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Hipertensão Secundária

Discussão de Caso Clínico

Ligantes:
Altair Gustavo Saura Martins
Emanuel Victor Batista Wanderley
Liga Acadêmica de Cardiologia (LAC) - UFPE | Discussão de caso - Ciclo 2023

Sumário

1..Apresentação do caso clínico

2. Hipertensão Secundária

3. Discussão sobre a doença de base


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Apresentação do Caso

Paciente com diagnóstico prévio, extenso histórico de consultas no HC - UFPE, não


se lembra exatamente quando foi realizado o diagnóstico e não possuíamos dados
disponíveis no sistema antes de 2022.
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Apresentação do Caso

VCV, 59 anos, HAS, em uma das consultas refere falta da ar há 15 dias. Refere dispneia aos
moderados esforços, Ortopneia. Nega DPN. Nega dor torácica, palpitação ou sincopes. Nega
sintomas respiratórios. Nega sintomas constitucionais.

Em uso de:
MTX 15MG 1X NA SEMANA + AF
Atensina 150mcg 2x
AAS 100mg/dia
HCTZ 25mg/dia
Atenolol 25mg 1x

Acervo HC-UFPE
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Apresentação do Caso
Ao exame:
Ausência de dor ou edema articular
Sem edema de MMII
AR: MV+ AHT s/RA
ACV: Sopro sistolico foco AO e Ao acessório 4+/6+
PA MSD: 180x90 MSE: 100x80
MID: 116x76 MIE: 96x76

Acervo HC-UFPE
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Hipertensão secundária

Definição:

Tratado de Cardiologia, SOCESP 5ª ed. 2022.


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Hipertensão secundária

Tratado de Cardiologia, SOCESP 5ª ed. 2022.


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Hipertensão secundária

Exames Prévios:
ANGIO TC SET/2021- ACCD - ESTENOSE DE 58%
TRONCO CELIACO - ESTENOSE 55%
A. MESENTERICA SUPERIOR - ESTENOSE SUPERIOR A 61%
A. RENAL DIREITA - DIFUSAMENTE AFILADA - COM RIM DIREITO
ATROFIADO.
A. RENAL ESQUERDA - ESTENOSE DE 68%
AICE - 59%
AICD - 33%

Acervo HC-UFPE
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Hipertensão secundária

Exames Prévios:

Acervo HC-UFPE
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Hipertensão secundária

Exames Prévios:

Acervo HC-UFPE
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Hipertensão secundária

Atual:

Acervo HC-UFPE
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Arterite de Takayasu

Introdução:

Arterite de Takaysu (AT) é uma forma rara de vasculite crônica, de


etiologia desconhecida, que acomete principalmente artérias de grande
calibre, como a aorta e seus ramos principais (artérias carótidas,
braquiocefálica, subclávias, vertebrais e renais). Pode acometer, ainda,
os médios vasos, como as artérias pulmonares e coronárias.

Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015


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Arterite de Takayasu
Epidemiologia:
Doença rara de distribuição mundial
Prevalência aumentada na Ásia
Na América Latina: deficiência de dados estatísticos
Incidência: 1,2-2,6/milhão ao ano.
Mulheres são mais acometidas (80 a 90%)
Idade de início: 10-40 anos (média de 25 anos)
Período entre o início dos sintomas e diagnóstico: 2 a 11 anos

Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015


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Arterite de Takayasu
Fisiopatologia:

Pan-arterite que envolve todas a 3 camadas da parede arterial;


Histopatologia:
Espessamento da adventícia com infiltrado celular (linfócitos e plasmócitos);
Destruição de células musculares lisas;
Fibrose da camada média e íntima

Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015


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Arterite de Takayasu
Fisiopatologia:
Progressão da doença:
Formação de aneurismas;
Dissecção ou ruptura da parede vascular;
Processo crônico:
Estenose de lúmen arterial
Formação de trombos
Obstrução do fluxo sanguíneo
Formação de circulação colateral
Clinicamente: ausência de pulso

Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015


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Arterite de Takayasu
Fisiopatologia:
Extensão da doença:
Aorta:
Proximal;
Torácica;
Abdominal:
Aa. mesentéricas
Tronco celíaco
A. Renal (hipertensão renovascular)
Outros vasos: a. subclávia, aa. carótidas, a. vertebral, aa. ilíacas e aa.
pulmonares
Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015
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Arterite de Takayasu
Etiologia:
Permanece obscura;

Três fatores potencialmente relacionados:


Mecanismos imunes
Doenças autoimunes associadas
Fator reumatoide; AC antiaorta/antiendotélio

Influência genética
Agregação familiar; gêmeos monozigóticos
Suscetibilidade genética localizada entre os locus HLA-B e HLA-DR e DQ

Fatores infecciosos
Mycobacterium tuberculosis (hipótese não comprovada)

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Arterite de Takayasu
Quadro Clínico:
Duas fases:
Inicial: pulso normal (mas com inflamação vascular);
Tardia: pulso ausente (oclusão arterial).

Fase inicial:
Assintomática;
Sinais e sintomas sistêmicos inespecíficos:
Processo inflamatório sistêmico;
Febre, sudorese noturna, fraqueza, perda de peso, mialgia, artralgia, etc.

Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015


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Arterite de Takayasu
Quadro Clínico:
Fase tardia:

Fibrose com oclusão vascular e isquemia

Insuficiência vascular
Estenoses e aneurismas
Comprometimento de artéria subclávia esquerda

Sinais e sintomas:
Claudicação (MMSS)
Diminuição/ausência de pulso com a diferença de PS > 10 mmHg entre os
membros. „
HAS secundária (estenose renal)
IAo; ICC; DAC; IAM (estenose/oclusão/aneurisma)
Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015
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Arterite de Takayasu
Diagnóstico:
American College of Rheumatology (1990);
*Exames laboratoriais são bastante limitados para Dx e acompanhamento
O paciente deve preencher pelo menos 3 desses 6 critérios:

Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015


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Arterite de Takayasu
Diagnóstico:
Exames de imagem:

Fundamentais para auxílio diagnóstico:

Espessamento de parede, estenose, oclusão e dilatação vasculares;


Arteriografia, TC, ressonância magnética, angiorressonância e PET

Padrão-ouro: Arteriografia (diagnóstico e acompanhamento):

Detecção das alterações do diâmetro luminal: estenoses, oclusões, dilatações


pós-estenóticas e aneurismas (fase tardia)
Não detecta inflamação vascular nem edema parietal (fase inicial), não
permitindo diagnóstico na fase pré-estenótica
Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015
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Arterite de Takayasu
Tratamento:

Clínico:
Controle do quadro inflamatório
Prevenção de alterações estruturais nas paredes dos vasos

Intervencionista:
Correção das alterações já instaladas
Recuperação total/parcial da função perdida

Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015


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Arterite de Takayasu
Tratamento:

Clínico:
Corticoterapia em altas doses (prednisona 1 a 2 mg/kg/dia)
Fase ativa:
Controlar os sintomas
Evitar as estenoses e aneurismas
40% dos pacientes necessita de outras drogas associadas (azatioprina, MTX,
etc.)

Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015


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Arterite de Takayasu
Tratamento:

Clínico:
HAS:
Difícil tratamento
Controle prejudicado por uso de corticoesteroide
Uso de iECA
Estenose de a. renal como causa da HAS
Grande frequência
Antiagregantes e anticoagulantes em caso de trombose
Medidas de controle da aterosclerose

Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015


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Arterite de Takayasu
Tratamento:

Procedimentos intervencionistas:
Tipos: percutâneo ou cirúrgico
Indicações:
Estenoses arteriais acentuadas de aa. renais, coronárias ou MMII
Claudicação, limitação de atividades diárias
Insuficiência arterial cerebral
1° linha: angioplastia transluminal percutânea
*Fora da fase ativa (evitar trombose PO)
Para os casos incorrigíveis via percutânea: cirurgia de bypass (revascularização)

Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015


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Referências Bibliográficas

1. Tratado de Cardiologia, SOCCESP. 5 ed. Santana de Parnaíba: Manole, 2022


2. Tratado Brasileiro de Reumatologia, SBR. 1° ed. 2015
Obrigado!

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