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O ser humano nasce num ambiente socialmente organizado. Somente nesse sentido é que podemos aceitar
quando se diz que a sociedade – lógica e historicamente – antecede o indivíduo. O indivíduo vive e age em
sociedade. mas a sociedade não é mais do que essa combinação de esforços individuais. A sociedade em si
não existe, a não ser através das ações dos indivíduos. É uma ilusão imaginála fora do âmbito das ações
individuais.
Esses sentimentos não são como tem sido afirmado, os agentes que engendraram as relações sociais. São
fruto da cooperação social e só vicejam no seu quadro; não precederam o estabelecimento de relações
sociais e não são a semente de onde estas germinam. Não fosse pelas reações de troca, os homens
permaneceriam sempre inimigos mortais uns dos outros, rivais irreconciliáveis nos seus esforços para
assegurar uma parte dos escassos recursos que a natureza fornece como meio de subsistência.
O traço característico da sociedade humana é a cooperação propositada; a sociedade é fruto da ação humana,
isto é, apresenta um esforço consciente para a realização de fins. É a conseqüência da utilização deliberada
de uma lei universal que rege a evolução cósmica
Crítica ás doutrinas que acreditam numa vontade coletiva e aquelas que colocam um super-humano.
Chegando a esta conclusão, todas as doutrinas holísticas têm forçosamente de abandonar os métodos
tradicionais da ciência humana e do raciocínio lógico e adotar uma profissão de fé teológica ou metafísica.
A sociedade é fruto da ação humana, isto é, do desejo humano de diminuir seu desconforto tanto quanto lhe
seja possível.
O problema essencial de todas essas filosofias sociais do tipo universalista, coletivista, holística é o seguinte:
como identificar a verdadeira lei, o autêntico profeta de deus e a autoridade legítima? As doutrinas sociais
não racionalistas, não utilitaristas e não liberais têm de provocar conflitos armados e guerras civis até que
um dos adversários seja aniquilado ou subjugado. A ideia de tolerância para com pontos de vista divergentes
só pôde prosperar quando as doutrinas liberais quebraram o feitiço do universalismo.
O estado ou o governo é o aparato social de compulsão e coerção. Tem o monopólio da ação violenta.
nenhum indivíduo tem o direito de usar violência ou ameaça de violência se o governo não o investir neste
direito. o estado é essencialmente uma instituição para a preservação de relações pacíficas entre os homens.
não obstante, para preservar a paz, deve estar preparado para reprimir as tentativas de violação da paz.
Na visão do universalismo e do coletivismo, é inútil tentar convencer a maioria pela persuasão e conduzi-la,
amigavelmente, ao caminho certo. O universalismo e o coletivismo são necessariamente sistemas de
governo teocrático, pois acreditariam no Deus-comunidade que tem vontade própria.
Individualismo traz paz, coletivismo traz conflito. Mises não está ligado na definição moderna de
democracia, que é a vontade da maioria com respaldo numa contituição que garante a proteção das minorias.
CAPÍTULO 35 - ESTADO PROVEDOR VERSUS MERCADO
Um princípio [bem estar] que é tão amplo, a ponto de abranger todas as doutrinas, por mais conflitantes que
sejam, não tem utilidade, segundo Mises, recorrem ao termo para fazer os opositores parecerem maus.
A POBREZA
A fraqueza intrínseca desse tipo de sociedade reside no fato de que um aumento na população resulta num
empobrecimento progressivo.
O laissez-faire e sua sequela, o industrialismo, transformou o pobre num assalariado. numa economia de
mercado não obstruído, existem pessoas com rendas mais altas e mais baixas. não existem pessoas que,
embora estejam dispostas a trabalhar, não consigam emprego por falta de espaço para elas no sistema social
de produção.
A penúria dessas massas miseráveis – geralmente constituídas de pessoas de cor – não foi causada pelo
capitalismo, mas pela ausência de capitalismo. A ideologia que lá prevalece e o seu consequente sistema
social impedem a evolução da atividade empresarial motivada pelo lucro.
Não se pode imputar às potências européias a pobreza existente nas suas antigas colônias. Ao investir
capital, os estrangeiros fizeram o que lhes era possível para melhorar o bem-estar material. não é culpa da
raça branca o fato de que os povos orientais sejam relutantes em abandonar seus mitos tradicionais. Na
medida em que haja capitalismo sem obstruções, já não se pode falar de pobreza no sentido com que esse
termo é empregado numa sociedade não capitalista. Passa pano para imperialismo.
A culpa não é do imperialismo, e sim da rejeição ao capitalismo por parte dos países colonizados.
Solução para as questões sociais é a caridade, É muito provável que os fundos das instituições de caridade
teriam sido suficientes nos países capitalistas, se o intervencionismo não tivesse sabotado as instituições
essenciais da economia de mercado. Aqueles que vivem da caridade, na sua maior parte, são carentes
porque o intervencionismo os tornou assim. Toda caridade padece do mesmo defeito. É um sistema que
corrompe doadores e recebedores. os primeiros ficam orgulhosos com a sua própria virtude e os segundos
se tornam submissos e servis, mas a substituição da caridade voluntária por um direito de subsistência
ou de sustento não parece compatível com a natureza humana, tal como ela é. São considerações de
conveniência prática, e não preconceitos metafísicos, que tornam desaconselhável estabelecer um direito
legal de subsistência.
a desigualdade
A desigualdade de renda e de riqueza é uma característica inerente à economia de mercado. Sua eliminação
a destruiria completamente. O que as pessoas que propõem a igualdade têm em mira é sempre um aumento
do seu próprio poder de consumir. Ao apoiar o princípio da igualdade como um postulado político, ninguém
pensa em repartir sua renda com os que têm menos.
A desigualdade de renda representa um papel numa sociedade de mercado, é o que faz a lógica da coisa, que
deixa um exército de desempregados que permite pagar menores salários; que permite ás grandes empresas
dominar e etc.
Sempre houve quem estivesse disposto a lucrar, promovendo o ajuste da produção de modo a atender
melhor às necessidades do público. mas essas pessoas estavam paralisadas pela ideologia que estigmatizava
o desejo de ganhar como imoral e erigia barreiras com o propósito de impedi-lo.
Para a escola do direito natural, todos os homens são biologicamente iguais e, portanto, têm o inalienável
direito a uma parcela igual de todas as coisas. A primeira afirmativa contraria frontalmente os fatos. A
segunda conduz a absurdos tais, se interpretada consistentemente, que os seus defensores acabam
abandonando completamente a lógica e passam a considerar certas instituições, por mais discriminatórias e
iníquas que sejam, como perfeitamente compatíveis com a inalienável igualdade de todos os homens.
Foi o triunfo dessa filosofia liberal que produziu todos os fenômenos que, em seu conjunto, são
denominados de civilização ocidental moderna. entretanto, essa nova ideologia só poderia triunfar num
ambiente onde o ideal de igualdade de renda fosse ainda muito fraco.
Uma vez que a acumulação de capital era impedida, não poderia haver progresso tecnológico. Mas o
reconhecimento de que os ocidentais chegaram violentos destruindo toada a estrutura de sociedade já
formada não invalida a constatação de que foi a aversão à acumulação de capital que condenou centenas de
milhões de asiáticos à pobreza e à fome.
Coloca o intervencionismo como uma solução imediatista, que não pensa no futuro, que visa enganar o povo
com benefícios, que no longo prazo dará errado.
Suas intenções certamente são egoístas no sentido popular do termo. mas os efeitos de sua conduta egoísta
favorecem os interesses permanentes da sociedade como um todo, bem como os de todos os seus membros.
As políticas recomendadas pela escola paternalista desestimulam a poupança dos cidadãos particulares.
Enquanto no mercado não obstruído o investimento coincide com a acumulação de capital, na economia
intervencionista a poupança dos indivíduos pode ser dissipada pelo governo.
Para haver acréscimo de poupança e acumulação de capital, ou mesmo para que o capital atual seja
simplesmente preservado, é preciso que haja redução no consumo de hoje a fim de que possa haver maior
oferta de bens amanhã. A economia de mercado cria um contexto no qual essa abstinência é praticada numa
certa medida, e no qual o capital acumulado daí decorrente é investido para produzir aquilo que melhor
satisfaz as necessidades mais urgentes dos consumidores.
Exemplos de Paulos e Pedros de poupança, “investimento adicional e, portanto, também não houve aumento
na produtividade do trabalho. A dívida contraída pelo governo terá de ser paga pelos futuros contribuintes.
“(pag.54)
Todas as generosidades verbais dessa escola contemporânea do estado provedor baseiam-se, implicitamente,
na pressuposição de que existe uma abundância de bens de capital, mas simples preservação do capital
depende da competência com que novos investimentos sejam feitos – o que é sempre o resultado de
especulações bem-sucedidas – e que os esforços para manter intacto o capital pressupõem a utilização do
cálculo econômico e, portanto, o funcionamento da economia de mercado
Num sistema em que haja desigualdade, o egoísmo impele o homem a poupar e a procurar investir sua
poupança de maneira a melhor atender às necessidades mais urgentes dos consumidores. num sistema
igualitário, essa motivação desaparece. A redução do consumo num futuro imediato é uma abstinência
facilmente percebida, contrária aos interesses egoístas do indivíduo.
Gastos públicos e déficits orçamentários são apenas sinônimos de consumo de capital. Se as despesas
correntes, por mais benéficas que sejam consideradas, são financiadas, através de impostos sobre a herança,
pelo confisco daquela parte das maiores rendas que teria sido utilizada para investimento, ou se o são por
aumento da dívida pública, o estado se converte no grande consumidor do capital existente.
O que determina o curso da política econômica de uma nação são sempre as ideias econômicas aceitas pela
opinião pública. nenhum governo, seja democrático ou ditatorial, pode libertar-se da influência da ideologia
dominante na sociedade.
A INSEGURANÇA
O conceito de segurança que os assalariados e os pequenos agricultores postulam atualmente coincide com o
conceito de estabilidade mantido pelos capitalistas. É claro que os desejos dessas pessoas só poderiam ser
atendidos num mundo perfeitamente estagnado. Acredita que essas reclamações são imcompatíveis com um
sistema de concorrência livre, cujo a insegurança faz parte da rotina, coloca essas pessoas como fisiológicos.
Estão inteiramente errados quando atribuem aos capitalistas e aos empresários a responsabilidade por esse
fato. (a culpa nunca é do capitalista)
O que prejudica os interesses estabelecidos é o anseio dos consumidores por satisfazer suas necessidades da melhor maneira
possível. o que dá origem à insegurança do produtor não é a cobiça de uns poucos ricos, mas a propensão individual de procurar
aproveitar-se das oportunidades de melhorar o seu próprio bem-estar. o que enfurece o pintor de paredes é o fato de que seus
concidadãos preferem casas mais baratas a mais caras. e o próprio pintor de paredes, ao preferir mercadorias mais baratas,
também contribui para que haja insegurança em outros setores do mercado.
Entretanto, os males não haviam sido criados pelo capitalismo, mas, ao contrário, pelas tentativas de
“reformar” e de “melhorar” o funcionamento do mercado por meio do intervencionismo.
A JUSTIÇA SOCIAL
A questão está em procurar saber se existe um outro meio de atingir maior abundância que não seja o
aumento da produtividade do esforço humano pelo investimento de capital adicional.
A verdade é que o capitalismo não só multiplicou os números populacionais, como ao mesmo tempo
aumentou, de forma inédita, o padrão de vida das pessoas