Luís Fernando de Melo Misael

LIBRAS

Luís Fernando de Melo Misael

RESENHA DO FILME “E SEU NOME É JONAS”

Resenha do filme “E seu nome é Jonas” para

o componente curricular de Libras, do Curso
de Licenciatura em Letras Português.
Professor(a): Marceli Lúcia Paveglio Romeu
 "…E Seu Nome é Jonas", dirigido por Richard Michaels em 1979, é uma obra que
transcende as barreiras do entretenimento para explorar profundamente as complexidades
da identidade surda e sua relação com a sociedade ouvinte. Em sua abordagem
cinematográfica, Michaels utiliza uma variedade de técnicas visuais e narrativas para
imergir o espectador na jornada emocional e social do protagonista, Jonas.

Desde o início do filme, Michaels estabelece uma atmosfera de isolamento e

alienação, capturando a perspectiva subjetiva de Jonas através de planos de câmera
subjetivos e manipulação do som. Essa técnica coloca o espectador diretamente na pele
de Jonas, permitindo uma compreensão visceral de sua experiência como uma pessoa
surda em um mundo predominantemente auditivo.

A escolha de enfatizar a comunicação não verbal, como expressões faciais e

gestos, reflete a importância da linguagem visual na vida dos surdos e destaca a riqueza
da comunicação além das palavras faladas. A cinematografia também explora a
linguagem de sinais como uma forma de expressão artística e cultural, mostrando sua
beleza e complexidade através de sequências coreografadas com habilidade.

A narrativa do filme é habilmente estruturada para explorar os desafios e triunfos

enfrentados pelo protagonista em sua jornada de autodescoberta e aceitação. O roteiro
evita clichês melodramáticos, optando por uma abordagem mais sutil e introspectiva, que
permite uma reflexão mais profunda sobre temas como identidade, pertencimento e
preconceito.

As performances dos atores, especialmente do protagonista, são cruciais para

transmitir a complexidade emocional da história. Através de sutis nuances de expressão
e linguagem corporal, eles conseguem transmitir a profundidade das experiências dos
personagens, tornando-os completamente cativantes para o espectador.

Apesar de seus méritos, o filme não está isento de críticas. Alguns aspectos da
narrativa podem parecer simplificados ou estereotipados, especialmente em relação à
representação da família de Jonas e sua dinâmica interna. Além disso, a falta de
aprofundamento em certos aspectos da cultura surda pode deixar o espectador com
perguntas não respondidas.
 Em última análise, "…E Seu Nome é Jonas" é uma realização cinematográfica
impressionante que oferece uma poderosa reflexão sobre a identidade surda e sua relação
com a sociedade. Com sua abordagem visualmente cativante e narrativa emocionalmente
envolvente, o filme convida o espectador a questionar suas próprias percepções sobre
comunicação, diversidade e inclusão. É uma obra que merece ser apreciada não apenas
por seu valor artístico, mas também por sua mensagem significativa e impactante.