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MÉTODO MAITLAND

A abordagem australiana de Geoff Maitland se tornou mundialmente


reconhecida e estabeleceu a fundamentação da fisioterapia manipulativa.
Parte do conceito reside na avaliação dos movimentos fisiológicos e
acessórios articulares (vertebrais e periféricos) e na utilização de técnicas
manuais (mobilizações e manipulações) para reestabelecê-los.
A abordagem de terapia manual do fisioterapeuta Geoff Maitland surgiu na
Austrália (país com grande tradição em terapia manual) na década de 60,
tendo se espalhado pelo resto do mundo, formando a base da terapia
manual fisioterápica. O conceito fundamental de tratamento das desordens
músculoesqueléticas foi influenciado por este conceito (Maitland 1986). O
conceito que Geoff Maitland introduziu é baseado em observações clínicas.
Essas observações clínicas surgiram como resultado de uma abordagem
sistemática no exame e tratamento dos sinais e sintomas presentes no
paciente. Essa abordagem sistemática envolve a avaliação dos sinais e
sintomas clínicos do paciente e a avaliação que os efeitos das técnicas de
tratamento tem sobre esses sinais e sintomas. Já que o valor de uma
técnica nos sinais e sintomas presentes podem ser avaliados.
Grande parte da importância do conceito reside na avaliação manual dos
movimentos fisiológicos (osteocinemáticos) e acessórios (artrocinemáticos)
articulares. Este exame manual é parte essencial do diagnóstico físico de
disfunções da coluna realizado pelo fisioterapeuta manipulativo.

Objetivo: Produzir uma resposta analgésica e/ou .


uma melhora na amplitude de movimento
Indicações: Pacientes com disfunções neuro-
músculo-esqueléticas (podendo estar envolvidas as
articulações periféricas e/ou da coluna vertebral,
além da articulação têmporo-mandibular (ATM));
onde essas alterações, podem gerar dor, parestesia,
rigidez, fraqueza, instabilidade articular, perda de
controle, etc...amplitude do movimento
Contra-indicações

Distúrbios: (espondilolistese, hipermobilidade, lesões vertebrais com


compressão de raízes nervosas, compressão da cauda eqüina ou da medula
(mielopatia) e estenoses extremas, Traumas: fratura, fratura por stress,
subluxação e lesões ligamentares, Tumores malignos, Infecções,
inflamações agudas , Artropatias Inflamatórias: espondilite anquilosante,
artrite reumatóide, Doença de Reiter, colite ulcerativa, Doença de Crohn e
psoríase, Metabólicas: osteoporose e osteomalácia, Outros: insuficiência
vértebro-basilar 9 pra isso é realizado o teste de Klein), últimos meses de
gravidez, crianças, neonatos, problemas psicológicos, espasmo intenso,
diagnóstico incerto (ex.: doenças orgânicas simulando dor de origem espinhal) e
crença pessoal.

Avaliação:

Exame subjetivo: pela análise dos sinais e sintomas relatados pelos


pacientes (p.e.: dor ou disfunção relacionadas à posições ou movimentos). Ele
corresponde à perspectiva dos pacientes sobre seus sintomas. Este tipo
de avaliação é para se obter dados como:

O tipo de desordem (queixa principal do paciente): o que o trouxe ao


tratamento, como começaram seus problemas, outras queixas ou sintomas...

Área dos sintomas: Utilização dos mapas corporais para identificação do


local e características dos sintomas para posterior comparação nos mapas de
DERMÀTOMO, MIÓTOMO E ESCLERÒTOMO. ( dor superficial e delimitada,
dor profunda e difusa, dor profunda e delimitada)

Comportamento dos sintomas: como os sintomas se comportam relativos


à dia/noite, frio/calor, repouso/atividade, etc

Histórico: quando iniciaram os sintomas, causas para o episódio atual,


antecedentes pessoai, familiares, etc.

Considerações especiais: teste de Klein, investigação de tumores,


osteoporose....

Exame Objetivo

Avaliação postural Estática: avaliação dos acidentes anatômicos, numa


vista anterior, posterior e de perfil.

Testes palpatórios: análise dos acidentes ósseos, partes moles, inserções


musculares, temperatura, dor, tônus. Além do testes de PA central, PA unilateral
e pressão transversa. Para análise da mobilidade acessória articular.

Testes de mobilidade: Análise de mobilidade, com toda movimentação


osteocinemática articular 9 flexão, extensão, adução, abdução...). Determinação
de D1 e D2.

Testes Específicos: Testes de Lasegue, Bragard, Valsalva, enfim, todos os


testes específicos do seguimento.

Tratamento: através de movimentos passivos, os quais restabelecem as


articulações acometidas com manobras de mobilização nos diversos graus.
Técnicas: incluem a mobilização e a manipulação articular segmentar.

Seleção: a seleção da técnica a ser utilizada, deve considerar a relação entre


a dor e a resistência. Alguns fatores como: posicionamento articular, direção da
força, compressão ou tração, velocidade, ritmo e tempo de aplicação, devem ser
bem analisados. As técnicas são baseadas nos exames: subjetivo e objetivos

Tempo: não há um tempo ou uma técnica definida para uma condição


definida. A técnica será direcionada de acordo com o objetivo que se quer
alcançar.

Graus de movimento passivo: definidos pela quantidade de resistência e


pela amplitude do movimento.

G1- pequena amplitude de movimento no início da amplitude do movimento.

G2- grande amplitude de movimento no meio da amplitude do movimento


(sem resistência). Não atinge o máximo da amplitude de limite fisiológico (LF)

G3- grande amplitude de movimento no ponto de resistência, ou seja atinge o


LF

G4- pequena amplitude de movimento no ponto de resistência ou seja


ultrapassa o limite fisiológico mas não atinge o anatômico

G5- pequena amplitude de movimento e thrust em alta velocidade, atingindo


o limite anatômico. Maitland não trabalha com esse grau de amplitude.

OBS.: Os graus de mobilização 1 e 2 são usados quando se tem a intenção de


reduzir, eliminar a dor (nos casos de dor dominante) e os graus 3, 4 e 5, para se
obter alongamento e conseqüentemente, uma maior amplitude de movimento
(nos casos de rigidez dominante).

Avaliação Continuada

A avaliação das mudanças nos sinais e sintomas, em cada sessão de


tratamento, necessita ser conduzida, de uma maneira especial, há três
momentos em que a interpretação do paciente acerca dos efeitos do tratamento
é mais valiosa:

1. Imediatamente após o tratamento;


2. Durante a noite do dia do tratamento;
3. Ao levantar-se da cama na manhã seguinte.

Efeito Fisiológico

O método Maitland, ativa o mecanismo não-opióide. Através da estimulação


da substância periaquedutal cinza dorsal. Conseqüentemente, ocorrem efeitos de
analgesia e melhora do movimento imediatos.
Conclusão

A terapia pelo contato manual, estimula receptores na pele, nos músculos e


nas articulações e estes impulsos aferentes, alcançam a medula e centros
cerebrais superiores para produzir uma resposta analgésica e uma melhora no
movimento. A disfunção dos movimentos funcionais pode ser causada por uma
restrição no movimento segmentar. Portanto, a avaliação e o tratamento dessas
restrições segmentares, irão possibilitar a reabilitação do movimento funcional.

Iremos Abordar nas aulas as seguintes técnicas de Maitland:

Centrais ou axiais:

PA central, PA unilateral, Pressão transversa, tração cervical.

Periféricas:

Distração gleno umeral, distração escapulo torácica, distração coxo-femural,


sacro-ilíaca e lombossacra.

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