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Psicopatologia

Profa. Dra. Carla Soares


Memória é a capacidade de codificar, armazenar e evocar as
experiências, impressões e fatos que ocorrem em nossas
vidas.

Relaciona-se com o nível de consciência e atenção, o estado


emocional e o interesse motivacional, os contextos, as
atividades e fases da vida.
Memória é a capacidade de codificar, armazenar e evocar as
experiências, impressões e fatos que ocorrem em nossas vidas.

CODIFICAÇÃO
Formação de um código de memória

TRÊS PROCESSOS-CHAVE ARMAZENAMENTO


DA MEMÓRIA Manutenção da informação codificada na
memória por um período

RECORDAÇÃO/ RECUPERAÇÃO
Resgate das informações armazenadas na
memória
1. Memória sensorial e depósito sensorial (até 1 segundo) (muito
relacionada com percepção e atenção)

2. Memória imediata ou de curtíssimo prazo (de poucos


segundos até 1 a 3 minutos) (muito relacionada com atenção e
memória de trabalho)

3. Memória recente ou de curto prazo (de poucos minutos até 3 a


6 horas).

4. Memória de longo prazo ou remota (de dias, meses até muitos


anos).
 Memória de trabalho - perda pode ocorrer na DA, DV, EM, TC,
esquizofrenia, TDAH, TOC...

 Memória episódica – perda pode ocorrer na DA, esquizofrenia,


transtorno dissociativo, doença de Parkinson

 Memória semântica – perda pode ocorrer na DA e em outras


demências

 Memória de procedimentos –pode ocorrer na doeça de


Parkinson
 Hipermnésias

 Amnésias (ou hipomnésias) - dissociativas X orgânicas;


retrógrada X anterógrada X retroanterógrada

 Paramnésias – ilusões e alucinações mnemicas

 Confabulações
PERGUNTAS RELATIVAS À MEMÓRIA RECENTE (APRESENTAR-SE INICIALMENTE AO PACIENTE)

Há quanto tempo está nesta enfermaria (ou neste serviço de saúde, consultório)?

Onde dormiu na última noite?

Onde esteve ontem? E há uma semana? No mês passado?

O que comeu ontem? E hoje?

A que horas se levantou da cama?

Trabalhou ou estudou ontem? E hoje?

Há quanto tempo estamos conversando?

Quem sou eu e qual é meu nome?


PERGUNTAS RELATIVAS À MEMÓRIA REMOTA
Estado civil? Lembra-se do nome de algum professor?

Com que idade casou? De algum colega de escola?


Como era a cidade de sua infância e a de sua
Como se chama seu cônjuge?
juventude?
Que idade tem seu cônjuge? O que fez, em termos de trabalho ou atividade,
Em que cidade casou? no passado?
Como aprendeu?
Tem filhos? Como se chamam? Que idade têm?
Em que eleições você votou?
Como se chamam seus pais? Vivem ainda? Que
idade têm? Lembra-se do nome dos últimos presidentes?
Se for viúvo/a, qual a data e causa da morte do
Onde nasceu?
cônjuge?
Foi à escola? Qual é o nome da escola/faculdade Se for divorciado/a (separado/a), qual a data e
que cursou? motivo do divórcio (separação)?
TESTES SIMPLIFICADOS DE MEMÓRIA

Testes de memória verbal simples

Teste de memória visual

Teste de memória verbal por associação de


palavras

Teste de memória lógica


 É o principal instrumento de comunicação dos seres humanos.

 Fundamental na elaboração e na expressão do pensamento e das emoções.

 Permite e garante a socialização plena do indivíduo; ela é fundamental para a


afirmação do eu e das oposições eu/mundo, eu/tu, eu/outros.

 Suporte do pensamento, particularmente em sua forma mais desenvolvida,


relacionada ao pensamento lógico e abstrato.

Só no contexto social específico e concreto dos falantes a linguagem pode ser


compreendida, interpretada e analisada (p. ex., se se trata de linguagem
normal ou patológica)
“A linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela
seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus
esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual
ele influencia e é influenciado, a base última e mais profunda da
sociedade humana. Mas é também o recurso último e
indispensável do homem, seu refúgio nas horas solitárias em
que o espírito luta com a existência, e quando o conflito se
resolve no monólogo do poeta e na meditação do pensador.”
(Hjelmslev, 1975, p. 185).
ALTERAÇÕES OUTRAS ALTERAÇÕES
NEURO
Logorreia – aceleração com perda da lógica do discurso
Loquacidade – aceleração sem prejuízo da lógica do
 Afasias discurso
Bradifasia – pode ocorrer em quadros depressivos graves,
 Agrafia estados demenciais e esquizofrenia crônica ou com
sintomas negativos.
 Alexia Mutismo – *pode ser um negativismo verbal; ocorre em
estupor; esquizofrenia; depressões graves.
Mutismo eletivo ou seletivo- ansiedade social; depressão;
 Disartria transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Perseveração verbal - lesões neuronais, DA, DV,
 Parafasias esquizofrenia, quadros graves de TOC
+ ecolalia, palilalia e logoclonia
TDAH - linguagem é cheia de saltos, pulando de um interlocutor para outro, ou de
um tema para outro; não parece escutar quando se lhe é falado; rapidez na fala

Quadros depressivos moderados ou graves - discurso mais lento, com pausas mais
longas do que o habitual; redução na variedade do conteúdo do discurso

Fase maníaca - costuma utilizar poucas palavras negativas; em casos graves: fuga de
ideias; fala muito rápida, mudanças rápidas, bruscas e frequentes.
PRODUÇÃO DA LINGUAGEM QUALIDADE DA LINGUAGEM

ØAs respostas do paciente às perguntas do


Ø Como é a fala do paciente? entrevistador são coerentes ou incoerentes?
ØSeu discurso é compreensível, parcialmente
Ø Ele fala espontaneamente
compreensível ou totalmente incompreensível?
ou apenas quando
solicitado? Caso não fale, é ØO discurso é gramaticalmente correto ou incorreto?
possível notar se se recusa ØO paciente pode produzir uma narrativa coerente?
ou é incapaz de falar?
ØO paciente emprega palavras estranhas ou bizarras?
Ø A fala é lenta ou rápida? Há neologismos ou paralogismos?

Ø Percebe-se a fala como Ø Há ecolalia, palilalia ou logoclonia?


incoercível, inibida ou ØO paciente tem dificuldades em encontrar as palavras?
interceptada?
ØSeu vocabulário é pobre, mediano ou rico?
 “a capacidade global do indivíduo de agir com propósitos, de pensar
racionalmente e de lidar eficazmente com o seu ambiente” (Wechsler,
1958)

 Conjunto das habilidades cognitivas da pessoa, a resultante, o vetor


final dos diferentes processos intelectivos.

 Permitem ao indivíduo identificar e resolver problemas novos,


reconhecer adequadamente as situações cambiantes da vida e
encontrar soluções, as mais satisfatórias possíveis para si e para o
ambiente, respondendo às exigências de adaptação às demandas do
dia a dia.
 Desenvolvimento da inteligência na criança (Piaget e Vygotsky)

 Modelo unifatorial, ou unidimensional, da inteligência (fator g) X


multifatorial ou multidimensional

 Testes de inteligência (Binet-Simon; Stanford-Binet; Weschler)-


críticas aos seus limites e usos
 O prejuízo intelectual nas DIs implica dificuldade significativa ou
impossibilidade em áreas como juízos e raciocínios, solução de problemas,
planejamento, pensamento abstrato, capacidade de aprendizagem na escola
e aprendizagem por experiência.

 O prejuízo em funções adaptativas nas DIs é expresso pelas dificuldades


significativas ou impossibilidade da pessoa em ter uma vida independente e
autônoma.

 O diagnóstico cuidadoso de DI e de seu nível (leve, moderado, grave e


profundo) permite que se identifiquem dificuldades, riscos e limitações que
podem ser objeto de intervenções bem planejadas
 Pessoas com inteligência limítrofe, por definição, não têm DI

 Muitos indivíduos com inteligência limítrofe costumam apresentar


dificuldades sociais e cognitivas no contexto escolar somente quando
chegam ao ensino médio ou, em alguns poucos casos, nos primeiros
anos da universidade.

 Dificuldades podem surgir quando essas pessoas são confrontadas


com exigências cognitivas mais complexas e sofisticadas nos estudos,
no trabalho ou na vida familiar.
Verificar, logo no início da avaliação da inteligência, se o paciente está com o nível de
consciência preservado, se está orientado temporoespacialmente, qual seu grau de
concentração e motivação e seu estado de humor.
Deve-se obter com precisão a escolaridade do paciente. Caso tenha tido repetências
ou fracassos na escola, quantos anos de repetência?
Quais os motivos mencionados para essas repetências ou fracasso escolar?
Perguntar também se o paciente realiza atividades diárias sozinho.
Verificar informações e conhecimentos gerais.
Tentar verificar a capacidade de abstração, generalização e sofisticação da inteligência
A compreensão de situações da vida (p.ex: por que o time precisa de goleiro, ou o
jogo de juiz; o que você faria se a casa do vizinho estivesse pegando fogo?)
 O conjunto de habilidades necessárias e que são a base cognitiva e neuropsicológica da
interação social, da sociabilidade, enfim, da vida de uma pessoa em sociedade.

Os principais domínios:

1. Percepção e processamento das emoções

2. Percepção social, que inclui a capacidade de compreender, decodificar e interpretar


adequadamente elementos e dicas sociais do contexto ambiental.

3. Teoria da mente (theory of mind). capacidade de interpretar a mente alheia.

4.Viés ou estilo de atribuição, ou seja, identificou-se que também é importante para a


cognição social o modo como o indivíduo atribui ou infere relações causais, como ele
infere as causas dos acontecimentos.
TEA- dificuldades de diferentes níveis em tarefas de cognição social,
como reconhecimento de emoções; na percepção, na interpretação e
uso de regras sociais e na teoria da mente;

Esquizofrenia - déficit no reconhecimento de emoções; dificuldades na


identificação e na interpretação de regras sociais

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