação de pus entre as tonsilas palatinas e a parede da faringe, local
chamado de espaço peritonsilar. Os sintomas diferem da amigdalite aguda, por serem mais intensos, impossibilitando o
paciente de deglutir e até abrir a boca (Trismo) A voz fica muito comprometida e em casos mais severos pode ocorrer
obstrução importante à respiração;
• Tratamento: A drenagem do abscesso se impõe de imediato assim como o tratamento paralelo com antibióticos,
antiinflamatórios, antitérmicos, corticóides em casos específicos, além de hidratação adequada.
LARINGOTRAQUEOMALÁCEA
• É a anomalia congênita mais comum da laringe e é acompanhada de estridor inspiratório, o qual melhora na posição prona
e é detectável desde o nascimento ou nas primeiras semanas de vida.
Tomografia de quadro de obstrução nasal e rinorreia há́ uma semana. CFS, 5 anos, apresentando quadro de obstrução nasal e
rinorréia há́ uma semana. Há dois dias evoluiu com edema e hiperemia palpebral (1). A TC em corte coronal(2) e transversal(3)
mostrando quadro de sinusite etmoidal e maxilar bilateral abcesso subperiostal medial à direita caracterizado como uma massa
circunscrita, hipodensa, em parede medial da órbita e com deslocamento medial do músculo reto medial.
Massas Cervicais – 11/03/2022
AVALIAÇÃO DA MASSA CERVICAL
• História do paciente
✓ Idade: Massas cervicais em pacientes pediátricos são sugestivos de causas inflamatória ou congênitas, ao passo
que em pessoas mais velhas ( >50 anos), é importante pensar em causa neoplásica;
✓ Padrão de crescimento da massa: Quando a massa está presente por muito tempo e sem modificações, é
sugestivo de neoplasia benigna. Já em massas que crescem rapidamente, pode-se pensar em causa infecciosa
ou linfoma. Massas flutuantes e que crescem com infecções virais ou das vias aéreas superiores é importante
pensar em causa congênita;
✓ Sintomas: dor forte é relacionada a rápida expansão da massa, mas também de acometimento neural. Problemas
da fala, disfagia e otalgia sugerem metástase linfonodal;
✓ Aspectos sociais e ambientais: uso de álcool e exposição a radiação pode relacionar com neoplasias. Vida sexual
pode estar relacionada a causas virais.
• Exame físico
✓ Pré-auriculares e ângulo da mandíbula: sugerem tecido linfóide ou salivar no sistema parotídeo;
✓ Linha média: sugerem neoplasias da tireóide. Podem ser também um cisto dermoide;
✓ Parte anterior do ECM: sugerem linfonodo aumentado. Em pacientes pediátricos são comuns massas congênitas;
✓ Triângulo posterior: são massas altamente sugestivas de malignidade, e costumam ser assintomáticas;
✓ Supraclaviculares: sugerem malignidade por metástase;
✓ Características das massas:
➢ Massas consistentes e fixas ➔ sugerem neoplasias malignas;
➢ Massas assimétricas, quentes, eritematosas e por vezes flutuantes ➔ sugerem linfonodos infectados;
➢ Massa pulsátil ➔ sugere lesão vascular;
➢ Massa macia e móvel ➔ sugerem massas congênitas císticas;
➢ Massa firme que se move para os lados, mas não para cima e para baixo ➔ sugere tumor de corpo
carotídeo ou Schwannoma vagal
• Métodos laboratoriais e de imagem
✓ Hemograma completo;
✓ VHS e/ou Proteína C reativa;
✓ Sorologia para HIV;
✓ Tomografia computadorizada;
✓ Ressonância magnética;
✓ Ultrassom;
✓ PET-CT.
MASSAS CONGÊNITAS
• Cisto do ducto tireoglosso
✓ Anomalia congênita mais comum da linha média do pescoço;
✓ Origina-se da permanência do trato tireoglosso, após a descida da tireóide para sua posição normal;
✓ Apresenta-se clinicamente como um cisto na linha média do pescoço, logo abaixo do osso hióide, de consistência
cística, indolor e móvel a deglutição;
✓ Melhor exame para identificação: Ultrassom. Exame complementar: cintilografiada tireóide ( verificar tireóide
ectópica associada);
✓ Tratamento: cirúrgico ➔ cirurgia de Sistrunk: excisão transversa na altura do cisto e remoção de todo o trajeto
fistuloso até perto do forame cego. A porção central do osso hióide também é retirada para reduzir a chance de
recidiva.
• Laringocele
✓ Corresponde a uma dilatação anormal do sáculo da laringe;
✓ Acomete principalmente homens entre 50 e 70 anos;
✓ Sua manifestação interna cursa com abaulamento cervical podendo causar rouquidão e obstrução das vias aéreas
superiores. Externamente, apresenta-se como uma massa cervical, sendo na maioria dos casos na linha média;
✓ Melhores exames: Tomografia e Endoscopia. Manobra de Valsalva auxilia a identificação;
✓ Tratamento: cirúrgico, retirando a massa. Quando pequena, pode ser retirada por via endoscópica.
• Cisto branquial
✓ Tumor congênito lateral do pescoço, do triângulo anterior;
✓ Junto com as fístulas, representam defeitos dos arcos branquiais quando estes não desaparecem com o
crescimento;
✓ Maior frequência de acometimento é no segundo arco, apresentando-se como uma massa cervical mole, dolorosa
e arredondada;
✓ Melhores exames: Tomografia computadorizada e aspiração por agulha fina;
✓ Tratamento: excisão cirúrgica, com preservação das estruturas neurovasculares. Arco I: nervo facial. Demais
arcos: nervo hipoglosso, acessório, vago, além da a. carótida e v. jugular.
• Linfangioma
✓ Malformações congênitas dos vasos linfáticos;
✓ Apresentam-se como massas indolores, amolecidas, mal delimitadas e de tamanhos variáveis;
✓ São classificados em 3 tipos: simples, cavernoso e higroma cístico;
✓ A grande maioria localiza-se no terço posterior do pescoço;
✓ Melhores exames: Tomografia computadorizada e Ultrassom;
✓ Tratamento: observação clínica ➔ escleroterapia ➔ excisão cirúrgica. Tal ordem deve-se ao fato de a região ser
repleta de estruturas nobres.
• Cisto dermoide;
• Cisto tímico;
• Hemangioma;
• Higroma cístico.
MASSAS NEOPLÁSICAS
• Câncer da tireoide
✓ Carcinoma bem diferenciado da tireóide:
➢ Correspondem a cerca de 90% das neoplasias de tireóide. É composto por dois tipos:
❖ Carcinoma Papilífero da Tireóide: tipo histológico mais comum, originário das células foliculares
e com padrão nuclear característico. Predominante em pacientes do sexo feminino. Geralmente
atingem somente um lobo da tireóide, mas de 10% a 80% dos casos tem acometimento
multifocal. Sua via de disseminação é linfática. É o de melhor prognóstico.
❖ Carcinoma Folicular: tumores encapsulados que acometem as células foliculares, mas sem o
padrão nuclear típico do papilífero. Multicentricidade ocorre em menos de 10% dos casos e sua
via de disseminação é hematogênica;
✓ Carcinoma medular da tireóide:
➢ Tumor originário das células C (parafoliculares) da tireóide, com malignidade intermediária entre o
carcinoma bem diferenciado e o anaplásico. É localmente agressivo, sendo comum metástases para
linfonodos cervicais. Produz a calcitonina como marcador específico e pode aparecer de forma isolada
ou associada a uma neoplasia endócrina múltipla tipo II.
✓ Carcinoma anaplásico:
➢ Extremamente raro e agressivo, é a forma mais maligna das neoplasias da tireóide. Possui baixo grau de
diferenciação e é bastante recidivante.
✓ Melhores exames:
➢ Punção aspirativa com agulha fina (PAAF): método diagnóstico mais simples, no qual se insere uma
agulha e colhe amostras do tecido para análise. Costuma ser guiada por Ultrassom em casos de nódulos
muito pequenos. Nem sempre se encontra células cancerosas, podendo gerar resultados inconclusivos,
sendo necessário outros exames;
➢ Tomografia computadorizada (TC) : múltiplas imagens combinadas para formar a imagem de uma parte
do organismo. Não é usado para diagnóstico do CA da Tireóide, mas sim para ver se este se espalhou
para outros órgãos;
➢ Ressonância Magnética: é utilizado para revelar a existência , tamanho e disseminação dos tumores da
tireóide;
➢ Exame de sangue: útil na verificação dos níveis hormonais, podendo sugerir recidivas pós-tratamento.
✓ Tratamento: essencialmente cirúrgico, variando a conduta de acordo com os tipos de nódulos.
• Carcinoma de paratireoide
✓ Neoplasia muito rara, normalmente unifocal;
✓ Progride lentamente e metastiza tanto via linfática quanto hematogênica;
✓ Normalmente há elevação da secreção de paratormônio, cursando com hiperparatireoidismo;
✓ Melhores exames: ultrassom e ressonância magnética;
✓ Tratamento: cirurgia.
• Linfoma de Hodgkin
✓ Ocorre quando um linfócito normal (geralmente o B) se transforma numa célula maligna;
✓ Por expansão clonal, inúmeras células malignas são formadas e invadem outros linfonodos por via linfática;
✓ Costumam ser indolores ao toque;
✓ Melhor exame: Biópsia excisional. Exames complementares: tomografia, ultrassom e imuno-histoquímica;
✓ Tratamento: poliquimioterapia: quimio, radio e imunoterapia.
• Hemangioma
✓ São tumores de origem vascular, por vezes congênitos;
✓ Podem ser classificados em: planos, fragiformes, tuberosos e cavernosos;
✓ Podem cursar com tumores malignos, como o angiossarcoma, o hemangiopericitoma e o sarcoma de Kaposi;
✓ Exames: Ultrassom, tomografia e ressonância;
✓ Tratamento: a conduta é expectante, podendo ser utilizado corticoterapia e terapia a laser. A cirurgia só é indicada
em casos especiais, pois a intensa vascularização da massa pode colocar em risco a vida do paciente.
• Paraganglioma
✓ Neoplasia originária dos corpos paragangliônicos do sistema nervoso autônomo parassimpático;
✓ Normalmente aparecem na região do corpo carotídeo ou na região júgulotimpânica;
✓ A maioria é benigna, e cerca de 15% a 50% podem apresentar multicentricidade;
✓ Clinicamente podem causar disfunção vagal, com disfagia e rouquidão;
✓ A massa normalmente é lateral, pulsátil, e se movimenta no sentido laterolateral, mas não craniocaudal;
✓ Exames: ultrassonografia com doppler, tomografia com contraste, angiorressonância e arteriografia. Biópsia não
é indicado devido a possibilidade de sangramento;
✓ Tratamento: cirúrgico.
• Schwannoma
✓ São tumores benignos originados das células de Schwann;
✓ Usualmente assintomáticos, de crescimento lento e único;
✓ São dolorosos à palpação e podem causar parestesia;
✓ No pescoço, podem-se desenvolver nos nervos cranianos, cadeia simpática cervical, plexo sensitivo cervical e
plexo braquial;
✓ Exame: Tomografia Computadorizada, mostrando uma lesão de limites bem definidos, pouca vascularização e por
vezes uma área cística central;
✓ Tratamento: cirúrgico.
• Tumor de glândula submandibular
✓ Lesões benignas são assintomáticas;
✓ Paralisia do ramo mandibular do nervo facial sugere malignidade;
✓ Normalmente dolorosas ao toque;
✓ Exames: ultrassom, tomografia e punção;
✓ Tratamento: cirurgia (submandibulectomia).
• Leucemias;
• Metástases;
• Tumores de parótida ➔ Adenoma Pleomórfico/ Tumor de Warthin;
• Tumores neurogênicos.
MASSAS TRAUMÁTICAS
• Pseudoaneurisma
✓ Origina-se de uma alteração do endotélio que leva a uma dissecção da parede vascular, formando uma falsa luz,
que progride de tamanho;
✓ O seguimento cervical da a. carótida interna é local mais acometido em cabeça e pescoço. Tal situação é
responsável por cerca de 20% dos AVC’s;
✓ Diagnóstico: EcoDoppler e Angiotomografia, que demonstraram imagem compatível com pseudoaneurisma
parcialmente trombosado da artéria carótida comum esquerda
• Hematomas;
• Fibromas.
SINTOMAS ASSOCIADOS
• Denomina-se Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono quando a fragmentação do sono está associada a outros sintomas,
como:
✓ Ronco;
✓ Sonolência diurna;
✓ Sono agitado;
✓ Falta de disposição;
✓ Dor de cabeça;
✓ Alteração de memória;
✓ Diminuição de concentração e de atenção.
CONSEQUÊNCIAS
• Hipertensão arterial, arritmias cardíacas, infarto do miocárdio;
• Acidentes vasculares encefálicos;
• Doença Vascular: Isquemia Cerebral, Insuficiência Cardíaca;
• Sonolência diurna, ronco;
• Depressão;
• Prejuízo na produtividade profissional e na aprendizagem;
• Prejuízo na qualidade de vida;
• Morte súbita.
EPIDEMIOLOGIA
• Dentre os distúrbios respiratórios do sono é o mais comum;
• Homens: 24 % 50 – 60 ano> 31%;
• Mulheres : 9 % 50 – 60 anos ➔ 16% (climatério);
• Acidentes de carro 2 a 12 vezes maior;
• Crianças: hipertrofia adenoamigdaliana.
ETIOLOGIA
• Alterações craniofaciais
✓ ↑ da distância entre o osso hioide e o plano mandibular;
✓ ↓ da projeção da mandíbula e maxila;
✓ ↑ da extensão vertical da face;
✓ ↑ do comprimento vertical da parte posterior da via aérea;
✓ ↑ da angulação cervical.
• Aumento de tecidos moles;
• Obesidade.
QUESTIONÁRIO DE BERLIM
DIAGNÓSTICO
• Polissonografia
✓ Exame do sono é um teste multiparamétrico utilizado no estudo do sono e de suas variáveis fisiológicas;
✓ É geralmente realizada à noite e registra as amplas variações biofisiológicas que ocorrem durante o sono;
✓ O resultado de uma polissonografia é complexo, pois reúne dados e comparações da monitorização de todos os
sistemas e funções solicitados pelo médico;
✓ Além das informações colhidas durante o exame, a interpretação de uma polissonografia deve considerar o
histórico clínico do paciente, entrevistas (anamnese) e questionários;
✓ Assim, é comum que seja necessário mais de um especialista para interpretar os dados corretamente;
✓ Durante a monitorização do sono, são feitos registros das ondas cerebrais, oxigenação sanguínea, frequência
respiratória e cardíaca, movimentação das pernas, braços e olhos;
✓ A partir daí, são avaliadas diversas ocorrências. As mais comuns são a quantidade de vezes que o paciente
desperta durante a noite, eventos cardíacos, respiratórios e de movimento. Esses eventos podem indicar
patologias como a apneia, que costuma provocar arritmias (alterações na frequência cardíaca);
✓ Outras variações no ritmo do coração também são observadas, junto ao número de movimentos periódicos dos
membros, apneias e concentração de oxigênio no sangue;
✓ Os dados são avaliados a partir de referências de normalidade em todos os estágios do sono.
• Apneia
1. Queda de 90% ou mais da linha de base do sensor da temperatura;
2. Duração do evento de pelo menos 10 segundos;
3. 90% do tempo de duração do evento há queda do fluxo compatível com o critério de apneia.
• Hipopneia
1. Diminuição do fluxo aéreo em mais de 50% da linha de base;
2. Duração do episódio de pelo menos 10 segundos;
3. Queda do fluxo presente em pelo menos 90% do evento;
4. Queda da saturação (3%) ou mais da linha de base ou presença de um despertar.
• RERA
1. Microdespertares relacionados ao esforço respiratório;
2. Não fecha os critérios de apneia e hipopneia;
3. Critérios:
a) Padrão de pressão negativa (gradativa);
b) Termina com súbita mudança de pressão (menos negativo);
c) Despertar;
d) Duração mínima: 10 segundos.
CLASSIFICAÇÃO
• Classificação da apneia baseada nos eventos respiratórios
✓ Apneia obstrutiva
➢ Critérios de apneia;
➢ Aumento do esforço respiratório.
✓ Apneia central
➢ Critérios de apneia;
➢ Ausência de movimentos respiratórios.
• O índice de apneia-hipopneia (IAH)
✓ Quantidade total de episódios de apneia e hipopneia que ocorrem durante o sono divididos pelas horas de sono;
✓ Medida usada para descrever distúrbios respiratórios durante o sono e, portanto, a gravidade da apneia do sono;
✓ Os valores de IAH podem ser computados em relação aos diferentes estágios de sono classificando a SAOS.
• Gravidade da Apneia
✓ Leve: IAH entre 5 e 15;
✓ Moderada: IAH entre 15 e 30;
✓ Acentuada: IAH > 30.
TRATAMENTO
• Dependerá da causa do problema e deve ser definido a partir do diagnóstico com o exame de polissonografia;
• Higiene do sono;
• Perda de peso;
• CPAP/BPAP;
• Cirurgias (nasais/orofaringe/ortognática);
• Aparelho intraoral de avanço mandibular;
• Tratamento Fonoaudiológico: Miofuncional Orofacial
CONCEITO
• O paciente respirador oral caracteriza-se por apresentar um padrão respiratório pela boca, por período não menor que seis
meses, podendo ocorrer durante todo o dia ou pode ser intercalado por um padrão nasal (total ou parcial), independente
de agravos agudos;
• A respiração oral não é caracterizada como uma doença, mas como consequência de condições que estabelecem a
obstrução nasal crônica. Por sua vez, o padrão respiratório oral pode ocasionar alterações craniofaciais ósseas e
musculares, nas arcadas dentárias, na postura corporal, dietéticas, no crescimento e desenvolvimento, e distúrbios do
sono, com alterações cognitivas e piora na qualidade de vida
CAVIDADE NASAL
• Delimitação: desde a narina (parte externa), passando pelas fossas nasais (face) até as coanas (parte posterior);
• Constituição: Cornetos (inferior, médio e superior), meatos nasais (paredes laterais), septo nasal (parede medial), palato
duro (assoalho) e superiormente relaciona-se com a fossa craniana e com os seios do osso frontal;
• Funções
✓ As funções da cavidade nasal são: aquecimento, umidificação e filtração do ar, além do olfato e ressonância vocal;
✓ A função olfatória nasal localiza-se na porção superior da cavidade nasal (Nervo olfatório);
✓ As fossas nasais conduzem o ar para os pulmões e modulam o fluxo aéreo; Iniciam nas narinas e terminam na
válvula nasal. Responsável por filtrar 95% das partículas inspiradas, que aderem ao muco produzido.
RINITE
• Considerado um problema de saúde pública (10 a 25% da população mundial), é a maior das doenças respiratórias;
• Dentre os impactos negativos da doença, estão: dificuldade no controle da asma, interfere na capacidade cognitiva
(memória, raciocínio), aprendizado, relações sociais.
DESVIO DE SEPTO
HIPERTROFIA DE CORNETOS
PÓLIPOS NASAIS
HIPERTROFIA ADENOAMIGDALIANA
ALTERAÇÕES
• Síndrome da face alongada ➔ olhar apagado e olheiras, bases do nariz alargadas, nariz voltado para cima, face alongada,
boca entreaberta;
✓ O ar passando pelas cavidades nasais estimula a expansão maxilar e a respiração bucal de suplência;
✓ A falta de contato da língua com o palato ósseo e a contrição da musculatura impede a expansão maxilar.
• Alterações craniofaciais e dentárias ➔ hipotonia facial generalizada, hipofunção com alteração de tônus muscular de lábios
e bochechas, lábio inferior evertido ou interposto entre os dentes, lábio superior hipertônico, alteração da postura habitual
de língua
• Alterações dos órgãos fonoarticulatórios ➔ tensão dos músculos da faringe
• Alterações das funções orais ➔ ressecamento de estruturas orofaríngeas, incompetência velofaríngea;
• Perturbações respiratórios entre outras;
• Alterações posturais
✓ Anteriorização da cabeça com retificação cervical;
✓ Protrusão dos ombros, compressão do tórax e musculatura abdominal flácida;
✓ Hiperlordose lombar;
✓ Anteversão pélvica.
• Alterações auditivas
✓ Disfunções da tuba auditiva;
✓ Otites de repetição;
✓ Déficit auditivo;
✓ Alteração da membrana timpânica;
✓ Afecções respiratórias recorrentes.
• Deglutição
✓ Deglutição Atípica: comprometimento da função, sem alteração estrutural;
✓ Deglutição Adaptada: decorrente de alteração estrutural e/ou respiração oral;
✓ Disfagia: disfagia é a dificuldade de deglutição relacionada ao funcionamento das estruturas orofaringolaríngeas e
esofágicas, dificultando ou impossibilitando a ingestão oral segura, eficaz e confortável de saliva, líquidos e/ou
alimentos de qualquer consistência, podendo ocasionar desnutrição, desidratação, aspiração, além de
complicações mais graves como a pneumonia aspirativa e o óbito.
CARACTERÍSTICAS SUTIS DE INDICAÇÃO DA RESPIRAÇÃO ORAL
• Olheiras, expressão triste;
• Agitação, ansiedade;
• Dificuldades de aprendizagem;
• Sialorréia, halitose;
• Incoordenação pneumofonoarticulatória;
• Fala imprecisa ou com distorções;
• Cansaço ao falar;
• Postura corporal.
TRATAMENTO
• Multidisciplinar;
• Fonoaudiólogos;
• Ortodontistas;
• Otorrino;
• Nutricionistas;
• Fisioterapeutas.
ANATOMIA
• O meato acústico externo é um canal interno que segue até a membrana timpânica e possui uma distância de 2 a 3
centímetros em adultos;
• A membrana timpânica tem cerca de 1 centímetros de diâmetro;
• É uma membrana fina, oval e semitransparente entre o meato acústico externo e a cavidade timpânica da orelha média.
IMPACTAÇÃO DE CERUME
• Doença mais comum da orelha externa, afetando 2 a 6 % da população adulta normal. Os pacientes com rolhas recorrentes
tem maior quantidade de queratina no seu cerume comparados à população geral;
• O quadro clínico consiste em hipoacusia subita, autofonia e esporadicamente, otalgia e vertigem;
• O diagnóstico é feito pela otoscopia;
• O tratamento consiste na remoção do tampão de cerume. No caso de cerume amolecido e quando não há perfuração da
membrana timpânica, pode-se removê-lo através de lavagem com agua morna. Nos casos de rolha endurecida, deve-se
usar estiletes ou gotas tópicas solventes;
• As complicações mais comuns atribuídas à lavagem auricular são perfuração da MT, otite externa aguda difusa e laceração
traumática da pele do CAE. Estas complicações ocorrem principalmente devido ao uso de técnicas inadequadas por pessoas
não habilitadas (enfermeiras) ou inexperientes (médicos não-especialistas). As complicações decorrentes da lavagem
corresponderam a 25% das reclamações relacionadas à ORL.
OTITE EXTERNA
• Otite externa é um termo genérico que inclui qualquer doença que curse com inflamação ou infecção do CAE e pavilhão
auricular, podendo variar de simples inflamação a doenças fatais;
• Fatores predisponentes
✓ Ausência de cerume: perda da proteção física e do pH ácido inóspito aos patógenos;
✓ Traumatismos: rompimento da barreira epitelial, permitindo invasão de patógenos;
✓ Supurações da Orelha Média: predispõe a dermatite secundária;
✓ Substâncias Cáusticas: produtos detergentes;
✓ Queimaduras: fagulhas elétricas, óleos quentes, levando à formação de escaras;
✓ Corpos Estranhos: impedem a aeração do CAE e produzem irritação local;
✓ Lavagens repetidas: estagnação de água e remoção do filme lipídico local com ação bactericida e fungostática;
✓ Alterações de temperatura e umidade do ambiente: predispõem ao crescimento dos patógenos.
• Classificação
✓ OE aguda difusa: otite do nadador ou da praia;
✓ OE aguda localizada: furunculose do canal;
✓ OE herpética: Síndrome de Ramsay Hunt com comprometimento nervo facial;
✓ OE crônica: otite do ressecamento e da falta de cera;
✓ OE bolhosa: meningite afeta a camada superficial da membrana timpânica;
✓ OE fúngica: otomicose é muito comum devido ao calor;
✓ OE granulosa: formação de granulomas;
✓ OE maligna: osteomielite em Imunossuprimidos e diabéticos ➔ Pseudomona
✓ Pericondrite e Condrite: Piercings
✓ Erisipela do pavilhão: S. Aureus;
✓ Otites externas eczematosas
➢ Dermatite atópica (eczema): comumente associada a rinite;
➢ Dermatite seborréica: progressão do couro cabeludo;
➢ Dermatite de contato: Brincos de níquel
• Outras otites externas ➔ coros estranhos em conduto auditivo externo, oto-hematomas (esportes).
• Prevenção
✓ Pacientes que vivem em ambientes quentes e úmidos ou que pratiquem esportes aquáticos podem desenvolver
OE de repetição, devem ser orientados a usar protetores auriculares e a secar o CAE com o uso de soluções
secativas como álcool etílico a 70%, uma gota em cada ouvido após a prática esportiva (somente pacientes bem
orientados) e cremes hidrófobos. Contudo, o melhor conselho a se dar é evitar a manipulação do CAE com
limpezas freqüentes com cotonete ou a introdução de qualquer instrumento, para evitar a laceração da pele que é
o principal fator predisponente para as OE.
Principais Afecções da Orelha Interna – 18/03/2022
INTRODUÇÃO
• A orelha, também chamada de ouvido, é uma estrutura vestíbulo-coclear, que está localizada no osso temporal na caixa
craniana;
• Apresenta duas funções: responsável pela audição (possui o receptor de ondas sonoras) e está relacionada com o sentido
do equilíbrio.
PERDAS AUDITIVAS
• Perda auditiva condutiva: a alteração encontra-se no orelha externa e/ou orelha média, podendo ser reversível ou
parcialmente reversível após determinado tipo de tratamento medicamentoso ou cirúrgico. Um exemplo de fator causador
de perda auditiva condutiva é a infecção de orelha recorrente;
• Perda auditiva sensorioneural: alteração localizada na orelha interna, de caráter irreversível; exemplos de fatores causadores
de perda auditiva sensorioneural são: meningite, fatores genéticos, exposição à medicação ototóxica, fatores relacionados
à prematuridade, rubéola ou toxoplasmose materna, exposição a alto nível de pressão sonora (ruído), envelhecimento,
entre outros;
• Perda auditiva mista: alteração localizada na orelha externa e/ou média e também na orelha interna que pode ocorrer, por
exemplo, devido a fatores genéticos (como malformação dos ossículos da orelha média ou na cóclea),infecções crônicas
de orelha, otosclerose (enrijecimento e/ou fixação do sistema dos ossículos da orelha média);
• Perda auditiva central: a alteração pode se localizar a partir do tronco cerebral até́ as regiões subcorticais e córtex cerebral;
• Graus de perda auditiva
✓ Audição normal: limiares entre 0 a 15 dB nível de audição;
✓ Perda auditiva discreta ou mínima: limiares entre 16 e 25 dB;
✓ Perda auditiva leve: limiares entre 26 a 40 dB nível de audição;
✓ Perda auditiva moderada: limiares entre 41 e 65 dB;
✓ Perda auditiva severa: limiares entre 66 e 95 dB;
✓ Perda auditiva profunda: limiares acima de 96 dB.
ZUMBIDO
• Sintoma incômodo gerado por um distúrbio na via auditiva;
• Cerca de 20% da população mundial sofre desse distúrbio, "barulhos" nos ouvidos ou na cabeça que podem ser percebidos
como um chiado, assobio ou apito, e que não são causados por uma fonte externa. A manifestação está relacionada a
problemas da vida moderna, como estresse, hipertensão, exposição crônica a ruídos, fadiga, depressão e ansiedade.
Embora seja mais frequente em idosos, sabe-se que ele pode ocorrer em qualquer idade, incluindo as crianças. Em 80%
dos casos, no entanto, o ruído não influencia o cotidiano dessas pessoas;
• Apesar da existência de diversas teorias sobre os motivos do aparecimento do zumbido, sua origem ainda é assunto
controverso. Algumas causas estão relacionadas a doenças do próprio ouvido (infecções, deficiência auditiva), trauma
craniano, medicamentos ototóxicos (aspirina, outros anti-inflamatórios, antibióticos e diuréticos), anemia, diabetes, outras
desordens metabólicas envolvendo triglicérides, colesterol, hormônios tireoideanos, disfunção da articulação têmporo-
mandibular e até tumores;
• O zumbido está relacionado com a perda de audição. Cerca de 90% das pessoas apresentam os dois sintomas
simultaneamente. "O zumbido é um ritmo mais acelerado de disparos elétricos no ouvido. Quando há perda de audição, o
ouvido tenta compensar isso com um ritmo mais veloz dos disparos, ocasionando o problema";
• Hoje já existe tratamento para a doença. Desde uma alimentação mais equilibrada, evitando excesso de açúcar, até o uso
de medicamentos, aparelhos auditivos e tratamentos mais específicos. O zumbido pode piorar com a exposição freqüente
a sons intensos, consumo de álcool, cafeína, nicotina e situações de estresse. Quando a causa do ruído não é identificada,
o otorrinolaringologista pode lançar mão do tratamento de habituação, onde ele vai tentar bloquear as mensagens do
zumbido enviadas ao cérebro, tornando o fenômeno imperceptível.
VERTIGEM
• Definições importantes sobre o equilíbrio
✓ É o resultado de informações sensoriais que partem de 3 grandes vias aferentes:
1. Sistema Visual;
2. Sistema Vestibular: composto pelos canais semicirculares, órgãos otolíticos e nervo vestibular;
3. Sistema Proprioceptivo: composto por receptores que percebem a posição da cabeça em relação ao
corpo, possibilitando-nos “saber” se estamos em pé, sentados, apoiados, e qual a posição dos
diferentes segmentos corporais, tanto em região cervical, quanto nos pés.
✓ Para que o equilíbrio seja mantido, não basta que apenas as aferências estejam presentes, é essencial um
processamento central de tais informações, que é realizado em duas diferentes localidades:
➢ Núcleos vestibulares, localizados no tronco encefálico;
➢ Cerebelo (responsável pelo processamento adaptativo).
✓ O objetivo de tal processamento de informações é permitir a organização de uma resposta motora, seja por meio
dos movimentos oculares ou dos movimentos posturais, a fim de manter o equilíbrio;
✓ Dessa forma, diante de uma perturbação do equilíbrio (p.ex: ao realizar uma tarefa motora, atravessar uma rua,
etc) , os olhos precisam se adequar à posição da cabeça, a fim de manter a postura ereta e equilibrada do indivíduo.
Da mesma forma, a postura corporal precisa responder a essa perturbação, permitindo que o indivíduo utilize de
estratégias motoras para a manutenção do equilíbrio;
✓ Fisiologicamente, o SNC identifica tais “perturbações do equilíbrio” através de variações e diferenças de potenciais
elétricos que são criadas no órgão do labirinto membranoso;
✓ Neste órgão, reside uma população de células ciliadas, que são banhadas pela endolinfa;
✓ Mesmo quando não há movimentação, tais células apresentam um potencial de repouso, mantendo assim,
disparos elétricos tônicos, típicos do repouso;
✓ Se o indivíduo, no entanto, vira a cabeça para a direita, por ação da inércia, a endolinfa passa a deslocar em fluxo
contrário (para a esquerda). Essa corrente endolinfática para a esquerda faz com que, no lado direito, os
estereocílios aproximem-se do cinocílio, resultando em uma excitação das células ciliadas do lado direito. Ao
mesmo tempo, no lado esquerdo, os estereocílios irão se afastar do cinocílio, resultando em uma inibição das
células ciliadas do lado esquerdo. Essas duas informações permitem que o SNC compreenda para que lado a
cabeça girou;
✓ Para o SNC se o potencial elétrico está igual, significa que o indivíduo está em repouso; se houver diferença de
potencial há movimento da cabeça.
• Aspectos importantes na anamnese
✓ Um dos aspectos importantes para fazermos o diagnóstico diferencial é caracterizar a frequência de ocorrência
das crises labirínticas. O paciente pode apresentar:
1. Ataque de vertigem isolado (que, muitas vezes, pode ser único);
2. Tonturas/ vertigens recorrentes (o paciente apresenta períodos de episódios repetidos de vertigens
intercalados com períodos de remissão);
3. Sensação crônica de tontura ou desequilíbrio (o paciente fica permanentemente sintomático, podendo relatar
os sintomas durante todo o dia, ou apresentar vários episódios ao longo dos dias e semanas).
✓ Categorias de sintomas:
➢ Vertigem: sensação rotacional (relacionada a patologias do sistema vestibular) ➔ paciente relata que o
ambiente ou ele mesmo, gira;
➢ Pré-síncope: sensação de desfalecimento (indicativo de patologias cardiovasculares);
➢ Desequilíbrios (relacionados a patologias neurológicas) ➔ paciente relata que perdeu o prumo da
marcha, e anda como se estivesse embriagado;
➢ Tontura inespecífica: é aquela que não se enquadra nos tipos anteriores (pode estar relacionada a quadros
psiquiátricos ou metabólicos);
➢ Flutuação ➔ sente como se estivesse andando sobre nuvens, em solo não firme.
➢ OBS: Embora muitos autores considerem “vertigem” como um sinônimo de “doença vestibular”, nem
todas as queixas vertiginosas estão relacionadas apenas a problemas vestibulares e, portanto, esse
pensamento é um tanto quanto generalista.
✓ É fundamental que as sensações sejam descritas no registro da anamnese, pois tais informações podem auxiliar
no diagnóstico diferencial. Além disso, cabe ao médico pesquisar sobre:
➢ Duração e periodicidade dos sintomas: a frequência e tempo de duração dos sintomas é uma pista
importante para a elucidação das hipóteses diagnósticas. A tabela abaixo mostra uma relação entre
frequentes síndromes vestibulares periféricas e a duração dos sintomas que elas desencadeiam:
➢ Intensidade;
➢ Fatores precipitantes (fatores emocionais, movimentos, estímulos visuais, poluição visual, conflitos
visuais, etc).
✓ As síndromes vertiginosas podem ser tanto de origem periférica (quando o problema está no órgão do labirinto)
ou central (quando há uma disfunção no processamento das aferências que se direcionam ao SNC). Alguns sinais
de alerta nos permitem fazer essa diferenciação;
➢ Osciloscopia é a sensação de “borramento visual”, como se o paciente tivesse perdido o foco visual. -
Os sintomas neurológicos que podem estar associados a uma vertigem central vão desde alterações
motoras (parestesias e paresias), visuais, diplopia, ou na fala, de força muscular;
➢ As vertigens de origem periférica tendem a ser compensadas mais rapidamente, pois o SNC tende a
reorganizar as informações aferentes, mantendo o equilíbrio.
✓ A anamnese também envolve o questionamento sobre outros sintomas que podem aparecer em associação com
a vertigem, tais como:
➢ Sintomas neurovegetativos (náuseas, vômitos, mal estar);
➢ Sintomas neurológicos (parestesia, redução de força muscular, diplopia, afasia);
➢ Sintomas otológicos (zumbidos, sensação de plenitude ou perda auditiva);
➢ Anatomicamente, o bloco labiríntico é único, formado por uma porção anterior – a cóclea – e uma porção
posterior – canais semicirculares e órgãos otolíticos. dessa forma, não é incomum que alterações
vestibulares acometam, também, a porção coclear, alterando a acuidade auditiva).