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Atitude Descrição
Agilidade Atuar em sistemas diferentes em espaço curto de tempo
Autoconfiança Ser independente
Fig. 5. Percentual de Experiências exigidas com relação as tarefas executadas (Fonte: autores) Compartilhamento de Promover repasse de conhecimentos
Informação Comunicar-se com fluência verbal e de forma clara
Além das experiências exigidas relacionadas as atividades do analista de requisitos, Confidencialidade Manter segurança de dados
a Figura 3 apresenta as frequências obtidas com relação as experiências exigidas não Manter sigilo de trâmites internos de documentos
relacionadas as atividades de analista de requisitos. Decidiu-se considerar essas expe- Convencimento Saber ouvir, questionar, compreender e observar
riências como conhecimentos formais ou informais necessários e também como habili- Expressar-se com argumentos claros e convincentes
dades. Disponibilidade Possuir disponibilidade para viagens
Empatia Entender as perspectivas, necessidades e valores de outras pessoas
5.3 Atitudes Organização Ser organizado
Realizar planejamento
A Figura 6 apresenta a frequência das atitudes identificadas na amostra pesquisada. Pensamento Analítico Agir de forma analítica e sistêmica, utilizando pensamento lógico e
Nessa categorização foram consideradas as atitudes identificadas na academia para matemático, quando necessário
classificar as atitudes do analista de requisitos identificadas solicitadas pelo mercado Ser capaz de efetuar julgamentos
(Tabela 3). Proatividade Ter iniciativa
Ser proativo
Relacionamento Inter- Manter relacionamentos interpessoais
pessoal Acatar opiniões
Trabalhar em equipe
6 Conclusões
Para atingir o objetivo geral desse trabalho foi realizado uma análise da bibliografia
e um estudo exploratório considerando uma amostra de 164 anúncios de vagas para
analista de requisitos no Brasil. Foi utilizado o modelo de competências CHA (conhe-
cimento, habilidades e atitudes) e a análise de conteúdo para categorização e análise,
obtendo-se os seguintes resultados:
Fig. 6. - Percentual de frequência das atitudes exigidas (Fonte: autores)
- Com relação ao conhecimento identificou-se que a maior parte dos anúncios pro-
cura profissionais com curso superior (74%), o que mostra que os empregadores estão
Pode-se observar que as atitudes Pensamento Analítico, Organização, Proatividade,
privilegiando colaboradores com ensino formal e acadêmico. O conhecimento de al-
Compartilhamento de Informação e Relacionamento Interpessoal foram as que tiveram guma língua estrangeira não é requisito para a maior parte da amostra estudada. Além
maior frequência, totalizando 75% das atitudes verificadas na amostra. Na bibliografia
disso identificaram-se uma série de conhecimentos (citados como experiências neces- 5. Fleury, M. T., e Fleury, A.: Construindo o conceito de competência. Revista de
sárias) que não são citados pela literatura pesquisada, tais como: UML, Programação e administração contemporânea, 5(SPE), 183-196 (2001)
linguagens, Banco de dados, Scrum e Métodos ágeis. 6. REBOK Requeriments Engeneering Body knowledge. GASQ - Global Association for
- Com relação a habilidades aspectos como Planejamento, Competência metodoló- Software Quality (2013)
7. Klendauer, R., Berkovich, M., Gelvin, R., Leimeister, J., Krcmar, H.: Towards a competency
gica, Utilizar técnicas e ferramentas e Boa comunicação escrita obtiveram uma maior
model for requirements analysts. Information Systems Journal, 22(6), 475-503 (2012)
frequência. Esses aspectos foram também valorizados por outros trabalhos acadêmicos.
8. Chang, C. K., Christiansen, M.: Blueprint for the ideal Requirements Engineer. IEEE
- Foram identificadas habilidades de Modelagem de caso de uso, Gestão de projeto SOFTWARE, 13(2), 12-12 (1996)
e Modelagem de dados que não foram citadas como atividades ou tarefas de responsa- 9. Penzenstadler, B., Haller, G., Schlosser, T., & Frenzel, G.: Soft Skills REquired: A practical
bilidade do analista de requisitos na bibliografia consultada. approach for empowering soft skills in the engineering world. In Requirements:
- O resultado da pesquisa relacionou habilidades referentes ao domínio de ferramen- Communication, Understanding and Softskills, IEEE, Collaboration and Intercultural Issues
tas, tais como UML, Programação e linguagens, Banco de dados, Scrum e Métodos on, 31-36 (2009)
ágeis que não são citadas pela literatura pesquisada. 10. de la Vara, J. L., Brito, I. S., Condori-Fernández, N., Araújo, J.:Trends and Needs in
- Com relação à atitude, as características Pensamento Analítico, Organização, Pro- Requirements Engineering Research in Ibero-America: Insights from a Panel. Anais do
atividade, Compartilhamento de Informação e Relacionamento Interpessoal foram as WER16 - Workshop em Engenharia de Requisitos, Quito, Ecuador, Abril 27-29 (2016)
que obtiveram maior frequência. Essas atitudes foram também citadas pela literatura 11. Fleury, A., Fleury, M. T. L.: Estratégias empresariais e formação de competências: um
quebra cabeça caleidoscópio da indústria brasileira. 3 ed., Atlas, São Paulo (2004)
pesquisada.
12. Durand, T.: L Alchimie de la c mpeténce. Revue française de gestion. 160, Vol. 1.sem, pp.
Assim, pode-se constatar que grande parte dos resultados obtidos ratificou aspectos
261-292 (2006)
já citados pela literatura. Esse fato, pos ibili a a iang la de dad . Autores [18] 13. Rabaglio, M. O.: Seleção por Competências. 2. ed. São Paulo, Educator (2001)
e [26] ressaltam a importância da iang la d dad a a a alida in e na da 14. Durand, T.:L alchimie de la c m ence. Re e F an ai e de Gestion, v.127,p.84-102,
pesquisa. (2000)
As diferenças encontradas entre a literatura produzida e as demandas do mercado 15. Gil, A. C.: Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed, São Paulo, Atlas (2008)
são contribuições do estudo para o melhor alinhamento entre a academia e a indústria 16. Bardin, L.: Análise de conteúdo. Lisboa, Edicoes 70 (2004)
[10]. Mesmo considerando a predominância de pequenas e médias empresas no mer- 17. Guizzo, B. S., Krziminski, C. D. , Oliveira, D. L.: O Software QSR NVIVO 2.0 na análise
cado brasileiro, o que poderiam explicar algumas das diferenças encontradas, é rele- qualitativa de dados: ferramenta para a pesquisa em ciências humanas e da saúde. Revista
vante olhar com atenção crítica o que os dois lados sinalizam. Na Engenharia de Sof- Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, RS. Vol. 24, n. 1, jan., p. 53-60 (2003)
tware a demanda atual do mercado já tem apontado um descompasso entre e a oferta 18. Creswell, J. W.:Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto
Alegre, Artmed (2007)
acadêmica e a demanda industrial no Brasil [27]. Tal achado na Engenharia de Requi-
19. Aoyama, M., Nakatani, T., Saito, S., Suzuki, M., Fujita, K., Nakazaki, H., Suzuki, R.: A
sitos deve ser avaliado em estudos futuros. Sugere-se, ainda, verificar em outros mer-
model and architecture of REBOK (requirements engineering body of knowledge) and its
cados externos se os conhecimentos, habilidades e atitudes do analista de requisitos são evaluation. In 2010 Asia Pacific Software Engineering Conference (pp. 50-59), IEEE (2010)
ratificadas ou retificadas com relação ao mercado brasileiro. 20. Holtkamp, P., Jokinen, J. P., Pawlowski, J. M.: Soft competency requirements in require-
ments engineering, software design, implementation, and testing. Journal of Systems and
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