Você está na página 1de 14

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: A poesia e os fundamentos da literatura.

Nome: Joãozinho Manuel Meque Francisco.

Código: 708203613

Docente:Pe.Filipe Ajuda
Turma: D/Sala 22

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: Literatura Africana em Lingua Portuguesa I
Ano de frequência: 3ᵒ Ano
Tete, Julho de 2022
Folha de feedback

Categorias Indicadores Padrões Classificação

Pontuação Nota Subtotal


máxima do
tutor

Estrutura Aspectos Capa 0,5


organizacionais
Índice 0.5

Introdução 0.5

Discussão 0.5

Conclusão 0.5

Bibliografia 0.5

Conteúdo Introdução Contextualização 1.0

Descrição dos objectivos 1.0

Metodologia adequada ao 2.0


objecto do trabalho

Analise e Articulação e domínio 2.0


discussão
Revisão bibliográfico 2.0

Exploração dos dados 2.0

Conclusão Contributos teóricos 2.0


práticos

Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho 1.0


gerais de letra, paragrafo e
espaçamento entre linhas.

Referências Normas APA 6ª Rigor e coerência das 4.0


bibliográfica edição em citações / referências
s citações e bibliográficas
bibliografia

2
Folha para recomendações de melhoria

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

3
Índice pag
1.Introdução..............................................................................................................................5

1.1 Objectivos...........................................................................................................................6

1.1.1 Objetivos gerais:..............................................................................................................6

1.1.2 Objectivos específicos:....................................................................................................6

1.2 Metodologia........................................................................................................................6

2.A poesia os fundamentos da literatura..................................................................................7

2.1 Formas de revindicação do São Tomenses com relação ao Francisco João Tenreiro no
Que Concerne a africanidade como era entendido nos anos anterior, não se esquecendo de
mencionados livros publicadas e apresentar um texto poético, onde este devera ser feito a
analisei sua estrutura interna e externa.....................................................................................7

2.2.Os livros publicadas e apresentar um texto poético, onde este devera ser feito a analisei
sua estrutura interna e externa................................................................................................11

2.3 Fale da lírica de são Tomé, a temática da evoluciona infância da mulher e da terra mãe
negra desenvolvendo a lírica, o papel de Alda Espírito Santo na literatura São-Tomense....12

3.Conclusão............................................................................................................................13

4.Bibliografia..........................................................................................................................14

4
1.Introdução
O presente trabalho de pesquisa intitulado “A poesia os fundamentos da literatura” enquadra-se
na cadeira de Literaturas Africanas em língua Portuguesa I 3º ano, como um dos requisitos
avaliativo. Salientar que esse trabalho foi desenvolvido nas linhas de pesquisa na Universidade
Católica de Moçambique (instituto de ensino à distancia) na cidade de Tete Importa-nos referir
que neste trabalho, iremos nos focalizar nos seguintes aspectos: formas de revindicação do São
Tomenses com relação ao Francisco João Tenreiro no Que Concerne a africanidade como era
entendido nos anos anterior, não se esquecendo de mencionados livros publicadas e apresentar
um texto poético, onde este devera ser feito a analisei sua estrutura interna e externa, Os livros
publicadas e apresentar um texto poético, onde este devera ser feito a analisei sua estrutura
interna e externa, Fale da lírica de são Tomé, a temática da evoluciona infância da mulher e da
terra mãe negra desenvolvendo a lírica, o papel de Aida Espírito Santo na literatura São-
Tomense.

Quanto a estrutura, importa nos que dizer que, o presente trabalho estará estruturado da seguinte
forma: na primeira fase compreende a introdução, de seguida a fundamentação teórica, por fim, a
conclusão e bibliografia. No que diz respeito a metodologia, importa salientar que, na execução
do nosso trabalho, optamos pelo método bibliográfico, que consistiu na consulta de alguns livros
e manuais já publicados cientificamente que já abordaram questões ou assuntos pertinente a
nossa pesquisa.

5
1.1 Objectivos

No que diz respeito aos objectivos, importa-nos realçar que traçamos os seguinte objectivos:
1.1.1 Objetivos gerais:

 Compreender a poesia e os fundamentos da literatura São Tomense;


 Conhecer a revindicação do São Tomenses com relação ao Francisco João Tenreiro.

1.1.2 Objectivos específicos:


 Mencionar os livros publicados e apresentar um texto poético, onde este devera ser feito a
analisei sua estrutura interna e externa.
 Descrever lírica de são Tomé, a temática da evoluciona infância da mulher e da terra mãe
negra desenvolvendo a lírica, o papel de Aida Espírito Santo na literatura São-Tomense.

1.2 Metodologia.
No que concerne às metodologias, importa nos realçar que optamos pelo método bibliográfico que
permitiu-nos na consulta de algumas obras e revistas publicados na internet que já abordaram assuntos
relacionados ao tema do nosso trabalho

6
2.A poesia e os fundamentos da literatura.
2.1 Num pequeno trecho formas de revindicação do São Tomenses com relação ao
Francisco João Tenreiro no Que Concerne a africanidade como era entendido nos anos
anterior, não se esquecendo de mencionados livros publicadas e apresentar um texto
poético, onde este devera ser feito a analisei sua estrutura interna e externa.

Os cenários africanos, em geral, e os de são Tomé e príncipe, em particular, foram


significativamente modificados no século xix, primeiro pelos movimentos pela abolição da
escravatura e, em seguida, pela partilha do continente, determinada na conferência de Berlim
(1884-1885), com a imposição de novas fronteiras políticas. Embora o continente africano tenha
sua geografia, história, culturas, economia etc. Corrompidas de maneira inexorável, em especial,
após as deliberações da conferência, no que refere a Portugal e suas colónias ultramarinas,
sucedeu a destruição do sonho luso de firmar o mapa “cor-de-rosa”, que, ao ligar os territórios de
Angola e Moçambique, colocava em comunicação os oceanos atlântico e Índico.

O primeiro poeta da Negritude de língua portuguesa, Ilha de Nome Santo é, porém,


poesia eminentemente insular, não obstante os “3 poemas soltos” cuja estética está em
consonância com a dos poemas dos anos 1950, revitalizadores de figuras, signos e
símbolos emblemáticos do mundo negro-africano e vinculados aos modelos tutelares da
consciência negra nos Estados Unidos, Cuba ou Haiti e redimensionados pelo movimento
da Negritude. Assim, tal como os “3 poemas soltos”, incluídos em Ilha de Nome Santo, a
saber “Epopeia”, “Exortação” e “Negro de todo o Mundo”, os poemas negritudinistas
de Coração em África evocam, para estigmatizar, a desagregação e a dispersão absoluta
do povo negro, a tristeza, a melancolia e a martirizada submissão do negro da diáspora.
Expressão pungente das realidades do mundo negro-africano, esses aspectos conjugam-se
com a dimensão do orgulho da raça, da exaltação cultural expressa pelo invocacionismo
das entidades simbolicamente apreendidas como genésicas e cosmogónicas (Mãe-
Terra/Tellus) e pelo evocacionismo ancestral, configurado no retorno às origens e na
concepção redencionista da vida, em forma de esperança e certeza, aliás uma dimensão
configuradora da estética negritudinista(Ferreira, 2008,P.124)

Numa altura em que se intensificava a Guerra Colonial. Geógrafo por formação, usou a poesia para
exprimir a nova África, já não a dos postais ilustrados e dos povos, plantas e animais exóticos, mas a de
um novo tempo, marcado pela fusão de culturas nativas.

7
Na 2ª parte de Coração em África, o poeta “regressa” à sua ilha: fizera um percurso desde Ilha
de Nome Santo, em que o desejo de conhecimento das realidades e de identificação com a terra
natal (que a dedicatória, primeiro, e, depois, o poema “A canção do mestiço” sintetizam) o leva a
perscrutar as especificidades sociais e culturais da ilha, numa escrita neo-realista cujo
funcionamento ideológico revela uma dimensão nacionalista pelas suas intenções anti-coloniais.
Nomeara em Ilha de Nome Santo a exploração colonial e a precariedade social da população
nativa, em “Cancioneiro” e no “Ciclo do Álcool”, a identidade mestiça do ilhéu (por vezes uma
dolorosa mestiçagem, como na poesia do “Romanceiro”), subvertendo o código do exotismo
literário ao textualizar “realidades miúdas da vida do homem” para, após um mergulho no
universalismo negritudinista, que começara em “3 poemas soltos” e continuaria na primeira parte
de Coração em África, regressar à pulsão da tellus insular.

Os poemas dessa segunda parte, intitulada “Regresso à ilha”, maioritariamente escritos durante
uma estada em São Tomé, na Páscoa de 1962, relevam do evocacionismo da terra natal, das suas
potencialidades naturais e culturais, mas também espirituais, revalorizando-as através da citação
dos seus frutos, animais, paisagens, ritmos e sensações, num gesto de imersão na tellus que o
poeta realiza convocando os seus mais atávicos afectos; mas ainda assim, nunca esquecendo as
tensões sociais, em última instância coloniais assim passamos acitar um textos:

Texto Poético

Ah! Brancos, negros e mestiços


escaldaram o teu corpo de sensações
com o bafo quente de um vulcão maldito.
E os teus seios secaram
o teu corpo mirrou
e as pernas engrossaram
enraizando-se no teu próprio corpo.

E os teus olhos...

Os teus olhos perderam o brilho


ao sentirem o chicote
rasgar as carnes duras dos teus filhos.
Os teus olhos são poços de água pálida,
porque cheiraste na velha cubata
o odor intenso de uma aguardente qualquer.
Os teus olhos tornaram-se vermelhos
quando brancos, negros e mestiços instigados

8
pelo álcool
pelo chicote
pelo ódio
se empenharam em lutas fratricidas
e se danaram pelo mundo.

E a ti,
Oh! mãe de negros e mestiços e avô de brancos!
ficou-te esse jeito
de te perderes na beira de algum caminho
e te sentares de cabeça pendida
cachimbando e cuspindo para os lados.

Mas os teus filhos não morreram, negra velha,


que eu oiço um rio de almas reluzentes
cantando: nós não nascemos num dia sem sol
Da leitura desta estrofe, surge nítida a consciência do poeta de que a Africa negra, no sentido
antropológico, ficava já longe e na memória daqueles, seus filhos, que nasceram marcados,
histórica e afectivamente, pelo tempo em que “Os brancos abriram clareiras/a tiros de
carabina./Mas clareiras fogos/arroxeando a noite tropical.
Na época de D. Afonso V (1432-1481), auto-intitulado “Rei de Portugal e dos Algarves d’aquém
e d’além-mar em África”, também conhecido pelo codinome de o “Africano”, a navegação
atlântica ficava sob a responsabilidade de mercadores. Talvez por objectivar retorno financeiro
imediato, D. Afonso V ofertava os empreendimentos marítimos em leilão, a quem oferecesse o
maior lance. Em decorrência dessa prática, o mercador lisboeta Fernão Gomes pagou o direito
pelo “‘resgate’ da Guiné e o avanço das descobertas pelo sul”. Sob a custódia de Fernão Gomes,
João de Santarém e Pêro Escovar aportaram em Ano Bom,36 São Tomé e Príncipe,37
respectivamente, em Dezembro 1471 e em janeiro 1472.38 A ilha Fernando Pó, pertencente ao
conjunto insular, foi encontrada alguns anos mais tarde.

Na lista dos achamentos, São Tomé e Príncipe passa a ser o quarto espaço insular, antecedido
dos arquipélagos da Madeira (1420); dos Açores (1427); de Cabo Verde (1460), importantes
pontos de apoio para os navegadores, notadamente portugueses, cujo objetivo era encontrar um
novo caminho para a Índia e instalar-se efetivamente na costa africana. Todavia,

“Não se trata de operações absolutamente idênticas às verificadas no caso dos dois


arquipélagos ‘adjacentes’, Madeira e Açores, e que se procurara alargar com as Canárias
que a Coroa espanhola conseguiu conservar. Os dois arquipélagos de Cabo Verde e S.

9
Tomé e Príncipe [...] desempenham funções decisivas na relação com o continente, mas
também com o próprio espaço portugalizado” (HenriqueS, 1996, p. 116)

No pequeno arquipélago – São Tomé com 857km² de extensão territorial e Príncipe, 114km² –
situado no golfo da Guiné, costa ocidental da África não havia população,39 o que, de certo
modo, acelerou a “invenção de uma sociedade” sãotomense.40 Na chegada ao espaço insular, os
navegadores ficaram impressionados com a “originalidade [d]o relevo, clima e vegetação, em
virtude da situação equatorial das ilhas, nova para quem conhecia somente os arquipélagos
subtropicais das Atlânticas” (Tenreiro,1961, p. 13)

As características das ilhas, inventariadas pelo geógrafo Francisco Tenreiro, já haviam


despertado o interesse do Piloto Anônimo, no momento em que descreveu o espaço insular para
o conde Rimondo Della Torre: “Quando esta ilha de São Tomé foi descoberta, era toda ela um
bosque densíssimo, com árvores viçosas e tão grandes que parecia tocarem no céu; eram de
diversas castas, porém estéreis e os seus ramos diferentes do que o são entre nós”
(ALBUQUERQUE, 1989, p. 20). Além da exuberância da flora, o Piloto Anônimo ressalta “a
bondade da terra”, por causa de sua extrema fertilidade.

Pode-se afirmar que o início da “invenção” de São Tomé começou a ser narrado quinze anos
após seu achamento, pois data de 1486 a chegada dos primeiros povoadores à ilha.41 Nomeado
capitão-donatário no ano anterior, quando Dom João I, a exemplo dos outros espaços insulares,
introduziu o sistema de capitanias hereditárias em São Tomé e Príncipe, João da Paiva e um
pequeno grupo de povoadores aportaram com uma missão: “o povoamento deveria fazer-se em
função de uma cultura lucrativa” (Tenreiro, 1961, p. 59)..

Cumprir a ordem de Dom João I constituiu uma tarefa árdua, para a qual os portugueses
recorreram a europeus provenientes de vários espaços, a compatriotas que estavam à margem da
sociedade portuguesa e, principalmente, aos africanos. A importância dos africanos no processo
de colonização se mostrou incontestável para criação de um espaço completamente novo, onde
seus valores prevaleceram. Importa ressaltar, porém, que a história não se desenvolve de forma
evolutiva. Na construção do espaço são-tomense, moldado para ser lucrativo, as relações sociais
serão mediadas pelos pactos e conflitos. Com o objectivo de delinear a rota da busca pelo lucro e
colocar em evidência as relações, tanto simétricas quanto assimétricas, na tríade composta por
africanos livres, europeus, africanos cativos, descrevo e analiso os espaços são-tomenses, aos

10
quais nomino microcosmos: a Povoação, o engenho, o obó. 42 Por considerar as plantas tão
indispensáveis à subsistência quanto fundamentais à simbologia da identidade, comento sobre a
diáspora dos vegetais que ocorreu ao longo do século XV e XVI no arquipélago são-tomense

2.2.Os livros publicadas e apresentar um texto poético, onde este devera ser feito a analisei
sua estrutura interna e externa.
Publicou a sua primeira obra – Ilha de Nome Santo – na coleção Coimbra “Novo Cancioneiro”,
integrando-se na corrente neorrealista que então surgia em Portugal. Poeta da mestiçagem, do
cruzamento de culturas e de vozes, escreve, na “Canção do Mestiço”, “nasci do negro e do
branco / e quem olhar para mim / é como se olhasse / para um tabuleiro de xadrez”, continuando
“E tenho no peito uma alma grande, / uma alma feita de adição”. É nessa adição que reside a
diferença. Tenreiro não apela a um retorno às origens africanas, mas ao respeito das pessoas de
todas as cores, de todas as tradições. A sua voz é verdadeiramente a voz do exílio, por um lado, e
do entrecruzamento das culturas e das raças, por outro.

Em 1953, juntamente com o angolano Mário de Andrade, publica, em Lisboa, Poesia Negra de
Expressão Portuguesa, uma antologia de textos de novos intelectuais africanos. O próprio nome
era já provocação: a africanidade implicava a desestruturação da portugalidade, o que, numa
época de ditadura, era no mínimo arriscado fazer. É a busca de uma nova consciência africana.
Em 1962, Tenreiro concluiu o seu segundo livro de poesia, Coração em África, que já não viu
publicado, por ter falecido no ano seguinte (in Infopédia, Porto Editora).

Considerado o primeiro poeta da Negritude de língua portuguesa, Ilha de Nome Santo é, porém,
poesia eminentemente insular, não obstante os “3 poemas soltos” cuja estética está em
consonância com a dos poemas dos anos 1950, revitalizadores de figuras, signos e símbolos
emblemáticos do mundo negro-africano e vinculados aos modelos tutelares da consciência negra
nos Estados Unidos, Cuba ou Haiti e redimensionados pelo movimento da Negritude. Assim, tal
como os “3 poemas soltos”, incluídos em Ilha de Nome Santo, a saber “Epopeia”, “Exortação” e
“Negro de todo o Mundo”, os poemas negros de Coração em África evocam, para estigmatizar, a
desagregação e a dispersão absoluta do povo negro, a tristeza, a melancolia e a martirizada
submissão do negro da diáspora. Expressão pungente das realidades do mundo negro-africano,
esses aspetos conjugam-se com a dimensão do orgulho da raça, da exaltação cultural expressa

11
pelo inflacionismo das entidades simbolicamente apreendidas como genésicas e cosmogónicas
(Mãe-Terra/Tellus) e pelo evolucionismo ancestral, configurado no retorno às origens e na
concessão reducionista da vida, em forma de esperança e certeza, aliás uma dimensão
configuradora da estética negra.

Na 2ª parte de Coração em África, o poeta “regressa” à sua ilha: fizera um percurso desde Ilha de
Nome Santo, em que o desejo de conhecimento das realidades e de identificação com aterra natal
(que a dedicatória, primeiro, e, depois, o poema “A canção do mestiço” sintetizam) o leva a
perscrutar as especificidades sociais e culturais da ilha, numa escrita neo-realista cujo
funcionamento ideológico revela uma dimensão nacionalista pelas suas intenções anticoloniais.
2.3 Fale da lírica de são Tomé, a temática da evoluciona infância da mulher e da terra mãe
negra desenvolvendo a lírica, o papel de Alda Espírito Santo na literatura São-Tomense.
Alda Graça do Espírito Santo Escreva um pouco sobre a literatura são tomensem Foi professor
da geração de são-tomenses, que gritou pela independência nacional. Criou a primeira geração de
jornalistas do país, e como poetisa imortalizou o massacre de 1953 no poema trindade, que
desde a independência nacional é recitado todos os anos e de forma arrepiante por uma voz
feminina

Em Janeiro de 1953, regressa a São Tomé e Príncipe, onde actua como professora e jornalista.
Nesse mesmo ano, escreve o poema “Trindade” que denuncia o massacre ocorrido em 5 de
Fevereiro em Trindade (São Tomé e Príncipe). Após a independência de São Tomé e Príncipe,
ocorrida em 12 de Junho de 1975, Alda Espírito Santo ocupa vários cargos sucessivos no
governo da jovem nação, entre os quais os de Ministra da Educação e Cultura, Ministra da
Informação e Cultura, Presidente da Assembleia Nacional e Secretária Geral da União Nacional
de Escritores e Artistas de São Tomé e Príncipe. Nesse ano, em Novembro, compõe a letra do
Hino Nacional de São Tomé e Príncipe, intitulado “Independência Total.
No ano de 1976, publica seu primeiro livro de poemas intitulado "O jogral das Ilhas". Em 1978,
publica o livro de poemas "É nosso o solo sagrado da terra-poesia de protesto e luta", que reúne
uma colectânea dos poemas produzidos por Alda entre os anos de 1950- 1970. Em 9 de Março de
2010, falece a poeta Alda Espírito Santo, em Luanda (Angola) por complicações na saúde.

12
3.Conclusão
Após a efectivação do trabalho, em causa constatamos que Francisco José Tenreiro foi busca
das identidades individual e nacional é sempre o cerne da questão cultural, social e literária dos
países africanos sob domínio colonial, quer se processe através de formas combativas ou
expositivas. Nenhuma das duas identidade é procurada explicitamente, mas ambas são o desígnio
desses poemas tão aparentemente alheios quer a egocentrismos quer a etnocentrismos. Nunca
essa busca desesperada mas não cega, porque iluminada por uma sólida preparação cultural se
apresentou tão encoberta e indizível como na poesia de Francisco José Tenreiro: descobrimo-la
latente, nos espaços silenciosos (mas activos) entre os poemas, entre os títulos e os poemas, entre
grupos de poemas, entre significações adversas.

E por fim constatamos que nos dois livros de poemas há grupos dedicados à terra natal e todos
eles carecem de convicção poética, do luxo da estética, porque contaminados ora por um
construtivismo realista, na primeira fase, ora pela rasura da saudade, na última. O tema da terra e
das gentes insulares, batidos pelos ventos agrestes da história colonial, tratado de forma
empenhada ou nostálgica, responde às necessidades da construção de uma imagem identificativa
nacional. A emblemática nacional, forjada em irredutíveis especificidades, erige-se contra a
agressão de que o sujeito poético é vítima em meios sociais e ecológicos que lhe provocam, no
mínimo, a sensação de estranheza: “riam todos vocês assistência sem vida.

13
4.Bibliografia
Bayer, A. E. (2010).Dispersões e resistências: a invenção do espaço na literatura são-tomense.
In: MATA, Inocência Francisco José Tenreiro: as múltiplas faces de um intelectual. Lisboa:
Colibri.

Beja, O.(2007). Água crioula. Coimbra: Pé de página.

Bragança, A. F(2010.) José Tenreiro: a angústia de um poeta dividido. mata, Inocência


Francisco José Tenreiro: as múltiplas faces de um intelectual. Lisboa: Colibri,

Brito, R. (1999).O geógrafo Francisco Tenreiro. Tenreiro, Francisco José. Obra poética. Lisboa:
São paulo

Burness, D. (1999).Ossobó: ensaios sobre a literatura de São Tomé e Príncipe. Câmara


Municipal: Fanon,

Faustino. P (2008).negra, máscaras brancas. Traduzido por Renato da Silveira. Salvador:


EDUFBA

Ferreira, M (1997).No reino de Caliban II: Angola e São Tomé e Príncipe (3ª.ed.). Lisboa:
Plátano.

14

Você também pode gostar