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Caso 21

Em virtude dos prejuízos acumulados obtidos nos três últimos anos os sócios da sociedade
Luna, Lda. deliberaram em Assembleia Geral, a cobertura de prejuízos no valor de 16.000
euros por entradas diretas de sócios. E que, perspetivando-se a continuação da situação
desfavorável decidiram ainda a exigibilidade de prestações suplementares no total de
22.000 euros, em conformidade com as regras do pacto social.
O sócio Jorge Manuel anunciou a sua intenção de fazer uma doação a título gratuito à
sociedade de um imóvel, com um valor de mercado de 55.000 euros, com um valor
patrimonial tributário atual de 58.000 euros.
Qual o impacto, na determinação do lucro tributável da Luna, das três decisões
tomadas em Assembleia Geral?

Resolução:
Cobertura de prejuízos e realização de prestações suplementares: tratam-se de
incrementos patrimoniais não refletidos no resultado líquido da Luna que estão previstos
nas exceções do art.º 21º do CIRC (alíneas b) e c)) pelo que não concorrem para a
determinação do lucro tributável da Luna.
Mas no que respeita à doação do imóvel, esta já concorre para a formação do lucro
tributável da Luna, pois não se encontra prevista nas exceções. Pelo n.º 2 deste art.º 21º
do CIRC considera-se como valor de aquisição desta doação, o valor de mercado do
imóvel, mas que não pode ser inferior ao valor que resultar da aplicação das regras de
determinação do valor tributável previstas no Código do Imposto do Selo. Ou seja, o
valor que irá ser acrescido no campo 703 do quadro 07 da modelo 22 será o VPT (valor
patrimonial tributário) do imóvel por ser superior ao valor de mercado, ou seja €58.000.

Caso 22
A sociedade Solaris efetuou, em 2021, uma revalorização de uma máquina industrial,
originando um reconhecimento de 9.000 euros a crédito na conta 5891 - Excedentes de
revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis -Outros excedentes - Antes de
imposto sobre o rendimento. Na conta 5892 - Excedentes de revalorização de activos
fixos tangíveis e intangíveis -Outros excedentes – Impostos diferidos encontra-se
registado um montante de 1.890 euros, correspondentes a impostos diferidos.
Qual o impacto, na determinação do lucro tributável da Solaris, do reconhecimento
da reserva de reavaliação e do reconhecimento de impostos diferidos?

Resolução:
A reserva de reavaliação da máquina industrial constitui um incremento da situação
líquida da Solaris, mas que não é relevante na determinação do lucro tributável desta
empresa, porque constitui apenas uma mais-valia potencial (alínea b) do n.º 1 do art.º
21º do CIRC). Só existirá tributação pela venda deste ativo fixo tangível, e caso se
concretize a previsão de valorização acima do custo de aquisição após dedução das
depreciações acumuladas e perdas por imparidade acumuladas.
Também o valor reconhecido como impostos diferidos (aqui como um decréscimo ao
capital próprio) não concorre para a determinação do lucro tributável (alínea e) do n.º
1 do art.º 24º do CIRC).
Caso 23
A sociedade Mercúrio Lda. tem um capital social de 750.000 euros. Em 2015, deliberou
a redução do capital social com reembolso aos sócios de 250.000 euros.
Qual o impacto que esta operação terá na determinação do lucro tributável da
sociedade Mercúrio?

Resolução:
Embora tratando-se de uma variação patrimonial negativa, a redução do capital com
reembolso aos sócios está expressamente mencionada nas exceções previstas no art.º 24º
alínea c) do CIRC, pelo que não concorre para a formação do lucro tributável da
sociedade Mercúrio.

Caso 24
Foi atribuído à sociedade Miranda um subsídio no montante de 35.000 euros para
financiar a compra de um novo equipamento de produção, cujo custo de aquisição,
incluindo montagem, é de 65.000 euros A sociedade Miranda estimou uma vida útil desse
equipamento de 10 anos e que é coincidente com a vida útil que decorre da taxa prevista
respetiva tabela do Decreto-Regulamentar n.º 25/2009. A depreciação desse equipamento
em 2021 foi de 6.500 euros, tendo sido imputados à conta 7883 Imputação de subsídios
para investimentos o valor de 3.500 euros correspondente a 10% do valor do subsídio.
Quais as correções fiscais que a sociedade Miranda deve fazer no quadro 07 da
declaração modelo 22 de 2021?

Resolução:
Não devem ser feitas quaisquer correções fiscais, pois o critério fiscal decorrente da
aplicação das normas do art.º 22º nº 1/a) e nº 2, do CIRC é coincidente com o critério
contabilístico.

Caso 25
Tomando ainda o exemplo anterior de atribuição de um subsídio de 35.000 euros, à
sociedade Miranda, mas agora para subsidiar a aquisição de um ativo tangível não
depreciável. Considerando ainda que, de acordo com as regras inerentes à concessão do
subsídio a sociedade beneficiária não poderá alienar esse ativo durante o prazo mínimo
de 10 anos.
Quais seriam agora as correções fiscais no quadro 07 da declaração modelo 22?

Resolução:
No tratamento fiscal dos subsídios relacionados com ativos fixos tangíveis não
depreciáveis, há um afastamento em relação às regras contabilísticas (NCRF 22), pois
estas preceituam que tais subsídios devem ser mantidos em capitais próprios excepto se
a respetiva quantia for necessária para compensar qualquer perda por imparidade.
Portanto, no caso em apreço, a sociedade Miranda não teria efetuado qualquer
imputação do valor do subsídio a rendimento, pelo que, pelas regras do art.º 22º nº 1/d)
do CIRC na tributação em IRC haveria que acrescer 1/10 do subsídio (3.500 euros) no
quadro 07 da declaração modelo 22 do ano 2021.
Caso 26
A sociedade Luna, S.A. adquiriu, em janeiro de 2021, o direito exclusivo de
comercialização dos seus produtos têxtil-lar sob uma marca internacional. O valor pago
pela aquisição desse direito foi de 65.000 euros.
Uma vez que o direito adquirido não tem vigência temporal definida, a Luna, SA não
procedeu a qualquer depreciação desse ativo intangível.
Nesse mesmo ano, a empresa Luna recebeu um subsídio de 42.000 euros para financiar
tal aquisição inserido num programa de incentivo à exportação, começando a
comercializar os seus produtos sob a citada marca.
Qual o impacto da aquisição desse direito e do recebimento desse subsídio na
determinação do lucro tributável da sociedade Luna?

Resolução:
Estão reunidas as condições para a Luna poder fazer uso do benefício fiscal previsto no
art.º 45º-A, nº 1/a) do CIRC:
- Trata-se de um ativo intangível com vida útil indefinida;
Assim, pode deduzir na linha 792 do quadro 07 da declaração modelo 22 (de 2021) 1/20
x 65.000, ou seja, 3.250 euros em cada período de tributação.
E simultaneamente, deve acrescer no mesmo quadro 07, considerando a regra definida
na alínea b) do n.º 1 do art. 22º do CIRC: 1/20 x 42.000 = 2.100 euros, que é a parcela
do subsídio imputável ao período de 2021.

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