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Cartilha d

Ditado pelo E:
CASIMIRO
nad a
OaA a qa - =
a aisagens queo ú
s se veds repletas deTig
aún

trabalho valioso do poeta. cristão dispen E]


á considerações.
nda, Pois, GO, leitor amigo, não temos
tivo senão lembrar afazendapreciosa
tra em nossas mãos. /
o brilhoestelar.38
os. E à Terra, começan Tuga+camposda, fazenda
cord equo tres de rr e animo E"horade trabalhar.
i amiuhotado,
ne us
Odever chamaaosServiços
Daluta risonha e sã,
“de um Boropara receber Na divina voz das aves
a meditou numhorto,
na partiu em Quecantam pela manhã.
e um lenho rispido e — RR
a “mim, ja ; fc A tarefaatinge a todos
mos semelhantes ensinose recebamos
Siada “Nosroçados, no paiol,
aDoRen não comoo filho pródigo que
baratouos bens, mascomo filhosprevidentes Tudo expressa movimento
que: im aprender sempre, enriquecendo-se qe Precedendo aluz do sol.
ouros imortais,

Pedro Leopoldo, 20 de Maio de 1943. Ali, corta-se, acolá


Dispõe-se de novo a leira,
EMMANUEL
Aqui, combate-se os vermes
Que atacam a sementeira.
Ninguém pára. Todos lutam.
Há cantares da moenda,.
Contando a história do açúcar.
Nos caminhos da, fazenda.
trtantoseo Cogtaha
p. so, calma e sono,
“Em uea propriedade
Vive em trevas do abandono.

Serpentes invadem campos,


Hácipó destruidor, odiaé o bom companheiro |
Omatochega às janelas, * Que,enquanto asombra seesvai,
Procurando.o lavrador. Cada manhã, abreas. ae
Das bêncãos de NossoPai..
Enquanto a.enxada EsennEa
Esquecida e enferrujada, Haja guerras entre os homens
Acasa desprotegida De sentimentos mesquinhos,
Prossegue na derrocada. O diachega espalhando
Luz evida nos caminhos.
Quem não vê na experiência
Tão simples, tão conhecida, Começa o rumor amigo
A zona particular Da enxada, .dosbois, do malho:
Nos quadros da Cato vida? E' acasa de Deus vibrando
1 Em cânticos de trabalho.
*

Generoso, claro e alegre


Rico oupobre, fracoou forte, Vem do céu e atento a isso,
“Nãote entregues à inação, Fornece a todos o ensejo
Quea vida éa fazenda augusta Do espírito de serviço.
Guardada natua mão.
Que vale um dia? Interroga
Quem não sabe ter vontade;
Mas, cadadia é caminho
Na esfera da eternidade.
— TQuem não saiba aproveitálo,
TdiEntregue à preguiça vã,
Cria espinhos escabrosos
Para a estrada de amanhã.

O dia é o mestre doesforço,


Que, comcarinho e com arte,
Atende bondoso a tudo, | etahumor.de: escol,
Trabalhando em toda a parte. E Nãodeixes deponderar
No enforço daluz dosol.
Feliz quem lhe segue arota
Desde a luz do amanhecer, Contra osmalesdo caminho,
Fazendo quanto possível Contra a doençae atristeza,
Nos quadrosdo seu dever. Convéma.observação
Das forças da Natureza.
Ai da preguiça que dorme,
Que seesconde de mansinho! Esse sol bondosoe eniéa
Deixemo-la sepultada | Que brilha através do abis
Nas penumbras do caminho. E' bema fonte amorosa
Do trabalho e do otimismo,
*
Nãovacila em seus deveres,
Se queres felicidade "Tudo chama ao seu calor,
Em paz esabedoria, - Derrama por toda a parte.
Evita as indecisões, | Os raios de vivo amor.
Trabalha, seguindo odia!
Há ruínas entre os homens,
Guerra e sombra entre os ateus?
Acima de tudo, entende
O bem do serviço a Deus.
Milênios sobre milênio EST ta
E amando os lares e os ninhos,
Vem o sol diáriamente
Dar vidanova aos caminhos.

Jamais se desesperou
Ante os pântanos docaos,
Abraçandoo! mundo inteiro,
. Numina bons e maus.
Omovimento de alerta. “a
A
Aquecendoà casanobre
Da metrópole mais. bela, asseioo proveitoso
É ooagsci
E Eal
Nãoesquecea folha tenra Que começa com presteza, : 1d :
jeto SUAFORENSE Ebepulsa ndo o pó de ontem
Nos serviços da limpeza.
A
A
Brilha em tudo para todos, R : PU e
Sem privilégio a ninguém, A vassoura range, rar VEM
Encontrando ohomem do mal No patinianlá sosodio,*
Sem desprezar coisa alguma
“A
SR pe
Só sabe fazer-lhe o bem.
; Na expressão do seu trabalho. ) cm
Sa
Vêm escovas cuidadosas
Esse sol amigo e farto, Ao lado de espanadores
Que revigora e ilumina, E renova-se a paisagem
Retrata em toda a expressão Dos quadros interiores.
A Providência Divina.
A água cariciosa :
Que se mistura ao sabão,
Carreia o lixo, a excrescência,
Enchebaldes, lava o chão.
“Ea“os TES desafogados
" Mostramordem nas fileiras,
Convidando ao pensamento
Do cimo das prateleiras,
O Lixo
Os móveis descansam calmos,
De novo brilha o verniz. Cada dia, aresidência
Toda a casa fica leve, Quea higiene ensine e ajude,
Mais confortada e feliz. Lançafora todo o lixo
Na defesadasaúde.
A limpeza efetuada E
E' novo impulso à energia, ' Grandes cestos, grandes latas,
Multiplicando as estradas Guardando detrito escuro,
De esforço e sabedoria. Enchem grandes carrocadas
Que seguem para o monturo.
A faxina, qual se chama,
Na linguagem da caserna, Contemplando o movimento,
Tem seu símbolo profundo Lembremos que a sujidade,
Nos campos de vida eterna. Muita vez foi qualquer coisa
Em plano de utilidade.
*

Roupa usada, vestes rotas,


Muita gente sofre e chora, Velhas peças carunchosas,
Na dor e na inquietação, Em outros tempos já foram
Por nunca fazer faxina Queridas e preciosas.
Nas salas do coração.
Ornatos apodrecidos, .
Tristes lâmpadas sem lume,
Conheceram muitas vezes
Festa e luz, vida e perfume.
f A, cantados agora,
o lixo que não convém,
Escuro e pernicioso,
Contrário à saúde e ao bem.

Para ele, em todo o mundo,


A casa nobre e educada Na viagem rudee longa
Reserva, cada manhã, Em. régião solitária,
A bênção da vassourada, Atodos osviajores
Abússola é necessária,
;
Se não tem função de esterco,
Junto à terra menosrica, Quando ajornada é difícil,
Vai ao fogo generoso, “Aquele quea tem, de perto,
Que renova e purifica. Vai seguindo confortado
Na bênção do rumocerto.
Na esfera de ensinamento
Da verdade sempre igual, Soprem ventos formidandos
O lixo personifica E a sombra prometa a morte,
A estranha expressão do mal. A bússola honesta e firme
Não perde a visão do Norte.
we
Muita vez, em mar revolto,
Escuta! se o bem de ontem Nas zonas desconhecidas,
Hoje é mal e sofrimento, Atende, silenciosa,
Não deixes de procurar Dando fé, salvando vidas.
Os cestos do esquecimento.
Tudo angústia da borrasca
E trevas de nevoeiro,
Mas a bússola responde
Aos olhos do timoneiro.
Rooutras Eroa To?deserto
Se palpita a inquietação,
Traduz generosamente
o conforto e a direção.

Em meio a vacilações,
Significa o resumo Nos serviços necessários
De grandes consolações A qualquer expedi:
A quem ame o próprio rumo. O mapa é bondoso guia, |
Servindoà orientação.
Tanto em água revoltada,
Como em areia, em espinho, E' sempre omentor fiel,
A bússola generosa Evitando o erro, a fossa,
Jamais esconde o caminho. E' aforça da experiência
Que passou antes da nossa.
Nas rudes experiências
Da romagemterrenal, Por obter-lhe o concurso,
Não sepode prescindir Houve lágrimas, suor,
Do rumo espiritual. Sofrimentos, sacrifícios,
Misérias, ruínas, dor.
a

Por traçá-lo, muitas almas


Se caminhas neste mundo, Gemeram desconhecidas...
Sejas moço, sejas velho, Certos mapas representam
Não esqueças, meu amigo, Muitas mortes, muitas vidas.
A bússola do Evangelho.
O espírito estacionário,
Paralítico, inferior,
Embora lhe guarde o ensino,
Dx eonneo he. o valor.

A : /

al Ea" E Sd eta
O ENS a ih NE ES Qui did dd: sete de
Masaquele que aproveita
Oensejo de cada dia,
Consulta e atende ao roteiro
Em paz e sabedoria.
Os Caminhos
Sabendo-se viajor
O caminho mais humilde,
Nos caminhos da existência,
A carta de indicações Seja navila ouna serra,
Dirige-lhe a experiência.
E" convite carinhoso
Que o Paitraçou sobre a Terra.
Estudando-a, com razão, Qualquer estrada do mundo
Vê-se intrépido e seguro,
E' sugestão debondade,
Quem vigia no presente
Por trazer às criaturas
Tem reservas no futuro.
Os bens da fraternidade.

No Mapa dos Corações,


E' a chave silenciosa
Jamais esqueçamos disto: Das mais belas ligações,
O roteiro do Evangelho
Que aproxima os interesses
Custou muito esforço ao Cristo. No elo dos corações.
e
A avenida na cidade, |
Em luz quente, clara e viva,
Sigamo-Lo com carinho
E" chamamento maisforte
Em nossa oportunidade.
Estamos a percorrer
Para a união coletiva.
As sendas da eternidade.
Se o caminho é do trabalho
No labor do ganha-pão,
Wotrilho amado e bendito
É De muita satisfação.
o

- E] à a
gás : io 6,
À
a
tdi O
dos ot nd ca! ce
Se à traco Pude e aba
Aberto no campo emflor,
Abre acesso à Natureza —
A eterna mestra do amor.
A Ferramenta
Hácaminhos para o templo,
Para o lar, para a oficina, O êxito no trabalho,
Todos eles sãorecursos Com que o homemse apresenta,
Da Providência Divina. Depende davigilância
Que se deve à ferramenta,
Aexcelsa sabedoria
Jamais esqueceu ninguém, A enxada laboriosa,
Dispondo todas as sendas Que coopera e não se cansa,
Para a luz e para o bem. Pedezelo no serviço,
Para agir com segurança.
Sômente o homem da Terra,
“Na ambição negra e fatal, A agulha por ministrar
“ Abusados dons do Céu, Benefícios e atenções,
Caminhando para o mal. Não dispensa tratamentos,
Desvelos e condições.
*
Nos trabalhos do tecido,
Ditoso quem reconheça lim tudo que atinja o assunto,

chéri SPPao
Em todaestradaumaluz,

di
O tear pede harmonia

Aa
Quem conduz à claridade Nas peçus do seu conjunto.

l
DôCaminho, que é Jesus.

USP É
ora sos hismtde,

e:
tos
“Nocírculodastarefas,
Da mais simples à maior,
Descuidada a ferramenta,
Tudo vai pelo pior.
O Carro
Sem isto, qualquer serviço |
Inclina-se à negação Nos problemas de viagem
E tende com rapidez Por vencerqualquer distância,
As sombras da confusão. Todo carrorequisita
Esforços devigilância. .
Instrumento corrompido
Marca início de insucesso. Antes de tudo, atendendo
Sem lutas de vigilância, Às lições da Natureza,
Não há bênçãos de progresso. Nãose podeprescindir
Dos detalhes da limpeza.
O problema do utensílio,
E' tão belo quão profundo... O carro é prestigioso,
Lembra sempre que teu corpo Mas, ao longo das estradas,
Atende essa lei no mundo. Pede amparo da prudência,
Nos serviços, nas paradas.
e

Aqui, reclama remendo,


Viveres de corpoao léu, Mais além um parafuso,
Estranho aos cuidadosteus, Todo o zelo é necessário
E' injúria feita ao trabalho, Preservando-se do abuso.
Menosprezo aos dons de Deus.
De quando em quando, é preciso
Examecalmo e acurado,
Cada peça solicita |
Carinho, atenção, cuidado.
d 2?
ts, À
) e
a LR TES leat o é ia) Ai
GR Snsa) mtSt
Ferramentas, graxa e óleo
Requisitam provisões;
Somente o bem da reserva
Remedeia inquietações.
O Fio
Sem isto, qualquer jornada
Vale por louca aventura, Nos movimentos da agulha, ' E
Que termina comumente Nas tarefas do tear, TA
No desastre da loucura. O fio é muito importante
Na base de todo lar.
À o ea
O carro mais reforçado,
À desídia do cocheiro, Pouca gente lhe observa. :
Abandona o rumo certo, Os valores, vida em fora; AA
Resvala ao despenhadeiro. Na verdade, é companheiro
Nas lutas de cada hora,
No mundo assim também é:
O homem, na humanidade, Humilde, tênue, singelo,
E' o viajor demandando Às vezes quase impalpável,
As luzes da eternidade. Para o pobre, para o rico,
E' matéria indispensável.

Existe em padrões diversos,


A experiência é a viagem, No algodão, em seda, em lã,
O carro é teu organismo: E entre as dádivas do mundo
Quem descuide o próprio corpo E' sublime talismã.
Precipita-se no abismo.
E' bênção do amor de Deus,
Que acompanha a criatura
Nos campos do mundo inteiro,
Desde o berço à sepultura.

he
A Semente

Nosquadrosvivosda roça,
E' página aberta aos homens,
Mostrandolição divina. | “os
Éminúscula, e sômente |
A luz de grandeatenção
Pode ser reconhecida.
No campo deplantação.

Observando-o,recordo |
, Quanto pesa? quase nada:
As glórias efins supremos Coisa muito inferior,
Do tempo queé luz divina, - Calcada aos pés, sem cuidado,
“Nesteinstante quevivemos Naslutas do lavrador. y
x
No entanto, grãozinho humilde,
lde, Que pouca gente repara,
O segundo é gota humi Tem tarefas e caminhos,
.
O século é vasto TO.. Lições de beleza rara.
nto
Vive em Deus cada mome
fio.
Que o minuto é nosso Humilde, pequena e pobre, -
Abandonada ao monturo,
A semente é a garantia
Do edifício do futuro.

A , Moita CSM NA
a aJiupio did Ra to AM
Es
E vasto e E E
Vai ser árvore, celeiro,
Remédio, alimentação.
OCajado
Mas é justo ponderar,
Ao senso dacriatura, Quem faça viagem longa, teca
E Que a espécie deprodução Se é prudente e ponderado, sa
Responde à CA Jamais podeprescindir Ea
Do concurso de um cajado. “A
Laranjeira dá ça
Macieira dá maçã, Conduzir armadefogo
Planta. rude do espinheiro Ultrapassa a obrigação,
E' mais espinho amanhã. Evite-se a qualquer preço
A morte e a destruição.
As sementes ignoradas,
Da roça desconhecida, Entretanto, é indispensável,
São iguais às bagatelas Nas surpresas do caminho,
Do quadro de nossa vida. , Que se guarde alguma coisa
Contra a pedra, contra o espinho.
e

O bordão é companheiro,
a Não se aflige, não seassusta:
Uma palavra, um conselho,
Um gesto, uma vibração, à ' Permanece na defesa
Vão crescer e produzir Do esforço da causa justa.
Conforme nossa intenção.
Pode agir sem destruir,
Cede apoio com proveito,
Prestativo, atencioso,
Infundecalmae respeito.
Desvia o curso à serpente,
Traça rotas, vence o mato,
Em todas as latitudes,
O bordão é herói no tato.
A Terra e o Lavrador p
Sonda o leito do caminho,
Pratica a verdadee obem, Nos quadros da Natureza, = A

Informa como ninguém. AR São personagens sublimes a


“208 Do livro do Pai de Amor. <a
Com seu auxílio épossível
Prosseguir ecaminhar, A terra maisseca e dura
O próprio cego dos olhos Conserva, no coração,
Não precisa estacionar. As bênçãos da Luz Divina
Que fornece o nosso pão.
Reparando-se, porém,
No ensino a que o quadro alude, E o lavrador é o amado,
A jornada é nossa vida, A mão simples, meiga e boa,
O bordão, nossa atitude, Que regenera e semeia, |
Que cultiva e aperfeiçoa.
*

Pesados desbravamentos,
Segue honesto, a passo firme, Arado rude a ferir...
De espírito sossegado, Humilde, dilacerada,
Não sofras pelo dinheiro, Toca a terra a produzir.
Mas conserva o teu cajado.
Quanto mais a enxada vibre
No sulco forte e profundo,
Mais a flor promete fruto,
Mais o celeiro é fecundo.

Eu go Re QD,
rs
I

Muitavez, o soloagreste
E' lama desamparada,
Mas a mão do lavrador
Traz a vida renovada.
A Construção
Onde queimava o deserto
O homem sensato e nobre,
E o calor não tinha fim,
Brincam asas buliçosas, Quando faz a moradia,
Cantam flores dejardim. Tomaalvitres à prudência,
Conselho à sabedoria.
Quem não viu da própriaestrada
Primeiramente examina
O esforço do lavrador
E a terra aberta em feridas. O local, a posição,
E edifica osalicerces
Dando a riqueza interior?
Devidos à construção.
Assim, no mundo, a alma pobre,
Não se cansa de escutar
Inda vil, inda assassina,
Oculta a fagulha excelsa
As vozes da sensatez,
Que sugerem vigilância
Da Consciência Divina.
E induzem à solidez,
*
Muitoantes da parede,
Da janela, do portal,
E a dor, nossa grande amiga,
Reflete fazendo contas
Na terra do coração,
E' o lavrador bem-amado E escolhe o material.
Da vida e da perfeição.
Raciocina por si mesmo,
Não perde ponderações,
E estuda todo problema
Das suas aquisições.
Nãose atira a preço baixo,
De matéria condenada;
A sucata não lhe serve,
Nem madeira carunchada.
O Milharal
Acima de toda ideia,
Vibra a ideia de seu lar. O milharal nos parece,
Seleciona a caráter “Do caminho queo sol doura,
Cada coisa emseu lugar. Uma esperança deDeus
Sobre as bênçãos da lavoura.
Impõe-se nos seus desejos,
Sereno, prudente, ativo; Além disso, representa
O sensoda qualidade Uma elevadaoficina, Y M
Garante-lhe o objetivo. Danobre lei do trabalho NR
Que o Pai de Amor nos ensina. 4a
Esse homem previdente AR
Dálições a cada qual, Deus dá tudo: a terra, o ar, (a SM
Na construção do edifício As chuvas e os instrumentos, “TA
Da vida espiritual. . Indicando o tempo próprio | voa
Com a força dos elementos. [aa A
” Ro +,
” *
| Manda o homem, que é seu filho, ra
Escolhe teus pensamentos Cuidar da terra que é sua BRR!
No dever que te governa. E esse filho convocado | e
Ideias, palavras, atos, Guia o traço da charrua. RR
Constroem-te a casa eterna. | “AR
Germina a semente amiga, a.
Mas até quedê seus frutos, |,
Exige muitos cuidados, CAR
Constantes e absolutos. 2
VoLaa
; eE
gi qutação Ge E oa E
Emseguida, o céu concede
A espiga amada e perfeita,
Pedindo as dedicações
Nas tarefas da colheita.
A Plantação
6 Vem logo a descascadura,
o Depois o debulhador, E” muito grande o trabalho,
E o moinho em movimento Enorme a preparação,
e Nas lides do lavrador. Na terra que se destina
Às fainas da plantação.
Somente agora o celeiro
Guarda as forças do bom grão, E' preciso desprezar
A esperança carinhosa - Certas plantas, certas flores
Davéspera deseu pão. Retirar os espinheiros
E arbustos inferiores.
E' um ensino generoso
Que a leira de milho encerra, Depois da foice aguçada,
Um quadro de exemplo amigo, Que opera o desbravamento,
Das lutas de toda a Terra. ) Vêm, a golpes de enxadão,
Limpeza e destocamento.
*

No corpo da terra nua,


Deus palpita em toda aparte, Em lutas laboriosas,
Nada faz ou cria a esmo, Hãfrondes e flores murchas,
Mas pede em tudo a seu filho Cicatrizes escabrosas.
A elevação de si mesmo. gs
Logo após, o arado amigo,
Cuidadoso, traça a leira,
“ompletando atividades,
Devidas à sementeira.
O solo dilacerado
Dá conta do esforço ingente,

DOTEATA
> | de
A terra aberta e ferida
E' o berço justo à semente.
O Campo e o Jardim
A zona que se consagra,

E
As tarefas decultura, - RR Nas lutas de cada dia,
Fornece lições diversas Nas estradas da existência, Toda
Ao campo da criatura. Lembra que o campo e o jardim usa
São pontos de referência. . e.
e Muita gente julga, a esmo,
E7 Que as lutas da educação Um é a esfera de trabalho “aa
Se resumem a teoria, Que fica estranha ao teu lar, AEEa
Discurso e doutrinação. O outro é a intimidade “ARA
Da vida particular.
E, Mas o problema é bem outro:
Não se dispensa a harmonia No primeiro é a mão de Deus
Entre ação e ensinamento, Que decide com grandeza,
Nos quadros decada dia. Na harmonia ineserutável
Das forças da Natureza.
*
No segundo é a criatura,
Dores, lutas, sofrimentos, Que, usando elementos seus,
São bênçãos de formação Ganha a vida, usufruindo
Da Divina Sementeira Os opimos bens de Deus.
Nas zonas do coração.
O campo eterno, infinito,
Vai de um mundo a outros mundos,
E' a vibração do universo,
Em seus problemas profundos.
O jardim é a casa amiga,
Pobre ou rica, sempre boa,
E' a bela oportunidade
Da luta que aperfeiçoa.

A Enxada
As penas, as amarguras,
De um lar de trabalho edor, Noconjunto dos trabalhos,
São trilhas que dão acesso A enxada pobre e esquecida
Ao bem santificador. E" uma agulha generosa
Que borda o lençol da vida.
Quem não zele seu jardim,
Com sacrifício e bondade, Com desvelos carinhosos,
Mui longe estã de atender Faz o berço às sementeiras,
No campo dahumanidade. Protege os rebentos frágeis,
“Traçando caminho às leiras.
Entretanto, vemos homens,
Herdeiros dos fariseus, Essa agulha delicada,
Que já pretendem ser anjos, Vibrando de pólo a pólo,
Sem serem bons para os seus. Aperfeiçoa a paisagem,
Lançando mais vida ao solo.
a

Obediente e bondosa,
Se queres segar o campo Coopera com o lavrador,
Da luz e do amor sem fim, E ondepassa costurando,
Não descuides um minuto, Eis que o chão transborda em flor.
“Das coisas do teu jardim.
Devem-lhe muito os celeiros
Na colheita farta, imensa,
Mas a enxada, dadivosa
Nunca pede recompensa.
Seu prazer está nas lutas,
Nos trabalhos naturais;
Alguém lucra em seus esforços?
Mais serviço e terás mais.
à .

Picareta
Não sabe se há chuvas fortes,
Se hácalor de requeimar, No serviço inicial :
Disposta sempre ao possível, Das construções no planeta, E
Tem gosto detrabalhar. Aparece, indispensável, OR
O esforço da picareta.
Modesta, criteriosa,
Atende ao labor que a chama, E" quase desconhecida A
Na casa elegante e bela; E:
Fiel ao bom lavrador,
Executa o seu programa. Pouca gente se recorda dm if
E Que não se abrigou com ela. | y “Aa
rea E
Instrumento valoroso, «a
Que não trai nem esmorece, E' que a nobre picareta
Exemplifica no mundo Atende à primeira fase AM
A humildade que obedece, De cada edificação sa
VA
Que precise erguer a base. ada
*
No trabalho do princípio, SER
Imagina a tua glória, Vencendo a pedra, a rudeza, Bo
Teu triunfo jamais visto, Revela ao trabalhador RR
Quando fores boa enxada Obediência e presteza. SM
Nas divinas mãos do Cristo.
Do serviço eficiente
Fornece as maiores provas,
Quebra espinhos, vara outeiros
Desdobrando estradas novas.
Traça e atende com firmeza,
No início das construções,
E. Dando forma aos alicerces,
| Prezando as obrigações.
A Cangalha
“a Escava terrenos duros,
e Humilde, criteriosa, Noscírculos de servico,
a Por trazer à superfície Toda a gente que trabalha
A bênção da água bondosa. Nem sempre sabe entender
A nobreza da cangalha.
Obstáculo? empecilho?
Oposições de rochedo? Não fôsse ela, entretanto,
A picareta resolve Que atende, promete e faz,
Totalmente estranha ao medo. E talvez o campo inteiro

DR
Viveria estranho à paz.
Na esfera espiritual
Onde o bem pede cuidados, Convenhamos na prudência
Há construções igualmente Que vem do rifão de antanho —
Com serviços bem pesados. É Basta, às vezes, uma ovelha
Para perder o rebanho.
*

O muar deseducado,
Lembra sempre, meu irmão, Que a força brutal anime,
Se queres a Luz Divina, Nunca perde ensejo ao coice
Que a vontade é picareta E está sempre pronto ao crime.
Nas terras da disciplina.
Vive ao léu, ameacando
A golpes de grosseria;
Aparentando brandura,
Transborda selvageria.
Transforma-se, comumente,
No animal rude e vilão,
PRATA No

Que se esquiva do trabalho,


Por preguiçoso e ladrão.
O Aguilhão AR
Todavia, chega o instante
Em que a cangalha, bondosa, Na esteira da confusão, ç 3e
Comparece orientando, Hã perigo, o carro empina.
TE E

Honesta, laboriosa. São golpes de bois madraços


Em horas de indisciplina.
; Ligada por laçoforte
E Ao amigo da indolência, Avançam, rumo ao barranco,
Dá-lhe os bens da utilidade Atiram-se à revelia,
o Em luzes de experiência. São cegos à estrada enorme
E surdos à voz do guia.
Es Perguntemos a nós mesmos,
Notando-a, modesta e bela, O carreiro vigilante
Quais os homens deste mundo Atende à situação:
Que podem viver sem ela. Na canícula dourada
Vibram golpes de aguilhão.
e *

À custa de esforço ingente,


E A O dever, como a cangalha, A poder de ferroada,
Ro Que tanta grandeza encerra, A ordem volta ao servico,
RE. E' a balança de equilíbrio A harmonia volta à estrada.
E: Nas vidas de toda a Terra.
Há revolta momentânea
Nos bois rudes, a tremer,
Mas, a bem da paz de todos,
Cada qual cumpre o dever.
. ANA RA 4

E o carro prossegue firme,


Sem desvios, sem parar,
Buscando os objetivos
Que, por fim, deve alcançar. A Derrubada fo ”
Na Terra, também é assim:

Rangem troncos seculares q a


Nassendas de redenção, 4 Aos golpesdo lenhador. Já
Todo homem necessita. E” o machado formidando
Estímulo à própria ação. No impulso renovador. . e

No lar, como no trabalho, Toda a floresta se agita


Desde o berço até a morte, “ Em terríveis convulsões,
A criatura precisa Continua a derrubada
Aguilhões de toda sorte. Que precede as plantações.

Muita gente fala deles Sol quente. Suor. Serviço. HA


Com desespero e com asco; E as árvores vigorosas a
Mas, Jesus santificou-os Estraçalham com fragor
No caminho de Damasco. ; As frondes cariciosas.
i
Após o trabalho ingente,
A invasão do fogaréu;
Obedece a Deus e passa, Fumo espesso devorando
Vive sempre atento a isto: A doce amplidão do céu.
Todo aguilhão que te fere
E bênção de Jesus-Cristo. Gritam aves assustadas,
Sem ninho, sem paz, sem guia,
Animais inferiores
Vão fugindo em correria.
A seguir vem a coivara
Completando a grande prova,
E' o termo da derrubada
A favor da vida nova.
; O Barro e o Oleiro MR
Somente aí são possíveis, ; vi
Pasto verde e espiga loura, us E" um exemplo de bondade Ea
Pomares e sementeiras, | O esforço nobre do oleiro, Ea
Celeiro, casa e lavoura. far - Cuja grande atividade
Ds Tem a base no lameiro.. e
DM
j
oE |
Já observaste que o homem,
Aolongo de toda a estrada, Es Muitos sentem aversão a
Precisa também, por vezes, Um. Por sua tarefa hostil, “a
Das foices da derrubada? “A. Dedicada, dia e noite, Ra
ES Ao barro nojento e vil.
E ador proveitosa e rude, E RSA
Surgindo em golpes violentos, o] a Seu trabalho é quadro rude “e
A força que retifica. Y F Que a lama invade e não poupa, o
A mata dos sentimentos. É Do E' barro, por toda a parte a
; o No rosto,: nas mãos, E na rou “TEM
2 “ OBA, <
4 | bs Seu serviço é tão ingrato a AS R
Sem trabalho não teremos, Junto à massa indefinível, NR
No caminho universal, T Que a tarefa mais parece pa
Um sofrimento invencível. —
Nem casa com Jesus-Cristo,
Nem pão espiritual, Pato
Mas todo barro mais pobre, Vea
Ao toque do seu amor, re
Fornece os vasos divinos “A
Do formosura e valor, aa
“RA
fa k
Quanto mais tempo é trabalho,
Mais triunfa, mais se ufana..
E vemos a lama escura
Transformada em porcelana.
A Carpintaria TDR
NA
| :
Além dessas jóias raras
De sublimes expressões, Nemtodos identificam, a
E' o oleiro quem dá corpo 4 No cursode todo o dia, AR
Ee
As vossas habitações. q A lição maravilhosa
ara Quem vem da carpintaria. - AR
q va
O tijolo faz a casa, UNR
A telha cobre a mansão, |. E | Madeira escura e selvagem,
Do seio da natureza, aa
O homem ganha o seu lar A
"Que é templo do coração. " Vem de longe por buscar a |
" A forma e a delicadeza, RA E
mm 58 h
Nas estradas de miséria,
Não túnia oCramoR Ause uat Ao rumor
Que do maquini
se agrupa smo
na oficina, "a
E
E eis que Mestre no Evangelhc
Nos esclarece e nos chama. sa O artífice representa
A Inteligência Divina.
* o nl
1 A serra corta vibrando,
O Cristo é o Divino Oleiro Aya A enxó elimina a aresta,
Que opera com perfeição; O torno canta a harmonia,
Somos nós o barro vil, Tudo em júbilos de festa.
Guardado na sua mão.
O esforço de seleção
Efetua-se a capricho;
Sujidades, excrescências,
São matérias para o lixo.
A simples madeira bruta,
Na grande transformação,
Brilha agora na obra prima
De servico e perfeição.
A Usina
Todavia, para isto,
As peças e os elementos Ao lado da queda dágua,
Submeteram-se humildes Se existe o rumor da usina,
À pressão dos instrumentos. ua E' justo considerar.
A lição que o quadro ensina.
Pai A

Assim também a alma humana, é2“


Na oficina da existência, as Da corrente que despenha,
Precisa submeter-se Aumentando atividade,
Às plainas da experiência. RE Parte o fluido vigoroso
Que vibra eletricidade.
Recordemos, sobretudo, ) CA
Com humildade e com fé, r Transforma-se a cachoeira
O Divino Carpinteiro “soa Em gerador de energia,
Que passou por Nazaré. oe Que a usina prestigiosa
|
Traduz com sabedoria.
, É
%

A primeira exprime força


Busquemo-Lo nos caminhos, Suscetível de criar,
E atende, meu caro irmão: A segunda é o vaso amigo
Se queres a Luz da Vida. Que procura aproveitar.
Entrega-lhe o coração.
Uma dá, outra recebe
Com bondade e diligência;
Semelham-se a ordem calma,
Ao lado da obediência.
Desse acordo delicado
Nasce o gérmen do processo,
Em que se organiza o bem
Do conforto e do progresso.
Os Animais
Desde então, vencida a sombra,
Há luzes pelos espaços, Na casa da Natureza,
Alimento à grande indústria, O Pai espalhou comarte
Serviço a milhões de braços. As bênçãos de luz da vida,
Que brilham em toda a parte.
Por servir e obedecer, voa
Bondosa, confortadora, A Essas bênçãosgenerosas,
Vem a usina a converter-se Tão ricas, tão naturais,
Na sublime benfeitora.. São notas de amor divino
Na esfera dos animais.
O quadro revela aos olhos,
Em nobres clarões sem véus, Não te esqueças: no caminho,
A cachoeira incessante, Praticando o bem que adores,
Desgraças que vêm dos céus. Busca ver em todos eles
Os nossos irmãos menores.
*
'
A Providência dos Céus
Quando houver emcada homem Jamais esquece a ninguém;
A obediência da usina, Deus que é Pai dos homens sábios,
Toda a Terra brilhará E' Pai do animal também.
No trono da Luz Divina.
A única diferença,
Em nossa situação,
E' que o animal não chegou
As vitórias da Razão.

sove
9) “gs
PVE va O
á l (:
pa Re
Entretanto, observamos
Em toda a sua existência
Os princípios sacrossantos
De amor e de inteligência.

Vejamos a abelha amiga


No grande armazémdo mel, No trabalho generoso Sa
A galinha afetuosa, Que se impõe ao lavrador, Ro
O esforço do cão fiel. Destaca-se aparte ativa a
Que compete ao regador. | a
O boi tão útil a todos,
É bondade e temperancça; Modesto, pronto ao servico,
O muar de força hercúlea Que se deve à horticultura,
Obedece a uma criança. Atende bondosamente
A toda semeadura.
Ampara-os, sempreque possas,
Nas horas de tua lida. Se tarda a chuva amorosa
O animal de tua casa. Para a leiva ressequida,
Tem laços com tua vida. - Vem ele silencioso ç
E espalha as águas da vida.
*

E” o sublime protetor
A lei é conjunto eterno E Dos germes por excelência,
De deveres fraternais: , Eno esforço que desdobra
Os anjos cuidam dos homens, d Não conhece preferência.
Os homens dos animais.
Não separa ao benefício -
Os lírios da couve-flor,
Disposto à fraternidade,
Obedece ao Pai de Amor.
Também não pede à batata
Que amadureça num dia,
E exemplifica a esperança
Em paz e sabedoria.

Amigo da sementeira, A
Espalha a bondade imensa,
Servindo sem aflições ca Pleno campo, céu de anil, A
E dando sem recompensa. Que o sol dourado ilumina, e.
A primaveratraz flores “oa
Esforça-se o ano inteiro, De fragrância peregrina. “A
Muita vez sem intervalo,
Por cuidar de flores ricas,
Em tudo palpita obelo a
Que nunca virão cuidá-lo. Na sublime transcendência,
Das dádivas generosas
+ ; Da Divina Providência. Ra

No campo de ajuda aos outros, Os bons, porém, desconhecem 8


Atenta no regador, UM Se há mistérios da beleza
Onde o Cristo te conduza E gastam no atrito longo
Prestando assistência e amor. As forças da Natureza.

Acende-se a luta enorme,


Não procures resultados,
Não vivas de inquietação, Chifradas, golpes violentos,
Faze o bem, alenta a vida, Ruído ensurdecedor,
E espera da evolução. Pêlos rotos, pés sangrentos.

Há flores espatifadas
Nos caminhos da abundância,
E" cegueira, dor e morte
Em males da ignorância.
Mas, um dia, o lavrador,
Notando a exigência ativa,
Vendo a zona perturbada,
Traz a canga educativa.
O Barbicacho
Os brigões acham de novo
A paz, a harmonia, o bem. 4 = Por vezes, na atividade “RA
O sofrimento em conjunto Das viagens, do transporte, E! A
E' o campo que lhes convém. O animal em disparada | a
Promete desastre e morte. o
Toleram-se mutuamente
Sem rixas nem desatinos, Por mais que sustenha arédea ÇA
E aprendem a trabalhar E colabore o cocheiro, y
Sem desprezo aos dons divinos. Em tudo, paira a ameaça
De rumo ao despenhadeiro.
Muita vez também, no mundo,
Parentesco e obrigação, Trabalhos imprescindíveis
São recursos necessários Sofreriam dilação,
Às luzes da educação. Se o condutor não agisse
Com firmeza e precisão.
a

Antecipando o terror
Amigo, se estás na canga Da descida, abismo abaixo,
De lutas indefinidas, O montador ou o cocheiro
Não fujas, atende a Deus, Recorrem ao barbicacho.
Cura os males de outras vidas.
Reage o animal teimoso,
Rebela-se e pinoteia,
Mas tudo cessa de pronto,
Na apertura da correia.
Se busca saltar de novo
Sob fúria mais violenta,
Eis que lhe vaza da boca
Espuma sanguinolenta.
A Muda a
De queixo posto no entrave,
Qualquer coice dado a esmo,
Quem penetre no jardim, p.
Quando em plena floração, e
Se pode ofender aos outros,
Não pode dissimular RM
Dói muito mais nele mesmo.
Sincera admiração. |. “UA
= aY
Em pouco tempo o rebelde,
Açucenas desabrocham A
Agora sem mais descanso,
Desdobrando-se em beleza, E
Trabalha tranquilamente
Mostrando a maternidade A
Humilde, bondoso e manso,
Das forças da Natureza. ua
Assim, também muita gente , “So

Além do jardim florido, 2580


Em falsa compreensão,
Quem se dirija ao pomar, ea
Ao invés de trabalhar,
Experimenta emoção | 4 “RA
Faz queixa e reclamação.
Que não pode disfarçar. “aa
w cd
As árvores generosas, RR
Sob auréolas de verdura, +. EL
Contudo, à beira do abismo,
Servem pomos de bondade Ta
Antes da queda ao mais baixo, As mesas da criatura. aa
Recebem os linguarudos
A bênção de um barbicacho.
Flores ricas, frutos nobres, E
Na abundância indefinível, “A
Demonstram a Providência Ta
Na bondade inexaurível. | cia
Observe-se, porém,
Como quem cumpre o dever,
Que o nosso primeiro impulso
Vem da ideia de colher.
O Botão
As flores são decepadas,
Esmaga-se o fruto a esmo, Na extrema delicadeza
Em tudo o egoísmo extremo, Da verdura perfumosa,
Dando conta de si mesmo, Destaca-se pequenino
O tenro botão de rosa.
São raros os previdentes
Que guardam consigo a muda, Não há sinal de corola,
“Por plantá-la com desvelo Vê-se apenas que começa
Naterra que sempre ajuda. A surgir a flor divina
Num cálice de promessa.
Em nossa vida, igualmente,
Se vamos à luz dos bons, E às vezes, nas alegrias
Refletimos tão sômente De doce festividade,
Na colheita de seus dons. Espera-se pela rosa
No caminho da ansiedade.

Deseja-se a flor robusta


Não basta, porém, ganhar, Com que se adorne a beleza,
Por deixarmos de ser pobre: Mas não há lei que perturbe
A Plantemos em nossa vida Os passos da Natureza.
br: A muda do exemplo nobre.
E' certo que toda rosa,
Como jóia de paisagem,
Nunca pode prescindir
Do zelo da jardinagem.

de My
Ee! omni
pot RAL ic
id DORA vtiaaia TAM
Precisa tempo, entretanto,
Na sombra e na claridade,
Requerendo orvalho e sol,
Noites, chuva, tempestade.

Por crescer, pede cuidado A Pedra


Nos inícios da existência,
Entre as coisas mais singelas
Mas, morrerá com certeza
A golpes de violência.
Dos planos da Natureza,
Destaca-se a pedra humilde,
Como símbolo de dureza.
Assim, também, quase sempre,
A muita crença em botão
Se alguém requisita imagem
Tentamos impor, à força,
Para a dor de nossa luta,
A nossa compreensão.
Em todas as circunstâncias
Lembremos da pedra bruta.
Toda crença é patrimônio
Que não surge improvisado; Entretanto, quase sempre,
E' a rosa da experiência, Em nossa definição,
Em terras do aprendizado. Há doses de fantasia
*
E gestos de ingratidão.

A pedra é santa operária,


Se tua alma vive em festa, Exemplo de intrepidez,
Na fé que pratica o bem, No campo material
Ajuda, coopera e passa... A E" base de solidez.
Não busques torcer ninguém. E
No plano geral do mundo,
Ela humilde é que suporta
O peso da casa amiga,
Do lar que nos reconforta.
Além disso, se apresenta
A luta e a dificuldade,
Coopera na educação
Das forcas da humanidade.
O Tijolo
Nem sempre a pedra da estrada
Constitui espinho e dor, Dos serviços daolaria,
Que obstáculo vencido Onde hã lama em desconsolo,
E” posse de mais valor. E” justo aqui salientar
As sugestões do tijolo. .
E' certo que a pedra esmaga
Se há preguiça e invigilância; Barro pobre e ignorado,
Mas, muita vez, é uma luz Extraído em baixo nível,
Nas trevas da ignorância. A princípio não parece
Mais que lama desprezível.
Olhando-a, nunca te esqueças
Que mesmo a dor da pedrada Batido, dilacerado,
Pode ser a grande bênção Ao peso do amassador,
De uma vida renovada. E” pasta lodosa e humilde
Do subsolo inferior.
x

Após o rigor imenso


Ouçamos a grande voz De luta grande e escabrosa,
Da cátedra de Jesus, Levado ao forno candente,
Que colheu as nossas pedras Sofre a queima dolorosa.
E nos deu a Eterna Luz.
Apagado o fogo rude,
O tijolo pequenino,
Embora a modéstia enorme,
Eº retângulo divino.
er » '
O SEIS E OEM +”; E)
F o DeRA! A fe PR 5 [opel E

“CARTILHA.DA NATUREZA
Saiu da Lima humilhada,
Foi pisado de aspereza,
Foi queimado, mas agora
E' base de fortaleza.

Apesar da pequenez, A Lenha


E” a nota amiga e segura,
Que constrói bondosamente Essa lenha pobre e seca, a
A casa da criatura. Que se entrega com bondade,
E' sugestão do caminho
E' a bênção, filha do pó, E exemplifica a humildade.
Que as fornalhas não consomem,
E” terra purificada, Já pensaste em seu passado?
Servindo de abrigo ao homem. Um lenho seco... que era?
Talvez o galho mais lindo
Procura, amigo, entender Dos dias da primavera.
Este símbolo profundo:
Não te esqueças do trabalho - Quem sabe? talvez um tronco,
Na olaria deste mundo. 4 Terno abrigo nos caminhos,
Um palácio nobre e verde Tb
* De flores e passarinhos. SAM

Tão logo purificares No entanto, em missão de auxílio,


Com santa resignação,
cui ques = do di

O barro inferior do mal,


A experiência é o tijolo Não se nega a cooperar
Em tua casa imortal. Nas máquinas a carvão.

Em noite chuvosa e fria,


[RR

Ela é a doce companheira


les.

Que aquece as recordações,


-*

Crepitando na lareira.
Ao seu calor, os mais velhos
Acham prazer na lembrança;
Os mais moços a alegria
De comentar a esperança.
O Diamante
Morrendo animosamente,
Em chamas de luz e graça, Noserro desamparado
Ela sabe que é de Deus, Que chama ao suor e à luta,
Por isso trabalha e passa. O diamante luminoso
Descansa na pedra bruta,
Se viveu rindo e cantando,
Entre seivas e prazeres, Por conquistá-lo é preciso
Comos mesmos encantamentos, Vencer enorme aspereza,
Cumpre os últimos deveres. Eliminando os percalços
Que surgem da Natureza.
Ah! quão poucos na jornada VR
Convertem reminiscências a Sobretudo, é imprescindível
Em calor, vida e perfume Estudar todo o cascalho,
De novas experiências!... Sem desprezar-lhe a dureza
No espírito do trabalho.
*

& Longo esforço, longa espera,


Mas chega o dia em que o homem, Serviço e compreensão,
Sem combater, sem negar-se, Tudo isso é indispensável
Precisa, como essa lenha, Ao bem da lapidação.
Da coragem de apagar-se.
Ao preço de luta ingente,
A pedra sonha e rebrilha.
K' a divina descoberta
Da gota de maravilha,

á k á 7» ' + à
a DO AS a ii AAA
Pouca gente lembrará.
Que a jóia de perfeição
Constitui a experiência
Dos átomos de carvão.
A Pérola
A princípio, não passava
De míseros fragmentos Dos trabalhos deconquista A
e
De carbono desprezível Da fortuna dadivosa, ã e,
Na força dos elementos. ú Destaca-se a pescaria AM
Da peróla preciosa. | “A
Nas grandes transformações, ts «PA
Viveu obscura e ac léu, À Nem todo mar serve à pesca, a
'Mas, agora, é flor de luz, Há nas ostras exceção, E.
Refletindo a luz do céu. Em verdade, muito poucas a
Atendem na seleção. b ig
Quem não vê na jóia rara, <a
Sublimada e soberana, Extremas vicissitudes, sm
A história maravilhosa 'Prabalhos, perigos. dores, “a
Dos caminhos da alma bumana? Ap k Tudo isso desafia a
A O esforço dos pescadores. a
* o.
$ Não se pode prescindir ú Ne
Nos serros da Humanidade De serviços sobre-humanos, RA
Que a ignorância domina, Com cuidado e intrepidez,
Cada ser guarda o diamante No fundo dos oceanos.
Da Consciência Divina.
* E' preciso haver coragem
Estranha a quaisquer temores,
No justo desprezo aos monstros
Das zonas inferiores.
A descida no mergulho,
Ao longo do enorme abismo,
Traduz um ato de fé
Que descende do heroísmo.
O Mármore
Mas, depois do sacrifício,
A que o homem se conduz, No gabineteisolado
Vem a pérola mostrando Dos serviços de escultura,
Um sonho formado em luz. Há muita coisa quever
Com a vidada criatura.
Todo o ouro amoedado,
Nosarquivos da avareza, O mármore chega em bloco
Nãocria esse dom de Deus Dos centros da Natureza,
Que surge da Natureza. Em trânsito para o campo
Do espírito e da beleza.
No esforço do pensamento,
Imita essa pescaria: E” pedra, vai ser tesouro;
No oceano do Evangelho E” rude, vai ser divino;
Há paz esabedoria. Todavia, não se sabe
Quando chega ao seu destino.
%

ds Golpe aqui, golpe acolá,


Trabalha, despreza os monstros, O artista começa a luta,
Esquece a dificuldade E' o sonho maravilhoso
E acharás com Jesus-Cristo Amando a matéria bruta.
As pérolas da Verdade.
As arestas vão caindo...
E' a carícia do martelo,
Desponta o primeiro traço
Vigoroso, firme e belo.
O cinzel fere e desbasta,
E, às vezes, pede o formão.
O artista prossegue atento
Dando vida à criação. O Esterco

Golpes fundos, ferimentos... O esterco que espalha o bem, 138


Mas, eis quando se aproxima Vive em luta meritória; NM
O termo do esforço longo Se é pobre, tem seu proveito,
Na aquisição da obraprima. Seu caminho, sua história. soe

Depois, é a jóia formosa, Quase sempre, chega aos montes


De valor alto e profundo, Dos redis e dos currais,
Que as fortunas de milhões Escuros remanescentes À
Não podem fazer no mundo. Da esfera dos animais. TUaaa

Esse mármore da Terra, De outras vezes, vem das zonas


No fundo, é qualquer pessoa, De imundície e esquecimento, e
O artista é o tempo, e o cinzel, Onde a vida se transforma Bo
A luta que aperfeiçoa. Em triste apodrecimento. Es
* Em outras ocasiões,
e E' detrito das estradas,
Quando os golpes de amargura Lixo estranho e nauseabundo
Te cortarem o coração, Das taperas desprezadas.
Recorda o cinzel divino
Que dá forma e perfeição. E' a decadência dascoisas,
No resumo do imprestável,
Fase rude e dolorosa
Da matéria transformável.

q Sis ui Vi A ST a O
43 4 ECT
Mi) RT a

Em síntese, todo esterco


E” derrocada ou monturo,
Que das sombras do passado
Lança forças ao futuro.
A Cova
Analisando esse quadro,
“Veremos que a podridão Raro é aquele que medita
Vai ser cor, perfume, fruto, Contemplando a terra impura,
Doçura e renovação. No trabalho peregrino
Da cova pequena e escura.
Notemos, porém, que a flor
Vibra ao alto, linda e santa, Assemelha-se à ferida
Enquanto o adubo não passa Sobre a leira dadivosa,
Do solo, dos pés da planta. Indício de golpes fundos
Da enxada laboriosa.
Na vida também é assim:
O erro, a miséria, o mal, Mas, na essência, a cova simples,
Podem ser algumas vezes, Singela, desconhecida,
Esterco espiritual. E' o altar da Natureza,
Celebrando a luz da vida.
4
E' seio aberto à beleza,
Todavia, é necessário À Ao bem que se perpetua,
Que das lutas, através, A existência renovada
Aproveitemos o adubo, Que se eleva e continua.
Esmagando-o sob os pés.
E' o sepulcro onde a semente,
Em sombra e separação,
Vai, morrendo, reviver
Nas bênçãos da Criação.
E eis que a vida se elabora
Nessa doceintimidade,
' Renovando-se aos impulsos
De força e imortalidade. A Mi
Depois do apodrecimento,
Germinação e esplendores,
E' no poço escuro e enorme
Verdes galhos de esperança, Que a mãe Natureza ensina,
Tenros ninhos promissores. Entre exemplosde trabalho,
A grande lição da mina.
Mais tarde, o tronco, a colheita
Na fartura indefinida... Picaretas formidandas,
Batendo a terraescabrosa,
Tudo, a obra generosa
Dacova humilde e esquecida. Procuram localizar
A matéria preciosa,
Esse símbolo expressivo
Vem lembrar, à criatura,
Sob rudes ameaças,
O campo do cemitério Constroem-se galerias,
E o quadro da sepultura.
O filão exige sempre
Sofrimentos e agonias.
*
Aqui, maquinismo imenso,
Inda aí, a cova amiga Acolá, perfuradores,
E' sempre o sublime umbral, Na conquista da metal
Porta aberta ao crescimento Das zonas inferiores.
No planoespiritual.
Milhares de braços fortes,
Calejados na aspereza,
Afrontam a treva e a morte
Nas sombras da Natureza.
Depois de suor intenso,
Nas câmaras de trabalho,
Retira-se para exame
Grande acervo de cascalho.
A Boa Arvore
Mas o ouro em toda parte
Tem problemas e programas, Nos quadros vivos da Terra,
Em toneladas de pedra, Desde a sua formação,
Dá somente poucos gramas. A árvore generosa
E"imagem da Criação.
De muita luta e serviço,
: Em provações da coragem, E a vida em Deus que nos ama,
E A mina fornece o ouro Que nos proteje e nos cria,
Em pequena percentagem. Que fêz a bênção da noite,
E a bênção da luz do dia.
Repara que a vida humana,
Doente, pobre ou faustosa, Seus ramos são como a infância,
Em todo lugar da Terra As flores, a adolescência,
E' mina laboriosa. “Seu fruto, a velhice amiga
Repleta de experiência.
*
Seu tronco transforma sempre
De muito cascalho inútil, Toda a lama da raiz,
Nas labutas da existência, No pomo caricioso,
Aprende a extrair na vida Alegre, doce e feliz.
O ouro darexperiência.
As sementes que renascem, ]
)
Com método e perfeição, |
|

São nossas almas na lei


De vida e reencarnação.
Silenciosa na estrada,
Seu exemplo nos ensina,
A refletir sobre a Terra
Na Providência Divina.
A Faca
Se a poda foi rude eforte É
Ao rigor do braço humano, Ny A faca, inegâvelmente,
Sua resposta mais bela Embora nãoacerada,
E' mais frutos no outro ano. Oferece algumperigo
A pessoa descuidada.
Se tomba desamparada
Aopulso do lenhador, Entretanto, muitas vezes,
Faz-lhe a casa, dá-lhe a mesa, No serviço rude e forte,
Aquece-o com mais amor. Não se pode prescindir
Do concurso do seu corte.
Dá sombra a todos que passam,
Sem jamais saber a quem, Pleno campo. Plantações.
Colocada no caminho, Verdura a perder de vista,
Seu programa é sempre o bem. - A faca auxilia sempre
No trabalho ruralista.
%*

Nas fábricas operosas,


E' santa irmã de Jesus Onde a prudência a conserva,
Essa árvore estremecida: Está pronta e decidida,
Se vive, palpita em Deus, No serviço ou na reserva,
Se morre, transmite a vida.
No esforço de cooperar,
Permanece dia inteiro
Atendendo eficazmente,
Ao lado do sapateiro.
Contribui nas selarias,
Onde o trabalho é uma escola,
Obedecendo ao seleiro,
Dando o bem, cortando a sola.
A Lavadura
Em casa, está sempre firme,
Excelente companheira, Pelo bem da roupa limpa
Respondendo a muito caso Não se esqueça acriatura
Que concerne à cozinheira. Dos serviços que custou
O esforço da lavadura.
Depois de formar, atenta,
Et No preparo à refeição, Raramente se recorda,
o Segue, humilde, para a mesa Na taxefa rotineira,
Eajuda a partir o pão. O trabalho, o sacrifício
Do campo da lavadeira,
Mas a faca que é tão útil,
Tão valorosa e singela, Porque, em verdade, a tarefa
E' muito desagradável ut Inclui disciplina e dores,
No pulmão ou na costela. Não se lava roupa suja
Usando perfume e flores.
x

Por limpar-se no caminho


Forçoso é reconhecer Necessário à experiência,
Que a faca vive a ensinar Não foge à imersão completa
Que cada coisa no mundo Nas águas daProvidência.
Tem seu tempo e seu lugar.
Não dispensa o gosto amargo
Do concurso do sabão,
Alijando-se a bagagem
De sujidade ou carvão.
Passado o atrito daesfrega,
Queimpõe cansaço e aspereza,
Transporta-se ao coradouro, |
Apurando-se a limpeza.
O Poste
Depois, é a volta bendita
A água cariciosa, E No quadro quete rodeia,
Que atende à saúdehumana, E: Em plano bem destacado,
Com bênçãos de mãe bondosa. Ê Hás-de ver no poste humilde
Um servidor devotado.
Qualquer recurso ao lavar,
Com sabão ou corrosivo, En Encontra-se em toda parte,
Requisita paciência, | eua Com a decisão de quem zela,
Vigilância e esforço ativo. ra Na cidade mais formosa,
Na lavoura mais singela.
O serviço dessa ordem
Faz lembrar ao pensamento Conhece o rumo acertado
A lavadura precisa Das fábricas, das usinas,
Às roupas do sentimento. ) Coopera nos resultados
Do esforço das oficinas.
*

Ao calor do sol a pino,


Vivamos tranquilamente, Como à frescura do orvalho,
Sem olvidar, entretanto, Sempre firme no seu posto, *
Que nossa almanecessita Exemplifica o trabalho.
Lavar-se em suor e pranto.
Atende aos bens do servico,
Noite toda, dia inteiro,
rs n luz da avenida,
à escora um chuchuzeiro.

qe f. Es do be io
ati» ho! Pd 4
Pp feê
Deise INSs Ú
Se há lugarejo às escuras,
Em justa necessidade,
O poste vence as distâncias, ç
Em busca da claridade. E
OAndaime
Operários sem recursos
Para o pão de cada dia? Quando o esforço
- Enneita
- Em toda |
Vai direito às quedas dágua,
Não se pode prescindir “8 |
A procita Ba senpiaia, Da alheia cooperação. | aa
E =
Auxilia nos transportes, ng
Coopera nasligações, Precisa-se apoio só, “a
Segura avisos na estrada, De base através da qual 248
* Se distribua ao serviço A
pdaa Concurso e material. “PAD

Não cobra, por seus trabalhos, Vem o andaime prestimoso, AM
Nem ordenados, nem multa, a
Na sua doce humildade Et o seguro compánhelio,
a | Que éatende às obrigações, Ê dee
E' um benfeitor que se oculta.
Noitê toda, dia inteiro.
*
De pé, vivendo o dever,
O poste compele o homem, Serve a todos com bondade,
) Sem vaidade, sem cobiça, E! um exemplo de serviço AS
A fugir, em qualquer parte, 1) um símbolo de humildade. + OR
Dos venenos da preguiça. E
Muita vez, pisado a esmo, a
— Wucuro, banhado em lama, AS
hds nanece em seu lugar, e.
o Hoestro não reclama, a
1

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" o a = Ei» af LE
Findo o esforço rude é longo,
Ao rebrilhar do edifício,
Pouca gente lhe recorda
O trabalho e o benefício.
A Ponte
O quadro é singelo e pobre,
Mas rara é a lição assim — Onde a estrada se biparte,
O benfeitor olvidado, Parando sem que prossiga,
Que é fiel até ao fim. Manda o Pai que se construa
A ponte bondosa e amiga.
Além disso, o ensinamento,
Em suas exposições, Consagrada ao bemdos outros,
Apresenta aos aprendizes Todo instante, atenta a isso,
Duas belas sugestões. Dom dos céus a revelar
O espírito de serviço.
Diz a primeira que um dia
Deveremos esperar, Suspensasobre as alturas,
Agir sem qualquer andaime Onde uma queda ameaça,
Na vida particular... Sem privilégio a ninguém,
A. ponte serve a quem passa.
*
Sempre pronta no caminho,
No seu esforço incessante,
Indaga-nos a segunda,
Se já fomos, para alguém, Todo o tempo, dia e noite,
O andaime silencioso E? bondade vigilante.
Que ajuda a fazer o bem.
Sanando dificuldades,
Dá-se ao que vai e ao que vem,
Pratica com todo o mundo
A divina lei do bem.
Por gozar-lhe toda hora
Seu constante e terno amor,
Os homensnunca refletem
Na extensão do seu valor.
O Poço
Muita vez é necessário,
Para que o possam sentir, Quem segue ao gol calcinante, a
Que em meio da tempestade Com sede desesperada, “e
A ponte venha a cair, Rende graças ao Senhor po
Achando um poço na estrada. E
No instante em que cada qual ,
Vê que o bem próprio periga, O quadro agreste, por vezes, am
Já ninguém mais desconhece Não tem abrigo nem fonte, te
Quem era essa grande amiga. Rarasárvores se alinham,
Perdendo-se no horizonte.
A ponte silenciosa,
No esforço fiel eativo, Em meio à desolação,
E” um apelo à lei do amor, Entre o calor e a secura,
Sempre novo, sempre vivo. A cisterna dadivosa
Guarda a bênção da água pura. so
EN
Há potos de toda idade, “RA
Vendo-a nobre e generosa, Bem calçados, mal assentes, aa
Servindo sem altivez, Mais rasos e mais profundos, Bo:
Convém saber se já fomos Em dimensões diferentes. “dl
Aa
AR
Como a ponte alguma vez.
No seu íntimo, entretanto,
Trazem todos a água amiga
Que socorre aos que sucumbem
De desânimo e fadiga.
* Quem tem sede se aproxima,
Com cuidado e gratidão,
E dispensa ao poço humilde
Sempre a máxima atenção.

Lançando o copo ansioso A Cerca


Sem notar os sacrifícios,
Evita a poeira ou o lodo Contempla a cerca da estrada
Que anulem os benefícios. Que te serve sem jatância.
A gua atitude humilde
E sorve esse orvalho santo E umato de vigilância,
Que vem da terra imperfeita,
Com o júbilo generoso Seja feita de cimento
De umaoração satisfeita. Ou de estacadassingelas,
Ela esclarece que a vida
* Precisa de sentinelas.

No mundo, o mesmo acontece: Sua lição excelente


Nas agruras do caminho, Não cessa de proclamar:
Cada qual pode apelar Cada terreno a seu dono,
Às posses do seu vizinho. Cada coisa em seu lugar.

Mas, se agita a lama em torno, E' cuidadosa, é sincera,


Como quem fere e escabuja, Dá combate à confusão,
O poço, apesar de bom, Fornece norma aos serviços,
Só pode dar-lhe água suja. Faz contas de divisão.

E, desse modo, trabalha,


Tecendo a paz do teu ninho.
W' a cerca que te garante
Tanto o lar, como o caminho.


LA H 4 as % Le ple dual e eta
Te
Pants ir
Repara que a tua vida
E' um mundo de ocupações:
Ai de ti se desordenas
As tuas obrigações.
A Porteira
Através da luta enorme É
Enquanto a cerca trabalha,
Das dores e do destino, Es
Organizando a divisa,
Tua alma tem de passar
Em busca do bem divino. Mn A porteira se encarrega
Da tolerância precisa.
Certamente encontrarás
O caminho generoso,
Calúnias e tentações,
Defendido em cada lado,
Brutalidades, malícias,
Serpentes, feras, ladrões. Não pode ser confundido,
Nem deve ser perturbado.
Recorda a lição da cerca:
Quem organiza, porém,
A cada coisa o seu custo.
O esforço de vigilância,
E abre a porteira amiga,
Pode, às vezes, ser levado
A tudo que seja justo.
A gestos de intolerância.
*
A rigidez na fronteira,
Tenderído para o egoísmo,
Sem isso, não é possível
Encontra a porteira sábia
O bem de qualquer missão. a
Que opera contra o extremismo.
Sem clareza na tarefa,
Tudo é sombra e confusão.
Nas praças, como nos campos,
Ela ensina, com carinho,
Que a propósitos sagrados
Não se nega o bom caminho.
A cerca defende a ordem
Dominando o que é contrário,
Mas a porteira bondosa
Atende ao que é necessário.

a o Açude a
Há pessoa aflita e triste
q a e:
Que precise providência? Ê Vai-se inverno frio e longo, ER
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com diligênc O sui prdsseg as A Ú ;a

) Na harmonia inalterável. RA
Animais ao abandono? AR
Necessidades de alguém?
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sua missão no bem, VA E;
IRD E” lençol de luz e ouro,
Na tarde primaveril. , MM
E com calma superior,
Humilde e silenci UR
Durante o dia sem sombras, vie
Completa ep :
LA Retrata o Sol a brilhar, CARA
Da pi Si Re Quando a noite vem descendo “a
RR “a
* Guarda os raios do luar.

Tudo isso é um quadro lindo,


Vivem no mundo almas nobres,
Mas não é só. A represa
Torturadas de aflição, E' a mensagem da prudência
Porque lhes faltam porteiras
No apelo da Natureza.
Nos campos do coração.
O açude não priva as águas
De manter seus bons ofícios,
Mas sabe guardar as sobras,
Evitando os desperdícios.
Bio No organismo inteligente
De suas disposições,
Fornece canais amigos e
Em todas as direções. Naa nK- A Cachoeira
E surgem forças cantando,
» Quando passes meditando
No pão, na luz, no agasalho.
No cimo daribanceira,
ea E' a vitória da alegria, o
Queara
Rep esplen adeoeir| a.
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majna.
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; abalho.
Na abundância dotr q
+
Se a repres pa
' a não guardasse |
E' bom pensar na grandeza “RAM
Com prudência e com carinho, Que a sua potência encerra; e
Faltaria o necessário E Na entrosagem de elementos sm
Nos celeiros do caminho. Das forcas de toda a Terra. NS
Se o perdulário entendesse ES
No lugar mais solitário, A
O ensinamento do açude, E” cântico de alegria,
Jamais choraria a falta “TO
Derramando em derredor Sa q
Do sossego e da saúde.
A abundância de energia. Al
ê Para dar-se em benefícios,
| A sua maior ciência
Guardar o que seja justo, on
Não quer admiração, “aaa
Sem torturas de avareza, Pede esforço e inteligência. “
MA E” da prudência divina
E: No livro da Natureza. É? ç
Mesmo longe das cidades, E
Depois de compreendida, “a
A cachoeira renova SA
A expressão dos bens da vida. AR
mia
ia +, I . e, Cudidao Hs sao
PA a
o q À VAR J q Ei Es
Ê a ht + orao 4 1 ny O
Au
Retamente aproveitada,
E” fonte de evolução,
Movendo milhões de braços
Nas lutas do ganha-pão.
A Flor
E mãe generosa e augusta
Das fábricas de trabalho, Olhai os lírios do campo
Que distribui, no caminho, Vestidos de aroma e luz!...
A luz, o pão, o agasalho. Este apelo vem do ensino
Do Evangelho de Jesus.
E aprendemos na lição,
Quando a vemos, face a face, O Mestre ensinou que a flor,
Que a água buscou um abismo Sem qualquer preocupação,
Por onde se despenhasse. E' mais rica e mais formosa
Que a pompa de Salomão.
Nesse símbolo profundo,
Degrandeza e dinamismo, Diversos homens sem Cristo,
Vemos nós o amor de Deus De mente pobre e enfermiça,
E a extensão do nosso abismo. Supuseram nesse apelo
A exaltação da preguiça.
e

A lição, porém, é outra:


Nós somos o sorvedouro A forca de sua essência
De misérias e discórdia; Louva em tudo, antes de tudo,
Deus é a eterna cachoeira O trabalho e a obediência.
De luz e misericórdia.
Bem poucos homens reparam
(ue na selva, ou no jardim,
Toda flor revela e guarda
Harmonia até ao fim.

,
Ei a nit
Sua doce formosura
E' bem que nunca se esvai,
Enfeitando os aposentos
Da Casa de Nosso Pai.
A Montanha
Se alguém a separa da haste,
Dentre todas as paisagens,
Quando nada mais lhe resta,
Talvez a maisbela eestranha,
Completa com a sua dor
E” aquela que se observa
Os júbilos de uma festa,
Na solidão da montanha.
No lamaçal, nas estufas,
Dura e estéril muitas vezes,
Na miséria ou na opulência,
Deserta, triste, empedrada,
A alegria harmoniosa
A montanha nos parece
E' a vida de sua essência.
A terra amaldiçoada.

A flor pequenina e frágil,


Entre as rochas do seu corpo,
Que nasce e perfuma atoa,
Florescem cardos somente;
Revela que em toda a parte
Flores rudes e espinhosas
A vida é formosa e boa.
Da soledade inclemente.
a
Seus píncaros elevados,
Na figura da paisagem,
O que é preciso é guardar, Chamam sômente a atenção
Na aspereza mais sombria, Do espírito de coragem.
A fé no Pai de Bondade
Ao ritmo da alegria.
Comparada ao movimento
Do vale em relva macia,
Fornece a impressão penosa
Da aridez e da agonia.
Entretanto, em todo tempo,
E" asuaforça que encerra
O amparo caricioso
Aos vales de toda a Terra.

Sem sua dureza agreste,


Repleta de solidão, Causa pena olhar o campo
As planícies morreriam Quando, pobre de verdura,
Por falta de proteção. Sofre a terra a intromissão
Docupim que a desfigura.
E” ela a mão silenciosa
Da energia queproduz; Debalde a vegetação |
No seu cume nunca há sombras, Se estende em ramaria,
Seu diainteiro é de luz. O solo não apresenta
A mesma fisionomia.
No mundo, as almas do amor,
Mais sábias, mais elevadas, O cupim obstinado
São montanhas que parecem Multiplica-se em rebentos,
Estéreis e desprezadas. Parece que o chão se cobre
De tumores pustulentos.
sr

Em vão, a chuva convida


Todavia, é o sacrifício, As forças de produção,
De sua desolação, Debalde o Sol traz a luz
Que sustenta em toda a vida De paz e renovação.
Os vales da evolução.
Não faltam bênçãos do Céu
Que atendam aos dons da vida,
Mas a terra permanece
Denolada e ressequida.
O cupim vai provocando
Estrago, calamidade; RA
E o campo mostra ruínas, Sa
Miséria, esterilidade, A Erosão a pr
'
Às vezes são necessários Quem busca na paz do campo
- 4 Ta

Muito esforço, muitas dores, RE


Os bens da contemplação, E
Por expulsar a família Costuma encontrar, por vezes,
Dos insetos invasores. As surpresas da erosão, e
Aa
Sem trabalhos decididos
Dos acumes da paisagem, “oa
Por parte da agricultura,
Eis que a visão descortina ua Aa
O cupim transforma a terra Horizontes luminosos
Numa extensa sepultura, “E
Na vastidão peregrina!
4 E
Lembramos, vendo esse quadro Em torno rebentam flores
Da esfera dos lavradores, A
Nas folhagens perfumosas, RA
As almas avassaladas Entre as árvores e os ninhos
De ideias inferiores. “aa
É Sopram brisas buliçosas. ra
Rr
, Misturando-se, à verdura, - EAR
Sê forte em qualquer trabalho, Há caminhos de enxurrada, “TERA
Formando abismos escuros LER
Cada luta é uma lição. Na terra dilacerada.
Tristezas e desalentos ER
a
São cupins no coração. Em derredor, tudo é glória “M
Do campo verde e florido; AGA
Céu de anil, promessa e luz, “AVR
Mas o solo está ferido.

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“AA .
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SR: CA
fa , Ê = Rg A E
Somente à custa de esforço,
De luta excessiva e estranha,
E' possível reparar
As úlceras da montanha. O Pântano

E' um quadro que faz lembrar E” um quadro sempre inquietante


As almas de grande altura, Que inspira pena e cuidado,
Que, embora a ciência e o brilho, Quando: vemos no caminho
Têm abismos de amargura. O pântano abandonado.

São montes iluminados Enquanto, em redor de si,


Desonho e conhecimento, Há cantos que a vida entoa,
Mas, degradados, por vezes, Ele espera ansiosamente
Nos planos do pensamento. O esforço que aperfeiçoa.

Recebem, da luz de Deus, Todo o ar é pestilento


Dons sublimes e infinitos, Em sua fisionomia,
Mas se deixam avassalar Nos seus bancos lamacentos,
De enxurradas e detritos. Ninguém descansa ou confia.
|
se Muito poucos se aproximam
Do barro de sua imagem;
Quem guarde na intimidade E' ferida cancerosa
Tais feridas de erosão, No organismo da paisagem. se po
E” que vive sem defesa
1

IES
Nos campos do coração. Mas, um dia, o lavrador E»

Tite
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Dá-lhe atenção, dá-lhe drenos, )

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| o pântano desolado

í
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| o melhor dos seus terrenos.

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Onde havia lodo e lama,
Águas sujas e amargosas,
Oslegumes são maisricos,
As flores mais perfumosas.
O Ribeiro
Essas terras desprezadas,
Tão pobres e desiguais, Entre os bens da Natureza,
Ensinam, em toda parte, Tem o homem, cada dia,
Que Deus é o melhor dos pais. No ribeiro claro e manso
Lições de sabedoria. |.
Entre as quedas dolorosas,
Nos erros e nos desvios, Ei-lo que passa sereno,
Nós somos, na Criação, Em doce fidelidade,
Pontos tristes e sombrios. Dá vida aos paióis do campo,
Conforta e limpa a cidade,
Nossa ideia de virtude,
A mais bela em sentimento, Busca as terras desprezadas
E' a que nasce nos monturos Que nunca tiveram dono,
Da lama do sofrimento. Atende as raízes tristes,
Deixadas ao abandono.

Converte todatarefa
Deus, porém, que é o Pai Amigo, Num dom gratuito e suave,
Jamais nos deixou a sós. Mata a sede da serpente,
Jesus é o bom lavrador, Como o faz à flor e à ave.
E o pântano somos nós.
Cumprindo o labor de sempre,
Nunca cessa de correr,
Ensina a perseverança,
Exemplifica o dever.
- Se a chuva lhe traz a enchente,
Vai além da obrigação,
Busca a terra deserdada
E lhe ensina a dar mais pão.

E' tão sereno e bondoso,


O grande rio
Tão amigo e tão perfeito, Em marcha laboriosa,
Que não se nega ajudar No sulco amplo e sombrio,
A mão que lhe muda o leito. Profundo esilencioso
Eis que passa o grande rio.
O ribeiro carinhoso
Não cessa de trabalhar,
Ao seu seio dadivoso,
Parece o semeador
Afluem fontes da serra,
Que saiu a semear. Ribeiros de níveis altos,
Detritos de toda terra,
E vendo que Deus é o dono
Das sementes multifárias,
O rio mais elevado
Nunca volta no caminho Desce os montes à procura
A contas desnecessárias. De sua paz generosa
Namarcha calma e segura.
%

Por saber harmonizar-se


Ao homem do mundo inquieto, Nos bens do mais baixo nível,
O ribeiro calmo ensina Conserva toda a imponência
Como agir e confiar Da grandeza indefinível.
Na Providência Divina.
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Faz caminhos gigantescos,


a

o Em,
Cria povos eminentes,

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E' cle quem leva ao mar

-
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As úguas dos continentes.

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Ra
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E” pai das economias
De todo o humano labor,
Mas quase ninguém se lembra
Dessa dívida de amor.
O Lago sa
Que importa, porém? O mundo ES
E” o homem que esquece e cai, em Todo lago tem seu nível. À A A
Sem ver a missão do bem, Qualquer um, raso ou profundo, Ae
cl
Nas bênçãos do próprio Pai. E' patrimônio a dispor
Na tábua dos bens domundo.
O grande rio conhece
A luz desse imenso arcano, A questão toda é saber,
Sobre o nível mais humilde Agolpes de paciência,
Busca a força do oceano. Utilizarlhe os proveitos
Com bondade e inteligência.
Assim também a alma grande,
Nas últimas posições, Diversos homens acusam
Recebe as ânsias de paz As águas estacionadas,
De todos os corações. Como poços. enfermiços
De forças envenenadas .
xe

Mas, como tudo na Terra,


Em dores silenciosas, O lago pede, também,
E" o grande rio que vai, A compreensão de seus donos
Dando o bem a todo o mundo, Na lei que edifica o bem.
Em busca do amor do Pai.
Se recebe o seu auxílio,
Retribui toda a atenção,
Dandovida e movimento
Aos quadros da Criação.

> SA on
Se alguém lhe defende as águas,
Protegendo-lhe a limpeza,
E' um espelho cristalino
Na estrada da Natureza.
O Tronco e a Fonte
De dia, trabalha e dá,
Sob os ventos generosos; Um tronco frondoso e verde
De noite, reflete a luz Erguia-se além da fonte.
Dos astros cariciosos. Perto, o solo pobre e seco,
Longe, as luzes do horizonte.
Mas, a fim de ser mantido
No esforço nobre e fecundo, Certo dia, disse a fonte:
E” bom que ninguém lhe agite — Dá-me a sombra de teu galho,
O lodo que está no fundo. O duro chão me consome,
Dá-me teu brando agasalho!...
O lago retrata a vida
Nos quadros em que repousa. Respondeu-lhe o tronco antigo:
Todo homem tem seu nível — Vem a mim! serei feliz!...
Para o bem de alguma coisa. Serás a seiva da seiva
Que mealimenta a raiz.
de
Desde então, o tronco e a fonte
Um a um, pedem respeito Uniram-se a plena luz
Aos seus níveis de existência, Da grandeza que dimana
Pois todos guardam consigo Da bondade de Jesus.
O lodo da experiência.
O tronco reconheceu,
Vibrando de terno amor,
Que a fonte era a mãe bondosa
De sua seiva interior,
E a fonte viu nele o pai
De sua imensa alegria,
“Repousando em sua paz
Nas lutas de cada dia.
O Mar ;
Desde então, cantaram hinos
De hosanas ao Criador, Na expressão profunda e viva
Entre frutosdadivosos, Das forças da Natureza,
Na estrada cheirando à flor. Eis que o mar a tudo excede
Em formosura e grandeza.
À raiz, a água da vida
Levava consolação; Nos seus abismos trabalham
E o tronco elevou-se ao Céu Milhões de laboratórios,
Com a fonte no coração. De onde nascem para a vida
As larvas e os infusórios.
Houve sol e sombra amiga,
Flor e frutos na ramagem; As almas se modificam,
Cantigas de passarinho, Renova-se o esforço humano,
Harmonizando a paisagem. Mas é sempre inalterada
A oficina do oceano.
*

Desde os primórdios do tempo


Duas almas que se irmanam De sua edificação,
Na luz dos afetos seus, A sua finalidade
São esse tronco e essa fonte E' a força da criação.
Guardados no amor de Deus.
Foi nas águas generosas
De seu seio almo e fecundo,
Que alcançaram nascimento
As formas de todo o mundo.
]
ch
+
Depois de sagrar a vida,
Eis que opera em todo o dia,
Fazendo as nuvens da chuva,
Que alenta, renova e cria.
O Vento
Deus concedeu-lhe a grandeza
De ser profundo e inviolável, Quando passes no caminho,
Protegendo-lhe a missão Dando luz ao pensamento,
Do equilíbrio inalterável. Não deixes de meditar
Na doce missão do vento.
Com a sua dominação
Esplêndida e solitária, Quem lhe imprimiu tanta força?
E" fator de ordem perfeita Donde vem? de que maneira?
De toda a lei planetária. Parece o sopro do céu
Alentando a sementeira.
E” o testemunho fiel,
De Deus em nossa existência, Une as frondes amorosas,
Dando o ensino da equidade Acaricia a ramagem,
Que nasce da Providência. E' um fluido caricioso
Amenizando a paisagem.
*

E! o mensageiro bondoso
Mas se pode demonstrar Da alegria e da abundância,
Tão grande revelação, Trocando os germens da vida,
E' que é o lugar onde os homens Vencendo a noite e a distância.
Não podem meter a mão.
Do outras vezes é um amigo
Com Iraternas exigências,
tuo pratica nos caminhos
Profundas experiências,
i
!
Se a flor é infiel à seiva
Que lhe deu força e guarida,
O vento condu-la ao chão, VA e!
Só deixando a flor da vida. vm
A Chuva
“Seu papel na Natureza

i oa
Vai da vida à seleção, Folhas secas. Terra ardente.
Permutando os germens puros. Calores. Desolação.

[e tejoE AA Dem pie anneS


Das sementes de eleição. Mas a chuva vem do céu

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do nro À
Trazendo consolação. |
Também, na vida da Terra,

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Toda semente que é boa,

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A função do sofrimento

Va de
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Parece identificar-se Entre júbilos germina,

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et
Com os fins da missão do vento. E' a bela fecundação
Da natureza divina.
Troca ele as nossas almas,
Mata as flores da ilusão, As árvores ganham força,
Refunde os nossos valores Alimpa-se a atmosfera,
Em nova fecundação. A verdura em toda a parte
Tem cantos da primavera.
se
As cidades, como aos campos,
O turbilhão de amargores Aos ninhos, à sementeira,
E' mais vida envolta em véus, O pombo níveo da paz
Povoando a nossa estrada Traz o ramo de oliveira.
Com os germens da luz dos céus.
Bopra o vento brando e amigo,
Em vagas cariciosas,
Levando a mensagem doce
Que nasce do olor das rosas.
RU
esq
Nu TO
y SUN

A chuva que cai do alto


E' bênção que se derrama...
Na flor é orvalho celeste,
No pó do chão faz a lama.
A Nuvem
Assim, também, os ensinos, f
Que nos dão verdadee luz, Céu sereno luminoso,
São a chuva generosa Entretanto, avulta em cima
Da inspiração de Jesus. Um ponto sombrio e triste —
E” a nuvem que se aproxima.
Cai sobre todos. No amor
E” raio de perfeição, Quem mirar o firmamento,
E Mas no pó da ignorância Descansando a luz do olhar,
E” falsa compreensão. De súbito, experimenta
Doloroso mal-estar.
Deus, porém, que é o Pai Bondoso
Entre as leis universais, Dilata-se o ponto negro,
Faz com que a lama produza Em todo o céu que se altera,
Sementes, flores, trigais. O calor é intolerável |
Na pressão da atmosfera.
e
A planta parece aflita,
Eis a razão pela qual Mergulhada em solo ardente.
Nossa indigência produz: O vento pára. O caminho
Inda mesmo em nossas sombras, Sufoca penosamente.
O Evangelho é sempre a luz.
Vem a nuvem dividida
Em vastíssimos pedaços,
Atritam-se os elementos
Hm confusão nos espaços,
Em breve, porém, a chuva,
Emgotas cariciosas,
Mata a sede das raízes,
Lava as pétalas das rosas.
O Vau
As folhas ganham verdura,
-A estrada se modifica, Por benfeitor venerável,
E' a seiva do céu que cai, No seio da Natureza,
Profusa, bondosa e rica, Rola o rio caudaloso
Escondendo a profundeza.,
Aí, reconhecem todos
Que a ruvem, como ninguém, Enquanto busca reserva,
Sabia trazer, consigo, Guardando seu próprio leito, -
A paz, a alegria, o bem. Ninguém se arrisca à passagem
Sem cuidado e sem respeito.
Assim, a nuvem da vida
Do infortúnio e da desgraça, O rio jamais se nega
Vem sombria e dolorosa, A ceder na travessia,
Chove lágrimas e passa. Mas todos se acercamdele
Com a máxima cortesia.
x

Socorrem-se os viajantes
Um homem, depois das dores, Do auxílio de embarcação,
E' mais lúcido e melhor. E espera-se a ponte amiga
Toda sombra de amargura Como justa construção.
Traz consigo um bem maior.
Mas, se um dia, por descuido,
O rio apresenta o vau,
Ai dele! o destino agora
KHtriste, amargoso e mau.
Ninguém lhe receia as águas Pá
Noutro tempo respeitadas; Ud
Invadem-nas cavaleiros, UAM
Carros, toras e boiadas.
O Cipó
As correntes que eram puras,
E amadas por justa fama, Sobre a árvore frondosa EM
Rolam sujas e insultadas Que mostra calma infinita, “A
De lodo, de lixo e lama. Abraçada ao tronco forte A
Lá se vai o parasita. oa
A ponte dorme em projeto 2 NR
E o rio, embora a beleza, Não atinge o cerne, a seiva, a
"Depois que exibiu o vau, Mas, buscando a copa, as flores, RE
Nunca mais teve defesa. Enrodilha-se, teimoso, ARR
o Nas cascas exteriores. EA a
As nossas almas também “A
São como o rio profundo... Agarrado tenazmente, | ia
A zona de intimidade É Vai subindo vagaroso,. e
Precisa ocultar-se ao mundo. 4 Alcançando o cume verde “e
Do arbusto generoso. NR

Aboletado nos cimos


O mal quer turvar-nos sempre. Do castelo de verdura,
Vigia, resiste e vence-o. O cipó audacioso
Se queres respeito e paz, Aparenta grande altura.
Não te esqueças do silêncio.
Deita flores opulentas
De expressão parasitária,
Avussalando a nobreza
Da árvore centenária.

nd Dedo A ni a cad ds
Recebe os beijos do Sol,
Embala-se na ternura
Da carícia perfumosa,
Da brisa mais alta e pura.
O Oásis
Mas, vem o dia em que o Pai,
Na lei de renovação, Em torno, o despovoado,
Chamao tronco nobre e velho Os lençóis deareia ardente...
As bênçãos da mutação. O viajor vive o seu drama
Doloroso e comovente.
E' aí que o cipó vaidoso
Demonstra o que não parece, Nenhuma vegetação,
Voltando ao pó do chão duro, Nem a bênção de uma fonte,
Para as zonas que merece. O quadro é desolador,
Embora a luz do horizonte,
Quanta gente brilha ao alto,
E, no fundo, inspira dó? Cansado de sede e fome,
Há milhões de criaturas Sofre e sua, sonha e chora,
Vivendo como o cipó. Desde a aurora rutilante
Às promessas de outra aurora.
w

Pede em vão, suplicaa esmo,


Jamais olvides a lei No auge das aflições,
De trabalho e obrigação, Guardando nalma ansiedades,
Não queiras mostrar-te ao alto Angústias, recordações. .
À custa do teu irmão.
O vento levanta a areia,
Desfigurando as paisagens,
E o pobre sorri chorando
Na carícia das miragens,
e +
Va e
POTE Mo PI
pat» E o

RR oo
ERRA, CARTILHA DANATUREZA
AR
Concentra-se, avança mais, .
Quase morto de alegria;
Contudo, desfaz-se a tela
Dos planos da fantasia.
A Praia con
rea
Ani
Arrasta-se amargamente,
Mar revolto. Sombra densa, Eu a
Ralado de desventura,
Ao longo da vastidão. cAthR
Mas, na última esperança,
Vibra a angústia em cada rosto val
Surge um canto de verdura.
Na frágil embarcação. AM
A À
E" o oásis que o Senhor, O vento sopra de rijo
FR
a aa
Atento à nossa viagem, É o:
Espalhando a tempestade,
Mandou para os caminheiros.
As ondas são monstros verdes DRA
Que persistam na coragem.
No dorso da imensidade. a
Nos trabalhos deste mundo,
Dolorosas inquietudes,
Em rumo obscuro, incerto,
Amarguras, nervosismos...
Muita vez encontrarás
Céu e mar desesperados —
Inclemências do deserto.
E' o choque de dois abismos.

Não mais bússola, nem velas, po:


Tudo horror, trovões e vento,
Deus vela. Prossegue a luta,
Só resta, entre vagalhões,
Sem lamento, sem gemido... O esforço do salvamento.
Atingirás, talvez hoje,
O oásis desconhecido.
Ninguém define a distância
E o mais lúcido, o mais forte,
Mergulha-se em pensamento
Nos caminhos para a morte.
EAN QUE
(4
Pira

- CARTILHADANATUREZA
o o y

E” quando a costa aparece,


Trazendo nova esperança.
E' a mensagem carinhosa
Dos planos de segurança.
A Enchente
Que alívio dos viajores,
Cansados de sofrimento!... O quadro é lindo e imponente
Eis que a praia simboliza Na calma da Natureza,
A luz dum renascimento. A massadágua é mais bela,
Mais suave a correnteza.
Ao seu lado, volta a calma,
Extinguem-se a sombra e a dor, O rio enorme extravasa,
Renova-se a confiança Conquistando as cercanias, U
Na esfera superior. Encaminha-se às baixadas,
Desce às furnas mais sombrias.
Esse quadro nos recorda
O mundo desesperado, A torrente dilatada
Que parece, muitas vezes, Estende a dominação,
Grande mar encapelado. Refresca e fecunda o solo
Nas zonas de plantação.
*

Mas, em haurir-lhe a grandeza,


Mas todo cristão sincero Os bens, a virtude, a essência,
E” uma praia apetecida, Precisa-se em toda parte
Onde há paz e segurança, Muita luta e previdência.
Caminho, verdade e vida.
Aterros, diques, cuidados,
Trabalhos e sacrifícios,
Todo esforço é necessário É
Por colher-lhe os benefícios.
Sem isso, reduz-se a enchente
Às grandes devastações,
Ameaças, lodo e vermes,
Mosquitos, flagelações.
A Água
A abundância generosa
Foi vista e considerada; Água santa, bênção pura
Entretanto, a imprevidência Das bênçãos celestiais,
Guarda a lama envenenada. Que o Senhor te multiplique
Os doces mananciais.
Reconhecendo a beleza
Deste símbolo profundo, Água que lavas o corpo
Podemos ver no seu quadro De todas as criaturas,
Muita gente deste mundo. És a fonte de bondade
Que dimana das alturas.
O poder, a autoridade,
A fortuna, a inteligência, Sangue vivo do planeta,
São enchentes dadivosas Na forma que aperfeiçoa,
Da Divina Providência. Nos campos do mundo inteiro
Toda a terra te abençoa.
*

O teu impulso amoroso


Mas, se o homem não vigia, E' vida, perfume, essência,
E' várzea que inspira dó. És em todos os recantos,
A abundância não lhe deixa Mãe das forças da existência.
Mais que lodo, lixo e pó.
Por ti, há pomares fartos,
Docuras no lar que abriga,
Ventos frescos no deserto,
Orvalho na noite amiga.
NA TETAS Ea ,
RS
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CARTILHA DA NATUREZA
e
IV x
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Água tranquila e bondosa


Que acaricia o sedento,
Lavas manchas, lavas sombras,
Desde o solo ao firmamento.
O Voo
Aclaras a imensidade,
Na borrasca, no escarcéu, Aos que aprendam no silêncio,
Circulas em toda a terra, Sem sombras e sem entraves,
Depois de voltar do céu. Há sempre grandes lições
No voo comum das aves.
Água santa, irmã da paz,
Da abundância, da limpeza, Todas elas têm nas asas
Garantes o dom da vida Um dom formoso e excelente,
Nas luzes da Natureza. Mas cada grupo utiliza-o
De maneira diferente.

=
Doce bem da Divindade
Que envolve os lares e os ninhos, Recordemos que a avestruz, UR

E
»
Es a terna mensageira Exemplo que mais destoa, E

.
.
Do amor de Deus nos caminhos. E' a maior das grandes aves,

aA oy
ea
Muito bela, mas não voa.

pre

.,
*

As galinhas igualmente,
Em todo lugar do mundo, Queridas e admiradas,
Haja paz, haja discórdia, Se voam alguns segundos,
Es a bênção paternal Caem trêmulas, cansadas.
Da Eterna Misericórdia.
Os patos, perus e gansos,
De grande conformação,
Poleram sômente os voos
Que os arrastem junto ao chão.
Os corvos pairam no alto,
Mas o abutre da preguiça
Aproveita a elevação
Para a busca de carniça.
A Capina
Ee il As andorinhas, porém,
Nta Librando no azul da esfera, Nos serviços de defesa
Com Esquecem o inverno e a lama, erp que PEA A, SM A
a Procurando a primavera. Dos trabalhos da capina.. Sa
mn
E
e PE REquis E Em torno à planta que nasce | “a
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presta AP O nobres No
redescuro
Cs lençol do chão,
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Devorando os horizontes. Tentando! é mifocação AP
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Noscaminhos da exsência
Entre os homens, vê-se o mesmo, AA

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Formando comprida esteira
De grosseiros ervaçais.
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Alastram-se em toda parte... /q
; São verdura
Há, porém, muita avestruz, mo iara traiçoeira
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Muitos corvos e galinhas, Domi E imteira: RR
E em todo o lugar são raras 1 minam roça inteira Eh |
ia do Que o lavrador cuidadoso Ha
Jamais se esquive à atenção, A
Trazendo-lhe, decidido, | a
A justa eliminação. a |

Em
a A
l pih 1 ES yAÃS (2d O ONDA
Ainda que mostrem flores
Entre os ramos de alegria,
Que todas sejam tratadas
À lâminas de energia.
A Poda
611% Enquanto o grão não se forme
Para a colheita madura, Quando é necessária ao campo
Capine a enxada ao redor, Produção forte e fiel,
Tão atenta, quão segura. Não se pode prescindir
Da poda quase cruel.
De outro modo, o mato inútil,
Vadio, cruel, sem nome, E” dolorosa a tarefa,
Rouba grelos promissores, Que se comete ao podão,
Deixando ruína e fome, Não só nos tempos de inverno,
Como em tempo de verão.
Assim no mundo, igualmente,
Quem deseje o nobre dom, No pomar esperançoso,
Destrua dentro em si mesmo Na vinha feita em verdura,
Todo impulso menos bom. Há dores indefiníveis
Que nascem da podadura.
%
Velhos ramos opulentos,
Cultiva diáriamente Dilacerados ao corte,
A vida elevada e sã: Despenham-se amargurados,
Não te esqueças da capina Vencidos de angústia e morte.
Se queres fruto amanhã.
Esforça-se a podadeira
No galho que cede a custo,
E as frondes carinhosas
Parecem tremer de susto.

1"
há ad de ato
Muita vez, toda a folhagem
Sucumbe, desaparece,
Nobres hastes mutiladas (
Dão mostras de mãos em prece. Mm
O Malhadouro E
Mas, depois, findo o tormento, Wet 3 1208
Passada a grande agonia, Na época dadivosa /q
Vem a luz da primavera é Da colheita cor-de-ouro, a
Nas colheitas de alegria. E” tempo deconduzir “a
Cereais ao malhadouro - ) E. y
HH Tudo é festa de beleza, RS
p Abundância, fruto e flor, Espigas maravilhosas a |
Devendo-se tudo à bênção Vêm às mãos do tarefeiro, EC
Da poda que trouxe a dor. Aglomerando-se em busca UA
“IM Da secagem no terreiro. RA
Necessita-se igualmente, vê m by E
No campo das criaturas, Antigamente eram flores Ra
à Das podas em tempo calmo, | Mostrando verdura e viço; po a
Em tempos de desventuras. Epa Agora, a compensação Nu
Ú Que se reserva ao serviço. vaUE
* ca 4
Mas por ser o resultado, DAR
Nas fainas da luta humana, A garantia, o futuro, e
- de a . , Na
O sofrimento é o podão: | O grão rico e generoso AE
N Não tefurtes à grandeza Precisa ser nobre e puro. | dal »
E Das leis de renovação. eo
O lavrador cuidadoso à a HM
Organiza providências, y "1 y
| necessário excluir BR),
As últimas excrescências. DR
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Inicia-se a limpeza,
Servidores a malhar,
No espaço o longo assobio
De varas cortando oar.

São precisos golpes rudes, VM


Bordoadas no bom grão, ta A árvore é grande e bela,
Por conferir-lhe a grandeza Mas, na copa que se alteia,
De servir, além do chão. Intijomete-se a lagarta Roo
Escira, disforme e feia. E
Depois disso, alcança a glória
De amparar o lavrador, Notronco maravilhoso, a
A alegria de prover Folhas verdes, flores mil... EU
Em nome do Criador. O traço predominante Re
E' a notaprimaveril, | ma SM
it AR
Se ao longo de tua vida
Sentes choques do mangual, E basta uma só lagarta Hit A |
E' que estás em madureza 1 MR De minúscula expressão, DA
No campo espiritual. ER Por fazer, na árvore toda, a |
Estrago e devastação. “A “dl
x Ta
De fato, o conjunto verde | fe “dl
Não fujas ao malhadouro, 1 nobre, forte e preciso; RR
Guarda paz e vigilância: Mas, em todos os detalhes, al mA |

a
o Que a luta nosroube agora Há sinais de prejuízo. RE
Os restos da ignorância.
A lugarta rastejante, Rr |
Mostrengo em miniatura,
Val de uma folha a outra folha,
Dilacorando a verdura.
As flores, embora belas,
Perfumosas e garridas,
Aparecemdeformadas,
Nas corolas carcomidas.

O passeio dalagarta,
Que demora e persevera, Geralmente, em toda parte, AR
Perturba toda a expressão Noângulo mais sombrio A
Da filha da primavera. Dos recantos desprezados, “7
Vem a aranha e tece o fio.
Por mais que enflore e se esforce,
A árvore peregrina Escura, silenciosa,
Trai, aos olhos, a existência Atendendo aopróprio instinto,
Do verme que a contamina, Seja dia, seja noite,
Vai fazendo o labirinto.
Bo Encontramos na lição,
p Desse pobrevegetal, Por manter o enorme enredo,
«. O homemculto e bondoso Insiste e nunca esmorece,
Com o melindre pessoal. Condenar-se por si mesma
E” seu único interesse.
de

Desdobrando movimentos
Há muitas almas na Terra, Nos impulsos insensatos,
Er De feição nobre e segura, Pratica perseguições,
Mas o melindre é a lagarta Multiplica assassinatos.
Que as persegue edesfigura.
Insetos despreocupados,
Na ilusão cariciosa,
Transformam-se em prisioneiros
Da pequenacriminosa.
Satisfeita, a aranha escura
Prossegue na horrenda lida,
Nos venenos que segrega
Traz a morte e suga a vida.
A Boneca
Mas um dia, o espanador,
Na luta material, Quase em todos os lugares,
Vem e arranca essa infeliz Vencendo tempo e distância,
Das teias de horror do mal. A boneca sempre atrai |.
A grande atenção da infância.
A aranha, porém, não cede,
Com teimosia e com arte, Em torno dela palpitam
Foge ao bem que se lhe fêz, Mil castelos pequeninos;
E vai tecer noutra parte. E a doce futilidade
Do coração dos meninos.
Quem medita na conduta
Dessa aranha renitente, Nesses campos infantis
Encontra a cópia fiel Há luta, rixa, esperança...
Da vida de muita gente. H' tão frívola a boneca!
Mas faz feliz a criança.
*

Na casinha de brinquedo,
A muitos presos do engano, No princípio nobre e puro,
Deus envia a dor e as provas; l' que se forma o programa
Mas, depois delibertados, Das construções do futuro.
Vão prender-se em redes novas.
Hubem disso os pais bondosos |
1, notando a experiência,
Alendem aos pequeninos
“Bem recursos à violência.

sadDeno da
Não dilatam fantasias,
Não mentem por enganar,
Mas se valem da boneca
No intuito de ensinar.
O Remédio
Cada coisa, cada gesto,
+ Da mais ínfima expressão, O doente neste mundo,
São vistos e aproveitados Que deseje melhorar,
Na esfera da educação. Jamais encontra remédio :a
Saboroso ao paladar. )
A boneca inanimada
Constitui sempre o motivo, Por ministrar reconforto,
De lições maravilhosas,
De trabalho evolutivo.
4
Fazendo caminho à cura,
O melhor medicamento e
E
Tem ressaibos de amargura. sea
Há no mundo muitos homens, ] i a
Sem propósitos do mal, Todo enfermo esclarecido, (UseR
Que guardammuitas bonecas De senso nobre e louvável, 4 VR
Da infância espiritual. Já sabe que seu remédio ! a
Tem gosto desagradável. a e
* Ey
Se a moléstia é renitente, POUR
Junto deles, não condenes, Mais áspera e mais revel, aa
Não tenhas reprovação, A justa medicação CT
Não te faças de menino, Amarga, sabendo a fel. am
Jamais lhes negues a mão. f Ro
sm Por vezes, a beberagem MR
Não basta à restauração, aa
E” preciso o bisturi A Fo
Na zona de intervenção. ESA E

A sê a Erred T
" É e, É Er á gi
CERTA DANATUREZA. E

Contra o campoinfeccioso,
Providência compulsória,
Angústias do pensamento
Sobre a mesa operatória.
O Incêndio
Há remédios variados:
Purgante, choque, sangria, Elevam-se labaredas...
Compressas e pedilúvios, O fogo ameaçador
Recursos de cirurgia. Foi centelha, mas agora
E' incêndio devorador.
Sempre o fel do sofrimento
Amigo, reparador, Ninguém lhe conhece a origem
Tortura que retifica Obscura, nebulosa,
A dor que remove a dor, Ninguém sabe onde se oculta
A mão rude e criminosa,
Se é tão grande o sacrifício
No campo da cura externa, A fogueira continua
Pondera sobre o equilíbrio Buscando mais alto nível,
Necessário à vida eterna. Aumentando de extensão
Quanto ganha em combustível.
*

Estalam antigos móveis,


Nos dias de grandes dores, Prossegue a destruição;
Vive a fé, guarda-te em calma, Em torno anseio infinito,
Grandes males no teu corpo Amarga desolação.
São remédios na tua alma.
Língua rubra, formidanda,
Varre agora a cumieira.
Toda a casa se esboroa...
Sob a ação dessa fogueira.
Desdobra-se o nobre esforço
De amparar e socorrer,
A bondade põe-se em campo, f
Ciosa do seu dever.
A Tempestade
Entretanto, embora o auxílio
Dos trabalhos de emergência, | Quando o ar é sufocante, , Eri
A nota predominante I Quando a sombra tudo invade, “a
E' o carvão da experiência. Eis que chegam de repente a
Os carros da tempestade. “A
Assim é o mal neste mundo: MY '
A princípio, sem que doa, Trovões, coriscos, estalos, AR
Envolve a perversidade Granizos, treva, aspereza; Ran,
Em forma de coisa atoa. São convulsões dolorosas = “A
Das forças da Natureza. PARA
Depois, é o braseiro extenso,
O furor incendiário, Velhas copas opulentas, “ia
Que atinge distância enorme Antigas frondes em festa, ra
Com a lenha do comentário. Tombam gritando assustadas àA
Na escuridão da floresta. E
* To

Os furacões implacáveis EM
Vigia-te a cada instante, 8 Matam flores, levam ninhos; o
Atende, pensa, examina! A corrente do aguaceiro “SD
Todo incêndio começou Muda a face dos caminhos, RM
Na fagulha pequenina,
Mas no dia que sucede
As sombras da convulsão, A
A terra é limpa e tranquila A
Na paz da vegetação.
O céu é claro-azulado,
O dia é de linda cor,
Tudo chama novamente
A nova expressão de amor. A Caçarola
Quem não teve em sua vida Dos serviços da cozinha,
A tempestade também? Onde há sempre grande escola,
Depois de tudo arrasado, Lembremos o ensinamento
Floresceu, de novo, o bem. Da obscura cacarola. j

Aflições e desencanto, Ao receber substância


Renovação de ideais, Indispensável à mesa,
Desilusões dolorosas, Requisita vigilância “SR
Desabamentos fatais. No que concerne à limpeza. :
a
7 a ; bo

Deus, porém, jamais esquece Utilizada em serviço, RE


De atender e renovar; Embora pobre e singela, áé —
Apenas pede aos seus filhos Pede todos os desvelos
A energia de esperar. Das mãos que se servem dela,

= Por limpá-la, muitas vezes


E” justa a grande atenção;
Caso venha a tempestade, Largos banhos dágua pura,
Guarda a força calma e sã. Doses fortes de sabão.
Deus é Pai. Ora e confia.
A vida volta amanhã. Se não bastam tais processos,
Um esforço mais ativo:
Recursos dágua fervente
Misturada a corrosivo.
De outra forma é descuidar
Da pureza do alimento,
Entregar o pão do corpo
Ao lixo e ao relaxamento.

A erva mais saborosa,


O leite nevado e puro,
Na panela descuidada Quem saiba ver nos caminhos
São coisas para o monturo. A luz, a beleza, a graça,
Não foge àcontemplação
Caçarola maltratada, Do símbolo da vidraça. |
Sem o concurso do asseio,
Faz o pão envenenado, Existe em tamanhos vários,
Escuro, amargoso e feio. Mostrando serviço e arte,
Satisfazendo ao conforto
Vendo o quadro, não te esqueças Quase sempre, em toda parte.
Que os nobres ensinamentos
São substâncias que nutrem Prestativa, atenciosa,
| A fonte dos pensamentos. O homem não lhe traduz
A função maravilhosa
E Deabrir novo campo à luz,

Receber lições divinas Espelho caricioso


Sem limpar o coração, De muita delicadeza,
E' transformar dons de vida Seu esforço no trabalho
Em sombras de confusão. Tem enorme sutileza,

E” que em todos os lugares,


Frente ao mesmo sol de amor, '
Dá caminho à claridade,
Mas, conforme a própria cor.
CARTILHA DA NATUREZA

Se vermelha, o apartamento
Guarda-lhe em tudo o matiz,
Parecendo cada coisa
Engrinaldada a rubis. O Banho
Se verde, a casa parece Dos preceitos da higiene, ES
De verdura peregrina; Fonteclara do vigor, +85)
Se azulada, é a cor do céu Destaca-se, em qualquer tempo, “o
Que se dilata e domina. O banho confortador. GR

Na expressão do colorido, Depois de viagem longa,


Tem seu símbolo de escol, Findo o esforço, cada dia,
Pois se o vidro é multicor, Renovam-se, ao banho calmo,
Todo o sol é o mesmo sol. A paz, a força, a alegria.

Quem não percebe aí dentro, A própria vida aconselha,


Sem grandes indagações, Por vibrar, forte e louçã,
O Divino Amor de Deus O contacto da água pura,
E as várias religiões?!... Ao começar da manhã,

ae
No trato vulgar do mundo,
A frente da Humanidade,
Deus é sempre o mesmo Pai O corpo mais nobre e belo
Que ilumina, cria e sente: Não se esquiva à sujidade.
Mas o homem o recebe
De acordo com a própria mente. Mais além hã fumo e lama;
Mais aquém, há lixo e poeira;
Todo o corpo participa
Do suor e da canseira.,
As células esgotadas,
Em ânsias de dor e morte,
Requerem alguma coisa
Que as ajude e reconforte.
O Pão
Eis que surge o banho amigo,
Com recursos sempre iguais, Em casa, chega o momento A
A água cariciosa Destinado à refeição... “a
Tem carinhos maternais. Raro aquele que recorda
A história de luz do pão.
Depois dele o alívio santo,
A Pênção ditosa e pura, Quase sempre, vem de longe,
A paz regeneradora Das zonas do campo em flor,
Ao corpo da criatura. Oferecer-se à criatura
Em nome do Pai de Amor.
Assim também, nossas almas,
Em servicos contra o mal, Foi semente sepultada
Nunca podem prescindir Na terra ferida e escura,
Do banho espiritual. Ressuscitando em seguida
Nas belezas da verdura.
*
Suportou lutas amargas, Vi
Luta a luta, dia a dia, 8 Noites ásperas, sombrias,
Levemos o coração : E Recebendo chuva e sol,
Às águas do Pensamento Tempestades, ventanias.
Para o banho na Oração. a RR
Adornou-se em primavera, =
Risonha, sublime, eleita, “A
E entregou-se alegremente 1
" Ao segador na colheita. si E
Padeceu processos vários,
Viveu peregrinações,
Desde a ceifa rude e longa,
Ao prato das refeições.
O Prato
Conforme reconhecemos,
Esse pão, quase sem nome, Dentre as coisas mais singelas
E' dádiva do Criador, Do lar carinhoso e grato,
Que vem mitigar a fome. E' justo reconhecer
A doce lição do prato.
Mensageiro humilde e santo
De carinho e de bondade, Esperando calmamente
E' o laço entre a Providência Comensais, em torno à mesa,
E a nossa necessidade. Exemplifica, bondoso,
A ternura e a gentileza.
O amor e a abnegação
Resumem-lhe a bela história; Primoroso companheiro
O espírito de serviço De humildade e de atenção,
E' a vida de sua glória. Por servir a quem tem fome a
j Aguarda o partir do pão. sm

Satisfaz a toda gente,


Coração que sofre amando Sem sombra de vaidade,
Na fé sublime e sem jaça, Não olha conveniência,
Vai ser pão na Mesa Augusta Atende à necessidade.
Dos Bens da Divina Graça.
Por vezes, o comensal,
A quem o vinho estimula,
Entrega-se à embriaguez,
A licença, ao crime, à gula.
Maso pratoestá sereno,
Por fazer e obedecer,
Permanece em seu lugar,
Submisso ao seu dever.

Em geral, servem-se dele,


Sem qualquer preocupação;
Das horas do lar terrestre,
Que falam 20 coração,
Pouca gente lhe dedica
Destacamos com justiça
O amparo da gratidão.
A hora da refeição.
E se o prato, certo dia,
Conhece o aniquilamento, Há muita gente no mundo
Não é por ele, é por nós, Que seassenta junto à mesa
No campo do esquecimento. E recebe o bem divino
Sem ponderar-lhe a grandeza.
Neste símbolo singelo
De obediência e bondade, Supõem muitos, mostrando
Sentimos a lei que rege Juízo ao sabor do vento,
va Que a refeição se resume
O espírito da amizade. 8 a A despesa e pagamento.
+
Raros pensam no trabalho
Conserva teu bom amigo, Da Eterna Sabedoria
Guarda a luz que recebeste, Que espalha, por toda a terra,
Não desregpeites na vida
Esse pão de cada dia.
O prato onde já comeste.
A maior parte dos homens,
Estranha à luz da oferenda,
Aproveita a refeição
Por dar pasto à gula horrenda.
Muitos outros, igualmente, A A Visita
Dominados de cegueira, ra
A transformam em campo largo Quando Deuscriou na Terra
De excessos de bebedeira. A visita de amizade,
Permitiu-a, incentivando
Não poucos, menosprezando A paz e a fraternidade.
O corpo sadio e forte,
Em vez de atender a vida, Antes, contudo, o Senhor,
Procuram moléstia e morte. Que preserva nossa vida,
Deu a norma generosa
no Finalmente, em toda a parte, Que, em tudo, lhe é devida.
Pelo método confuso,
O dom do Senhor se torna No silêncio venerando
Em pastagem para o abuso. Com que fala das Alturas,
Nosso Pai ensina isso
Ouve amigo: não te esqueças, Visitando as criaturas.
E Nas mais ínfimas estradas,
7 Que o prato das refeições Vemcom o sol de maravilhas
E” bênção das mais sagradas. Que não olvida ninguém,
Aquece as coisas e os seres,
x
Amando, fazendo o bem.

Não oclvides que o “pão nosso” Vem junto à chuva bondosa


E' dom sublime e perfeito; E atende à fecundação,
É Se não tens a luz da fé, Traz flores, verdura e seiva
Não te esquives ao respeito. E espalha as bênçãos do pão.
A Visita Paternal
Nunca faita nem demora,
O Senhor vem ver-nos sempre,
Cada dia, cada hora.
A Mesa
Entretanto, não comenta
Nossas grandes cicatrizes, Quando o homem precisou
Apenas procura meios Amor e delicadeza,
De tornar-nos mais felizes. Concedeu-lhe a Providência
Abênção de paz da mesa.
De mil modos auxilia
Com bondade sempre igual, Desde então, em toda parte,
Buscando estabelecer Na esfera em que a luta brilha,
O olvido de todo mal. A mesa assinala o passo
Da tribo para a família,
Nos tempos de riso e flores,
Nos dias de dor e abrolhos, Quer Deus que ela seja em tudo
Ao lado de teus amigos, Bondade, ternura, altar,
Não visites com maus olhos. Seja em tábua, seja em ouro,
— Outro lar dentro do lar.
a

Decidem-se, à frente dela,


Maledicência é veneno Os destinos das nações;
Que traz angústias de inferno; E' mãe civilizadora
Ganharvisita ou fazê-la, De todas as gerações.
E' divino dom do Eterno.
Ajuda, em missões do ensino,
Aos professores e aos pais,
Serve ao campo das igrejas,
Das escolas e hospitais.
Revelando caridade
Que a palavra não traduz, é 20
Oferece o pão docorpo, a
Como oferta o pão de luz. y
A Noite
A Providência Divina,
Procurando auxiliar, Crepúsculo. E, após o dia “ua
Deu-a ao campo evolutivo De esforços laboriosos,
Para o homem conversar. Eis que surge a noite cheia
De apelos maravilhosos.
Junto dela, o Cristo Amado,
No socorro aos nossos planos, Deus desdobrou sobre a Terra
Deu a ceia aos companheiros Seu manto misterioso,
E o banquete aos publicanos. Como pausanecessária
De pensamento e repouso.
Em torno à mesa, cultiva
Respeito, verdade, amor; As estrelas que se acendem,
Ela é dádiva perfeita Com ternura e rutilância,
Da esfera superior. Parecem luzes que acenam
E: De uma cidade a distância.
+ Marta

E. A luz ditosa convida


E Nos serviços rotineiros, A paz e à meditação.
Não olvides, meu irmão, A noite é a parada amiga
Que a mesa de tua casa De calma renovação.
E” o lar da conversação. :
Se o dia pertence à luta
Í Da construção terrenal,
A noite é o sagrado ensejo
Da vida espiritual.
P$) o” q

CARTILHA DANATUREZA
Os homens ignorantes
Abusam do seuvalor,
Dando vida a todo impulso
De natureza inferior. “MM
A Candeia Ro
ba Mas quem sabe ser do Cristo o
NE Encontra nela a harmonia "A sombra desce de manso, au X
Da fonte de-vibrações O silêncio volve aos ninhos, “a
Do amor, da paz, da alegria. E' a noite cariciosa | e
Que se estende nos caminhos. o:
Palpita em seu manto a bênção “a
Do Pai Amado que aprova. Na casa pequena e simples “4
E' a ilha rica e encantada, Que érefúgio da pobreza, e
Repleta de força nova. E' mais densa a escuridão CU
, Que amortalha a Natureza. “SA
Alegra-te em cada noite, aaa
E, tomando o bem por guia, Mas no quadro desolado De
Entrega a Deus o inventário Perpassa a bênção do amor, a
Das lutas de cada dia. A candeia humilde e rude GARE
Clareia do velador. Re
e "TUA
Na sala desguarnecida
Não te enerves no repouso, Da morada carinhosa,
Renova teu compromisso. Sua luz mostra a beleza Y
Quem não sabe descansar, De uma estrela generosa. SUA
Mentiroso é no serviço. A
Aproveita-se-lhe o encanto "im
Na esfera da utilidade, RR
Mas quase ninguém lhe vê > es
O espírito de humildade.
Seu processo de ajudar,
Nas sombras da noite escura, )
fra Revela licão sublime “o
Ao plano da criatura. Uj

Por servir de fonte calma


Ao clarão bondoso e amigo, Em casa, a lâmpada acesa,
Ela queima a provisão y E» Singela edespercebida,
De tudo que temconsigo. Constitui lição patente
Das mais nobres que há na vida.
Consome o óleo, a torcida,
RZ Perde o brilho, perde a graça, Contra a noite escura eespessa,
by Suporta o calor do fogo, Que se espalha e reproduz,
Sofre o assédio da fumaça. Envolve-se de energia,
Resplandece e traz a luz.
E guarda, com Deus, a glória
De haver produzido o bem, Seu trabalho é grande e simples, e
Sem ferir qualquer pessoa, Difundindo o sol do bem.
Sem prejuízo a ninguém, Não discute, não pergunta, il
Dá sempre, não olha a quem. Rã
%
Humina o gabinete
Quem deseje iluminar, De pesquisa ou de leitura, >
Proceda como a candeia: Comoaclara a agulha humilde qua
A si mesmo se ilumine Da máquina de costura. re
Sem reclamar luz alheia.
Envolve com a mesma luz
A velhice, a enfermidade,
A mfância, a alegria, a dor,
E os sonhos da mocidade.
Há nsátitas, há Dberef
Amarguras, agonia?
Se não sofre violência,
Eis que a lâmpada irradia.
O Luar
Não se aflige, não consulta, Nas bênçãos de paz da noite,
Nada pede, além daforça Talvez a maior beleza
Quelhe vem da usinaoculta. Seja o luar que se espalha
Navidada Natureza.
Revela todo detalhe,
Sem contendas, sem perigo. O campo dormeem silêncio,
A gua demonstração Eo luar na estrada em flor
E' o foco que traz consigo. Distribui comtodaa planta
O orvalho confortador.
Não exige condições
Por servir e iluminar, Do céu ano iaas brisas
E define seu ruído
Cada coisa em seu lugar, Beijer asa mais pobres,
'Tristonhas e abandonadas.
%
Por todo olugar desdobra
Pensemos em nossa glória Sualuz abertaem palmas,
Quando formos, irmãosmeus, Afagando asesperanças
Como lâmpadas do Cristo Do divino amordas almas.
Na usina do amor de Deus.
Em toda parte onde exista
O anseio de um coração,
Ensina o carinho amigo
Do alfabetoà
da Rico
Desde os.ddintica mais remotos,
o luar, pelas estradas,
Foi tido como o padrinho
“Das almas enamoradas.
O Orvalho
Ao nosso ver, todavia,
Nas grandes lições do mundo, Se a chuva pode tardar,
Sua imagem representa " Há sempre a bênção do orvalho,
Simbolismo mais profundo. “Sustentando a Natureza
Nocampo doseu trabalho,
Sua luz mantém na noite

uid 5
A mais nobre das disputas, Ao termo de cada, noite,
Não cedendo à treva espessa , Nasaurorascoloridas,
As posses absolutas. | Podemos felicitá-lo
Nas ervas REcdenidaa
Entre os homens deste mundo,
O mal, o crime eo ateísmo E A planta nunca descrê;
Tudo ensombram provocando so trabalha e dá.
A noite de um grande abismo. Na lutajamais se esquece
Queo Pai nãoa esquecerá.
*%

Se o anoé de chuva escassa


Mas a esperança resiste Para o bem das produções,
Eacende na noite imensa. VN Muitas vezes basta o orvalho
A luz clara e generosa SM Na força das estações.
Do eternoluar da crença. “RR
Ao seu beijo a terra espera,
A folhavolta aoverdor,
A flor ostenta-se em festa,
O dia é renovador.

É uy j , , LAW
wi Í ni set ho nad Í Ê didiyrmem,
Nasforças da Natureza,
Oorvalho é como o sorriso
Que desce diâriamente
Das bênçãos do paraíso.

Seuhálito carinhoso .

Ameniza a atmosfera; Em todas as latitudes


No verão mais sufocante Da. Terraqueaperfeiçoa,
E” filho da primavera. E sempre meiga e benvinda,
Alã carinhosa, e boa.
E” sempre um fraterno amigo,
Um símbolo dedefesa, Conserva a saúde e a vida,
Do bem entre as forças várias Nosinvernos, nos trabalhos,
Que oprimem a Natureza. E' mãedelicada e nobre )
Dosmais puros agasalhos,
A nós outros, ele ensina,
No efeito de sua ação, Faz frio? desceu a noite
Quanto pode conseguir Em borrascas escarninhas?
A hoa disposição. A lã protetora e santa
Vai vestir as criancinhas.
*

Há velhice amargurada
Sorrisos, calma, bondade, Movendo-se quase morta?
Prudência, paz, bom humor, | A divina benfeitora
São em tudo o brando orvalho Vem de leve e reconforta.
Da altura do nosso amor.
Enfermos entristecidos
“Atados a grandes dores?
' Recolhe-os bondosamente
Presta aos homensneste mundo
Auxílioamorosoe forte,
Desde o berço da chegada,
Ao leito de dor na morte.
A Capa
Heroína afetuosa
Deserviço e de bondade, Enquanto vibra o calor
Preserva no mundointeiro Do verão, em luz florida,
O corpo da Humanidade. A capa confortadora
Permanece recolhida.
Quem a veste, conservando-a,
Encontra incessantemente Em tudo há sol claro e quente,
A couraça que resiste Após a bênção do orvalho...
Ao frio mais inclemente. Oculta-se a capa amiga
Nas reservas deagasalho.
Lembremos, vendo-a servir
Sem recompensa e sem palmas, Entretanto, chega um dia,
O Cordeiro que dá lã Que surge na imensidade,
Necessária a nossas almas. Envolto de sombras frias
E sopros de tempestade.
x
Rajadas dilacerantes
Não te doa nos eaptinhos Invadem a atmosfera,
O inverno de angústia e pranto: Não mais a carícia doce
Vistamos os sentimentos Das tardes de primavera.
Em lã do Cordeiro Santo.
De outras vezes, muito embora
Cesse a grande ventania,
“Continuaoinvernoforte,
'Torturando noite e dia.
AbEpa névoas densas
Aolongo de toda a estrada,
Se a neve não cai docéu,
A terra sofre a geada.
O Faroleiro
E' quandoa capa bondosa
Aparece no caminho, Enquanto o leque da noite
Como aterna mensageira. Agrava a sombra e o perigo,
Do consolo e docarinho. A distância,eis que se acende
O farol bondoso e amigo.
Requestada em toda a parte,
No tempo frio e brumoso, A luz define os caminhos,
Trabalha, conforta eajuda, Mostra o vulto dos rochedos,
Sem as pausas do repouso. Pode o barco prosseguir,
A treva não tem segredos.
Assim, no inverno das dores
Que trazem desolação, Tudo é noite sobre o abismo,
A crença é a capa celeste Mas na torre existe alguém,
Que agasalha o coração. Atento em manter a luz,
Disposto a fazer o bem,
x
“E' o faroleiro. Em silêncio
Mas no mundo hámuito crente, * Clareia a amplidão do mar,
Quequando padece e chora, Determina o rumo certo
Desatende a Providência Eatende sem perguntar.
E atira com a capa fora.
Navios maravilhosos,
Em prodígios de conforto,
Recebem-lhe o benefício
E seguem, de porto a porto.
ans A de Ao,
Jangadas laboriosas...
“Ofarol ajuda sempre
Sem perguntas ociosas.
Todos devem aofarol,
Do comando ao marinheiro, luto e silêncio,
Mas quase ninguém conhece Desolação e amargor.
As dores do faroleiro. O quadro de um cemitério
Inspira PRudade e dor. -
Por servir e auxiliar,
Aceita uma condição: Aqui, lápides tosa
A vida de insulamento Ali, raros mausoléus,
Muita vez em privação. Anjos de pedra apontando
A cúpola azul dos céus.
Se ouvirmos as grandes vozes
Da verdade soberana, Além, sepulturas pobres,
Na Terra “acontece o mesmo Sem o mármoredas lousas,
“Nos maresda luta humana. Que se confundem sem palmas
No seio comum das coisas. |
x

Em uns, a ambição pomposa


Quem possa trazer mais luz Que se estende à própria morte;
Vive em campo solitário, Em outros, o esquecimento,
Tal qual o Mestre Amoroso Contrastes das mãos da sorte..
Da torre em cruz do Calvário,
Mas em todos os recantos,
A realidade e a lição
Do túmulo: o estojo triste
De sombras e podridão.
otemplo invisível
ED
Ptioa da,Natureza.

Jamaissentiste o cansa
No excessode.burburinho?
oOtbrestá Canelaéos Sal O silêncio é o companheiro.
Eas noites da Natureza.
o chiado a
Já “observaste? No mundo, Em seu campo generoso,
Nos frinoA aleoo Hátréguasao pensamento,
Recebe-se luz sublime
De. penteado e Radio
x
o or que se mergulha
Nasvozes do turbilhão,
Mas Jesusque é o Jardineiro “Condena-se, muita. vez,
* Dapaz, do amor, da bonança, Aoscárceres da, Ro
“Fazflorir em nossastrevas
“Seus caminhos de esperança. E preciso, dido apre
Procurar napoledade,
€ z A a ”
POSTA
Ava” ;
E Read
E %

Francisco C. Xavier

JESUS NO LAR,
Na sua missão de re-
'co-
por o Evangelho no
do homem, descey
do Alto , através do me-
dium Francisco Cândido
Xavier, mais este eXce-
lente livro.
São reuniões familia-
res em casa de Simão
Fedro, à beira do lago,
onde se discutem na ih-
timidade, em volta da
mesa, os problemas do
jno de Deus. Os discj-
púlos apresentam seus
pareceres, sua opiniões,
suas dúvidas, e Jesus,
como Irmão Maior, de-
pois de ouvilos com
amorosa paciência, resol-
ve-lhes todos os proble-
mas, formulando um
apólogo, uma parábola,
uma historieta que faje
simultâneamente ao €Co-
ração e ao cérebro, e
nn memória facilmente
se conserve,
O primoroso livrinho
de Neio Lúcio, com 50
histôriazinhas edifican-
tes, em que a Doutrina
Cristã é habilmente do-
sada e lindamente ves-
tida, sem dúvida será o
candeeiro de todos os
lares, & iluminar jovens
e velhos.

pede, amigo Leitor, q


Catálogo de Livros Espi-
ritas editado pela FEB, é
cleo te será remetido gra-
tuitamente pelo Correio,
Almerindo M. de Castro

Cândido Xavier LIÇÕES DA VIDA

1* edição

E' um livro que se


distingue do comum da
literatura doutrinária.
Sem se distanciar dos
ensinamentos morais re-
lgiosos, visa levar o lei-
tor a interpretar a razão
de ser de muitos acon-
tecimentos da vida quo-
tidiana (desastres, as-
sassínios, suicídios, fra-
cassos diversos, ete.), os
quais, aos espíritos des-
prevenidos ou desaten-
tos, se apresentam sem
explicação convincente.
Nesse intuito, o Autor,
nome respeitado e ad-
mirado nos meios lite-
rários e espiritistas do
País, destaca, de entre
os eventos comuns ou
inusitados, inúmeros fa-
tos, e os explana à luz
Ditado pelo Espírito de da verdadeira realidade,
mostrando que, em mui-

CASIMIRO CUNHA tas das coisas aparente-


mente inexplicáveis, ab-
surdas, injustas, existe
uma lição eloquente e
meridiana de ensinamen-
tos preciosos, porque di-
zem com a Alma, com
o recôndito dos corações.
Lições da Vida é um
livro que agradará, sem
reserva, qualquer que se-
ja o ponto de vista fi-
losófico ou religioso do
leitor.
Pe “e a emecep

LBON DENIS

Catecismo Espírita
Com o fito de facilitar a vulgarização de um
trabalho de grande vulto do eminente discípulo de
Kardec, foi editado o Catecismo Espírita, que logo
teve plena aceitação nos círculos doutrinários, por
sua comprovada utilidade prática e teórica,
E' uma condensação dos pontos cardiais da
Doutrina, ao alcance detodas as inteligências, e que
+

muito se presta a auxiliar o ensino do Espiritismo


er E

nos lares e nas escolas espíritas.


E' obra elucidativa que se impõe, não só aos
neófitos, com também aos estudiosos da Doutrina.

FERNANDO FLORES

Seara Qnfantil
Seara Infantil é precioso repositório de vinte
historietas e cinco graciosas poesias destinadas à
evangelização da crianca espírita.
Escrito numa linguagem acessível à mente in-
fantil, apresenta este livrinho, em cada página, ad-
miráveis lições de moral cristã, a par de utilíssimos
Exercícios que ampliam os conhecimentos inteleo-
Lunda da criançada estudiosa.
Com inúmeras ilustrações, desenhadas a traços
rápidos, e uma sugestiva capa em tricromia, eres
ditámos que n obra Menra Infantilmoracorá bon,
neolhida vimtodom om Vito ga emplritam
e |

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