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Perfil profissional de instrutores de

academias de ginástica e musculação


Professional profile of instructors of the gymnastic and bodybuilding academy

Graduado em Educação Física - UNESP


Presidente Prudente - São Paulo. Mestre em ciência da
Alfredo Cesar Antunes
Motricidade Humana - UNESP
alfredo.cesar@ig.com.br
Rio Claro - São Paulo. Docente da Faculdade Assis Gurgacz
(Brasil)
(FAG)
Cascavel - Paraná.

Resumo
Esta pesquisa procurou identificar o perfil profissional dos indivíduos que
orientam atividades de ginástica e musculação nas academias. Foi aplicado
um questionário a 130 instrutores de ginástica e musculação de cidades do
Estado de São Paulo. Na opinião dos instrutores existe especificidade nas
funções que desempenham exigindo preparação específica e domínio de
conhecimentos científicos e técnicos. A maioria dos instrutores não tem
contrato de trabalho, disputa mercado com não graduados e não tinha
graduação quando foi contratada. A experiência profissional não é valorizada.
Alguns instrutores, graduados em educação física, consideram esse curso
pouco importante na sua preparação considerando a experiência prática mais
importante para a capacitação profissional. Muitos instrutores se consideram
pouco preparados para assumirem determinadas funções ou para atuarem.
Espera-se que haja uma reorganização desse mercado de trabalho que
beneficie o profissional e principalmente aqueles que buscam esse serviço.
Unitermos: Academias de ginástica e musculação. Perfil profissional.
Preparação profissional

Abstract
This study identified the profile of workers that give orientation activities for
gymnastic and bodybuilding in gymnastic academy through a questionnaire
applied to 130 instructors in cities of state of São Paulo. In the instructors
opinion there is necessity of specific preparation scientific and technical. The
majority doesn't have work contract and dispute market place with people that
don't have undergraduate professional preparation course. Among the ones
who have undergraduate professional preparation course, the majority was
student when was hired. The professional experience isn't considered important
to stay in the job. Some instructors, with professional preparation course in
Physical Education, considered that this program is little important in his
preparation and practice is more important for the professional competency.
Some instructors considered itself little prepared to perform specific
professional activities. Its is expected that with the required certification of this
service, will be there a reorganization of the job market
Keywords: Professional profile. Professional preparation. Gymnastic and
bodybuilding academy.

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 9 - N° 60 -


Mayo de 2003

Introdução

A preocupação com a estética corporal e, principalmente, o reconhecimento pela população


da importância da atividade física para a saúde e qualidade de vida têm levado as pessoas a
procurarem as academias de ginástica e musculação tornando-as um dos locais mais
populares e mais procurados para se conseguir tais objetivos. São instituições que devem
permanecer e evoluir buscando sempre corresponder as necessidades atuais e futuras da
sociedade pelos relevantes serviços que oferecem, pois exercitar-se não é modismo
passageiro. A atividade física e o exercício físico são direitos dos cidadãos expressos na
Constituição e reconhecidos como importantes fatores para a qualidade de vida das pessoas e
não se destinam apenas aos atletas ou a alguns grupos privilegiados.

A área da Educação física não escolar está em desenvolvimento e junto com ela, o espaço
de atuação de graduados em Educação Física, pois o conhecimento científico é cada vez mais
necessário para o exercício dessa profissão e, hoje, existe grande preocupação com a
produção de conhecimentos aplicados, ou seja, direcionados para o profissional que atua no
mercado de trabalho. Desse mercado de trabalho, as academias de ginástica e musculação,
caracterizam uma significativa parcela sendo uma das principais empregadoras. A proliferação
das academias de ginástica e musculação é um fenômeno internacional e, devido à rapidez
dessa expansão, um melhor conhecimento desse fenômeno se faz necessário para buscar seu
aprimoramento.

O objetivo dessa pesquisa foi identificar o perfil dos indivíduos que orientam atividades de
ginástica e musculação nas academias com relação à preparação profissional e conhecimentos
específicos necessários para o exercício dessas funções.

Metodologia

O presente estudo teve uma orientação descritiva. Segundo Marconi & Lakatos (1999) a
pesquisa descritiva: 'Delineia o que é' abordando "…quatro aspectos: descrição, registro,
análise e interpretação de fenômenos atuais, objetivando o seu funcionamento no presente"
(p.19).

Teve ainda uma característica exploratória, pois se propôs a buscar idéias e tendências
sobre o papel das academias de ginástica e musculação na sociedade atual e a preparação de
seus recursos humanos. Segundo Marconi & Lakatos (1999) um estudo exploratório se
caracteriza por enfatizar a descoberta de idéias e discernimentos. Assim, pode-se definir este
estudo como descritivo-exploratório.

Foi utilizado como instrumento de coleta de dados e informações um questionário com


perguntas abertas do tipo dissertativas e fechadas do tipo múltipla escolha. O instrumento foi
validado através de parecer de especialistas e respectiva aplicação de uma coleta-piloto para
verificar a validade e fidedignidade do questionário. Os questionários foram aplicados aos
instrutores de academias de ginástica e musculação da capital do Estado de São Paulo e de
algumas cidades escolhidas propositadamente, por serem importantes economicamente e
representativas das suas regiões, também possuem universidades públicas que oferecem
cursos de graduação em Educação Física que têm um grande prestígio social, estando entre
as mais recomendadas, além disso, estão localizadas a diferentes distâncias da referida
capital. Assim, as cidades escolhidas foram Presidente Prudente, Rio Claro, Bauru e
Campinas. Este procedimento possibilitou selecionar 130 instrutores de ginástica e musculação
como amostra para o estudo.

Apresentação e discussão dos resultados

Experiência profissional

Com relação à experiência profissional verificou-se que 47,69% possuem e 52,31% não
possuem registro na carteira de trabalho. Além da situação econômica do país, existe a
proliferação de academias clandestinas e empresários que contratam pessoas sem oferecer
garantias, muitas vezes, essas pessoas não têm qualificação profissional, sendo uma
oportunidade de emprego para elas, dessa forma, aceitam trabalhar sob qualquer condição.
Isso pode ser decorrência da falta de organização profissional atuante que fiscalize as
instituições que prestam esses serviços.

O número de instrutores é crescente até 30 anos e de 30 a 35 anos já há diminuição desse


número. Esses dados indicam a sobre valorização da condição física e aspecto jovial para esse
mercado de trabalho, pois quando o profissional adquire experiência e maior possibilidade de
conhecimentos o número deles é menor. Além disso, em todas as faixas etárias existem
instrutores sem graduação em Educação Física, com exceção da faixa de mais de 40 anos
onde todos eram graduados, sendo a maioria proprietários de academias. Pelos dados
observados parece que a graduação em Educação Física e a experiência profissional não são
primordiais para a atuação profissional nesse mercado de trabalho.

Claro que as pessoas podem se cuidar e ter uma boa condição física em idades mais
avançadas, mas, por uma questão sócio-cultural, existe ênfase exagerada na aparência física,
principalmente no ambiente das academias, que é muito influenciado pela mídia e pelo culto ao
corpo de nossa sociedade (Carvalho, 1995; Courtine, 1995), assim, a competência profissional
não tem sido valorizada. Isso cria um problema muito sério para o profissional de Educação
Física que trabalha nessas instituições, pois se ele se dedicar exclusivamente à esse ramo de
atividade é bem provável que ele ficará desempregado em poucos anos. Coelho Filho (1999),
com base no discurso do profissional de ginástica em academia do Rio de Janeiro, verificou
que a vida útil desse profissional vai aproximadamente até os quarenta anos (com exceção
daqueles que controlam seus processos de envelhecimento). Verificou-se também que a
experiência e competência não garantem prestígio e estabilidade no mercado (e sim a
juventude aliada à competência) e não há ascensão em função da idade, nem garantias
trabalhistas. Assim, esse profissional não tem como vislumbrar uma carreira, pois a profissão é
vista como uma ocupação.

Também foi solicitado o tempo de trabalho dos instrutores. Os resultados mostram que
23,08% tem menos de 2 anos de experiência no trabalho, 36,92% tem de 2 a 5 anos, 27,69%
tem de 6 a 10 anos, apenas 10,77% tem mais de 10 anos e o restante não respondeu. Esses
dados têm relação com a idade e com a valorização exagerada da aparência física jovial, pois
se o instrutor com mais idade, principalmente com mais de 35 anos de idade é o que menos se
encontra nas academias fica muito difícil este conseguir trabalhar por mais de 10 anos, visto
que 21 anos é a idade mínima ideal para o indivíduo começar a trabalhar. Esses dados
mostram um problema para o profissional de Educação Física que se dedica a esse ramo de
atividade, pois se ele não conseguir vencer esta barreira da idade, provavelmente ficará
desempregado.

Preparação profissional

O Nível de escolaridade dos instrutores também foi solicitado em uma das questões.
Verificou-se que 64,62% são graduados em Educação Física, 24,62% tem curso incompleto
em Educação Física e 3,08% tem graduação em fisioterapia, 1,54% em administração de
empresas, 1,54% em odontologia, 1,54% em economia, 1,54% tem somente o segundo grau
completo e 1,54% tem apenas o segundo grau incompleto, ou seja, 35,38% não tem graduação
em Educação Física. Apesar da maioria dos instrutores ser formada em Educação Física, uma
grande parcela não tem essa formação. Esses dados mostram que a qualificação profissional
não é o principal requisito para a contratação de um instrutor de ginástica e/ou musculação.
Isso mostra, até certo ponto, que os proprietários não acreditam que cursar uma faculdade de
Educação Física seja a melhor e mais eficiente forma de preparar o profissional para atuar
como instrutor de ginástica e/ou musculação.

O fato de ter 24,62% destes instrutores ainda cursando Educação Física mostra um sério
problema, porque se não é necessário terminar o curso para atuar nessa área, ou seja, que os
conhecimentos a serem ensinados não são importantes para a atuação do profissional esses
cursos não fazem sentido. Com certeza, se isto acontece não é por falta de profissionais
diplomados. Esse tipo de atitude é inadmissível eticamente e legalmente em outras áreas
profissionais e precisa ser mudada na Educação Física, o que se espera que aconteça com a
regulamentação da profissão.

Foi solicitado aos participantes do estudo que respondessem sobre o fator que mais
contribuiu para a sua capacitação profissional. Entre os fatores considerados mais importantes
cursar Educação Física foi colocado por 64,62% dos instrutores de ginástica e musculação.
Praticar esporte e participação em eventos (cursos, simpósios, congressos, etc) foi colocado
como o mais importante por 10,77% dos instrutores. Leitura de livros, revistas, etc, foi
considerado mais importante por 7,69% dos instrutores e ter atuado como instrutor foi
considerado mais importante por 6,15% dos instrutores. Esses dados mostram que a maioria
dos instrutores acredita que o curso de Educação Física fornece os conhecimentos
necessários para eles atuarem prescrevendo e orientando programas de ginástica e/ou
musculação. Porém, 15,38% dos instrutores graduados em Educação Física consideraram
outros fatores como os mais importantes para sua capacitação e 15,38% dos instrutores, que
ainda estão cursando Educação Física, consideraram que o curso foi o que mais contribuiu
para a sua capacitação profissional. Isso mostra que os cursos de Educação Física devem
rever seus currículos e procedimentos na preparação profissional.

Em uma das questões foi perguntado aos instrutores graduados em Educação Física quais
disciplinas cursadas mais contribuíram na sua preparação profissional. Disciplinas da área de
biodinâmica e saúde foram citadas por todos os instrutores graduados em Educação Física
como as que mais contribuíram na sua preparação profissional, dentro dessa categoria as mais
citadas foram biomecânica (78,57%), anatomia (76,19%), fisiologia geral (66,67%) e fisiologia
do exercício (33,33%).

As disciplinas técnicas (incluindo as de práticas esportivas) foram citadas por 61,90% dos
instrutores graduados em Educação Física, as mais citadas desse grupo foram treinamento
esportivo (42,86%) e medidas e avaliação (23,81%). As disciplinas específicas de ginástica e
musculação foram citadas por 30,95% dos instrutores graduados em Educação Física, as mais
citadas dessa categoria foram ginástica e/ou musculação (23,81%) e atividades em academia
(7,14%). As disciplinas da área de comportamento motor humano foram citadas por apenas
19,04% dos instrutores graduados em Educação Física, as disciplinas citadas foram psicologia
(11,90%), psicologia esportiva (4,76%) e aprendizagem motora (2,38%). As disciplinas menos
citadas foram as da área de estudos sócio-culturais do movimento humano, ou seja, apenas
4,76% dos instrutores graduados em Educação Física, as disciplinas citadas foram
antropologia (2,38%) e sociologia (2,38%). A disciplina de filosofia não foi citada nenhuma vez.

Esses dados mostram a sobrevalorização das ciências biológicas e técnicas em detrimento


das sócio-culturais, filosóficas e comportamentais. Fica claro também que essa valorização
unilateral acaba sendo repassada aos seus alunos. Pela falta de integração teoria e prática nos
currículos, os graduandos se tornam profissionais que não utilizam os conhecimentos, por não
entenderem sua relação com a prática.

As disciplinas específicas de ginástica e musculação obtiveram uma baixa porcentagem.


Esse resultado é importante, pois, pela lógica, estas disciplinas deveriam estar entre as mais
citadas pelos instrutores graduados em Educação Física. Esses dados podem estar
relacionados com o não oferecimento dessas disciplinas pelos cursos superiores de Educação
1
Física ou por essas disciplinas, quando oferecidas, não fornecerem os conhecimentos
suficientes para o graduando atuar como instrutor dessas atividades quando formado.

O questionário permitiu verificar a situação do instrutor antes de ser contratado. Os


resultados mostram que 44,62% estavam cursando Educação Física, 26,15% eram apenas
atletas e/ou praticantes de ginástica e/ou musculação, 10,77% eram atletas e/ou praticantes e
estavam cursando Educação Física e apenas 15,38% já eram graduados em Educação Física.
Esses dados tornam mais crítico o quadro com relação à preparação do profissional que atua
nas academias de ginástica e/ou musculação. Mostrou-se acima que 64,62% dos instrutores
são graduados em Educação Física, mas agora verifica-se que apenas 15,38% desses eram
graduados quando foram contratados. Portanto, o problema da preparação profissional atinge a
grande maioria dos trabalhadores da área. Novamente, percebe-se a falta de valorização do
curso de Educação Física no momento da contratação de um instrutor de ginástica e/ou
musculação.

Julgou-se necessário verificar qual a importância que os instrutores atribuem a alguns


fatores para a atuação profissional. O conhecimento teórico (científico) foi considerado
importante por 98,46% dos instrutores participantes do estudo. O restante não respondeu, ou
seja, quase a totalidade dos participantes consideraram esse conhecimento importante. É
interessante observar que algumas pessoas que são leigas no assunto pensam que a
experiência como praticante ou atleta é suficiente para atuar prescrevendo e orientando
programas de atividade física, porém, todos que responderam à questão admitem a
importância do conhecimento científico para a atuação profissional.

A experiência como atleta ou praticante foi considerada importante por 47,69%, pouco
importante por 43,08% e nada importante por 7,69% dos instrutores, o restante não respondeu.
Apesar da maioria considerar esse fator como pouco ou nada importante para a atuação de um
instrutor de ginástica e/ou musculação, uma grande porcentagem o considera importante. Além
disso, 37,5% dos instrutores que tinham sido atletas ou praticantes de ginástica e/ou
musculação consideraram que essa experiência é pouco importante para a atuação de um
instrutor dessas atividades. Isso vem confirmar que a prática de uma atividade física é diferente
da atuação profissional (prestação de serviço), ou seja, a experiência profissional é adquirida
com o exercício da profissão, onde o profissional reflete antes, durante e após a sua prática,
elaborando seu próprio conhecimento, utilizando tanto as experiências profissionais quanto os
conhecimentos técnicos e científicos (Betti & Betti, 1996; Tani, 1996a). Para atuar de maneira
competente não basta o indivíduo repetir o que ele fez como atleta ou praticante, pelo
contrário, sendo que todos têm uma individualidade tanto biológica quanto psicológica e
cultural, entre outras, para prescrever uma atividade ou exercício físico de forma correta,
segura e eficiente é necessário identificar as necessidades e interesses de cada cliente. Os
cursos superiores de Educação Física que, apesar de enfrentarem sérios problemas desde a
sua origem, existem para isso. Por outro lado, a experiência prática como atleta ou praticante
pode ser considerada importante para a preparação profissional desde que seja acompanhada
do necessário conhecimento técnico-científico para a competência e eficiência profissional.
Segundo Tani (1996b), estudos recentes mostraram que ser um bom executor (ex-atleta, por
exemplo) não prepara uma pessoa para ensinar uma habilidade motora, pois uma habilidade é
aprendida individualmente, ou seja, é subjetiva e para ser ensinada é preciso ser explicada
verbalmente e para isso é necessário dominar teoricamente seus mecanismos e processos.

A boa aparência foi considerada importante por 84,62% dos instrutores, pouco importante
por 10,77%, nada importante por 4,62%. A maioria dos instrutores consideram a boa aparência
importante, isso pode mostrar a influência do culto ao corpo, por outro lado se trajar
adequadamente, cuidar da higiene corporal é muito importante para qualquer profissional. No
caso do instrutor de ginástica e musculação a aparência física (estética) pode servir como
exemplo e motivação para os clientes. Porém, não é necessário que ele seja o corpo padrão
imposto pela mídia. Segundo Pereira (1996), além do instrutor se manter atualizado e
informado, a aparência física deve ser coerente com a atividade que executa, o que determina
o visual é o público alvo e suas expectativas e, apesar de saber que não se deve julgar as
pessoas pela aparência, é preciso cuidar dela para dar credibilidade ao serviço, pois o instrutor
é o centro das atenções, por isso ele deve tomar cuidado com suas atitudes e aparência física.

Um bom condicionamento físico e boa coordenação motora foram considerados importantes


pela maioria dos instrutores (67,69%), pouco importante para 20% e nada importante para
1,54% e o restante (10,77%) não respondeu. O fato da maioria ter considerado esse fator
importante pode estar relacionado com a idéia de que o profissional da atividade física deve ser
um exímio executor da atividade que orienta, ou seja, dominar as técnicas e habilidades da
atividade. Por outro lado, defende-se que é preciso o instrutor praticar atividade física regular e
ter uma boa condição física no que se refere aos aspectos relacionados à saúde, no limite da
sua capacidade e individualidade (idade, genética e limitações) para servir como exemplo. Um
profissional de Educação Física que não pratica atividade física regular estaria propondo ou
defendendo algo que não acredita ou não valoriza.

A facilidade de relacionamento e saber motivar foram considerados importantes por 98,46%


dos instrutores (o restante não respondeu), ou seja, por todos os que responderam. Um bom
relacionamento está diretamente ligado à motivação do cliente. A vida de uma pessoa é
permeada por aspectos externos, que se referem à participação na sociedade e por aspectos
internos, que são os significados dessa participação, estes estão ligados a quanto e como os
valores, metas e aspirações são reforçados ou violados pelo mundo externo. Cada pessoa tem
seus motivos (culturais, sociais, biológicos, psicológicos, etc) intrínsecos para participar de uma
atividade física. Por outro lado, as pessoas podem não fazer uma reflexão suficiente para
perceberem os reais motivos de adesão à prática de uma atividade física, como por exemplo
se influenciarem pelo modismo ou pela mídia (Okuma, 1992). Assim, os instrutores devem
ajudar seus clientes a atingirem seus objetivos da melhor maneira possível, através de um bom
relacionamento, conhecendo, compreendendo e esclarecendo suas motivações, mas para isso
deve respeitar os indivíduos a partir de suas individualidades.

Também julgou-se necessário verificar qual a importância atribuída pelos instrutores aos
grupos de conhecimentos para a atuação profissional. Os conhecimentos de biodinâmica do
movimento humano e treinamento esportivo foram considerados importante por 93,85% dos
instrutores, pouco importante por 4,62% e o restante não respondeu. Esse resultado confirma a
importância da mesma para a atuação do instrutor nas atividades de ginástica e musculação e
a forte influência dessa área de conhecimento no desenvolvimento da Educação Física. Porém,
devem ser utilizados com o auxílio dos demais conhecimentos havendo interação entre eles.

Comportamento motor humano também foi considerado importante pela maioria (92,31%)
dos instrutores, apenas 6,15% o consideraram pouco importante e o restante não respondeu.
Apesar desse tipo de conhecimento ter sido muito valorizado, segundo Darido (1994) os
conhecimentos de aprendizagem motora não têm servido como guias para a atuação
profissional. Isso mostra a necessidade urgente da abordagem mais completa desse tipo de
conhecimento nos currículos de ensino superior em Educação Física, pois os profissionais
acreditam na importância desses conhecimentos para a sua atuação.

Os conhecimentos dos aspectos sócio-culturais do movimento humano foram considerados


importantes por apenas 35,38% dos instrutores, a maioria (58,46%) considerou esse tipo de
conhecimento pouco importante, 4,62% considerou nada importante e o restante não
respondeu. Novamente percebe-se a desvalorização desse tipo de conhecimento. Na corrente
positivista que influenciou a área, a ênfase era para a técnica, o racional e o operacional,
ficando o homem a segundo plano. Hoje ainda se verifica essa influência, pois em uma área
como a atividade física, particularmente nas academias de ginástica e musculação a técnica é
ainda muito valorizada. As pessoas procuram as academias por vários motivos além do
condicionamento físico como fuga do stress, convívio social e saúde que hoje é entendida
como o bem-estar físico, mental, social, espiritual, cultural, etc. A mídia e o consumismo
também têm fortes influências na decisão de se procurar uma academia. Assim, a reflexão
filosófica e os conhecimentos sócio-culturais deveriam ter a mesma importância dos demais
conhecimentos, pois os profissionais devem estar conscientes do seu papel na sociedade e da
sua influência na decisão de muitas pessoas em praticar atividades físicas.

Atualização profissional

Em uma outra questão verificou-se qual a importância que os instrutores atribuíam às formas
de adquirir os conhecimentos necessários para atuar profissionalmente. Trabalhar sob a
orientação de um instrutor mais experiente foi considerado importante por 76,92% dos
instrutores, pouco importante por 12,31%, nada importante por 9,23% e o restante não
respondeu. Com certeza, a orientação de um profissional mais experiente é fundamental para a
preparação profissional de uma pessoa. Pois esse profissional mais experiente poderá acelerar
o processo da busca e aquisição de conhecimentos através de suas orientações. Porém, o
orientando tem que ter a capacidade de selecionar e refletir sobre os conhecimentos
transmitidos analisando se estas informações são fidedignas. Este resultado deixa claro a
importância dos estágios profissionalizantes nos cursos de Educação Física. A leitura de livros,
revistas e artigos sobre ginástica/musculação foi considerado importante por 90,77% dos
instrutores, pouco importante por 6,15% e o restante não respondeu. Sem dúvidas, a leitura é
uma das mais eficientes formas de adquirir conhecimentos. Porém, deve existir um guia para
se saber quais e onde buscar as fontes certas, além disso, particularmente no caso da área de
Educação Física é necessário que se amplie a publicação de revistas que tratem de temas
profissionais. Assim, é necessário que os profissionais sejam assinantes dessas publicações.

Fazer estágios foi considerado importante por 83,08% dos instrutores, pouco importante por
12,31%, nada importante por 1,54% e o restante não respondeu. O estágio é o momento de
testes do conhecimento adquirido. Porém, deve ser orientado por um especialista no assunto,
pois como o orientando ainda não tem domínio do conhecimento o especialista estará alerta
para esclarecimentos sobre as formas de atuação e possíveis falhas. É um erro comumente
cometido pelas academias colocar um graduando em Educação Física para trabalhar como
instrutor sem a supervisão de um especialista e chamar isso de estágio. Na verdade, isso é
negligência e má intenção do proprietário que se aproveita da situação do graduando, que
busca experiência no mercado de trabalho e é usado como mão-de-obra barata. Espera-se que
essa situação se modifique com a regulamentação da profissão.

A participação em eventos (cursos, simpósios, congressos, etc) foi considerado importante


por 84,62% dos instrutores, pouco importante por 10,77%, nada importante por 1,54% e o
restante não respondeu. Realmente, os eventos científicos também são uma importante forma
de adquirir conhecimentos. Contudo, o profissional precisa saber selecionar os que tem
objetivos verdadeiros de transmissão e troca de conhecimentos e experiências.

Ter sido atleta ou praticante de ginástica/musculação foi considerado importante por apenas
40% dos instrutores, pouco importante por 46,15%, nada importante por 10,77% e o restante
não respondeu. Observa-se que a maioria (56,92%) considerou que ter sido atleta ou
praticante era pouco ou nada importante para adquirir conhecimentos para atuar como instrutor
de ginástica/musculação.

Como aconteceu na questão que perguntava sobre a importância da experiência anterior


como atleta ou praticante para a atuação de um instrutor de ginástica ou musculação, aqui
também 37,5% dos instrutores que tinham sido atletas ou praticantes de ginástica e/ou
musculação consideraram que essa experiência é pouco importante para adquirir os
conhecimentos necessários para atuar como instrutores dessas atividades. Fica claro
novamente que praticar uma atividade física é diferente de atuar prescrevendo e orientando
exercícios. Praticar uma atividade física mesmo com orientação adequada não garante a
aquisição de conhecimentos necessários para prescrever e orientar atividades físicas.

Ser graduado em Educação Física foi considerado importante para adquirir conhecimentos
por 89,23% dos instrutores de ginástica e/ou musculação, pouco importante por 6,15%, nada
importante por 1,54% e o restante não respondeu. Portanto, a grande maioria considerou
importante a graduação em Educação Física para adquirir os conhecimentos necessários para
atuar como instrutor de ginástica e/ou musculação inclusive a grande maioria dos não
graduados (com exceção de 14,28%) e dos graduandos em Educação Física (com exceção de
9,38%). Apesar de apenas 2,38% dos instrutores graduados e 9,38% dos graduandos em
Educação Física considerarem o curso pouco importante para a aquisição de conhecimentos
necessários para uma pessoa atuar prescrevendo e orientando exercícios de ginástica e/ou
musculação em academias isso serve de alerta para as instituições de ensino superior, pois
esses números poderiam ter sido muito maiores, porque segundo a análise dos currículos
simultaneamente realizada, a maioria das instituições de ensino superior não está dando a
devida atenção para esse ramo de atividade.

Diante dos aspectos analisados, verifica-se, por parte dos instrutores (graduados ou não)
uma valorização do curso superior de Educação Física para a aquisição de conhecimentos
necessários para uma pessoa atuar como instrutor de ginástica e/ou musculação em
academias. O que falta é uma preocupação maior das instituições com uma preparação
profissional adequada e uma ênfase maior para esse ramo de atividade física.

Também foi perguntado aos instrutores qual o nível de capacitação que eles próprios
julgavam possuir para assumir suas funções. Em todas os itens dessa questão 9,23% dos
instrutores não responderam. Um total de 75,38% dos instrutores consideraram-se preparados
para assumir a responsabilidade de realizar o diagnóstico anterior à elaboração de um
programa de ginástica ou musculação, 15,38% consideraram-se pouco preparados e o restante
não respondeu.

Com relação à elaboração de um programa de ginástica ou musculação 80% dos instrutores


consideraram-se preparados para assumir essa responsabilidade; 10,77% se consideraram
pouco preparados e o restante não respondeu.

A maioria dos instrutores (83,08%) considerou-se preparado para assumir a


responsabilidade de orientar sobre a forma correta, eficiente e segura de executar exercícios
de ginástica ou musculação; 7,69% consideraram-se pouco preparados e o restante não
respondeu.

Para atuar como instrutor de ginástica e/ou musculação 83,08% consideraram-se


preparados, 7,69% consideraram-se pouco preparados e o restante não respondeu.

Apesar da maioria dos instrutores julgar-se preparada para as funções deve-se considerar a
tendência da pessoa em não se auto avaliar negativamente. Assim, verificou-se que 12,96%
dos indivíduos que se consideraram preparados para atuar como instrutor, na verdade não o
estão, porque em pelo menos um dos outros itens consideraram-se pouco preparados, ou seja,
o instrutor deve estar preparado para assumir todas as funções e não esta ou aquela. Dessa
forma, incluindo esses indivíduos aos que se consideraram pouco preparados para atuar como
instrutor tem-se uma porcentagem de 18,46% (ao invés de 7,69%) dos que se consideram
pouco preparados para atuar e 72,31% (ao invés de 83,08%) que se consideram preparados.

A atualização é fundamental na profissão. Assim, perguntou-se aos instrutores quais as


atividades que realizam para se atualizarem profissionalmente. Verificou-se que 86,15%
participam de eventos como simpósios, cursos, congressos, palestras e convenções para se
atualizarem; 55,38% lêem livros, revistas e artigos científicos da área; 24,62% utilizam a troca
de experiências através de reuniões e discussões com outros profissionais; 15,38% cursam
pós-graduação; 6,15% dizem que se atualizam praticando ginástica ou musculação; 4,62%
dizem que se atualizam através da televisão e através de estágio em outras academias; 3,08%
dizem que se atualizam treinando em academias maiores; 1,54% dizem que se atualizam
assistindo fitas de vídeo sobre ginástica ou musculação, através da resposta ou reação
(feedback) dos clientes e procurando conhecer novos aparelhos e exercícios.

O conhecimento necessário ao profissional de Educação Física tem sido constantemente


transformado. As Instituições de Ensino Superior devem preparar um profissional competente
para a atuação profissional. Também devem prepará-los para buscar a atualização que
necessitam para seu desenvolvimento. A preparação profissional deve ser um processo de
constante aprendizado, pois com a possibilidade do conhecimento se tornar ultrapassado e
superado, desaparece a formação profissional completa e acabada (Barros, 2000).

Lawson (1984) explica que se os programas de preparação profissional forem planejados


exclusivamente para acompanhar a prática atual, então o resultado será muito treinamento e
pouca educação. Tais programas devem preparar as pessoas para as mudanças futuras, ou
seja, educar. Treinamento e educação são relacionados e compatíveis, mas diferentes e um
programa de preparação profissional deve conter ambos.

Os profissionais e futuros profissionais de Educação Física devem desenvolver uma atitude


científica (analisar criticamente os conhecimentos produzidos), entender a natureza dinâmica
do conhecimento e a necessidade de uma constante atualização, para garantir o futuro
desenvolvimento profissional.

Entende-se que treinar em academias maiores ou apenas praticar as atividades de ginástica


e musculação não são as melhores formas de atualização dos conhecimentos profissionais,
pois a simples prática de atividade física não fornece conhecimentos para a atuação
profissional e é diferente da prática profissional que exige conhecimentos específicos para a
prescrição e orientação de exercícios físicos. O feedback ou resposta dos clientes não é uma
forma de atualização e sim um meio de verificar se o programa ou a metodologia de trabalho
está adequada aos objetivos, permitindo uma reestruturação dos planos.

A questão salarial também foi abordada no questionário. Foi solicitado aos instrutores a sua
satisfação com relação ao salário. Os níveis considerados foram satisfeito, pouco satisfeito e
nada satisfeito. A maioria dos instrutores (56,92%) estava pouco satisfeita com o salário, 20%
estavam nada satisfeitos, apenas 20% estavam satisfeitos e o restante não respondeu (3,08%).
Ou seja, 76,92% dos instrutores estavam pouco ou nada satisfeitos com o salário. Esse
resultado tem relação com o fato de até recentemente não existir exigência de qualificação
profissional para os instrutores de academias, fazendo com que os graduados em Educação
Física tenham que disputar mercado com os não graduados ou graduandos, que aceitam
qualquer salário por não terem qualificação ou com o pretexto de estágio. Isso faz com que os
graduados tenham que se submeter a um salário menor para não perderem espaço. Por outro
lado, não podemos descartar os problemas econômicos do país que muitas vezes impedem
uma maior remuneração por parte dos empresários.

Considerações finais

Pela análise dos dados coletados verifica-se que, na opinião dos instrutores das academias
de ginástica e musculação participantes deste estudo, existe uma especificidade nas funções
que desempenham nas academias, portanto exigindo uma preparação específica que é obtida
com o domínio de conhecimentos científicos e técnicos que dão suporte à ação de prescrição e
orientação das atividades de ginástica e musculação. Porém, a situação dos recursos humanos
dessas instituições é precária. Isto porque a maioria deles não tem contrato de trabalho, além
de estar pouco satisfeita com o salário; os graduados em Educação Física disputam mercado
com não graduados, já que até o momento da coleta de dados não existia controle sobre esse
trabalho; a maioria dos instrutores não era graduada em Educação Física, quando da sua
contratação; além da graduação em Educação Física, a experiência profissional também não é
valorizada, pois existem poucos instrutores com mais de 40 anos de idade e a maioria tem
menos de 5 anos de serviço. Além disso, não valorizam os conhecimentos comportamentais e
sócio-culturais para a sua atuação profissional.

Entende-se como negativo e preocupante o fato de alguns instrutores graduados em


Educação Física considerarem a prática de esportes e/ou atividades físicas mais importante
para a capacitação profissional do que a graduação.

Também é preocupante a constatação de alguns instrutores se julgarem pouco preparados


para assumirem determinadas funções ou atuarem profissionalmente, pois demonstram ter
consciência da sua falta de competência profissional e mesmo assim continuam no mercado de
trabalho.

Além disso, alguns instrutores consideram a simples prática das atividades de ginástica ou
musculação e as respostas (feedback) dos alunos como formas de atualização. Isso mostra a
falta de consciência de quais são os conhecimentos necessários para a sua prática
profissional.

Os serviços prestados pelas academias de ginástica e musculação são especializados e


exigem recursos humanos devidamente preparados para que elas cumpram o seu papel social.
Porém, existem muitos problemas como a preparação profissional inadequada e a contratação
de profissionais despreparados.

Espera-se que com a regulamentação da profissão muitos desses problemas sejam


solucionados ou minimizados, através da fiscalização das atividades do profissional de
Educação Física e de uma preparação profissional mais competente e adequada ao mercado
de trabalho.
Contudo, a sociedade concede a uma profissão o devido respeito e valorização apenas
quando existe um bom e autêntico relacionamento com ela, baseado na importância e
qualidade dos serviços prestados. Além disso, os profissionais de Educação Física que atuam
nas academias de ginástica e musculação precisam refletir sobre a sua prática, entendendo
que, na sociedade atual essa atividade é importante nos diversos aspectos da vida do ser
humano.

Sabe-se que a regulamentação da profissão, por si só, não é suficiente para seu
reconhecimento e valorização. É muito mais importante e necessário a competência e
capacitação profissional e essa competência só será completa se estiver embasada em um
corpo de conhecimentos científico e técnico que dê suporte à prática do profissional de
Educação Física que atua nas academias de ginástica e musculação. Para conseguir esse
status os educadores físicos devem ser capazes de oferecer serviços confiáveis e de qualidade
e ter uma nova postura ética e profissional, que leve à transformações políticas e econômicas
(Barros, 2000).

Espera-se que os estudiosos da área, as Instituições de Ensino Superior e os profissionais


conformem suas ações no sentido do aprimoramento e valorização dos importantes serviços
prestados pelas academias de ginástica e musculação. As IES devem se preocupar cada vez
mais com o perfil profissional desejado e direcionar o currículo para esse perfil. Propõe-se um
estudo para verificar os resultados da fiscalização dos conselhos regionais e federal no perfil
dos profissionais das academias de ginástica e musculação.

Nota

1. Conferir a dissertação de Mestrado de ANTUNES, A.C. Academias de ginástica e


Musculação: preparação de recursos humanos. Rio Claro: UNESP, 2000.

Referências bibliográficas

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