A aposentadoria rural é um benefício crucial destinado àqueles que dedicaram
suas vidas ao trabalho no campo. Este amparo previdenciário visa beneficiar trabalha- dores rurais, pescadores artesanais, mineradores e produtores rurais que, ao longo dos anos, contribuíram para o desenvolvimento das áreas rurais. Para entender quem tem direito a essa aposentadoria, é essencial esclarecer que o benefício abrange não apenas trabalhadores rurais, mas também aqueles que desem- penham atividades econômicas familiares ou individuais, como os produtores rurais, mineradores e pescadores artesanais. As normas que regem esse direito estão especificadas no artigo 201, parágrafo 7º, inciso II da Constituição Federal, bem como nos artigos 39 e 48, parágrafo 2º da Lei 8.213/91, artigo 56 do Decreto 3.048/99 e artigo 256 da IN 128/2022. O conceito de regime econômico familiar se aplica quando o trabalho familiar é essencial para o sustento e o progresso socioeconômico da família, realizado em um ambiente de cooperação e dependência mútua. É importante ressaltar que os indígenas, cujo período de trabalho rural tenha si- do certificado pela FUNAI, são considerados segurados especiais, conforme o artigo 109, parágrafo 4º da IN 128/2022. Além disso, é irrelevante o valor obtido pelo segu- rado especial com a venda de sua produção, conforme estipulado pelo artigo 109, pa- rágrafo 1º da mesma instrução normativa. Por outro lado, o trabalhador rural com car- teira assinada também tem direito a esse benefício.
Critérios da Aposentadoria Rural:
Os requisitos para a aposentadoria rural permanecem inalterados após a Refor- ma da Previdência, mantendo-se estáveis até o ano de 2024. Para ser elegível ao bene- fício, é necessário cumprir os seguintes critérios:
1º-Tempo de Atividade Rural: O requerente deve comprovar 15 anos de atividade
rural, o que equivale a 180 meses de carência.
2º-Idade: As mulheres devem ter pelo menos 55 anos, enquanto os homens devem ter pelo menos 60 anos de idade.
Portanto, é fundamental demonstrar o efetivo exercício da atividade rural no período
imediatamente anterior à solicitação do benefício junto ao INSS. Por outro lado, é importante ressaltar que o segurado especial não perde sua condição especial se: Estiver associado a uma cooperativa agrícola. Estiver envolvido no processo de industrialização artesanal dos produtos cultiva- dos. Exercer outra atividade remunerada, mesmo que urbana, por até 120 dias. Desempenhar um mandato de vereador no município onde desenvolve a atividade- rural. Além disso, é crucial observar o período rural após 1991 para aposentadoria por tempo de contribuição. No entanto, se algum membro do grupo familiar estiver envolvido em atividade urbana, a situação requer uma análise individualizada, pois o exercício de atividade urbana por si só não desqualifica automaticamente o trabalhador rural como segurado especial.
Como é Possível Provar a Aposentadoria Rural?
Provar a aposentadoria rural requer uma abordagem meticulosa, predominante- mente baseada na documentação. Na busca pela aposentadoria por idade rural, é vital apresentar a autodeclaração do segurado especial, assinada pessoalmente por ele. Seguindo as diretrizes da IN 128/2022, o processo de autodeclaração rural se- gue um protocolo específico. É importante salientar que os documentos não necessa- riamente cobrem todo o período requerido. Mais de 50 tipos de documentos podem ser utilizados para comprovar a atividade rural, incluindo, mas não se limitando a: Blocos de notas de produtor rural; Declaração de aptidão ao PRONAF; Contratos de arrendamento, parceria ou comodato; Comprovantes de cadastro no INCRA e de pagamento de ITR; Históricos escolares; Certidões de casamento; Declarações sindicais representativas do trabalhador. É válido notar que os documentos podem estar registrados em nome de outros membros do grupo familiar, desde que sejam comprovadamente relacionados. Além disso, no caso das mulheres, é possível utilizar documentação em nome do cônjuge para corroborar a atividade rural.