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Doença pulmonar obstrutiva crónica

Fatores de risco, Diagnóstico, Prognóstico e


Tratamento farmacológico

M Aurora Mendes aurora.mendes@ua.pt


Pneumologia, Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV)
Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória (Lab3R), Escola Superior de Saúde e
Instituto de Biomedicina (iBiMED), Universidade de Aveiro
Objetivos

• Definir doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC)


• Compreender os fatores de risco, o diagnóstico, a avaliação, o tratamento farmacológico e o
prognóstico da DPOC
Definição

• Doença comum, prevenível e tratável


• Caraterizada por sintomas respiratórios persistentes
e
obstrução crónica ao fluxo aéreo
• Devido a alterações das vias aéreas e/ou alveolares
• Causada por exposição a tabaco, partículas e gases inalados
Fatores de risco

• Tabaco
• Exposição indoor a fumos e resíduos da queima de biomassa
• Exposição ocupacional a poeiras, vapores e fumos
• Fatores genéticos (défice de alfa-1 antitripsina)
• Alterações do desenvolvimento do sistema respiratório
• Baixo estatuto socio-económico
• Asma
• Infeções
• Género ?
Fatores de risco
Fatores de risco
Fatores de risco
Diagnóstico

FEV1/FVC<0.7 após broncodilatação

OBRIGATÓRIO!!!
Diagnóstico

68 anos
construção civil, 40 anos
58UMA, 7 anos

Dispneia para esforços


Tosse crónica
Diagnóstico

56 anos
pedreiro
75UMA

Fadiga
Tosse crónica
Expetoração mucosa matinal
Diagnóstico e Avaliação
Diagnóstico e Avaliação

68 anos
construção civil, 40 anos
58UMA, 7 anos

Dispneia para esforços


Tosse crónica

DPOC GOLD 2
Diagnóstico e Avaliação

56 anos
pedreiro
75UMA

Fadiga
Tosse crónica
Expetoração mucosa matinal

DPOC GOLD 3
Diagnóstico e Avaliação
Diagnóstico e Avaliação

Há uma fraca correlação entre FEV1, sintomas e evolução clínica!!!


Diagnóstico e Avaliação

EXACERBAÇÃO

• Evento agudo caraterizado por agravamento dos sintomas respiratórios que implica
alteração da medicação - diagnóstico clínico!!!

• Principal fator precipitante: infeção respiratória.

- Ligeira: SABA e/ou SAMA


• Classificada como - Moderada: SABA e/ou SAMA
+
antibiótico e/ou corticóide oral
- Grave: recurso à urgência e/ou internamento
Diagnóstico e Avaliação
Revisão
Revisão
Tratamento

• Cessação tabágica
• Vacinação
• Terapêutica farmacológica
• Reabilitação respiratória
• Gestão de comorbilidades
• Oxigenoterapia
• Ventilação não invasiva
• Cirurgia de redução de volume pulmonar e/ou intervenções endobrônquicas
• Transplante pulmonar
• Cuidados paliativos
Tratamento farmacológico

Broncodilatadores Anti-inflamatórios

• Agonistas beta-2 (via inalatória) • Corticóides (via inalatória, oral ou ev)


• Anticolinérgicos (via inalatória) • Mucolíticos (via oral ou ev)
• Metilxantinas (via oral ou ev) • Inibidores da fosfodiesterase-4 (oral)
• Antibióticos (via oral ou ev)

Via inalatória

via preferencial de administração de fármacos no tratamento


das doenças respiratórias crónicas
Tratamento farmacológico

• Inaladores pressurizados doseáveis


(Pressurized Metered-Dose Inhaler - pMDIs)
com ou sem Câmara Expansora

• Inaladores de pó seco
(Dry Powder Inhaler - DPIs)

• Inalador com solução para inalação por nebulização


(Soft Mister Inhaler - SMI)

• Sistemas de nebulização
Tratamento farmacológico

pMDI

Principal diferença entre cada
DPI
um destes dispositivos: modo
≠ como é produzido o aerossol
SMI

DPI pMDI, SMI e
Sistema de nebulização
Sistema de nebulização
a formação do aerossol
depende do esforço inspiratório o sistema gerador do aerossol
do doente faz parte integrante do
dispositivo
Tratamento farmacológico

Broncodilatadores

Agonistas beta-2 (SABAs e LABAs) Anticolinérgicos (SAMAs e LAMAs)


LABAs LAMAs
– Formoterol e Salmeterol (bid) – Aclidínio (bid)
– Indacaterol, Oladaterol e Vilanterol (id) – Tiotrópio, Glicopirrónio e Umeclídinio (id)

SABA SAMA
– Salbutamol (SOS) – Ipratrópio (SOS)
Tratamento farmacológico

Glicopirrónio Umeclidínio/Vilanterol
(LAMA) (LAMA/LABA)

Tiotrópio Tiotrópio/Olodaterol
(LAMA) (LAMA/LABA)

Tiotrópio Aclidínio/Formoterol
(LAMA) (LAMA/LABA)
Tratamento farmacológico

Ipratrópio Salbutamol
(SAMA) (SABA)
Tratamento farmacológico

Anti-inflamatórios

Corticóides

Budesonida/Formoterol
(ICS/LABA)

Budesonida/Formoterol
Fluticasona/Umeclidínio/Vilanterol (ICS/LABA)
(ICS/LAMA/LABA)
Tratamento farmacológico
Tratamento farmacológico
Prognóstico

Fatores prognósticos
• Estadio GOLD (FEV1)
• Sintomas (respiratórios e não respiratórios)
• Exacerbações (e internamentos) taxa de mortalidade aos 5 anos de 50%
• Capacidade de exercício
• Atividade física
• Comorbilidades (p.e. HTA, osteoporose, ansiedade e depressão, apneia obstrutiva do sono)
Prognóstico

Índice de BODE
B – Body-mass index
O – airflow Obstruction
D – Dyspnea
E – Exercise capacity

Score final entre 0 e 10

Sobrevivência aos 4 anos


- Score 0-2: 80% - Score 5-6: 57%
- Score 3-4: 67% - Score ≥ 7: 18%
Referências

• Celli BR, Cote CG, Marin JM, et al. The body-mass index, airflow obstruction, dyspnea, and exercise capacity index
in chronic obstructive pulmonary disease. N Engl J Med 2004; 350: 1005–1012.
• Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. Global strategy for the diagnosis, management, and
prevention of Chronic Obstructive Pulmonary Disease - Guide for Health Care Professionals website
(http://www.goldcopd.com). Updated 2021.
• Norma clínica da Direção Geral de Saúde: 005/2019, Diagnóstico e Tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva
Crónica no Adulto, 2019.
• Postma DS, Bush A, van den Berg M. Risk factors and early origins of chronic obstructive pulmonary disease. Lancet
2015;385(9971):899–909.
• Rabe KF, Watz H. Chronic Obstructive Pulmonary Disease. Lancet 2017; 389: 1931-40
Doença pulmonar obstrutiva crónica
Fatores de risco, Diagnóstico, Prognóstico e
Tratamento farmacológico

M Aurora Mendes aurora.mendes@ua.pt


Pneumologia, Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV)
Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória (Lab3R), Escola Superior de Saúde e
Instituto de Biomedicina (iBiMED), Universidade de Aveiro

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