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Índice

1.Introdução .................................................................................................................................. 2
2.Reflexologia ................................................................................................................................ 3
2.1.Pavlov e a Reflexologia............................................................................................................ 3
2.2.Condicionamento clássico de Pavlov ...................................................................................... 4
2.3.A Reflexologia e o Behaviorismo ............................................................................................. 5
2.4.Behaviorismo/ comportamentalismo ..................................................................................... 8
2.5.Gestalt/psicologia da forma .................................................................................................. 11
2.6.Princípios da percepção de Wertheimer............................................................................... 12
2.7.Insight .................................................................................................................................... 14
3.Conclusão ................................................................................................................................. 16
4.Bibliografia ............................................................................................................................... 17
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1.Introdução
No presente trabalho abordaremos sobre o Ivan Pavlov e a reflexologia, em que Ivan
Petrovich Pavlov é reconhecido como um dos mais renomados cientistas russos e sem
dúvida alguma o mais bem conhecido psicólogo russo de seu tempo. Seu trabalho na
psicologia do sistema digestivo teve um alto reconhecimento por psicólogos de todo o
mundo. Todo esse respeito rendeu a Pavlov, em 1905, o primeiro prêmio Nobel entregue
a um psicólogo e também o primeiro para um cientista russo. Apesar de seu trabalho com
a psicologia do sistema digestivo ser muito bem reconhecido, Pavlov é ainda melhor
conhecido pelas suas investigações sobre o que ele chamou de reflexos condicionados.
Esse trabalho teve um impacto em todo o mundo nos campos de conhecimento, memória,
psicologia, neurociências e muitos outros.

Falamos também do comportamentalismo, uma escola que surge em 1913, a partir da


crítica de seu fundador John B. Watson. Tratava-se de um rompimento sem precedentes
na história da Psicologia, pois Watson rejeitava tudo o que há via sido produzido
anteriormente, afirmando que não havia consciência, mente, imagem, enfim, todos os
conceitos mentalistas.

Por fim falamos da Gestalt, que é uma palavra alemã que não tem correspondência no
nosso idioma, por essa razão, costuma ser traduzida como forma ou configuração, mas
estes não expressam o real significado desse termo.

A Gestalt é considerada atualmente uma das forças da psicologia por se tratar de uma
escola consistente e coerente em termos teóricos e metodológicos.

Tivemos como objetivo: descrever a influência que essas escolas tiveram na formação
da psicologia como ciência.

Metodologia: usamos vários manuais para aprofundar o assunto, bibliotecas, textos,


artigos científicos, internet etc.
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2.Reflexologia

O termo reflexologia é o estudo dos reflexos, ou seja, o estudo das reações


involuntárias, sensoriais ou motoras a um estímulo exterior, então se pode entender que
a Reflexologia é o estudo das reações de pontos, partes ou áreas a serem tocados,
pressionados ou massageados. (FERREIRA, s/d).

2.1.Pavlov e a Reflexologia

Ivan Pavlov nascido em 14 de setembro de 1849, na Rússia, Seu pai era um padre, um
dos mais pobres da paróquia. Por isso, durante sua infância Pavlov viveu em extrema
pobreza. Porém sua vida e a de seus irmãos eram aparentemente ricas intelectualmente, e
o amor ao conhecimento foi inserido vagarosamente na vida das crianças pelo pai. Pavlov
entrou na escola eclesiástica de Ryazan, e de lá foi para o seminário local, com o intuito
de seguir a carreira eclesiástica assim como seu pai e alguns outros membros da família.
Foi Pissarev quem o influenciou no sentido de dedicar-se às ciências biológicas.
Séchenov tinha acabado de publicar, em 1863, sua obra “Reflexes of the Brain” (reflexo
do cérebro), onde Pavlov encontrou o gérmen da teoria da atividade nervosa superior, que
viria enriquecer sua produção científica. Pavlov também trabalhou como assistente no
Instituto Veterinário, lugar no qual desenvolveu a concepção da adaptação reflexa do
coração e vasos. O trabalho foi publicado em 1877, com o título “Dados Experimentais
sobre o Problema do Mecanismo Acomodador dos Vasos Sangüíneos”.

Neste tempo foi muito influenciado pelas teorias de Botkin, que partiam do pressuposto
que o sistema nervoso tinha um importante papel na regulação da função psicológica.

Em 1883 Pavlov passou dois anos fora do país em laboratório como Heidenhain e
Ludwig, na Alemanha Cinco anos depois, entrou para o Departamento de Psicologia, o
qual ele conduziu durante o resto de sua carreira. Mais tarde ele foi nomeado também
como chefe do Departamento de Psicologia do mais novo estabelecimento do Instituto de
Medicina Experimental. Pavlov trabalhou nesse laboratório até 27 de fevereiro de 1936,
quando morreu.

Ao estudar as secreções gástricas, Pavlov descobre que para além dos reflexos inatos, se
podem desenvolver, nos animais e seres humanos, reflexos aprendidos. No decorrer de
uma experiência, apercebe-se que o cão salivava não só quando via o alimento – Reflexo
inato – mas também quando se davam outros sinais associados ao alimento, como o som
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de uma campainha – Reflexo condicionado. Dedica-se a estudar profundamente a


atividade nervosa superior. É no córtex cerebral que se vão formar, modificar e
desaparecer os reflexos condicionados.

2.2.Condicionamento clássico de Pavlov

A experiência clássica de Pavlov é aquela do cão, a campainha e a salivação à vista de


um pedaço de carne. Sempre que apresentamos ao cão um pedaço de carne, a visão da
carne e sua olfação provocam salivação no animal. Se tocarmos uma campainha, qual o
efeito sobre o animal? Uma reação de orientação. Ele simplesmente olha, vira a cabeça
para ver de onde vem aquele estímulo sonoro. Se tocarmos a campainha e em seguida
mostrarmos a carne, dando-a ao cão, e fizermos isso repetidamente, depois de certo
número de vezes o simples tocar da campainha provoca salivação no animal, preparando
o seu aparelho digestivo para receber a carne. A campainha torna-se um sinal da carne
que virá depois. Todo o organismo do animal reage como se a carne já estivesse presente,
com salivação, secreção digestiva, motricidade digestiva etc. Um estímulo que nada tem
a ver com a alimentação, meramente sonoro, passa a ser capaz de provocar modificações
digestivas.

Para que haja um reflexo condicionado é preciso que sejam cumpridas certas condições:
o agente e o estímulo devem ser apresentados repetidamente no mesmo período de tempo;
o agente indiferente (no caso, o som) deve preceder em pouco tempo o estímulo (carne).
O condicionamento não se estabelece caso a carne seja apresentada primeiro;
inexistência, no momento da apresentação, de outros estímulos que possam provocar
inibição da causa externa; e reforçamento do reflexo condicionado, para que o mesmo se
mantenha.

Os reflexos – Inatos e condicionados – Seriam o fundamento das respostas dos indivíduos


aos estímulos provenientes do meio.

Watson rompe com a concepção tradicional de Psicologia sendo considerado o pai da


psicologia científica. Recorre ao método experimental para estudar o comportamento. O
comportamento (behavior) é o conjunto de respostas observáveis a estímulos igualmente
observáveis provenientes do meio. Somos totalmente condicionados pelo meio [R = f (S)
– As respostas em função das situações]. Alterando as situações que condicionam o
comportamento podemos modificá-lo. O estabelecimento de leis do comportamento
resulta do estudo das variações das respostas em função da situação. O psicólogo,
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conhecendo o estímulo, deverá ser capaz de prever a resposta e se conhecer a resposta


deverá poder identificar o estímulo. Watson considera que a existência de fatores
hereditários é irrelevante e que os fatores do meio são determinantes no desenvolvimento
da criança.

2.3.A Reflexologia e o Behaviorismo

A descoberta dos reflexos condicionados fez o seu aparecimento nos domínios da


psicologia animal. Se tivermos em linha de conta o grande alcance que lhe dará nos
Estados Unidos o behaviorismo de Watson, tal descoberta representa uma conquista de
capital importância da psicologia nova no seu aspecto mais radicalmente objetivista. São
inseparáveis dela os nomes de Pavlov (1849-1939), Prémio Nobel em 1904 pela sua obra
sobre a digestão, e de Bechterew (1857-1928), ambos fisiologistas e neurologistas.

Sabe-se que a descoberta nasceu da experimentação realizada em cães e que consiste em


substituir um excitante ou «estímulos primitivo», causador de um reflexo absoluto ou
incondicionado, por um excitante novo ou «estimulo condicionado» (sinal, como também
lhe chamava Pavlov), o qual provoca, por seu turno, e mediante aprendizagem, uma
resposta reflexa adquirida. E, assim, o cão, que segrega saliva quando lhe dão um bocado
de carne (reflexo incondicionado), segregará saliva também ao ouvir um som ou ao ver
uma luz depois destes estímulos terem acompanhado a carne um número x de vezes. Isto
equivale a dizer que nasceu uma nova associação reflexa entre o centro auditivo ou visual
e o centro salivar – reflexo «condicionado» ou associado.

Pavlov descobriu que qualquer fenómeno natural podia servir de «sinal»: um som, uma
cor, um cheiro, uma estimulação da pele, etc. A experimentação levada muito longe neste
campo, permitiu concluir que estes reflexos condicionados põem em acção um conjunto
de «processos» não só de excitação, mas também de inibição. Um cão pode ser
condicionado de tal maneira que o reflexo espontâneo de dor dê lugar a um reflexo de
satisfação se, por exemplo, a apresentação da carne for acompanhada de uma descarga
elétrica dolorosa durante bastante tempo para que se efetue a substituição. Verificou-se
que tais condicionamentos podem atingir grande especificidade; um cão pode ser
colocado em condições de não reagir senão a certos sons, imagens, cores ou figuras, com
exclusão de outros que pouco se distinguem desses, e até a notas tão agudas que o ouvido
humano não chegasse já a ouvi-las. Se está habituado a segregar saliva, quando vê um
círculo e não reage à vista de uma elipse, dará sinais de agitação quando, se dermos à
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elipse uma forma muito semelhante à do círculo, ele já não for capaz de distinguir uma
do outro. Já Pavlov conseguira provocar verdadeiras nevroses caninas, pondo em conflito
«processos de excitação» com «processos de inibição». É portanto natural que alguns
autores, considerando que a génese da nevrose aparece em Freud devido à repressão ou
inibição de um factor emocional, tenham procurado por este meio uma reconciliação entre
a reflexologia de Pavlov e a psicanálise.

De resto, os agentes causadores dos condicionamentos são mecanismos frágeis que


tendem a desaparecer se não forem conservados mediante uma reintrodução passageira
do «estímulos» natural (neste caso, a carne). Na falta dele, o tempo de reação aumenta e
a secreção salivar diminui progressivamente; produz-se então aquilo a que Pavlov
chamava uma «inibição interna», uma tendência do reflexo condicionado a desaparecer.

Alguns comentadores, e em especial o fisiologista francês Paul Chauchard, insistiram


muito nas condições especiais de isolamento que tais experiências exigem. O próprio
Pavlov tinha já verificado que, quando o animal era bruscamente alertado pelo
aparecimento inesperado de um estranho, o trabalho ficava comprometido por uma
«inibição externa». Aliás, nem todos os cães são igualmente dóceis, e há alguns
orgulhosos, que são os mais refratários. Além disso, podem surgir surpresas
absolutamente imprevisíveis, como a náusea de que um certo cão era atacado mal via o
experimentador, ou o «reflexo de defesa» que se pode produzir quando um cão,
estimulado por uma corrente elétrica muito forte, ladra ou procura morder…

No entanto, verifica-se que podem provocar-se reflexos condicionados em animais


inferiores, desprovidos de casca, e mesmo, segundo alguns autores, nos infusórios.

Em matéria de condicionamento, a experimentação é evidentemente mais limitada com o


ser humano do que com os animais, mas no entanto é possível de uma maneira diferente.
Watson e os seus discípulos demonstraram-no com os bebés e as crianças.

É sabido que se pode utilizar, e de facto se utiliza, a descoberta de Pavlov em


determinados casos: desintoxicação de bebedores, métodos de relaxação, parto sem dor.
Este último baseia-se na noção de que a dor da parturiente tem a sua causa fundamental
em reflexos condicionados (sociais) de medo. De um modo geral, a descoberta dos
reflexos condicionados veio esclarecer mecanismos havia muito usados no adestramento
dos animais, mas até então de uma maneira absolutamente empírica.
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O génio de Pavlov foi demonstrar decisivamente como esses mecanismos de substituição


funcionam a um nível que engloba a afetividade (é necessário que o animal tenha fome)
e que constituam dentro de uma história individual tipos de relação susceptíveis de
explicar mesmo uma parte do psiquismo humano – a que se relaciona com os
automatismos e com a formação de hábitos, cujo papel é muito maior do que
habitualmente pensamos. Muitas pessoas falam constantemente de liberdade e
comportam-se a maior parte das vezes como autómatos. A reflexologia permite
compreender como podem certos estados de alma, aparentemente misteriosos, fixar-se
mediante recordações, associadas a determinados «estímulos» que desempenham o papel
de disparador (a madalena de Proust).

Em Watson, pelo contrário, a descoberta dos reflexos condicionados é utilizada num


sentido que dá ao seu behaviorismo as características de uma escola de afirmações
dogmáticas.

Watson entendia que os psicólogos empenhados na constituição de uma psicologia


«nova» (especialmente Ribot, Fechner e Wundt) não foram suficientemente audaciosos,
ficaram a meio caminho no esforço de libertação realizado em relação à tradição
filosófica. Por outro lado, a psicologia como ciência abstrata parecia-lhe desprovida de
valor prático, sem verdadeiro interesse para o educador, para o jurista, o médico, o
industrial ou o comerciante.

Quando, em 1916, Watson teve conhecimento das investigações de Pavlov, a sua


orientação era já a de um psicólogo preocupado com a constituição de uma ciência
objectiva e comparada, inspirada na altura pelos trabalhos em curso no domínio da
psicologia animal, sobretudo pelos de J. Loeb sobre os «tropismos» e pelas experiências
de E. Thorndike. Tive já ocasião de dizer que este último estudava o comportamento dos
animais servindo-se das suas famosas «problema-boxes».

Metia um animal em jejum numa espécie de caixa, de que ele devia sair, acionando um
mecanismo mais ou menos complicado, para obter o alimento colocado no exterior. Após
uma série de tentativas frustradas e desordenadas, o animal conseguia, enfim, com um
movimento da pata ou do focinho, acionar o mecanismo da fechadura. Para explicar tal
comportamento Thorndike servia-se de considerações neurofisiológicas e da intervenção
do acaso e negava ao animal a posse de qualquer forma de inteligência.
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2.4.Behaviorismo/ comportamentalismo

Essa escola surge em 1913, a partir da crítica de seu fundador John B. Watson, Nascido
em Greenville, em 1878, John Broadus Watson foi professor na Universidade John
Hopkins (Baltimore), onde dirigiu também o laboratório de psicologia.

Às duas escolas antecedentes, em artigo intitulado: “Psicologia: como os behavioristas a


veem”. Tratava-se de um rompimento sem precedentes na história da Psicologia, pois
Watson rejeitava tudo o que há via sido produzido anteriormente, afirmando que não
havia consciência, mente, imagem, enfim, todos os conceitos mentalistas. Ele afirmava
que a consciência não podia e nunca havia sido cheirada, tocada, sentida, movida ou
provada.
O termo behavior significa comportamento, por essa razão, a escola tem sido conhecida
pelas seguintes terminologias:
Comportamentalismo, Condutismo, Análise do Comportamento, Teoria Comportamental
e Análise Experimental do Comportamento. É também conhecida como a abordagem do
S-R, em que “s” significa estímulo e “r” resposta.
O que Watson pretendia era estudar de forma o mais objetiva possível o comportamento,
sendo este seu objeto de estudo. Para tal, adotou como métodos a observação com e sem
o uso de instrumentos, o relato verbal, o reflexo condicionado, os métodos de teste e a
experiência com animais.
A observação era a base dos outros métodos e é também claramente compreendida. No
que diz respeito ao relato verbal, embora Watson fosse fortemente contrário à introspeção
por não haver concordância entre os sujeitos treinados para realizá-la, não podia deixar
de levar em conta os avanços alcançados pela psicofísica com esse método. Assim,
considerando também que não podia aceitar o que não fosse passível de observação,
encontrou a solução para esse impasse ao afirmar que ao falar o homem estava se
comportando, mesmo quando falava para si mesmo, logo era um fato objetivo que podia
ser mensurado. Por outro lado, restringiu o uso desse método, impedindo sua utilização
em situações que envolviam relatos sobre estados de ânimo e pensamentos sem imagens.

O método mais importante naquele período, contudo, era o método do reflexo


condicionado, adotado dois anos após o início formal do comportamentalismo. Este
procedimento envolve o comportamento reflexo ou respondente, definido como toda e
qualquer resposta involuntária frente a algum estímulo do ambiente, como por exemplo,
a contração da pupila diante de uma luz forte, as lágrimas quando cortamos uma cebola.
Essas respostas independem da aprendizagem, mas podem ser emitidas frente a estímulos
que anteriormente não as produziriam.
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Vejamos como esse processo pode ocorrer, conhecendo como este procedimento foi
descoberto por Pavlov, psicólogo russo. Inicialmente, esse teórico observou que o cão
com o qual trabalhava salivava diante da comida, mas também o fazia quando via a pessoa
que o alimentava ou até mesmo quando ouvia seus passos. Tratava-se, portanto de uma
resposta que era involuntária. Para comprovar suas observações, Pavlov passou a utilizar
uma campainha momentos antes de a pessoa alimentar o cão e, após várias apresentações
simultâneas desse estímulo incondicionado, observou que bastava tocar a campainha para
que o cão salivasse. Tal fato transformou esse estímulo em estímulo condicionado.

Sucedendo Watson, B.F. Skinner (1904-1990), foi o behaviorista que mais se destacou,
principalmente pela teorização acerca do comportamento operante. Skinner denominou

Seu sistema de Behaviorismo Radical, tendo influenciado inúmeras gerações de


psicólogos.

O comportamento operante é voluntário, intencional, diferentemente do respondente, pois


neste o sujeito atua sobre o mundo e essa ação tem um resultado. É essa ação que
possibilita a aprendizagem. A partir de seus estudos, Skinner criou vários conceitos, os
quais serão apresentados a seguir.

Skinner, assim como Watson, utilizou animais em seus experimentos a fim de descobrir
possíveis reações que pudessem ser aplicadas aos seres humanos. Para tal, criou a “caixa
de Skinner”, com a qual realizou diversas experiências, em particular com ratos.

O procedimento adotado consistia em privar o rato de água para que ele desenvolvesse
motivação para atuar sobre o meio (caixa). Desse modo, ao ser colocado na caixa, o rato
passava a explorá-la e, assim fazendo, em um determinado momento pressionava a barra
que lá existia, o que liberava uma gotinha de água. Depois de algum tempo, estava
estabelecida a associação, de modo que para beber, ele precisava trabalhar. Essa relação
pode ser descrita da seguinte forma: R → S, em que R é a resposta (pressionar a barra) e
S o estímulo reforçador (a água). Esse estímulo é denominado, portanto, de estímulo
reforçador.

Eis o primeiro conceito importante a ser discutido. Reforço pode ser definido como toda
consequência que, seguindo uma resposta, modifica a probabilidade de sua ocorrência
futura. O reforço pode ser de dois tipos: positivo (todo evento que aumenta probabilidade
de repetição futura do comportamento) e negativo (todo evento que aumenta a
probabilidade de emissão de uma resposta que remova o estímulo ou que o atenue).
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Um exemplo de reforço negativo consistia em aplicar choques ao invés de dar água, assim
o ratinho tocava a barra para eliminar os choques que recebia.

O reforço pode ser também primário, como a água, carinho e alimentos, os quais são vitais
para todas as espécies e, secundários, que são assim denominados por terem sido
associados com os reforços primários diversas vezes, dos quais são exemplos o dinheiro
e a aprovação social.

Skinner comprovou que se desejamos que um comportamento se repita devemos reforçá-


lo imediatamente após sua ocorrência, como por exemplo, se quisermos que nossos filhos
estudem, devemos reforçá-los com elogios, com carinho etc. Por outro lado, se queremos
que um comportamento deixe de ocorrer, devemos deixar de reforçá-lo. Um exemplo
bastante esclarecedor é o caso da birra. Se cada vez que a criança quiser uma coisa, nós
dermos a ela, a tendência é que esse comportamento se estabeleça. Para removê-lo faz-se
necessário que adotemos um procedimento no qual o comportamento deixa de ser
reforçado. A esse procedimento, Skinner denominou extinção. No caso da criança que
faz birra, em um primeiro momento, sua tendência é aumentar o comportamento, mas os
pais devem ser firmes e não dar o reforço, que depois de uma ou duas crises intensas de
birra, será extinto.

Outro procedimento apresentado por Skinner foi a punição, que implica na remoção de
um estímulo considerado positivo ou na apresentação de um estímulo aversivo. Em
função de diferentes estudos, comprovou-se que esse procedimento não é tão, eficaz
quanto o anterior, pois para ser efetiva, a punição tem que ser muito intensa e, na maioria
das vezes, não tem efeito duradouro, pois só contempla a ação, mas não a motivação que
levou o comportamento, que pode voltar a ser emitido em outro momento.

O behaviorismo contribuiu imensamente e, ainda o faz, com a modificação do


comportamento a partir do reforço, sendo amplamente utilizado em escolas, presídios,
hospitais e na prática clínica, de modo a promover a adoção de com portamentos
desejáveis. Não obstante tal constatação há também inúmeras críticas a essa escola, pois
sua visão de homem é a de um sujeito passivo, que se resume a estímulo e respostas.

O behaviorismo teve várias implicações para a educação, tais como: a relevância do


ambiente para a compreensão do processo de ensino-aprendizagem; o papel do reforço
(elogios, prêmios e notas) na aprendizagem, tornando realidade o planeamento deste; a
comprovação de que é possível mensurar o comportamento humano e, consequentemente,
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os fenômenos comportamentais, em especial, os educacionais; a definição de


aprendizagem como modificação do comportamento.

Além disso, a partir das contribuições de Skinner, passou-se a estruturar o assunto de


forma sequenciada e com graus diferentes de dificuldade, ou seja, do mais fácil para o
mais difícil, assim como ressaltou a necessidade de delimitar claramente os objetivos
educacionais. É nesse período também que a tecnologia passa a exercer importante função
como elemento motivador e de controlo do comportamento humano.

2.5.Gestalt/psicologia da forma

Gestalt é uma palavra alemã que não tem correspondência no nosso idioma, por essa
razão, costuma ser traduzida como forma ou configuração, mas estes não expressam o
real significado desse termo.

A Gestalt é considerada atualmente uma das forças da psicologia por se tratar de uma
escola consistente e coerente em termos teóricos e metodológicos. Seu início se dá
simultaneamente ao movimento desenvolvido por Watson nos Estados Unidos, só que na
Alemanha e consistia em um ataque violento a posição de Wundt, em especial, à sua
compreensão dos elementos sensoriais, vistos como partes que eram somadas. Naquela
época a psicanálise já completava uma década. É nesse cenário que Max Wertheimer
(1880-1941), juntamente com Wolfgang Köhler (1887-1967e Kurt Koffka (1886-1941)
fundam essa escola.

O que é interessante é que tanto a Gestalt quanto o Behaviorismo se opunham às ideias


de Wundt, mas partiam de perspetivas inteiramente diferentes, pois enquanto a Gestalt
aceitava o conceito de consciência, o Behaviorismo o rejeitava em todos os sentidos. Tal
fato provocou uma forte oposição entre essas duas escolas.

Inicialmente, o interesse dos gestaltistas era a percepção e a sensação do movimento, mas


com o tempo, adotou o comportamento como seu real objeto de estudo. Eles começaram
estudando a ilusão de ótica, ou seja, o estímulo que é percebido de forma diferente da
qual ele tem na realidade.

Um exemplo claro desse processo é o cinema, pois um filme se constitui de fato de


imagens estáticas, mas temos a ilusão de movimento que é provocada pela pós imagem
retiniana, ou seja, pela imagem que demora a se desfazer em nossa retina. Assim, as
imagens vão sendo adicionadas umas após as outras, dando-nos a sensação de
movimento, quando de fato o que há são fotografias estáticas.
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Para os gestaltistas, ao observarmos alguma coisa, o que vemos é o todo e não partes dele
separadas, como Wundt preconizava. Nesse sentido, contrapunham-se também à
concepção de comportamento proposta pelos behavioristas que consideravam que este
deveria ser estudado a partir da relação estímulo-resposta, desconsiderando a consciência
e enfatizando que se deveria isolar o estímulo e a resposta.

Desse modo, sua visão de como o comportamento deveria ser estudado era absolutamente
distinta, pois acreditavam que este é compreendido de forma global, levando-se em
consideração o contexto no qual este estava inserido e, portanto, as condições que
poderiam alterar a percepção deste.

2.6.Princípios da percepção de Wertheimer

Em 1923, Wertheimer apresentou os princípios da percepção, que segundo ele permitiam


a organização perceptual, a qual ocorre de forma instantânea, não requerendo aprendizado
para tal.

Os seguintes princípios foram definidos:

 Semelhança – As partes tendem a ser vistas juntas, formando um grupo. Na figura


abaixo, observamos que os círculos e os pontos parecem juntos, e a tendência é
perceber fileiras de círculos e de pontos em vez de colunas.

 Fechamento – Há uma tendência em nossa percepção em completar as figuras


incompletas. Na figura abaixo, observamos um círculo e um quadrado, ainda que
estes estejam incompletos.
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 Figura/Fundo – Há uma tendência de percebermos o objeto (figura) e também o


fundo, os quais são reversíveis, pois em um momento um pode se tornar figura e,
em momento posterior, fundo. É o que observamos nas figuras 1 e 2.

Figura 1 figura 2

 Proximidade – Os elementos bem próximos uns dos outros no tempo e no espaço


tendem a ser vistos juntos. É o que ocorre na figura abaixo, na qual percebemos
três colunas duplas e não apenas um conjunto como na figura ao lado.

 Continuidade - Há uma tendência em nossa percepção de seguirmos uma direção


de modo a conectar os elementos para que eles pareçam consecutivos em uma
direção específica. É o caso da figura abaixo.

 Simplicidade – Tendemos a perceber uma figura como tendo boa qualidade ou


boa forma, simétrica, estável. É o exemplo da figura abaixo.

A partir da percepção, os gestaltistas buscam compreender o comportamento humano,


pois este está baseado na maneira como percebemos os outros e o mundo. Um exemplo
bastante comum é quando à distância cumprimentamos alguém pensando se tratar de uma
pessoa conhecida e somente quando chegamos perto, percebemos que cometemos um
erro (de estímulo).
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Essa é uma das razões pelas quais a Gestalt considera relevante verificar o meio como um
todo. Em função dessa compreensão é que surgem dois conceitos importantes nessa
teoria: o de meio geográfico e o de meio comportamental.

O meio geográfico diz respeito ao meio físico em si, já o comportamental é resultante da


interação entre o indivíduo e o meio físico, a qual determina as reações deste ao ambiente.
A forma como percebemos o meio é subjetiva, depende de inúmeros fatores, como o
nosso estado de ânimo.

Nesse sentido, quando estamos tristes, tendemos a ver o mundo de outra forma, ou ainda
quando nossos sentidos nos enganam como no exemplo citado anteriormente.

Se pensarmos no exemplo apresentado, veremos que o princípio que nos fez cometer um
erro de percepção é o da semelhança, pois se não houvesse algo similar entre as duas
pessoas, essa situação não teria ocorrido.

2.7.Insight

O insight é outro conceito fundamental da Gestalt, tendo sido descoberto por Köhler a
partir de experiências realizadas com chimpanzés. Ele percebeu que frente a problemas

Criados por ele, com diferentes níveis de dificuldade, para que o animal se alimentasse,
como por exemplo, alcançar uma banana utilizando uma vara que devia ser ajusta a outra
parte, o chimpanzé chegou à solução a partir de uma súbita compreensão da relação
existente entre as coisas.

Transportando esse conceito para a nossa realidade, é possível verificar que crianças com
pouca idade, apresentarem insights, como se pode observar quando uma criança que ainda
não sabe ler, distingue um determinado produto pela logomarca e indicar seu nome
corretamente, como por exemplo, a marca do leite que toma, ou de um biscoito que gosta.

Nessa situação, ela está significando objeto a partir do todo. Outro exemplo pode ser
encontrado quando nós diante de um problema que tentamos resolver várias vezes, sem
êxito e, após diversas tentativas, decidimos “refrescar a mente”, tomando um banho, por
exemplo, subitamente encontramos a solução.

A Gestalt influenciou diferentes áreas da psicologia, como o estudo da aprendizagem e


da percepção. No campo da educação, as implicações se fazem notar na relevância dada
à maturação como fator fundamental do desenvolvimento humano; a compreensão de que
o indivíduo tem papel ativo no processo de ensino-aprendizagem, que os organiza de
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acordo com suas estruturas e percepção; os conteúdos a serem ensinados devem levar em
consideração o nível em que se encontra o aluno, assim como a motivação e as
possibilidades que este dispõe.
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3.Conclusão

Chegando ao fim desse nosso presente trabalho, concluímos Os trabalhos de Pavlov


representam um grande passo na constituição da Psicologia experimental objetiva, e
representam o direcionamento da Psicologia para o estudo do comportamento animal. O
behaviorismo é o conjunto das teorias psicológicas que julgam o comportamento como
único objeto de estudo da Psicologia. Despreza subjetividades e afirma que o estudo dos
processos mentais não pode ser efetuado com objetividade. Pavlov foi um dos grandes
influenciadores dessa teoria. Suas obras inspiraram John Watson a publicar, em 1913, o
artigo ”Psychology as the Behaviorist views it”, que se opõe ao modelo mentalista até
então tido como única verdade. Watson defendia a ideia de que a introspeção era
excessivamente dependente do indivíduo. A psicologia deveria ser a ciência do
comportamento, e não da consciência. Pavlov considerou que a Psicologia devia basear-
se na Reflexologia, pois os reflexos são os responsáveis pelas respostas dos indivíduos
aos estímulos do dia-a-dia.

E o gestaltismo que nos fez compreender que tem que se levar em consideração o todo e
não uma parte. Foi um trabalho bom e podemos aprender muita coisa.
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4.Bibliografia

Watsonhttp://estudopsicologia.blogspot.com/2007/11/educao-tema-1.html
Skinnerhttp://www.algosobre.com.br/biografias/burrhus‐fredericskinner.html
Caixa de Skinnerhttp://dragoscopio.blogspot.com/2008/01/esfolando-o-skinner.html
Koffkahttp://original.britannica.com/eb/art‐12410/Kurt‐Koffka‐1928
Wertheimerhttp://allpsych.com/biographies/wertheimer.html
Köhlerhttp://www.prof2000.pt/users/isis/psique/unidade1/objecto/kohler.html
L.Ana Valeria Marque Fortes. Psicologia da educação.UAPI.
https://psidesenvolvimento-e-desporto.webnode.es/pavlov-e-a-reflexologia/
https://www.monografias.com/pt/docs/Reflexologia-F3YVDT8789JF
https://www.miluzinha.com/a-reflexologia-e-o-behaviorismo/

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