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Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Impactos do Alto Rácio Professor-Aluno no Ensino da História: Caso de Estudo, Escola


Secundária 25 de Setembro de Homoine

Albino Alberto Cumbana: 41231250

Maxixe, Março de 2023


Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Impactos do Alto Rácio Professor-Aluno no Ensino da História: Caso de Estudo, Escola


Secundária 25 de Setembro de Homoine

Trabalho de Carácter avaliativo,


desenvolvido no Campo a ser submetido
na Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de História da UnISCED.

Albino Alberto Cumbana: 41231250

Maxixe, Março de 2023


ÍNDICE
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1
1.0 Introdução ......................................................................................................................... 1
1.1 Delimitação do Tema ........................................................................................................ 2
1.2 Problematização ................................................................................................................ 2
1.3 Justificativa ....................................................................................................................... 3
1.4 Objectivos de Pesquisa ..................................................................................................... 4
1.4.1 Geral ........................................................................................................................... 4
1.4.2 Específicos ................................................................................................................. 4
1.5 Hipóteses ........................................................................................................................... 4
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 5
2.1 Discussão dos principais conceitos ................................................................................... 5
2.1.1 Rácio Professor aluno................................................................................................. 5
2.1.2 Ensino ......................................................................................................................... 5
2.1.3 Aprendizagem ............................................................................................................ 6
2.2 Teorias sobre ensino-aprendizagem .............................................................................. 6
2.3 Síntese de pesquisas recentes sobre o rácio professor-aluno e seus resultados ............ 8
2.4 Rácio professor-aluno: Factor de sucesso ou insucesso pedagógico .......................... 10
CAPÍTULO III: METODOLÓGICA DA PESQUISA ............................................................ 12
3.1. Tipos de Pesquisa........................................................................................................... 12
3.1.1 Quanto aos procedimentos técnicos ......................................................................... 12
3.1.2 Quanto à natureza da pesquisa ................................................................................. 12
3.1.3 Quanto ao tipo da abordagem da pesquisa ............................................................... 12
3.1.4 Quanto aos objectivos da pesquisa ........................................................................... 13
3.1.5 Quanto ao Método .................................................................................................... 13
3.2. Técnicas e Instrumentos de recolha de dados ................................................................ 13
3.2.1. Observação .............................................................................................................. 13
3.2.2. Questionario ............................................................................................................ 13
3.2.3. Pesquisa documental ............................................................................................... 13
3.3 Técnicas de análise de dados .......................................................................................... 14
3.5 População e amostra ....................................................................................................... 14
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 15
1

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

Neste capítulo, contextualiza-se o presente estudo, destacando-se a introdução, a


contextualização, a delimitação da pesquisa, a definição dos objectivos (geral e específicos), a
justificativa, a problematização e as hipóteses.

1.0 Introdução

Não constitui novidade que as escolas Moçambicanas com maior destaque para as públicas
são numerosas.

Cada país, adopta a seu critério o número máximo de alunos que um professor deve atender
por turma. Não obstante o nível de rácio professor-aluno internacionalmente recomendado
pela UNESCO ser de 40 alunos por um (1) professor.

Segundo Sousa (2017), em turmas maiores existem mais grupos, dificultando a atenção
individual dos alunos e a gestão da sala de aula.

Leithwood e Jantzi (2009) defendem que estudantes com situações socioeconómicas mais
desfavoráveis são os que mais beneficiam de escolas mais pequenas, existindo menos
abandonos e desistências, sendo o relacionamento entre professores e alunos um dos pontos
que pode influenciar na decisão de um aluno abandonar os estudos.

Com base nos autores acima, percebe-se que o rácio professor alunos pode ter implicações
graves no desempenho destes, bem como no envolvimento total do professor, como pode-se
notar abaixo.

Sousa (2017), ao debruçar sobre rácio professor aluno, nos professores e no ensino, afirma que
pesquisas mostraram que em turmas mais pequenas, as crianças são mais propensas a interagir
mais com o professor, existindo um ensino mais individualizado, acabando o professor por
despender mais tempo nas tarefas com os alunos, existindo mais apoio para as aprendizagens e
para o conhecimento pessoal dos alunos, indo ao encontro das suas necessidades individuais, o
que não se verifica na sua plenitude em turmas numerosas.

Assim, fica suspensa a questão de até que ponto a informação dos autores acima pode-se
generalizar e pode ser reflectido ou generalizado para o contexto Moçambicano pois o
currículo nacional e estrangeiro apresenta ligeira diferença.

Assim, tomando como base o cima descrito, aliado ao facto de pesquisas nesta área de
conhecimento em Moçambique serem escassas, se não inexistentes, surge a presente pesquisa
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intitulada "Impactos do Alto Rácio Professor-Aluno no Ensino da História: Caso de Estudo,


Escola Secundária 25 de Setembro de Homoine, Distrito de Homoine, no Período 2019 a
2023", com o objectivo de analisar os impactos das turmas numerosas (alto rácio professor-
aluno), de modo a compreender até que ponto as turmas numerosas aluno podem influenciar
no desempenho pedagógico dos alunos.

De referir que esta pesquisa não visa criticar o sistema nacional de educação, mas sim trazer
evidências, caso hajam das implicações do rácio professor aluno no desempenho pedagógico
dos alunos, tomando como base o rácio plasmado no Diploma Ministerial n.o 61/2003 de 11
de Junho e a realidade vivenciada nas escolas públicas Moçambicanas.

1.1 Delimitação do Tema

A presente pesquisa, intitulada `` Impactos do Alto Rácio Professor-Aluno no Ensino da


História: Caso de Estudo, Escola Secundária 25 de Setembro de Homoine, Distrito de
Homoine, no Período 2019 a 2022", visa analisar os impactos das turmas numerosas (alto
rácio professor-aluno) no processo de ensino-aprendizagem da História.

Esta pesquisa será realizada na 1º Ciclo, da escola supra, localizada na Província de


Inhambane, Distrito de Homoine. Assim, será descrito o rácio professor aluno nos últimos 5
anos e será correlacionado o aproveitamento pedagógico com o número de alunos por turma,
de forma verificar se existe uma relação entre o número de alunos por sala e o desempenho
escolar.

1.2 Problematização

Constitui problema da nossa pesquisa, o impacto das turmas numerosas no processo de


ensino-aprendizagem dos alunos do Ensino Secundário, pois com as reprovações que
verificaram-se no ano 2022 e a passagem da 7ª classe para Secundária, a situação piorou, pois,
esta apresentava e sempre apresentou um rácio professor aluno muito elevado podendo variar
de 60 a 70 alunos por professor, fenómeno que agravou-se em 2023 com o ingresso massivo
de crianças e reprovações do ano 2022.

Assim, devido ao ingresso massivo de alunos provenientes de diversas escolas, esta foi
obrigada a trabalhar com um rácio entre 80 a 90 alunos por turma, não obstante o diploma
ministerial n.o 61/2003 de 11 de Junho recomendar um máximo de 45 alunos por turma.
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Feita uma sondagem, constatou-que de 2019 a 2022 a taxa de reprovação foi de 10.7%, 1.9%,
30.5% e 50.3 %, respectivamente.

Assim, partindo do pressuposto de que nas turmas de alto rácio professor-aluno, a interacção
professor aluno é limitada e levando em consideração Mofate (2017), quando afirma que em
Moçambique a dimensão numérica das turmas tem merecido pouca atenção, tanto em
trabalhos científicos sobre a educação, como em documentos que regulam o funcionamento
do sector, traçou-se o seguinte problema de pesquisa:

Até que ponto o alto rácio professor aluno influencia no processo de ensino e ensino-
aprendizagem?

1.3 Justificativa

Esta pesquisa surge como resposta à prevalência de turmas numerosas, que tem notado na
Escola Secundária 25 de Setembro de Homoine, que resulta em /alto rácio professor-aluno,
não obstante a existência de leis que regem o número máximo de alunos por turma.

Nesse contexto, a presente pesquisa torna-se relevante, no âmbito pessoal, à medida que,
permitirá ao pesquisador na qualidade de professor, aprofundar mais, os conhecimentos sobre
os factores que concorrem para o baixo aproveitamento pedagógico dos alunos, com maior
enfoque no rácio professor aluno, que pouco é explorado.

Ao nível social, esta pesquisa contribuirá na redução de desemprego para os formados nesta
área e nível, pois provado que existe relação entre o rácio professor aluno, mais professores
serão empregados de forma a responder à problemática. Não só, mas para nos pais e
encarregados de educação ajudará-os a identificar os factores que contribuem para o baixo
aproveitamento dos seus educandos, caso haja.

No âmbito académico, a pesquisa além de servir como instrumento de consulta, esta


contribuirá no melhoramento das estratégias de gestão do rácio professor-aluno;
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1.4 Objectivos de Pesquisa

1.4.1 Geral

 Analisar os impactos do alto rácio professor Aluno na Escola Secundária 25 de


Setembro de Homoine;

1.4.2 Específicos

 Descrever o rácio professor-aluno na Escola Secundária 25 de Setembro de Homoine


nos últimos 5 anos;
 Correlacionar o número de alunos por sala e o respectivo desempenho académico ao
nível da Escola Secundária 25 de Setembro de Homoine nos últimos 5 anos;
 Propor estratégias para a mitigação dos factores que influenciam a superlotação de
turmas (turmas numerosas).

1.5 Hipóteses

Até que ponto o alto rácio professor aluno influencia o processo de ensino e ensino-
aprendizagem da história?

H1: O alto rácio professor aluno influencia o processo de ensino e aprendizagem da história,
na medida em que baixa o aproveitamento académico dos alunos, os alunos perdem interesse
pelas aulas, aumentam o índice de desistência escolar, fraca interacção professor aluno,
sobrecarga do professor, incumprimento das actividades previstas nos programas de ensino,
etc.;

Ha: O alto rácio professor aluno não influencia no processo de ensino e aprendizagem da
história, pois além de maximizar a interacção professor-aluno, minimiza as desistências,
melhora aproveitamento académico dos alunos, etc.
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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Discussão dos principais conceitos

2.1.1 Rácio Professor aluno

Segundo McRobbie, Finn e Hamon (1998), rácio professor-aluno corresponde ao número de


alunos em uma escola ou distrito em relação ao número de profissionais de ensino, professor.

Já MINED (2003, 2010) conceitua rácio professor-aluno como relação entre o professor e o
número de alunos por ele orientados em cada turma e este pode manifestar-se em das
situações, a saber:

a) Um alto rácio professor-aluno (no ensino primário é qualquer rácio superior a 45


alunos por professor) - podendo reduzir a qualidade das aulas se os professores não
tiverem materiais didácticos à sua disposição e não conhecerem técnicas específicas
para ensinar grandes grupos.
b) Baixo rácio professor-aluno (no ensino primário é qualquer rácio inferior a 45 alunos
por professor) – Este rácio indica desperdício de recursos no sistema.

Assim, pode-se conceituar turma numerosa como qualquer turma em que o número de alunos
é superior a 45.

2.1.2 Ensino

Segundo Lakomy (2008), ensino é a acção e o efeito de ensinar (instruir, doutrinar com regras
ou preceitos). Trata-se do sistema e do método de instruir constituído pelo conjunto de
conhecimentos, princípios e ideias que se ensinam a alguém.

Para Nereci (1989), ensino é toda a forma de orientar a aprendizagem a outrem, desde a acção
directa até à execução de tarefas de total responsabilidade do educando, previstas pelo
professor.

Já Libâneo (2001), defende que o ensino visa alcançar determinados resultados em termos de
domínio de conhecimentos, habilidades, hábitos, atitudes, convicções e de desenvolvimento
das capacidades cognitivas dos educandos.
6

2.1.3 Aprendizagem

Segundo Queiroz (s/d), aprendizagem, para os cognitivistas, é o processo de


organização e integração das informações à estrutura e esta pode ser significativa
quando novas ideias ou informações relacionam se com conceitos relevantes e
disponíveis na estrutura cognitiva e, consequentemente, assimilado por ela ou
mecânica (rote learning), quando a aquisição de novas informações com alguma ou
nenhuma associação com conceitos relevantes, já existentes na estrutura cognitiva
(p.42-43).

Moreira (1999), define a aprendizagem como sendo o processo de aquisição de


conhecimentos ou acções a partir da interacção com o meio ambiente e com o social.

Fonseca (2012), define a aprendizagem como sendo um processo activo que resulta de uma
acção cognitiva e motora individual que ocorre por meio da mediação entre o indivíduo e o
meio social e cultural onde este se insere e é esta interacção com o meio que permite ao
indivíduo a construção de significados ou a identificação de características, propriedades e
finalidades para as suas acções e experiências.

2.2 Teorias sobre ensino-aprendizagem

Teorias sobre ensino-aprendizagem são construções humanas para explicar metodicamente a


área de conhecimento chamada de aprendizagem, ou seja, uma maneira particular de ver as
coisas, de esclarecer o ponto de vista de um autor ou de um pesquisador sobre como
interpretar um tema de aprendizagem, sobre quais são as variáveis independentes, dependentes
e intervenientes e explicar o que é aprendizagem e como funciona (Costa & Fonseca, 2016,
p.23).

Assim, para Sertori (2021, p.4), as teorias de aprendizagem são: teoria sociocultural (da
aprendizagem social, construtivista), teoria do comportamento (behaviorismo), teoria
humanista e teoria cognitivista.

a) Teoria sociocultural (da aprendizagem social, construtivista)

Segundo Sertori (2021, p.4), esta é uma Corrente teórica da educação que explica como a
inteligência humana se desenvolve e defende que o desenvolvimento da inteligência é
determinado pelas acções mútuas entre o indivíduo e o meio, razão pela qual levou-se à
crença de que o homem não nasce inteligente, mas que também não é um sujeito passivo do
mundo.
7

Assim, os cognitivistas defendem que mesmo estimulado por meio externo, o homem é capaz
de agir sobre estes estímulos para construir e organizar o seu próprio conhecimento. Isto é,
quanto mais ele age sobre o meio, mais elaborada será sua organização cognitiva (Coll &
Schilling, 2004).

b) Teoria do comportamento (behaviorismo)

Segundo Sertori (2021, p.4), esta corrente defende que os comportamentos do ser humano são
aprendidos, e com isso, o aspecto da aprendizagem passa a ter grande importância.

Assim, nesta teoria, o ambiente passa a ter um papel fundamental, pois o homem passa a ser
produto do meio. Já no aspecto do ensino, esta corrente defende que é preciso preparar e
organizar as contingências de reforço que irão facilitar a aquisição dos esquemas e dos
diferentes tipos de condutas desejadas (Illeris, K. 2013).

c) Teoria cognitivista

Segundo Illeris (2013), a teoria cognitivista enfatiza o processo de cognição, através do qual a
pessoa atribui significados à realidade em que se encontra. Assim, esta corrente preocupa-se
com o processo de compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação
envolvido na cognição e procura regularidades nesse processo mental (p.15).

d) Teoria humanista

Segundo Illeris (2013), o foco desta corrente é o crescimento pessoal do aluno. Assim, esta
abordagem considera o aluno como pessoa e o ensino deve facilitar a sua autorrealização,
visando à aprendizagem pela pessoa inteira, que transcende e engloba as aprendizagens
afectiva, cognitiva e psicomotora.

Para Rogers (citado por Sertori, 2021, p.18), nesta teoria, só uma mudança muito grande na
direcção básica da educação pode atender às necessidades da cultura de hoje e o ponto final
do nosso sistema educacional deve ser o desenvolvimento de pessoas plenamente actuantes,
razão pela qual o objectivo educacional deve ser a facilitação da aprendizagem.
8

2.3 Síntese de pesquisas recentes sobre o rácio professor-aluno e seus resultados

2.3.1 Análise dos Factores que Influenciam a Qualidade de Ensino – Aprendizagem no


Ensino Básico na 5ª classe das Escolas Completas Benfica Nova e Khongolote no
Município da Matola

Dissertação desenvolvida por Simbine (2014), na 5ª classe, Escolas Completas Benfica Nova
e Khongolote do Município da Matola, tendo como amostra um total de 65 elementos a saber:
directores das Escolas, professores, alunos, pais ou encarregados de educação, seleccionados
recorrendo amostragem não probabilística (por conveniência).

Esta pesquisa mostrou que a carga horária e tempo de instrução, disponibilidade e uso
recursos didácticos na sala, tamanho da turma, etc., influenciam negativamente no processo
de ensino-aprendizagem, tendo o autor recomendado às autoridades do sector de educação a
construção e reabilitação de salas de aula por forma a reduzir o rácio professor-aluno e que
incrementem a quantidade de material didáctico alocado às escolas.

2.3.2 Contribuição da avaliação formativa para o ensino/aprendizagem da produção em


turmas numerosas

Pesquisa desenvolvida por Portal (2008), que embora não tenha como foco estudo do rácio
professor aluno, sustenta que a diminuição do tamanho de alunos por turma produz efeitos
positivos, para três intervenientes do processo de ensino e aprendizagem a saber:

a) Efeitos para o aluno – quando o rácio professor aluno é equilibrado, a atenção deste é
constante, beneficia-se de mais tempo para interagir com o professor, tem mais
oportunidades de participar, tem e sente sensação de ser mais notado pelo professor, o
que o leva a adoptar comportamentos mais apropriados, seu ritmo de aprendizagem é
mais respeitado.
b) Efeitos para o professor – quando o rácio professor aluno é equilibrado, este dispõe
de mais tempo para cada aluno, tem a oportunidade de responder de forma de forma
mais atenta às questões e às necessidades dos alunos, pode acompanhá-los melhor,
dispões de mais tempo para ensinar a matéria a cada um, tem mais tempo para ensinar
a matéria a cada um, tem mais contacto pessoal com alunos, tem maiores
possibilidades de usar diferentes abordagens pedagógicas.
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c) Efeitos para a turma como um todo – o amente é melhor, o clima é mais amistoso,
as relações entre os alunos e professor são melhores, várias metodologias podem ser
empregues e avaliar seu efeito.

2.3.3 Visão do professor sobre o número de alunos por turma: Uma contribuição para a
melhoria da qualidade da educação

Pesquisa desenvolvida por Pintoco (2017), teve como objectivo investigar a relação da
qualidade da educação com o número de alunos por turma na rede Municipal de ensino de
Casimiro de Abreu, na perspectiva dos professores. Esta pesquisa consistiu em convocar os
professores para reflectirem sobre as acções didáctico-pedagógicas tendo em conta, os
impactos do tamanho da turma, tendo baseando-se em dados secundários, bem como
primários e chegado a conclusão de que a qualidade da educação se relaciona negativamente
com o aumento do tamanho das turmas, sendo as acções didáctico-pedagógicas do professor
significativamente prejudicadas com o aumento do número de alunos em sala de aula.

2.3.4 Implicações do Rácio Aluno/Professor no Trabalho Docente na Escola Primária de


Ndlavela

Pesquisa desenvolvida por Machai (2015), na escola supra, tinha como objectivo analisar as
implicações do rácio aluno/professor no trabalho docente na Escola Primária de Ndlavela.
Neste estudo concluiu-se que o facto do professor trabalhar em turmas com um número que
ultrapassa o nível de rácio internacionalmente recomendado pela UNESCO que é de 40:1,
gera implicações na vida do profissional, como a sobrecarga de trabalho, a não interacção do
professor com todos alunos, a insatisfação das necessidades académicas os alunos e o não
alcance dos objectivos pretendidos, principalmente devido à insuficiência de tempo.

Não só, este rácio aluno/professor, ao exigir mais esforço do professor afecta a sua saúde,
facto tem sido negligenciado, e não se tem abordado.

2.3.5 Influência do tamanho da turma no aproveitamento pedagógico dos alunos da 8ª e


11ª classe da Escola Secundária Força do Povo, Cidade de Maputo (2015- 2019)

Pesquisa desenvolvida por Madjila (2020), com objectivo analisar a influência do tamanho de
turmas no aproveitamento pedagógico dos alunos, tomando como unidade de análise a Escola
Secundária Força do Povo.
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Esta pesquisa foi de a abordagem mista (qualitativa e quantitativa), com recurso ao


questionário, entrevista e análise documental como técnicas de recolha de dados, tendo-se
utilizado uma amostra de 20 elementos que permitiram concluir que na escola em estudo
existiam turmas numerosas e, um fraco aproveitamento pedagógico dos alunos, resultante do
alto rácio professor aluno.

2.4 Rácio professor-aluno: Factor de sucesso ou insucesso pedagógico

Não constitui novidade que quanto maior o número de alunos por sala, menos significativa é a
aprendizagem, devido a dificuldade na gestão desta bem como efectuar um atendimento
personalizado, sem que haja incumprimento do tempo lectivo.

Esta informação pode ser constatada em Verdasca (2007) quando afirma que o alto rácio
professor aluno cria um ambiente de aprendizagem desconfortável tanto para os professores
como para os alunos, bem como em Quit (2007) quando menciona e descreve alguns factores
que resultantes do alto rácio professor aluno, a saber:

a) Superlotação de salas - o alto rácio professor aluno resulta em turmas numerosas, o


que dificulta a livre circulação do professor/aluno na sala bem como o cumprimento
duma das funções didácticas, no caso o controle a avaliação pois o espaço disponível é
muito limitado;
b) Insucesso na preparação das actividades na aula e correcção dos trabalhos dos alunos
pois ambas as actividades levam muito tempo para concretizarem-se;
c) Insuficiência de recursos e necessidades de aprendizagem dificulta a proporção dum
trabalho adequado para uma variedade de necessidades de aprendizagem;
d) Fraco uso dos métodos de ensino que proporcionem aprendizagem significativa, pois
mesmo sem alto rácio professor aluno muitos professores sentem que não têm tempo
suficiente para usar métodos construtivos e tendem a usar do método de ensino mais
expositivo;
e) etc.

Para Simbine (2014, p.27), o alto rácio professor aluno resulta num processo de ensino-
aprendizagem ineficaz pois os professores não estão preparados para lidar adequadamente
com a gestão de turmas numerosas.

Já Mendes et al. (2008) sustenta que turmas numerosas constituem um dos grandes obstáculos
no aproveitamento pedagógico dos alunos e a tendência de associar as turmas que comportam
11

um número reduzido de alunos a uma melhor qualidade no ensino e, consequentemente a uma


melhor qualidade na aprendizagem constitui uma ferramenta indispensável para a gestão de
turmas numerosas.

Assim, percebe-se que quando rácio professor-aluno baixo há possibilidade de reduzir os


problemas e dificuldades registadas durante o processo de ensino e aprendizagem,
minimizando indisciplina que culmina em distracções por parte dos alunos e proporcionar ao
professor mais tempo para se dedicar a cada aluno (a).
12

CAPÍTULO III: METODOLÓGICA DA PESQUISA

Neste capítulo apresentam-se os procedimentos metodológicos a serem utilizados para o


desenvolvimento desta pesquisa.

Segundo Gil (1989), para elaboração de um trabalho de pesquisa torna-se necessário definir
quais os procedimentos metodológicos a utilizar, de forma a compreender se melhor a
natureza do estudo, as técnicas de colecta de dados e possíveis limitações.

3.1. Tipos de Pesquisa

Segundo Gil (2007), toda e qualquer classificação de um determinado fenómeno ou factor, faz
se mediante algum critério.

3.1.1 Quanto aos procedimentos técnicos

A pesquisa quanto aos procedimentos técnicos é bibliográfica e documental. A opção por este
procedimento técnico, justifica-se por possibilitar confrontar o presente com as contribuições
de vários autores sobre o assunto em estudo.

A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento


analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais,
cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de
televisão, etc. (Fonseca, 2002, p. 32).

Ou seja, pesquisa documental é um tipo de pesquisa que utiliza fontes primárias, isto é, dados
e informações que ainda não foram tratados científica ou analiticamente e esta tem objectivos
específicos e pode ser um rico complemento à pesquisa bibliográfica.

3.1.2 Quanto à natureza da pesquisa

A pesquisa quanto a natureza é aplicada, pois tem como objectivo contribuir na resolução dos
problemas do baixo desempenho dos alunos na disciplina de história.

3.1.3 Quanto ao tipo da abordagem da pesquisa

A pesquisa quanto a abordagem é qualitativa, porque recorrerá a recursos e técnicas de análise


de conteúdo para o processamento dos dados. Embora seja qualitativa, não se exclui a
possibilidade de usar-se dados qualitativos.
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3.1.4 Quanto aos objectivos da pesquisa

A pesquisa quanto aos objectivos é explicativa, porque visa explicar os porquês dos
problemas de insucesso escolar que tem culminado em problemas no aproveitamento.

3.1.5 Quanto ao Método

A pesquisa recorrerá ao método Hipotético dedutivo. A opção por este método justifica-se
pela necessidade de fazer a selecção da amostra, a colecta dos dados, a sistematização,
descrição e análise comparativa dos dados do desempenho versus rácio professor aluno e a
partir delas generalizar.

3.2. Técnicas e Instrumentos de recolha de dados

Para a realização da pesquisa, será usada a observação, questionário e a pesquisa é


documental.

3.2.1. Observação

É uma técnica de recolha de dados que para obter informações utiliza os sentidos. Ou seja,
consiste em examinar factos ou fenómenos que se deseja estudar (Marconi & Lakatos, 2009).

3.2.2. Questionario

De acordo Labes (1998), questionário é o conjunto de questões pré – elaboradas, sistemática e


sequencialmente dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, com o objectivo de
suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre o assunto que saibam
informar ou opinar.

Por sua vez, Faria (1989 citado por Labes 1998), defende que o questionário é o veículo de
pesquisa que utiliza impressos preparados para receber respostas a todas perguntas necessárias
a um levantamento, as quais foram previamente elaboradas e dispostas na melhor sequência,
na forma mais agradável para facilitar o preenchimento e devolução.

3.2.3. Pesquisa documental

É um tipo de pesquisa que utiliza fontes primárias, isto é, dados e informações que ainda não
foram tratados científica ou analiticamente e esta têm objectivos específicos e pode ser
um rico complemento à pesquisa bibliográfica.
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3.3 Técnicas de análise de dados

O processamento dos dados, será feito usando o pacote estatístico da IBM, no caso SPSS
(Pacote Estatístico para Ciências Sociais), com um nível de confiança de 95%. A opção por
este pacote justifica-se por ser um software estatístico de fácil manuseio e por ser rápido no
processamento de dados simples e complexos (Fávero & Belfiore, 2017).

A análise dos dados será, análise de conteúdo, descritiva e inferencial e consistirá na análise
da correlação entre o desempenho dos alunos e o respectivo aproveitamento nos últimos 5
anos;

3.5 População e amostra

A pesquisa terá como população um total de alunos matriculados na escola onde decorrerá a
pesquisa e Destes, farão parte da amostra uma parte que que será seleccionada usando se
amostragem convencional.

Na amostragem por conveniência, selecciona-se a amostra em função da disponibilidade e


acessibilidade dos elementos que constituem a população alvo (Reis, Melo, Andrade &
Calapez, 1996, p.267).

Para determinar o tamanho mínimo da amostra dado que a população é finita, recorrerá-se à
seguinte expressão:

(1)

(2)

= 10%
Onde:
N é tamanho da população estudada;
é o primeiro valor aproximado do tamanho da amostra;
é o erro experimental ou margem de erro
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Costa, R. de C. M. & Fonseca, S. (2016). Teorias da educação II. Sobral: INTA.

Diploma Ministerial no 61/2003 de 11 de Junho (2003). Regulamento das Escolas do Ensino


Secundário Geral. Boletim da República;

Fávero, L. & Belfiore, P. (2017). Manual de Análise de Dados: Estatística e Modelagem


Multivariada com Excel, SPSS e Stata. Rio de Janeiro: Elsevier.

Fonseca, J. J. S. (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC

Fonseca, V. (2012). Dificuldades de aprendizagem. Abordagem neuropsicológica e


psicopedagógica ao insucesso escolar. Âncora Editora: Lisboa.

Gil, A. (2008). Como elaborar projectos de pesquisa, (5a ed.). Atlas: São Paulo.

Illeris, K. (2013). Teorias contemporâneas da aprendizagem. In: Uma compreensão


abrangente sobre a aprendizagem humana, Illeris, K. Porto Alegre: Penso.

Labes, M. (1998). Questionário. Do Planejamento à Aplicação na Pesquisa. Chapecó, Grifos.

Lakomy, A. (2008). Teorias cognitivas da aprendizagem (2ª ed.). IBPEX: Curitiba.

Leithwood, K. & Jantzi, D. (2009). Uma Revisão das Evidências Empíricas sobre os Efeitos
do Tamanho da Escola: Uma Perspectiva Política. Revisão da Investigação Educativa;

Libâneo, J. C. (2001). Organização e Gestão da Escola: Teoria e prática. 4. ed. Goiânia:


Alternativa.

Libâneo, J; Santos, A & Saviani, D. (2005). As teorias pedagógicas modernas resignificadas


pelo debate contemporâneo na educação. Disponível em:

http://fclar.unesp.br/home/graduacao/Espacodoaluno/PET-ProgramadeEducacaoTutorial/Pedagogia/capitulo-
libaneo.pdf.

Machai, C. V. (2015). Implicações do Rácio Aluno/Professor no Trabalho Docente na Escola


Primária de Ndlavela (Monografia). Universidade Eduardo Mondlane: Faculdade de
Educação, Maputo.

Madjila, D. I. (2020). Influência do tamanho da turma no aproveitamento pedagógico dos


alunos da 8ª e 11ª classes da Escola Secundária Força do Povo, Cidade de Maputo
(2015-2019). Universidade Eduardo Mondlane, Maputo;

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