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Relação Júridica-Fiscal

• Tradicionalmente, a Relacão Jurídica-Fiscal (RJF) era analisada no âmbito do


Direito Administrativo e do Direito Civil. Por via disto, tal análise limitava-se
unicamente ao vínculo obrigacional existente entre o sujeito activo e o sujeito
passivo, cujo objecto era a prestação do imposto, deixando de lado um
complexo de relações e sujeitos passivos que gravitam em torno da obrigação
nuclear.
• A complexidade da RJF pode ser vista nos seus ângulos mais salientes, tais
como:
• Sujeitos activos
• Sujeitos passivos
• O conteúdo
• As relações
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• Sujeito Activo • Sujeito passivo
• O Estado • O contribuinte
• As Autarquias • Os susbtitutos
• Os Institutos Públicos • Os responsáveis fiscais
• Os sucessores
• Os suportadores económicos do
imposto
• Os retentores
• Os profissionais liberais
• Os despachantes oficiais
• Os revisores de contas
• Os técnicos oficiais de contas
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• O conteúdo • As relações em sentido amplo:
• Prestação material (obrigação principal) • Sentido estrito – relação do imposto
feita pelo contribuinte, responsável, • DUPLO PAPEL DA ADT. FISCAL
successor.
• Competência e capacidade tributária
activa. Supremacia da adt. Fiscal na
aplicação da lei visando a arrecadação do
imposto;
• Deveres acessórios que se traduzem em
• Paridade entre o fisco e o contribuinte na
operações pecuniárias relativas aos juros RJF. Princípio da legalidade e segurança
de mora, compensatórios ou prestações de jurídica. Garantia dos particulares para
carácter formal, de acção ou omissão. impugnar a legalidade do imposto e dos
seus fins.
• Diversas relações jurídicas acessórias
• Entre particulares e a adt. Fiscal e entre
particulares entre ssi no âmbito da
retenção do imposto (IRPS; IVA)
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Relação Júridica-Fiscal
• Face a esta complexidade e das características diferenciadoras do DF em relação
aos outros ramos do Dto Público (sobretudo o seu elemento teleológico), as
doutrinas germânica e italiana formularam dois conceitos ligados à central
obrigação do imposto: OBRIGAÇÃO FISCAL e RELAÇÃO JURÍDICA FISCAL.

• Obrigação Fiscal – vínculo jurídico nascido da verificação da situação ou das


condições abstractamente previstas na lei tributária e cujo objecto é a prestação
do imposto.

• RJF – é uma realidade mais ampla. É constituida por uma relação fiscal material
(pagamento do imposto) e por multiplas relações fiscais formais com diversos
conteúdos (prestação de declarações, permitir exames e avaliações) e
intervenientes.
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Alguns exemplos de deveres ou obrigações acessórias
• Obrigações declarativas
• Declarações periódicas de rendimento;
• Declarações de substituição;
• Declaração anual de Informação contabilística e fiscal.
• Obrigações contabilísticas e de aventuração
• Dever de possuir contabilidade organizada nos termos de lei commercial;
• Dever de possuir e manter um processo de documentação fiscal (dossier fiscal) – IRPC
• Dever de apresentar os livros de inventário, balanço e diários nos serviços fiscais locais
da adt. Fiscal para serem rubricados na abertura e encerramento;
• Dever de procedr o laçamento por ordem cronológica nos diversos registos ou livros
sem emendas ou razuras;
• Dever de passar recibo de importâncias recebidas e emitir facture ou documentos
equivalents para cada transmissão de bens.
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Finalidades dos deveres acessórios
• Identificar o sujeito passivo do imposto;
• Determinar a matéria colectável e a liquidação do imposto;
• Viabilizar a cobrança do imposto;
• Fiscalizar o cumprimento das obrigações fiscais.

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Elementos da relação jurídica-fiscal
1. Os sujeitos – a RJF estabelece-se entre sujeitos de obrigações e de
direitos. A personalidade jurídica (PJ) ou a qualidade de pessoa jurídica
(nascimento completo com vida ou registo e capacidade tributária –
personalidade tributária – susceptibilidade de ser sujeito da RJF).
Olhando para os fins da tributação, as vezes atende-se a verificação dos
factos passíveis de tributação, ignorando a PJ.
• Sujeito Activo – é o credor, é o titular do direito de exigir o imposto. Nr 1 do
art. 8 da Lei 15/02. À luz do Dto. Moçambicano, o Estado é o sujeito activo
da maior parte dos impostos. Também o são as Autarquias (impostos
autárquicos) e o INSS (CSS).
• Três prismas da titularidade activa
• Poder tributário criar e regulamentar os impostos
• Competência tributária, na gestão dos impostos nos processos de laçamento, liquidação e cobrança
(na actualidade, visa tanto a adt fiscal como os particulares - IVA).
4/6/2022• Capacidade tributária – titularidade Fulgêncio
de crédito de impostos. Ex., (ANE em relação ao fundo7para
Seda, 2021
ESTRADAS).
Elementos da relação jurídica-fiscal
• Sujeitos Passivos - são os contribuintes incluindo os substitutos e responsáveis, bem como
outras pessoas sobre as quais recaiam obrigações. Sujeito passivo ou devedor do imposto é a
pessoa (singular ou colectiva) que está adstrita ao pagamento do imposto. O nr 2 do art. 8 da
Lei 15 considera também como sujeitos passivos o património ou a organização de facto ou de
direito que nos termos da lei está adstrita ao cumprimento de uma obrigação tributária, pode
ser contribuinte directo, susbtituto ou responsável. Abrange os devedores indirectos.
Derivados e acessórios. [Latu sensu]

• Contribuinte – é a pessoa (singular ou colectiva) relativamente a qual se verifica o facto


tributário ou pressuposto do facto gerador; é o titular da manifestação da capacidade
contributiva que a lei tem em vista atingir e que por conseguinte, deve suportar a ablação
patrimonial que o imposto acarreta.

• Devedor – é o sujeito passivo strictu sensu que deve satisfazer perante o credor fiscal a
obrigação do imposto. É o chamado devedor originário, àquele em relação ao qual o fisco
exige em primeira linha a satisfação do crédito do imposto. (ex. A ACIPOL é devedora)
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Elementos da relação jurídica-fiscal
• Sujeitos tributários passivos originários e não originários
• Os substitutos são devedores, ou seja, sujeitos passivos não originários, pois que em
relação a eles não se estabelece qualquer presunção de benefício que justifique a
incidência tributária.

• É devedor não originário aquele que paga a dívida fiscal da qual não é beneficiário ou
usufrutuário.
• As situações de débitos tributários não originários correspondem a quarto
tipos diferentes:
• Susbstituição
• Sucessão
• Solidariedade
• Responsabilidade
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Substituição tributária
• É uma situação da personalidade tributária passiva através da qual o substituto
assume perante o sujeito activo da relação do imposto, uma posição de devedor
tributário satisfazendo um débito que é seu próprio, embora não originário, por
não corresponder a presunção do benefício económico, a qual respeita ao
susbstituido.
• Embora a substituição tributária concretiza-se geralmente pelo processo de
retenção na fonte, há situações em que há retenção sem que haja substituição. É
o que se passa com o suportador do IVA. A substituição pode ser total (abrange
pagamento do imposto e o cumprimento de deveres acessórios em sede de IRPS
através de taxas liberatórias e de não residentes ou sem estabelecimento estável
em Moçambique - art. 25 do CIVA) ou parcial (o contribuinte é obrigado a
cumprir com as obrigações acessórias.

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Substituição tributária
• Outros exemplos de substituição tributária envolvem:
• O imposto de selo devido por anúncios publicitários (pago ao fisco pelas empresas
que promovem a publicação, mas exigido por estas aos anunciantes). Ex., A Golo;
Tropigália; etc.;
• Pela impressão de cheques;
• Pela emissão de bilhetes para espectáculos; títulos de transportes públicos;
• Pela aquisição de imóveis em leilões.

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Substituição tributária
• Algumas situações de responsabilidade tributária no âmbito da substituição
fiscal.
• O substituto é o único devedor originário, não podendo exigir a administração tributária
a satisfação da obrigação ao substituído, conforme resulta do n.1 do art. 88 do Código
do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRPS);

• Caberá ao substituído a responsabilidade originária pelo imposto não retido e ao


substituto a responsabilidade subsidiária, sem prejuízo dos devidos juros
compensatórios, quando a retenção for efectuada meramente a título de pagamento
por conta de imposto devido a final, para o efeito vide o que dispõe o n. 2 do acima
aludido preceito legal;

• E nos demais casos o substituído é apenas responsável subsidiário.


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Sucessão tributária
• Na falta do devedor originário, por morte ou qualquer outra forma de
extinção da sua personalidade, a respectiva posição tributária é ocupada por
um ou vários sucessores herdeiros ou legatários). Porém, a responsabilidade
do do sucessor encontra limites nos seguintes termos.
• O herdeiro é responsável por quaisquer dívidas à fazenda nacional até as forças da
herança.
• O sucessor não pode ser responsável por quaisquer penas, mesmo pecuniárias que
correspondam à trangressões fiscais cometidas pelo de cujus.
• As penas não passarão em caso algum da pessoa do delinquente, salvo se a sentença
tiver transitado em julgado ainda o deliquente em vida.
• Caso tenha transitado em julgado, já não é a aplicação da pena que está em causa,
mas sim, a importância a pagar proveniente da multa (que passa a constituir a
herança).
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Solidariedade tributária
• A solidariedade tributária manifesta-se quando os pressupostos do facto
tributário se verificam em relação a mais de uma pessoa. O credor do imposto
exige o cumprimento integral da dívida tributária tanto ao devedor como ao
responsáveis. Todos são solidariamente responsáveis pelo cumprimento da
dívida tributária.
• Consideram-se solidariamente obrigadas as pessoas que se encontram na
posição de sujeitos passivos de um mesmo vínculo tributário. Nesse caso, o
sujeito active pode exigir de uma só pessoa o pagamento da totalidade da dívida
tributária.
• No âmbito da solidariedade tributária é também devedor originário, que realiza
a prestação embora em relação a uma quota parte dessa prestação que em
regime de solidariedade não é devida.
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Solidariedade tributária
• Nos casos de responsabilidade solidária, quem realiza a prestação
tributária não é de modo algum seu devedor originário, nem pela
totalidade nem em parte.

• Verifica-se solidariedade tributária quando a lei estabelece que a um único


sócio, a um único herdeiro, a um único contraente, a um único co-
proprietário seja exida a prestação. Nesses casos, lei exige tanto ou
devedor como o responsável, sem prejuizo do direito a regresso.

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Responsabilidade tributária
• A solidariedade, a sucessão, a substituição embora não constituam ao tipo
mais corrente de situações tributária passivas, que é o devedor originário
apresentam-se como normais, ou seja, estão inseridas no desenvolvimento
normal da RJF e não no seu sentido patalógico, como é o caso da
responsabilidade tributária.
• A responsabilidade tributária resulta da necessidade de se reforçar a
garantia do cumprimento da obrigação fiscal. É o caso das pessoas colectivas
em que são responsáveis os gerentes, administradores, directores, etc. Vide
o art. 6 da Lei 15/02.
• O responsável tributário é chamado ao pagamento do imposto porque o
devedor originário ou seus sucessores não o efectuou.
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Responsabilidade tributária
• Destrinça entre a responsabilidade solidária e o devedor solidário.

• A responsabilidade solidária pela dívida tributária verifica-se só na fase processual


executiva em relação ao originário devedor e seus sucessores, quando estes não sejam
suficientes para satisfazer a dívida tributária - (responsabilidade subsidiária).

• O devedor solidário é o devedor originário, a quem pode ser exigido a totalidade da


dívida comum, trata-se de um ente que não é estranho a relação jurídica tributária, ou
seja, a obrigação do imposto, não lhe aproveitando o direito a divisão da dívida, e como
é óbvio sem o prejuízo do direito de regresso que lhe assiste em relação aos demais
credores do imposto.

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Objecto da Relação Jurídica-Fiscal
2. O objecto - é a prestação a que o devedor do imposto
está obrigado para com o sujeito activo.
• Objecto imediato
• A obrigação principal da relação, que consiste na entrega do
imposto,
• Objecto mediato
• Corresponde às obrigações acessórias do imposto, tais como
prestar declarações, emitir facturas ou documentos
equivalentes, etc.
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3. Facto jurídico
. O facto jurício não ocorre no momento da liquidação do
imposto. Este ocorre nas seguintes situações:
• Na obtenção de rendimentos (IRPS; IRPC) ou
• Na aquisição de bens (IVA)
• Na transmissão de bens (SISA)
• Quando se efectua a introdução de mercadorias no
território aduaneiro de um Estado soberano (Impostos
aduaneiros e IVA)
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4. Garantia
• É um conjunto de instrumentos jurídicos que conferem ao credor o direito,
faculdade de obter de forma coerciva do devedor o cumprimento da respectiva
prestação (nº 1 do art. 38 da lei nº 15/02 em consonância com o art. 601 do
Código Civil).
• Garantia geral do credor do imposto- o património do devedor que serve de
garantia do crédito do credor.
• Garantias gerais dos contribuintes (artigo 17 da Lei 15/02):
a) Não pagar impostos que não tenham sido estabelecidos de harmonia com a constituição;
b) Poder apresentar reclamações, impugnações ou recursos nos termos previstos pela lei e
pelas demais normas tributárias;
c) Poder recorrer da fixação da matéria colectável e da liquidação dos impostos, nos termos
da lei;
d) Poder ser esclarecido, pelo competente serviço tributário, acerca da interpretação das
leis tributárias e de modo mais cómodo e seguro de as cumprir;
e) 4/6/2022
Poder ser informado sobre a sua concreta situação tributária;
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4. Garantia
• Garantias especiais
• Garantias pessoais: em sede do direito fiscal constitui garantia pessoal a
responsabilidade fiscal, de forma solidária ou subsidiaria.
• Garantias reais: os privilégios creditórios, que são concedidos a certos
credores independentemente do registo, de serem pagos com preferência
sobre outros; a hipoteca. Vide o nº 2 do art. 38 da lei nº 15/02.
• Prestação de caução: cuja finalidade é de assegurar o cumprimento da
obrigação fiscal através do depósito de dinheiro, títulos de dívida pública, etc.
• A prestação da caução tem por finalidade à suspensão da execução
fiscal, atribuição de efeitos suspensivos aos recursos em impugnação
judicial ou execução.
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Pressupostos da RJF
• São os factos legalmente previstos pela lei do imposto que dão
origem a RJF.
• PRJF quanto à natureza
• Subjectivos – referem-se a qualquer um dos sujeitos da RJF (auferir
rendimentos)
• Objectivos – quando se relacionam com o objecto (rendimentos
provenientes de um património);
• PRJF quanto ao âmbito
• Genéricos – quando sejam comuns a todas as relações do imposto (a
personaidade jurídica; a capacidade jurídic-fiscal; a matéria colectável);
• Específicos – quando respeitam a determinados tipos de impostos (ICE;
rendimentos pessoais).
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Momentos da constituição da obrigação do imposto
• Doutrina da eficácia constitutiva da liquidação
• A obrigaçao do imposto nasce com a liquidação. Há quer distinguir a obrigação do
imposto da dívida do imposto.
• A obrigação do imposto consisite na verificação dos pressupostos do imposto;
• A dívida do imposto nasce com a liquidação; só a pós a notificação do sujeito passivo
é que surge o crédito do imposto a favor do Estado independentemente da sua
verificação.
• Doutrina da eficácia declarativa da liquidação
• A obrigação do imposto nasce no momento da ocorrência do seu facto gerador. É o momento
em que o imposto torna-se devido e exigível.
• Em Dto. Moçambicano, acolhe-se a doutrina da eficácia declarativa da liquidação, na
medida em que esta permite a defesa do princípio da não retroactividade em direito
fiscal. A determinação do contribuinte e da matéria colectável deve reportar-se ao
momento em que se efectua a operação.
• Em relação à defesa do princípio da não retroactividade, como é óbvio, sem prejuízo
do disposto no art. 57 da CRM, no que tange a retroactividade da lei quando seja
favorável
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Extinção da obrigação tributária (art. 32 da Lei 15/02, de
26 de Junho).
• Cumprimento – é a forma normal de extinção da dívida tributária
através do pagamento voluntário (à boca do cofre ou com juros de
mora) ou coercivo.
• Pagamento à boca do cofre – efectuado dentro do prazo
estabelecido pelas leis tributárias. Pode ser efectuado por moeda
corrente ou por cheque, debito em conta, transferência conta a
conta, paagamento electrónico nas ATMs.
• Pagamento com juros de mora – é efectuado entre o fim do prazo normal
de vencimento e antes do relaxe da dívida tributária
• Pagamento coercivo- inicia com o relaxe da dívida (extracção de
certidões presentes ao Juiz das Execuções Fiscais para a cobrança
coerciva).
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Extinção da obrigação tributária
• Modalidades de pagamento do imposto:
• A pronto – é o pagamento integral da dívida tributária.

• A prestações – pagamento por parcelas para facilitar ao


sujeito passivo (IRPS).

• Por anuidades – estabelecem-se quantias ou percentagens a


serem pagas anualmente até o cumprimento total da dívida.

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Extinção da obrigação tributária
• Dacção em cumprimento
• Esta forma de extinção da dívida tributária só tem lugar quando prevista por lei.
• Consiste na entrega, pelo sujeito passivo, de coisa diversa da que constitui o objecto
principal da obrigação (prestação pecuniária devida).
• Prescrição
• Resulta da falta de exercício de um direito pelo seu titular, durante um determinado
espaço temporal.
• Nos termso do artigo 36 da Lei 15/02, o prazo para se proceder à cobrança do imposto é
de 15 anos a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário (nos impostos
periódicos) e a partir da data em que o facto ocorreu ( nos impostos de obrigação única).

• A prescrição pode interrempor-se pela reclamação graciosa, pela impugnação judicial,


pelo recurso e pela execução da dívida.
• A prescrição torna-se num facto extintivo da obrigação fiscal quando seja invocada pelo
devedor.
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Extinção da obrigação tributária
• Compensação
• No Dto. moçambicano é de se apontar como motivo de compensação do imposto, o
pagamento do imposto superior ao liquidado.
• A administração tributária deve notificar o sujeito passivo e dispor do pagamento indevido
e compensar qualquer outra dívida do contribuinte; usar esse crédito para compensar
outra qualquer dívida tributária futuras destes.
• Ocorrerá a anulação da liquidação do imposto, procede-se a emissão de um título de
anulação.

• Confusão
• Estaremos face a confusão quando o sujeito activo é concomitantemente o sujeito passivo
da relação jurídico fiscal, ou seja, do imposto.

• É o que se passa no âmbito sucessório, em que o herdeiro é o Estado, por falta de


sucessíveis, ao abrigo do art. 2152 do Código Civil.
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Trabalho em grupo
• A consolidação do sistema capitalista e a progressiva privatização da
economia reduziu o carácter patrimomial dos Estados modernos, passando
estes essencialmente a organizar e regular o Sistema dos tributos, fonte
essencial de finaciamento das actividades colectivas.
Discuta esgotadamente esse assunto tendo como enfoque:
a) A política fiscal moçambicana face a tributação dos rendimentos e do
consumo.
b) Os desafios inerentes à política de atracção de investimento estrangeiro
face à concorrência internacional prejudicial.

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