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Índice

Introdução..........................................................................................................................2

Conceito de autismo..........................................................................................................3

Características do autismo.................................................................................................3

Dificuldade na interacção social........................................................................................3

Dificuldade na comunicação social...................................................................................4

Dificuldade na imaginação social......................................................................................4

Questões sensoriais e rotinas.............................................................................................5

Síndrome de Asperger.......................................................................................................5

Causas do autismo.............................................................................................................6

O que fazer na sala de aula................................................................................................7

Conclusão........................................................................................................................10

Bibliografia......................................................................................................................11
Introdução

Autismo é uma inabilidade comportamental que perdura por toda a vida e afecta a
maneira como a pessoa se comunica e se relaciona com outras pessoas. Também afecta
sua maneira de entender o mundo ao seu redor.

O Transtorno do espectro Autista (TEA) vem sendo discutido amplamente na sociedade


nos últimos tempos. A inclusão escolar desse alunado é foco de preocupação dos
diferentes profissionais que actuam na área, bem como dos familiares, que percebem as
dificuldades em sala de aula para o atendimento de qualidade destes.

A inclusão é uma ferramenta social fundamental para a igualdade de direitos, na


construção de uma sociedade de fato cidadã. Deste modo, na perspectiva da inclusão
educacional, todas as pessoas possuem os mesmos direitos, independente das suas
características, limitações ou deficiência, pois só assim será possível a construção de
nova sociedade, mais plural e democrática.
Conceito de autismo

0 Termo autismo vem do grego “autos”, que significa “de si mesmo”. Kanner, em 1943
descreveu um grupo de crianças que apresentavam inabilidade para se relacionarem
com outras pessoas, tendência ao isolamento, falha no uso da linguagem para a
comunicação e uma necessidade extrema de manter-se na “mesmice” (VARGAS,
2011).

O autismo é um Distúrbio complexo do neurodesenvolvimento, com amplo espectro de


manifestações clínicas, caracterizado por prejuízos na interacção social, na comunicação
verbal e não verbal e por apresentar padrões restritos, repetitivos e estereotipados do
comportamento, interesses e actividades.

Autismo é uma inabilidade comportamental que perdura por toda a vida e afecta a
maneira como a pessoa se comunica e se relaciona com outras pessoas. Também afecta
sua maneira de entender o mundo ao seu redor.

Características do autismo

Dificuldade na interacção social

Aí está incluída a dificuldade em reconhecer e compreender os sentimentos de outras


pessoas e lidar com os seus próprios.

As pessoas com um TEA podem:

• Não compreender as regras sociais não escritas que a maioria de nós aprende sem se
dar conta disso: por exemplo, elas podem se posicionar perto demais de uma pessoa ou
iniciar um assunto impróprio para uma conversação;

• Parecermos insensíveis por não reconhecer o que alguém está sentindo;

• Preferir passar tempo sozinho, em vez de procurar sua condição vai afetá-las a
companhia de outras pessoas;

• Não procurar consolo de outras pessoas;

• Parecer que se comportam de maneira "estranha" ou inapropriada, porque nem sempre


têm facilidade em expressar sentimentos, emoções e necessidades.
Algumas talvez queiram interagir com outras pessoas e fazer amizades, mas pode estar
inseguras sobre como fazer isso. Essa gama de dificuldades pode causar problemas na
sala de aula e no pátio da escola, em termos de fazer amizades e, consequentemente, de
bullying.

Dificuldade na comunicação social

Aí está incluída a dificuldade em usar e compreender linguagem verbal e não verbal,


como gestos, expressões faciais e tom de voz. Muitas pessoas com um TEA têm uma
compreensão muito literal da linguagem, acreditando que as pessoas sempre querem
dizer exactamente aquilo que as palavras expressam. Elas podem achar difícil empregar
e compreender:

• Expressões faciais ou tom de voz;

• Brincadeiras e sarcasmo;

• Expressões idiomáticas, ditados e metáforas comuns; por exemplo, a frase "que


legal!", que as pessoas geralmente usam para dizer que consideram uma coisa muito
boa, mas que estritamente falando, significa que algo está de acordo com a lei.

Algumas pessoas com um TEA talvez não falem ou tenham uma fala bastante limitada.
Normalmente elas entendem o que as outras pessoas lhes dizem, mas elas próprias
talvez utilizem meios alternativos de se comunicar, como linguagem gestual ou
símbolos visuais.

Outras podem ter boas aptidões linguísticas, mas mesmo assim talvez achem difícil
compreender o carácter dialogai das conversações; talvez repitam o que a outra pessoa
acabou de dizer (isso é conhecido como escolalia) ou falem interminavelmente sobre
seus próprios interesses.

As outras pessoas podem ajudar, falando de maneira clara e coerente, e dando à pessoa
com autismo tempo suficiente para processar o que lhe foi dito.

Dificuldade na imaginação social

Aí está incluída a capacidade de compreender e prever as intenções e o comportamento


das outras pessoas e de imaginar situações fora da sua própria rotina. Isso pode vir
acompanhado de um repertório restrito e repetitivo de atividades. As pessoas com um
TEA acham difícil:

• Compreender e interpretar os pensamentos, sentimentos e ações das outras pessoas;

• Prever o que vai acontecer em seguida ou o que poderia acontecer em seguida;

• Compreender o conceito de perigo; por exemplo, que entrar correndo numa rua
movimentada pode representar um perigo;

• Envolver-se em jogos e actividades imaginativas: as crianças com autismo podem


gostar de alguns jogos imaginativos, mas preferem representar toda vez as mesmas
cenas;

• Preparar-se para mudanças e planejar para o futuro;

• Lidar com situações novas ou desconhecidas.

Dificuldades na imaginação social não devem ser confundidas com falta de


imaginação. As pessoas com autismo podem ser muito criativas e tornar-se, por
exemplo, excelentes artistas, músicos e escritores. Algumas têm interesses especiais
bem particulares que as absorvem completamente e nos quais se tornam grandes
conhecedores.

Questões sensoriais e rotinas

As pessoas com um TEA podem também ter uma sensibilidade excessiva ou reduzida
no tocante a sons, toque, gostos, odores, luz ou cores. Além disso, muitas preferem
seguir uma rotina diária estabelecida, de modo a poder saber o que vai acontecer a cada
dia, e gostam de manter regras fixas. Algumas têm prazer em repetir interminavelmente
a mesma actividade. A agitação diária da vida na escola pode ser extremamente
stressante para alunos que apresentem uma dessas características particulares ou todas
elas.

Síndrome de Asperger

A síndrome de Asperger é uma forma de autismo. As pessoas com síndrome de


Asperger ou autismo de alto funcionamento têm seguidamente uma inteligência média
ou acima da média. Elas têm menos problemas de linguagem, mas podem, mesmo
assim, ter dificuldade em compreender e processar a linguagem. De modo geral, as
pessoas com síndrome de Asperger não têm inabilidades de aprendizagem; elas podem,
porém, ter dificuldades específicas nessa área, inclusive dislexia.

Outras condições As pessoas no espectro autista também podem ter outras condições
associadas; por exemplo, epilepsia, transtorno do deficit de atenção com hiperactividade
ou desprazia. A etiologia do autismo é complexa e na maior parte dos casos o
mecanismo patológico subjacente é desconhecido. É um distúrbio heterogéneo,
diagnosticado subjectivamente na base de um grande número de critérios. Muitos
estudos indicam que uma grande variedade de factores genéticos está na base do
autismo. Para além destes, condições ambientais, neurobiológicas, neuroanatómicas,
metabólicas e imunológicas encontram-se em estudo.

Causas do autismo

Sabe-se que as etiologias do autismo são múltiplas, bem como há comorbidades com
outros distúrbios. Teoricamente há explicações que apontam para causas orgânicas e
mesmo outras que atribuem às causas ao carácter psíquico. Os estudos internacionais
sobre as etiologias do TEA ainda não são conclusivos, pouco se sabe sobre essa
condição. Portolese (2017), por exemplo, diz que os factores biológicos e genéticos são
os responsáveis pelo TEA devido os mecanismos epigenéticos se mostrarem/serem
factores importantes, porém esse autor não descarta as desordens hereditárias como
factores explicativos. Portolese (2017) traz como evidências as pesquisas realizadas
com gémeos cujos resultados mostraram alta reincidência de diagnóstico. Segundo ele
as pesquisas mostram, mesmo que ainda careçam de aprofundamento de estudo, que há
maior risco de recorrência de TEA em famílias nas quais já existe uma criança autista.

Betancur (2011) acredita que as explicações relacionadas à origem genética são


frequentemente consideradas herança poligênica, ou mesmo multifatores. Por muitos
anos o TEA foi explicado pela herança poligênica, porém, após a descoberta que as
mutações nos neurónios eram capazes de promover o transtorno, hoje ele é
caracterizado pela junção de variações comuns e raras (OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017).

Nesse sentido, é possível identificar diferentes padrões genéticos do TEA, como:


(OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017).

• Herança Monogênica Comum;


• Herança Oligogênica;

• Herança poligênica.

Portolese (2017) ressalta que estudos epidemiológicos indicam que o TEA pode ter
como explicação factores ambientais: exposições tóxicas, teratógenos, insultos
perinatais e infecções pré-natais, como rubéola e citomegalovírus, estão presentes em
alguns casos atuando como “gatilhos ambientais”. Além disso, a idade materna e
paterna de mais de 40 anos também foi descrita em alguns estudos como estando
associadas a uma maior prevalência desse transtorno.

Assim, como em outras deficiências, há também factores de risco para a ocorrência do


TEA dentre eles estão a prematuridade, malformação do sistema nervoso central,
síndromes, infecções congénitas e outras ocorrências de histórico geracional. Em estudo
realizado por Harmon (2015) observou-se que o cérebro do autista tem dificuldade de
integração, ou seja, que diferentes partes do cérebro trabalhem juntas. Isso leva à
dificuldade na realização de actividades complexas, afectando ainda a percepção
sensorial, os movimentos e a memória (HARMON, 2015).

O que fazer na sala de aula

As pessoas com um TEA pensam e aprendem de um modo diferente. Por isso, exigem
uma abordagem diferente, e isso pode significar, por vezes, uma aplicação diferenciada
das regras escolares; por exemplo, no caso de um problema de comportamento.

Não se trata de desculpar um mau comportamento, mas de compreender que punir um


aluno com um TEA é muitas vezes contra-producente porque suas dificuldades
comportamentais normalmente são causadas por sua falta de compreensão da realidade.
O que, de fato, ajuda frequentemente é, em primeiro lugar, procurar descobrir com
muito cuidado o que foi que desencadeou a reação do aluno e, depois, achar meios de
evitar tais situações e aumentar a sua compreensão de circunstâncias similares. Atos de
agressão, por exemplo, na maioria das vezes têm a ver com a ansiedade causada por
uma inabilidade de compreender o comportamento e os motivos de outras pessoas ao
seu redor. Quando alunos com um TEA se comportam de certa maneira para chamar a
atenção, muitas vezes isso é provocado pela sensação de serem deixados de fora por não
serem capazes de acompanhar as subtilezas da interacção social quotidiana e as
brincadeiras que acontecem ao seu redor. É do grande interesse de toda a escola
implementar maneiras de ajudar alunos com um TEA a dar conta da vida diária na
escola. Há toda uma gama de estratégias que podem ser utilizadas para o aluno com um
TEA. A secção 3 deste guia oferece orientações para comunicação e um panorama de
estratégias que podem ser apropriadas.

De acordo com a lei, as autoridades educacionais devem fazer "adaptações razoáveis"


para alunos com esta deficiência Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, Art. 24). As autoridades têm um dever (geral de "igualdade") de eliminar
discriminação, promover igualdade de oportunidades e fomentar boas relações, e
deveres específicos para ajudá-los a cumprir o dever geral. As autoridades educacionais
também devem produzir uma estratégia de acessibilidade a deficiências, demonstrando
como tornarão suas escolas mais acessíveis a crianças com deficiências, o que inclui a
garantia de que os alunos tenham acesso a informações. A partir dos estudos iniciais,
muitos

O professor ao dar aulas alunos com autismo deve:


•Ter conhecimento teórico actualizado sobre os transtornos deste aluno;
•Ter conhecimento prático sobre o aluno;
•Estabelecer um canal de comunicação com o aluno;
•Ter tolerância à frustração, persistência e consistência;
•Orientar as famílias dos alunos e trabalhar em parceria;
•Ter sensibilidade;

•Ser afectuoso;

•Firme;
•Seguro;
•Emocionalmente estável;

•Assertivo;

•Organizado;

•Sereno;
•Entusiasmado.

Dez coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse:
1. Eu sou uma criança!
2. Minhas percepções sensoriais estão desorganizadas
3. Lembre-se de distinguir “não quero” de “não consigo”
4. Eu penso concretamente, então interpreto tudo de forma literal

5. Seja paciente com meu vocabulário limitado


6. Eu me oriento muito pela visão
7. Priorize e procure construir a partir do que já posso fazer
8. Ajude-me nas interacções sociais
9. Tente identificar o que inicia minhas crises
10. Ame-me incondicionalmente

Conclusão
Ao terminar o trabalho cheguei a conclusão de que O autismo é um distúrbio global do
neurodesenvolvimento cuja prevalência tem vindo a aumentar nas últimas décadas e
para o qual ainda não existe uma etiologia concreta. É definido clinicamente por défices
nas habilidades sociais e comunicativas e por comportamentos estereotipados, restritos e
repetidos. Esta sintomatologia desenvolve-se antes dos 3 anos de vida, altura em que
são identificadas as primeiras manifestações e em que é feito o diagnóstico. Apesar de
estas características serem necessárias para assegurar o diagnóstico, inúmeros padrões
de desenvolvimento podem ocorrer nestas crianças, demonstrando uma diversidade de
fenótipos clínicos.

Esses transtornos da aprendizagem social têm importantes ramificações para as formas


como as crianças aprendem com o mundo social e não social. O autismo e as condições
relacionadas têm forte base genética e cerebral. Podem estar associados a eventual
deficiência intelectual, porém, felizmente, cada vez mais, com o diagnóstico e a
intervenção precoces, os resultados podem ser melhorados de forma substancial. Várias
condições médicas estão associadas ao autismo, inclusive, de modo mais frequente, os
transtornos convulsivos (epilepsia) e, de maneira menos comum, as condições genéticas
específicas, notadamente síndrome do X frágil e esclerose tuberosa.

Bibliografia
Folstein, S., & Rutter, M. (1977). Genetic influences and infantile autism. Nature,
265(5596), 726–728.
Freeth, M., Milne, E., Sheppard, E., & Ramachandran, R. (2014). Autism across
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Volkmar, S. J. Rogers, R. Paul, & K. A. Pelphrey (Eds.), Handbook of autism and
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Wiley.

Gardener, H., Spiegelman, D., & Buka, S. L. (2009). Prenatal risk factors for autism:
Comprehensive meta-analysis. British Journal of Psychiatry, 195(1), 7–14.
Ingersoll, B., & Wainer, A. (2014). The broader autism phenotype. In F. R. Volkmar, S.
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& K. A. Pelphrey (Eds.), Handbook of autism and pervasive developmental disorders


(4th ed., Vol. 1, pp. 28–56). Hoboken, NJ: Wiley

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