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MANEIO DE FRANGAS
Curso 2013

Tipos
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¨ Franga ð fêmeas que vão substituir as poedeiras e reprodutoras


que são descartadas no final do ciclo de produção.
¨ Distinguem-se assim:
¤ Frangas comerciais: as que vão ser poedeiras comerciais (ovos de
consumo).
¤ Frangas reprodutoras ligeiras: produzirão frangas comerciais (pintos
fêmeas sexados na incubadora).
¤ Frangas reprodutoras pesadas: produzirão pintos de dia na fase de
produção.

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Crescimento
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¨ Período de crescimento das frangas ð tempo que decorre desde o


nascimento até à maturidade sexual (produção do primeiro ovo).
¨ As semanas finais do crescimento correspondem à fase pré-postura,
que se inicia geralmente quando são transferidas para o aviário de
postura.

Frangas poedeiras e frangas reprodutoras


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¨ A criação de frangas comerciais e frangas reprodutoras pesadas é


feita sob pressupostos produtivos diferentes, como viram na cadeia
produtiva de ovos.
¨ O maneio de cada uma delas durante o crescimento tem muitos
aspectos comuns, mas também tem especificidades que nos
aconselham a estudá-las separadamente.
¨ Esta aula vai ser dedicada às frangas poedeiras.

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Produzir ou comprar?
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¨ Criar uma boa franga é uma actividade muito complexa e muito


exigente em termos técnicos:
¤ isolamento das instalações, nutrição, iluminação, profilaxia,
controlo do peso, entre outros aspectos.
¨ Os custos de produção são elevados. Para a actividade ser rentável
necessita ter uma escala relativamente grande.

Produzir ou comprar?
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¨ Por estas razões,


¤ o produtor de ovos de pequena ou média dimensão deve
adquirir frangas em ponto de postura,
¤ O grande produtor pode ter escala e capacidade técnica para
criar as suas próprias frangas.
¨ Mas a opção de aquirir frangas já criadas não é isenta de
desvantagens:
¤ Fica dependente da qualidade das fêmeas, se não conhecer a
exploração que as produziu,
¤ O stress do transporte pode afectar o início da postura e, em
consequência, a rentabilidade económica do lote.

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Importância da fase de crescimento
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¨ O desempenho das poedeiras pode ser afectado por muitos


factores.
¤ Um dos principaisé o desenvolvimento das aves no período de
crescimento.
¨ Muitos dos problemas que ocorrem durante a fase inicial da postura
podem ser atribuídos a peso corporal insufiente ou a composição
corporal inadequada durante a fase de crescimento.
¨ O crescimento das fêmeas é feito para atingir determinado peso a
uma determinada idade.

O crescimento da franga
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¨ O crescimento é um processo biológico complexo, que é:


¤ medido como a variação da massa corporal e da sua
composição ao longo do tempo,
¤ determinado pelas taxas de deposição de proteína, gordura,
matéria seca e minerais.
¨ De um ponto de vista biológico, a deposição destes componentes em
órgãos individuais determina a idade fisiológica e o estado de
maturidade da fêmea.
¨ O crescimento da franga é um processo descontínuo onde existem
várias ‘ondas’ ou impulsos.

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O crescimento multifásico da franga
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¨ Podemos distinguir três ondas no crescimento:


¨ As 1ª e a 2ª estão relacionadas com o desenvolvimento dos ossos,
penas, músculos e órgãos metabólicos essenciais (ex, tubo digestivo).
Estas ondas representam cerca de 82% do peso adulto.
¨ A transição entre as duas é feita por volta das 11 semanas.
¨ Cerca das 19 semanas de idade, ocorre uma nova onda de
crescimento (pubertal) devido ao crescimento do aparelho
reprodutor e, em menor dimensão, de gordura abdominal.
¨ Esta 3ª onda representa cerca de 10% do peso adulto e ocorre 14-
15 dias antes da produção do primeiro ovo.

O crescimento multifásico da franga


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O crescimento multifásico da franga
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¨ Depois de iniciada a postura, existe uma quarta onda de


crescimento, por volta das 24 semanas de idade, consistindo
principalmente de deposição de gordura abdominal.

¨ A compreensão desta função multifásica de crescimento é muito


importante, porque tem implicações no maneio das frangas, em
particular na alimentação.

O crescimento da franga
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¨ A importância de se atingir o peso desejado durante o crescimento


é demonstrado pelas correlações entre o peso corporal e os
parâmetros de desempenho.

PC 5 sem PC 16 sem Uniformid


16 sem
Maturidade sexual 0,63 0,39 0
Persistência de postura 0,82 0 0,46
Sobrevivência às 72 sem 0,65 0 0,61
Ovos produzidos às 72 sem 0,93 0 0,72

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O crescimento da franga
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iniciação crescimento desenvolvim°


gramas

semanas

14 Biossegurança e maneio
Frangas comerciais

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Biossegurança
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¨ Aviário frangas distante min 500 m dos aviários de postura.


¨ Medidas de biossegurança estrutural e operacional.
¨ Preparação do pavilhão e áreas circundantes igual aos frangos:
¨ Procedimentos antes da chegada dos pintos semelhante aos
frangos.

Maneio geral
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¨ Maneio geral na recepção dos pintos semelhante aos frangos de


carne:
¨ Rotinas diárias semelhantes às dos frangos.

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Espaços necessários
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¨ Densidade:
¤ 0-6 sem: 10 aves/m2.
¤ 7-18 sem: 8 aves/m2.
¨ Bebedouro:
¤ Automático sino: 1,25 cm/ave (0-6 sem); 1,4 cm/ave (7-18 sem)
¤ Manual: 3 cm/ave ð 1/40 aves (Ø 40 cm)
¨ Comedouro:
¤ Automático linha: 4 cm/ave (0-6 sem); 8 cm/ave (7-18 sem).
¤ Manual: 1/20 aves (Ø 40 cm).

Poleiros
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¨ São essenciais para as frangas comerciais (postura em piso) e para


as frangas reprodutoras.
¨ Benefícios:
¤ melhoram comportamento social
¤ melhoram consumo água e ração
¤ melhoram peso e uniformidade
¤ aumentam espaço vital útil
¤ impedem postura ovos fora do ninho
¨ Espaço depende da densidade:
¤ 8 aves/m2 : 6 cm/ave
¤ 9 aves/m2 : 8 cm/ave

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Debicagem
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¨ Para prevenir picacismo e canibalismo.


¨ Feita usualmente aos 7-10 dias e o bico é cortado a uma distância
de 2 cm da narina.
¨ Também se pode fazer às 5 semanas.
¨ Avaliação dos bicos feita às 12 sem (nova debicagem necessária
para as reprodutoras).

Debicagem: efeitos
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¨ Causa muito stress.


¨ Afecta o crescimento nas semanas imediatas e pode afectar a
uniformidade.

Consumo de ração Peso corporal


Dias após (g/ave) (g)
debicagem
Controlo Debicada Controlo Debicada
1 63 30 907 898
4 69 5 948 794
7 70 41 989 794

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Debicagem: cuidados especiais
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¨ Pessoal treinado e equipamento em bom estado (lâminas afiadas).


¨ Realizada sem pressas em horas mais frescas.
¨ Não pode coincidir com outras rotinas (ex, vacinações).
¨ Não deve ser feita em aves doentes.
¨ Dar electrólitos e vitaminas 2 dias antes e 2 dias depois.
¨ Aumentar a profundidade da ração nas bandejas dos comedouros.
¨ Estimular o consumo de ração distribuindo-a uma vez extra nos dias
seguintes à debicagem.

Alimentação
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¨ A alimentação da franga tem grande impacto na produtivi-dade


durante a postura.
¨ Os erros cometidos nesta fase dificilmente podem ser corrigidos na
fase seguinte.
¨ Existem 2 sistemas convencionais de alimentação:
¤ 2 fases: 0-6 sem; 7-18 sem

¤ 3 fases: 1-6 sem; 7-12 sem; 13-16 sem

¨ As mudanças de alimentação são ditadas pelo peso corporal e não


pela idade da ave.

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Alimentação: composição nutritiva
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Nutriente 0-6 sem 6-12 12-16 sem


(iniciação) (crescimento) (desenvolvimo)

Proteína 20,0 17,5 15,5

EM (kcal/kg) 2.750-2.970 2.750-3.025 2.750-2.970

Lisina 1,10 0,90 0,66

Metionina 0,48 0,41 0,32

Cálcio 1,00 1,00 1,00

Fósforos disp 0,45 0,43 0,42

Peso corporal e uniformidade


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¨ O peso corporal e a uniformidade devem ser controladas em


conjunto.
¨ Durante o crescimento, são objectivos:
¤ que o peso das fêmeas se ajuste à curva padrão de cada linha
genética,
¤ que a maioria tenha pesos muito semelhantes para que o lote
seja o mais homogéneo possível.
¨ Peso corporal ligeiramente inferior ao recomendado mas muito
uniforme pode muitas vezes resultar em melhor desempenho que
peso médio correcto mas não-uniforme.
¨

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Controlo do peso corporal
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¨ Em luz natural, o ganho de peso é influencido por:


¤ nutrição

¤ idade da debicagem e numero de debicagens

¤ programa de vacinação

¤ estado de saúde geral

¨ A taxa de crescimento pode ser controlada, em parte, pelo


programa de luz.
¨ Os pesos têm de ser controlados semanalmente e pelo menos 100
fêmeas devem ser pesadas.

1) Peso corporal baixo: efeitos


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¨ Se os pesos corporais estão mais de 5% abaixo do ideal depois das


17 semanas, resultará:

Ø Perda de uniformidade
Ø Atraso na produção do primeiro ovo
Ø Peso baixo dos ovos iniciais

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2) Uniformidade: cálculo
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¨ A homogeneidade do lote determina-se:

¤ Coeficiente de variação (%) = (desvio padrão/média)*100

¤ % uniformidade =
número de aves com peso médio±10%/total de aves*100

2) Uniformidade: variação com a idade


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¨ Ao nascimento, os pesos seguem peso médio

uma distribuição normal, com um


CV baixo.
¨ Durante o crescimento, as aves Dia 1: CV 8-9%

respondem de modo diferente:


¨ às condições ambientais,
¨ ao stress (ex, vacinações, debicagem), Dia 21: CV 10-13%

¨ às doenças
¨ à competição pela ração,
fazendo aumentar o CV. Dia 42: CV > 15%

CV - Coeficiente de
variação

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2) Uniformidade: objectivo
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¨ O objectivo é garantir uma uniformidade mínima de 80% às 17


semanas.
¨ Falta de uniformidade ð pico de postura baixo e tardio.

2) Uniformidade: exercício
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¨ Nr de aves pesadas: 105


¨ Peso médio: 1.320 g
¨ Limite superior: 1.320 + 10% = 1.452 g
¨ Limite inferior: 1.320 – 10% = 1.188 g
¨ Nr de aves dentro do intervalo: 88

¨ Uniformidade (%) = (88/105)*100 = 84%

¨ Mostrar folha cálculo excel.

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2) Uniformidade baixa: medidas para corrigir
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¨ Se a uniformidade é baixa durante o crescimento, o criador deve


separar as aves por grupos de peso (2 a 3 grupos).
¨ Esta medida irá diminuir a competição pela comida entre aves
maiores, médias e pequenas.
¨ Diferente maneio alimentar deve ser aplicado a cada grupo
para conseguir no mais curto espaço de tempo atingir a meta de
peso e uniformidade.

Luz
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¨ A idade à maturidade sexual tem uma influência directa no


desempenho.
¨ A maturidade sexual, por sua vez, é influenciada por vários
factores, sendo os mais importantes
¤ peso e composição corporal

¤ luz (fotoperíodo)

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Luz
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¨ Idealmente, a franga deve crescer com fotoperíodo constante.


¨ A maturidade sexual é adiantada, se em mais de metade do
crescimento o fotoperíodo for crescente.
¨ A estas frangas chama-se ‘fora de estação’.
¨ No hemisfério sul corresponde a ± 5 meses.

Luz
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Iluminação
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¨ Em pavilhões abertos, para ter fotoperíodo não variável, procede-se


do seguinte modo:
¤ para as ‘fora de estação’ fornecer luz artificial até ao número
máximo de horas que vão ter até ao final do crescimento.
¤ para as ‘dentro de estação’ deixar a luz naturalmente decrescente
ou acrescentar luz artificial (se fotoperíodo for inferior a 10 h).
¨ Quando criadas em pavilhões com ambiente controlado, fornece-se
8-10 h de luz por dia.

Vacinação
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¨ O programa de vacinação de uma franga é muito apertado.


¨ Devem saber contra quais doenças se vacina uma franga (não exijo
datas, só lista de vacinas).
¨ Ver pág. 252 do livro.

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Controlo da coccidiose
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¨ Existe vacina viva (atenuada ou não) para aplicação nos pintos


após eclosão (ooquistos esporulados de várias espécies em doses
baixas).
¨ Preferentemente o coccidiostático deve ser alternado durante as 17
semanas de crescimento (acordo com fábrica de rações).

Preparação para a mudança de instalações


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¨ A mudança para o aviário de postura deve ser feita às16-17


semanas. Quanto mais cedo, melhor.
¨ Causa muito stress, deve ser feita com rapidez e com os mesmos
cuidados já descritos para o transporte de frangos.
¨ Para reduzir o stress da mudança:
¤ 3 dias antes iniciar água com electrólitos e vitaminas.

¤ Após mudança, continuar por mais 3 dias.

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Preparação para a mudança de instalações
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¨ No pavilhão de postura, ingestão água deve ser encorajada.


¨ Se o sistema de abeberamento for diferente da recria, as aves
devem ser ensinadas a adaptar-se ao novo equipamento.
¨ Tal como pintos, só dar alimento 3 horas depois de beberem água.

Indicadores-padrão
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¨ Sobrevivência: 96% (difícil no nosso clima)


¨ Consumo de ração: 6 kg (até 17 sem) de ração correctamente
balanceada.
¨ Peso corporal: 1,470 kg (17 sem)

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Leituras obrigatórias
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¨ Cap. 11 do livro ‘Poultry Production in Southern Africa’.


¨ Textos seleccionados:
¤ Cria de frangas.pdf

¤ Guia de manejo comercial Hy-Line Brown.pdf

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