Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E URBANISMO


ENGENHARIA MECÂNICA

LUBRIFICANTES SÓLIDOS

Santa Bárbara d’Oeste


Novembro/2016
1 INTRODUÇÃO

Utiliza-se da lubrificação quando há dois sólidos deslizando, ou seja, há


um contato entre duas superfícies. Pode-se adicionar lubrificantes gasosos,
líquidos ou sólidos na superfície deslizante com o intuito de reduzir o atrito e o
desgaste das peças, e também para dissipar o calor e detritos gerados pelo
processo de deslizamento (ASM HANDBOOK, 1992).
As superfícies que estão em contato mesmo sendo cuidadosamente
trabalhadas, quando analisadas ao microscópio apresentam-se constituídas de
saliência e reentrância. Tendo os corpos contato direto, irão se apoiar em
apenas parte desta superfície, possuindo, então, contato localizado e
distribuição de carga em pequenas áreas provocando altas pressões, com
deformações plásticas, adesão local e solda dos metais (ALBUQUERQUE,
1977).
Durante o movimento ocorrerão cisalhamento e arrancamento, com
desprendimento de calor e desgaste das superfícies. Por outro lado, o atrito
torna as superfícies reativas, facilitando a corrosão. Afim de evitar os dois
fenômenos, procura-se impedir o contato direto dos dois corpos, adicionando
entre eles substâncias de pequena resistência ao cisalhamento, denominadas
de lubrificantes (ALBUQUERQUE, 1977).
O processo de lubrificação pode assumir diferentes formas pois depende
da geometria das superfícies de contato, da rugosidade e textura destas
superfícies deslizantes, da carga de contato, pressão e temperatura, do tipo de
rolamento e velocidade de deslizamento, das condições ambientais nas quais
os corpos estão expostos, e propriedades físicas e químicas do lubrificante
(ASM HANDBOOK, 1992).
Quando um equipamento está trabalhando em condições extremas, ou
seja, com temperaturas acima de 500 °C ou ambientes a vácuo, lubrificantes
convencionais se tornam poucos eficientes pois possui tendência de sofrer
oxidação rapidamente ou se decompor em elevadas temperaturas, e sua
tendência é vaporizar ou sair das superfícies quando está sob vácuo. O uso de
lubrificantes sólidos é recomendado para estes tipos de condições ambientais
(ASM HANDBOOK, 1992).

2 TIPOS DE LUBRIFICANTES

Define-se lubrificantes como sendo substâncias que são adicionadas


entre duas superfícies, em deslocamento relativo, que diminuem a resistência
ao movimento (ALBUQUERQUE, 1977).
Os lubrificantes podem-se dividir em três grupos:
 Lubrificantes líquidos;
 Lubrificantes pastosos;
 Lubrificantes gasosos;
 Lubrificantes sólidos.
Segundo Albuquerque (1977), qualquer um dos lubrificantes devem
satisfazer as seguintes propriedades:
 Ser capaz de manter separadas as duas superfícies durante o
movimento;
 Ser estável com a mudança de temperatura;
 Não atacar as superfícies metálicas;
 Manter limpas as superfícies lubrificadas.

2.1 Lubrificantes líquidos

A primeira função dos lubrificantes líquidos é controlar o atrito, o


desgaste e danos na superfície ao longo da vida útil de um sistema que possui
elementos de máquinas como engrenagens e rolamentos. O atrito e o desgaste
da superfície ocorrem, geralmente, abaixo do limite ou parcialmente no limite
das condições de lubrificação. A segunda função é prevenir a corrosão,
eliminar o calor, sujeira e detritos do desgaste (ASM HANDBOOK, 1992).
As propriedades dos lubrificantes dependem da base do óleo ou da
mistura de base de óleos e aditivos que são utilizados. Normalmente, óleos
minerais possuem boas características e baixo custo (ASM HANDBOOK,
1992). PROCURAR TABELA DE OLEOS DE BASE
Aditivos são produtos químicos que são adicionados nos óleos para
aumentar suas propriedades. São adicionados em óleos base em
concentrações na ordem de dezenas de ppm até 25% da constituição do óleo.
Os aditivos são classificados, geralmente, em três grupos: polímeros,
compostos polares e compostos contendo elementos ativos, tais como enxofre
e cloro. Podem, também, ser classificados quanto a sua função (ASM
HANDBOOK, 1992).
A degradação de óleos básicos por oxidação provoca inúmeras
possibilidades de formação de depósitos. Esse fato explica as inúmeras
variações possíveis nas propriedades dos óleos básicos, obtidos a partir de
diferentes origens e tratamentos. Por isso, nem todos os aditivos são
igualmente eficazes em qualquer óleo básico (RUNGE e DUARTE, 1990).
Um lubrificante pode ser classificado de acordo com a sua viscosidade,
o tipo de performance de testes que ele pode passar, o tipo de mecanismo na
qual será submetido, e a indústria em que será utilizado. Podem ser
classificados também como: automotivos, aviação, marinho, ou lubrificantes
industriais (ASM HANDBOOK, 1992).
2.2 Lubrificantes pastosos (graxas)

Graxas são lubrificantes pastosos, fabricados a partir de uma mistura de


óleo mineral ou sintético, espessantes (geralmente sabão) e aditivos. A grande
vantagem da graxa em relação aos óleos é que elas não escorrem por si do
lugar onde foram colocadas. Possui, também, a função de vedar o ingresso de
impurezas e água (RUNGE e DUARTE, 1990).

De acordo com a ASM (1992) a função da graxa é manter-se em contato


com as superfícies móveis e não vazar sob gravidade ou ação centrífuga, e
nem ser compactada quando estiver sob pressão. O fato de permanecer no
lugar, sem escorrer, contribui também para o barateamento considerável da
máquina ou elemento de máquina lubrificado, dispensando, assim, o uso de
selos e vedações dispendiosos (RUNGE e DUARTE, 1990).

Uma desvantagem das graxas é que possui menor capacidade de


resfriamento em relação aos óleos (RUNGE e DUARTE, 1990).

A natureza da base metálica, que origina o sabão, determina a


aparência, cor e textura da graxa (ALBUQUERQUE, 1977).

Segundo Albuquerque (1977) pode-se classificar, de uma maneira geral,


as graxas em 5 (cinco) grupos:

a) Composição de óleo mineral e matérias sólidas – são graxas


destinadas a emprego em mecanismos sujeitos a cargas pesadas, baixas
velocidades, com superfícies ásperas ou ajuste pouco rigoroso;

b) Composição de óleos pesados de base asfáltica com óleos


minerais mais leves – graxas especialmente indicadas à lubrificação de cabos
de aço e engrenagens a descoberto;

c) Óleos minerais em composição com sabão, usado como


espessador – é o tipo de graxa com maior número de aplicação. Utilizada
sempre que o uso de óleo para lubrificação se torna ineficiente;

d) Graxas de pressão extremas – são graxas de sabão e óleo


mineral, contendo aditivos destinados a aumentar a resistência da película
lubrificante;

e) Graxas para mancais de fricção – utilizado em mancais onde se


verifica, além do calor, presença de água e perigo de incrustação, necessitando
utilizar graxas especiais.
2.3 Lubrificantes gasosos

Utilizado em casos especiais, onde não é possível usar outros


lubrificantes mais comuns como graxas ou óleos, em sistemas de altas
rotações, onde há combustão ou congelamento se utilizados os demais
lubrificantes. Também é utilizado onde há dificuldade de penetração por conta
de folgas extremamente pequenas.
É necessário que o sistema seja provido de um dispositivo de
alimentação constante, que o mantenha sob alta pressão na folga do mancal e
estanqueidade praticamente perfeita.
Normalmente são utilizados como lubrificantes gasosos: Ar, Nitrogenio
e gases halogenados.
Este tipo de lubrificação apresenta problemas devido às elevadas
pressões requeridas para manter o lubrificante entre as superfícies além de
problemas de vedação.
.

2.4 Lubrificantes sólidos

Você também pode gostar