VIREI LIDER E AGORA?

AUTOR: Gustavo Lucio Coelho Vale TITULO: AS 3 FASES OBRIGATÓRIAS DO LÍDER

“Que comecem os jogos”! Calma, não estamos iniciando um filme de terror! Se

trata de uma nova fase, de muitos desafios e também de grandes realizações e
conquistas. Quer ver outra frase que talvez tenha escutado: “Todo cargo traz em si
uma grande responsabilidade”. E aqui já quero desmentir um mito de que liderança é
um cargo. Não! Liderança é uma atitude! Liderança se trata do comprometimento em
ser uma influência positiva na empresa, impactar as pessoas do time e gerar
resultados. É muito mais que apenas um cargo diferente.

Ao ser promovido ao primeiro cargo de liderança institucional, a experiência é

empolgante e traz uma grande oportunidade para o crescimento pessoal e
profissional. Diversos autores se dedicam a estudar quais seriam as características e
habilidades necessárias a esta fase profissional. O professor indiano Ram Charam,
autor do renomado livro Pipeline da Liderança destaca seis diferentes fases que um
profissional pode avançar durante sua carreira e uma delas é a fase onde ele deixa
de se preocupar com suas atividades apenas, para precisar ser gestor de pessoas .
Esta é a primeira fase.

Pensando nesta etapa inicial de desenvolvimento como líder, vamos trazer neste
capítulo três fases que vão guiar os profissionais que iniciam agora a jornada da
liderança e que devem ser trabalhadas de forma crescente para que se vá
desenvolvendo cada fase para avançar a próxima.

Acreditamos que estes conceitos devem ser seguidos como princípios, ou seja, se
executados com maestria já vimos funcionar inúmeras vezes e sua aplicação e
compreensão garantem aos líderes resultados extraordinários promovendo equipes
de alto desempenho.

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▪ FASE 01 - A PRIMEIRA BATALHA A VENCER

“Antes de me colocarem como líder eu era um excelente funcionário,

mas agora não sei o que fazer!”.

POR ONDE COMEÇAR

O grande aprendizado nesta nova fase é que a partir de agora as suas ações e
atitudes não impactam apenas nos seus resultados, mas agora você é responsável
pelo seu resultado e pelo resultado de todos na organização. O sucesso ou o fracasso
de um projeto ou da equipe recai sempre sobre o líder.

E quero te fazer uma provocação, com 3 perguntas:

1. Quais são as suas 5 grandes habilidades?

2. Quais são as suas 3 principais dificuldades?
3. Quais as 3 ações que você acredita serem importantes e prioritárias de
serem implementadas?

Para responder a estas perguntas você precisa se focar em apenas um detalhe:

VOCÊ!

Imagina o cenário. Surgiu um cargo de líder no setor que você trabalha. Neste
setor trabalham 6 pessoas e você. Você tem conhecimento, experiência, vivência,
bom relacionamento com todos no setor e é um exemplo de profissional. Quando o
gestor resolve abrir uma oportunidade para o time interno, ele olha para o time e
escolhe você para assumir a vaga de líder. Pronto, uma grande oportunidade que te
proporciona uma grande felicidade e satisfação e ao mesmo tempo te deixa
preocupado, pois agora você é quem terá de liderar as pessoas que até ontem você
tinha como pares.

Porém, o primeiro grande desafio será se preparar para assumir a função, pois
antes de liderar a cada um deles, você precisará liderar a si mesmo, entender qual
direcionamento precisa ser feito, quais as habilidades que você já tem desenvolvidas
e que vão te auxiliar nesta jornada e quais os pontos cegos que precisam de atenção.

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Nós fomos ensinados a focar nos nossos defeitos e melhorar todos eles para
sermos bem-sucedidos, mas não é isso que vai te garantir resultados e
reconhecimento. Um líder deve ser humilde e reconhecer aquilo que não tem
desenvolvido e buscar neutralizar estes pontos de atenção para que não afete sua
liderança, porém um grande líder foca nas habilidades e pontos fortes que possui, e
aprimora estes pontos para auxiliar na diferenciação da sua liderança positiva.

A bola agora está com você. Não dá para delegar esta responsabilidade. E uma
característica que grandes líderes precisam desenvolver é a autoresponsabilidade. O
líder precisa se conhecer para não limitar o sucesso da operação, pois ele é
responsável por fornecer as ferramentas necessárias ao sucesso dos projetos e da
equipe.

A CHAVE PARA SER UM BOM LIDER

Assumir totalmente a responsabilidade será um dos grandes diferenciais para se

tornar um grande líder. Outra grande habilidade é conhecer de gente. Parece óbvio,
mas o óbvio precisa ser dito. Até este momento da sua carreira, não se tinha a
preocupação com o resultado que não fosse o seu. A partir de agora, você precisa e
depende dos resultados do time, e o melhor, você é o responsável por gerar e
maximizar este resultado.

O importante e diria até fundamental é conhecer de pessoas e as pessoas.

Entender de perfil comportamental, arquétipos, tipos de personalidade,
temperamentos, como motivar e engajar pessoas, tudo isso são ferramentas para
auxiliar o líder a conhecer de gente. Além disso, se importar com as necessidades
pessoais, qual o momento de vida do colaborador, quais os anseios e sonhos, os
pontos fortes, quais os gaps de desenvolvimento e quais os comportamentos
possuem fitcultural, qual tipo de benefício e incentivo gera mais engajamento, dentre
outros, vão garantir uma liderança mais próxima e mais eficaz.

No mundo corporativo muito se diz sobre a equipe ser o espelho do líder, isso quer
dizer que as atitudes, comportamentos e principalmente a mentalidade desenvolvida
pelo líder influencia diretamente no desempenho e performance de cada pessoa do
time. Quando se trata de time, conhecer cada membro da equipe vai ser fundamental
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para que o líder possa ajustar o tripé Conhecimento X Responsabilidades X

Oportunidades.

Cada colaborador possui uma formação acadêmica específica, desafios diferentes

e ambições particulares. Para que se consiga colocar no lugar certo, as pessoas
certas, dando as ferramentas corretas, maximizando os resultados, o líder precisa
conhecer a fundo cada integrante da equipe de trabalho para que saiba, dentro do
projeto ou desafio apresentado, quem precisa de treinamento e desenvolvimento, a
quem se delega mais responsabilidades, pois possui uma maior expertise e quem está
mais preparado para oportunidades de crescimento.

Ter o domínio da equipe vai proporcionar ao líder uma visão mais clara de onde
alocar as melhores pessoas nos melhores lugares e partir para desempenhar um
papel menos operacional e montar uma rotina com foco em ser mais estratégico.

NEM PENSE EM SER CHEFE

Se tem algo que destrói a carreira de um profissional em cargo de liderança é a

síndrome do chefe. Esta síndrome é quando o cargo sobe à cabeça, ou seja, sabe
aquela frase: “Manda quem pode obedece quem tem juízo”! Desenvolver a liderança
com base na máxima de comando e controle não cabe mais nas organizações, porém
é um mal que pode afetar quem está iniciando nesta função. A liderança atual se faz
por cooperação e direcionamento e não mais de forma coercitiva e até muitas vezes
abusiva.

Se um membro da equipe não estiver com comportamento adequado e alinhado à

cultura da empresa, ou ainda, não estiver capacitado para que a equipe e os projetos
tenham sucesso, o papel do líder é treinar e orientar.

Os problemas e desafios, seja de baixa performance da equipe, ou ainda de

desalinhamento cultural, exige do líder uma visão objetiva dos fatos. Para tomar
decisões e delegar novos passos um ponto importante é deixar os apegos emocionais
de lado e desenvolver um olhar objetivo, baseado em fatos e dados para
desenvolvimento dos projetos. É papel do líder garantir que o combinado será
colocado em prática com desempenho e responsabilidade.

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▪ FASE 02 – APLICAR A LEI DA LIDERANÇA EFETIVA

“O planejamento não diz respeito a decisões futuras,

mas às implicações futuras das decisões presentes”.
Peter Drucker

QUAL O DESTINO?

Em qualquer equipe e organização, as pessoas esperam por direcionamento.

Quem ocupa as principais cadeiras, pensam e definem quais são os caminhos e a
direção mais adequados para que a empresa possa prosperar e ter longevidade com
solidez financeira e sendo relevante no mercado em que atua.

Uma das grandes habilidades do líder é transmitir a visão estratégica, e o mais

importante, traduzir em ações e atitudes esta estratégia para que seja implementada
e gere os resultados que vão garantir o sucesso do que foi planejado.

Quando o autor Peter Drucker nos trouxe a reflexão sobre olhar para as decisões
atuais que geram o impacto no futuro, ele nos alerta para o quão importante é saber
traduzir a estratégia em ações efetivas para serem incorporadas no dia-a-dia.

Muitas vezes nos deparamos com gestores e líderes que tem dificuldade de
executar a estratégia e acabam por ter equipes desmotivadas e sem foco claro sobre
quais ações devem ser priorizadas, e são cobrados por não estarem entregando
resultados, mas o desafio está em traduzir corretamente a estratégia para ações a
serem implementadas pela operação, de forma a gerar resultados para a organização.

QUEM EU LEVO NA CABINE?

Dentro de um cenário atual de mercado, que se exige agilidade adaptação das

necessidades do negócio e dos clientes, é importante saber quem está disposto a
navegar este mar de incertezas e que vai ajudar o líder a entregar resultados.

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Para que o líder consiga ter desempenho eficaz é preciso um time que “vista a
camisa”, isto é, que estejam todos com foco na missão, no entregável.

Um grande desafio do líder é definir papéis e delegar responsabilidades para cada

membro da equipe. Se queremos traduzir a estratégia em ações efetivas, precisamos
ter as pessoas certas no lugar certo. É papel do líder encontrar a melhor maneira de
obter o melhor desempenho dos colaboradores e formar um time, que possa se ajudar
em prol da missão que foi a eles confiada.

ONDE VAMOS COLOCAR O FOCO PRIORIDADES E EXECUÇÃO

Então já está definido para onde vamos e quem vai junto comigo. Um grande passo
já foi dado, mas falta um detalhe importante: COMO NÓS VAMOS?

O profissional que possui experiência e vivência profissional sabe achar uma

melhor forma de executar determinada tarefa, para fazer mais rápido, com custo
menor e com excelente resultado. Mas o cenário agora é diferente.

Não sou eu, líder, quem vou executar e colocar a mão na massa, portanto aquela
forma de execução que eu domino, pode não ser a mais adequada para um dos
colaboradores do time executar por falta de maestria dele na execução do modo que
eu acredito ser o mais adequado. Entra neste momento o compartilhamento de
experiências e é necessário renunciar ao meu jeito, da forma correta e implementar a
autonomia no time. Meu foco agora enquanto líder é controlar o resultado e não a
forma de fazer. E ocorre em vários momentos de nos surpreender com novas formas
de execução, não antes pensadas por nós, em que o resultado é ainda melhor que o
que nós entregaríamos.

Como já dizia Steve Jobs: “Não tem sentido contratar pessoas inteligentes, e depois
lhes dizer o que devem ou não fazer”, portanto menos ego e mais oportunidades para
desenvolver novos talentos.

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▪ FASE 03 – AGORA O JOGO COMEÇA COMO LIDER

“Inovação é o que distingue um líder de um seguidor”.

Steve Jobs

Muito se diz hoje de ser extraordinário e alcançar alta performance, e quero que
você, líder, nesta fase inicial tenha apenas uma coisa em mente: SEJA ORDINÁRIO!

A fome e o apetite para fazer dar certo estão aflorados, você se vê cheio de
incertezas, muitas coisas a serem aprendidas e você tenha certeza de uma coisa:
VOCÊ VAI ERRAR! E não tem problema, faz parte, mas uma grande habilidade que
precisa ser desenvolvida é a capacidade de resolver rapidamente problemas e estudar
o porquê este erro aconteceu para não repetir o mesmo erro.

Ser ordinário é fazer o básico bem feito. O seu foco enquanto líder é de ser melhor
um pouco todos os dias, aprender e compartilhar com o time e aplicar rapidamente o
que aprendeu, e isso vai te desafiar ainda mais. Pensar em inovar e fazer sempre
melhor é uma habilidade dos maiores líderes que temos atualmente, mas não tem
como melhorar algo que ainda não está executado de forma ajustada.

Se desafie, se divirta e faça sua marca no universo.