Você está na página 1de 19

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Cerâmica artesanal e Industrial

Flávio João Florêncio


Código: 708220695

Curso: Ensino de Desenho


Disciplina: Tecnologia 2
Ano de Frequência: 2º Ano. T ‘A’
Docente: dr. Lázaro Félix Manuel

Nampula, Setembro de 2023

1
Categorias Indicadores Padrões Classificação
Pontuaçã Nota Subtotal
o Máxima do
tutor
Estrutura Aspectos Capa 0.5
organizacio Índice 0.5
nais Introdução 0.5
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Introdução Contextualização e 1.0
indicação clara do
problema
Descrição dos
objectivos
Metodologia adequada 2.0
ao objecto de trabalho
Análise e Articulação e domínio 2.0
discussão do discurso académico
Conteúdo (Expressão escrita,
cuidada, coerência e
coesão textual
Revisão Bibliográfica 2.0
nacional e
internacionais
relevantes na área de
estudo
Exploração de dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Formatação Paginação, tipo e 1.0
Gerais tamanho de letra,
parágrafo, espaçamento
entre linhas
Referencias Normas Rigor e coerência das 4.0
Bibliográficas APA 6ª citações/referências
edição em bibliográficas.
Citação e
em
Bibliografia

2
II. Folha de Recomendações para Melhoria (a ser preenchida pelo tutor)

__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

3
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 5
1.1. Objectivos especificos ......................................................................................................... 5
1.1.1. Metodologia ...................................................................................................................... 5
2. Conceito de cerâmica.............................................................................................................. 6
2.1. Surgimento e evolução da produção de cerâmica ............................................................... 6
3. Classificação da cerâmica ....................................................................................................... 8
3.1. Cerâmica industrial .............................................................................................................. 8
3.1.1. Aplicação .......................................................................................................................... 8
3.1.2. Matérias-primas cerâmicos ............................................................................................... 9
3.1.2.1. Argila ............................................................................................................................. 9
3.1.2.2. Talco .............................................................................................................................. 9
3.1.2.3. Calcário........................................................................................................................ 10
3.1.2.4. Feldspato ...................................................................................................................... 11
3.1.2.5. Caulim ......................................................................................................................... 11
3.2. Cerâmica tradicional ou artesanal...................................................................................... 12
3.2.1. Técnicas da cerâmica tradicional ou artesanal ............................................................... 12
3.2.1.1. Técnica “pinch” ........................................................................................................... 12
3.2.1.2. Técnica "Churros" ....................................................................................................... 13
3.2.1.3. Técnica "Placas" .......................................................................................................... 14
3.2.2. Formação das peças cerâmicas ....................................................................................... 16
3.2.2.1. Colagem ou fundição ................................................................................................... 16
3.2.2.2. Prensagem .................................................................................................................... 16
3.2.2.3. Extrusão ....................................................................................................................... 16
3.2.2.4. Torneamento ................................................................................................................ 16
3.2.2.5. Secagem ....................................................................................................................... 16
3.2.2.6. Queima ........................................................................................................................ 17
4. Cerâmica feita pelo autor do trabalho de campo .................................................................. 17
Considerações finais ................................................................................................................. 18
Referências bibliográficas ........................................................................................................ 19

4
1. Introdução
O estudo da cerâmica tem como o objectivo principal o seu entendimento desde o seu
contexto histórico, a sua evolução no tempo e espaço, suas técnicas de formação de peças
cerâmicas, a sua aplicação nas diferentes indústrias de transformação da argila e outras
matérias-primas, em artefactos necessários para o uso quotidiano.
Nesta ordem de pensamento, este trabalho de pesquisa é pertencente a cadeira de Tecnologia
II e tem como principal tema de abordagem: A cerâmica artesanal e industrial. O objectivo
geral do trabalho consiste em compreender acerca da cerâmica (artesanal e industrial).

1.1. Objectivos especificos


 Explicar o contexto histórico da cerâmica artesanal e industrial;
 Identificar os elementos essenciais na abordagem da cerâmica artesanal e industrial;
 Indicar as matérias-primas para a produção de cerâmica artesanal e industrial;
 Demonstrar as técnicas de produção de cerâmica artesanal e industrial.

1.1.1. Metodologia
O estudo consistiu a revisão bibliográfica de artigos que abordam sobre a cerâmica tradicional
assim como a cerâmica industrial, incluindo sites da internet que serviu como alicerce no
esboço desta temática. Para compreensão dos conteúdos aqui abordados o trabalho foi
organizado em: Elementos pré-textuais, Textuais e Pós-textuais, como a seguir pode se
observar.

5
2. Conceito de cerâmica
O termo cerâmico é derivado do grego “keramos”, que significa “terra queimada” e é usado
para designar materiais inorgânicos, obtidos a partir de compostos não metálicos e
solidificados por processo de queima (Oliveira, cit. Em Silva & Maia 22016).
De acordo com Leggerini (s/d) “Chama-se de cerâmica à pedra artificial obtida pela
moldagem, secagem e cozimento de argilas ou misturas argilosas. Em alguns casos pode ser
suprimida alguma das etapas citadas, mas a matéria prima essencial de uma cerâmica é a
argila” (P. 1).
Assim, a cerâmica é uma produção de artefacto e objectos, onde a argila é a matéria prima,
sendo essa mais fácil de ser manipulada quando umedecida.

2.1. Surgimento e evolução da produção de cerâmica


Durante o período neolítico (entre 14 mil e 6 mil antes do Presente, a. P.), também conhecido
como período da pedra polida, a agricultura foi desenvolvida em diversas regiões do planeta.
De fato, acredita-se que os povos mais antigos a desenvolver atividades agrícolas tenham se
desenvolvido por volta de 10 000 a. P. 3(Rocha, Suarez & Guimarães, 2014. P. 1107).
O surgimento da agricultura é extremamente importante e é considerado um momento de
ruptura e de transformações, uma vez que o homem deixa a prática exclusiva do nomadismo e
passa a residir em locais fixos e, consequentemente, ocorre uma profunda mudança da
organização social.
Segundo Rocha, Suarez & Guimarães (2014) “Além de tecnologias de manejo do solo e de
cultivo, o homem desenvolveu, também, técnicas para armazenamento e preparo de
alimentos, assim como descobriu novos materiais, dentre os quais se destaca o uso do barro e
a descoberta da cerâmica. (P. 1107)
Um fato interessante é que as cerâmicas ganharam um papel notável como principal
indicadora das práticas agrícolas remotas devido às suas características de conservação.
Rocha, Suarez & Guimarães (2014) afirma que a cerâmica foi tão importante para o
desenvolvimento da sociedade humana que o estudo de fragmentos cerâmicos é usualmente
utilizado para a determinação de níveis culturais e organizacionais de sociedades pré-
históricas. (P. 1107).
O autor acrescenta que os utensílios de barro mais antigos fabricados pelo homem descobertos
são cestos de vime recobertos de argila. Posteriormente, o homem descobriu que o calor fazia
o barro endurecer, tornando-o resistente à água.

6
A facilidade em modelar o barro antes da queima, tornou-se uma importante ferramenta para
o homem desenvolver os mais variados objetos cerâmicos, que vão de utensílios para o
preparo e conservação de alimentos, instrumentos musicais, até urnas funerárias, como os
exemplos mostrados na Figura 1.
Assim, “a cerâmica das Américas originou-se de forma autônoma, sendo desenvolvidas
técnicas de modelagem e acabamento diferentes daquelas verificadas na Eurásia”

Figura 1.

Figura 2. Cerâmica na antiguidade

7
3. Classificação da cerâmica
Pesquisas apontam que o que mais se conhece hoje é a classificação das cerâmicas em dois
grupos, sendo eles:

– Cerâmica tradicional: que são aquelas utilizadas em revestimentos, tais como azulejos e
ladrilhos, mas também vasos e tijolos (eles podem ser fabricados com esse tipo de cerâmica);
– Cerâmica industrial/avançada (com materiais de engenharia): essas usam materiais com
maiores solicitações e obtidos através da mesma matéria-prima usada para a cerâmica
tradicional só que essa conta com um estado de pureza maior.

3.1. Cerâmica industrial


A cerâmica industrial vai alem da cerâmica tradicional, sendo fruto de conhecimentos mais
profundos e tecnologias mais avançadas resultando em produtos de qualidade superior para
atender a demanda de vários sectores industriais que necessitam de características
diferenciadas.

3.1.1. Aplicação
A cerâmica avançada é aplicada nas mais diferentes áreas, como aeroespacial, eletrônica,
nuclear e muitas outras e que passaram a exigir materiais com qualidade excepcionalmente
elevada. (Gomes, et al. s/d. P.15).

Segundo Gomes et al (s/d) “estes produtos, que podem apresentar os mais diferentes
formatos, são fabricados pelo chamado segmento cerâmico de alta tecnologia ou cerâmica
avançada. Eles são classificados, de acordo com suas funções, em: eletroeletrônicos,
magnéticos, ópticos, químicos, térmicos, mecânicos, biológicos e nucleares” (P. 15).
O autor ainda acrescenta que tais materiais passaram a ser desenvolvidos a partir de matérias-
primas sintéticas de altíssima pureza e por meio de processos rigorosamente controlados.
O aprofundamento dos conhecimentos da ciência dos materiais proporcionou ao homem o
desenvolvimento de novas tecnologias e aprimoramento das existentes.

Ainda com Gomes et al (s/d) “os produtos deste segmento são de uso intenso e a cada dia
tende a se ampliar. Como alguns exemplos, podemos citar:

8
 naves espaciais, satélites, usinas nucleares, materiais para implantes em seres
humanos, aparelhos de som e de vídeo, suporte de catalisadores para automóveis,
sensores (umidade, gases e outros), ferramentas de corte, brinquedos, acendedor de
fogão, etc.”. (P. 15).

3.1.2. Matérias-primas cerâmicos


As principais matérias-primas e a sua aplicação na indústria segundo Gomes et al (s/d) são:

3.1.2.1. Argila
Gomes et al (s/d) enfatiza que temos o uso da argila em muitos ramos da indústria, que
utilizam o material de acordo com sua propriedade de interesse a atividade tais como:
Indústria Farmacêutica: devido a argila ser rica em sais minerais (ferro, silício e magnésio),
que lhe conferem propriedades terapêuticas, assim é usada para tratamento para cicatrizante e
desintoxicação celular.
Indústria da Construção Civil: há uso de argila expandida como agregado em concreto leve,
devido sua baixa densidade. A impermeabilidade também é interessante, assim o uso de argila
para elaborar telhas cerâmicas, que possuem resistência mecânica satisfatória a sua
solicitação.
Gomes et. ela (s/d) acrescenta que capacidade de manter suas propriedades em altas
temperaturas é interessante para elaboração de fornos rotativos com capacidade de até
1.500°C. É usado para sustentação de terra, na forma de lodo bentonítico, nas fundações.
Industria de Impermeabilizantes. Usado como selantes.
Industria de tratamento de Solos. Utilizado para melhorar a condutividade da sola e
melhora o aterramento elétrico.
indústria petrolífera. ligada com água para fabricar lodos de perfuração.
Industria de Rações. Para eliminação de toxinas de alimentos.
indústria do vinho. como clarificante proteico.
Industria de Cosméticos. Na elaboração de aromatizantes.

3.1.2.2. Talco
Segundo Gomes et al (s/d) O talco “é o mineral mais macio e com menor dureza encontrado
no planeta trata-se de um silicato hidratado de magnésio” (P. 18).
Para o autor, o talco é utilizado nas seguintes indústrias:

9
Industria Cosmética e Farmacêutica: os usos cosméticos do talco são naturais, devido à sua
estabilidade, boa adesão, textura e resistência à umidade. Por ser inodoro, é um bom vetor
para perfumes devido à sua estrutura lamelar e natureza inerte. Também é utilizado na
fabricação de sabonetes, onde desempenha o papel de preenchimento, além de adicionar
firmeza à massa.
Indústria de Cerâmica Branca: as principais propriedades para o uso deste minério nessa
industria são as características físico-químicas, resistência a flexão, absorção de água,
porosidade, cor, coeficientes de dilatação térmica e retração de queima.
Industria de Inseticidas: utilizado como carga inerte, é utilizado por apresentar boa fluidez e
não decantando.
Industria de Tintas: O talco é usado como pigmento, para elaborar tintas.
Industria de Borracha: utilizado como agente de pulverização para lubrificar os moldes e
evitar que as superfícies se liguem durante a manufatura dos produtos, e na produção de
borrachas semiduras para válvulas.
Industria do Papel: as principais propriedades que definem o uso do talco no fabrico de
papel são: geometria das partículas, densidade do mineral, caráter abrasivo do mineral, alvura
do mineral, reologia de dispersões do mineral. Além da melhoria da qualidade do papel, o uso
de minerais na fabricação traz benefícios significativos. O maior teor de mineral no papel
implica na diminuição da quantidade de fibras celulósicas necessárias com diminuição do
corte de árvores, e economia de energia na secagem do papel.
Indústria de material de transporte: O talco é utilizado no setor de material de fricção,
como auxiliar corretivo - lonas, pastilhas, sapatas de freio, platôs e outros materiais para as
indústrias automobilísticas, ferroviárias e máquinas agrícolas.
Produtos Asfálticos: é usado como carga inerte na fabricação de membranas
impermeabilizantes. A descrição aparente do talco é: pó branco até levemente creme ou
acinzentado, fino, inodoro, insolúvel.

3.1.2.3. Calcário
Nas palavras de Gomes et al (s/d), calcários “são rochas sedimentares que contêm minerais
com quantidades acima de 30% de carbonato de cálcio (aragonite ou calcita) As principais
impurezas que contém o calcário são as sílicas, argilas, fosfatos, carbonato de magnésio,
gipso, glauconita, fluorita, óxidos de ferro e magnésio, sulfetos, siderita, sulfato de ferro
dolomita e matéria orgânica entre outros” (P. 19).

10
A coloração do calcário passa do branco ao preto, podendo ser cinza claro ou cinza escuro. O
calcário tem a sua aplicação nas indústrias:
Indústria da Agricultura: é usado para corrigir a acidez do solo. Sempre que o PH do solo
for menor do que 5,5 no sistema plantio direto e 6,0 no sistema convencional, ou saturação de
bases for menor de 60% pode-se usar o calcário.
Indústria do Cimento: O calcário é misturado junto a argila para formar o cimento Portland.

3.1.2.4. Feldspato
Gomes et al (s/d) afirma que os feldspatos possuem numerosas aplicações na indústria, devido
ao seu teor em alcalis e alumina, tais como na:
Indústria de Fabricação do Vidro: reduzem a temperatura de fusão do quartzo, ajudando a
controlar a viscosidade do vidro.
Industria de tinatas, plásticos e Borracha: é usado nessa industria devido à sua boa
dispersibilidade, por serem quimicamente inertes, apresentarem pH estável, alta resistência à
abrasão e congelamento e pelo seu índice de refracção.
Industria Cerâmica: muito utilizável nesse tipo de industria já que atua como fundente, pois
seu ponto de fusão é menor do que a maioria dos outros componentes, servindo de cimento
para as partículas das varias substâncias cristalinas, além de outros aspectos, como as reações
físico-químicas.
Neves & Lira (2013) acrescentam que os feldspatos constituem os grupos de minerais mais
abundantes na crosta terrestre.
Assim, a sua abundancia faz com que esse mineral seja acessível para as industrias,
facilitando assim a sua função indispensável.

3.1.2.5. Caulim
Também conhecido como Caulino é um minério composto de silicatos hidratados de
alumínio, como a caulinita e a haloisita é formado essencialmente pela caulinita, apresentando
em geral cor branca ou quase branca, devida ao baixo teor de ferro”. (Gomes et al. s/d. p. 21).
Assim como o feldspato é um dos mais importantes e provavelmente um dos seis minerais
mais abundante do topo da crosta terrestre.
Industria da Cerâmicas: devido sua boa plasticidade, alvura e resistência mecânica, muito
utilizado como peças ornamentais.;
Industria de Tintas;

11
Industria de Borrachas;
Industria de Plásticos e;
Industria de Papel: é usado como carga na fabricação de papéis para imprimir e escrever ou
como revestimento de cartões, papel cuchê e outros;
Industria de Pesticidas;
Industria de Rações e Adubos;
Industria farmacêutica;
Industria de Alimentícios

3.2. Cerâmica tradicional ou artesanal


A cerâmica tradicional como uma das suas características a resistência à ruptura (capacidade
de evitar quebras), resistência mecânica (aguenta fortes impactos) e dilatação térmica
(aumento do tamanho da peça por conta do esxcesso do calor).

3.2.1. Técnicas da cerâmica tradicional ou artesanal


Segundo Giardino (2011, cit. em Domestika, s/d) para que você encontre seu caminho no
artesanato, aprimore três técnicas primordiais de modelagem em cerâmica:

3.2.1.1. Técnica “pinch”


Para Giardino (2011, cit. em Domestika, s/d) “o grande segredo é ir devagar”. Para começar,
é importante que:
 A massa não fique muito húmida, assim você poderá fazer uma bola perfeita com o
barro. Terminada a bola;
 Centralize o polegar no meio dela e pressione aos poucos, levantando o material pelas
laterais e também empurrando-o para cima, criando assim um pequeno orifício no
centro;

Figura 3.

12
 Levante tudo uniformemente;
 Sinta a espessura da parede e da base da peça com os dedos;
 Distribua a massa para que seu trabalho tenha boa proporção;
 Depois de ter a forma, é importante achatar com os dedos, mas sempre com cuidado
para não quebrar a massa, pois a cerâmica tem memória e, mesmo que a ruptura seja
remendada, ela pode reaparecer no forno e você terá que começar tudo outra vez.

Figura 4.

Esta é a técnica mais antiga. Ideal para criar tigelas que podem ser transformadas em xícaras,
coadores e vasos.

3.2.1.2. Técnica "Churros"


Para aplicar esta técnica Giardino (2011, cit. em Domestika, s/d) ensina que é preciso que:
 Comece fazendo um "churro" com as mãos, uma forma longa e tubular com a mesma
espessura. Certifique-se de que não seja muito fino, para que não corra o risco de se
romper;
 Ao terminar, crie uma base com ele;
 Enrole o churro em forma de espiral (o tamanho dependerá de quão grande pretende
que sua peça fique);
Figura 5

13
 Depois, junte tudo com os dedos, apague as linhas da espiral que possam ter ficado e
adicione barbotina (barro com água), a cola que permitirá unir as formas;
 Adicione mais churros, agora não em espiral, mas formando a parede da sua peça e na
altura que preferir;
 Quando terminar, junte novamente com os dedos e, com uma esteca, deixe a parede
lisa, por dentro e por fora;
 Para finalizar a peça, é importante trabalhar tudo por fora e por dentro até a metade
dela;
 Quando estiver pronta, coloque os churros um pouco mais por dentro para ir
afunilando, como se fosse o gargalo de uma garrafa, e alise a parede, primeiro com os
dedos, depois com a esteca.

Figura 6

A técnica de churros é aquela que geralmente ensinam na escola e oferece muitas


possibilidades. Muito útil para criar vasos e bowls de diferentes formas.

3.2.1.3. Técnica "Placas"


Giardino (2011, cit. em Domestika, s/d) afirma que esta técnica é também conhecida como
técnica de construção, na qual é necessário:
 Um tecido para espalhar o material e para evitar que ele grude;
 Achate um pouco a massa com os dedos e depois, com um rolo;
 Estique-a de maneira firme, mas suave, num só movimento. É importante esticá-la dos
dois lados, para que fique com a mesma espessura;

14
Figura 7

 Ao obter a espessura desejada, corte a forma desejada para sua base: você pode usar
moldes, objetos... o que quiser e tiver em mãos;
 Para a placa ou parede da sua peça, corte outro pedaço. Esta técnica permite adicionar
textura à massa. Você pode usar plástico-bolha ou tecido, basta colocar em cima o que
deseja transferir e passar o rolo, adicionando um toque pessoal ao seu trabalho;

Figura 8

 Deixe a base pronta para receber a barbotina;


 Coloque a placa em cima, deixando um espaço para uni-las, amasse com os dedos e
então una a base e a placa usando a esteca na parte externa;
 Para a interna, use os dedos. Vá com calma, levando em conta a textura;

Figura 9

15
 Achate as bordas e alise-as com uma esponja. Lembre-se de que a cerâmica sempre
encolhe um pouco, tanto na secagem quanto no forno.
Como podemos ver a técnica de placa é a que traz maior perfeição à peça. Esta técnica pode
permitir fazer copos, mesas, pratos, xícaras etc.
A partir destas técnicas de cerâmica, é possível compreender que a cerâmica tradicional ou
artesanal é a mais simples em termos de materiais e técnicas e por permitir utilizar recursos
caseiros e técnicas bastante compreensíveis e lógicos.

3.2.2. Formação das peças cerâmicas


Segundo a Associação Brasileira de Cerâmica “Abceram” (s/d), para além da preparação da
matéria-prima, a processo de formação das peças cerâmicas compreendem:

3.2.2.1. Colagem ou fundição: A colagem é realizada a partir da inserção da barbotina em


molde de gesso em um processo que só terminará quando a água contida na suspensão seja
totalmente absorvida pelo gesso. Nessa técnica, as partículas solidas se acumulam nas
superfícies do molde dando forma à parede da peça cerâmica. Dessa maneira, a peça adquire o
formato do molde de gesso.

3.2.2.2. Prensagem: começa quando a massa granulada, com baixo teor de umidade, é
colocada em um molde. Em seguida, através da força de prensa, a massa adquire o formato
final do molde.

3.2.2.3. Extrusão: a massa plástica é colocada em uma extrusora (maromba) em que é


compactada e forçada por um parafuso helicoidal ou pistão através de um orifício com
formato especifico. Com a coluna extrudada com formato e secção transversal determinados,
as peças são obtidas a partir de cortes originando produtos como blocos, tubos e tijolos.

3.2.2.4. Torneamento: o torneamento em geral é uma etapa posterior à extrusão realizada


em tornos mecânicos ou manuais onde a peça adquire o seu formato final;

3.2.2.5. Secagem: mesmo apos os processos de conformação, as peças continuam contendo


umidade proveniente das etapas de preparação da massa cerâmica. A agua residual favorece o
acúmulo de tensões que consequentemente podem causar defeitos e falhas nas peças.

16
Portanto, a agua é removida das peças através de secadores intermitentes ou contínuos em
temperaturas que variam desde 50ºC ate 150ºC.

3.2.2.6. Queima: as peças são sinterizadas a partir de temperaturas elevadas entre 800ºC e
1700ºC. os fornos contínuos ou intermitentes operam em três fases: aquecimento da
temperatura ambiente ate a temperatura de queima, sinterização e resfriamento ate
temperaturas inferiores a 200ºC. esse processo pode levar de minutos ate dias dependendo do
produto.

4. Cerâmica feita pelo autor do trabalho de campo

17
Considerações finais
A cerâmica é uma atividade de produção de artefacto a partir da argila, que se torna muito
plástica e fácil de moldar quando umedecida. Geralmente a sua ultima etapa de produção tem
sido a secagem.
Para alem da argila, a indústria cerâmica recorre a outras matérias-primas para a produção de
múltiplos artefactos. A cerâmica industrial é bastante caracterizada pelo seu aspecto estético
sendo assim utilizada também para a ornamentação. A cerâmica artesanal possui técnicas
mais simples para a sua produção, facilitando assim também ser feita em espaços curtos de
tempo.
Como vimos, a importância das cerâmicas vai além do visual, elas refletem os hábitos de um
povo conforme a realidade do período e local em que viveram. Peças de cerâmica artesanal
foram encontradas em sítios arqueológicos em todo globo, muitas com milhares de anos. Ou
seja, resistiram ao tempo e foram utilizadas para datar o período que aquele povo viveu.

18
Referências bibliográficas
Rocha, F. N.; Suarez, P. A. Z.; * Guimarães, E. M. (2014).
Argilas e suas Aplicações em Utensílios e Materiais Cerâmicos. (6ª ed). Brasil. RVq.
Leggerini, M. R. C. (S/D). Materiais Cerâmicos. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
SILVA, L. C. S; MAIA, F. O. (2016). Processos de fabricação: uma análise da produção da
cerâmica vermelha em uma empresa da cidade de catalão/go. São Cristovão- SE.
Gomes, C. F et al. (s/d). Introdução geral à tecnologia cerâmica. Ceará- Brasil.
Neves, A. G; Lira, H. L. (2013). Feldspato: conceito, estrutura cristalina, propriedades físicas,
origem e ocorrências, aplicação, reservas e produção. Brasil.
Domestika (s/d). Aprenda 3 técnicas fundamentais de cerâmica. Brasil. Disponível em
https://www.domestika.org/pt/blog/4117-aprenda-3-tecnicas-fundamentais-de-ceramica.
Abceram. (s/d). Informações técnicas - Processos de fabricação. Brasil. Disponível em
https://abceram.org.br/processo-de-fabricacao/

19

Você também pode gostar