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MANUAL DE TRONCO COMUM DOS CURSOS

DE LICENCIATURA
MANUAL DE TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL
E ESCRITA

ENSINO ONLINE ENSINO 2022


COM FUTURO

FUTURO i
MANUAL DE TRONCO COMUM DOS CURSOS DE
LICENCIATURA

MANUAL DE TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E


ESCRITA

1º ANO - MANUAL DE TRONCO TOMUM

CÓDIGO ISCED11-ELPCCFG0001_EB
TOTAL HORAS/1O
100
SEMESTRE
CRÉDITOS (SNATCA) 4
NÚMERO DE TEMAS 25

1
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Direitos de autor (copyright)


Este manual é propriedade da Universidade Aberta UnISCED, e contém reservado todos os
direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer
formas ou por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem
permissão expressa de entidade editora (UnISCED).
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais
em vigor no País.

Universidade Aberta ISCED (UnISCED)


Rua Paiva Couceiro, Macuti
Beira - Moçambique
Telefone: +258 23323501
Fax: 258 23324215
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Website: www.unisced.edu.mz

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Agradecimentos
A Universidade Aberta ISCED (UnISCED) agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e
instituições na elaboração deste manual:

Autor Dr. Fernando Manuel Samuel Safo Chicumule


Coordenação Vice-Reitoria Académica

Design Universidade Aberta ISCED (UnISCED

Financiamento e Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia


(IAPED)
Logística
Revisão Científica e
Dr. Marcelino Cumbane
Linguística Msc. Chimica Francisco
Ano de Publicação 2019
Ano de Actualização 2022
UnISCED – BEIRA
Local de Publicação

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Sumário
VISÃO GERAL ...........................................................................................................................iii
O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO .................................................................................................... 3
AS TÉCNICAS E OS MÉTODOS DE ESTUDO .................................................................................... 11
UNIDADE 3 - A LEITURA......................................................................................................... 16
UNIDADE 4 ............................................................................................................................ 21
A TOMADA DE NOTAS ................................................................................................................... 21
O RESUMO..................................................................................................................................... 27
UNIDADE 6 A SÍNTESE ............................................................................................................... 30
UNIDADE 7 ................................................................................................................................ 34
A ORTOGRAFIA .............................................................................................................................. 34
UNIDADE 8 ................................................................................................................................ 42
A PONTUAÇÃO .............................................................................................................................. 42
UNIDADE 9 ................................................................................................................................ 53
A ANÁLISE DE UM TEXTO ESCRITO ............................................................................................... 53
.................................................... 57
UNIDADE 10 .......................................................................................................................... 57
A FRASE ......................................................................................................................................... 57
UNIDADE 11 .............................................................................................................................. 62
A FRASE SIMPLES E COMPLEXA..................................................................................................... 62
UNIDADE 12 .............................................................................................................................. 67
ESTUDO DO VERBO ....................................................................................................................... 67
UNIDADE 13 .............................................................................................................................. 73
CONJUGAÇÃO PRONOMINAL........................................................................................................ 73
Introdução ............................................................................................................................. 73
UNIDADE 14 .............................................................................................................................. 77
O DISCURSO DIRECTO E INDIRECTO.............................................................................................. 77
A FICHA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................ 81
UNIDADE 16 .............................................................................................................................. 83
A FICHA DE LEITURA ...................................................................................................................... 83
UNIDADE 18 .............................................................................................................................. 94
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TEXTOS ADMINISTRATIVOS........................................................................................................... 94
Introdução ............................................................................................................................. 94
UNIDADE 19 .......................................................................................................................... 96
FORMAS DE TRATAMENTO ........................................................................................................... 96
UNIDADE 23 ............................................................................................................................ 115
TEXTO EXPOSITIVO-EXPLICATIVO ............................................................................................... 115
Introdução ........................................................................................................................... 115
...................................................... 122
UNIDADE 24 ............................................................................................................................ 122
TEXTO EXPOSITIVO-ARGUMENTATIVO ....................................................................................... 122
UNIDADE 25 O RELATÓRIO ..................................................................................................... 132
Introdução ............................................................................................................................... 132

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VISÃO GERAL

Bem-vindo ao Manual da Disciplina de Técnicas de


Expressão Oral e Escrita
A Competência na comunicação e expressão em língua portuguesa é
uma das habilidades indispensáveis, quer na comunidade em geral,
quer em todos os processos de gestão do capital humano, nas
organizações. Assim, por meio deste manual pretendemos que o
futuro técnico ou gestor de recursos humanos seja capaz de se
exprimir correctamente e de produzir documentos de carácter
administrativo com uma boa expressividade e correcção linguísticas.

Objectivos do Manual

Constituem os objectivos deste manual


Objectivos
• Adquirir e aperfeiçoar as técnicas de expressão consideradas
como fundamentais para a prossecução dos estudos superiores e
para futura vida profissional;
• Conjugar destrezas e conhecimentos linguísticos com literacia e
competências comunicativas;
• Analisar aspectos gramaticais e funcionais da
língua portuguesa;
• Reflectir sobre a estética e a cultura da linguagem;
• Produzir correctamente textos de carácter administrativo;
• Aplicar eficazmente as diferentes formas de tomada de notas ou
de estudo;
• Reconhecer as estratégias discursivas que norteiam a produção e
organização de textos;
• Usar correctamente as regras de pesquisa e elaboração de
trabalhos científicos.

Quem deveria estudar este manual

O presente Manual foi concebido para estudantes do 1º ano dos


cursos de licenciatura do UnISCED.

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Como está estruturado este manual

O presente manual está estruturado da seguinte maneira:


• Conteúdos deste manual.
• Abordagem geral dos conteúdos do manual, resumindo os
aspectos-chave que você precisa para conhecer a história da
comunicação. Recomendamos vivamente que leia esta secção
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente
de habilidades de estudos.

Conteúdo deste manual

Este manual está estruturado em temas. Cada tema, comporta


certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades,
cada unidade temática caracteriza-se por conter um título
específico, seguido dos seus respectivos subtítulos.
No final de cada unidade temática, são propostos 10 exercícios de
fechados e 5 exercicios abertos. No fim de cada tema, são
incorporados 10 exercícios fechados para avaliação e 5 exercicios
abertos para auto-avaliacao. No final do manual estão
incorporados 100 exercicios fechados para preparação aos
exames.
Os exercícios de avaliação são Teóricos e Práticos.

Outros recursos
O UnISCED pode, adicionalmente, disponibilizar material de
estudo na Biblioteca do Centro de recursos, na Biblioteca Virtual,
em formato físico ou digital.

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Auto-avaliação e Tarefas de avaliação


As tarefas de auto-avaliação para este manual encontram-se no
final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes.
Segundo, exercícios que mostram apenas respostas.
As tarefas de avaliação neste manual também se encontram no
final de cada unidade temática, assim como no fim do manual em
si, e, devem ser semelhantes às de auto-avaliação, mas sem
mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a
outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos
de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos
de correcção e subsequentemente atribuição de uma nota.
Também constará do exame do fim do manual. Pelo que, caro
estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande
vantagem.

Habilidades de estudo

O principal objectivo desta secção, é ensinar a aprender


aprendendo.
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso, é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais
esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo
dedicado aos estudos, procedendo como se segue:

1º - Praticar a leitura. Aprender à distância exige alto domínio de


leitura.
2º - Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

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3º - Voltar a fazer a leitura, desta vez para a compreensão e


assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).
4º - Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.
5º - Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou
as de estudo de caso, se existir.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num
sítio barulhento!? Preciso de intervalo a cada 30 minutos ou a cada
60 minutos? etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido
estudado durante um determinado período de tempo; deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só a
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no manual.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos
das actividades obrigatórias.
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o
rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um
elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco
tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde

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UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto, mas não
aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar
injustamente incapaz!
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na
área em que está a se formar.
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que
matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a
seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira
leitura; utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo
significado não conhece ou não lhe é familiar.

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão,
o material de estudos impresso, pode suscitar-lhe algumas
dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância,
prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade,
página trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os
serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de
Recursos (CR), via telefone, SMS, E-mail, Casos Bilhetes, se tiver
tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua

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aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da


comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso às TIC se
tornam incontornável: entre estudante, estudante – tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que caro estudante,
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR,
com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada
para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período, pode
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou
administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é de muita importância na
medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira fica
a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas.
Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e
unidade temática, no manual.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (actividades avaliação e


auto−avaliação), pois, influenciam directamente no seu
aproveitamento pedagógico.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Esteja sempre ciente de que a nota das avaliações
conta e é decisiva para a admissão ao exame final da disciplina.
As avaliações são realizadas e submetidas na Plataforma MOODLE.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.

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O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es).


Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um
autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do UnISCED).

Avaliação
Muitos perguntam: como é possível avaliar estudantes à distância,
estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor!? Nós dissemos: sim é muito possível, talvez seja
uma avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu manual. Quanto ao tempo de contacto
presencial, conta com um máximo de 10% do total de tempo do
manual. A avaliação do estudante consta de forma detalhada do
regulamento de avaliação.
As avaliações de frequência pesam 40% e servem de nota de
frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final
da disciplina e decorrem durante as sessões presenciais. Os
exames pesam 60%, o que adicionado aos 40% da média de
frequência, determinam a nota final com a qual o estudante
conclui a disciplina.
É definida a nota de 10 (dez) valores como nota mínima de
aprovação na disciplina.
Nesta disciplina, o estudante deverá realizar pelo menos 3
avaliações, e 1 (um) exame final.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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recomendações, a identificação das referências bibliográficas


utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento ds
Cursos e Sistemas de Avaliação do UnISCED.

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UNIDADE 1
O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

Introdução

Nesta primeira unidade, abordamos o processo de comunicação


porque constitui a base da nossa comunicação no quotidiano.
Neste processo, são estudados os elementos que garantem
uma comunicação perfeita.
Focalizamos também as funções de comunicação que se
relacionam intrinsecamente com os factores da comunicação
para o processo comunicacional.

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:


Objectivos
• Conhecer os elementos de comunicação;
• Relacionar os factores da comunicação com as funções de
linguagem;
• Comunicar, de forma desbloqueada, sem ruído.

O Processo de comunicação
No processo de comunicação, o emissor (ou codificador) emite
uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou descodificador),
através de uma chamada, por exemplo, um telefonema. O
receptor interpretará a mensagem que pode ter chegado até
ele com algum tipo de barreira (ruído) e, a partir daí, dará o
feedback ou resposta, completando o processo de
comunicação.
Ciclo comunicacional:

- Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da


comunicação ou elaborar um sistema de signo ou um significado que
aparenta objectivos comuns;

- Descodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do


repertório (conjunto estruturado de informação) de cada pessoa;

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- Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue


obter e pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor.

Tipos de Linguagem

-Linguagem verbal: as dificuldades de comunicação ocorrem


quando as palavras têm graus distintos de abstracção e
variedade de sentido. O significado das palavras está nas
pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e
interpretar as palavras);

-Linguagem não verbal: as pessoas não se comunicam apenas


por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os
olhares, as entoações são também importantes: são os
elementos não verbais da comunicação.

Os significados de determinados gestos e comportamentos variam


muito de uma cultura para outra e de época para época.

A comunicação verbal é plenamente voluntária; o


comportamento não-verbal pode ser uma reacção involuntária
ou um acto comunicativo propositado.

Alguns psicólogos (e.g. Armindo Freitas-Magalhães, 2007)


afirmam que os sinais não-verbais têm as funções específicas de
regular e encadear as interacções sociais e de expressar
emoções e atitudes interpessoais:

a) Expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém


apenas a partir da sua expressão fisionómica. Por vezes os
rostos transmitem espontaneamente os sentimentos, mas
muitas pessoas tentam inibir a expressão emocional.

b) Movimento dos olhos: desempenha um papel muito


importante na comunicação. Um olhar fixo pode ser entendido
como prova de interesse, mas noutro contexto pode significar
ameaça, provocação. Desviar os olhos quando o emissor fala é
uma atitude que tanto pode transmitir a ideia de submissão
como a de desinteresse.

c) Movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a


emissão de mensagens.

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d) Postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais


podem fornecer pistas mais seguras do que a expressão facial
para se detectar determinados estados emocionais. Por ex.:
inferiores hierárquicos adoptam posturas atenciosas e mais
rígidas do que os seus superiores, que tendem a mostrar-se
descontraídos.

e) Comportamentos não-verbais da voz: a entoação (qualidade,


velocidade e ritmo da voz) revela-se importante no processo de
comunicação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens
mais claras do que uma voz agitada.

f) Aparência: a aparência de uma pessoa reflecte normalmente


o tipo de imagem que ela gostaria de passar. Através da
indumentária, arrumo, maquilhagem, apetrechos pessoais,
postura, gestos, modo de falar, etc, as pessoas criam uma
projecção de como são e de como gostariam de ser tratadas. As
relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer
aos outros a sua projecção particular e se os outros respeitarem
essa projecção.

Relação Interpessoal - construção da identidade (ERIKSON,


1872): - implica definir quem a pessoa é, quais sãos seus valores
e qual direcção deseja seguir pela vida.

Elementos da comunicação
A comunicação acompanha o ser humano desde seu
nascimento, sendo processada em todo o tempo,
independentemente da forma ou da localização. O sucesso de
toda a actividade profissional é uma comunicação eficaz.

Comunicar significa transmitir e receber mensagens e pode ser


realizada por meio de:
-Linguagem falada ou escrita,
-Linguagem de sinais,
-Ideias,
-Comportamentos e atitudes.

No entanto, a comunicação jamais poderá ser compreendida


como um fenómeno isolado, pois ela somente será efectiva, se
outros elementos estiverem presentes nessa dinâmica.

Os elementos da comunicação são:

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1- Emissor (locutor) = É aquele que dá início ao processo comunicativo,


pois transmite a mensagem.

2- Receptor (alocutário) = É o alvo do emissor, sendo quem recebe a


mensagem.

3- Mensagem = Pode ser um facto, ideias ou até mesmo, emoções, ou


seja, é o conteúdo contido na comunicação.

4- Canal = É o meio pelo qual a mensagem é enviada do emissor para o


receptor.

5- Referente ou Contexto: É o objecto ou a situação a que a


mensagem se refere.

6- Código: É o conjunto de regras de combinação de signos


utilizado para elaborar uma mensagem: o emissor codifica
aquilo que o receptor irá descodificar.

Entende-se que a organização deve estar atenta ao que vai


além das palavras no processo de comunicação. É preciso
focalizar também os gestos, as expressões e atitudes. Ao
mesmo tempo, ressalta-se que o mais importante é ter
capacidade de uma escuta atenta ao que diz o cliente, pois ele
repassará para a empresa o feedback de todo o investimento
realizado na sua direcção.

O maior cuidado deve estar em não produzir “ruídos” ao


realizar a comunicação. Isso quer dizer ter certeza de que a
mensagem emitida foi correctamente recebida e interpretada
pelo públicoalvo.

É preciso ter o conhecimento das técnicas e dos conceitos para colocar


as palavras certas em função da comunicação certa.

Funções da linguagem

1. Função Emotiva ou Expressiva

Esta função ocorre quando se destaca o emissor. A mensagem


centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor,

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sendo um texto completamente subjectivo e pessoal. A ideia de


destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do
singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. A
presença de interjeições, pontuação com reticências e pontos
de exclamação também evidenciam a função emotiva ou
expressiva da linguagem. Os textos que expressam o estado de
alma do locutor, ou seja, que exemplificam melhor essa função,
são os textos líricos, as autobiografias, as memórias, a poesia
lírica e as cartas de amor.

Exemplo: Pelo amor de Deus, preciso encontrar algo, nem que sejam
cinco meticais!

2. Função Informativa ou Referencial ou Denotativa

Referente é o objecto ou situação de que a mensagem trata. A


função referencial privilegia justamente o referente da
mensagem, procurando transmitir informações objectivas sobre
ele. Centra-se no contexto da mensagem.

Exemplo: "Nos vertebrados, esta resposta inclui uma série de


alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas
colectivamente denominadas inflamação" (Descrição da
inflamação num artigo científico).

3. Função Apelativa ou Conativa ou Injuntiva

É voltada para o leitor, tom imperativo, e muito encontrada em


propagandas. A mensagem é centrada no receptor e organiza-
se de forma a influenciá-lo, ou chamar sua atenção, o contexto
tornase a parte mais importante da mensagem. Geralmente,
usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e
formas verbais ou expressões no imperativo. Como essa função
é a mais persuasiva de todas, aparece comummente nos textos
publicitários, nos discursos políticos, horóscopos e textos de
autoajuda. Como a mensagem centra-se no outro, ou seja, no
interlocutor, há um uso explícito de argumentos que fazem
parte de seu universo.

Exemplo: "Beba Coca-Cola" / "Venha à caixa Senhor, venha!"

4. Função Fáctica

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O canal é posto em destaque, ou seja, o canal que dá suporte à


mensagem. Ocorre quando o emissor tem a intenção de testar
o canal. A Função Fáctica seria basicamente o diálogo.

Exemplo: "Alô?!", "Entenderam?", “Quem fala...?”

5. Função Poética

É aquela que se centra sobre a própria mensagem. Tudo o que,


numa mensagem, suplementa o sentimento da mensagem
através do jogo de sua estrutura, de sua tonalidade, de seu
ritmo, de sua sonoridade. Essa função é capaz de despertar no
leitor o prazer estético e surpresa. É explorado na poesia e em
textos publicitários.

Exemplo: “Aquela cativa que me tem cativo” (Camões).

6. Função Metalinguística

Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser


definida como a linguagem que fala da própria linguagem, ou
seja, descreve o acto de falar ou escrever. Programas de TV que
abordam sobre a própria TV ou programas de TV que abordam
sobre os media. Peças de teatro que tratam sobre o teatro.

Exemplos: A linguagem (o código) torna-se objecto de análise


do próprio texto. Os dicionários e as gramáticas são repositórios
de metalinguagem.

“Lutar com palavras é a luta mais vã. Entretanto lutamos mal


rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes
como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de
encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas
para meu sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à
carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as
traga de novo ao centro da praça” (Carlos Drummond de
Andrade).

Nesse texto, Drummond escreve um poema sobre como


escrever poemas... Ou seja, a criação literária fala sobre si
mesma. Um outro exemplo é quando um cartunista descreve o
modo como ele faz seus desenhos num próprio cartoon; ele
demonstra o acto de fazer cartoons e como são feitos.

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Sumário

Em síntese:
O processo da comunicação mobiliza todos os factores da
comunicação, partindo do emissor que codifica uma mensagem
que aborda um assunto do mesmo contexto, por meio de um
canal que respeita um determinado código, para um receptor
capaz de descodificar a informação veiculada na mensagem.
Todos os elementos comunicacionais referidos centram-se,
respectivamente, nas funções expressiva, poética, referencial,
fáctica, metalinguística e apelativa.

Exercícios

Múltiplas Escolha

1. Sobre Função Informativa ou Referencial ou Denotativa é correcto afirmar


que:
a) Pode ser definida como a linguagem que fala da própria linguagem, ou seja,
descreve o acto de falar ou escrever.
b) Essa função é capaz de despertar no leitor o prazer estético e surpresa. É
explorado na poesia e em textos publicitários.
c) Privilegia justamente o referente da mensagem, procurando transmitir
informações objectivas sobre ele.
d) Ocorre quando o emissor tem a intenção de testar o canal.

2. Sobre Função Metalinguística é correcto afirmar que:


a) Pode ser definida como a linguagem que fala da própria linguagem, ou seja,
descreve o acto de falar ou escrever.
b) Essa função é capaz de despertar no leitor o prazer estético e surpresa. É
explorado na poesia e em textos publicitários.

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c) Privilegia justamente o referente da mensagem, procurando transmitir


informações objectivas sobre ele.
d) Ocorre quando o emissor tem a intenção de testar o canal.

3. Sobre Função Emotiva ou Expressiva é correcto afirmar que:


a) Pode ser definida como a linguagem que fala da própria linguagem, ou seja,
descreve o acto de falar ou escrever.
b) Essa função é capaz de despertar no leitor o prazer estético e surpresa. É
explorado na poesia e em textos publicitários.
c) Privilegia justamente o referente da mensagem, procurando transmitir
informações objectivas sobre ele.
d) A mensagem centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor,
sendo um texto completamente subjectivo e pessoal.

Respostas: 1 C; 2 A; 3 D.

Verdadeiro ou Falso

1. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, as entoações não são


elementos da comunicação.
A. Verdadeira
B. Falsa
2. No processo de comunicação, o emissor (ou descodificador) emite uma mensagem (ou
sinal) ao receptor (ou codificador).
A. Verdadeira
B. Falsa

Respostas:1 B; 2 A.
Perguntas Dissertivas
1. Caracterize a função emotiva ou expressiva?
2. O que é código como elemento de comunicação?
3. Indique as diferentes pela qual pode-se receber e transmitir mensagem?
4. Descreve a linguagem não-verbal.
5. O que é emissor, como elemento de comunicação.

Respostas

1. A função emotiva ou expressiva caracteriza-se por destacar o emissor. A mensagem


centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo um texto
completamente subjectivo e pessoal.
2. Código é o conjunto de regras de combinação de signos utilizado para elaborar uma
mensagem
3. As formas pela qual pode-se transmitir e receber mensagem são: Linguagem falada ou
escrita, linguagem de sinais, deias e comportamentos e atitudes.

10
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

4. Linguagem não-verbal, as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os


movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, as entoações são também
importantes: são os elementos não-verbais da comunicação.
5. Emissor (locutor) é aquele que dá início ao processo comunicativo, pois transmite a
mensagem.

UNIDADE 2
AS TÉCNICAS E OS MÉTODOS DE ESTUDO
Introdução

A unidade aborda essencialmente as técnicas de estudo para os


estudantes do ensino superior e, no geral, para os estudantes
de qualquer nível que queiram ver o seu trabalho repleto de
sucessos.
O UnISCED usa o método PBL, que centraliza o processo de
ensino e aprendizagem no aluno e a aplicação do estudante nos
estudos constitui a base.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:
• Diferenciar os métodos de estudo no ensino superior dos métodos de estudo
no ensino secundário;
• Organizar, planificar e implementar as tarefas, ou seja, as Objectivos
actividades de estudo.

O método de estudo

Ao ingressarmos numa instituição temos de prestar atenção a


algumas mudanças relacionadas aos métodos de estudo. Aqui e
em particular neste UnISCED usa-se o método PBL que centraliza o

processo de ensino e aprendizagem no aluno. Neste método, o


aluno é o centro da aprendizagem e todas as atenções estão
viradas para o seu desenvolvimento, com tendência à resolução
de problemas específicos da vida quotidiana. Como veremos
nos tópicos que se seguem nesta unidade não pretendemos
ilustrar a aplicabilidade do método, mas sim o uso de
determinadas técnicas que contribuirão para o maior
rendimento do estudante no método.

11
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

A Aprendizagem no UnISCED
Como já dissemos acima, os métodos de aprendizagem no
UnISCED são diferentes dos usados no ensino secundário geral,
pois, para além do nível de abordagem dos conteúdos que é mais
profundo, os estudantes devem possuir a
seguinte postura (+) pesquisadores, (–)
dependentes do Docente e de maior autonomia na
aprendizagem.

A título de exemplo de algumas diferenças dos estudantes das duas


escolas temos, de acordo com Ruiz, (1991: 19)2:
“no curso médio, o estudante leva para casa as tarefas
diárias; não acontece o mesmo na faculdade. No curso
médio, os alunos andam uniformizados, não podem
fumar no recinto escolar e as classes são bastante
homogéneas; no curso superior nada disso acontece”.
Como se pode notar, a caracterização do ambiente de estudo
no ensino universitário é diferente do ensino secundário. Assim,
o estudante do ensino universitário deve ser pontual,
responsável e assíduo às aulas. A responsabilidade referida
parte da programação das actividades diárias. O plano de
actividades

No quotidiano, notamos constantemente que todo o homem


planifica, pois, a planificação é guia das suas actividades. Com
base nela, os homens praticam e controlam o cumprimento dos
objectivos previamente estabelecidos. Assim, tendo o
estudante um conjunto de actividades a efectuar, é pertinente
que essas sejam devidamente planificadas para que o objectivo
de assimilação dos conteúdos seja consumado.
Segundo Estanqueiro (2002: 13)3:
“Se compararmos o rendimento de duas pessoas com
capacidades intelectuais semelhantes, veremos que vai
mais longe aquele que dedica mais horas ao estudo.
Acontece até que muitos estudantes de ritmo lento
(tipo tartaruga) chegam a superar colegas rápidos (tipo
lebre), só porque começam mais cedo e são mais
regulares”.

2
RUIZ, J. Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos,
São Paulo: ATLAS, 1991
3
ESTANQUEIRO, A. G. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed., 2001

12
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Da citação, pode compreender-se até que ponto vai a


responsabilidade do estudante na universidade, pois, antes de
tudo, o estudante deve ser capaz de dispor de tempo para
estudar ou mesmo para frequentar todas as aulas do curso.
Assim, tornase indispensável que o estudante descubra o
tempo para o desenvolvimento desta e de outras actividades.
De acordo com Ruiz, (1991: 22)4:

“A maneira mais prática de descobrir ou fazer aparecer


o tempo consiste em tomar uma folha de papel, anotar
os diversos dias da semana em linha horizontal e os
diversos afazeres em linha vertical; registar depois, na
coluna de cada dia da semana, as horas plenas e os
diversos espaços”.

É evidente que nem sempre acordaremos a hora indicada no


nosso horário, mas o grande esforço do estudante deve cingir-
se no cumprimento do horário estabelecido. Neste horário
devem constar todas as actividades inclusive as actividades de
estudo individual: preparação para a aula, revisão de aula,
revisões gerais para as provas e exames e até os tempos de
lazer.
Não importa se o tempo de estudo de cada cadeira ou disciplina
é pouco ou não, porque se usarmos correctamente as técnicas
de leitura, revisão, fichamento teremos um bom
aproveitamento. Nisto, é necessário desenvolver técnicas para
tornar qualquer tempo produtivo.
Do ponto de vista de Ruiz, (1991: 22)5:

4
RUIZ, J. Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos,
São Paulo: ATLAS, 1991
5
RUIZ, J. Álvaro. Metodologia Científica: Guia para eficiência nos estudos,
São Paulo: ATLAS, 1991

13
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

“A perseverança no cumprimento do programa é o


maior problema; geralmente, o nosso tempo é
pequeno, mas o pior é que o pequeno espaço de tempo
se converte em nada pela falta de perseverança”.
O autor acima referido apela-nos para maior perseverança nas actividades
programadas no horário individual, mas para além da perseverança,
Estanqueiro cita também a necessidade de ocupar as melhores horas do
dia para o estudo individual.
Segundo Estanqueiro (2002: 14)6:
“o estudo é uma actividade ciumenta que exige as melhores
horas do dia. Quais são? Várias experiências provam que o
rendimento intelectual da manhã é superior ao da tarde e
ao da noite. Ao princípio da tarde, ocorre sempre uma
quebra de vivacidade mental, fruto de uma certa sonolência
que ataca a gente e não apenas os que fizeram um grande
almoço. Quanto à noite, é natural que o cansaço acumulado
de um dia prejudique o rendimento, apesar de haver
pessoas que se dão bem a estudar na calma da noite”.
Pode-se depreender da citação que, cada estudante tem um
determinado tempo que lhe é rentável nas suas actividades,
pois, enquanto uns obtém uma boa atenção mental na
assimilação dos conteúdos nas manhãs; outros, obtém o
mesmo estado nas tardes ou à meia-noite. Por isso, convém
deixarmos bem claro nesta unidade que cada estudante deve
ser capaz de descobrir o seu tempo mais rentável. Além do
tempo, as condições do ambiente de estudo “calmo,
barulhento, no quarto, na praia”, estado emocional do
estudante entre outros, constituem os principais factores a ter
em conta na planificação do tempo de estudo.

Sumário

Em síntese:
A adopção de um ou do outro método de estudo nos
estabelecimentos educacionais tem como objecto alcançar os
objectivos preconizados nos programas. Assim, com a adopção
do método PBL, esperamos que o processo seja eficaz e que o

6
ESTANQUEIRO, A. G. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed., 2001

14
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

aluno sinta que tem todas as ferramentas necessárias para o


seu progresso.
A programação, a perseverança e a responsabilidade nas
actividades será como sempre a base do êxito educacional do
estudante.

Exercícios

Perguntas dissertivas

1. Elabore um horário das suas actividades tendo em conta as cadeiras


que tem e as exigências do curso.
2. O que deve constar no plano de estudo individual
3. Por que razão Ruiz afirma que “A perseverança no cumprimento do
programa é o maior problema…”.

Respostas

2. No plano de estudo individual devem constar os seguintes itens:


preparação para a aula, revisão de aula, revisões gerais para as provas
e exames e até os tempos de lazer.

3. Ruiz afirma que “A perseverança no cumprimento do programa é o


maior problema, visto que, geralmente, o nosso tempo é pequeno,
mas o pior é que o pequeno espaço de tempo se converte em nada
pela falta de perseverança.

Multipla Escolha

1. Os métodos de estudo são técnicas usadas para facilitar o aprendizado. Eles


têm características diversas, como gestão do tempo, memorização, foco e
concentração.
A. Falsa
B. Verdadeira

2. A programação, a perseverança e a responsabilidade nas actividades será


como sempre a base do êxito educacional do estudante.
A. Falsa
B. Verdadeira

15
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

3. Segundo Estanqueiro (2002: 14) “o estudo não é uma actividade ciumenta


que exige as melhores horas do dia.
A. Falsa
B. Verdadeira

4. A adopção de um ou do outro método de estudo nos estabelecimentos


educacionais tem como objecto alcançar os objectivos preconizados nos
programas.
A. Falsa
B. Verdadeira

5. De acordo com Ruiz, (1991: 22): “A maneira mais prática de descobrir ou fazer
aparecer o tempo consiste em tomar uma folha de papel, anotar os diversos
dias da semana em linha horizontal e os diversos afazeres em linha vertical
A. Falsa
B. Verdadeira

Resposta: 1 B; 2 B; 3 A; 4 B; 5 B;

UNIDADE 3 - A LEITURA

Introdução

No processo de ensino e aprendizagem é preciso compreender


que o êxito nos estudos provém da adopção de técnicas de
estudo e de leitura. Fazer uma boa leitura significa criar
condições para que a leitura termine na compreensão dos
conteúdos. Assim, nesta unidade, pretendemos apresentar
algumas técnicas que lhe poderão ajudar nos seus estudos.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

• Indicar o propósito da
leitura;
• Praticar a leitura de acordo com as etapas;
Objectivos Verificar a compressão dos conteúdos.

16
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

. Para se alcançar o pleno êxito na sua carreira estudantil, não basta apenas o facto de
participar às aulas e receber as orientações com relação aos objectivos da
aprendizagem, mas é também necessário que se façam leituras
De acordo com Gomes (2002: 57)7, o acto de ler consiste em
“decifrar símbolos de linguagem escrita para lhes conferir a
correspondência com os sons que representam”.
Do conceito de leitura acima apresentado, é possível notar que
toda actividade da aprendizagem terá o seu fulcro na leitura
porque com base nela o estudante será capaz de assimilar
conteúdos a partir da atitude de clarificar os conteúdos
subjectivos.
Segundo Potts (1989: 56)8:
“No sentido genérico, a qualidade de uma leitura é a
soma de todos os elementos que estão presentes numa
peça impressa, que influencia o êxito que um grupo de
leitores consegue com ela. O êxito é medido pela
extensão em que o texto é compreendido, a velocidade
óptima é tida como interessante”.
Como se afirma na citação, o êxito da leitura é avaliado pelo
grau da compreensão do texto no processo de ensino e
aprendizagem. Se os estudantes não forem capazes de
transmitir o conteúdo patente no texto, ou seja, de mostrar
que conhecimentos adquiriram ou, ainda, de usar os
conhecimentos para responder a determinadas necessidades,
então, eles não entenderam o texto. Porém, a leitura é
antecedida por uma selecção de obras que normalmente nos é
apresentada pelo docente, mas se assim não suceder siga as
instruções que se seguem.

Como seleccionar o que ler

É evidente que ao nos dirigirmos à biblioteca já teremos em


mão um tema relacionado com uma determinada área da
aprendizagem. No entanto, será fundamental que conheçamos
a organização dos livros de estudo na biblioteca e depois que
conheçamos a organização dos próprios livros em si. Assim, é
interessante trazermos a teoria de Estanqueiro (2001: 69)9 que

7
GOMES A. Didáctica de Ensino da Língua Portuguesa, Vol. II, 2002
8
In Didáctica de ensino da língua portuguesa.
9
ESTANQUEIRO, A. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed., 2001

17
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

refere que há três técnicas entre outras possíveis de ajudar a


conhecer um livro, a descobrir o seu interesse e a tornar mais
rentável a sua utilização.
As técnicas destacadas pelo autor são: Percorrer o Índice, ler a
Introdução e folhear as páginas. Para o autor “pelo índice é
possível ver o essencial da matéria tratada. (...) Na Introdução,
o autor explica as intenções do livro, (...) Folheando o livro
pode observar-se a forma como é apresentada a matéria”10.

Na mesma perspectiva de abordagem, Ruiz (1991: 35)11, para


além dos elementos citados, acrescenta que “devemos ver o
nome do autor, o seu Curriculum, a orelha do livro, a
documentação ou as citações ao pé das páginas, a bibliografia,
assim como verificar a editora, a data, a edição e ler
rapidamente o prefácio”.
No processo de desenvolvimento da leitura é preciso ter em
conta dois passos que são considerados fundamentais para
que se efectue uma leitura efectivamente produtiva. Na
primeira leitura, procura-se ter um conhecimento global do
texto e, na segunda, faz-se uma leitura mais aprofundada
procurando compreender e assimilar o essencial.
A primeira etapa da leitura, de acordo com Estanqueiro, pode
ser designada Ler “por Alto” e a segunda Ler “em
Profundidade”. A primeira consiste em dar uma passagem de
olhos pelo seu conteúdo, procurando ter uma visão
panorâmica do terreno a explorar, ou seja, uma visão geral do
assunto “a Ideia Principal”. Nesta primeira leitura, pode-se
fazer a leitura de alguns parágrafos (os iniciais e os do meio e o
último parágrafo).
As questões tais como:
“O Que diz o texto? Que pretende transmitir o
autor?
Que explicações são fundamentadas? Os factos
e os argumentos são esclarecidos?
Concordo com a opinião do autor?

10
ESTANQUEIRO, A. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed., 2001
11
RUIZ, J. Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos,
São Paulo: ATLAS, 1991

18
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Que novidades surgem no texto?


Encontro informações úteis? Posso aplicá-las na
prática?
Que ligações tem o assunto com aquilo que já
sei?”.
É bom notar que um bom leitor não regista passivamente tudo
aquilo o que lê nos livros, mesmo se os autores lhe merecem
toda a confiança. O bom leitor tem de manifestar o seu espírito
crítico perante todo o conteúdo que lê, ele analisa,
compreende, interpreta, compara e avalia. Esta prática torna-
se eficaz a partir do momento em que sabemos sublinhar o
essencial do texto.
O acto de sublinhar as ideias-chave do texto desperta a
atenção, ajuda a captação e facilita as revisões. Assim, para
sublinhar e fazer anotações na margem do texto, o
metodólogo Estanqueiro diz que é necessário:
“Dar prioridade as definições, fórmulas, esquemas,
termos técnicos, e outras palavras ou expressões que
sejam a chave da ideia principal.
Destacar uma ou duas frases por parágrafo.
Sublinhar apenas os livros pessoais”.
Por sua vez, Ruiz reforça que temos de seleccionar apenas as
ideias principais e os detalhes importantes; não devemos
sublinhar por ocasião da primeira linha, reconstruir o parágrafo
a partir das palavras sublinhadas, ler o parágrafo sublinhado
com a continuidade e plenitude de sentido de um telegrama;
sublinhar com dois traços as palavras-chave da ideia principal,
e com um único traço os pormenores importantes; assinalar
com linha vertical, as margens mais significativas e finalmente
assinalar com um ponto de interrogação as margens dos
pontos a discordar.

Sumário

Em síntese:
A qualidade de uma leitura é a soma de todos os
elementos que estão presentes nele, que influenciam
no êxito que um grupo de leitores consegue com ela. O

19
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

resultado da leitura é medido pela extensão em que o


texto é compreendido, a velocidade óptima é tida como
interessante.

Exercícios

1. De acordo com Gomes (2002: 57), o acto de ler consiste em “decifrar símbolos
de linguagem escrita para lhes conferir a correspondência com os sons que
representam”.
A. Verdadeira
B. Falsa

2. O acto de sublinhar as ideias-chave do texto desperto a atenção, ajuda a


captação e facilita as revisões.
A. Verdadeira
B. Falsa

3. A primeira etapa da leitura, de acordo com Estanqueiro, pode ser designada


Ler “em Profundidade” e a segunda Ler “por Alto”.
A. Verdadeira
B. Falsa

4. A qualidade de uma leitura é a soma de todos os elementos que estão


presentes nele, que influenciam no êxito que um grupo de leitores consegue
com ela.
A. Verdadeira
B. Falsa

5. Na primeira leitura, procura-se ter um conhecimento global do texto e, na


segunda, faz-se uma leitura mais aprofundada procurando compreender e
assimilar o essencial.
A. Verdadeira
B. Falsa

Rerspostas: 1 A; 2 A; 3 B; 4 A; 5 A.

Pergunta dissertiva

1. O que deve ser considerado para que uma leitura se efectivamente produtiva?
2. O que é qualidade de uma leitura?
3. O que é necessário para se ter um êxito na carreira estudantil?
4. Mencione as três técnicas entre outras possíveis de ajudar a conhecer um livro?
5. Em que consiste “ler por alto” segundo Estanqueiro?

20
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Resposta
1. No processo de desenvolvimento da leitura é preciso ter em conta dois
passos que são considerados fundamentais para que se efectue uma
leitura efectivamente produtiva. Na primeira leitura, procura-se ter um
conhecimento global do texto e, na segunda, faz-se uma leitura mais
aprofundada procurando compreender e assimilar o essencial.
2. A qualidade de uma leitura é a soma de todos os elementos que estão
presentes numa peça impressa, que influencia o êxito que um grupo de
leitores consegue com ela.
3. Para se alcançar o pleno êxito na sua carreira estudantil, é necessário
participar às aulas e receber as orientações com relação aos objectivos da
aprendizagem, e fazer leituras
4. Segundo Estanqueiro (2001: 69)12 há três técnicas entre outras possíveis
de ajudar a conhecer um livro que são: Percorrer o Índice, ler a
Introdução e folhear as páginas.
5. “Ler por alto” consiste em dar uma passagem de olhos pelo seu
conteúdo, procurando ter uma visão panorâmica do terreno a explorar,
ou seja, uma visão geral do assunto “a Ideia Principal”.

UNIDADE 4
A TOMADA DE NOTAS
Introdução

A tomada de notas constitui uma síntese dos conteúdos lidos e


todo o estudante deverá conhecer e usar correctamente estas
regras. Assim, nesta unidade apresentamos as diferentes
formas de tirar apontamentos e as orientações recomendadas
para cada método.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

• Conhecer as regras de tomada de notas;


• Tomar notas.
Objectivos

12
ESTANQUEIRO, A. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed., 2001

21
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

A Tomada de Notas
Um bom leitor, para além de sublinhar, também faz anotações quer no papel quer no
próprio texto de apoio. Estas anotações, principalmente, as feitas no texto são a prova
do seu espírito crítico. Enfim, as anotações são reacções ou comentários pessoais
e podem expressar-se através de formas diversificadas:
• Ponto de interrogação (?) como sinal de dúvida;
• Ponto de exclamação (!) como sinal de surpresa ou entusiasmo;
• Letras diversas para fazer uma observação simples como por ex: B -
bom, I - importante ou interessante, N – não, R- rever e outras;
• Palavras que resumam o núcleo central de um parágrafo;
• Uma nota de referência sobre os assuntos defendidos pelo mesmo
autor ou por autores diferentes (ESTANQUEIRO, 2001).

Nota:
Fazer anotações é enriquecer o livro e elas (as anotações) devem
ser claras e breves.

A actividade de tirar apontamento é complexa e constitui um


dos processos fundamentais para a captação e retenção da
matéria, pois, por meio dos apontamentos aprendemos melhor
e as nossas informações ficam guardadas para sempre.
De acordo com Estanqueiro, os apontamentos podem ser de três
tipos: Transcrição, esquemas e resumos.
O primeiro tipo de apontamento “A Transcrição” consiste em
transcrever e copiar uma informação de forma totalmente igual
ao texto original. Porém, é importante referir que esse não é o
processo mais eficaz para estudar um assunto, embora seja útil,
pois enquanto se escreve pensa-se sobre aquilo que se lê. Mais
eficaz será fazer esquemas e resumos.
Regras:

22
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

De acordo com o mesmo autor13 as regras a serem seguidas nos


apontamentos de transcrição são:

• Não copiar longos textos, integralmente. Basta seleccionar


as partes mais significativas;
• Pôr entre aspas os textos copiados;
• Indicar com precisão a fonte, ou seja, registar o nome do
autor, o título do livro ou da revista; o número da edição,
o local da edição, o editor, a data e a página.
Se assim estiverem organizados, os apontamentos poderão servir
em qualquer momento.
Esquema

Uma técnica importante é passar a esquema todas as


informações tidas como ideias-chave, durante a leitura. Pois
eles (os esquemas) são simples enunciados das palavras-chave,
em torno dos quais é possível arrumar grandes quantidades de
conhecimentos. De acordo com Estanqueiro “eles também
representam uma enorme economia de palavras e oferecem a
vantagem de destacar e visualizar o essencial do assunto em
análise, podendo ainda ser facilmente reformulados”.

Tipos de esquemas:

Ainda na mesma abordagem, refere-se que existem os


seguintes tipos de esquema: Índices, quadros, gráficos,
desenhos ou mapas e todos estes tipos de esquema podem ser
encontrados nos manuais.
De acordo com Ruiz, as regras do resumo são:
• Ser fiel ao texto;
• Apanhar o tema do autor;
• Ser simples, claro e destacar os títulos e subtítulos;
• Subordinar as ideias aos factos;
• Manter um sistema uniforme de observação.
Nota: Os esquemas não são aconselháveis pela insuficiência de
informações.

13
Estanqueiro, A, Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001

23
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

O resumo

Segundo Estanqueiro (2001: 52, 53):


Resumir é abreviar, tornar mais curto um texto. Isto exige
capacidade para seleccionar e reformular as ideias essenciais,
usando frases bem articuladas.
Às pessoas pouco treinadas na técnica do resumo, propomos a seguinte
metodologia:
• 1.º Compreender o texto, na sua globalidade;
• 2.º Descobrir a ideia-chave ou tópico de cada parágrafo;
• 3.º Registar numa folha de rascunho o conjunto dos vários
tópicos, recolhidos parágrafo a parágrafo;
• 4.º Reconstruir o texto, de um modo pessoal, respeitando
sempre o plano e o pensamento do autor.
Um bom resumo, tal como um bom esquema, tem quatro características
fundamentais:
• Brevidade - os pontos principais da matéria são registados de
forma abreviada. Um bom resumo não ultrapassa um quarto do
texto inicial.
• Clareza - os factos ou as ideias são apresentados sem qualquer
tipo de confusão ou ambiguidade.

• Rigor - o essencial do assunto é reproduzido fielmente, sem


erros nem deformações.
• Originalidade - a matéria é traduzida numa linguagem original,
própria de cada leitor, embora transmita apenas o ponto de
vista do autor. Resumir não é comentar!
Fazer resumos é um processo eficaz para compreender e
assimilar a matéria. É também um treino fundamental para a
transmissão das nossas ideias, de forma breve, clara, rigorosa e
original.
Nas provas de avaliação, escritas ou orais, e pela vida fora,
exigese capacidade para comunicar, com rapidez e eficiência, o
essencial das coisas que sabemos. Aprender a resumir é
aumentar as hipóteses de sucesso:

24
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Nota: quando for convidado a fazer um resumo, não hesite em


perguntar qual a extensão desejada, para não haver defeito
nem excesso.

Sumário

Em síntese:
A actividade de tirar apontamento constitui um dos
processos fundamentais para a captação e retenção da
matéria, pois, por meio dos apontamentos aprendemos
melhor e as nossas informações ficam guardadas para
sempre. Os apontamentos podem ser de três tipos:
transcrição, esquemas e resumos.

Exercícios

Multipla Escolha

1. “A Transcrição” consiste em:


a) Passar todas as informações tidas como ideias-chave, durante a leitura.
b) Representam uma enorme economia de palavras e oferecem a
vantagem de destacar e visualizar o essencial do assunto em análise,
podendo ainda ser facilmente reformulados
c) Copiar uma informação de forma totalmente igual ao texto original
d) Compreender e assimilar a matéria

2. Características de um bom resumo são


a) Brevidade, Rigor, originalidade e clareza
b) Brevidade, Rigor, contrução textual e clareza
c) Brevidade, Sintese, originalidade e coerencia
d) Brevidade, Rigor, originalidade e coesão

Respostas: 1 C; 2 A;

Verdadeiro ou Falso
1. Segundo Estanqueiro (2001: 52, 53):

25
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Resumir é abreviar, tornar mais curto um texto. Isto exige capacidade para
seleccionar e reformular as ideias essenciais, usando frases bem
articuladas.
A. Verdadeira
B. Falsa

3. De acordo com Estanqueiro “eles também representam uma enorme


economia de palavras e oferecem a vantagem de destacar e visualizar o
essencial do assunto em análise, podendo ainda ser facilmente
reformulados”.
A. Verdadeira
B. Falsa

4. Considerase clareza, quando os factos ou as ideias são apresentados sem


qualquer tipo de confusão ou ambiguidade.
A. Verdadeira
B. Falsa

Respostas: 1 A; 1 A; 3 A; 4 A;

Perguntas dissertivas
1. O que é brevidade num resumo?
2. Mencione as regras de fazer um resumo segundo Ruiz
3. Mencione os três tipos de apontamento segundo Estanqueiro?
4. Mencione as regras a serem seguidas nos apontamentos de transcrição.

Respostas
1. Brevidade é o registo dos pontos principais da matéria são registados de forma
abreviada.
2. Segundo Ruiz, as regras de fazer um resumo são: Ser fiel ao texto; apanhar o tema
do autor; ser simples, claro e destacar os títulos e subtítulos; subordinar as ideias
aos factos e manter um sistema uniforme de observação.
3. Segundo Estanqueiro, os apontamentos podem ser de três tipos: Transcrição,
esquemas e resumos.
4. As regras a serem seguidas nos apontamentos de transcrição são: Não copiar
longos textos, integralmente. Seleccionar as partes mais significativas; Pôr entre
aspas os textos copiados; Indicar com precisão a fonte, ou seja, registar o nome do
autor, o título do livro ou da revista; o número da edição, o local da edição, o
editor, a data e a página.

26
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

UNIDADE 5
O RESUMO
Introdução

Qualquer estudante do ensino superior deve ser capaz de


resumir textos de carácter científico ou didáctico, pois, por
meio dos resumos, os resultados adquiridos nos estudos são
mais eficazes e mais amplos.
Nesta unidade, veremos as estratégias usadas para a redução
de um texto – a técnica de resumo - especificamente o método
RASERO.

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

• Detectar o essencial num texto para resumi-lo;


• Discernir sobre o que é indispensável, o principal, o
Objectivos Importante, o secundário, o acessório e o inútil;
• Resumir um texto de qualquer natureza (científico/ literário).

A actividade de resumir um texto destaca-se pelo facto de tornar o texto mais curto,
contraído, condensado ou de abreviá-lo. Porém, não se deve confundir um plano com
um resumo, pois, este é correctamente redigido, claro e construído. Deve pôr em realce
o essencial, sem ser nem uma análise nem um comentário.
De acordo com Lemitre (1986: 158), o resumo dá uma visão de
conjunto do conteúdo e acentua a progressão dos pontos
principais. Ele respeita a linearidade do discurso inicial. Não
pode retomar todas as ideias expostas, mas não deverá tão-
pouco limitar-se a um sobrevoo abstracto não conservando
senão os conceitos sem explicações.
Em suma, resumir é apresentar, de forma contraída, reduzida
ou abreviada, as ideias principais de um texto. E para
chegarmos a ele, há que fazer uma operação mental
insubstituível: dispensar o que não é significativo. Ao dispensar
o que é secundário, valorizará só o que é fundamental. Por isso,
um resumo bem feito é económico em palavras e rico em
significado.

27
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

São alguns dos exemplos de resumo: as manchetes, os títulos,


as legendas. Assim, dar títulos, fazer manchetes ou construir
legendas é uma actividade que muitas vezes nos ajuda no
domínio significativo de um texto.
Para detectar, referenciar, descobrir, apreender e apontar as
ideias de fundo, directrizes, mestras, essenciais ou centrais é
necessário seguir o método RASERO.
• Rapidez da leitura do texto;
• Atenção da leitura do texto;
• Sublinhado das ideias-chave;
• Esquema do essencial;
• Resumo das unidades de significação;
• Operatividade.

Nestas actividades, a grande dificuldade é de identificar qual é o


conteúdo mais importante, mas é preciso ter em atenção que
as ideias principais encontram-se em constelações de ideias.
Ver em Ruiz p. 38-39 como se pode notar a partir do Plano
(esquema) traçado se o leitor é capaz de produzir o resumo
considerando os seguintes aspectos:
• Eliminar as repetições, as interjeições;
• Suprimir pormenores, exemplos isolados, citações, mas sem cair na
generalização esquemática;
• Manter os valores mais significativos em abordagens que
apresentam números;
• Distinguir as ideias principais das secundárias;
• Respeitar a ordem, a estrutura e a proporção do texto, bem como
as articulações lógicas.
Defeitos a evitar:

• A utilização de frases ou expressões inteiras do texto que se quer


resumir;
• Acrescentamento de comentários pessoais;
• A ausência de elos de ligação entre as frases e os parágrafos.

Sumário

28
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Em síntese:
Resumir é apresentar de forma contraída, reduzida ou
abreviada, as ideias principais de um texto. E para chegarmos a
ele, há que fazer uma operação mental insubstituível: dispensar
o que não é significativo. Ao dispensar o que é secundário,
valorizará só o que é fundamental. Por isso, um resumo bem
feito é económico em palavras e rico em significado.

Exercícios

Verdadeira ou Falsa

1. De acordo com Lemitre (1986: 158), “O resumo não dá uma visão de


conjunto do conteúdo e acentua a progressão dos pontos principais. Ele
respeita a linearidade do discurso inicial”.
A. Verdadeira
B. Falsa

2. A utilização de frases ou expressões inteiras do texto que se quer resumir


não é um defeito a evitar.
A. Verdadeira
B. Falsa

3. São alguns dos exemplos de resumo: as manchetes, os títulos, as legendas.


A. Verdadeira
B. Falsa

4. Resumir é apresentar, de forma contraída, reduzida ou abreviada, as ideias


principais de um texto.
A. Verdadeira
B. Falsa

5. Em relação ao dispensar o que é secundário, valorizará só o que é


fundamental.
A. Verdadeira
B. Falsa

Respostas: 1 B; 2 B; 3 A; 4 A; 5 A.

29
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Perguntas dissertivas
1. Caracterize o resumo?
2. Mencione alguns exemplos de defeitos e evitar na elaboração de um resumo?
3. O que é necessário respeitar na elaboração de um resumo?
4. Explique o método rasero?

Respostas
1. O resumo dá uma visão de conjunto do conteúdo e acentua a progressão dos
pontos principais. Ele respeita a linearidade do discurso inicial. Não pode retomar
todas as ideias expostas, mas não deverá tão-pouco limitar-se a um sobrevoo
abstracto não conservando senão os conceitos sem explicações.
2. Alguns defeitos e evitar na elaboração de um resumo são: A utilização de frases ou
expressões inteiras do texto que se quer resumir; Acrescentamento de comentários
pessoais e a ausência de elos de ligação entre as frases e os parágrafos.
3. Na elaboração de um resumo, é necessário respeitar: a ordem, a estrutura e a
proporção do texto, bem como as articulações lógicas.
4. O método rasero consiste em: Rapidez da leitura do texto; atenção da leitura do
texto; sublinhado das ideias-chave; esquema do essencial; resumo das unidades de
significação e operatividade.

UNIDADE 6 A SÍNTESE

Introdução

Para a elaboração de qualquer texto, seja de que natureza for, é


necessário seguir um determinado percurso de forma a atingir
uma hiperestrutura textual coerente e coeso.
Portanto, nesta unidade apresentamos o percurso metodológico
que deve ser seguido na produção ou elaboração de uma síntese.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

Elaborar uma síntese de texto de qualquer natureza


(científico/literário).
Objectivos

30
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Segundo Esteves (2002: 82)14, a síntese é “um género de texto elaborado, de dimensão
reduzida, mas redigida de forma simples, clara e consistente”. A elaboração de uma
síntese implica um bom domínio das técnicas de leitura e de escrita. Deste modo, é
possível trabalhar-se vários tipos de texto em simultâneo.
O apelo à escrita sintética do mundo actual é devido a dois
aspectos. Por um lado, aos vários suportes de informação
existentes e, por outro, às exigências do próprio leitor que se
interessa por escritos recheados de “paginação, cor,
abundância de títulos, subtítulos e cabeçalhos, quadros,
gráficos, resumos e sínteses, estrutura e plano em destaque,
frases curtas (20 a 30), estilo concreto e vivo, próximo da
oralidade, usando a forma activa e o infinitivo”13.

Percurso de elaboração

Os passos a seguir para a elaboração de uma síntese assentam


na compreensão do texto, na elaboração de um plano ou no
reagrupamento das ideias e na redacção.
I. Compreensão do texto

Deve-se fazer uma leitura activa, tal como no resumo, mas em


menor profundidade. Implica destacar as palavras-chave,
ideiaschave e fazer anotações numa folha, usando frases soltas.
II. Plano ou reagrupamento de Ideias
Engloba os seguintes pontos:

1. Apresentação – “Identifica o texto, o tema


tratado, o nome do autor e eventualmente a
tese”;
2. Ilustração – “expõe os factos respeitantes ao
tema; noutros casos, historia o problema”;
3. Causas – “diagnostica o estado da questão, indo
até às suas origens”;
4. Efeitos – “reúne as consequências”;
5. Remédios – “indica as soluções apresentadas
pelos autores para alterar os efeitos ou resolver
os problemas”;

14
Esteves Rei. Curso de Redacção II, Porto: Porto Editora, p.
82 13 idem

31
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

6. Conclusão – “apresenta as considerações finais


dos textos”.
Plano ou Reagrupamento das Ideias

1. Apresentar no estilo indirecto as posições de cada autor;


2. Respeitar o pensamento de cada autor;
3. Ser conciso, claro e preciso;
4. Ter atenção à construção frásica.

Aspectos a evitar
1. Não se deve utilizar frases e expressões
inteiras do texto;
2. Não se deve fazer comentários ao texto.

Sumário

Em síntese:

A elaboração de uma síntese implica um bom domínio das


técnicas de leitura e de escrita. Na produção, há que evitar os
seguintes aspectos: utilizar frases e expressões inteiras do
texto; fazer comentários ao texto.

Exercícios

Verdadeiro e Falso

1. Segundo Esteves (2002: 82), a síntese é “um género de texto elaborado, de


dimensão reduzida, mas redigida de forma simples, clara e consistente”.
A. Falso
B. Verdadeira
2. A elaboração de uma síntese implica um bom domínio das técnicas de leitura e de
escrita.

32
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

A. Verdadeira
B. Falsa

3. Para melhor compreensão do texto, deve-se fazer uma leitura activa, tal como no
resumo, mas em menor profundidade.
A. Verdadeira
B. Falsa
Respostas: 1 A; 2 A; 3 A;

Multipla Escolha
1. Na produção da sintese, há que evitar os seguintes aspectos:
a) Utilizar frases e expressões inteiras do texto;
b) Apresentar no estilo indirecto as posições de cada autor;
c) Ser conciso, claro e preciso;
d) Respeitar o pensamento de cada autor;

2. No Plano ou Reagrupamento das Ideias deve-se


a) Ter atenção à construção frásica.

b) Utilizar frases e expressões inteiras do texto;


c) Fazer comentários ao texto.
d) Fazer uma leitura activa

Respostas 1 B; 2 A.

Perguntas dissertivas
1. Mencione e explique dois pontos englobados no plano de reagrupamento de
ideias?
2. O que é sínteses?
3. O que deve-se fazer para compressão de um texto?

Respostas
1. Apresentação, identifica o texto, o tema tratado, o nome do autor e
eventualmente a tese e ilustração expõe os factos respeitantes ao tema;
noutros casos, historia o problema.
2. A síntese é um género de texto elaborado, de dimensão reduzida, mas
redigida de forma simples, clara e consistente.
3. Para a compressão de um texto, deve-se fazer uma leitura activa, tal como
no resumo, mas em menor profundidade. Implica destacar as palavras-
chave, ideias chave e fazer anotações numa folha, usando frases soltas.

33
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UNIDADE 7
A ORTOGRAFIA
Introdução

A Língua Portuguesa constitui, para além de elemento de


Unidade Nacional em Moçambique, um meio de comunicação.
Assim, ao futuro técnico/gestor, que usará esta língua como
instrumento de comunicação, torna-lhe imperativo dominá-la.
Portanto, é importante que se esteja atento à correcção
linguística dos enunciados que ouvimos ou que lemos no dia-a-
dia.

O desenvolvimento da capacidade de expressão escrita só será


possível com a escrita constante. Escrever bem implica também
dominar as regras, quer de ortografia quer da pontuação, por
isso na unidade seguinte trataremos da Pontuação.

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

Aprofundar conhecimentos sobre o sistema verbal escrito

da língua portuguesa;
Objectivos Escrever correctamente um enunciado sem cometer erros
ortográficos.

Conceito da ortografia

A Ortografia é a parte da Gramática que ensina a maneira correcta


de escrever as palavras (Pinto; Lopes; Neves: 2001: 4).
A habilidade de escrever é uma arma eficaz de sucesso, tanto na
escola como na profissão.
Na escola, a escrita é uma das formas de expressão mais valorizada na
avaliação dos estudantes, em quase todas as disciplinas.

34
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Pela vida fora, as pessoas, mesmo seguindo profissões técnicas,


têm de escrever cartas, relatórios, actas, exposições, comunicados,
projectos, etc. A escrita é um instrumento fundamental para informar,
demonstrar, persuadir ou simplesmente para interessar os outros pelas
nossas ideias.

É possível ter sucesso sem saber escrever correctamente. Mas aqueles


que sabem escrever estão sempre em vantagem.
Na expressão escrita o mais importante é fazer-se entender,
mas isto não significa que se deve desprezar a ortografia. As
palavras têm de ser escritas com correcção.
Os erros ortográficos podem ter como causas a deficiente
aprendizagem no ensino básico, a falta de tempo e de
motivação para a leitura ou ainda a desvalorização da escrita
em relação a outras formas de expressão. A maioria dos erros é
um reflexo da oralidade. Espontaneamente, as pessoas
escrevem as palavras como as pronunciam na linguagem oral.
Falando mal, pioram na escrita.
Observemos exemplos dos erros mais frequentes, encontrados nos
trabalhos dos estudantes.
Eliminação ou troca de letras

Devido às confusões provocadas pela oralidade, acontece, por


vezes, ao nível da grafia, a eliminação ou troca de algumas
letras. É vulgar:

__ A eliminação do e ou do i:

adquado (errado) __adequado


advinhar (errado ) __ adivinhar

establecer ( errrado) __ estabelecer

intlectual ( errado) __ intelectual

__ A troca de e por i ou i por e:

defenição (errado) __ definição

destinção (errado) __ distinção

indespensável (errado) __ indispensável


ivitar ( errado ) __ evitar

35
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

menistro (errado) __ ministro


previlégio (errado) __ privilégio

__ A troca de o por u ou u por o:

agrícula (errado ) __ agrícola

mágua (errado) __ mágoa

opurtuno (errado) __ oportuno


suburdinado (errado) __ subordinado

__A confusão entre os prefixos es e ex:

esperiência (errado) __ experiência espectativa


(errado) __ expectativa expectáculo (errado)
__ espectáculo

__ A confusão entre os prefixos per e pre:

perconceito (errado) __ preconceito pregunta (errado)


__ pergunta prefeição (errado) __ perfeição
premissão (errado) __ permissão

Troca de palavras homófonas

Alguns erros provêm da troca de palavras homófonas, isto é, palavras


que se pronunciam do mesmo modo.
Diferentes na escrita e no significado, merecem distinção claras seguintes
palavras:
acento (modo de pronúncia) assento (lugar )
apreçar (avaliar) apressar (acelerar o
passo) cem (numeral) sem ( preposição)

36
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

concelho (município) conselho(opinião, parecer)


concerto (sessão musical) conserto (reparação)
consolar ( aliviar o sofrimento) consular (relativo ao cônsul)
coser ( costurar ) cozer ( cozinhar)
estofar ( cobrir de estofo) estufar ( meter na
estufa) espiar ( espreitar) expiar ( sofrer
um castigo)

morar ( residir) murar ( pôr muro)


paço (palácio) passo ( modo de andar)
peão ( pessoa que anda a pé) pião (brinquedo)
roído (mordido) ruído ( som)
ruço ( pardacento) russo ( da Rússia)

soar ( produzir som) suar (transpirar)


tacha (prego) taxa (imposto)

Outras palavras são igualmente difíceis de distinguir ao nível da oralidade,


mas têm grafia e significados diferentes. Exemplos:
descrição (narração) discrição (prudência) despensa
(compartimento) dispensa (desobrigação)

Confusões nos verbos

Para o escritor Mark Twain, a culpa principal dos erros


ortográficos deve ser atribuída aos verbos: “o verbo não tem
estabilidade nem dignidade nem opinião duradoira”. Apesar do
tom humorístico da frase, é um facto que o verbo tem pessoas,
tempo, modo e vozes. Torna-se muito complexo conjugar tudo
isso com a devida correcção.
Por culpa dos verbos ou da ignorância de quem os usa, existem vários
tipos de confusões:
__ Confusão entre formas verbais e outras palavras:

há (verbo haver) e à (preposição)

37
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

traz (verbo trazer) e trás (preposição)

asso (verbo assar) e aço (metal)

vazo (verbo vazar) e vaso (recipiente)


cede (verbo ceder) e sede (lugar)

__ Confusão entre verbos diferentes


vêm (verbo ir) e vêem(verbo ver).

__ Confusão entre tempos diferentes do mesmo verbo:

andaram (pretérito) e andarão (futuro)

__ Confusão entre conjugações diferentes do mesmo verbo:

mudasse (conjugação simples) e muda-se(conjugação pronominal)

N.B.: Ler bons autores (em livros e revistas), de forma cuidadosa


e com um dicionário sempre à mão, permite enriquecer o
vocabulário essencial para a escrita (cerca de 2.200 palavras em
Português, segundo os especialistas).
(...) A leitura activa e interessada permite ainda observar como
os outros comunicam. Escritores e bons jornalistas podem ser
para o estudante escolas vivas, exemplos a seguir, modelos a
imitar. (...)
(...) Conhecer as regras básicas da gramática é um meio para
falar e escrever com correcção.
Na arte da escrita ninguém nasce perfeito. Aprende-se a
escrever, escrevendo. O segredo fundamental para aprender a
escrever é praticar a escrita, com exercícios constantes. A
qualidade só se consegue depois de muita quantidade, feita
com intenção de melhorar. Entre várias formas de treinar,
sugerimos:
• tirar apontamentos nas aulas;

38
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

• copiar textos interessantes (pensamentos, poemas...);


• resumir leituras de livros, revistas e jornais;
• fazer trabalhos escritos, por iniciativa própria;
• elaborar «escritos pessoais» (por exemplo escrever um diário onde
se registem ideias, experiências e sentimentos).
Praticando a escrita, com treinos sistemáticos (recorrendo a
dicionários e prontuários sempre que houver dúvidas), é
possível escrever sem medo. Mais do que isso, é possível
escrever com gosto.

Sumário

Em síntese:
A correcção na escrita é indispensável porque para se
fazer entender é necessário que a linguagem usada e a
ortografia das palavras sejam claras e correctas.
Contudo, saber escrever é ter a ferramenta necessária
para o sucesso no contacto em toda a sociedade.

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UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Exercícios

Depois destes subsídios sobre a ortografia, e com ajuda de outras


bibliografias responda as questões que lhe são levantadas.

Verdadeiro e Falso
1. A Língua Portuguesa constitui, para além de elemento de Unidade
Nacional em Moçambique, um meio de comunicação.
A. Verdadeira
B. Falsa

2. A Ortografia é a parte da Gramática que ensina a maneira correcta de


escrever as palavras.

A. Verdadeira
B. Falsa

3. A palavra (defenição) esta correcta.


A. Verdadeira

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UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

B. Falsa

4. A palavra (premissão) esta errada.


A. Verdadeira
B. Falsa

5. As palavras rucos e russo são homógrafas.


A. Verdadeira
B. Falsa

Respostas: 1 A; 2 A; 3 B; 4 A; 5 B.

Peruntas dissertivas
1. Explique porque que a correção escrita é indispensável na ortografia.
2. O que é a escrita?
3. Quais são as causas de erros ortográficos?

Respostas:
1. A correcção na escrita é indispensável porque para se fazer entender é
necessário que a linguagem usada e a ortografia das palavras sejam claras e
correctas.
2. A escrita é um instrumento fundamental para informar, demonstrar, persuadir
ou simplesmente para interessar os outros pelas nossas ideias.
3. Os erros ortográficos podem ter como causas a deficiente aprendizagem no
ensino básico, a falta de tempo e de motivação para a leitura ou ainda a
desvalorização da escrita em relação a outras formas de expressão.

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UNIDADE 8
A PONTUAÇÃO
Introdução
Pontuar uma frase escrita corresponde ao estabelecimento das
pausas na comunicação oral e é apresentar a ideia que se
pretende transmitir com exactidão e precisão.
A má utilização dos sinais de pontuação pode resultar na
completa ambiguidade comunicativa. Assim, nesta unidade
apresentamos os diferentes sinais de pontuação e as regras
usadas para a sua aplicação ou utilização.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

• Aplicar correctamente os diferentes sinais de pontuação;


• Identificar erros de pontuação em textos produzidos;
• Enunciar as regras para a utilização de sinais de pontuação.

Objectivos

Definição

Designa-se por pontuação ao sistema de utilização de certos sinais gráficos convencionais


(NOGUEIRA, 1989, p. 67). Entretanto,
FERREIRA e FIGUEREDO acrescentam que: “a pontuação não é só
importante para exprimirmos com clareza o que pretendemos dizer. É-o também para uma
boa e expressiva leitura dos textos”.
Os sinais de pontuação contribuem para nos dar a entoação de vida
à leitura e fazer as pausas necessárias.
Tipos de pontuação
Os sinais de pontuação são: ponto final (.), ponto e vírgula (;),
vírgula (,), ponto de interrogação (?), ponto de exclamação (!)
as reticências (…), as aspas (« »), vírgulas altas (“ ”) o parêntese
( ), e o travessão (-). Dentre vários sinais de pontuação
existentes podem ser agrupados em sinais que marcam a pausa
e os que marcam a melodia (cf. FERREIRA, FIGUEREDO e
CUNHA e CINTRA).

42
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Sinais que marcam a pausa


No entender de CUNHA e CINTRA, os sinais de pontuação que
marcam a pausa são os que a seguir mencionamos.

Vírgula (,)
A vírgula, que marca uma pausa de pequena duração. Emprega-
se não só para separar elementos de uma oração, mas também
em orações de um só período. Quando a vírgula se encontra no
interior da oração serve para:
a) Separar elementos que exercem a mesma função
sintáctica (sujeito composto, complementos, adjuntos),
quando não vêm unidos pelas condições e, ou e nem.
Ex: A sua frota, a sua boca, o seu sorriso, as suas lágrimas, enchem-lhe a
voz de formas e de cores…

b) Separar elementos que exercem funções sintácticas


diversas, geralmente com a finalidade de realçá-los. Em
particular, a vírgula é usada:
i) Para isolar o aposto, ou qualquer elemento de valor
meramente explicativo:
Ex: Alice, a menina, estava
feliz. ii) para isolar vocativo:

Ex: Dona Glória, a senhora persiste na ideia de manter o nosso


Bentinho no seminário?
iii) para isolar os elementos repetidos:
Ex: Só minha, minha, minha, eu
quero!

iii) para isolar o adjunto adverbial antecipados:


Ex: Lá fora, a chuvada despenhou-se por fim.

c) Emprega-se ainda vírgula no interior da oração:


i) Para separar, datação de um escrito, o nome do lugar:

43
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Ex: Beira, 22 de Setembro de 1983.


ii) para indicar a supressão de uma palavra (geralmente o
verbo) ou de um grupo de palavra:
Ex: No céu azul, dos fiapos de nuvens.

Observação:
Quando os adjuntos adverbiais são de pequeno corpo (um advérbio,
por exemplo), costuma-se dispensar a vírgula. A vírgula é, porém, de
regra quando se pretende realçá-los. Compara-se estes passos:
Depois levaram o Ricardo para casa da mãe Avelina.
Depois, o engraçado são as passagens de nível, os aparelhos de
sinalização, os vagões – cisternas.
Depois, tudo caiu em silêncio.
• Entre orações, emprega-se a vírgula:
i) Para separar as orações coordenada assindéticas Ex: Subiram ao
sótão, desceram a cave, espreitaram no poço.

ii) para separar as orações coordenadas sindéticas, salvo as


introduzidas pela conjunção e:
Ex: Ou elas tocavam, ou jogavam os três, ou então lia-se alguma
coisa.
iii) para isolar as orações intercaladas:
Ex: «Lá vem ele com as raízes», resmungou o Paulino,
baixando a cabeça. iv) para isolar as orações subordinadas
adjectivas explicativas:

Ex: Loa, que tinha relações sobrenaturais, diagnosticara um espírito.

v) para separar as orações subordinadas adverbiais,


principalmente quando antepostas a principal: Ex: Se eu o
tivesse amado, talvez o odiasse agora.

vi) para separar as orações reduzidas de infinitivo, de


gerúndio
e de particípio, quando equivalentes a orações adverbiais:
Ex: A não ser isto, é uma paz regalada.

44
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Ponto (.)
O ponto assinala a pausa máxima da voz depois de um grande
fónico da final descendente.
Emprega-se, pois, fundamentalmente, para indicar o término
de uma oração declarativa, seja ela absoluta, seja a derradeira
de um período composto:
Ex: Entardecer no Anjico. Estou parada, sozinha, na frente da
casa de Estancia olhando para o poente. O Sol parece uma
grande laranja temporã, cujo sumo escorre pelas faces da tarde.
O ar cheira a guaço queimado. Um silêncio de paina crepuscular
envolve todas as coisas. A terra parece anestesiada, raras
estrelas começam a apontar no firmamento, mais adivinhadas
do que propriamente visíveis. Sinto um langor de corpo e
espírito. De certo é a tardinha que me contagia com sua doce
febre.
i) Quando o período é simples ou composto se
encadeiam pelos pensamentos que expressam, sucedem-se um
aos outros na mesma linha.
Diz-se, neste caso, que estão separados por um ponto simples.
ii) quando se passa de um grupo a outro grupo de ideias,
costuma-se marcar a transposição com o maior repouso da voz,
o que, na escrita, se representa pelo ponto parágrafo. Deixa-se,
então, em branco o resto da linha em que termina um dado
grupo ideológico, e inicia-se o seguinte na linha abaixo com o
recuo de algumas letras.
Assim:
O Búzio não possuía nada, como uma árvore não possui nada.
Vivia com a terra toda que era ele próprio.
A terra era sua mãe e sua mulher, sua casa e sua companhia, sua
cama, seu alimento, seu destino e sua vida.
Ao ponto que encerra um enunciado escrito dá-se o nome de
ponto final.

Observação

45
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Além de servir para marcar uma pausa longa, o ponto tem


outra utilidade. É o sinal que se emprega depois de qualquer
palavra escrita abreviadamente.
Assim: V. S.ª (vossa senhoria), Dr. (Doutor).
Nota-se que, se a palavra assim reduzida estiver no fim do
período, este encerra-se com o ponto abreviativo, pois não se
coloca outro ponto depois dele.

Ponto e vírgula (;)


Como nome indica, este sinal serve de intermediário entre o
ponto e a vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, ora
mais desta, segundo os valores pausais e melódicos que
representam no texto. No primeiro caso é que vale a uma
espécie do ponto reduzido; no segundo, assemelha-se a uma
vírgula alongada.
Esta imprecisão do ponto e vírgula faz que o seu emprego
dependa substancialmente do contexto. Entretanto, podemos
estabelecer que em primeiro ele é usado:
i) Para separar num período das orações da mesma natureza
que tenham uma certa extensão:
ex: numa tarde de Outono murmuraste; toda a mágoa de
Outono que ele me trouxe… ii) para separar os
diversos itens de um enunciado enumerativos
em leis, decretos, portarias, regulamentos, etc. Sirva de
exemplo os títulos:
— Respeito a dignidade e as liberdades fundamentais do
homem;
— O fortalecimento da unidade nacional é a solidariedade
internacional;

Sinais que marcam a melodia


Para além dos sinais que marcam a pausa, existem outros
que marcam a melodia nomeadamente: dois pontos, ponto de
interrogação, ponto de exclamação, reticência,
aspas e parenteses.

Os dois pontos

46
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Os dois pontos servem para marcar, na escrita, uma sensível


suspensão da voz na melodia de uma frase não concluída.
Emprega-se, pois para enunciar:
i) Uma citação.
Ex: Armando voltou para dizer:
— Não enganei ninguém, camarada. Era
bicho. ii) uma enumeração explicativa:

Ex: Não foi ele, outros seriam: pajens, gente de guerra, vadios
de estalagens, andenjos das estradas.
iii) um esclarecimento, uma síntese ou uma consequência do
que foi enunciado:
Ex: e a facilidade traduz-se por isto: criarem-se hábitos.
Não era desgosto: era cansaço e vergonha.

Observação
Depois do vocativo que encabeça cartas, requerimentos,
ofícios, etc. Costuma-se colocar dois pontos, vírgula ou ponto,
havendo escritores, que nestes casos, dispensam qualquer
pontuação.
Assim:

Prezado senhor: prezado senhor.


Prezado senhor, prezado senhor
Sendo o vocativo inicial emitido com entoação suspensiva,
deve ser acompanhado, preferencialmente, de dois pontos ou
de vírgula, sinais denotadores daquele tipo de inflexão.

Ponto de interrogação (?)


O ponto de interrogação é sinal que se usa no fim de qualquer
interrogação directa, ainda que a pergunta não exija resposta:
Ex: estará surdo? Estará a tentar irritar-me?
Nos casos em que a pergunta envolve dúvida, costuma-se fazer
seguir de reticências o ponto de interrogação.

47
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

— então?... Que foi isto?... A comadre?


Nas perguntas que denotam surpresa, ou aquelas que não
têm endereço nem resposta, emprega-se por vezes combinado
o ponto de interrogação e ponto de exclamação:
Ex: Ah, é a senhora?! Pois entre, a casa é sua…
Observação
O ponto de interrogação nunca se usa no fim de uma
indirecta. Termina com uma entoação descendente, exigindo,
por isso, um ponto.
Exemplo:
— Quem chegou? [= interrogação directa]
— Diga-me que chegou [= interrogação indirecta]

Ponto de exclamação (!)


O ponto de exclamação é o sinal que se supõe a qualquer
enunciado de entoação exclamativa. Emprega-se, pois,
normalmente:
a) Depois de interjeições ou de termos equivalentes como os
vocativos intensivos, as apóstrofes:
Ex: - credo em Deus! Gemeu Raimundo
assombrando. b) Depois de um imperativo:

- Agarrem!
- Gente, agarrem! Agarrem! Agarrem!

Outros sinais de pontuação


Para além dos sinais de pontuação anteriormente
mencionados, existem outros que servem de auxiliares aos mais
importantes sinais nomeadamente:
a) As reticências (...): são sinais que marcam uma
interrupção da frase e, consequentemente, a suspensão da sua
melodia. Normalmente, empregam-se em casos variados:

48
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- para indicar que o narrador ou a personagem


interrompem uma ideia que começou a exprimir, e passa a
considerações assessoriais.
- para marcar suspensões provocadas por hesitação,
surpresa, dúvida ou timidez, ou para assinalar certas inflexões
de natureza emocional de quem se fala.
- para indicar que a ideia que se pretende exprimir não
se completa com o término gramatical da frase, e que deve ser
suprida com a imaginação do leitor.
Não se deve confundir as reticências que têm valor estilístico
apreciável, com os três pontos que se empregam, como simples
sinais tipográficos, para indicar que foram suprimidas palavras
no início, no meio, ou no fim de uma citação.

b) As aspas (“”): empregam-se principalmente:


- no início e no fim de uma citação para distingui-la do resto
do contexto:
Ex: Definiu César toda a figura da ambição quando disse aquelas
palavras:
“antes o primeiro na aldeia do que o segundo em Roma”.
- para fazer sobressair termos ou expressões, geralmente
não peculiares a linguagem normal de quem escreve .
ex: era melhor que fosse “Luís”
- para acentuar o valor significativo de uma palavra ou
expressão:
ex: a palavra “nordeste” é hoje uma palavra desfigurada pela
expressão “obra de nordeste” que quer dizer: “obras contra as
secas”. E quase não sugere se não as secas.
- para realçar ironicamente uma palavra ou uma expressão:
Ex: Está o mundo perdido, até a Judite já tem “Arranjinhos”.
- para indicar o título de uma obra:

ex: Belinha acaba de ler “Elzira, a morta virgem”

49
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c) Os parênteses: empregam-se os parênteses para intercalar


num texto quaisquer indicações assessoriais:
- uma explicação dada ou uma circunstância mencionada
incidentalmente:
Ex: Ela (no café) que se encontra as estalajadeiras.
- Uma reflexão, um comentário à margem do que se afirma.
Ex: A míngua guerra, como a dos que tinham perdido (se é que
tinha), começava agora.
- Uma nota emocional expressa geralmente em forma exclamativa ou
interrogativa:
Ex: A escola, que era azul e tinha um mestre mau, de
assustador pigarro… (meu Deus! Que é isto? Que emoção a
minha quando estas coisas tão singelas narrou?).
- Usam-se também os parênteses para isolar orações intercaladas com
verbos declarativos.

d) O travessão (-): emprega-se principalmente em dois casos:


i) Para indicar, nos diálogos, a mudança de
interlocutores.
Ex: - Quem é o seu amigo, José?
- O Nunes, da rua do ouro… por quê?
ii) para isolar, num contexto, palavras ou frases. Neste
caso em que desempenha função analógica à dos
parênteses, usa-se geralmente o travessão duplo:
Ex: - A igreja – atalhou o bispo – não pode desinteressar-se do
problema social.
Não é raro o emprego de um só travessão para destacar,
enfaticamente, a parte final de enunciado.
Ex: um povo é mais elevado quando mais se interessa pelas
coisas inúteis – a filosofia é a arte.

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Sumário

Em síntese:
Pontuar uma frase escrita corresponde ao estabelecimento das
pausas na comunicação oral e é apresentar a ideia que se
pretende transmitir com exactidão e precisão.
A má utilização dos sinais de pontuação pode resultar na completa
ambiguidade comunicativa.

Exercícios

Verdadeiro ou Falso

A. O ponto de interrogação é sinal que se usa no fim de qualquer interrogação


directa, ainda que a pergunta não exija resposta
A. Verdadeira
B. Falsa

B. Ponto de exclamação serve de intermediário entre o ponto e a vírgula,


podendo aproximar-se ora mais daquele, ora mais desta, segundo os
valores pausais e melódicos que representam no texto.
A. Verdadeira
B. Falsa

C. A vírgula assinala a pausa máxima da voz depois de um grande fónico da


final descendente.
A. Verdadeira
B. Falsa

Resposta: 1 A; 2 B; 3 C;

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Mutipla Escolha

1. Empregam-se os parênteses para:


a) Isolar, num contexto, palavras ou frases
b) Indicar reflexão, um comentário à margem do que se afirma
c) Realçar ironicamente uma palavra ou uma expressão
d) Indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutores

2. Empregam-se o travessão para:


a) Isolar, num contexto, palavras ou frases
b) Indicar reflexão, um comentário à margem do que se afirma
c) Realçar ironicamente uma palavra ou uma expressão
d) Indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutores

3. Empregam-se as aspas para:


a) Isolar, num contexto, palavras ou frases
b) Indicar reflexão, um comentário à margem do que se afirma
c) Realçar ironicamente uma palavra ou uma expressão
d) Indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutores

4. Empregam-se o Ponto de exclamação:


a) Para fazer sobressair termos ou expressões, geralmente não peculiares a
linguagem normal de quem escreve
b) Depois de interjeições ou de termos equivalentes como os vocativos
intensivos, as apóstrofes
c) Para acentuar o valor significativo de uma palavra ou expressão
d) Para isolar, num contexto, palavras ou frases.

Respostas 1 B; 2 A; 3 C; 4 B.

Perguntas dissertivas

1. O que pode acontecer com ma utilização de sinais de pontuação num texto?


2. O que é ponto de exclamação?

Resposta
1. A má utilização dos sinais de pontuação pode resultar na completa ambiguidade
comunicativa.
2. O ponto de exclamação é o sinal que se supõe a qualquer enunciado de entoação
exclamativa.

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UNIDADE 9
A ANÁLISE DE UM TEXTO ESCRITO
Introdução

Saber interpretar textos com precisão é uma tarefa que requer


muito treino, mas há várias outras formas de se incrementar
esta habilidade. Nesta Unidade 9, vamos conhecer alguns
passos importantes para analisar um texto escrito.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

Analisar, com correcção, um texto escrito.

Objectivos

Como Analisar Correctamente um Texto

1. Compreensão. A compreensão de texto consiste em analisar o que


realmente está escrito, ou seja, colectar dados do texto:

▪ As considerações do autor se voltam para...


▪ Segundo o texto, está correcta...
▪ De acordo com o texto, está incorrecta...
▪ Tendo em vista o texto, é incorrecto...
▪ O autor sugere ainda...
▪ De acordo com o texto, é certo...
▪ Após a leitura, é possível concluir que...
▪ O autor afirma que...

2. Interpretação. Interpretação de texto consiste em saber o que se infere


(conclui) do que está escrito:

▪ O texto possibilita o entendimento de que...


▪ Com apoio no texto, infere-se que...

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▪ O texto encaminha o leitor para...


▪ Pretende o texto mostrar que o leitor...
▪ O texto possibilita deduzir-se que...

3. Duas leituras do texto no mínimo. A primeira para tomar contacto com o


assunto; a segunda para compreender as ideias principais, as secundárias
e os argumentos apresentados.

4. Lógica e estruturação do texto. Observa-se que um parágrafo em relação


ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão - ou, ainda,
uma falsa oposição.

5. Uso da gramática. Sublinha-se, em cada frase, as palavras por pesquisar


no dicionário para a correcta compreensão.

6. Leitura profunda. Leitura atenta para encontrar, em cada parágrafo, a


ideia mais importante (tópico da frase)

7. Análise de prova. Se for uma prova contendo teste ou perguntas, vale a


pena saber o que será solicitado. Assim, lêse com muito cuidado os
enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi
pedido.

8. Identificação de unidades de significação: Sublinham-se as palavras como


erro, incorrecto, correcto, etc. Isso ajuda a não se confundir no momento
de responder a questão.

9. Identificação do essencial: Escreve-se, ao lado de cada parágrafo ou de


cada estrofe, a ideia mais importante contida neles.

10. Interpretação textual. Não se pode levar em consideração o que o autor


quis dizer, mas sim o que ele efectivamente disse - ou seja, o que ele
escreveu. Aqui, estaremos a separar as inferências das deduções e
interpretações.

11. Exame da introdução e da conclusão. Se o enunciado mencionar tema ou


ideia principal, examine com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Nesse caso, a imagem que se tem ao ler o texto por inteiro será
importante.

12. Texto argumentativo. Se o enunciado mencionar argumentação,


preocupa-se com o desenvolvimento dos argumentos.

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13. Vocábulos remissivos. Deve tomar-se cuidado com os vocábulos relatores


(os que remetem a outros vocábulos do texto). Pronomes relativos,
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc. Questões com esses
detalhes testam a paciência e a persistência dos leitores.

Principais Erros na Análise Textual

Cinco erros principais na análise de textos:


▪ Extrapolação. É o facto de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta
o que não está escrito. Muitas vezes são factos reais, mas que não estão
expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está relatado.
▪ Redução. É o facto de se valorizar uma parte do contexto, deixando de
lado a sua totalidade. Deixase de considerar o texto como um todo para
se ater apenas a parte dele.
▪ O Contradição. É o facto de se entender justamente o contrário do que
está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras, como:
“pode”, “deve”, “não”, verbo “ser”, etc.
▪ Preguiça. Por conta do estresse de uma prova, concurso ou exame, muitos
candidatos perdem a paciência para fazer as duas mínimas leituras necessárias para a
correcta compreensão.

Em síntese:
Em qualquer língua, torna-se muito importante saber
interpretar textos com precisão embora seja uma tarefa que
requer muito treino; porém, há várias formas de se incrementar
esta habilidade.

Exercícios

Multipla Escolha

1. Extrapolação é:
a) O facto de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua
totalidade.
b) O facto de se fugir do texto.
c) O facto de se entender justamente o contrário do que está escrito.
d) Perder a paciência para fazer as duas mínimas leituras necessárias para a
correcta compreensão e entendimento do texto

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UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

2. Interpretação de texto consiste em:


a) Escrever, ao lado de cada parágrafo ou de cada estrofe, a ideia mais
importante contida neles
b) Saber o que se infere do que está escrito
c) Analisar o que realmente está escrito
d) Tomar contacto com o assunto

3. Redução caracteriza-se por:


a) Valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade
b) Escrever, ao lado de cada parágrafo ou de cada estrofe, a ideia mais
importante contida neles
c) Saber o que se infere do que está escrito
d) Analisar o que realmente está escrito

4. Contradição, refere-se a:
a) Entender justamente o contrário do que está escrito.
b) Escrever, ao lado de cada parágrafo ou de cada estrofe, a ideia mais
importante contida neles
c) Saber o que se infere do que está escrito
d) Analisar o que realmente está escrito

5. O Texto argumentativo, caracteriza-se por:


a) Mencionar argumentação, preocupa-se com o desenvolvimento dos
argumentos.
b) Tomar-se cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros
vocábulos do texto).
c) Mencionar tema ou ideia principal, examine com atenção a introdução e/ou
a conclusão.
d) Nenhua das opções esat correcta;

Respostas: 1B; 2; B; 3B; 4A; 5A;

1. Por conta do estresse de uma prova, concurso ou exame, muitos candidatos


perdem a paciência para fazer as duas mínimas leituras necessárias para a
correcta compreensão.

2. Interpretação textual, leva-se em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que
ele efectivamente disse - ou seja, o que ele escreveu.

3. Leitura profunda é atenta para encontrar, em cada parágrafo, a ideia mais importante.

4. Interpretação de texto não consiste em saber o que se infere (conclui) do que está
escrito

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5. Leitura profunda. Leitura atenta para encontrar, em cada parágrafo, a ideia mais
importante.

Respostas: 1 V; 2 F;3 V; 4 F; 5 V.

UNIDADE 10
A FRASE
Introdução

Muitos alunos, estudantes universitários e até académicos têm


demonstrado imensas dificuldades na compreensão da
estrutura frásica. É importante fixar o seguinte: a estrutura
básica do Português é SVO, significando: Sujeito, Verbo e
Objecto.

A ideia de estrutura frásica é fundamental, visto ser o elemento


estruturante da ideia a ser veiculada. Esta frase com sentido ou
predicação será comandada pelo verbo, que constitui o núcleo
da frase.

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

• Distinguir frase da oração;


• Apresentar as diferenças entre período e parágrafo.
Objectivos
A Frase
De acordo com Celso Cunha, a frase é “um enunciado de sentido completo, a unidade mínima de
comunicação”15.
A Frase e Oração

A frase pode conter uma ou várias orações. A frase contém mais

15
Celso Cunha, Nova Gramática do Português Contemporâneo, p. 119

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do que uma oração quando tem mais do que um verbo conjugado.


Por exemplo:
“Durante a noite, houve uma grande tempestade”.
“Durante a noite, houve uma grande tempestade que provocou
muitos estragos”.

No primeiro caso, estamos perante uma frase constituída por


uma oração, e no segundo caso, por duas orações. Quando a
frase é constituída por várias orações e cada uma está
organizada à volta de um verbo, trata-se de uma frase
complexa.
Exemplo de uma frase simples:
“A educação constitui um factor de desenvolvimento”.
Exemplo de uma frase complexa:
“A educação que é ministrada nas nossas escolas é um factor
de desenvolvimento e tem como componente fundamental a
competência comunicativa”.

A Estrutura da Frase
A oração e os seus elementos
Os elementos fundamentais de uma oração são: o sujeito
(simples ou composto, subentendido, indeterminado ou
inexistente) e o predicado (verbal; nominal).
O sujeito “é aquilo de que se fala ou sobre que se faz uma afirmação”. O
predicado “é tudo o que se diz do sujeito”16.

Os outros elementos são: o complemento directo, o


complemento indirecto, o predicativo do sujeito, o predicativo
do complemento directo, o agente da passiva, o atributo, o
aposto, o vocativo, o complemento determinativo e o
complemento circunstancial (de lugar, tempo, causa, modo,
fim, meio, companhia, dúvida e de instrumento). Para facilitar a
compreensão sobre esta questão, Esteves Rei usa o termo
“modificador” para os elementos adjuntos do nome.

16
J.Esteves Rei. Curso de Redacção I, Porto: Porto Editora, p. 14

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ORAÇÃO = sujeito + predicado


(nome + mod) (verbo + complementos)
Por exemplo: “Meu irmão / está muito doente.”

“A Citroen, uma marca francesa / tem uma boa imagem


comercial”.
“O cão perdigueiro come carne”.
Núcleo do suj. Modificador Núcleo do verbo
complemento directo.

A Construção nominal ou elipse


Elipse – é “uma figura de sintaxe, consistindo na supressão
de palavras que facilmente se subentendem”.
Ex.: “Que bela paisagem!” por “Esta paisagem é bela”.
A construção nominal verifica-se quando “um elemento
verbal é suprimido a favor do elemento nominal (nome,
adjectivos e determinantes: artigos, demonstrativos e
possessivos)”:
Ex.: “O seu, a seu dono!”
“Um por todos e todos por um”.
A construção nominal, apesar de ser uma característica da
língua falada, também é utilizada em textos literários para
“produzir um efeito de movimento e acção ou de autênticas
pinceladas na descrição dos elementos de um quadro,
paisagem ou visão”.
A construção nominal é uma construção moderna,
utilizada na linguagem jornalística, técnica e científica,
sobretudo nos títulos, nas legendas e sumários, pois permite
uma maior objectividade, brevidade e concisão das estruturas
nominais.

Quando uma frase aparece construída sem verbos, cabe ao


leitor “conceber e sentir o escrito”, ou seja, cabe ao leitor dar
um sentido “à alma da frase”17.

17
idem, p. 21

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A Qualidade da Frase

Unidade - subordinação das ideias secundárias às


principais; são defeitos contra a unidade a
multiplicidade de sujeitos.

Clareza - ideias apresentadas de forma “transparente”; é


de evitar a desordem e a “obscuridade” das ideias.

Concisão – significa o “emprego de palavras em número


necessário e suficiente”. Deve-se evitar a repetição
de palavras e de ideias.

Sumário

Em síntese:
Os elementos fundamentais de uma oração são: o sujeito
(simples ou composto, subentendido, indeterminado ou
inexistente) e o predicado (verbal; nominal).
Ex: Franze (Suj.) é o meu professor (Pred.)

Exercícios

Verdadeiro e Falso

1. De acordo com Celso Cunha, a frase é “um enunciado de sentido


completo, a unidade mínima de comunicação”.
A afirmação é:
A. Verdadeira
B. Falsa

2. Uma frase contém mais do que uma oração quando tem apenas um
verbo conjugado.
A afirmação é:
A. Verdadeira
B. Falsa

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UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

3. Clareza - ideias apresentadas de forma “transparente”; é de evitar a


desordem e a “obscuridade” das ideias.
A. Verdadeira
B. Falsa

4. Concisão significa o “emprego de palavras em número necessário e


suficiente”. Deve-se evitar a repetição de palavras e de ideias.
A. Verdadeira
B. Falsa

5. Os elementos fundamentais de uma oração são: o sujeito e o predicado


(verbal; nominal).
A. Verdadeira
B. Falsa

Resposta: 1 A; 2 A; 3 A; 4 A; 5A;
Perguntas dissertivas
1. Mencione os elementos fundamentais de uma oração?
2. O que é construção nominal?
3. O que é sujeito de uma frase?

Respostas
1. Os elementos fundamentais de uma oração são: o sujeito (simples ou composto,
subentendido, indeterminado ou inexistente) e o predicado (verbal; nominal).
2. A construção nominal é uma construção moderna, utilizada na linguagem
jornalística, técnica e científica, sobretudo nos títulos, nas legendas e sumários,
pois permite uma maior objectividade, brevidade e concisão das estruturas
nominais.
3. O sujeito é aquilo de que se fala ou sobre que se faz uma afirmação.

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UNIDADE 11
A FRASE SIMPLES E COMPLEXA
Introdução

As frases podem ser simples ou complexas de acordo com a


expressividade do autor. Assim, torna-se indispensável
conhecer os conectores frásicos e a sua devida utilização nas
frases.
Nesta unidade, apresentamos as conjunções e locuções usadas em
frases complexas, partindo de uma construção simples.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

• Identificar na frase complexa orações coordenadas e


orações
subordinadas;
• Distinguir período e parágrafo.
Objectivos

As Frases Simples e complexas


De acordo com o conceito de frase anteriormente apresentado, a frase é
“um enunciado de sentido completo, a unidade mínima de comunicação”.

Neste sentido, a Frase simples é aquela que possui um e único verbo.


A frase complexa “é aquela que contém dois ou mais verbos conjugados
e, por consequência, duas ou mais orações”18.
A ligação da frase complexa é feita pelos processos de coordenação e de
subordinação.

18
José Pinto e Maria do Céu Lopes. Gramática do Português Moderno,
Lisboa: Plátano ed., 2002, p. 193

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Coordenação

Os campos cobriram-se de flores e as árvores encheram-se de folhas.


Oração coordenada Oração coordenada

Subordinação
Os campos cobriram-se de flores quando a Primavera chegou.
Oração principal ou subordinante Oração subordinada

A Coordenação
As orações da mesma natureza podem ser coordenadas entre si através
de conjunções e locuções coordenativas.

Classificação das orações coordenadas


1. Orações coordenadas copulativas (implica uma ideia de adição).

Ex.: “O João entrou na livraria e comprou vários livros”.

2. Orações coordenadas adversativas: mas, porém, contudo, no entanto


(orações ligadas por uma ideia de oposição).

Ex.: “Gosto de cinema, mas prefiro o teatro”.

3. Orações coordenadas disjuntivas (transmitem uma ideia de alternativa).

Ex.: “O avião atrasou ou não chegou a partir”.

4. Orações coordenadas conclusivas: portanto, logo, por consequência (em


que a segunda oração é uma conclusão da primeira).

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Ex.: “O autocarro teve uma avaria, portanto atrasou”.

5. Orações coordenadas explicativas: pois, porquanto (justifica uma ideia


apresentada anteriormente).

Ex.: “O barco atrasou, pois estava nevoeiro”.

A Subordinação
Segundo Esteves Rei, a subordinação é “uma relação entre duas
orações que permite a inserção de uma na outra e estabelece uma
hierarquia sintáctica entre elas: uma depende da outra, determinando
ou complementando o sentido”19.

Exemplos: 20 Aquela senhora gritou quando foi assaltada.

Oração subordinante Oração subordinada adverbial temporal

Aquela senhora gritou porque foi assaltada.

Oração subordinante Oração subordinada adverbial causal


As orações subordinadas dependem das orações subordinantes e
esta dependência pode ser feita através de:
• Conjunções ou locuções subordinativas: “Ela gritou para
que a socorressem”. *
• Pronomes ou advérbios relativos: “O rapaz que caiu
magoou-se”.
• Pronomes ou advérbios interrogativos: “Ele disse quem
chega hoje?”
• Formas verbais não finitas (infinitivo, gerúndio e
particípio): “Pensávamos ter concluído o trabalho. (=
Pensávamos que o trabalho estava concluído”.

19
J.Esteves Rei. Curso de Redacção I, Porto: Porto Editora, p. 30
20
José Pinto e Maria do Céu Lopes. Gramática do Português Moderno,
Lisboa: Plátano ed., 2002, p. 196

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Sumário

Em síntese:
A Frase simples é aquela que possui um e único verbo
enquanto, as frases complexas são aquelas que são compostas
por mais de um verbo. Estas podem ser unidas por conjunções
ou locuções coordenativas ou subordinativas, conforme a
relação de coordenação ou subordinação, respectivamente.

Exercícios

1. Complete as frases seguintes com a locução adequada: já


que, logo que, mais...do que, mesmo que, no caso de, para que.
- ...vais ao supermercado Shoprite, traz-me pão.
- Os pequenos...estorvam...ajudam.
- ...chover, não podemos ir ao cinema.
- O Director aumentou-lhe o salário...ele não se despedisse.
- ...o sol desaparece, as crianças vêm para casa.
- Nunca iria à lua...me oferecesse a viagem.

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2. Preencha os espaços em branco com a locução


apropriada. Pois que, por isso mesmo (é) que, posto que,
primeiro que, salvo se, se bem que.
- a praia ficou deserta...as férias acabaram.
- ...o seu grande interesse seja o dinheiro, os imigrantes não se
privam de nada no seu dia-a-dia.
- ...compres o carro, deves tirar a carta de condução.
- Nunca deixe andar os filhos ao sol...de manhã e à noite, ele seja
fraco.
- O professor de português nunca falta...estiver doente.
- O Nuno quer ir estudar para os Estados Unidos...estuda
entusiasticamente Inglês.

3. Complete as seguintes frases com


locuções mais adequadas: sempre que, tal que,
tão que, tanto...que todas
as vezes que, visto que, tanta...que
- O Miguel...vai à cidade, perde-se nos bazares.
- A girafa é...alta...observa tudo o que se passa no jardim zoológico.

- O João cumprimenta o mestre...se cruza com ele na rua.


- O ruído era...ninguém ouvia nada.
- A responsabilidade dos pais é...por vezes não dorme.
- Ontem havia...vento...duas árvores caíram no jardim.

4. Sublinhe nas orações seguintes as conjunções ou


locuções conjuncionais que indicam a relação temporal.
No final, empregue cada uma delas numa frase da sua
autoria.
- Quando chegaste, era meio dia.
- Enquanto as crianças brincam, eu vou ao talho.
- Apenas soube a triste nova, entrou em pânico.
- As esperanças são cada vez menores à medida que o tempo passa.
- Logo que viu o pai, desapareceu da sala.

Perguntas dissertvas
1. Classifique as frases?

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2. O que é subordinação?
3. O que são frases complexas?
4. Explique como as orações podem ser coordenadas entre si?

Respostas
1. As frases podem ser simples ou complexas de acordo com a expressividade do autor.
2. A subordinação é uma relação entre duas orações que permite a inserção de uma na
outra e estabelece uma hierarquia sintáctica entre elas.
3. A frase complexa é aquela que contém dois ou mais verbos conjugados e, por
consequência, duas ou mais orações.
4. As orações da mesma natureza podem ser coordenadas entre si através de
conjunções e locuções coordenativas.

UNIDADE 12
ESTUDO DO VERBO
Introdução

O verbo é um elemento fulcral da frase e sem ele não há frase.


Ele designa a acção desenvolvida pelo sujeito. Assim, nesta
unidade, apresentamos a classificação dos verbos quanto à
semântica, quanto à conjugação e quanto à Morfologia.

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

Indicar as diferentes formas de classificação dos verbos; Distinguir


verbos transitivos dos intransitivos.

Objectivos
Definição

Verbo é o nome dado à classe gramatical que designa uma


ocorrência ou situação. É uma das duas classes gramaticais
nucleares do idioma, sendo a outra o substantivo. É o verbo que

determina o tipo do predicado, que pode ser predicado verbal,

67
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nominal ou verbo-nominal. O verbo pode designar acção, estado


ou fenómeno da natureza.

Classificação dos Verbos

Os verbos admitem vários tipos de classificação, que englobam


aspectos tanto semânticos quanto morfológicos. Podem ser
divididos da seguinte forma:

Quanto à Semântica

• Verbos transitivos: Designam acções voluntárias,


causadas por um ou mais indivíduos, e que
afectam outro(s) indivíduo(s) ou alguma coisa,
exigindo um ou mais objectos na acção. Podem
ser transitivos directos que não possuem sentido
completo, logo ele necessita de um
complemento, sendo este complemento
chamado de objecto directo. E verbo transitivo
indirecto - que também não possui sentido
completo e necessita de um objecto indirecto,
que necessariamente exigem uma preposição
antes do objecto.

Exemplos: dar, comer, fazer, vender, escrever, amar, etc.:

- A Judite come fruta.

• Verbos intransitivos: Designam acções que não


afectam outros indivíduos.

Exemplos: andar, existir, nadar, voar, etc.:

- O bebé gatinha.

• Verbos impessoais: São verbos que designam


acções involuntárias. Geralmente (mas nem
sempre) designam fenómenos da natureza e,
portanto, não têm sujeito nem objecto na
oração.

Exemplos: chover, anoitecer, nevar, haver (no sentido de existência) etc.


Todo o verbo impessoal é também intransitivo.:

68
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- Ontem, choveu muito.

• Verbos de ligação: São os verbos que não


designam acções; apenas servem para ligar o
sujeito ao predicativo.

Exemplos: ser, estar, parecer, permanecer, continuar, andar, tornar-se,


ficar, viver, virar, etc.:

- O professor está doente.

Quanto à Conjugação

• Verbos da primeira conjugação: São os verbos


terminados em “ar”: molhar, cortar, relatar, etc.
• Verbos da segunda conjugação: são os verbos
terminados em “er”: receber, conter, poder, etc.
O verbo anómalo pôr (único com o tema em o),
com seus compostos, também é considerado da
segunda conjugação devido à sua conjugação já
antes realizada (Ex: fizeste, puseste), decorrente
de sua antiga forma latina poer. No exemplo
"or", a maioria dos verbos vêem da palavra
"Pôr", compor, depor, supor, transpor, antepor,
etc.
• Verbos da terceira conjugação: são os verbos
terminados em "ir": sorrir, fugir, iludir, cair,
colorir, etc;

Quanto à Morfologia

• Verbos regulares: Flexionam sempre de acordo


com os paradigmas da conjugação a que
pertencem.

Exemplos: amar, vender, partir, etc.

• Verbos irregulares: Sofrem algumas


modificações em relação aos paradigmas da
conjugação a que pertencem.

Exemplos: caber, medir ("eu caibo", "eu meço", e não "eu cabo",
"eu medo").

69
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

• Verbos anómalos: Verbos que não seguem os


paradigmas da conjugação a que pertencem,
sendo que muitas vezes o radical é diferente em
cada conjugação.

Exemplos: ir, ser, ter ("eu vou", "ele foi"; "eu sou", "tu és", "ele
tinha", "eu tivesse", e não "eu io", "ele iu", "eu sejo", "tu sês",
"ele tia", "eu tesse"). O verbo "pôr" pertence à segunda
conjugação e é anómalo a começar do próprio infinitivo.

• Verbos defectivos: Verbos que não têm uma ou


mais formas conjugadas.

Exemplo: precaver - não existe a forma "precavenha".

• Verbos abundantes: Verbos que apresentam


mais de uma forma de conjugação. Exemplos:
encher - enchido, cheio; fixar - fixado, fixo.

Sumário

Em síntese:
A Classe dos Verbos é a classe mais variável que designa uma
ocorrência ou situação. É uma das duas classes gramaticais
nucleares do idioma, sendo a outra o substantivo. É o verbo
que determina o tipo do predicado, que pode ser predicado
verbal, nominal ou verbo-nominal.

Exercícios

Complete os espaços em branco com as formas verbais apropriadas.


1. Presente do indicativo:
Quando os alunos____________(estar) atentos nas aulas, os
resultados deles__________(ser ) bons. ______(ser) sempre
assim.
Quando há festas nas escolas, os alunos_______(ir) com os pais a
essas festas. Hoje há uma e toda a gente_________(ir).

70
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

2. Pretérito perfeito:
Ontem nós _________(ir) fazer uma marcha de verão através dos
campos. Tu _______(ser) o último a chegar porque te atrasaste.
Na semana passada tu___________(estar) a estudar os verbos comigo.
Agora já sabemos tudo!
Mas eles não _____________(estar) a trabalhar e agora não sabem.
Nessa semana, eles __________(ser) os piores da turma.
3. Futuro:
Amanhã nós _________(ir) todos dar um passeio muito bonito.

Quando eu estiver de férias, ________(ir) até à praia com os


meus pais e os meus amigos. Nessa altura, __________(ser) a
pessoa mais contente do mundo!
No Verão, nós ____________(estar) de férias em Portugal. E eles,
___________(estar).

Verdadeiro ou Falso
1. A Classe dos Verbos é a classe mais variável que designa uma ocorrência ou
situação.
A. Verdadeiro
B. Falso

2. Verbos anómalos não seguem os paradigmas da conjugação a


que pertencem, sendo que muitas vezes o radical é diferente
em cada conjugação.
A. Verdadeiro
B. Falso

3. Verbos regulares, sofrem algumas modificações em relação aos


paradigmas da conjugação a que pertencem.
A. Verdadeiro
B. Falso

4. Verbos irregulares, flexionam sempre de acordo com os paradigmas


da conjugação a que pertencem.
A. Verdadeiro
B. Falso

71
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Resposta: 1 A; 2 A; 3 B ; 4B;

Multipla Escolha
1. Os verbos que não designam acções; apenas servem para ligar o
sujeito ao predicativo, são denominados de:
a) Verbos transitivos;
b) Verbos intransitivos;
c) Verbos impessoais;
d) Verbos de ligação;

2. Os verbos que designam acções que não afectam outros indivíduos


são denominados de:
a) Verbos transitivos;
b) Verbos intransitivos;
c) Verbos impessoais;
d) Verbos de ligação;

3. Os verbos que designam acções voluntárias, causadas por um ou


mais indivíduos, e que afectam outro(s) indivíduo(s) ou alguma
coisa, exigindo um ou mais objectos na acção, são denominado de:

a) Verbos transitivos;
b) Verbos intransitivos;
c) Verbos impessoais;
d) Verbos de ligação;

4. Os verbos que designam acções que não afectam outros indivíduos


são denominados de:
a) Verbos transitivos;
b) Verbos intransitivos;
c) Verbos impessoais;
d) Verbos de ligação;

Resposta: 1D; 2C; 3C; 4B;

Perguntas disertivas
1. O que é verbo?

Respostas
1. Verbo é o nome dado à classe gramatical que designa uma ocorrência ou situação.

72
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

UNIDADE 13
CONJUGAÇÃO PRONOMINAL
Introdução

A conjugação pronominal é aquela em que o verbo aparece


conjugado com os pronomes. Ela pode ser reflexa ou recíproca
de acordo com a acção do verbo.
Nesta unidade para além das regras também apresentamos alguns
verbos conjugados na forma pronominal.

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

• Aplicar correctamente os verbos na forma


pronominal;
• Identificar os momentos em que temos de usar a
forma pronominal.
Objectivos

Repara nas expressões: “Levei-o […].”; “[…] os amigos levaram-no

[…]”.

Em ambas, a forma verbal (levei, levaram) aparece acompanhada do pronome


pessoal o, que lhe serve de complemento,

constituindo com ela um todo.


Chama-se conjugação pronominal aquela em que o verbo aparece
conjugado com os pronomes o, a, os, as.
Nota: Quando estudámos os pronomes pessoais aprendemos
que o, a, os, as, tomam as formas lo, la, los, las, depois de r, s,
ou z e as formas no, na, nos, nas, depois de ditongo ou vogal
nasal (-m, ão).

1. Conjugação pronominal reflexa

A conjugação pronominal reflexa indica que a acção do sujeito


recai sobre ele próprio. (Ex: Eu penteio-me todas as manhãs).

73
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Utiliza para tal os pronomes pessoais me, te, se, nos,


vos, se. (Ex.: Verbo “sentar-se” no Presente do
Indicativo - Eu sento-me; Tu sentas-te; Ele/ela senta-se;
Nós sentamonos; Vós sentais-vos; Eles.

74
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

/elas sentam-se).

2. Conjugação pronominal recíproca

A conjugação pronominal recíproca exprime a reciprocidade na


acção praticada. (Ex.: Eles abraçaram-se [um ao outro]
calorosamente).

Utiliza para tal os pronomes pessoais do plural: nos, vos,


se. (Ex.: verbo “abraçar-se” no Presente do Indicativo -
Nós abraçamo-nos; Vós abraçais-vos; Eles/elas
abraçam-se).
Ex.: Os namorados beijavam-se prolongadamente.

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UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Sumário

Em síntese
Como Já vimos, a conjugação pronominal é aquela em que o
verbo aparece conjugado com os pronomes o, a, os, as que
tomam as formas lo, la, los, las, depois de r, s, ou z e as formas
no, na, nos, nas, depois de ditongo ou vogal nasal (-m, -ão)
distinguindo-se da recíproca a conjugação pronominal reflexa
utiliza para tal os pronomes pessoais me, te, se, nos, vos, se.

Exercícios

1. Complete as frases com os verbos na forma pronominal.


b) Os alunos pegam nos cadernos e ________(dar) ao professor.
c) Elas têm bicicletas e ____________(levar) para a escola.
d) Como não podiam entrar no cinema com os cães, ________(confirmar) ao
porteiro.
e) Já li o livro. Posso _____________(emprestar). (te o)
f) Tirei os lápis ao João e ___________(esconder). (lhe os)

Verdadeiro ou Falso
1. A conjugação pronominal reflexa indica que a acção do sujeito recai sobre ele
próprio.
A. Verdadeiro
B. Falso

2. A conjugação pronominal recíproca exprime a reciprocidade na acção


praticada.
A. Verdadeiro
B. Falso

3. Na frase “Os namorados beijavam-se prolongadamente.” A conjugação é


pronominal reflexa;
A. Verdadeira
B. Falsa

4. Na frase “Eu penteio-me todas as manhãs” A conjugação é pronominal


reciproca;
A. Verdadeira

76
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

B. Falsa

5. Na conjugação pronominal reflexa utiliza-se para tal os pronomes pessoais me,


te, se, nos, vos, se.
A. Verdadeira
B. Falsa

Respostas: 1 A; 2 A; 3 B; 4 B; 5 B;

Pergunta dissertiva
1. O que é conjugação pronominal?

Resposta
1. A conjugação pronominal é aquela em que o verbo aparece conjugado com os
pronomes.

UNIDADE 14
O DISCURSO DIRECTO E INDIRECTO
Introdução

Para expressarmos as nossas ideias aos outros, podemos fazê-lo


fielmente através da fala tal igual como a personagem as
proferiu/profere e, ainda, podemos informar o leitor acerca do
que uma personagem disse/diz ou pensou/pensa, sem
reproduzir exactamente as suas palavras.

Nesta unidade, vamos apresentar as formalidades do uso do


discurso directo ou indirecto, as regras de transformação, bem
como alguns exemplos ilustrativos a cada caso.

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

- Explicar as regras envolvidas no uso dos discursos directo e indirecto;


- Apresentar as principais diferenças entre o discurso directo e
Objectivos indirecto;
- Aplicar as regras de transposição de um discurso para o outro.

77
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

O Discurso Directo

O Discurso Directo é um meio de expressão pelo qual se


reproduzem as palavras de uma personagem tal como elas as teria
proferido.
Este tipo de discurso permite um contacto mais estreito entre a
situação criada e o receptor (leitor/ouvinte); actualiza e torna
mais viva a narrativa, mais espontânea, como no teatro.
No Discurso Directo as falas das personagens ganham em
naturalidade, não raras vezes tocadas pela emoção, que o
emprego de exclamações, interjeições, reticências,
interrogações, vocativos e imperativo reforça.
É de salientar que o Discurso Directo pode aparecer sob a forma
de monólogo interior.

O Discurso Indirecto
O Discurso Indirecto é o processo pelo qual o narrador informa
o leitor acerca do que uma personagem teria dito ou pensado,
sem reproduzir exactamente as suas palavras.
Na transposição do Discurso Directo para o Indirecto, notam-se
alterações nas categorias verbais (modo, tempo, pessoa), nos
pronomes, nos determinantes e nos advérbios.

Veja alguns exemplos de passagem do discurso directo para indirecto:


• Nada te acontecerá. / Ele disse que nada lhe
aconteceria.
• Paga-me esta conta, como é teu dever. / Ela

ordenou que ela lhe pagasse aquela conta, como era


seu dever.
• Conta-me tudo – pediu ele – aqui mesmo e
agora.../ Ele pediu que ela lhe contasse tudo, ali
mesmo e naquele momento.
• Queres vir comigo Pedro? / Ela perguntou ao Pedro
se ele queria ir com ela.

78
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

• Eu dou-te o dinheiro. / Ele disse que lhe dava o


dinheiro.

Quadro resumo das regras básicas

Sumário

Em síntese:
Enquanto o Discurso Directo é um meio de expressão pelo
qual se reproduzem as palavras de uma personagem tal
como elas as teria proferido, o Discurso Indirecto é o
processo pelo qual o narrador informa o leitor acerca do que
uma personagem teria dito ou pensado, sem reproduzir
exactamente as suas palavras.

79
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Exercícios

A- Passe para o discurso contrário as seguintes frases:


1. O Jornalista afirmou que tinha sido bem acolhido,
2. Decidiram que no dia seguinte iriam à praia,
3. Durante o reinado de Ngungunhane, as etnias minoritárias pensavam
que nunca mais teriam expressão.
4. No tribunal, o réu confessou que a culpa era dele.
5. No meio da viagem, reconheceram que se tinham enganado.
B- Reescreva as frases seguintes, utilizando o discurso indirecto como
no exemplo:
a. O revisor disse ao irmão: - Os vossos bilhetes são para amanhã.
R: O revisor disse ao irmão que os bilhetes deles eram para o
dia seguinte.

1. Rosa Maria disse ao irmão: - Vem a casa depressa.


2. O professor ordenou aos alunos: - Estejam calados!
3. Marta respondeu à amiga: - Fico muito satisfeita com o teu convite e no
próximo domingo aí estarei.
4. O meu irmão pediu-me: - Traz-me um caderno quando fores à papelaria.

Verdadeiro ou Falso
1. O Discurso directo é o processo pelo qual o narrador informa o leitor acerca do
que uma personagem teria dito ou pensado, sem reproduzir exactamente as
suas palavras.
A. Verdadeiro
B. Falso

2. O Discurso Indirecto é um meio de expressão pelo qual se


reproduzem as palavras de uma personagem tal como elas as teria proferido.
A. Verdadeiro
B. Falso

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UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Multipla Escolha
1. No discurso indirecto, os pronomes pessoais são, excepto:
a. Ele
b. Elas
c. Eles
d. Nós

2. No discurso directo, os pronomes pessoais são, excepto:


a. Lhe
b. Eu
c. Nós
d. Tu

3. No discurso directo, a palavra “aqui” representa:


a) Advérbio de tempo
b) Modo conjuntivo
c) Advérbio de lugar
d) Pronome pessoal na 3ª pessoa

4. No discurso indirecto, a palavra “alem” representa:


a) Advérbio de tempo
b) Modo conjuntivo
c) Pronome pessoal na 3ª pessoa
d) Advérbio de lugar

5. No discurso indirecto, a palavra seu “seus” representa:


a) Advérbio de tempo
b) Modo conjuntivo
c) Determinantes
d) Advérbio de lugar

Respostas: 1D,2A; 3C; 4D; 5C.

UNIDADE 15
A FICHA BIBLIOGRÁFICA
Introdução

Nesta secção, pretendemos dar algumas directrizes da


organização de uma referência bibliográfica. Como sabemos,
em qualquer trabalho científico assim como fichas de leitura
teremos de usar ou referenciar os autores das obras
consultadas, para distanciarmo-nos do plágio académico.

81
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

A apresentação da ficha bibliográfica não é uniforme, podendo


diferir de escola para escola, mas aqui pretendemos apresentar
um modelo que se pode usar.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:
Elaborar uma ficha bibliográfica.

1. A Ficha Bibliográfica
A informação colectada nos livros, assim como noutras fontes
de conhecimento, normalmente deve ser devidamente
Objectivos catalogada, ou seja, a sua proveniência não deve constituir segredo.
Tratando-se de documentos que veiculam ideias de outros sujeitos pensantes, estas
ideias são propriedade e/ou pertenças desses mesmos sujeitos. Isto significa dizer que,
ao se fazer uso dessa mesma informação, dever-se-á referir a fonte que a produziu – o
seu autor, sob pena de se considerar plágio (roubo de propriedade intelectual), da ideia
de outrem.
Esta omissão é considerada crime, dando direito a um
processo criminal que pode ter consequências imprevisíveis nos
termos da lei dos direitos autorais.
Com efeito, é dever de quem pesquisa referir os livros que
lhe serviram de suporte e/ou fonte de inspiração para a
produção das suas próprias ideias, colocando todos os
dados que possam facilitar a localização da obra referida
para efeitos de confrontação posterior. Estas informações
são organizadas segundo modelos universalmente
convencionados, a que se dá o nome de ficha bibliográfica.
A construção da ficha bibliográfica obedece a regras fixas de
representação, segundo o exemplo que a seguir é
apresentado (entretanto, mais detalhes sobre este assunto
poderá colher na disciplina de Metodologia de Investigação
Científica MIC):

1. A disposição das informações segue uma ordem:


- Apelido em maiúsculas;
- Nome do autor;
- Título da obra (sublinhado ou em itálico ou a negrito ou
em maiúsculas);
- Subtítulo da obra antecedido de dois pontos
(sublinhado ou em itálico ou a negrito ou em
maiúsculas); (se tiver)

82
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

- Número da edição;
- Local (nome da cidade) em que a obra foi editada; -
Nome da editora responsável pela edição do livro; -
Indicação do ano e da(s) página(s).
NB. Outras informações podem ser adicionadas, tais como, colecção,
número do volume, etc.
EX: RUIZ, J. Álvaro, Metodologia Científica: Guia para eficiência nos
estudos, s.e., São Paulo: ATLAS, 1991, p-19

Sumário

Em síntese:
As fichas são um instrumento de trabalho indispensável,
permitindo: identificar as obras, conhecer o seu conteúdo, fazer
citações, conservar críticas, nossas ou de outrem, analisar o
material a utilizar num trabalho.

Exercícios

1. A partir dos seus manuais ou outras obras, elabore três fichas


bibliográficas.

UNIDADE 16
A FICHA DE LEITURA
Introdução

Na nossa vida de estudantes, temos, vezes sem conta, deparado


com situações em que empreendemos leituras de livros e/ou
outros materiais de consulta diversos, onde a memorização
constitui o elemento chave no processo de busca,
sistematização e armazenamento das informações. Ora, é
difícil, senão mesmo impossível, memorizar tudo o que se lê ou
se consulta.

83
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Vamos tratar, nesta unidade, sobre a mais recomendável


técnica, que quando estruturada de maneira específica e em
formato próprio, dá-se-lhe o nome de ficha de Leitura.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:
Conhecer os diferentes tipos de fichas de leitura.

A Ficha de Leitura ou de Conteúdo

Tipos de fichas
Objectivos
Ficha analítica – contém uma análise sumária da obra ou do
artigo, podendo referir, entre outros, os seguintes elementos:

- campo ou o saber abordado;


- problemas tratados;
- conclusões alcançadas;
- contribuições especiais para o tema;
- métodos utilizados: indutivo, dedutivo, dialéctico, histórico,
comparativo;

- recursos empregados: tabelas, quadros, gráficos, mapas.

Entre as suas qualidades, destacam-se as seguintes:

- brevidade;

- uso de verbos activos;


- ausência de repetições.

Ficha de citação – reproduz frases consideradas relevantes num


trabalho:

- coloca-se entre aspas;

84
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

- contém a página;
- transcreve textualmente (incluindo erros, que devem ser
seguidos pelo termo sic colocado entre parênteses rectos
[sic]);

- indica supressão de palavras, recorrendo também a


parênteses rectos [...];

- completa a frase com elementos indispensáveis à sua


compreensão, se for necessário (colocando o acrescento
entre parênteses).

Ficha de resumo ou síntese – apresenta um resumo ou síntese


das principais ideias ou dos aspectos essenciais. Tendo em
conta a natureza destes exercícios (ver noutro local),
lembraremos que esta ficha:

- não é um sumário ou índice;


- não é uma transcrição de frases;
- não é longa;
- não precisa, no caso da síntese, de obedecer à estrutura da
obra.

Ficha de comentário – é uma interpretação crítica das ideias do


autor:

- sobre a forma;
- sobre o conteúdo;
- sobre a clareza ou a obscuridade do texto;
- sobre a sua comparação com outros textos;

- - sobre a importância da obra.

85
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

As partes componentes desta ficha

Legenda:

a) Referência bibliográfica do livro/revista ou


texto;

b) Tema abordado;
c) Página do livro em que se encontra a
informação/texto;

d) Classificação da obra (conto, romance,


ensaio, etc.);
e) Conteúdo: síntese do conteúdo do texto
consultado, podendo ser apresentado sob
forma de esquema (notas) ou sob forma de
um resumo – seguindo as regras de

redacção deste tipo de texto;


f) observações do autor da ficha sobre alguns
aspectos pertinentes relacionados com o
assunto do texto ou livro, ou qualquer outra
informação particular encontrada em e), i.é.
na síntese.

86
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Sumário

Em síntese:
Na nossa vida de estudantes, temos, vezes sem conta, deparado
com situações em que empreendemos leituras de livros e/ou
outros materiais de consulta diversos, onde a memorização
constitui o elemento chave no processo de busca,
sistematização e armazenamento das informações e dos
conteúdos pesquisados. Ora, é difícil, senão mesmo impossível,
memorizar tudo o que se lê ou se consulta. Por este facto,
como auxiliares de memória, várias técnicas e estratégias têm
sido comummente usadas pelos pesquisadores. Uns preferem
recorrer à técnica de tomada de notas; outros há que, preferem
fazer pequenos resumos ou sínteses da informação colectada. A
esta última técnica, por sinal, mais recomendável, quando
estruturada de maneira específica e em formato próprio,
conforme o exemplo que vamos apresentar neste módulo, ao
documento final resultante dá-se-lhe o nome de Ficha de
Leitura, visto comportar as linhas de leitura então efectuadas.

Exercícios

1. Elabore uma ficha de leitura de resumo sobre a unidade Acentuação de qualquer obra
que contenha essa matéria.

Multiplo escolha

1. A ficha que contém uma análise sumária da obra ou do artigo, é


denominada de:
a) Ficha analítica
b) Ficha de citação
c) Ficha de resumo ou síntese
d) Ficha de comentário

2. A ficha que reproduz frases consideradas relevantes num trabalho:


a) Ficha analítica
b) Ficha de citação
c) Ficha de resumo ou síntese

87
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

d) Ficha de comentário

3. A ficha que apresenta um resumo ou síntese das principais ideias ou dos aspectos
essenciais, é denominado de:
a) Ficha analítica
b) Ficha de citação
c) Ficha de resumo ou síntese
d) Ficha de comentário

4. Ficha que caracteriza-se por ser uma interpretação crítica das ideias do autor:
a) Ficha analítica
b) Ficha de citação
c) Ficha de resumo ou síntese
d) Ficha de comentário

5. O uso de palavras entre aspas, é característico para fichas denominadas de:


a) Ficha analítica
b) Ficha de citação
c) Ficha de resumo ou síntese
d) Ficha de comentário

Respostas: 1A; 2B; 3C; 4D; 5B;

UNIDADE 17 O SUMARIO

Introdução

O sumário é um texto curto, por definição, e tem por objectivo


relatar as actividades de uma aula (estamos a tratar do sumário da
aula). Este texto relata fiel e fidedignamente as várias etapas que
compõem uma aula. É, com efeito, um texto objectivante

88
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

(objectivante na medida em que não é possível ser-se


completamente objectivo, daí que não nos autorizamos a usar o
termo objectivo). No sumário são também usadas expressões
nominalizadas (nominalizações, evitando-se assim a utilização de
verbos conjugados). Sendo o relato de actividades de uma aula
passada/efectivada, ele deverá ser redigido no fim da aula (não no
princípio desta, como muitos dos professores erradamente o fazem.
Afinal, tema (tópico) da aula é diferente do sumário).

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

✓ Explicar detalhadamente as principais diferenças


existentes entre o sumário e outros textos que com

Objectivos eles se confundem;

✓ Aplicar as regras envolvidas na elaboração ou


produção do sumário.

Sumário

Definição geral:

É uma enumeração das divisões principais e dos artigos


contidos numa publicação periódica, num livro, num relatório
ou documento análogo, seguindo a ordem do texto. Apresenta
o conteúdo sob forma de plano: deve manifestar não apenas as
etapas de estudo, mas também o sentido, manifestando a sua
coerência desde o título até à conclusão.

Um livro deve incluir os seguintes elementos: plano, desenvolvimento,


principais divisões e sua paginação.

89
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Numa revista reportam-se a: título, nome do autor (se forem


dois, devem ambos ser mencionados e, se mais de dois,
mencionados apenas o primeiro, seguido da expressão “et alii”
ou “at al”).

O sumário tem uma dupla função

Permite ao leitor orientar-se na leitura do texto ou ler apenas a

parte que lhe interessa – trata-se de um ponto de vista prático.

Permite, ainda, apreender a globalidade do tema ou as


propostas avançadas e o modo adoptado para a sua
apresentação – é o plano que se encontra aqui em questão.

Qualidade essencial dum sumário

É importante que um sumário veicule uma problemática,


mostre as questões e esboce as respostas, quer dizer, que nas
entrelinhas contenha um raciocínio original.

O sumário duma aula

O sumário é um texto curto, por definição, e tem por objectivo


relatar as actividades de uma aula (estamos a tratar do sumário
da aula). Este tipo de texto deve relatar fiel e fidedignamente
as várias etapas que compõem uma aula. É, com efeito, um
texto objectivante. (objectivante na medida em que não é
possível serse completamente objectivo, sendo por este
motivo, que não nos autorizamos a usar o termo objectivo).

90
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Ora, Justamente porque se pretende objectivo, diga-se,


objectivante, ele apresenta marcas da 3ª pessoa gramatical.
Nele, são também usadas expressões nominalizadas, evitando-
se assim a utilização de verbos conjugados.

Sendo o relato de actividades de uma aula passada/efectivada,


ele deverá ser redigido no fim desta (e não no princípio da aula,
como muitos dos professores erradamente o fazem,
confundindo, tema (tópico) da aula com o sumário).

Técnicas de elaboração

O sumário da aula é um texto de construção colectiva. Todos os


participantes/intervenientes da aula devem participar da sua
elaboração. Devemos abandonar a prática de aulas
centralizadas no professor. O aluno deve participar activamente
em todas as etapas da aula, ou seja, na sua construção. O aluno
pode, e muito bem, saber dizer o que foi tratado numa aula em
que dela fez parte. É errado julgar que ele é um objecto que se
limita a ouvir, copiar e escrever o que o professor dita. Como
isso dizer-se: o aluno não é uma tábua rasa, ou um simples
receptáculo passivo dos conteúdos da aprendizagem.

Análise icónica

Trata-se de um nível de leitura que é feita tendo em conta o


aspecto formal (do ponto de vista da mancha gráfica). Esta
leitura permite identificar o texto, antes da sua leitura
conteudística. Nela, presta-se especial atenção aos aspectos

91
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

mais destacados a partir de elementos de realce, tais como a


escrita a negrito (em bold), em itálico e/ou sublinhado, as
imagens (figuras ou icons – texto imagético). Muitas vezes, o
leitor não precisa de ler o texto para se aperceber com que tipo
de texto está a lidar. Os elementos iconográficos são dispostos
de tal ordem que o texto se identifica por si, captando a
atenção do público leitor. É que para o leitor ver se o texto é
curto ou longo, não precisa de uma lupa, nem de ler o texto em
toda a sua extensão. Mas, será após a leitura do conteúdo do
texto que algumas dúvidas serão dissipadas, nomeadamente no
que diz respeito ao público visado, informações ligadas ao
assunto, data, hora e local.

Análise linguística

Além dos aspectos ligados à forma, identificáveis a partir de um


olhar (vista geral da mancha gráfica, isto é, daquela parte
impressa, há a leitura do que está impresso do ponto de vista
de fundo, de conteúdo). Presta-se especial atenção à linguagem
usada, às marcas de pessoa gramatical, à conjugação dos
verbos, enfim, aos elementos discursivos.

Sumário

Em síntese:

92
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Considera-se, no geral, sumário uma enumeração das divisões


principais e dos artigos contidos numa publicação periódica,
num livro, num relatório ou documento análogo, seguindo a
ordem do texto. Mas o sumário da aula é um texto de
construção colectiva.

Exercícios

1. “Aquilo que não foi possível tratar na aula, ainda que tenha sido
planificado, não deve constar do sumário da aula”.
a) Explicite melhor a afirmação.
2. Elabore o sumário do seu trabalho de investigação.

Multipla Escolha
1. Sumário é uma enumeração das divisões principais e dos artigos contidos
numa publicação periódica, num livro, num relatório ou documento análogo,
seguindo a ordem do texto.
A. Verdadeira
B. Falso

2. Análise icónica, presta-se especial atenção à linguagem usada, às marcas de


pessoa gramatical, à conjugação dos verbos, enfim, aos elementos.
A. Verdadeira
B. Falso

3. Análise linguística, trata-se de um nível de leitura que é feita tendo em conta o


aspecto formal (do ponto de vista da mancha gráfica) discursivos.
A. Verdadeira
B. Falso

4. Para que um sumário, é importante que um sumário veicule uma


problemática, mostre as questões e esboce as respostas, quer dizer, que nas
entrelinhas contenha um raciocínio original.
A. Verdadeira
B. Falso

5. Umas das funções do sumário é permite ao leitor orientar-se na leitura do


texto ou ler apenas a parte que lhe interessa – trata-se de um ponto de vista
prático.
A. Verdadeira
B. Falso

93
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Respostas: 1A; 2B; 3B; 4A; 5A;

UNIDADE 18
TEXTOS ADMINISTRATIVOS
Introdução
O processo de redacção e compreensão de texto é tão
complexo que exige, até, o conhecimento da tipologia a que o
texto por produzir ou por ler pertence.
Porém, nesta unidade vamos apresentar e tratar especificamente
de textos de carácter administrativo, ou seja, textos funcionais.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

✓ Caracterizar os textos
administrativos;
✓ Indicar os tipos de textos
administrativos.
Objectivos

A Escrita administrativa

A escrita administrativa, também chamada funcional e


institucional, vem-se afirmando, entre nós, desde os anos 60, com

o desenvolvimento do sector dos serviços. A mudança de tipo


de comunicação dentro da empresa é um outro factor a
explicar esse crescimento: a uma comunicação interpessoal,
individualizada e subjectiva substituiu-se uma comunicação
formal, tipológica e objectiva, numa palavra impessoal.

Uma tipologia de textos surge, assim, no horizonte das


instituições e organizações, remetendo-se a sua aprendizagem
para uma prática tão aprofundada e variada quando as
necessidades o exigem. Este facto explica a diversidade de
modelos para o mesmo texto, em diferentes instituições, a

94
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

existência de uma teorização incipiente para alguns deles e a


relutância de muitos funcionários em aceitarem escrever alguns
desses textos, por não terem modelos ou padrões de
referência. Exemplo disto é a dificuldade em encontrar alguém
que em determinadas situações aceite, de bom grado, elaborar
uma acta, um curriculum vitae, uma reclamação, um relatório
ou até um simples memorando.

Os textos administrativos começam agora a figurar entre os textos


trabalhados pela escola.

É bom que assim seja: os alunos adquirem mais confiança no


domínio das diferentes manifestações da Iíngua escrita e as
empresas recebê-los-ão com mais agrado, por apresentarem
uma preparação linguística mais variada.

Sumário

Em síntese:
Os textos administrativos são uma tipologia textual que começa
agora a figurar entre os textos trabalhados pela escola. A
mudança de tipo de comunicação dentro da empresa é um
outro factor a explicar esse crescimento: a uma comunicação
interpessoal, individualizada e subjectiva substituiu uma
comunicação formal, tipológica e objectiva, numa palavra
impessoal.

Exercícios

1. Mencione o conjunto de textos de natureza


administrativa ou funcional. Apresente as principais
diferenças.
2. Depois de responder à pergunta anterior, apresente
graficamente exemplo de um dos textos que mencionou.

95
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Verdadeiro/Falso
1. A escrita administrativa, também chamada funcional e Institucional
A. Verdadeiro
B. Falso

2. A Escrita administrativa, tem como início desde os anos 60, e ate os dias
de hoje é usada nos diversos sectores dos serviços.
A. Verdadeiro
B. Falso

3. Os textos administrativos não fazem dos textos trabalhados pela escola.


A. Verdadeiro
B. Falso

4. A mudança de tipo de comunicação dentro da empresa é um dos factores


a explicar esse o desenvolvimento da escrita administrativa.
A. Verdadeiro
B. Falso

5. A falta de estudos sobre textos administrativos, torna-se dificuldade em


encontrar alguém de bom grado, para elaborar uma acta, um curriculum
vitae, uma reclamação, um relatório ou até um simples memorando.
A. Verdadeiro
B. Falso

Respostas: 1A; 2B;3B; 4A; 5A;

UNIDADE 19
FORMAS DE TRATAMENTO
Introdução

Na produção de documentos ou de textos administrativos


como: um convite, enviar uma carta, um requerimento, um
anúncio, uma acta, uma petição, um cumprimento, e uma
conversação num evento social onde encontra autoridades, é

96
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

comum a pessoa perguntar-se qual o pronome de tratamento


que deve empregar, em meio às dezenas de expressões que se
convencionou considerar as mais respeitosas. Definidos no
âmbito das Boasmaneiras, os pronomes de tratamento são
palavras que exprimem o distanciamento e a subordinação em
que uma pessoa voluntariamente se põe em relação a outra, a
fim de agradá-la e desejar um bom relacionamento. Porém, seu
emprego abusivo poderá afectar negativamente a dignidade da
pessoa que os emprega.

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:


• Conceitualizar as formas de tratamento;
• Utilizar correctamente as formas de tratamento;

• Identificar as entidades a partir das formas de tratamento.


Objectivos

Conceito

Segundo Cunha e Cintra (2002: 292)21, denominam-se pronomes de tratamento certas


palavras e locuções que valem por verdadeiros pronomes pessoais como: você, o senhor,
Vossa Excelência.
Embora designem a pessoa a quem se fala, isto é, a segunda pessoa,
esses pronomes levam o verbo na terceira pessoa.

Ex: Onde é que vocês estão?


Vossa Excelência Senhor Comendador terá de perdoar.

No processo de produção de documentos institucionais ou então de


textos administrativos, somos obrigados a usar formas de
tratamento específicas referentes às entidades a que nos dirigimos.

21
Ibdem

97
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Assim, convém conhecermos as seguintes formas de tratamento referentes e


as abreviaturas com que são indicadas na escrita.

Estas formas aplicam-se à 2ª pessoa, àquela com quem falamos;


para a 3ª pessoa aquela de quem falamos, usam-se as formas Sua
Alteza, Sua Eminência, etc. Mas as últimas podem empregar-se com
valor das primeiras, como expressão de máxima cerimónia,
mormente quando seguidas de aposto que contenha um título
determinado por artigo.

Assim, em lugar de:

Vossa Excelência Senhor Ministro aprova a medida?

É lícito dizer-se

Sua Excelência, o Senhor Ministro, aprova a medida?

Em princípio, os pronomes de tratamento da 2ª pessoa devem acompanhar o


verbo para evitar confusão com o sujeito da terceira.

Seu irmão cantava, e você o acompanhava.

Vossa Reverência já leu este livro?

Sumário

Em síntese:

98
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Pronomes de tratamento são palavras ou expressões que


usamos para nos referir às pessoas, em consideração ao cargo
que exercem, posição social, ou ainda, para indicar formalidade
e respeito.

Os pronomes de tratamento correspondem a pronomes pessoais


e o verbo correspondente é conjugado na 3ª pessoa.

Exercícios

1. Indique as formas de tratamento para as seguintes entidades:


• Presidente da República
• Vice-Presidente da República
• Ministros do Governo
• Funcionários graduados
• Organizações comerciais e industriais
• Arcebispos e Bispos
• Papa

2. Utilize correctamente Vossa ou Sua, conforme a pessoa do


discurso:
i. …………………. Excelência estava bem-humorado. ii.
…………………. Excelência pretende viajar para a Europa?

Multipla Escolha

1. O Pronome da abreviatura Vossa Alteza é:


a) V.A.
b) V.M.
c) V.S.
d) V.Sa

2. Em relação as formas de tratamento, uso do termo “reitores das universidades”, o


seu pronome é:
a) Vossa majestade
b) Vossa magnificência
c) Vossa Excelência

99
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

d) Vossa Eminência

3. O Pronome da abreviatura Vossa Santidade é:


a) V.A.
b) V.M.
c) V.S.
d) V.Sa

4. O Pronome da abreviatura Vossa Senhoria é:


a) V.A.
b) V.M.
c) V.S.
d) V.Sa

5. Em relação as formas de tratamento, uso do termo “cardeal”, o seu pronome é:


a) Vossa majestade
b) Vossa magnificência
c) Vossa Excelência
d) Vossa Eminência

Resposta: 1A; 2D; 3C; 4D; 5D

UNIDADE 20 A CARTA

Introdução

Na unidade 18, abordamos acerca de textos administrativos,


num cômputo geral. Agora, vamos tratar essencialmente da
carta, um dos tipos de texto que pertence à tipologia textual
em causa.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:
✓ Conceber a carta do ponto de vista do conceito tradicional, por um lado, e
moderno, por outro;


Explicar as diferenças básicas encontradas entre a carta e
Objectivos
os restantes textos administrativos;
✓ Justificar a estrutura fulcral de apresentação gráfica da
carta.

100
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

A Carta

É uma conversa por escrito, dirigida a uma pessoa ausente -


assim se define tradicionalmente a carta. A simplicidade da
definição não corresponde, porém, à dificuldade em
escrever cartas. Trata-se de um meio de comunicação muito
antigo que tem visto o seu espaço ser conquistado, no
mundo moderno, por meios mais rápidos como o telefone,
a rádio, o fax e, em muitas das suas velhas funções, pelo
próprio jornal. Contudo, a sua actualidade mantém-se tal
como as suas características: economia, personalização,
substituto do diálogo.

Como é uma conversa, o estilo da carta deve ser coloquial,


isto é, manifestar a maneira de ser de quem a escreve e de
quem a Iê. Este cuidado em ser natural e adaptar-se ao
receptor é uma das exigências da carta, juntamente com a
clareza, a expressividade e a síntese.

As cartas dividem-se em privadas e comerciais,


subdividindose cada um dos grupos numa série de outros
tipos conforme as situações e a natureza da comunicação.

As primeiras destinam-se a familiares e amigos e têm como


qualidades principais: a correcção gramatical e a delicadeza,
que a familiaridade e a intimidade não dispensam, a ordem
e a boa apresentação, isto é, sem rasuras nem emendas, em
papel normalizado, sendo de preferência manuscritas. A
frase deve ser simples, eliminando as dificuldades de
construção e indo por partes, ao fazer corresponder a uma
frase poucas ideias. As segundas são frequentes no mundo
dos negócios, onde constituem o documento escrito mais

101
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

importante, e dizem respeito à compra e venda de alguma


coisa. São caracterizadas pelo sentimento útil e, como o
comércio e o seu estilo, não só devem permitir uma
comunicação eficaz como deixar uma impressão favorável
na pessoa que as recebe. O seu objectivo principal é obter
uma reacção positiva. Para isso, contribuem qualidades
como:

- a Clareza - procurada através de frases curtas, da


ordem directa das palavras na frase, de um vocabulário
cuidado, e, ainda, através da eliminação dos gerúndios, das
palavras rebuscadas, dos circunlóquios e das expressões
gastas. - A Concisão - obtida através da revisão do escrito,
da eliminação de expressões inúteis, ideias repetidas e
pormenores sem interesse, indo directamente ao assunto,
mas evitando a escrita telegráfica e a frase vaga.

- A Precisão - conseguida pelo uso do termo próprio


para cada coisa, tendo o dicionário sempre ao lado, pelo
abandono das orações subordinadas e pela apresentação
de explicações.

Estrutura:

1. Cabeçalho (nas comerciais) - contém o nome da


empresa, o endereço, o número de telefone, o de
telefax e o de contribuinte.

2. Data - coloca-se ao alto, à direita ou à esquerda nas


cartas comerciais e à esquerda nas familiares. Nestas,
pode aparecer também no fim, à esquerda da
assinatura, como forma de respeito e consideração.

102
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

3. Endereço ou direcção - aparece, em geral, no envelope


ou sobrescrito ou, nas comerciais, na folha da carta
quando se usa um envelope com janela. Neste último
caso, a sua colocação varia: lngleses e Americanos
escrevem-na à esquerda, os Franceses, à direita. Entre
nós, adoptam-se as duas posições. É importante que
estejam presentes todos os elementos necessários para
a identificação do destinatário e da sua residência.

4. Saudação ou fórmula de tratamento - escreve-se à


esquerda, alinhada com a primeira palavra da carta. A
sua escolha deve ser criteriosa não só porque há normas
rigorosas, particularmente nas cartas comerciais, como
porque o nosso interlocutor pode não se rever na forma
de tratamento por nós usada, o que o leva a olhar-nos
de lado. Apresentamos algumas.

Exemplo:

103
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Sumário

Em síntese:
A carta é, assim, definida tradicionalmente como uma
conversa por escrito, dirigida a uma pessoa ausente. Ela
classifica-se em privada e comercial, que, por sua vez,
conforme as situações e natureza da comunicação,
subdividese cada um dos grupos numa série de outros
tipos.

Contribuem como qualidades tais como: a Clareza, a


Precisão, a Concisão, entre outras.

Exercícios

1. Distinga a carta privada da comercial.


2. Redija uma carta comercial, solicitando um estágio durante um
semestre.
3. Indique, na carta que produziu, as partes que a compõem.

Verdadeiro ou Falso

1. A carta uma conversa por escrito, dirigida a uma pessoa ausente - assim se define
tradicionalmente a carta.
A. Verdadeiro
B. Falso

2. As cartas dividem-se em privadas e comerciais, subdividindo-se cada um dos


grupos numa série de outros tipos conforme as situações e a natureza da
comunicação.
A. Verdadeiro
B. Falso

104
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Respostas: 1 A; 2 A;

Múltipla Escolha

1. Em relação a estrutura da carta ponto onde contém o nome da empresa, o


endereço, o número de telefone, o de telefax e o de contribuinte, é denominado
de:
a) Cabeçalho
b) Data
c) Endereço
d) Saudação

2. Em relação a estrutura da carta ponto onde coloca-se ao alto, à direita ou à


esquerda nas cartas comerciais e à esquerda nas familiares, é denominado de:
a) Cabeçalho
b) Data
c) Endereço
d) Saudação

3. Em relação a carta, o ponto onde coloca-se em geral, no envelope ou sobrescrito


ou, nas comerciais, na folha da carta quando se usa um envelope com janela é
denominado de:
a) Cabeçalho
b) Data
c) Endereço
d) Saudação

4. Em relação a carta, a ponto em que escreve-se à esquerda, alinhada com a primeira


palavra da carta, é denominada de:
a) Cabeçalho
b) Data
c) Endereço
d) Saudação

Resposta: 1 A; 2 B; 3 C; 4 D;

105
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

UNIDADE 21 A CONVOCATÓRIA

Introdução

Sempre que pretendemos reunir com um público determinado,


seja escolar, comunitário e outro, há sempre uma prévia
necessidade de informar todos os participantes previstos para
fazer parte dessa reunião. Porém, para o efeito, é lhes
formulado um documento numa data que antecede o encontro
denominado Convocatória, o texto de que falaremos nesta
unidade.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

- Conceitualizar o termo convocatória;

- Explicar detalhadamente as técnicas a ter em conta na


Objectivos
elaboração/produção da convocatória;
- Aplicar os elementos que compõem a convocatória no acto da
produção da mesma.

Convocatória

É um documento que chama sócios para reunir, elaborado por


quem tem poderes institucionais para o fazer. Normalmente, é
dada a conhecer por aviso postal para cada participante, com
antecedência considerada necessária – nas associações é de
oito dias.

Trata-se de um texto de utilidade pública, feito no contexto da


realização de uma reunião. Estruturalmente comporta três
partes essenciais, sendo:

- O cabeçalho (onde se encontra identificada o tipo de documento, a


instituição e a entidade emissora da convocatória);

106
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

- O corpo (onde se encontra inserido o texto principal). Neste, é


devidamente indicado o local, a data, a hora da reunião, a
respectiva ordem de trabalhos; o assunto ou os assuntos a serem
tratados na reunião; o tipo de sessão ou reunião – ordinária ou
extraordinária; e

- O fecho (a data em que ela é feita, a entidade responsável


pela emissão da convocatória e finalmente a
assinatura desta mesma pessoa).

Técnicas de elaboração

Em princípio, não há uma técnica propriamente dita, mas há,


obviamente, elementos a ter em conta antes da sua
elaboração, nomeadamente:

a. deve conter uma agenda (pontos a discutir na reunião


prevista).

b. a convocatória é endereçada a um público alvo bem


definido, podendo ser: a comunidade escolar (pais e
encarregados de educação, alunos em geral, professores
da escola, funcionários etc.).

c. deve haver a indicação do local e da data.

Análise icónica

A leitura icónica é feita inconscientemente, numa primeira fase,


visto ser baseada nos elementos que se nos apresentam diante
de nossos olhos. O olhar é dirigido, mas ver é um acto
involuntário. Ao observarmos o material impresso, notamos os
elementos mais salientes, destacáveis. Apercebemo-nos da
extensão do texto. Ora todas estas ilações são tiradas

107
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

involuntariamente. Trata-se de operações que acontecem a


nível do nosso cérebro, mas que não dependem dum esforço
físico ou psíquico empreendido por nós. Esta leitura permite
identificar o texto, antes da sua leitura conteudística. Nela,
presta-se especial atenção aos aspectos mais destacados a
partir de elementos de realce, tais como a escrita a negrito (em
bold), em itálico e/ou sublinhado. Muitas vezes, o leitor não
precisa de ler o texto para se aperceber com que tipo de texto
está a lidar. Os elementos iconográficos são dispostos de tal
ordem que o texto se identifique por si, captando a atenção do
público leitor. Ora, será após a leitura conteudística do texto
que algumas dúvidas serão dissipadas, nomeadamente no que
diz respeito ao público visado, assunto, data, hora e local.

Análise linguística

Trata-se da análise de conteúdo, da linguagem usada na


redacção desta tipologia de textos; as marcas de pessoa
gramatical, as formas de tratamento, de persuasão, entre
outros.

Sumário

Em síntese:
Convocatória é um documento que chama sócios, com
antecedência necessária, para reunir, elaborado por quem tem
poderes institucionais para o fazer. Todavia, não há uma técnica
propriamente dita, mas há elementos a ter em conta antes da
sua elaboração: uma agenda, um público-alvo bem definido, a
indicação do local e da data da realização da reunião.

108
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Exercícios

1. Em poucas palavras, diferencie a convocatória do convite.


2. Elabore uma convocatória, chamando os membros da assembleia
geral para uma reunião ordinária de balanço trimestral das
actividades desenvolvidas na sua instituição.

Verdadeiro ou Falso

1. Convocatória é um documento que chama sócios para reunir,


elaborado por quem tem poderes institucionais para o fazer.
C. Verdadeiro
D. Falso

2. O cabeçalho é onde se encontra inserido o texto principal.


A. Verdadeiro
B. Falso

3. O corpo é onde se encontra identificada o tipo de documento, a


instituição e a entidade emissora da convocatória;
C. Verdadeiro
D. Falso

4. Análise linguística, trata-se da análise de conteúdo, da linguagem


usada na redação desta tipologia de textos.
A. Verdadeiro
B. Falso

5. A leitura icónica é feita inconscientemente, numa primeira fase, visto


ser baseada nos elementos que se nos apresentam diante de nossos
olhos.
A. Verdadeiro
B. Falso

6. A convocatória é endereçada a um público-alvo bem definido,


podendo ser: a comunidade escolar.
A. Verdadeiro

109
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

B. Falso

Respostas: 1 A; 2 B; 3 C; 4 A; 5 A;

UNIDADE 22

A ACTA

Introdução

Os textos administrativos ou funcionais são textos que se usam dentro


das mesmas instituições ou entre instituições diferentes, daí a
designação de textos institucionais.
Porém, nesta unidade fazemos abordagem da acta, sobretudo, a sua
função institucional e técnicas envolvidas na sua elaboração.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

- Distinguir a acta dos outros textos de índole administrativa;


- Fundamentar os elementos que compõem a acta e a respectiva

Objectivos sequenciação;

- Elaborar uma acta baseada em factos acontecidos e discutidos numa


reunião.

Definição

Acta é a reprodução de factos, decisões e opiniões reportados a


assembleias, reuniões ou conselhos [...] é o relato oficial de
tudo o que se passou durante a reunião de uma instituição,
departamento, secção, conselho ou grupo de trabalho.
Costuma fazer-se a distinção entre projecto de acta e a acta
propriamente dita, coincidindo a passagem do primeiro à
segunda com o momento da sua aprovação.

110
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Este documento é elaborado pelo secretário da reunião que


tem a ingrata, difícil e a penosa tarefa de, ao longo dela,
recolher os apontamentos indispensáveis à sua elaboração
posterior do projecto de acta. Mais tarde, com a ajuda do
presidente, em caso de necessidade, ordená-los-á e redigirá
uma primeira versão. O projecto de acta é escrito no livro de
actas, cujas folhas devem estar rubricadas e numeradas – as
folhas, não as páginas, pois cada folha tem duas páginas – pelo
presidente da Mesa da Assembleia Geral, o mesmo
acontecendo com os termos de abertura e de encerramento.

A redacção deve ser simples, concisa e clara; não deve haver


abreviaturas e os números tal como as datas escrevem-se por
extenso; intervalos em branco, interlinhas e rasuras são
eliminados. Enquanto o projecto de acta, ou minuta, não for
aprovado em Assembleia Geral, é pertença de quem o
elaborou, que pode fazer as alterações que achar para a sua
compreensão e fidelidade.

Nela são relatadas todas as intervenções dos participantes da


reunião. A sua redacção obedece a uma fórmula fixa de
introdução e fecho, começando-se do seguinte modo: (aos nove
dias, do mês de Junho de dois mil e sete, nas instalações da
Faculdade de Educação e Comunicação, realizou-se uma
reunião, que obedeceu à seguinte ordem de trabalhos/ou cuja
agenda encontra-se em anexo…

Estruturalmente, a acta pode ser dividida em três partes fundamentais,


nomeadamente:

111
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

➢ O cabeçalho, contendo a identificação do documento e o respectivo


número de ordem;

➢ O corpo, comportando os relatos das várias etapas e intervenções dos


participantes;
➢ O Fecho, contendo a fórmula fixa do fecho e as assinaturas do
presidente e do secretário da reunião.

Técnicas de elaboração

Ao longo da elaboração da acta, há formas próprias de


introdução das intervenções/falas dos participantes da reunião,
como os actos de fala que a seguir alistamos:

- referindo-se à questão do… ele teria dito que…


- usando da palavra, o Sr. Mahulana, afirmou que… disse
que… realçou o facto de que…

- apelou aos presentes para que…


- questionou o facto de…
- perguntou,
- disse ter ficado impressionado, chateado, escandalizado
com o facto de…

- João Wanicela disse não concordar com a posição do seu


colega…

- Benilde, chefe da turma, interveio para aclarar algumas


questões que constituíam embaraço…

A acta obedece a uma fórmula fixa do fecho, que é: não


havendo mais a tratar, a reunião foi encerrada (dada por
terminada), da qual foi lavrada/(se lavrou) a presente acta, que,

112
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

depois de lida, será assinada pelo Presidente (ou…) e por mim


que secretariei a reunião.

NB:

➢ Os espaços em branco, na acta, devem ser trancados de


forma a evitarem-se acréscimos posteriores.

➢ Em caso de falha ao longo da redacção da acta, esta não


deve ser rasurada nem borrada, devendo-se, nestes casos,
acrescentar-se a palavra digo, logo depois da falha e
colocando a palavra correcta pretendida.

Elementos Discursivos

-Uso da voz passiva e das formas do particípio passado


(relativamente ao ponto número três, foi dito que… ficou
acordado que… decidiu-se que as reuniões serão feitas…);

-Uso do discurso indirecto (ele disse que…);

-Uso do pretérito perfeito, mas também das formas do


imperfeito… (ele teria dito que…), coube a vez a Fernando
Sumabane que interveio para questionar sobre se não haveria
espaço para mais um ponto na agenda.

Sumário

Em síntese:

A acta é um meio de informação da “vontade colectiva”; o


elemento de prova e de interpretação dessa vontade; o registo
da vida das instituições; depois de aprovada, é imutável e só a

113
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Assembleia pode permitir que ela seja objecto de avaliação


posterior.

Exercícios

1. Da convocatória que elaborou na unidade anterior,


elabore a respectiva acta que é fruto da reunião
realizada.
2. Divida a acta que produziu em partes correspondentes à
estrutura do texto.

Verdadeiro ou Falso

1. Acta é a reprodução de factos, decisões e opiniões reportados a


assembleias, reuniões ou conselhos.
A. Verdadeiro
B. Falso

2. Estruturalmente a Acta pode dividida em cabeçalho, corpo e fecho.


A. Verdadeiro
B. Falso

3. O cabeçalho, contendo a fórmula fixa do fecho e as assinaturas do


presidente e do secretário da reunião.
A. Verdadeiro
B. Falso

4. O corpo, comportando os relatos das várias etapas e intervenções dos


participantes.
A. Verdadeiro
B. Falso

5. O Fecho, contendo a identificação do documento e o respectivo número


de ordem.
A. Verdadeiro
B. Falso

114
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Respostas: 1 A; 2 A; 3 B; 4 A; 5 B;

UNIDADE 23
TEXTO EXPOSITIVO-EXPLICATIVO
Introdução
O texto expositivo-explicativo dá a conhecer e/ou esclarece
determinadas situações ou factos. É um tipo de texto cujo
objectivo se prende essencialmente com o conhecimento da
realidade, a respeito da qual oferece um saber.

Nesta unidade apresentamos detalhadamente o texto


expositivoexplicativo, no concernente à conceitualização;
característcas estruturais e discursivas; bem como os princípios
que regulam a construção do referido texto.

115
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

Definir o conceito e os objectivos do texto expositivo –

Objectivos explicativo;

Analisar o material icónico dos textos


expositivoexplicativos.

Definição
O texto expositivo/explicativo é um tipo de texto cuja intenção
de comunicação se prende essencialmente com conhecimento
da realidade, a respeito da qual oferece um saber.
A finalidade de acção da linguagem a atingir é a de informar,
isto é, de transmitir conhecimentos ao destinatário relativo a
um referente preciso. Por isso, o texto expositivo/explicativo é
um texto conceptual, visa instruir o estado cognitivo do
destinatário.
Características
Quanto à organização textual
A análise de qualquer texto requer o conhecimento das regras do
seu funcionamento, da sua estruturação, isto é, da sua gramática.

Da mesma forma que o campo da linguística desenvolve


estudos visando a consciencialização dos elementos da frase,
torna-se imperioso o estudo dos elementos caracterizadores de
cada tipo de texto.
Collier (1986: 8) apud Adam resume as fases de construção
do texto expositivo/explicativo em três momentos:
1) A fase de questionar
2) A fase de resolução
3) A fase de conclusão
Estes três momentos (introdução, desenvolvimento e
conclusão) podem ou não aparecer explícito na superfície do
texto. Todavia, a fase de questionar não contém
necessariamente uma interrogativa directa ou indirecta;
poderá, por exemplo, ser constituída apenas pela explicitação

116
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

do tema/assunto da exposição, às vezes, aparece no título do


texto.
A ordem de ocorrência destas fases, regra geral, obedece ao
seguinte encadeamento: de questão poder-se-á ir à resolução,
ou optar-se pela antecipação da parte conclusiva.
Exemplo 1:
Introdução – uma reflexão sobre influência da droga no rendimento
escolar da camada juvenil.
Implicitamente temos uma questão:
A droga influencia? Porquê? Como?
Desenvolvimento – Expor-se-ão as principais ideias sobre a
influência da droga no rendimento escolar.
Conclusão – Apresentar-se-ão as principais conclusões sobre o
objecto problematizado.
Exemplo 2:
“A droga provoca um fraco rendimento escolar na camada
juvenil, o que origina o abandono dos estudos”.
Desenvolvimentos – Apresentam-se enunciados que fazem
compreender a observância do baixo rendimento nos
consumidores de estupefacientes.
Quanto ao tipo de enunciados
O texto expositivo/explicativo tem uma própria textura
que o distingue das outras formas de discurso.
Assim, este género textual é composto por três tipos de enunciados:
1. enunciados de exposição, contendo uma sucessão de
informações que visam fazer saber.

2. enunciados de explicação que tem como finalidade fazer


compreender o saber transmitido.
3. enunciados que marcam as articulações do discurso:
anunciar o que vai ser dito; resumir o que se disse;
antecipar o que vai ser dito, através de títulos, subtítulos,
numerações, etc., focalizar o que é dito através de
sublinhados e de mudanças tipográficas. Os discursos de

117
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

manuais (usados nas escolas) têm a ver com saberes


científicos de base de uma disciplina, escritos por autores
que não são, grosso modo, pesquisadores; jogam, sim,
um papel de intermediários, Beacco, 1990. Este facto leva
o autor da compilação a usar estratégias que ajudarão o
estudante a compreender o texto.

Características Linguísticas
O texto expositivo/explicativo é um discurso de verdade, a sua
objectividade manifesta-se através de formas linguísticas
próprias. Ele é emitido por um locutor ao qual não são
contestados nem o poder nem o saber. Quando se põe em
causa esta autoridade, entra-se no domínio da polémica,
perdendo, assim o estatuto de texto de explicação. É objectivo
e isento de ataques.
A análise deste tipo de discurso mostra a existência de uma diversidade de
modos de comunicação:
✓ emprego da passiva;
✓ nominalizações;
✓ apagamento do sujeito falante;
✓ emprego de um presente com valor genérico;
✓ uso de expressões que explicam os conteúdos veiculados;
✓ articuladores.
Uma das características do texto expositivo/explicativo consiste
na abstracção do sujeito entanto que membro duma sociedade
determinada; deve neutralizar tudo o que se possa resultar de
uma apreciação pessoal, subjectiva. O discurso expositivo
deverá, por isso, fazer desaparecer do enunciado toda a
referência a um caso particular, a um momento determinado e
situar-se no universal. A forma passiva é um mecanismo para
tornar impessoal o discurso científico; ela é usada como uma
estratégia de objectividade, de afastamento do sujeito
enunciador do seu discurso.
Em suma, usam-se procedimentos de invisibilidade, mesmo que
em alguns textos apareça um nós, eu, estarão desprovidos do
valor individualizante. Por se tratar de um discurso monológico,
observa-se a ausência de tu.

118
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

As nominalizações, processo que consiste na transformação de


um sintagma verbal, ou adjectival num nome, permite, em
certos casos, condensar o que foi dito, assegurar uma
determinada orientação da reflexão.
Exemplo:
“Quando os animais e as plantas morrem, os corpos apodrecem
(SV) e acabam por desaparecer na terra. O apodrecimento (N) é provocado
por organismos (...)”.
Quanto aos tempos verbais, a forma essencial é o presente
com valor genérico ou estativo que enuncia as propriedades.
Exemplo:
“O gato é um animal vertebrado”.
A informação contida nesta frase constitui uma verdade que
perdura, independentemente da sua enunciação.
O presente genérico não pode ser oposto a um passado
ou um futuro, trata-se de uma forma temporal “zero”,
Mainguenean (1991: 65).
Um presente com valor deíctico (actual) reenvia ao momento de
exposição.
As expressões explicativas têm um papel importante
nos textos expositivos/explicativos, permitindo ao emissor
tornar mais clara a sua comunicação e orientar a compreensão
do receptor.
Definidos como elementos que asseguram as relações
entre as diversas partes do texto, quer a nível intrafrásico,
interfrásico, quer entre parágrafos, no texto
expositivo/explicativo, estes elementos com frequência são de
natureza lógica.
Estes conectores podem marcar laços de adição
(também, igualmente) oposições (mas, ao contrário) laços de
consecução ou de causalidade (porque, visto que, dado que).

119
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Sumário

Em síntese:
O objectivo do texto expositivo/explicativo é o de comunicar de
forma clara e pormenorizada, a um leitor determinado, que se
supõe detentor de um saber insatisfatório, o que deve saber de
um facto, assunto ou de um problema.
A definição deste tipo de texto apresenta-se polémica, pois há
estudiosos que usam variada terminologia, fundamentando as
suas posições. Assim, é frequente encontrar em alguns livros
teóricos termos como: texto explicativo, texto expositivo, texto
argumentativo, etc.

Exercícios

1. Qual é o objectivo essencial do texto expositivo/explicativo?


2. Leia atentamente um texto expositivo/explicativo à sua escolha e
responda às questões a seguir indicadas.
a) Indique os principais aspectosque o caracterizam
como um texto expositivo/explicativo.
b) Identifique o objectivo deste texto explicativo.
c) Destaque as três fases distintas de construção do
texto expositivo/explicativo, segundo Collier (1986).

Verdadeiro ou Falso

1. O texto expositivo/explicativo é um tipo de texto cuja intenção de


comunicação se prende essencialmente com conhecimento da realidade, a
respeito da qual oferece um saber.
A. Verdadeiro
B. Falso

Respostas: 1 A

Múltipla Escolha
1. Collier (1986: 8) apud Adam resume as fases de construção do texto
expositivo/explicativo em três momentos, excepto:
a) A fase de questionar

120
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

b) A fase de resolução
c) A fase de conclusão
d) A fase de discussão

2. O enunciado que contem uma sucessão de informações que visam fazer saber é
denominada:
a) Enunciados de exposição
b) Enunciados de explicação
c) Enunciado de articulações do discurso
d) Nenhuma das opções esta correcta

3. O enunciado que que tem como finalidade fazer compreender o saber


transmitido.
é denominada:
a) Enunciados de exposição
b) Enunciados de explicação
c) Enunciado de articulações do discurso
d) Nenhuma das opções esta correcta

4. Anunciar o que vai ser dito; resumir o que se disse; antecipar o que vai ser dito, através de
títulos, subtítulos, numerações, etc., são frases que caracterizam o enunciado denominado
de:
a) Enunciados de exposição
b) Enunciados de explicação
c) Enunciado de articulações do discurso
d) Nenhuma das opções esta correcta

Resposta: 1D; 2 A; 3B; 4C.

121
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

UNIDADE 24
TEXTO EXPOSITIVO-ARGUMENTATIVO
Introdução
O texto argumentativo é um dos textos pertencentes à tipologia
de textos expositivos, no qual o autor apresenta as suas ideias
ou opiniões acerca do que vê, pensa ou sente, ao contrário do
que acontece com o explicativo – texto que apresenta factos
sobre uma realidade.
Nesta unidade pretendemos apresentar a definição do texto
argumentativo; estrutura e vias de argumentação e de
explicação, no quadro do texto expositivo-argumentativo.

Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

• Caracterizar o texto Expositivo-Argumentativo;


• Identificar as estratégias argumentativas;

Objectivos Redigir textos expositivo-argumentativos.

Conceito da Argumentação

A argumentação visa persuadir o leitor acerca de uma posição. Quanto mais polémico
for o assunto em questão, mais dará margem à abordagem argumentativa. Pode
ocorrer desde o início quando se defende uma tese ou também apresentar os aspectos
favoráveis e desfavoráveis posicionando-se apenas na conclusão.

Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o


primeiro ligado à razão supõe ordenar ideias, justificá-las e
relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca capturar o
ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo.

Os argumentos devem promover credibilidade. Com a busca de


argumentos por autoridade e provas concretas, o texto começa
a caminhar para uma direcção coerente, precisa e persuasiva.
Somente o facto pode fortalecer o texto argumentativo. Não
podemos confundir facto e opinião. O facto é único e a opinião
é variável. Por isso, quando ocorre generalização dizemos que
houve um “erro de percurso”.

122
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Segundo Rei (1990: 88) “Um argumento é um raciocínio


destinado a provar ou refutar uma afirmação destinada a fazer
admitir outra”.

Ainda de acordo com o mesmo autor, a teoria da argumentação


estuda as técnicas discursivas que permitem provocar ou
aumentar a adesão dos espíritos às teses que apresentamos ao
seu consentimento. Sem se afastar da dialéctica, da lógica e da
retórica. A argumentação investiu no campo da psicologia, da
sociologia e da teoria geral da informação, indo nestes campos
procurar alguma luz sobre como reage o homem, quando
exposto às mensagens persuasivas, como altera as suas
convicções e o seu comportamento.

Argumentos e Provas
Já definimos o argumento como um raciocínio destinado a
provar ou refutar uma afirmação ou, ainda, uma afirmação
destinada a fazer admitir outra. Os argumentos são, portanto,
elementos abstractos, cuja disposição no discurso dependerá
da sua força argumentativa, aparecendo, assim, no texto, numa
disposição crescente, decrescente ou dispersa.

Ordens das Provas


As provas têm a função de sustentar os argumentos e são de três
ordens (Jules Verest, 1939: 468-471):
Naturais - incluem os textos das leis, o testemunho das
autoridades, as afirmações das testemunhas e os documentos
de qualquer espécie;
Verdades e princípios universais - são reconhecidos, deste modo,
por todos e apresentados sob a forma de raciocínio reduzido.
O Exemplo – é um caso particular, real ou fictício, que tem uma
analogia verdadeira com o caso que nos ocupa. A intenção é, a
partir dele, inculcar uma verdade geral da qual deduzimos uma
proposição que queremos estabelecer.
Percurso da Argumentação
Segundo Rei (1990: 90), são caminhos do pensamento para
"justificar uma opinião, desenvolver um ponto de vista, reflectir
para chegar a uma decisão". Bellenger (1988: 16) define que
“são processos de organização das ideias, segundo a natureza

123
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

dos laços que unem os elementos ou as etapas do edifício


persuasivo: onde operam os argumentos, escolhidos e
dispostos, tendo em vista uma argumentação concreta”.
No processo de argumentação, usam-se, com frequência, os
seguintes termos, de acordo com o contexto, como a seguir se
apresentam:
• Adversidade: (oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo,
entretanto, senão, que.
• Alternância: ou; e as locuções ou...ou, ora...ora, já...já,
quer...quer...
• Conclusão: logo, portanto, pois.
• Explicação: que, porque, porquanto...
• Causa: que, como, pois, porque, porquanto; e as locuções: por isso
que, pois que, já que, visto que...
• Comparação: que, do que (depois de mais, maior, melhor ou
menos, menor, pior), como; e as locuções: tão...como,
tanto...como, mais...do que, menos...do que, assim como, bem
como, que nem...
• Concessão: que, embora, conquanto. Também as locuções: ainda
que, mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que,
por mais que, por menos que...
• Condição: se, caso. Também as locuções: contanto que, desde que,
dado que, a menos que, a não ser que, exceto se...
• Finalidade: As locuções para que, a fim de que, por que...
• Consequência: que (precedido de tão, tanto, tal) e também as
locuções: de modo que, de forma que, de sorte que, de maneira
que...

Para Dr. Francisco Fernando Lopes (www.esffl.pt), na


argumentação é necessário ter-se sempre em atenção os
seguintes aspectos:

• a correcta estruturação e ordenação das frases;

• o uso correcto dos conectores de discurso;

• o respeito pelas regras da concordância;

• o uso adequado dos pronomes, que evitam as repetições do nome;

124
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

• a utilização de um vocabulário variado, com recurso a sinónimos,


antónimos, hiperónimos e hipónimos.

A progressão e a articulação do texto são conseguidas,


sobretudo, através do uso dos conectores ou articuladores do
discurso, que vão fazendo progredir o texto de uma forma
permanente e articulada. O quadro que se segue mostra alguns
exemplos de aplicação:

Quadro – Conectores de discurso

para reiterar, reafirmar retomando a questão, penso que, a meu


ver, creio que, estou certo, em
nosso entender

para concordar, provar, efectivamente, com efeito


exprimir certeza

para refutar, manifestar


oposição, restringir ideias no entanto, mas, todavia, contudo,
porém, apesar de, em sentido contrário,
refutando, pelo contrário, ao contrário,
por outro lado, com a ressalva de

para exemplificar por exemplo, como se pode ver, assim,


tome-se como exemplo, é o caso de, é o
que acontece com

para explicitar significa isto que, explicitando melhor,


não se pretende com isto, quer isto dizer,
a saber, isto é, por outras palavras

125
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

para concluir finalmente, enfim, em conclusão,


concluindo, para terminar, em suma, por
conseguinte, por consequência

para estabelecer conexões então, após, depois, antes,


de tempo anteriormente, em seguida,

seguidamente, quando, até que, a


princípio, por fim

para referenciar espaço aqui, ali, lá, acolá, além, naquele lugar, o
lugar onde, ao lado de, à esquerda, à
direita, ao centro, no meio, mais adiante

para indicar ordem em primeiro lugar, primeiramente, em


segundo lugar, seguidamente, em
seguida, começando por, antes de mais,
por último, por fim

para estabelecer conexões


porque, visto que, dado que, uma vez que
de causa

de tal modo que, de forma que, tanto


para estabelecer conexões que, e por isso
de consequência

para expressar condição,


hipótese se, a menos que, a não ser que, desde
que, supondo que, se por hipótese,
admitindo que, excepto se, se por acaso

para estabelecer conexões para que, para, com o fim de, a fim de
de fim que, com o intuito de

para estabelecer relações e, ora, e também, e ainda

126
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

aditivas
para estabelecer relações ou, ou então, seja...seja, quer...quer
disjuntivas

para expressar do mesmo modo, tal como, pelo mesmo


semelhança, comparação motivo, pela mesma razão, igualmente,
assim como

Estrutura do Texto Argumentativo

O texto argumentativo, oral ou escrito, estrutura-se basicamente


num plano tripartido:

1. Exórdio – é a primeira parte de um discurso, preâmbulo, a


introdução do discurso que consiste em:

a) Exposição do tema;

b) Exposição das ideias defendidas (pode recorrer-se à


explicitação de determinados termos, à apresentação de
esquemas da exposição, à referência de outras opiniões,
etc.).

2. Narração/confirmação – é a parte do discurso em que o orador


desenvolve as provas, consiste na utilização de argumentos
(citação de factos, de dados estatísticos, de outros exemplos,
de narração de acontecimentos, etc.).

3. Peroração/epílogo – é a parte final de um discurso, a sua


conclusão, o remate, síntese, recapitulação.

127
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Vias de Argumentação
1. Via Lógica
Trata-se, neste primeiro percurso, de modelos de raciocínios herdados
das disciplinas ligadas ao pensamento: a indução, a dedução, o raciocínio
causal.
I. A Indução – é a forma habitual de pensar do
singular ao plural, do particular ao geral.
Pode tomar duas formas: totalizante, quando
se estabelece a partir do recenseamento de
um todo, adquirindo o estatuto de prova -
como quando, depois da chamada,
afirmamos "os alunos estão todos";
generalizante, quando o recenseamento
completo não é possível e o raciocínio
indutivo nos leva de uma parte ao todo, por
generalização - por exemplo, quando se
afirma: "Os portugueses são hospitaleiros".
Este é o procedimento mais usual, mas o
menos rigoroso, pois a generalização implica
simplificação, e com ele vem o engano, o
idealismo e a teorização.
II. A Dedução - dois princípios estão na sua
base: o da não contradição - quando duas
afirmações se contradizem uma delas é falsa
- e o da progressão do geral para a particular
- através de articulação lógica expressa por
"assim", "portanto" ou "logo".
Por exemplo, o silogismo - constituído por três
proposições ou afirmações - chamadas premissas as
duas primeiras (apelidada uma de "major" e outra
de "menor"), conforme o termo que contém, e
conclusão, a terceira - deve possuir três termos e
combiná-Ios dois a dois. Veja:
Os Homens são mortais
Sócrates é um homem
Sócrates é mortal.

III. O raciocínio causal - "Asseguremo-nos bem


do facto, antes de nos inquietarmos com a
causa" aconselhava Fontenelle (L. Bellenger,
1988: 27), o papel preponderante do

128
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

raciocínio causal, na argumentação, assenta


em duas transposiões constantes: da causa
para o efeito e do efeito para a causa,
conduzindo ao pressuposto de que "o
conhecimento das causas permitirá remediar
o facto constatado" (ibid. 27), quer dizer,
suprimamos as causas e o problema estará
resolvido, o que leva as pessoas a
preocuparem-se mais com as razões do
presente do que com o modo de melhorar o
futuro.

Via Explicativa

A Via Explicativa à semelhança da anterior procura fazer


compreender e tornar inteligível a informação da
argumentação. Para Bellenger (ibid.: 36-45), via explicativa usa
as definições, as comparações, a analogia, a descrição e a
narração. O explicar pretende convencer com o máximo de
objectividade.
I. A definição - definir é dizer a verdade e
responde à necessidade de compreender. A
necessidade de definir aumenta a credibilidade de
quem quer convencer.
II. A comparação - usa-se a comparação para
provar a utilidade, a bondade, o valor de uma coisa,
um resultado, uma opinião. A técnica comparativa é
simples, fácil de compreender, inscrita nos nossos
hábitos, levando-nos a usá-la, activa e passivamente,
de forma natural e sem disso nos darmos conta. A
comparação procura fazer passar identidades entre
factos, pessoas ou opiniões diferentes e transpor
valores de sistemas independentes e autónomos:
estas passagens e transposições são manipuladoras
e pretendem chocar, colocar problemas de
consciência, questionar os modelos culturais e as
normas vigentes.
III. A analogia – “é a imaginação em auxílio da
vontade de se explicar e de convencer.” (L.
Belllenger, 1988: 41). Trata-se de uma semelhança
estabelecida pela imaginação entre pensamentos,
factos, pessoas. Simboliza a vontade de bem se
exprimir e bem se fazer entender. Simplifica a

129
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

caricatura, prestando-se, assim, a uma fácil fixação e


a uma compreensão imediata, daí o seu uso
frequente na publicidade. Os antigos olhavam-na
com alguma reserva, aconselhando, por isso, a
introduzi-la com expressões como: de certo modo,
quase como, uma espécie de…
IV. Descrição e narração - para convencer alguém,
podemos descrever ou narrar uma situação ou um
acontecimento. São o ponto de partida da indução
socrática: narra uma história, uma experiência, uma
anedota, desencadeia um processo de inferência
que a partir de um facto nos conduz ao princípio ou
à regra. É o peso do concreto, do vivido e do
testemunho que passa através delas. Ambos os
processos criam a ausência, a falta de um
complemento, de um remate, de um "E depois?" -
ouvido sempre que alguém, ao narrar algo, aparenta
parar ou desviar-se do enredo.

Sumário

Em síntese:
Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o
primeiro ligado à razão, supõe ordenar ideias, justificá-las e
relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca capturar o
ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo.

Exercícios

1. Qual é o objectivo essencial do texto expositivoargumentativo?


2. Procure um tópico que apoquenta a sua comunidade e produza um
texto expositivo-argumentativo, em que apresenta argumentos a
favor e contra a(s) tese(s) que apresenta.

Verdadeiro ou Falso

1. Segundo Rei (1990: 88) “Um argumento é um raciocínio destinado a


provar ou refutar uma afirmação destinada a fazer admitir outra”.

130
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

A. Verdadeira
B. Falsa

Respostas: 1 A;

Múltipla Escolha
1. No processo de argumentação, usam-se, com frequência (portanto, pois) de acordo
com o contexto, como a seguir se apresentam
a) Conclusão
b) Explicação
c) Causa:
d) Conclusão

2. No processo de argumentação, usam-se, com frequência (que, porque, porquanto) de


acordo com o contexto, como a seguir se apresentam
a) Conclusão
b) Explicação
c) Causa
d) Conclusão

3. No processo de argumentação, usam-se, com frequência (que, embora, conquanto)


de acordo com o contexto, como a seguir se apresentam
a) Conclusão
b) Explicação
c) Causa
d) Conclusão

4. No processo de argumentação, usam-se, com frequência (que, como, pois, porque)


de acordo com o contexto, como a seguir se apresentam
a) Conclusão
b) Explicação
c) Causa
d) Concessão

5. Em relação a conectores de discursos, os termos (no entanto, mas, todavia, contudo)


são usados para:
a) Exemplificar
b) Explicitar
c) Concluir
d) Restringir

Respostas: 1 A; 2B; 3C; 4D; 5 D.

131
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

UNIDADE 25 O RELATÓRIO
Introdução
Na sua formação académica, a produção dos relatórios constitui
uma fase importantíssima, pois por meio dela o estudante
(aluno) será capaz de apresentar os dados de uma pesquisa.
Este trabalho permitirá que mais tarde, como profissional,
possa ter adquirido e desenvolvido a prática e o raciocínio
crítico necessário à elaboração de um artigo científico.
Ao completar esta unidade/lição, será capaz de:

✓ Conceitualizar o termo relatório;


✓ Distinguir relatório com outros textos administrativos ou
funcionais;
Objectivos

✓ Reconhecer a estrutura básica do relatório;


✓ Produzir um relatório, com base nas regras fundamentais, coeso e coerente
discursivamente.

Conceito
Um relatório de uma actividade prática é uma exposição escrita
de um determinado trabalho ou experiência laboratorial. Não é
apenas uma descrição do modo de proceder (técnicas,
reagentes, material, etc.),
Segundo Rei (1990: 183):
O relatório trata-se de uma declaração formal dos resultados de
uma investigação feita por alguém, que em relação a ela
recebeu instruções de um outro, sob forma de pedido ou
ordem. Exige estudo prévio, e aprofundado, elevado grau de
elaboração, e matéria para apreciação e decisões posteriores.

132
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Características do relatório
O Relatório apresenta como características:
• Uma linguagem simples, clara, objectiva e precisa;
• A clareza do raciocínio;
• Um relatório deverá ser conciso e coerente, incluindo a informação
indispensável à compreensão do trabalho;
• Todas as afirmações devem ser baseadas em provas factuais e não
em opiniões não fundamentadas;
• Deve evitar o excesso de conclusões, sendo estas precisas e
sintéticas. As conclusões devem, igualmente, ser coerentes com a
discussão dos resultados.

Estrutura de um relatório
A apresentação de um relatório em várias secções ajuda à sua
organização e escrita por parte dos autores e, de igual modo,
permite ao leitor encontrar mais facilmente a informação que
procura.
Título, autor(es) e data (capa)
Identificação do trabalho (título), Identificação dos autores, Data
em que o relatório foi realizado.
Índice:
Introdução

Nesta parte do relatório deve ser introduzido o trabalho a


realizar, bem como as noções teóricas que servem de base
ao mesmo. A introdução deve conter a informação essencial
à compreensão do trabalho.
O Projecto do Estudo
Em primeiro lugar, trará ao aluno de executar um dos
projectos de pesquisa apresentando os conhecimentos
necessários para a compreensão dos fenómenos que serão
estudados.

133
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Material e Métodos (Revisão teórica)


A revisão bibliográfica é, sem dúvida, um dos pontos vitais
de um trabalho científico, deve trazer informações que
possam ser acessadas pelos leitores, através da citação, das
referências bibliográficas.

Discussão dos Resultados


Interpretação dos resultados. A discussão deve comparar os
resultados obtidos face ao objectivo pretendido. Não se deve
tirar hipóteses especulativas que não possam ser
fundamentadas nos resultados obtidos. A discussão constitui
uma das partes mais importantes do relatório, uma vez que é
nela (e não na introdução) que os autores evidenciam todos os
conhecimentos adquiridos, através da profundidade com que
discutem os resultados obtidos. Conclusões
Esta parte do relatório deve sumarizar as principais conclusões
obtidas no decurso do trabalho realizado. Referências
bibliográficas

A bibliografia deve figurar no fim do relatório. Nela devem ser


apresentadas todas as referências mencionadas no texto, que
podem ser livros, artigos científicos, CD-ROMs e websites
consultados.

Sumário

Em síntese:
O relatório é uma declaração formal dos resultados de uma
investigação feita por alguém, que em relação a ela recebeu
instruções de um outro, sob forma de pedido ou ordem.
Apresenta como características:
• Uma linguagem simples, clara, objectiva e precisa;

• A clareza do raciocínio;
• Ser conciso e coerente;
• As afirmações devem ser factuais e não opiniões sem fundamentos;

134
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

• Evitar o excesso de conclusões.

Exercícios

1. Aborde sobre os diferentes tipos de relatórios e apresente detalhes de


distinção.
2. Elabore o relatório final do decurso do estudo deste módulo/disciplina.

Verdadeiro ou Falso

1. Um relatório de uma actividade prática é uma exposição escrita de um


determinado trabalho ou experiência laboratorial.
A. Verdadeira
B. Falsa

2. Uma linguagem simples, clara, objectiva e precisa; A clareza do raciocínio, são


algumas caraterísticas do relatório
A. Verdadeira
B. Falsa

3. Em relação a estrutura do relatório, comparar os resultados obtidos face ao objectivo


pretendido faz introdução.
A. Verdadeira
B. Falsa

4. Em relação a bibliografia do relatório, esta deve figurar no início do relatório.


A. Verdadeira
B. Falsa

5. A revisão bibliográfica é, sem dúvida, um dos pontos vitais de um trabalho


científico, esta deve figurar nas referências bibliográficas.
A. Verdadeira
B. Falsa

Resposta: 1 A; 2 A; 3 B; 4 B; 5 B.

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UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Bibliografia Básica
1. Abreu, António Suarez. A arte de argumentar: Gerenciando razão e emoção. 13ª
Edição. Ateliê Editora. 1999
2. Bechara, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Editora Nova Fronteira &
Lucerna. 37.ª Edição. 2009
3. Moreno, Claudio. Guia prático do Português correto: sintaxe. Porto Alegre. L&PM,
(Coleção L&PM POCKETt; v. 471). 2011
4. Moreno, Cláudio. Guia prático do português correcto: ortografia. Porto
Alegre. L&PM. (Coleção L&PM POCKETt, V. 336). 2011
5. Moreno, Cláudio. Guia prático do Português correto: para gostar de aprender. 4°
Volume. Porto Alegre. L&PM. 2011
6. MORENO, Cláudio. Guia prático do Português correto: pontuação. Porto Alegre.
L&PM. (Coleção L&PM POCKETt, V. 875). 2011
7. Perrotti, Edna M. Barian. Superdicas para escrever bem diferentes tipos de texto. 1ª
Edição. São Paulo. Editora Saraiva. 2010.

Bibliografia Complementar
1. CAMPBELL, John (1993) - Técnicas de Expressão Oral, Editorial Presença, Lisboa
2. CASTILHO, Ataliba T. (1991) - Gramática do Português Falado. A ordem, Vol 1,
UNICAMP
3. DUARTE, I.; Maria João Freitas (2000) - Língua Portuguesa. Instrumentos de Análise,
Univ. Aberta, Lisboa
4. FARIA, Isabel Hub et Al. (orgs.) (1996) - Introdução à linguística Geral e Portuguesa,
Caminho, Lisboa
5. LEROII-Gourhan; S/D - O Gesto e a Palavra 1 – Técnica e Linguagem, Ed. 70, Lisboa
6. NASCIMENTO, Mª. F. Bacelar do (1989) - Como escrever o Oral, RILP 2, Lisboa
7. NASCIMENTO, Zacarias; J. M. de Castro Pinto (2001) - A Dinâmica da Escrita, Plátano
Editora, Lisboa

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