Você está na página 1de 11

Relação terapêutica

Carolina Mesquita de Oliveira


3. Desenvolvendo habilidades clínicas
Por um tempo eu acreditei que para ser uma psicóloga valorosa precisava nadar no mar da vida dos meus pacientes com o
máximo de cautela possível, e para isso era indicado usar boias. Afinal, não é possível controlar as ondas desse mar.

Mas quem já usou boias para nadar sabe o quão limitado é. Com elas realmente temos menos possibilidade de afogar, por
mais agitado que o mar esteja, mas também não mergulhamos, não conseguimos ir mais fundo nas águas, não podemos dar
cambalhota, só boiar.

Para entrar nesse mar sem boias precisei aperfeiçoar as técnicas da natação, afinal, quando estou sem elas corro mais riscos.
Se o mar está agitado preciso nadar com mais cautela. Precisei aprender a observar as águas do mar, seu movimento, seja
agitação ou calmaria, e observar os pontos de perigo.

As vezes aquele marzão está muito chamativo. Fico receosa e acabo entrando usando boias...É bem verdade que me protejo,
mas fico ali na superfície, não consigo mergulhar. Com o tempo ali no mar vou ficando mais a vontade...tiro uma boia,
outra...e aí consigo mergulhar e nadar livremente. É um máximo.

E você? Como tem nadado com seus pacientes?


Em quais mares você entra com boias?
Quais as boias você utiliza?

E como seria aprimorar as técnicas de natação para nadar sem boias e com mais segurança?

Para nadar, precisamos de cuidado e coragem.

Carolina Mesquita ​
CRP 04/37446
Habilidades terapêuticas

 Empatia
 Autenticidade
 Aceitação
 Instruir o paciente
 Ouvir
 Obsevar
 Estar seguro de si
 Ser diretivo
 Ser disponível
 Usar de forma criteriosa o humor
 Ser criativo
Habilidades não verbais

 Voz moldurada, suave, firme

 Velocidade moderada da fala

 Expressão facial e olhar nos olhos do paciente

 Movimento do corpo
Habilidade de fazer perguntas e escutar

 Pergunta aberta e fechada  Clarificação

 Interpretação  Paráfrase

 Análise  Reflexão

 Síntese
O terapeuta como parte da relação

 Quando o terapeuta desliga seu próprio piloto automático

“A prática de mindfulness favorece a nossa capacidade de refletir a


experiência do outro ao mesmo tempo que ajuda a reforçar os
circuitos autorreguladores que nos protegem de sermos devastados”
(Germer, Siegel, Fulton, 2016, p. 67)
O terapeuta como parte da relação

 A prática clínica como um caminho onde há muros e pontes

“Aceitar os limites da nossa benevolência é um pré-requisito para


deixarmos nossos pacientes assumirem mais responsabilidades por
seu próprio crescimento e bem-estar.”
(Germer, Siegel, Fulton, 2016, p. 68)
“O maior desafio da psicoterapia é nos sentarmos
dignamente e alerta com um paciente na cama
pleno do sofrimento. Esses bravos momentos
podem ser os mais honestos e transformadores da
terapia”. (Germer, Siegel & Fulton, 2016)
Aprendendo a parar...

 Estratégias para regular a atenção

Vamos praticar?

Você também pode gostar