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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

LILIANE TERESINHA BARRO

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO II
CONTIBUIÇÕES DE VYGOTSKY E WALLON PARA A EDUCAÇÃO

SEBERI
2023
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como fundamento apresentar uma breve discussão


sobre as contribuições de Wallon e Vygotsky, mais especificamente no que tange à
área da educação. Para tanto, o texto que segue apresenta um breve resumo crítico
sobre o que foi estudado na disciplina de Psicologia da Educação: II e sobre
bibliografia acerca dos dois pesquisadores.

2 CONTIBUIÇÕES DE VYGOTSKY E WALLON PARA A EDUCAÇÃO

No ramo do estudo da psicologia moderna e, em se tratando da relação -


conhecimento-saber-educação, Lev Vygotsky e Henri Wallon são dois
pesquisadores muito pesquisados e referenciados em estudos da área. Conforme
Hahn (2018), os dois influentes pesquisadores estudaram o desenvolvimento
humano em uma abordagem monista, ou seja, as relações entre afetividade e o
campo educacional. Wallon percebia que o desenvolvimento humano ocorreria por
meio da integração de quatro campos funcionais a seguir: afetividade, cognição,
motricidade e pessoa. Assim, para ele, de acordo com cinco estágios, há fatores
afetivos e de aprendizagem que oscilam em nível de importância, em que um
desenvolve o outro. Já, para Vygotsky, o indivíduo aprende para se desenvolver,
tanto histórica quanto culturalmente. Vygotsky definiu dois níveis de
desenvolvimento: a zona de desenvolvimento real e a zona de desenvolvimento
proximal. Ele compreendia que o intelecto do indivíduo já existe desde a infância, no
entanto, acontece através da interação do sujeito com indivíduos mais experientes
culturalmente.
"Para se relacionar com o mundo que o cerca, o ser humano conta, a partir do
momento em que nasce, com a mediação de outras pessoas" (TENREIRO, 2009, p.
113). A ideia de Vigotsky quanto à mediação tornava a relação do indivíduo com o
mundo mais complexa, pois, essas relações entre indivíduos se interpõem (um e
outro), à medida que essas interações e intercomunicações sociais ocorrem.
Com relação a Vygotsky, considero muito importante destacar os seus
estudos quanto ao nível de desenvolvimento cognitivo da criança, o qual é
qualificado por aquilo que a criança é capaz de fazer com a ajuda de outras
pessoas. De acordo com o pesquisador, as crianças em idade escolar têm o
potencial de aprendizagem de maneira diferente umas das outras, posto que suas
zonas de desenvolvimento podem ser maiores ou menores. Isso deixa claro que
existem limitações para a imitação de aprendizagem de uma criança para outra, por
exemplo. Para Vygotsky, a criança não é capaz de imitar qualquer coisa. Existem
atividades que são mais complicadas de resolver e, mesmo que haja a ajuda de um
adulto há de chegar um certo ponto em que a criança não conseguirá solucioná-la.
Nesta perspectiva, ele criticava os testes psicológicos utilizados na sua época, pois
eles aconteciam no campo do conhecimento que já era alcançado pela criança e
não se concentravam no conhecimento que estava em estágio de construção
constante, o qual era desenvolvido com o auxílio de outra pessoa.
Conforme Bastos e Pereira (2007), Wallon, de maneira diferente de Vygotsky,
elaborou uma linha de estudos de estágios, no qual cada estágio se caracteriza por
uma atividade mais proeminente. Na compreensão de Wallon, para cada estágio
constitui, em si, um período de desenvolvimento mental e uma maneira de
comportamento que é determinado pelas interações sociais. Esses estágios são:
impulsivo emocional, sensório-motor, projetivo, do personalismo, categorial e da
adolescência. Para cada estágio, identifica-se a existência de quatro categorias, que
são distintos em atividades mais importantes: a emoção, a imitação, o movimento e
o eu e o outro. Na verdade, em seus estudos, ele demonstrava a
multidimensionalidade de cada um, integrando os campos da inteligência, da
motricidade e da afetividade.
Importante acrescentar que, para Wallon, com relação ao pensamento e à
linguagem, a criança combina aspectos relacionados com o sujeito e o objeto que
ela pensa, os objetos entre si, com aquilo que ela conhece, pois, para ela as
representações do real se misturam às mais diversas e extraordinárias formas, ou
seja, quando a criança inventa/imagina uma explicação própria diante do
desconhecido, quando ela define o termo pela repetição dele e quando a criança dá
mais importância àquilo que ela relaciona a algo afetivo em relação a outros termos
objetivos e lógicos.
3 CONCLUSÃO

Na elaboração do trabalho, pode-se compreender que, tanto Vygotsky como


Wallon contribuíram com grandeza muito para que se possa compreender a
importância da psicologia na área da educação. Podemos observar que Wallon
entende que o processo de socialização é que desenvolve de maneira gradual o
entendimento subjetivo para a consciência do ser social, pois isso ocorre através da
sociabilização entre os indivíduos. O pesquisador considerava que educação não
deveria apenas se preocupar com o desenvolvimento intelectual, mas, também, com
o desenvolvimento integral da pessoa, levando em consideração o afeto, a
inteligência e a motricidade. As contribuições de Vygotsky para a área educacional,
da mesma maneira que Wallon, são plausíveis. O pesquisador entendia que as
funções psicológicas advêm de vivência sociocultural e acontecem através de
processos psicológicos elementares, de origem biológica, através de vivências que
acontecem entre a criança e os membros mais experientes de seu ambiente social.

REFERÊNCIAS

BASTOS, Ivanilda Maria Silva e; PEREIRA, Sônia Regina. A contribuição de


Vygotsky e Wallon na compreensão do desenvolvimento infantil<br>Vygotsky’s and
Wallon’s contribution to the understanding of childhood development. Revista
Linhas, Florianópolis, v. 4, n. 1, 2007. Disponível em:
<https://revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/view/1206>. Acesso em: 18 out.
2023.

HAHN, Tamiris de Oliveira e FERRARO, José Luís Schifino. Aproximações entre as


teorias de Wallon e Vygotsky no campo da educação: um olhar sobre a afetividade.
Perspectiva [online]. 2018, vol.36, n.4 [citado 2023-10-16], pp.1321-1337.
Disponível em: <http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-
54732018000401321&lng=pt&nrm=iso>. Epub 30-jul-2019. Issn 2175-795x.
Https://doi.org/10.5007/2175-795x.2018v36n4p1321. Acesso em: 16/10/2023.

TENREIRO, Maria Odete Vieira. Psicologia da educação. / Maria Odete Vieira


Tenreiro e outros. Ponta Grossa: Ed.UEPG, 2009. p. 113 - 119. Disponível em:
<https://ead08.proj.ufsm.br/pluginfile.php/742028/mod_resource/content/2/Fasciculo
_de_Psicologia_da_Educacao.pdf>. Acesso em: 16/10/2023.

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