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FACULDADE APOGEU

Curso de Pós - Graduação Latu Sensu em Psicopedagogia Institucional

Maria Aparecida Fagundes

A importância do lúdico para o trabalho do psicopedagogo.

Ceres- GO

2016
FACULDADE APOGEU
Curso de Pós - Graduação Latu Sensu em
Psicopedagogia Institucional

A importância do lúdico para o trabalho do psicopedagogo.

Apresentação de monografia à Faculdade


Apogeu como requisito para obtenção do
grau de especialista em Psicopedagogia.
Por: Maria Aparecida Fagundes

Ceres- GO

2016
A importância do lúdico para o trabalho do psicopedagogo.

Apresentação de monografia a
Faculdade Apogeu como requisito para
obtenção do grau de especialista em
Psicopedagogia Institucional. Área de
concentração: Psicopedagogia, Inclusão.

Por: Maria Aparecida Fagundes

Ceres, 10 de abril de 2016.

Banca examinadora:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________
A minhas filhas, aos meus colegas e mestres
que jamais deixaram de me incentivar por menor
que fosse a contribuição,que me ensinaram, me
deram todo apoio necessário,nas horas de
dificuldade, pelas palavras de carinho e confiança
depositadas que me fizeram prosseguir até aqui. A
eles dedico todo meu esforço.
Agradecimentos

Agradeço a Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades, a
Minha família que sem medir esforços me acompanhou nessa jornada.
Especialmente a minha querida filha, por me encorajar a realizar um trabalho
capaz de promover a esperança numa educação mais humana e justa.
Aos colegas de curso, pela amizade e cumplicidade, a professor orientador por
repassar seus conhecimentos e me ajudar a chegar ate aqui.
“Não eduques as crianças nas várias disciplinas recorrendo à força, mas como se
fosse um jogo, para que também possas observar melhor qual a disposição natural
de cada um.”

Platão
RESUMO

Este trabalho intitulado “A importância do lúdico para o trabalho do psicopedagogo”,


teve como objetivo investigar as estratégias lúdicas operacionalizadas pelos
psicopedagogos durante seu trabalho, visto que, através delas atividades a criança
reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela sua imaginação,
são reelaboradas. O lúdico não se refere apenas ao brincar, jogar e ao movimento
espontâneo. O lúdico é essencial no desenvolvimento humano acrescentando
ingredientes indispensáveis no relacionamento interpessoal, facilitando também a
criatividade e estabelecendo relações. A ludicidade é uma necessidade do ser
humano independente da idade e não pode ser vista como mera diversão,está
ligada ao processo dinâmico da educação estabelecendo relações concretas no
processo de construção do conhecimento sendo indispensável à saúde física,
emocional e intelectual e está presente na cultura dos povos desde os tempos mais
remotos. A discussão e analise dos dados foi realizada de acordo com o referencial
teórico estudado e obteve-se como conclusão que diante da realidade atual o
psicopedagogo deve mudar sua prática pedagógica, priorizando o uso das
atividades lúdicas como ferramenta indispensável ao processo dando condições
necessárias para que possam desenvolver bem essas atividades, de modo a
garantir uma aprendizagem criativa e significativa.

PALAVRAS-CHAVES: Lúdico; Educação; Processo de Aprendizagem; Olhar


Psicopedagógico.
ABSTRACT

This work entitled "The importance of playfulness to the work of the educational
psychologist", aimed to investigate the playful strategies operationalized by
psychologists during their work since, through their activities the child plays many
situations experienced in their daily lives, which, by their imagination, are reworked.
The playful refers not only to play, play and spontaneous movement. The playfulness
is essential in human development adding essential ingredients in interpersonal
relationships, also facilitating creativity and establishing relationships. The
playfulness is a need to be independent human age and can not be seen as mere
entertainment, is linked to the dynamic process of education by establishing concrete
relations in the knowledge building process is essential to the physical, emotional
and intellectual and is present in the culture people since ancient times. The
discussion and analysis of data was performed according to the studied theoretical
framework and was obtained as a conclusion that given the current reality
psicopedagogo should change their practice, prioritizing the use of recreational
activities as an indispensable tool in the process giving necessary conditions for may
well develop these activities in order to ensure a creative and meaningful learning.

KEYWORDS: Playfulness; Education; Learning process; Look Psicopedagógico.


SUMARIO

FOLHA DE ROSTO------------------------------------------------------------------------------------2
FOLHA DE APROVAÇÃO----------------------------------------------------------------------------3
DEDICÁTORIA------------------------------------------------------------------------------------------4
AGRADECIMENTOS----------------------------------------------------------------------------------5
EPIGRAFE------------------------------------------------------------------------------------------------6
RESUMO--------------------------------------------------------------------------------------------------7
ABSTRACT-----------------------------------------------------------------------------------------------8
SUMÁRIO-------------------------------------------------------------------------------------------------9

1.INTRODUÇÂO---------------------------------------------------------------------------------------10

2.DEFININDO A LUDICIDADE--------------------------------------------------------------------12

3.A LUDICIDADE COMO FERRAMENTA NUM OLHAR PSICOPEDAGOGICO----13

4.A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR---------------------------------------------------------------19

4.1 JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS---------------------------------------20

5.O LÚDICO E A PSICOPEDAGOGIA----------------------------------------------------------22

5.1 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O PSICOPEDAGOGO-----------------24

6.O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS


SEGUNDO PIAGET----------------------------------------------------------------------------------26

7.A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGOGICA ATRAVÉS DOS JOGOS------------------31

8.CONSIDERAÇÕES FINAIS----------------------------------------------------------------------38

9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-----------------------------------------------------------42
10

1. INTRODUÇÂO

Este artigo expõe a aquisição do conhecimento por meio do lúdico,


auxiliando no desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e moral do paciente,
proporcionando a construção do conhecimento e o diagnóstico exato na intervenção
psicopedagógica no auxílio das dificuldades de aprendizagens.
O psicopedagogo atuante não mede esforços a fim de possibilitar ao
indivíduo seu desenvolvimento potencial atribuindo-lhe autoria do seu processo
educacional, constituindo-se cidadão e, conseqüentemente, sua inclusão social.
Esforços para desenvolver novas habilidades, percepções, entendimentos. Sua
atuação na área da educação especial, com indivíduos com deficiência, torna-se
mais desafiadora ao registrar potencialidades e limites do indivíduo e da equipe, no
mesmo contexto. Sendo assim, o enfoque situacional ao abranger indivíduos com
deficiência requer planos de trabalho em parceria máxima com as instituições
escolares.
O educador tem um papel político e social em cada uma das
temporadas históricas e deve buscar no contexto da sociedade brasileira
como desenvolver a sua prática pedagógica em uma direção comprometida
com as gerações atuais (PONTUSCHKA, 1996, p. 58).

Verifica-se que sempre existem alunos que não acompanham o ritmo de seus
colegas em sala de aula. Os motivos são os mais diferentes e vão desde problemas
mais sérios de incapacidade intelectual até pequenas desadaptações. Porém, é
importante observar que, ao se colocar estas pessoas em condições adequadas ou
ao utilizar métodos especiais de ensino, muitas vezes fazem progressos notáveis e,
algumas, inclusive, conseguem superar o seu próprio atraso.
As atividades lúdicas ocupam lugar privilegiado no universo infantil e têm, ao longo
da história, despertado o interesse de pesquisadores de vários campos do
conhecimento. A utilização do lúdico no processo pedagógico faz despertar o gosto
pela vida e leva as crianças a enfrentarem os desafios que lhe surgirem. A
convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará à
criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas, bem como
11

relacioná-la as demais produções culturais ou simbólicas, conforme procedimentos


metodológicos compatíveis a essa prática.
Este trabalho justifica-se pela necessidade de compreender o papel do lúdico
como ferramenta significativa para um aprendizado de qualidade nas instituições de
ensino.Sendo assim, a escolha deste tema se deu frente ao intuito de ressaltar a
importância do lúdico no trabalho do psicopedagogo, cuja atuação com indivíduos
com deficiência torna-se mais desafiadora ao registrar potencialidades e limites do
indivíduo e da equipe.
Assim, o trabalho psicopedagógico demonstra extrema importância e o espaço
social oferecido pela escola pode ser extremamente benéfico. Afinal, as
potencialidades não nascem prontas, é o meio social que vai ajudar o indivíduo a
encontrá-las, a fazê-las desabrochar.
Tais práticas educativas podem nortear-se dos pressupostos
pedagógicos e dos ideais da Psicopedagogia. Trabalhar com o lúdico em sala de
aula é estimular o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da socialização,
da iniciativa, da auto-estima, pois, só por si, a brincadeira já é uma situação de
aprendizagem. Com base nisso, o professor e psicopedagogo devem ter ciência que
usar a ludicidade em sala de aula é fundamental em qualquer série, sendo uma das
formas mais naturais de estimulação no processo de aprendizagem.
O objetivo desse trabalho foi investigar as estratégias lúdicas operacionalizadas
pelos psicopedagogos, onde se percebe que as mais utilizadas são os jogos e as
brincadeiras, estratégias que oportunizam a descoberta de si mesmo e dos outros.
Percebeu-se que a relação ludicidade,está principalmente em aliar a
brincadeira ao conhecimento de maneira prazerosa, utilizando a linguagem que a
criança conhece e gosta: o brincar.
As práticas lúdicas utilizadas no processo de aprendizagem educacional vão da
brincadeira à história infantil, proporcionando na criança uma aprendizagem
significativa.
12

2. DEFININDO A LUDICIDADE

A palavra lúdica origina-se do latim ludos que significa brincar. Neste


contexto estão incluídos os jogos, divertimentos, brinquedos e movimentos
espontâneos. O lúdico também pode ser usado no contexto educativo,
oportunizando assim a aprendizagem do indivíduo, ampliação do seu conhecimento
e sua concepção de homem e mundo. O lúdico é uma necessidade do ser humano
indiferente de sua idade e não deve ser visto meramente como diversão.
O brincar é a essência da infância, ele permite a produção de
conhecimentos, estimula a afetividade, assim, estabelecem-se com o brincar uma
relação natural extravagando as angústias e paixões, alegrias, tristezas,
agressividades. Em todas as épocas o lúdico, o brincar faz parte da vida da criança,
viver no mundo da fantasia, do encantamento, da alegria, dos sonhos. Parte da
descoberta de si mesmo, do experimentar, do criar e recriar oportunizando ao
indivíduo, seu saber, sua compreensão do mundo, seu conhecimento, facilitando a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal e coletivo, trazendo benefícios para a
saúde mental, para a socialização, comunicação, expressão e valorizando sempre a
criatividade que está inata nesta atividade.
É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para
que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a
base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo para o exercício
do prazer de viver, e viver, como diz a canção... como se fora brincadeira de roda...
(MARCELINO, 1996, p.38).
As estratégias lúdicas permitem os envolvidos conhecerem-se como
pessoa, desenvolverem-se emocionalmente, oportunizando o desenvolvimento de
capacidades, dentre elas a afetividade, a partilha, a concentração, enfim, os
envolvidos tornam-se operantes e participantes ativos.
13

3. A LUDICIDADE COMO FERRAMENTA NA APRENDIZAGEM, NUM


OLHAR PSICOPEDAGÓGICO
As manifestações lúdicas desempenham funções muito importantes no
desenvolvimento das crianças e, além disso, podem ser utilizadas como uma
importante ferramenta didática e psicopedagógica. Por isso a atividade lúdica é de
fundamental importância, uma vez que possibilita o desaparecimento da fronteira
entre o trabalho que é obrigatório e exige esforços, e o divertimento, prazeroso e
alegre levando os alunos a se envolverem, se arriscarem, se interessarem e
aprenderem com satisfação, prazer e autoconfiança. Enquanto recurso
psicopedagógico, o lúdico, deve ser encarado de forma séria e usado de maneira
correta, pois como afirma Almeida (1994), o sentido real, verdadeiro, funcional da
educação lúdica está garantido, se o profissional estiver preparado para realizá-lo.

É importante ressaltar que o brincar a atividade lúdica deve promover,


não só momentos de alegria, satisfação, prazer, felicidade, imaginação, criatividade
e crescimento, mas também favoreça a aprendizagem. Proporcionar o
desenvolvimento de habilidades mentais e motoras e de atitudes que possibilitem
maior socialização e interação entre o grupo de alunos, entre professores e aluno e,
acima de tudo, o estabelecimento de valores que venham a contribuir com as
atividades vistas sob ótica lúdica, oportunizam a criança vivências próprias.

O professor juntamente com o psicopedagogo tem papel fundamental


para abrir caminho ao seu aluno perante o ato de ler, muitas estratégias são usadas
para que isso aconteça, o lúdico propicia o gosto pela aprendizagem, propicia à
criança, vivenciar as brincadeiras e jogos de forma que a torne autônoma, fazendo-a
viver aquele momento como se fosse realidade. Acredita-se que um passo
importante para desenvolver as habilidades necessárias, além do trabalho lúdico é
acreditar no trabalho desenvolvido, valorizar a capacidade de cada um, pois este
objetivo avança quando se aposta nos alunos, cria-se expectativas, procura-se boas
estratégias motivasse os mesmos.

Para que a aprendizagem ocorra de forma eficiente e, juntamente com o lúdico


desenvolve-se este papel de forma mais tranqüila e prazerosa, este é o papel da
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ludicidade. Aprender algo, ao mesmo tempo em que se distrai além de prazeroso


torna-se espontâneo, as atividades lúdicas proporcionam uma maior interação entre
o estudante e o aprendizado, a importância da ludicidade propicia uma aula
agradável permitindo aos alunos uma maior assimilação. Diante de todos estes
aspectos importantes a ludicidade propicia também o desenvolvimento de outros
aspectos importantes como o desenvolvimento do raciocínio da criança, na
brincadeira, a criança vai interpretar de uma forma mais positiva o conteúdo, ou
aquilo que a professora quis passar para o aluno, irá sentir-se mais satisfeito e
envolvido, parte do processo de aprendizagem.

E, além disso, foi passado de forma indireta, ou seja, não foi imposto
pelo professor diretamente. Fugiu do obrigatório. E sem dúvida foi significativo
porque a brincadeira irá marcar para o aluno por que foi interessante e despertou a
sua curiosidade. É importante que o lúdico enquanto recurso pedagógico seja
encarado de forma séria, responsável e com objetivos claros do que se pretende
alcançar, aonde desejamos chegar com o mesmo, e assim o lúdico favorece de
forma eficiente para o desenvolvimento pleno, contemplando todas as
potencialidades da criança. Para Vygotsky (1987), a aprendizagem e o
desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter
relacionam com o meio objetivo e social, internalizando o conhecimento advindo de
um processo de construção.

O brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoções. Pelo


brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural,
construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade. Ao brincar
a criança movimenta-se em busca de parceria e na exploração de objetos,
comunica-se com seus pares, se expressa através de múltiplas linguagens,
descobre regras e toma decisões. Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço
obrigatório das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma
de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que
contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma: O jogo é,
portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório motor e de
simbolismo, uma assimilação da real à realidade própria, fornecendo a este seu
15

alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas


do eu. Por isso, os métodos ativos da educação das crianças exigem todos que se
forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a
assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à
inteligência infantil. (PIAGET, 1976, p. 160).

Educar é a peça chave deste processo, devendo ser encarada como


um elemento essencial e fundamental. Quanto maior e mais rica fora sua história de
vida, maiores serão as possibilidades de ele desempenhar uma prática educacional
consistente e significativa. A incorporação de brincadeiras, jogos e brinquedos na
prática pedagógica, podem desenvolver diferentes atividades que contribuem para
inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados construtivos
tanto para crianças como para os jovens. O lúdico pode ser utilizado como uma
estratégia de ensino aprendizagem.

Enfim, educar não se limita apenas em repassar informações e


conhecimentos, mas ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e
da sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher
entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de
mundo e com circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. O ato de brincar
estimula o uso da memória que ao entrar em ação se amplia e organiza o material a
ser lembrado, tudo isto está relacionado com o aparecimento gradativo dos
processos da linguagem que ao reorganizarem a vivência emocional e eleva a
criança a um nível de processos psíquicos. Brincar é uma das atividades
fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a
criança, desde muito cedo poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais
tarde, representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva
sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas
capacidades importantes, tais como atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação,
da utilização e da experimentação de regras e papeis sociais. (LOPES 2006, p.110)
16

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e


não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico
facilita à aprendizagem, do desenvolvimento pessoal, social e cultural colaborando
para a boa saúde mental e física. Na perspectiva de Vygotsky, a criança, inserida no
social é produto de um contexto cultural. Isso facilita a exploração da imaginação, a
memória e o registro e de suas experiências. Vygotsky (1989, p.109), afirma que: é
enorme a influencia do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no
brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma
esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não por
incentivos fornecidos por objetos externos. A incorporação de brincadeiras, jogos e
brinquedos na prática pedagógica, podem desenvolver diferentes atividades que
contribuem para inúmeras aprendizagens a para a ampliação da rede de
significados construtivos tanto para crianças como para os jovens.

O lúdico pode ser utilizado como uma estratégia de ensino e


aprendizagem. O professor é a peça chave deste processo, devendo ser encarado
como um elemento essencial e fundamental. Quanto maior e mais rica for sua
história de vida profissional, maiores serão as possibilidades de ele desempenhar
uma prática educacional consistente e significativa. Educar não se limita apenas em
repassar informações e conhecimentos, mas ajudar a pessoa a tomar consciência
de si mesma, dos outros e da sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a
pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus
valores, sua visão de mundo e com circunstâncias adversas que cada um irá
encontrar. A entrada da criança no mundo do faz-de-conta marca uma nova fase de
sua capacidade de lidar com a realidade.

O pensamento da criança evolui a partir de suas ações, razão pelas


quais as atividades são tão importantes para o desenvolvimento do pensamento
infantil. A criança precisa de estabilidade emocional para se desenvolver com a
aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira de se chegar perto do sujeito e da
ludicidade, em conjunto, um caminho estimulador e enriquecedor para se atingir uma
totalidade no processo de aprender, e aprender brincando. Brincar funciona como
um cenário nos quais as crianças tornam-se capazes não só de imitar a vida, como
17

também de transformá-la. Contudo, o lúdico enquanto “atividade criativa”, apesar de


propiciar prazer ao indivíduo, foi deixada de lado na dimensão educacional, e, passa
a ceder espaço à uma prática pedagógica centrada nos aspectos cognitivos do
processo ensino-aprendizagem. Muitos professores tornam-se reticentes no que diz
respeito ao lúdico na sala de aula. Alguns o encaram como recurso pedagógico a
mais, cuja finalidade é ser usado no desenvolvimento das aulas, perdendo assim, a
sua espontaneidade.

Outros o conceituam como um modo de ensinar e aprender mais


compatível com a própria essência da vida, eu é movimento, atividade,
desenvolvimento e transformação. Defender uma prática pedagógica a partir da
atividade do brincar traz mudanças significativas para o processo ensino-
aprendizagem, pois nos remete a transformação do espaço escolar em um espaço
integrador, dinâmico, onde não se prioriza apenas o desenvolvimento cognitivo do
alunado, mas contempla uma dimensão plena do indivíduo. Na visão de Kishimoto:
Enquanto manifestação livre e espontânea da cultura popular, a brincadeira
tradicional tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver forma de
consciência social e permitir o prazer de brincar. ...Por pertencer à categoria de
experiências transmitidas espontaneamente conforme motivações internas da
criança, a brincadeira tradicional infantil garante a presença do lúdico, na situação
imaginária (1999, p. 33).

Nesse contexto, a postura do professor possui grande relevância, pois


ele pode conduzir suas atividades priorizando o lúdico ou negando-lhe o espaço, o
que o faz negar, de certa forma, as “possibilidades” de pleno desenvolvimento do
seu aluno. Sendo assim, faz-se necessário que a escola trabalhe com a diversidade
cultural de seus alunos, valorizando a pluralidade, o movimento e a corporeidade,
evitando, conseqüentemente, a linearidade, a passividade, a homogeneidade. Pode-
se, então, pensar que, dessa forma, a escola tende a resgatar, no seu espaço, a
vida, o dinamismo e o prazer, que há muito foram esquecidos, por conta de uma
primordial preocupação em transmitir conteúdos, tidos como verdades universais. É
possível perceber que o campo ludicidade ainda é pouco explorado pelas escolas, e,
quando isso ocorre , por vezes, é feito de forma errônea, havendo pouca
18

receptividade de alguns pais, devido à concepção do lúdico de ser pouco


compreendida. Talvez seja, ainda, pela falta de compreensão ou pela interpretação
precipitada que as pessoas não conseguiram se apropriar, de fato, do seu real
significado e importância.

O brincar é tão relevante para a criança quanto o trabalho é


necessário para o adulto, por isso com intencionalidade educativa, ou não, de um
modo geral, ele traz os dados do cotidiano para um fazer ativo, refazendo-os ao
relacioná-los com o imaginário. Ao brincar e experimentar o mundo dentro de seu
contexto sócio cultural a criança constrói o seu fazer, repercutindo no futuro, o que
seria a própria essência da vida. O lúdico, enquanto recurso pedagógico deve ser
encarado de forma séria e usado de maneira correta, pois o sentido real, verdadeiro
e funcional da educação lúdica estará garantido, se educador estiver preparado para
utilizá-lo. Sendo que o papel do educador é, intervir de forma adequada, deixando
que o aluno adquira conhecimento e habilidades, suas atividades visam sempre um
resultado e uma ação dirigida para a busca de finalidades pedagógicas.

Poder vivenciar o processo do aprender colocando-se no lugar da


criança, permitindo que a criatividade e a imaginação aflorem através da
interdisciplinaridade enquanto atitude. A inter subjetividade se mostre por meio do
afeto e da alegria de poder liberar o que cada sujeito trás consigo mesmo e quanto
pode contribuir com o outro. O despertar para o valor dos conteúdos das temáticas
trabalhadas é que fazem com que o sujeito aprendiz tenha prazer em aprender.
Conteúdos estes despertados pelo prazer de querer saber e conhecer. Devemos
despertá-los, para com sabedoria, podermos exteriorizá-los na nossa vida diária.

A alegria, a fé, a paz, a beleza e o prazer das coisas estão dentro de


nós. Por entender e interpretar que se o professor não aprende com prazer não
poderá ensinar com prazer, deve-se, nesse sentido direcionar nossa prática
pedagógica, dando ênfase à formação lúdica: ensinar e sensibilizar o professor-
aprendiz para que, através de atividades dinâmicas e desafiadoras, despertem no
sujeito-aprendiz o gosto e a curiosidade pelo conhecimento. Curiosidades estas, que
cabem ao educador torná-las epistemológicas. Tudo se decide no processo de
19

reflexão que o professor leva a cabo sobre a própria ação. O homem da ciência e da
técnica perdeu a felicidade e a alegria de viver, perdeu a capacidade de brincar,
perdeu a fertilidade da fantasia e da imaginação guiadas pelo impulso lúdico. Que a
sala de aula seja um ambiente em que o autoritarismo seja trocado pela livre
expressão da atitude interdisciplinar. Que as aulas sejam vivas e num ambiente de
inter relação e convivência. A formação lúdica possibilita ao psicopedagogo
conhecer-se como pessoa, saber de suas possibilidades, desbloquearem
resistências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a
vida da criança, do jovem e do adulto. A afetividade como sustentáculo significativo
e fundamental de uma pedagogia que se alicerça na arte-magia interdisciplinar do
ensinar-aprender.

4. A IMPORTANCIA DO BRINCAR

Por meio das brincadeiras que a criança cria oportunidade de interação com todos
ao seu redor, contribuindo para o desenvolvimento das habilidades psicomotoras,
cognitivas e também da relação de afetividade entre os educandos, que
estabelecem laços de amizade entre si e adquirem conhecimentos. “A educação
lúdica, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente,
possibilitando um crescimento sadio,um enriquecimento permanente,integra-se ao
mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe em uma produção
séria do conhecimento.Sua prática exige a participação franca,
criativa,livre,crítica,promovendo a interação social e tendo em vista o forte
compromisso de transformação e modificação do meio.(ALMEIDA,2003:57)
A educação lúdica contribui para a formação do infante, possibilitando
um enriquecimento pedagógico e de valores culturais, ensinando a respeitar as
opiniões dos outros e ampliando o conhecimento. Para Piaget, os jogos têm
significado para a criança, quando ela começa a inventar, reconstruir objetos com
sua própria criatividade, levando-a à um processo de assimilação e acomodação. O
aluno assimila várias realidades formando assim novos conceitos e dando espaço à
20

acomodação. Quando o jogo proposto cria oportunidade para que o aluno busque,
verifique resultados e raciocine sobre o conteúdo, ele coloca a criança em um
momento lúdico, preparando-a para solucionar problemas em situações presentes
no seu cotidiano.
Os jogos de construção são considerados de grande importância por
enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver
habilidades da criança.
A criança, quando joga percebe seu lugar e valor no grupo social, construindo
pensamentos; dissolvendo paulatinamente o egocentrismo que ainda pode persistir
no comportamento da criança. A educação lúdica contribui para o desenvolvimento
da criança, na qual a participação educacional promove a criatividade e interação,
valorizando a linguagem oral. Dessa forma, os jogos intelectuais como o quebra-
cabeça, jogo da memória, amarelinha não podem ser descartados no âmbito
escolar, pois esses jogos auxiliam no desenvolvimento e na alfabetização do infante.

4.1 JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS


O jogo tem um sentido específico para cada cultura; uma mesma conduta nos jogos
pode ter significado diferente dependendo da cultura; o arco e flecha, por exemplo,
para muitos é um divertimento, mas para a comunidade indígena é uma forma de
preparo para a arte da caça necessária para sua tribo. Existem vários brinquedos
tradicionais com os quais até hoje as crianças brincam, como a pipa, o peão, o
cavalinho de pau e a boneca. Até mesmo os instrumentos musicais transformam-se
em objetos lúdicos para as crianças. As crianças aprendem rapidamente as regras
dos jogos, porém sentem dificuldades em utilizá-las por conta da competição. É
preciso que o educador trabalhe o grupo, ensinando o respeito ao outro e
preparando a vida em sociedade. O jogo surge como um auxílio psicopedagógico,
desenvolvendo o relacionamento em grupo e também a autonomia. Cada jogo tem
seus objetivos e características próprias e cabe ao educador observar qual jogo
deverá aplicar naquele grupo para obter um melhor resultado, de acordo com as
dificuldades apresentadas naquele momento educativo. O jogo auxilia na diminuição
da ansiedade, quando o seu propósito é ajudar a criança a perceber a importância
21

do “tempo” para a realização de uma determinada tarefa ou quando o educador


mostra não só a importância do resultado, mas também do processo pelo qual se
passa para se obter o resultado desejado. O aprimoramento da coordenação motora
fina nos jogos ajuda o educando nas atividades de alfabetização e desenvolve
habilidades importantes para o processo de ensino-aprendizagem.
Quando se estimula o educando através de tarefas que utilizam
estratégias, planejamento e exigem antecipação para resolvê-las, o educador está,
consequentemente estimulando o seu raciocínio - lógico,aspecto importante para
uma aprendizagem significativa. Segundo Vygotsky (2007), o brinquedo tem grande
influência no desenvolvimento da criança. Através dos brinquedos, o infante cria
situações de imaginação, dando espaço para as suas fantasias. Dessa forma, o
brinquedo pode ter vários significados: um cabo de vassoura, por exemplo, no
mundo da imaginação, pode se tornar um cavalinho - de - pau para a criança.
A criança, ao inventar um brinquedo usando sua própria criatividade,
está conhecendo suas potencialidades, soltando sua imaginação. Para uma criança,
o brinquedo terá maior valor quanto mais se aproximar da realidade, ou seja, quanto
mais atraente, sofisticado e perto do seu dia a dia, mais valor terá como instrumento
de “brincar”.
O brinquedo, portanto, pode determinar vários sentimentos na criança.
Assim, um mesmo brinquedo pode ser apenas uma boneca em um momento lúdico
de divertimento, como também pode se tornar uma representação de sentimento e
emoções. Um exemplo dessa atitude é uma criança que agride uma boneca com
raiva dizendo que é sua irmã. Esse seria o momento para manifestar suas angústias
e alegrias, já que o ciúme é normal na idade de seis a sete anos.
Segundo Almeida (2003), os jogos de expressão e interpretação
propiciam momentos de aprendizagem, além de enriquecer a linguagem oral e
escrita do educando, ampliando seu vocabulário pela socialização e auxiliando seu
desenvolvimento cognitivo. Os brinquedos tradicionais são bem educativos quando
orientados pelo professor, pois os jogos de bolinha de gude, jogo da vara, jogo da
cabra cega, jogo do lencinho, jogo do anel entre outros ajudam na integração social
e afetiva dos educandos.
22

5. O LÚDICO E A PSICOPEDAGOGIA

O brincar possibilita a transição entre os mundos interno e externo,


construindo a subjetividade. Essa área intermediária de experiência constitui parte
maior da experiência do bebê e, através da vida é conservada na experimentação
intensa que diz respeito às artes, à religião, ao viv er imaginativo e ao trabalho
científico criador. Nesse espaço de transição criança com outro, e com -meio, dá-se
a aprendizagem, por essa razão, o processo lúdico é fundamental no trabalho
psicopedagógico.Brincar é típico da criança, pois é uma atividade intrínseca e
espontânea.
“É na brincadeira que ela encontra sentido para a vida, é nela que as
coisas se transformam e são construídas de muitos modos e repetidas tantas vezes
quanto à criança quiser.” (MACEDO, 2004, p.11)
Assim a brincadeira faz parte do universo escolar, nas mais diversas modalidades
de ensino, pois são atividades que levam a criança a imaginar, criar, imitar os
acontecimentos, vivenciados no seu dia-a-dia, com criatividade.
A atividade lúdica é muito importante no processo de socialização. É primordial que
o brinquedo, o jogo e o lazer marquem sempre um encontro com a criança na sala
de aula.
A brincadeira pode ser entendida como um diálogo simbólico entre as
crianças e a realidade em que está inscrita. Benjamin (1985, p. 9), sinaliza “a criança
quer puxar alguma coisa e torna-se cavalo, quer brincar de areia e torna-se pedreiro,
quer esconder-se e torna-se ladrão ou guarda”.
Portanto, as atividades lúdicas, para o autor devem incitar e exercitar a imaginação
das crianças além de criar uma situação de aprendizagem. A criação de bonecos,
por exemplo, é uma brincadeira em que se aprende a compartilhar e a respeitar
opiniões diferentes.
O lúdico faz parte do processo educativo na mesma medida em que alia ao
conhecimento a criatividade, o cotidiano a fruição. Assim se manifesta Marcellino,
[...] o brinquedo, o jogo [...] através do prazer, o brincar possibilita á criança a
vivência de sua faixa etária e ainda contribui de modo significativo para a sua
23

formação como ser realmente humano, participante da cultura, da sociedade em que


vive [...] a vivência do lúdico é imprescindível em termos de participação cultural e,
principalmente, criativa. (1990, p. 72)
É importante acionar na criança o seu meio de expressar
fundamentalmente a expressão simbólica de experiências e desejos. É preciso
considerar que não existe uma criança, mas muitas crianças com vivências
diferenciadas. Macedo diz que:
Representar é uma nova forma de assimilação que expressa a qualidade simbólica
de nossa inteligência. O símbolo é qualquer palavra, gesto, objeto ou índice que tem
a propriedade de reunir, de recuperar aquilo que partiu que não é ou está presente.
(2004, p. 121)
Dessa forma, o faz de conta é essencial ao desenvolvimento da criança, pois é pelo
brincar que as crianças se expressam e comunicam-se. O lúdico como meio de
criatividade é um instrumento fundamental no desenvolvimento da criança, pode e
deve estar inserido no processo de aprendizagem.
Para Weiss (1993, p.26) “a criança aprende brincando continuamente”. Portanto, é
através do brincar que se inicia o processo de socialização da criança, aprendendo a
relacionar-se com outros, além de compreender o mundo que o cerca e desenvolver
suas capacidades cognitivas e motoras. Segundo Weiss (2000), ao se abrir um
espaço de brincar durante o diagnóstico, já se está possibilitando um movimento em
direção da saúde, da cura, pois brincar é universal e saudável. A sessão lúdica
diagnóstica distingue-se da terapêutica porque nessa o processo de brincar ocorre
espontaneamente, enquanto que na diagnóstica há limites mais definidos. Podendo
ser feitas intervenções provocadoras e limitadoras para observar a reação da
criança: se aceita ou não as propostas, se revela como quer ou pode brincar
naquela situação, como resiste às frustrações, como elabora desafios e mudanças
propostas na situação. Winnicott (1975, p. 95) coloca que: “É no brincar, e somente
no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua
personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu
self ”Parafraseando Weiss, “Assim todo profissional que trabalha com crianças sente
que é indispensável haver um espaço e tempo para a criança brincar e assim melhor
se comunicar, se revelar” (2000, p. 35).
24

5. 1 A IMPORTANCIA DO LUDICO PARA O PSICOPEDAGOGO

As brincadeiras, ao longo dos tempos, fazem parte da história da


humanidade e representa a expressão das diversas culturas, revelando as
peculiaridades de cada grupo social. A preocupação em trabalhar a formação da
criança através de atividades lúdicas não é recente. A história da antiguidade
apresenta relatos que revelam o interesse pelo uso dos meios lúdicos no processo
de ensino aprendizagem.
De acordo com Fontana (1997) o lúdico promove a formação através
do uso e indução à própria criatividade, da auto-realização, do prazer em aprender
brincando. Com a ludicidade o educando se expõe no seu mais intimo, não fugindo
da realidade. Dessa forma, as atividades lúdicas são de fundamental importância
para o desenvolvimento integral da criança, tendo em vista que elas estimulam a
socialização, a criatividade, a iniciativa e a autonomia, nos aspectos cognitivos,
afetivos, físicos e sociais.
O papel do educador nesse contexto é orientar os educandos,
propiciando-lhes instrumentos para a busca do conhecimento de forma dialógica.
Para Freire (1989. p. 96) “(...) o educador deve ser aquele que observa, colhe os
dados, trabalha com eles.” Os espaços dentro das instituições infantis devem ser
acolhedores, desafiadores e planejados segundo uma intencionalidade pedagógica.
Conforme Barbosa e Horn,
Os espaços internos não podem ser vistos como pano de fundo, e sim
como parte integrante da ação pedagógica, devendo, portanto, ser cuidadosamente
planejados, visto constituírem um fator que vai permitir às crianças muitas interações
e, em conseqüência, novas aprendizagens, principalmente por meio do brincar.
(1998, p. 16)
Na fala das autoras percebe-se a importância da atividade lúdica, do brincar na
escola e na infância, pois proporciona desenvolvimento e aprendizado ao indivíduo
que brinca.
25

De acordo com Hermida (2008, p. 92), a escola apresenta como um


espaço propício a essas atividades e a sala de aula o meio para efetivação desse
direito, em que o professor exerce um papel de mediador, ajudando a criança a
construir e ampliar o conhecimento, usando o lúdico como importante instrumento na
elaboração de situações significativas de aprendizagem, para que ao brincar o aluno
tenha oportunidade de aprender. Piaget (1975, p. 22) diz que:
Nas brincadeiras a criança desenvolve a criatividade através do faz-de-conta e
trabalha o que tem de mais sério, necessário e vital, para o crescimento e o
desenvolvimento da personalidade e da vida. Na medida em que favorece o
processo da criança, o brincar enriquece os espaços de aprendizagem.
Assim sendo, o professor precisa privilegiar um ambiente destinto, preparado para
promover a realização de jogos e brincadeiras e assim despertar a emoção e o
imaginário.
O lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida.
Logo, na idade infantil e na adolescência, a finalidade é essencialmente pedagógica.
A criança e até mesmo o jovem opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque
acima de tudo o ensino tradicional não tem se apresentado de maneira lúdica e não
prazeroso. Para Snyders (1996), o sentido verdadeiro da educação lúdica, só estará
garantido se o professor estiver preparado para realizar-lo e tiver um profundo
conhecimento sobre os fundamentos da mesma.
A formação oportuniza o professor não só o saber da sua sala de aula
possibilita também, o conhecer as questões da educação, as diversas práticas
analisadas na perspectivas histórica, sócio-cultural.
Segundo Hermida (2008), existem inúmeras possibilidades de incorporar a
ludicidade na aprendizagem. Para que uma atividade pedagógica seja lúdica é
importante que permita a fruição, a decisão, a escolha, as descobertas e as
soluções por parte das crianças e dos adolescentes, do contrário, serão
compreendidas apenas como mais um exercício.
Só assim, percebe-se o lúdico uma concepção teórica profunda e uma concepção
prática, atuante e concreta, em que organizando rotinas o professor poderá
26

desenvolver a autonomia e as interações entre crianças, criando espaço em que a


vida pulse, onde se construam ações conjuntas, amizades sejam feitas e criem-se
culturas, colocando à disposição das crianças matérias e objetos para descobertas e
ressignificações. . De acordo com Ocampo (1995, p. 98) a ludicidade pode ser uma
ponte facilitadora da aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar
sobre sua forma de ensinar.
Com relação às práticas lúcidas no processo de aprendizagem da
educação infantil, foram colocados: “jogos, brincadeiras, músicas, leitura infantil,
parlendas, quadrinhos, teatros de bonecos de pano, uso de fantoche”. Rosamilha
(1997, p. 52) enfatiza que:
O objeto, sons, movimentos, cores, figuras, pessoas, tudo pode virar brinquedo
através de um processo de interação em que funcionam como alimentos que nutrem
a atividade lúcida, enriquecendo.
O afeto também pode ser uma maneira eficaz de se chegar perto do
sujeito e a ludicidade, em conjunto, um caminho estimulador e enriquecedor para se
atingir uma totalidade no processo de aprender, e aprender brincando. Através
dessas práticas as crianças adquirem estabilidade emocional para se envolver com
a aprendizagem.

6. O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA EM DIFERENTES FAIXAS


ETARIAS SEGUNDO PIAGET
Ao desenvolver a pesquisa que investiga a brincadeira como o foco na
construção do processo do ensino e aprendizagem é fundamental destacar que ao
brincar a criança se desenvolve em vários aspectos que são prioridades para a
formação íntegra como ser humano autônomo inserido no contexto sócio-cultural.
Nessa perspectiva, a brincadeira é a principal ação que manifesta a essência da
aprendizagem significativa na vivência do aprendiz. Por meio da ação do brincar, a
criança, que naturalmente possui a característica da curiosidade, é inserida em um
mundo de fantasia proporcionado por elas e pelo próprio contexto; a formação do
saber aprimora-se através dessa prática importante. Essa junção entre a formação
da aprendizagem e a prática do brincar é pertinente para o fornecimento de
27

informações específicas, que têm como meta explorar conteúdos que retratam a
evolução da criança nesse contexto lúdico. Levando em consideração que o ensino
por meio de palavras e representações simbólicas é considerado conteúdo abstrato,
e ao romper com esse paradigma, valoriza-se o educando que aprende brincando e
se introduz o conteúdo concreto, através do qual a criança realiza conexões com a
aprendizagem atual com as anteriores. No ambiente educacional, as propostas
pedagógicas devem atender às necessidades infantis de acordo com cada fase de
desenvolvimento da criança, com atividades que explorem a imaginação, para haver
a constante evolução da autonomia e autoconhecimento.
1. Desenvolvimento da criança de seis a sete anos
A faixa etária entre os seis e sete anos abrange transformações
consideráveis no comportamento infantil. Esse desenvolvimento nítido da criança
acontece por meio da sua inserção no período escolar conceituado como
fundamental; essa fase propicia caráter de maior responsabilidade e
complexidade quanto ao processo de ensino e aprendizagem, com menor
ludicidade no seu cotidiano pedagógico.
Pensando-se em conceitos cognitivos, é relevante o acesso que
as crianças têm às informações; essa base cognitiva centra-se no ideal de
buscar informações reais no que se encontra subentendido. Nesse período
específico, a construção de regras e a imposição de limites são importantes para
que a criança exerça suas atividades com liberdade “controlada”, na
desenvoltura e adaptação do seu contexto social.
Segundo Bee (2003), é muito importante a participação
pedagógica na construção da personalidade da criança, na medida em que
compara os alunos que obtém maior ou menor desempenho aos paradigmas
acadêmicos; essa atitude influi diretamente na análise que a criança apresenta
de si mesma.
Enfatizando especificamente a faixa etária entre os seis aos
sete anos, as crianças terão como base a formação da personalidade e das
atitudes morais e éticas como um todo, sendo primordial a participação positiva
dos pais, educadores e responsáveis para a evolução dos aprendizes como
cidadãos críticos e autônomos para atuar na sociedade.
28

2.Desenvolvimento Cognitivo

Na dimensão do desenvolvimento psicológico infantil há


consideráveis mudanças no comportamento da criança, que busca ficar perto de
outras crianças e compreender suas experiências, confirmando o pensamento de
que o infante é autor de sua construção e formação do saber. Na medida em que as
coisas se destacam da própria ação e em que esta se situa entre o conjunto das
séries de acontecimentos ambientes, o indivíduo é obrigado a construir um sistema
de relações para compreender essas séries e para compreender-se em relação a
elas. Ora, organizar tais séries é constituir, concomitantemente, uma rede espaço-
temporal e um sistema de substâncias e de relações de causa a efeito. (PIAGET,
2003, p. 105). Segundo o conceito piagetiano, as crianças passam por estágios
referentes à evolução psicológica; por meio de sua teoria do desenvolvimento
humano, Piaget considera aspectos sócio-educacionais e biológicos. No período
pré-operatório, a inserção do processo da linguagem é evidente na criança,
influenciando suas atitudes; ela está sempre querendo buscar informações e
explicações para todos os acontecimentos que venham a surgir. Desfruta da
imitação como atributo desse período, apenas repetindo o que escuta, mas não
sabendo o real sentido do que está exteriorizando.
No período pré – operacional, surgem os símbolos mentais. Eles
se manifestam por meio da capacidade criativa e imaginária da criança praticada
nos momentos lúdicos; ela utiliza objetos reais para simbolizar os mais diversos
objetos fantasiosos. De acordo com Bee (2003), a concepção sobre o
desenvolvimento cognitivo, destaca-se a representação expressiva da linguagem por
meio do desenho, de ações lúdicas, que expressam a realidade do ponto de vista
infantil. É relevante destacar que a linguagem está diretamente ligada à evolução do
pensamento infantil, pois há a necessidade da compreensão da sequência da
formação de palavras e classes e da nomeação de objetos de acordo com sua real
existência, acontecendo, de acordo com o ritmo de aprendizagem de cada
educando.
No período operatório concreto, a criança estabelece relações
com a importância das opiniões de outras pessoas e de várias formas de conceituar
29

uma mesma situação. Realiza a construção da aprendizagem por meio de objetos


concretos, onde ela possa vivenciar através da visualização real do conceito em
foco. Nessa fase, a criança desenvolve a habilidade de refletir sobre questões
propostas a ela, diante das quais considera cognitivamente os pressupostos para
chegar a uma conclusão autônoma e própria. Segundo Martí (2004), a aquisição do
conhecimento infantil através da construção da aprendizagem escolar é ideal nessa
faixa etária específica, pois sua habilidade cognitiva será desenvolvida
estrategicamente, construindo seus saberes.

3.Desenvolvimento Afetivo-Emocional

Quanto ao desenvolvimento afetivo-emocional, a criança deve


saber que as emoções devem ser manifestadas, para que esse processo ocorra de
forma contínua. Com relação aos aspectos relevantes da afetividade, ressalta-se o
período da descoberta da sexualidade envolvendo fases definidas por Freud. Na
faixa etária em questão, as fases são a fálica e, em seguida, a passagem para o
período de latência. A sexualidade é um campo amplo para o universo infantil e
adulto; relaciona tópicos como os da descoberta do próprio corpo, do corpo oposto,
do contato puro com outras pessoas, incluindo questões simples como o fato da
inexistência do preconceito diante de situações em que meninos podem se inserir
nas brincadeiras das meninas e as meninas brincarem junto com os meninos.
Na fase fálica, ocorre o desvendar da sexualidade, buscando-se
conhecimentos sobre as diferenças entre os sexos. Aos 6 anos, a criança já
vivenciou o complexo de Édipo, que exprime o desejo das crianças serem aceitas
pelos seus pais; os meninos seguem o modelo de seus pais, para serem aceitos
pelas suas mães; e as meninas seguem o modelo de suas mães para serem aceitas
pelos seus pais. Portanto, a aquisição infantil de valores morais, éticos e emocionais
é definida pelas atitudes dos pais, sendo que a criança preza a aprovação de seus
responsáveis para continuar a adotar atitudes diante de acontecimentos em que tem
que se manifestar. No período de latência, a atenção da criança sai do próprio
corpo, criando espaço para as atividades intelectuais; nessa fase, as crianças
mantêm a curiosidade para pesquisar sobre o corpo humano, para aprender sobre
30

seu funcionamento, mas sem conotação erótica. É nesse período que ocorre a nítida
separação e a competitividade entre meninos e meninas. O conhecimento da
sexualidade pode ser pedagogicamente explorado de forma em que haja a
conscientização com relação à riqueza cultural que esse tema proporciona,
desmistificando o termo sexual e mostrando que ele se refere a muitos aspectos
além da procriação. No contexto emocional, é relevante destacar os sentimentos
básicos que embasam as emoções; são eles, o medo, o prazer e a raiva. Cada
sentimento determina diferentes maneiras de expressar e definir cada sensação que
aparece nos indivíduos. As emoções são interpretadas e compreendidas pelas
crianças de acordo com as experiências vividas com outras pessoas e situações
cotidianas. Por meio da aquisição da linguagem, as emoções infantis passam a ser
expressas verbalmente, sendo que as influências sociais marcam diretamente a
mudança do comportamento da criança.

4. Desenvolvimento Social e Moral


No desenvolvimento social, as amizades são extremamente
importantes, sendo considerada a qualidade e não a quantidade de amigos.
As crianças buscam respostas para os fatos que surgem ao seu redor e conseguem
raciocinar sobre atitudes dos adultos, inclusive do educador. Na fase abaixo dos
sete anos, os educandos se adaptam com muita facilidade às regras impostas,
considerando-as de extrema importância para a efetuação de qualquer ação própria;
mas acima dos sete anos, com o olhar voltado para a justiça se contrapõem às
regras, já conseguem refletir, avaliando se haverá benefícios no cumprimento das
regras. A criança evolui gradativamente quando pratica atividades lúdicas que
proporcionem a socialização por meio de brincadeiras livres, em que a natureza
infantil possa expressar sua criatividade e associar o universo adulto ao seu mundo.
A importância das relações sociais torna-se nitidamente essencial na medida em
que a criança se apropria de valores que contribuam ao espírito cooperativo,
estruturando a formação dos indivíduos, na perspectiva do auxílio quanto às
necessidades da sociedade. Na fase de transição da criança para a série inicial
enfatiza-se o estágio no qual ela desenvolve o conceito sobre si mesmo, avaliando
suas atitudes e habilidades diante de situações cotidianas; avalia – se de forma
31

positiva, onde não há a comparação concreta da competição entre o bom e o ruim


perante um grupo. Diante da perspectiva da auto conceito, o educador é um
instrumento importante influenciando na evolução das crianças no aspecto da
formação da personalidade e estimulando o desenvolvimento de habilidades
específicas. Com relação ao convívio social, as crianças necessitam compreender o
cumprimento das regras sociais e morais; nessa perspectiva, há o destaque para a
conduta formada por uma origem cultural (regras convencionais) e o procedimento
da conduta com o foco nos direitos dos indivíduos (regras morais); e por meio dessa
visão sobre o seguimento de normas, os educandos manifestam a ruptura de
paradigmas que têm por objetivo a conduta convencional e expressam respeito
seguindo às regras morais. O processo do desenvolvimento da moralidade na
criança é um importante fator para a constituição da personalidade infantil. Há dois
tipos de condições morais, na visão piagetiana; a primeira denominada como moral
da coação retrata o individualismo como fonte primária e revela as condutas
expressadas dos adultos direcionadas às crianças; a segunda, nomeada como
moral da cooperação manifesta as atitudes de respeito, conduzindo ao objetivo da
aquisição da autonomia nas questões morais.
O brincar permite que a criança tenha mais liberdade para criar, pensar
e construir o conhecimento por meio dessas atividades lúdicas, auxiliando no
desenvolvimento de suas habilidades.

7. A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGOGICA ATRAVES DOS JOGOS

A utilização do jogo na intervenção psicopedagógica,


primeiramente, requer um ambiente acolhedor, prazeroso em que o paciente se
sinta a vontade para estar criando e desenvolvendo suas representações simbólicas.
Na terapia do brincar, o paciente constrói a aprendizagem a partir da interação dele
com o novo elemento, que por meio dessa ação o psicopedagogo proporciona o
desenvolvimento do cognitivo buscando a evolução do prazer para a aquisição de
novos saberes. De acordo com Bossa (2007, p.110), a ação do jogar é o momento
de observação nas atitudes infantis para que haja a identificação de como a criança
32

efetiva a ação do aprender voltada para sua realidade escolar A atividade lúdica
auxilia no diagnóstico e tratamento nas dificuldades de aprendizagens, pois quando
um paciente não desenvolve a habilidade de jogar, há a identificação de explicitar o
quanto é difícil para esse individuo construir o conhecimento, necessitando de
estímulos e tempo para se apropriar dessa prática saudável e importante à
ampliação do conhecimento social, afetivo, cognitivo e emocional. Criar um vínculo
afetivo por meio da socialização das crianças com seus colegas facilita o processo
de ensino-aprendizagem.
Os jogos e brincadeiras irão contribuir para um enriquecimento
intelectual e a construção do conhecimento, ativando o processo cognitivo do aluno,
proporcionando a criação de oportunidades para a criança expressar suas idéias,
ensinando a respeitar as opiniões dos outros, promovendo assim a autonomia do
infante. Ao brincar, as crianças expressam seus sentimentos de medo, desejo,
frustração e angústia, dando espaço para a sua imaginação, além de fazer uso de
sua própria criatividade para inventar seus brinquedos, expondo o ato de conhecer
suas potencialidades; para que haja o auxilio no desenvolvimento da coordenação
motora fina e grossa dos pacientes, estimulando habilidades importantes para o
processo de ensino aprendizagem. A aquisição do conhecimento, do
desenvolvimento físico-motor, social e moral por meio do lúdico, ampliam o contexto
para sanar as dificuldades de aprendizagens rumo a uma aprendizagem
significativa.
A hora do jogo e a representação do mundo interno do sujeito
tendo em vista a construção do conhecimento e do saber por parte do sujeito
através do uso de brinquedos e jogos. Bem como a importância do lúdico no
desenvolvimento do trabalho psicopedagógico clínico, por meio da modalidade do
brincar em que se constitui uma ferramenta para o diagnóstico psicopedagógico.
Aprofundando, assim, os conhecimentos sobre a ludicidade na hora do jogo e a sua
contribuição no tratamento psicopedagógico. Visando à forma como a criança
aprende: assimilando, acomodando e o equilíbrio/desequilíbrio nessa relação.
A atividade lúdica fornece ao psicopedagogo subsídios sobre os esquemas que
organizam e integram o conhecimento num nível representativo. Por isso, “no
diagnóstico do problema de aprendizagem na infância, a observação do jogo do
33

paciente é considerada de grande interesse”. (Paín, 1985, p.51). Por meio da hora
do jogo pode-se analisar a modalidade de aprendizagem do sujeito, de onde
também estarão envolvidos aspectos conscientes e inconscientes da relação de
aprendizagem.

O brinquedo é um instrumento de significados que tem em sua


particularidade o prazer da descoberta e o desvelar de novos sonhos; A hora do jogo
é um instrumento de grande valor em um atendimento psicopedagógico, pois
propicia suporte, tanto a nível diagnóstico como terapêutico. Por meio da ação do
brincar, a criança estabelece um espaço de experimentação. Nas atividades lúdicas,
esta, aprende a lidar com o mundo real, ampliando suas potencialidades,
incorporando valores, conceitos e conteúdos. A hora do jogo representa uma
importante ferramenta de observação sobre a simbolização e as relações que o
sujeito estabelece com o jogo. Permitindo, ao terapeuta, a formulação de hipóteses
a serem ratificadas, ou não, posteriormente. Esse processo encontra-se baseado na
psicanálise, mais especificamente nos princípios da associação livre (Freud, 1900).
O desejo de saber faz um par dialético com o desejo de não-
saber. O jogo do saber-não saber, conhecer-desconhecer e suas diferentes
articulações, circulações e mobilidades, próprias de todo ser humano ou seus
particulares nós e travas presentes no sintoma, é o que nós tratamos de decifrar no
diagnóstico (Fernandez, 1991: 39). As brincadeiras como intervenção
psicopedagógica, irão auxiliar a formação de processos interiores da criança
podendo ser priorizado a forma mais apropriada à situação de aprendizagem e re-
significação de vínculos. Perante o conflito dirigido pelo psicopedagogo através do
jogo (simbólico), a criança descobrirá a possibilidade de re-elaborar seus conflitos
interiores bem como assimilar limites e regras o que refletirá de modo satisfatório em
sua integração social bem como no processo de aprendizagem fazendo com que
este indivíduo seja transportado da modalidade estigmatizada - hiper/hipo
assimilativa, hiper/hipo acomodativa Andrade (2002) para uma modalidade mais
‘’normal’’, fluitiva. (assimilação e acomodação).

A criança demonstra através de suas brincadeiras, quais são


suas fantasias inconscientes de patologia e de cura. Provocando a brincadeira e
34

observado o brincar da criança, o Psicopedagogo poderá atingir o diagnóstico e


tratar a criança visto que, o jogo, a brincadeira contribui para um crescimento sadio e
uma vida adulta mais satisfatória.

A modalidade do brincar é um indicativo para o diagnóstico


psicopedagógico, um denunciador de patologias. Visto que, é sabida a existência de
muitos adultos que não puderam elaborar situações traumáticas e dolorosas foram
crianças visivelmente normais que não haviam brincado. “O aparecimento e o
desaparecimento de um modo de brincar está relacionado à maturação e ao
desenvolvimento da criança”. (Bossa, 1994: 15).
Através da formação e utilização das diversas manifestações simbólicas do
brincar/jogar como: linguagem, imagem mental, brincadeira simbólica, desenho
representativo, imitação de um modelo, a fabulação lúdica, etc., a criança adquire
condições de ir percebendo-se como criadora de sua própria história de vida de
modo ativo e interativo, tomando consciência das suas ações, passando a aceitar as
explicações dos adultos e reestruturando suas hipóteses.

Segundo Freud - o pai da psicanálise - o jogo, a brincadeira, são os melhores


representantes psíquicos dos processos interiores da criança. Através da
transferência, que revela o tipo de laço social que houve no ambiente familiar da
criança, esta revive os principais conteúdos emocionais que a marcaram.
“No jogo se faz próprio o conhecimento que é do outro, construindo o saber, não
pode haver construção do saber se não se joga com o conhecimento” (Fernández,
apud Bossa, 2000:111).
A brincadeira simbólica é uma ponte entre a realidade e a fantasia, entre o eu e o
outro, entre o consciente e o inconsciente, muito próxima do sonho, oferecendo
condições à criança de representar situações carregadas de afeto e emoção e de se
aproximar de forma mais criativa de conteúdos angustiantes. “Há possibilidade
também de viver os medos e as tensões do outro, de intervir papéis e, portanto, de
compreender melhor as relações vividas” (Piaget, apud, Oliveira, p. 33 e 34)
35

De acordo com Aberastury (1992), do ponto de vista afetivo,


considera-se que os jogos infantis refletem situações psíquicas estruturantes na
constituição do eu.

Quando a criança brinca/joga, apreende, examina e assimila as regras implícitas nos


atos sociais experimentando vários papéis e podendo verificar as conseqüências de
seus atos. Ela re-elabora e constrói/reconstrói regras de conduta, re-significa os
papéis que antes não foram bem elaborados em sua psique e desenvolve valores
mais saudáveis que guiarão seu comportamento.

A intervenção é realizada por uma coesão funcional: um


ajudador, um ajudado e uma relação que se estabelece, entre ele, instalando-se
neles mesmos a união, a harmonia e confiança.Barbosa (2004) afirma que no
processo de ajuda, o ajudador – Visca explicita o psicopedagogo - utiliza-se de
recursos de intervenção. Esses recursos são instrumentos verbais ou corporais para
que o aprendiz/ ajudado apreenda ou perceba a atribuição ou não de sua ação,
provocando no sujeito um desequilíbrio, capaz de mobilizá-lo para a busca do
equilíbrio e, por conseguinte, da aprendizagem.

Para Visca, a aprendizagem depende das seguintes estruturas: a


cognitiva/afetiva/social. As problemáticas de aprendizagem estão indissociavelmente
acopladas a alguns aspectos desses três fatores – sempre compreendidos de
maneira interdinâmica. Visca planejou a caixa de trabalho para se trabalhar com as
dificuldades de aprendizagem e, para isso, inspirou-se na caixa individual utilizada
pelos terapeutas analista na Psicanálise de crianças. Ela seria composta de
brinquedos e materiais escolhidos para representarem o mundo interno das
crianças, suas fantasias inconscientes frente ao mundo (BARBOSA, 2000, p. 35).
Através dos brinquedos, dos objetos contidos na caixa, as crianças se projetam se
mostram tais quais são – seu eu mais profundo. É desta forma que a criança
constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e o
externo. Neste espaço transicional, dá-se a aprendizagem.

A utilização de brinquedos e jogos como materiais pedagógicos,


do ponto de vista da psicopedagogia, necessita da percepção do contexto em que
36

se encontram inseridos. Estes instrumentos não são objetos que trazem em seu
bojo, um saber pronto e acabado. Contrariamente, eles são objetos que trazem um
saber em potencial, que pode ser ou não ativado pelo sujeito.
Fernández (1991) afirma que a hora do jogo psicopedagógica supera a dicotomia
testes projetivos/testes de inteligência, e principalmente, ajuda a observar aqueles
aspectos que tradicionalmente foram estudados de forma isolada e somente em
seus produtos. “A hora do jogo permite observar a dinâmica da aprendizagem”.
(p.168). É através do jogo que a criança representa o mundo em que vive e a forma
como se relaciona com ele.

A hora do jogo ou caixa lúdica constitui-se, numa caixa de


papelão, de cartolina ou plástica, num tamanho suficiente que possibilite guardar
todo o material de uso e pequenas construções. Ainda que simples na aparência
possui um rico sentido internamente já que é ali que o sujeito depositará suas
construções e elaborações como desenhos, pintura, texto etc. Ela representa “o
depositário de conteúdos simbólicos do paciente” (WEISS, 2003, p. 152). A caixa
não deverá representar apenas um depósito de materiais e produções, uma vez que
representa o mundo interno do aprendiz. O psicopedagogo deverá assegurar a
privacidade do sujeito para que este não se sinta invadido e não perca a confiança.
Barbosa (2004)

Segundo Weiss, “Os materiais a serem colocados são definidos


ao final do diagnóstico quando se planeja o tratamento” (2003, p. 152). Barbosa
completa nos dizendo que os materiais são escolhidos previamente de acordo com a
leitura que fizemos da criança ou adolescente durante a avaliação psicopedagógica
(2002, p. 35). Por meio da qual o psicopedagogo irá observar as ações do paciente
para, posteriormente, realizar suas intervenções com a finalidade de promover o seu
avanço em relação às dificuldades.
É nessa totalidade de múltiplas interações que a hora do jogo é utilizada no
diagnóstico psicopedagógico, pois faz com que as crianças e adolescentes
exponham aspectos que não aparecem em situações mais formais do diagnóstico. O
material a ser utilizado em tal atividade deve ser muito bem selecionado de acordo
com os objetivos específicos do trabalho, da idade das crianças, do tempo
37

disponível e, é importante estar atento para que esse material funcione como um
atrativo pelo seu possível uso (colorir, escrever, modelar, construir, pregar, colar,
prender, juntar), tendo em vista a construção do conhecimento e do saber por parte
da criança. Segundo Sara Paín (1985), para que esta atividade lúdica seja um canal
de aprendizagem, deverá evidenciar três momentos: o inventário, a organização e a
integração.
Visca, afirma que no mundo interno de um aprendiz há
conhecimentos já dominados, medos de conhecer o novo, medos da crítica,
facilidades para se apropriar de determinados conhecimentos, dificuldades frente a
outros, medos de perder os conhecimentos já dominados, sensibilidades e
insensibilidades etc. Assim, Os objetos a serem depositados na caixa de trabalho
serão objetos que representarão estes aspectos do seu mundo interno ou que
receberão projeções para que passem a representá-los.

A caixa deverá ser única porque ela representa uma importância significativa
para o sujeito, já que contém objetos que foram escolhidos para ele, os quais
pretendem promover “... a superação ou a minimização das dificuldades de
aprendizagem” (BARBOSA, 2002, p. 36).
38

8.CONSIDERAÇÕES FINAIS

É importante ressaltar a Psicopedagogia como ciência que estuda o


processo de aprendizagem e dificuldades de aprendizagem, e que este estudo muito
tem contribuído para explicar a causa das dificuldades de aprendizagem. Esta tem
como objetivo central de estudo o processo humano do conhecimento: seus padrões
evolutivos normais e patologias bem como a influência (família, escola, sociedade)
no seu desenvolvimento (Scoz, 1992; Kiquel, 1991).

Por isso, o campo da Psicopedagogia tem duas áreas muito distintas


uma sendo preventiva, onde psicopedagogo pode atuar nas escolas através de
assessoria pedagógica. Também pode atuar em cursos de formação de professores,
esclarecendo sobre o processo evolutivo das áreas ligadas à aprendizagem escolar
(perceptiva motora, de linguagem, cognitiva, emocional), auxiliando na organização
de condições de aprendizagem de forma integrada e de acordo com as capacidades
dos alunos. E a outra de caráter curativo, é dirigida as crianças, adolescentes e
adultos com distúrbios de aprendizagem.

Golbert enfatiza que:

(…) o objeto de estudo da Psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois


enfoques: preventivo e terapêutico. O enfoque preventivo considera o objeto de
estudo da Psicopedagogia o ser humano em desenvolvimento, enquanto educável.
Seu objeto de estudo é a pessoa a ser educada, seus processos de
desenvolvimento e as alterações de tais processos. Focaliza as possibilidades do
aprender, num sentido amplo. Não deve se restringir a uma só agência como a
escola, mas ir também a família e à comunidade. Poderá esclarecer, de forma mais
ou menos sistemática, a professora, pais e administradores sobre as características
das diferentes etapas do desenvolvimento, sobre o progresso nos processos de
aprendizagem, sobre as condições psicodinâmicas da aprendizagem, sobre as
condições determinantes de dificuldades de aprendizagem. O enfoque terapêutico
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considera o objeto de estudo da psicopedagogia a identificação, análise, elaboração


de uma metodologia de diagnóstico e tratamento da dificuldades de aprendizagem
(1985, apud, Bossa et al, 2000, p.13).

A vida, os acontecimentos, a evolução dão conta da importância


de trabalhar cada vez mais com o lúdico, com as crianças, seja qual for sua faixa
etária. Inseridos em atividades lúdicas, os alunos conseguem assimilar melhor os
conteúdos trabalhados e sem dúvidas viajar através da imaginação. As
manifestações lúdicas desenvolvem funções importantes no desenvolvimento da
criança e se constituem um instrumento didático importante para o professor. A
brincadeira é de extrema importância para o desenvolvimento psicológico, social e
cognitivo da criança, pois é através dela que a criança expressa seus sentimentos
em relação ao mundo em que vive. É também através das atividades lúdicas que as
crianças reconhecem sua realidade e compreende o funcionamento do mundo e
suas emoções, também se desenvolve como indivíduo e aprende a superar suas
limitações, brincando e reproduzindo sua realidade. Assim quanto mais brinca mais
desenvolve seus aspectos emocionais, motores e tantas outras habilidades.
O lúdico enquanto recurso pedagógico na aprendizagem deve
ser visto de forma séria, competente e responsável. Usado de maneira correta,
oportuniza ao educador e ao educando aprendizagens em múltiplos aspectos e
considerando-se sua importância na aprendizagem, o lúdico favorece o
desenvolvimento das potencialidades das crianças, cabendo ao educador, intervir de
forma adequada, sem prejudicar a desenvolvimento do aluno. Podemos dizer que o
lúdico é um grande laboratório que merece atenção dos pais e dos educadores,
pois, e através dele que ocorrem experiências inteligentes e reflexivas, praticadas
com emoção, prazer e seriedade. Através das brincadeiras é que ocorre a
descoberta de si mesmo e do outro. Assumir um compromisso com o mundo do
saber infantil é vital no sentido de possibilitar às crianças a manifestação de sua
ludicidade e evitar que percam em termos de movimento e experiências
imprescindíveis ao seu desenvolvimento e construção social.
Contudo, é importante assumir um compromisso profissional,
conhecendo-se as necessidades desta criança e a importância de se contribuir tanto
40

para a formação de si como do ser humano, capaz de manifestar seus sentimentos,


pensamentos e ações quanto para a reflexão como participante do processo
histórico em que vive e para o estabelecimento de relações sociais com as pessoas.
Considerando-se as necessidades físicas e psicológicas de crianças e jovens, é
necessário que trabalhem com o intelecto, com o corpo e com o social. As atividades
lúdicas têm por objetivo ajudar a criança a entrar em contato com o mundo
imaginário e o mesmo tempo real, e desenvolver suas habilidades de criar e
relacionar esses conhecimentos, pois só assim elas serão capazes de desenvolver
uma linguagem e aprender a dominar todo tipo de informação. As atividades lúdicas
funcionam como exercícios necessários e úteis a vida. E as brincadeiras e jogos são
elementos indispensáveis para que haja uma aprendizagem com divertimento, que
proporcione prazer no ato de aprender. E que facilite as práticas pedagógicas em
sala de aula. Assim, cabe aos educadores criar mecanismos para que os alunos
contribuam para a construção de um mundo mais equilibrado e saudável, isto
porque, é através da brincadeira que as crianças desenvolvem algumas
capacidades tais como: afetivo, cognitivo e emocional. Os estudos teóricos,
entrelaçados com as experiências vivenciadas durante o período de estágio, bem
como com a bagagem de conhecimentos adquiridos durante o curso de Pedagogia,
possibilitaram-nos concluir este trabalho com êxito. Todos os conceitos formados
durante o curso e todas as atividades desenvolvidas na docência do estágio
curricular, aliadas a esta pesquisa nos direcionam a uma pedagogia transformadora,
que visa educar e formar cidadãos mais autônomos e capazes. O diferencial nesta
formação, com certeza, está na maneira de agir do professor, e, tudo o que possa vir
a enriquecer nossos conhecimentos como tal, é de grande valia. Deste modo, não
restam dúvidas de que é no ato de brincar que a criança se apropria da realidade
atribuindo-lhes significado. O psicopedagogo deverá escolher brincadeiras
adequadas para que a aprendizagem da criança ocorra de maneira agradável e
compreensível. Através do trabalho psicopedagógico o sujeito encontrará a
possibilidade de reorganizar suas funções psíquicas no contato de confiança
constituído com o profissional de psicopedagogia . O jogo é uma atividade criativa e
também curativa visto que, permite ao indivíduo reviver as situações dolorosas
vivenciadas, modificando essas situações de sofrimento e projetando no brincar
41

suas expectativas da realidade servindo assim, de importante mecanismo


terapêutico.

Os profissionais da psicopedagogia que tem como foco o processo de aprendizagem


podem acrescentar ainda a essa análise, as modalidades de aprendizagens, ritmo,
as áreas de expressão da conduta, o funcionamento cognitivo, os tipos e modos de
erros, os hábitos adquiridos, as motivações presentes, as ansiedades, defesas e
conflitos em relação ao aprender, além das relações vinculares com os objetos de
conhecimento escolar em particular.

Portanto, a hora psicopedagógica do jogo colabora de modo significativo para a


compreensão dos processos cognitivos, afetivo-emocionais, sociais e sua relação do
sujeito com a aprendizagem

A hora do jogo é um importante instrumento de análise e levantamento de dados no


diagnóstico. Através da mesma é possível observar a dinâmica da aprendizagem,
compreender os processos cognitivos, modelos de aprendizagem e as relações
vinculares, sendo ainda uma ferramenta de intervenção capaz de desenvolver a
percepção, ação, integração, interação, e a autonomia do sujeito.

Através do lúdico o indivíduo alcança a aprendizagem significativa, desenvolve o


cognitivo, o afetivo, o social e emotivo

É nesse contexto que se pode afirmar que jogar e aprender caminham interligados
na psicopedagogia e, posssibilita, através da hora lúdica ou hora do jogo, observar
prazeres, frustrações, desejos, por fim, podemos trabalhar com o erro e articular a
construção do conhecimento.
42

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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