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Nomes em Arton (Continuação) baia onde Hippion dormiu.

É comum que mais de


uma tropa ou caravana se encontre em Hippiontar,
1RPHVeOÀFRV1RPHVpOÀFRVURODP resultando em superlotação, algumas brigas e mui-
pela língua como uma canção, com muitas ta bagunça. Mesmo assim, é raro que exista violên-
vogais abertas e repetições de consoantes. O cia real ou mesmo grandes problemas. Todos que vi-
encurtamento de seus nomes para facilitar a sitam a baia onde o Deus Menor dos Cavalos esteve
pronúncia é visto como uma gentileza, uma relatam boa sorte — bebedeiras épicas resultam em
demonstração de abertura para o convívio nenhuma consequência ruim, rivalidades são resol-
com as raças que um dia foram renegadas vidas amigavelmente, acordos comerciais dão cer-
pelos elfos. ([HPSORV Aeripharian, Yadallina, to... Isso faz com que Hippiontar também seja um
Nielendorane, Thalesorian. ponto muito procurado por comerciantes, nobres
1RPHV*REOLQV No Reinado, goblins e diplomatas. Desde que se preste homenagem ao
possuem nomes curtos, simples e guturais. deus, tudo que tem início aqui costuma dar bons
Não possuem sobrenomes, visto que frutos. Hippiontar permaneceu intocada durante a
GLÀFLOPHQWHFRQVHJXHPIRUPDUIDPtOLDV Guerra Purista. Mesmo os habitantes que cavalga-
longevas. ([HPSORV Krig, Tabo, Tulan, Glab, ram para a batalha voltaram vivos.
Kyara, Barak, Galtor. Alguns estudiosos já apontaram algo sinistro.
1RPHV/HIRX Normalmente seguem Não faz sentido que fatores aleatórios sejam tão
os costumes da raça dos pais. Depois de distorcidos aqui. Hippion não tem nada a ver com
adulto, um lefou pode acabar escolhendo sorte e azar. Existem lugares em Namalkah tocados
um novo nome para si mesmo, caso se por Nimb, o Deus do Caos. E se Hippiontar for mais
LGHQWLÀTXHPDLVFRPVHXODGRDEHUUDQWH um deles? E se um dia houver um preço a pagar por
— ou então um epíteto grandioso. Estes séculos de sorte? E se o cavalo que visitou o rancho
nomes costumam ser difíceis de pronunciar, não tiver sido Hippion?
carregando na quantidade de consoantes.
Alguns fazem isso para reforçar que de
alguma forma fazem parte de algo maior
que Arton. Outros, para deixar clara sua
Ahlen
herança, e provar que é possível ser lefou
o Reino da Intriga
e um herói ao mesmo tempo. ([HPSORV Esta nação foi fundada por três grandes famílias
Haruulk, Mar’drull, Oharshakk, Yrrizevak, nobres, ambiciosas e sobretudo rivais — Rigaud,
(VWUHOD6DQJUHQWD7URYmR$ÀDGR Schwolld e Vorlat. Batalhas sangrentas foram trava-
1RPHV4DUHHQ O nome verdadeiro das entre seus soldados, até que um acordo de paz
de um qareen, concedido pela deusa, é foi assinado pelos patriarcas, formando uma coalizão.
revelado pela marca de Wynna. Esse nome As hostilidades seriam mesmo encerradas, mas não
muitas vezes termina com um “d” mudo. exatamente como se esperava; durante o baile de
([HPSORV Kirud, Ahad, Talud, Sahla. máscaras que celebraria a tríplice coroação, dois
regentes foram traiçoeiramente assassinados pelo
1RPHV7iXULFRV Após a fundação da
terceiro, que então tomou o poder total. Assim nascia
república de Tapista, minotauros nobres
Ahlen, onde se aprende desde o berço que este mun-
adotaram uma convenção para sua
do pertence aos astutos. Onde honra e honestidade
nomenclatura baseada em três nomes: um
não passam de disfarces, onde as leis valem apenas
prenome (próprio do indivíduo), um nome
para os tolos que se deixam apanhar por elas.
da linhagem (herdado pelo primogênito) e
um sobrenome (compartilhado por todos
com algum parentesco). Os prenomes Thartann
normalmente terminam em “ius”. A capital de Ahlen foi construída muito tempo
Minotauros plebeus ou que seguem as depois do início da colonização do reino, em um
tradições bárbaras anteriores à república raro esforço conjunto das famílias dominantes. Mais
possuem um único nome, normalmente de tarde, tudo se mostrou um artifício de um nobre da
poucas sílabas e som grave. ([HPSORV Gaius família Rigaud para tomar o poder no reino, assas-
Aurelius Lomatubarius, Petronius Maximus sinando os outros dois regentes com quem dividia
Liturus, Kargan, Orgun. o governo. Thartann se divide entre uma plebe que
vive em condições precárias e uma nobreza com

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opulência ostensiva e opressora. Em cada lugar há
um lembrete do poderio dos nobres. As mansões das
Rhond
principais famílias são enormes e suntuosas. Car- A cidade de Rhond é um ponto importante de
ruagens decoradas com o brasão do reino passeiam peregrinação religiosa em Zakharov. Batizada em
homenagem a Rhond, o Deus Menor das Armas, ela
SHODVUXDVGHSHGUD$ULVWRFUDWDVGHVÀODPHPOLWHLUDV
não só abriga o principal templo a esta divindade
carregadas por servos.
menor. O próprio Rhond vive aqui! Ele teria sido um
O maior símbolo do poder dos nobres em Ahlen ancestral clérigo de Keenn, o antigo Deus da Guerra.
é o Palácio Rishantor, um dos mais suntuosos do Após uma vida de aventuras, combates e descobertas,
mundo todo. No palácio moram o regente e sua transformou seu corpo magicamente em uma forma
família, os membros do Conselho e famílias aliadas monstruosa e metálica com seis braços. Acumulou
que compõem a corte. A Guilda de Artesãos de tanto poder que acreditou ser capaz de vencer sua
Rishantor existe apenas para trabalhar no palácio — própria divindade no torneio divino. Foi vencido,
participar deste grupo é uma grande honra e nunca mas Keenn não o puniu. Orgulhoso de sua coragem,
falta serviço. Famílias inteiras de servos nascem e recompensou-o com a imortalidade, o poder mágico
morrem dentro de Rishantor, muitas vezes sem GHIRUMDUDVPDLVSRGHURVDVHPDJQtÀFDVIHUUDPHQWDV
nunca pisar fora do palácio. É um pequeno mundo de morte e o título de Deus das Armas.
por si só. Exceto pelos artesãos, guardas e servos, A cidade de Rhond cresceu a partir de peregrinos
apenas nobres podem entrar no Palácio Rishantor. que chegavam de todas as partes. O deus trabalha
Esta regra só é quebrada durante a Noite das Másca- sem cessar numa espécie de caverna dentro de uma
ras. A construção é muitíssimo bem guardada, com colina pedregosa. A caverna é o centro da cidade, mas
soldados patrulhando cada área (principalmente as dezenas de clérigos de Rhond não deixam ninguém
mais próximas aos aposentos reais, proibidas mes- se aproximar sem ordens do próprio deus. Os poucos
mo durante a Noite das Máscaras). Além disso, arca- TXH Mi WLYHUDP D SHUPLVVmR GH YLVLWDU VXD RÀFLQD
nistas e clérigos trabalham para o regente, atacando relatam que a forja é um pequeno vulcão e que as
quaisquer intrusos que se provem fortes demais. PDLVPDJQtÀFDVDUPDVHVWmRGLVSRVWDVQDVSDUHGHV
Armaduras animadas completam a segurança, com 2WHPSORGH5KRQGpXPDHVSpFLHGHIRUWLÀFDomRDR
outras criaturas guardadas para emergências. redor da colina, com muralhas grossas, dentro das
Thartann tem um clima lúgubre em meio à osten- quais vivem os clérigos. Cada um deles tem uma
WDomR3RUÀFDUQXPDUHJLmR~PLGDHDODJDGDSDUHFH arma única, presenteada por seu patrono.
estar sempre no meio de uma neblina molhada. Mofo Qualquer um que chegue à cidade de Rhond logo
e limo crescem em cada parede, misturando-se com se surpreende com o calor e o barulho. A forja divina
as estátuas e decorações intrincadas, emprestando a torna a cidade inteira escaldante. A luminosidade que
este lugar um ar de decadência. vaza de dentro da caverna e por cima das muralhas é
VXÀFLHQWHSDUDLOXPLQDUDQRLWHTXDVHFRPRVHIRVVH
dia. As batidas do martelo de Rhond ressoam como
Zakharov trovões e fazem o chão tremer. A cidade é próspera;
sempre conta com aventureiros de passagem, supli-
o Reino das Armas cando por algo para ajudá-los em alguma empreitada.
Longos anos atrás, após um encontro fortuito Rhond não é conhecido por sua paciência, mas às
entre colonos humanos e um clã de anões, estes YH]HVFRQWULEXLFRPVXDVPDJQtÀFDVFULDo}HVTXDQGR
ofereceram aos recém-chegados um presente de acredita que o objetivo é importante o bastante.
boas-vindas — o lendário machado de Zakharov. Sob Também há muitos trambiqueiros e aproveitadores
HVVDSRGHURVDLQÁXrQFLDGDFXOWXUDDQmVXUJLXXPD disfarçados de clérigos, tentando convencer visitantes
nação devotada às armas e armaduras, que passaria a comprar “esta legítima arma forjada por Rhond”.
a forjar e exportar peças cobiçadas por cada guer- Curiosamente, Rhond tem se mostrado mais
reiro de Arton. Os anões eventualmente partiram, disposto a receber aventureiros, sejam heróis ou
convocados pelo Chamado às Armas; os humanos vilões, que se coloquem contra o novo Deus da
seguiriam honrando sua arte e tradições, pelo menos Guerra. Algumas de suas armas mais extraordiná-
por algum tempo. Após a brutalidade da Guerra rias acabam nas mãos daqueles que enfrentam os
Artoniana, este povo vem abandonando a antiga devotos de Arsenal. Há alguma rivalidade entre
visão artística, romântica, e adotando tradições mais os dois clérigos que enfrentaram Keenn? Será que
militares. Hoje tratam as armas como aquilo que o Deus das Armas está planejando mais uma vez
realmente são: instrumentos de guerra e morte. ascender ao posto de deus maior?

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As fadas notaram este problema. E construíram
Pondsmânia a Cidade Normal dos Humanos.
o Reino das Fadas À primeira vista, o nome não poderia ser mais
preciso. Muralhas nem muito altas, nem muito
O menor e mais misterioso dos reinos é encrava-
EDL[DV8PQ~PHURUD]RiYHOGHWDYHUQDVRÀFLQDVH
GRHPGHQVDÁRUHVWDSRYRDGRSRUVtOÀGHVGUtDGHV
templos. Um mercado de tamanho médio. Nem mui-
ninfas e outros seres mágicos. Embora seja con-
ta riqueza, nem pobreza excessiva. Não fosse pelos
siderado parte do Reinado, essa aliança talvez seja
habitantes serem fadas de todos os tipos (ovos com
apenas mais um capricho temporário de sua Rainha,
pernas, sapos falantes, bebês com rosto de velhos,
ela própria cercada de lendas e mistérios. O país não
pássaros de cartola...), a cidade seria totalmente
tem fronteiras claras, sequer pode ser encontrado
por meios normais; para entrar na Pondsmânia você QRUPDO $V FRLVDV ÀFDP PDLV HVWUDQKDV TXDQGR VH
talvez precise de uma bandeirola azul, uma canção presta atenção. As fadas imitaram as construções e
pOÀFD XPD HVFDPD GH GUDJmR XPD PDUFD GH QDV- hábitos humanos, mas apenas na superfície. Não pa-
cença em forma de margarida... Existem regras, mas recem entender as razões por trás de nada. Guardas
mudam o tempo todo. patrulham as ruas, mas atacam cidadãos sem motivo,
apenas porque, em cidades humanas, guardas às
vezes usam armas. Fregueses entregam moedas a
A Cidade comerciantes em troca de produtos, mas as moedas
Normal dos Humanos podem ser qualquer coisa desde joias até botões
Reis e diplomatas às vezes esquecem que a velhos e os produtos podem ser botas esburacadas
Pondsmânia faz parte do Reinado, mas é preciso ou itens mágicos inestimáveis. Nas tavernas, todos
haver alguma interação política. Emissários azarados colocam na boca o que está em seus pratos e fazem
são destacados para entregar mensagens ou honra- movimentos de mastigação, mas se isso for comida,
rias à Rainha. Às vezes não voltam, às vezes voltam você está com muita sorte. O burgomestre impõe
décadas mais velhos, às vezes voltam delirantes. Por leis absurdas, como “todas as pessoas de cabelos
alguma razão, as cidades feéricas têm o péssimo castanhos devem andar para trás” ou “é proibido
hábito de arruinar as vidas dos humanos sem querer. falar a palavra ‘nuvem’ na presença de um bode”.

Comitiva feérica da Pondsmânia.


Iguais aos humanos, até deixarem de ser

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Pior ainda: as fadas não terminaram de construir seriam convidados para atuar como professores.
WRGDDFLGDGHHQWmRSDUWHGHODpFHQRJUiÀFD+iXP Portais de acesso seriam instalados nas maiores cida-
quadro com o desenho de um rio ao lado da cidade des do Reinado. Estavam abertas as matrículas para
e, todas as manhãs, as fadas levam seus baldes para a $FDGHPLD $UFDQD, uma fantástica universidade
OiÀQJHPTXHRVHQFKHPG·iJXDHYROWDPSDUDFDVD mágica, onde fórmulas místicas milenares podiam
Além de ser inquietante por si só, a Cidade ser aprendidas em sala de aula. A partir de então, o
Normal por vezes faz um visitante acreditar que mago recluso em sua torre escura (ou rastejando em
ali só há “fadas bobas e brincalhonas”, quando na masmorras) só existiria se assim quisesse.
Pondsmânia sempre se está lidando com seres volú- A meta principal da Academia Arcana é oferecer
veis de grande poder. Um forasteiro pode morrer por aos arcanistas iniciantes fácil acesso a seus primeiros
um erro das fadas (“Você pediu uma bebida, como poderes, em ambiente seguro — livre de monstros,
eu podia saber que veneno de cobra não servia?”) maldições ou pactos com demônios. O campus é
ou mesmo por insultá-las sem querer (“Recusa-se a mantido sob salvaguardas místicas; para que todos
usar o chapéu que lhe presenteei só porque é feito de sintam-se livres para praticar (e errar), todas as
IRJR"'HIHQGDVHUXÀmRµ  magias conjuradas aqui causam dano não letal. Aspi-
Mesmo assim, a Cidade Normal dos Humanos UDQWHVGHYHPSDVVDUSRUWHVWHVGHTXDOLÀFDomRPDV
continua sendo o melhor ponto de entrada no Reino devido ao caráter liberal de Wynna, todo e qualquer
das Fadas. Aqui há a menor chance de nunca voltar... ser inteligente pode se candidatar — mesmo criatu-
Mas a chance ainda é considerável. ras notoriamente perigosas são aceitas. Isso torna o
campus um lugar colorido, onde um invocador golem
pode ser visto comparando notas com um ilusionista
A Academia osteon e um necromante suraggel.

Arcana Engana-se quem pensa ser este um lugar apenas


para magos, feiticeiros e bruxos. Aventureiros de
Era uma vez, mais de quinhentos anos atrás, um todos os tipos podem estudar aqui, praticando suas
jovem mago. Ele viveu aventuras, correu perigos, viu habilidades em cenários controlados e simulações
companheiros caírem. Descobriu novos feitiços em per- ilusórias, sem (muito) risco. Por sua natureza planar,
gaminhos ancestrais, saqueando tumbas e derrotando D $FDGHPLD SRGH HGLÀFDU PDVPRUUDV WHPSRUiULDV H
bruxos. Um dia encontrou Wynna, a Deusa da Magia. povoá-las com construtos mágicos (ou mesmo cria-
Apaixonou-se por ambas: pela deusa e pela magia. turas reais) com o propósito de testar aventureiros.
Ficaria conhecido como 7DOXGH0HVWUH0i[LPR Não há conquista de tesouros, é verdade — mas a
GD0DJLD. Não apenas um dos mais poderosos arca- conquista de experiência é bem real.
nistas na existência, mas também favorito da própria Talude, agora reitor, bem poderia ser apontado
Wynna. Após uma vida de missões a serviço da deu- como o maior arcanista em Arton, não fosse a exis-
VD HQÀP VHULD UHFRPSHQVDGR FRP D HWHUQLGDGH DR tência do eterno rival Vectorius. Impossível medir
ODGRGHOD³RSULYLOpJLRÀQDOVRQKDGRSRUWRGRVRV qual arquimago é mais habilidoso. A única certeza
devotos. No entanto, respeitosamente, Talude decli- reside na oposição completa de suas visões. Enquan-
nou. Pediu à deusa para continuar promovendo sua to o Senhor de Vectora proclama que poder mágico
obra, continuar espalhando sua dádiva maravilhosa deve pertencer a poucos eleitos, o Mestre Máximo
por toda Arton. Sonhava que todo ser vivo pudesse defende os dogmas de sua amada deusa: a magia, as-
ser tocado pelo milagre da magia. Sonhava que todo sim como a vida, jamais deve ser negada a ninguém.
aspirante a mago pudesse aprimorar sua arte sem a Com o passar dos anos, a Academia acumularia
necessidade de explorar ruínas perigosas ou contatar novos encargos. Também atuaria como centro de
entidades sobrenaturais malignas. pesquisas, um vasto laboratório buscando respostas
Orgulhosa, Wynna concedeu a Talude não ape- para os mistérios do universo. Durante os primei-
nas a imortalidade, mas os meios para realizar seu ros ataques da Tormenta, grupos de heróis seriam
sonho. Uma região inteira foi cortada de seu reino recrutados para trazer aberrações (ou suas amostras)
divino, formando um semiplano — uma planície para estudos. Aqui seriam desvendados os segredos
verdejante com dez quilômetros de lado, com seu da bizarra anatomia lefeu, aqui seriam desenvolvidas
próprio ciclo de dia e noite, seu próprio clima e DVSULPHLUDVPDJLDVHLWHQVPiJLFRVHÀFD]HVFRQWUD
vida natural. Gênios usariam sua magia para erguer eles. De fato, sua Área de Contenção de Espécimes
HGLÀFDo}HVIDEXORVDVELEOLRWHFDVODERUDWyULRVDORMD- mantém uma quantidade incrível (e imprudente) de
mentos. Alguns dos maiores conjuradores do mundo monstros exóticos em cativeiro.

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Os Limites do Reinado áreas ermas. Ao tentar ocupar Bielefeld e a nação purista há o
uma área tão vasta, os humanos, território contestado conhecido
Em sua ambição (outros povos como de costume, tomaram uma FRPRD&RQÁDJUDomRGR$oR
diriam “cobiça”) sem limites, os
tarefa além de suas capacidades. Ao oeste, o Reinado faz fronteira
Filhos de Valkaria se espalhariam
por todo o sul do continente, Ao norte, o Reinado é limitado com as Montanhas Uivantes
estabelecendo o Reinado de pelo Rio dos Deuses. Ao leste, e com as províncias orientais
Arton — um Reinado que, seus vizinhos são a Supremacia do Império de Tauron — hoje,
em sua imensidão selvagem, Purista, Aslothia, as Repúblicas praticamente terras ermas. Por
os humanos não controlam Livres de Sambúrdia e Salistick, ÀPDRVXOWHUPLQDQDV5XtQDV
de fato. Mesmo as maiores além dos Ermos Púrpuras. de Tyrondir, onde uma linha de
cidades são cercadas de terra Deheon e a Supremacia são IRUWLÀFDo}HVSURWHJHDUHJLmRGH
inexplorada, mesmo as maiores separados pela Garganta do Troll, incursões duyshidakk e marca o
rotas comerciais atravessam uma fenda gigantesca. Já entre limite das terras humanas.

Vectorius mostrava visão mais pragmática; poder


O Mercado mágico não é algo a ser “venerado” nem entregue

nas Nuvens irresponsavelmente a qualquer inepto, mas sim um


recurso valioso a explorar, dominar, utilizar para o
9HFWRUD Uma das mais extraordinárias reali- progresso da humanidade.
zações urbanas no universo. Uma cidade mercantil — Minha Academia Arcana oferece a genero-
voadora que visita o Reinado de ponta a ponta, sidade de Wynna para toda Arton — vangloriou-se
percorrendo talvez a rota comercial mais importante Talude, provocando em seguida. — Então conte-me
de Arton. Assentada sobre a base de uma montanha mais, Vectorius, sobre suas incríveis realizações em
invertida, a inacreditável estrutura paira centenas prol deste mundo.
de metros acima dos reinos, placidamente levitando
— Pois não perde por esperar. Minha obra será
rumo à próxima cidade — onde vai atracar durante
PXLWDVYH]HVPDLVJUDQGLRVDTXHVXDStÀDHVFROLQKD
alguns dias, permitindo a visitação. Quando o Mer-
de truques!
cado nas Nuvens chega, fortunas trocam de mãos.
Mais tarde, em conversa casual com um merca-
Com poucos quilômetros de diâmetro, Vectora é
dor queixoso sobre as viagens e riscos exigidos em
uma cidade relativamente pequena, mas muito mais
seu ofício, Vectorius teve uma inspiração. O Reinado
densamente construída e povoada que qualquer
mostrava-se território vasto, forçando caravanas
outra. Seus milhares de estabelecimentos lutam por
a enfrentar longas e perigosas jornadas. Era algo
espaço e clientes. Impossível visitar todos os baza-
especialmente problemático para sua própria nação,
UHVHPSyULRVIRUMDVRÀFLQDVDQWLTXiULRVERWLFiULRV
o antigo reino de Sambúrdia (atuais Repúblicas
e casas de espetáculo durante cada breve parada.
Livres de Sambúrdia), terra de produção agrícola rica
Impossível aproveitar todas as oportunidades. Nas
e variada, mas também distante do Reino Capital e
ruas superlotadas, fervilhantes, todos procuram a
outros grandes centros populacionais. Haveria forma
barganha de suas vidas. Todos buscam maravilhas de
PDLVVHJXUDHHÀFD]GHWUDQVSRUWDUEHQVFRPHUFLDLV
Arton e além.
através dos reinos?
A origem de Vectora confunde-se com a história
de seu criador — 9HFWRULXV, um dos dois maiores Após anos de pesquisa, Vectorius provaria que
arcanistas conhecidos. Tudo teria começado após um sim. Em uma demonstração de poder mágico até
confronto ideológico contra Talude, o outro conjura- hoje inigualada, o arquimago fez levitar uma monta-
dor supremo. Ainda que ambos fossem arquimagos nha inteira de Sambúrdia, erguendo-a até as nuvens.
GH H[WUHPR SUHVWtJLR SRGHU H LQÁXrQFLD VHP TXH Uma vez rotacionada, seria alicerce para o maior
jamais se conseguisse provar TXHP era o mais podero- centro comercial jamais concebido, capaz de trans-
so), cada um cultivava sua própria convicção sobre portar mercadores e mercadorias por todo o mundo
a real natureza da magia. Enquanto Talude era de- civilizado. E assim tem sido, há mais de cem anos.
voto apaixonado pela Deusa da Magia, apregoando Uma vez por ano, a rota de Vectora passa por
ensino das artes místicas a todos os interessados, todas as grandes cidades do Reinado (ou, como

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