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PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO SITUACIONAL

Prof.ª Luiza Veloso Dutra

2021/II
O que é preciso planejar em um hospital?
PLANEJAMENTO
• Métodos tradicionais são simples. Porém...
• Inadequados para analisar e acompanhar sistemas
complexos.
• A maioria dos problemas administrativos, econômicos e
sociais são complexos.

• Desenvolveu-se o método: Planejamento Estratégico


Situacional (PES)

(LIDA, 1993)
PREMISSAS DO PLANEJAMENTO
TRADICIONAL
• a) Projeta o futuro a partir de um diagnóstico do
passado:
• O plano assume implicitamente que a trajetória passada se repetirá no
futuro, com poucas mudanças.
• b) O objeto do plano é estático:
• pressupõe-se que quem elabora o plano tem todos os poderes para
atuar sobre o objeto do plano. o qual é considerado passivo:
• c) Separa planejamento e execução:
• Na ação, o plano fica “esquecido” ou abandonado;
• Não orienta com segurança ou fica desatualizado no início da ação;
• Inevitavelmente exige improvisos do dirigente.

(LIDA, 1993)
PREMISSAS DO PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO SITUACIONAL (PES):

• Flexível: se adapta às mudanças da situação real;

• Não separa planejamento de execução: não opera com


"receitas" prontas;

• Realiza análises situacionais: orienta o dirigente no


momento da ação.

(LIDA, 1993)
Planejamento Estratégico...

• Traça uma visão específica do futuro da


empresa, por meio das descrições:

• Como será seu setor.


• Em que mercados você vai competir.
• Que produtos e serviços vai oferecer.
• Que valor vai oferecer aos clientes.
• Que vantagens de longo prazo terá.
• Quais serão o porte e a lucratividade de sua
empresa.”

Tiffany & Peterson


Planejamento Estratégico...

• É mais amplo e abrangente.

• Características:
• Voltado para o longo prazo da organização
• Envolve toda a organização
• É definido pela alta cúpula
• Voltado para a eficácia da organização
MOMENTOS DO PES
Baseado em PROBLEMAS

Identificação: Seleção, compreensão e


PLANEJAMENTO

Explicativo análise para explicar

Pontos (nós) Críticos: Definem objetivos,


Normativo metas, Desenha intervenção com ações
organizadas
Estratégico Viabilidade: o que deve e o que pode ser feito

Tático- Fazer: Distribuição de tarefas.


operacional Responsabilidades com prazos (cronograma)

(MATUS, 1996)
Momento Explicativo

É o momento de identificação e descrição dos


problemas de acordo com dados objetivos, levando em
conta a percepção dos atores sobre os problemas
analisados.

Identificação das causas e o levantamento de quais


podem ser consideradas nós críticos – centros práticos
de ação, oportunos à ação política, de acordo com as
viabilidades.

BRASIL. PES no Ministério da Saúde, 2011/2015


Momento Explicativo

• Com as informações sobre a situação de saúde do


território, o gestor e equipe gestora passam para a
análise situacional do território ou análise de contexto.

• No PES a situação é: um conjunto de problemas ou de


necessidades tais como são compreendidos a partir da
perspectiva de atores ou sujeitos interessados em intervir
sobre um determinado recorte da realidade

(MATUS, 1993)
Momento Explicativo

• Propõe estratégias para identificar, descrever e explicar


os problemas.

• Considera informações:

• Objetivas (dados quantitativos, normas e rotinas) e

• Subjetivas (percepção dos diversos atores sobre os problemas


analisados).

KLEBA et al., 2011. MATUS,1993


Momento Explicativo
• Há 3 tipos de problema, referenciados no tempo,
significado e natureza do resultado para um ator:

• Ameaças: o risco “potencial de perder uma conquista ou agravar


uma situação”;

• Oportunidades: possibilidades que podem ser aproveitadas ou


desperdiçadas; e

• Problemas: deficiências que provocam desconforto, inquietação e


exigem enfrentamento.

KLEBA et al., 2011. MATUS,1993


Mom. Explicativo: Análise situacional
• Para proceder a análise situacional, o gestor e equipe/comissão
gestora analisam duas questões principais:

• 1ª) Como está e como deveria estar o serviço em relação a:


A- Indicadores de saúde;
B- Oferta das ações de saúde;
C- Preparo e qualificação dos profissionais;
C- Disponibilidade dos profissionais;
D- Disponibilidade dos medicamentos;
E- Articulação com a comunidade;
F- Articulação com outros serviços;
G- Articulação com outros equipamentos sociais etc.
GIL et al., 2016
M. explicativo: Análise Situacional...
2ª) Qual é a minha situação desejada ou minha imagem
objetivo?
A- Aonde quero chegar;
B- Quais objetivos desejo alcançar;
C- Quais metas desejo atingir;
D- Com que finalidade quero atuar etc.

REFLEXÃO IMPORTANTE: Levantar quais são as ações e


serviços necessários para melhorar a qualidade de vida e
saúde da população.

GIL et al., 2016


Momento NORMATIVO
• Definição de objetivos e metas (alcançáveis) a serem
alcançados e resultados a serem entregues;

• Previsão das estratégias e ações necessárias à realização,


leva em conta a análise política, econômica e social.
BRASIL. PES no Ministério da Saúde, 2011/2015
• Requer análise das tendências de natureza política,
econômica e social que poderão influenciar o contexto
assistencial, definindo cenários favoráveis ou
desfavoráveis à implementação do modelo gerencial.

KLEBA et al., 2011


Momento NORMATIVO
• Esta análise deve considerar sempre as finalidades a
serem alcançadas, preservando a coerência interna
(princípios da instituição: MISSÃO, VISÃO e VALORES), e
a coerência externa (referente ao SUS – Princípios e
Diretrizes).

• Requer observação dos obstáculos e oportunidades


internas e externas, bem como o tempo para resolução
dos problemas requer e o tempo próprio do período de
gestão.

KLEBA et al., 2011


Momento ESTRATÉGICO
• Enfatiza a importância da análise dos recursos
disponíveis e necessários (econômicos, administrativos
ou políticos), a partir da qual deve-se intervir para o
alcance dos resultados esperados. Analisa a Viabilidade.

• A partir dos objetivos traçados, serão previstos projetos


de intervenção, estabelecendo sua sequência no tempo,
bem como os efeitos esperados. (O que será feito,
quem fará, em quanto tempo)

• Aqui são revisados os nós críticos selecionados e sua


interação com os demais problemas identificados na
matriz explicativa.
BRASIL. PES no Ministério da Saúde, 2011/2015. KLEBA et al., 2011
Momento ESTRATÉGICO
• Reconhece a existência de conflitos de interesse e
disputa por posições de poder que emergem nos
processos de decisão, especialmente quando estes
requerem mudanças de concepções e práticas.

• O gestor deve:
• Identificar brechas que sinalizem necessidades e
possibilidades de intervir,
• Elaborar projetos dinamizadores que catalisem recursos
e energias,
• Viabilizar a implementação das estratégias e ações
propostas.
KLEBA et al., 2011
Momento TÁTICO-OPERACIONAL
• Faz-se a programação da implementação das
propostas, incluindo: cronograma, atores responsáveis e
outros participantes na execução, a fim de garantir a
efetividade e a eficácia de todo o processo.

Essencial:
• Rever os objetivos,
• Definir estratégias e parâmetros de acompanhamento
• Avaliar os resultados e os processos
• Reconhecer a necessidade de flexibilizar o planejamento,
garantindo sua efetividade e eficácia.

BRASIL. PES no Ministério da Saúde, 2011/2015. KLEBA et al., 2011


Momento TÁTICO-OPERACIONAL
Necessário ainda:
Prever os momentos para analisar a evolução das metas
propostas;
Revisão do plano, que assegura:
- Visibilidade do processo aos atores envolvidos, e
- Capacidade gerencial de adaptação aos novos
contextos, que podem surgir de imprevistos.

KLEBA et al., 2011


Referências bibliográficas
• BRASIL. Planejamento Estratégico do Ministério da Saúde. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/planejamento_estrategico_ministerio_saude_r
esultados.pdf

• GIL, Célia Regina Rodrigues; LUIZ, Isaías Cantóia; GIL, Maria Cristina Rodrigues.
Gestão pública em saúde: a Importância do planejamento na gestão do SUS. São
Luís, 2016. 39f.: il. (Guia de Gestão Pública em Saúde, Unidade III).

• KLEBA, Maria Elisabeth; KRAUSER, Ivete Maroso; VENDRUSCOLO, Carine. O


planejamento estratégico situacional no ensino da gestão em saúde da família.
Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2011 Jan-Mar; 20(1): 184-93.

• MATUS, C. Política, planificação e governo. 2. ed. Brasília: IPEA, 1993. 2 t.

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