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LOMBALGIA
● A dor lombar ao longo da vida tem prevalência de 54 a 84%, sendo a maior
causa de absenteísmo no trabalho.
○ Nos Estados Unidos, representa em torno de US$33 bilhões em
custos com saúde.
○ Os custos econômicos indiretos são superiores a US$ 100 bilhões.
● O ortostatismo e o bipedismo comprometeram o corpo humano de forma
significativa.
Fatores de Risco:
● Níveis educacionais menores.
● Fatores psicológicos, como ansiedade, depressão, estresse e certos tipos de
comportamentos dolorosos.
● Fatores ocupacionais, como trabalhos braçais/manuais, com rotação do
tronco e movimentos de flexão, além da utilização de equipamentos
vibratórios.
● Pessoas obesas com índice de massa corporal (IMC) superior a 30 kg/m2.
● Tabagismo e falta de atividades físicas
Sintomas:
● A intensidade da dor é variável
● A mobilização da coluna agrava a dor.
● Quase sempre há incapacidade funcional, impedindo o paciente de trabalhar,
recostar ou deitar.
● Em alguns casos o paciente assume uma posição rígida, impossibilitado de
qualquer atividade.
● A dor pode ser aguda, desencadeada por um esforço físico (p. ex., levantar
um peso) ou surgir gradativamente
● Mudanças de posição, o ato de sentar, deambulação, tosse, espirros e
pequenos esforços provocam dor.
● Dor à palpação da região lombar, podendo haver uma área extremamente
sensível
● Não apresenta irradiação importante
Red Flags
● Crianças pequenas e idade > 50 anos
● Sinais e sintomas sistêmicos: febre, calafrios, sudorese noturna, fadiga,
perda de peso, inapetência
● Dor noturna ou em repouso
● História de malignidade Infecções bacterianas recentes ou recorrentes
● Imunossupressão
● Uso de substâncias injetáveis
● Osteoporose
● Uso prolongado de corticosteroides
● Trauma
● Falha do tratamento inicial
Exame Clínico
ANAMNESE
Idade:
● No recém-nascido há má formação congênita: Hemivértebras e
mielomeningocele (espinha bífida).
Tempo de evolução
● Se for contínuo/uniforme (mesmo sintomas o curso todo da doença)
○ osteoporose ou espondiloartrose.
● Se for surtos/sintomas episódicos:
○ Hérnia discal.
● Perguntar antecedentes pessoais patológicos como tuberculose, traumas e
infecções piogênicas (produz pus).
SINAIS E SINTOMAS
● Os principais sintomas são a dor e a rigidez muscular, além de
manifestações sistêmicas.
Dor
● Localização: Pode ser na cervical, dorsal ou toda extensão da coluna.
● Na doença reumatoide juvenil localiza-se no segmento cervical;
○ Na espondilite anquilosante do jovem predomina nas regiões dorso
lombar e sacroilíacas.
● Os processos degenerativos e metabólicos têm localização múltipla
(cervical, dorsal e lombossacral).
● Intensidade:
○ Processos degenerativos como osteoartrose costumam causar dor de
média a baixa intensidade.
○ Enfermidades compressivas (hernia de disco e neoplasias) e
infecciosas costumam causar dor intensa.
● Duração:
○ Enfermidades compressivas e infecciosas têm menos duração, já
degenerativas e inflamatórias têm longa duração.
Dor Referida
● A dor pode ser localizada na coluna vertebral, mas sem ser originada nela.
○ EX: Pancreatite aguda, úlcera duodenal, dor renal, afecções
ginecológicas.
Rigidez
● Pós-repouso ou matinal é geralmente sinal de doença degenerativa ou
inflamatória.
○ Na inflamatória o paciente levanta-se com dor e continua com dor por
tempo prolongado.
○ Já na degenerativa, o paciente pode levantar com dor, porém ela
melhora com o tempo.
Manifestações sistêmicas
● Deve-se indagar sobre a presença ou não de manifestações sistêmicas
acompanhando a sintomatologia vertebral, tais como febre, anorexia e
perda de peso.
○ A presença desses sintomas é comum na tuberculose, na
espondilite anquilosante e nas neoplasias
○ Na espondiloartrose e na osteoporose idiopática geralmente estão
ausentes.
EXAME FÍSICO
● Semelhante a qualquer um do aparelho locomotor,
deve-se fazer inspeção e palpação tanto em repouso
quanto em movimento.
● Roupa para o sexo masculino: calção de banho ou
própria cueca.
● Roupa para o sexo feminino: avental que deixe o dorso
descoberto, sutiã e calcinha ou maio de duas peças.
Inspeção
● Deve ser feita nos planos frontal anterior e sagital
○ Na frontal deve-se observar a simetria das escápulas, pelve,
alinhamento dos membros inferiores e dos pés.
■ O desnível das escápulas pode sugerir escoliose, o da cintura
pélvica sugere diferença no tamanho dos membros
inferiores
○ No plano sagital devem ser observadas as curvaturas da coluna
(cifose e lordose), pode ser usado o fio de prumo.
● Atitude ou posição do paciente:
○ Na hernia de disco o paciente pode adquirir posição
antálgica (tende para um lado para aliviar a compressão do
nervo), com o objetivo de aliviar a dor
○ Na espondilite anquilosante pode ocorrer a ‘’posição de
esquiador’’.
Palpação
● Pode despertar dor intensa no caso de hernia discal.
● Deve palpar as massas musculares, procurando hipertrofias.
● A palpação das apófises (processos da vértebra), acarreta dor em caso de
inflamação ou compressão de nervo.
Reflexos
● No caso de compressão radicular (compressão do nervo), pode ser notada a
diminuição ou falta dos seguintes reflexos.
○ Bicipital: integridade de C5
○ Braquiorradial: integridade de C6
○ Tricipital: integridade de C7
○ Patelar: integridade de L4
○ Patelar e aquileu: integridade de L5 e S1.
Sinal de Lasegue
Exames laboratoriais
● Para doenças inflamatórias, infecciosas e neoplásicas, o hemograma é
eficiente.
● O nível de agressão tecidual pode ser medido com indicadores de
inflamação.
○ Ex velocidade de hemossedimentação
● Eletroforese de proteínas séricas: gamopatia monoclonal como o mieloma
múltiplo deve sempre ser considerada em idosos.
ESPONDILOARTROSE
● Degradação do disco intervertebral, das facetas articulares e dos
ligamentos,
● Com maior frequência na faixa etária acima dos 30 anos.
● Os segmentos mais comprometidos são articulações de maior
mobilidade
● À radiografia observa-se degeneração do disco, proliferação óssea
marginal, com formação dos osteófitos (“bicos
de papagaio”), e esclerose óssea subcondral
das vértebras.
● Os principais sintomas são a dor e a limitação
dos movimentos.
○ Pode haver obstrução dos forames de
conjugação, levando à compressão
radicular com dor irradiada para os
membros, tórax e cabeça, parestesias
(dormência, formigamento)
HÉRNIA DE DISCO
○ Ocorre quando o núcleo do disco intervertebral
rompe o anel fibroso, herniando-se e
comprimindo a raiz nervosa.
○ Geralmente afeta indivíduos jovens, entre 30 e 40
anos, e pode ocorrer de forma súbita.
○ As principais causas incluem esforços físicos com
a coluna em má posição e microtraumas
repetidos.
○ Os locais mais comuns são entre C4/C5 e C5/C6 na região cervical, e
L4/L5 e L5/S1 na região lombar, onde há maior mobilidade e desgaste
precoce.
● Sintomas:
○ Dor intensa no local da hérnia com irradiação
para os membros superiores ou inferiores,
dependendo da região afetada.
■ Dor pode ser como um "choque elétrico",
imobilizando o paciente e dificultando o
movimento e o sono.
○ Outros sintomas incluem dor, sensação de peso no
pescoço, braço, região lombar ou perna, exacerbados por tosse,
espirro, evacuação, micção e movimentação da coluna.
● Exame Físico:
○ Contratura muscular com posição antálgica, inclinação do tronco ou
pescoço.
○ Rigidez muscular e perda da lordose fisiológica da coluna cervical ou
lombar.
○ Dor à palpação da região próxima ao disco herniado e, às vezes,
difusamente em toda a extensão do segmento afetado.
○ Áreas de hipo ou hiperestesia nos membros, reflexos diminuídos ou
ausentes na dependência da raiz nervosa afetada.
● Exame Radiológico:
○ Redução ou desaparecimento da lordose fisiológica com retificação da
curvatura cervical ou lombar.
○ Redução do espaço intervertebral com esclerose do osso subcondral,
sugerindo disco degradado.
○ Tomografia computadorizada e ressonância magnética fornecem maior
definição das partes moles, sendo decisivas para o diagnóstico.
ESCOLIOSE
○ Caracterizada pelo encurvamento lateral da coluna, visto no plano
frontal.
○ Deformidade comum e importante, especialmente entre adolescentes
do sexo feminino, surgindo em uma idade em que a aparência é
valorizada.
○ Pode ser prevenida e controlada, mas ainda há casos em que jovens
apresentam deformidades graves e expectativa de vida reduzida.
● Tipos de Escoliose:
○ Curvas Não Estruturadas:
■ Escoliose postural: Pela flexão do tronco, sem rotação dos
corpos vertebrais.
■ Escoliose de compensação: resultante de discrepância de
membros inferiores ou contraturas do quadril.
○ Curvas Estruturadas:
■ Identificadas clinicamente pela rotação dos
corpos vertebrais e das costelas ao fazer a
flexão do tronco, resultando em gibosidade
na convexidade da curva.
■ Radiologicamente, os corpos vertebrais
rotacionam para o lado da convexidade e os processos
espinhosos para a concavidade da curva.
● Causas das Curvaturas Estruturadas:
○ Escoliose idiopática.
○ Neuropáticas: paralítica (por exemplo, poliomielite), neurofibromatose,
neuropatia de Charcot-Marie-Tooth, ataxia de Friedreich, siringomielia,
paralisia cerebral, mielomeningocele, ausência congênita de dor.
○ Osteopáticas: anomalias congênitas de vértebras (escoliose
congênita), osteoporose senil, cifose do adolescente.
○ Toracogênicas.
○ Metabólicas: doença de Marfan, raquitismo.
○ Causas extrínsecas: frame scoliosis, irradiação.
○ Cifoescoliose: congênita, neurofibromatose.
● Tratamento:
○ Observação periódica em pacientes adultos e coletes para
pacientes em fases de crescimento.
○ Tratamento cirúrgico é para pacientes que não respondem às
medidas clínicas e a doença continua a progredir, ângulo maior
que 50 graus.
○ Quando a curva maior se localiza na região torácica, o colete
mais usado é o de Milwaukee.
○ Quando a curva maior for lombar ou toracolombar, é possível o
uso de colete mais curto, denominado OTLS (órtese
toracolombossacra)
● Objetivo da cirurgia é produzir uma fusão entre as vértebras que
participam da deformidade;
CIFOSE CONGÊNITA
● Uma das causas mais comuns de paraplegia.
● Tratamento quase sempre cirúrgico.
CIFOSE DE SCHEUERMANN
LORDOSE
OSTEOPOROSE
ESPONDILITE ANQUILOSANTE
● Caracterização da Doença:
○ Doença crônica de natureza inflamatória, de etiologia
desconhecida.
○ Afeta adultos jovens, predominantemente do sexo masculino,
com idade entre 15 a 40 anos.
● Etiologia e Fatores de Risco:
○ Aparecimento pode envolver interação entre fatores infecciosos,
ambientais e genéticos.
● Manifestações Clínicas:
○ Comprometimento inicial das articulações sacroilíacas,
evoluindo para ancilose e artrite das articulações sinoviais da
coluna vertebral.
○ Rigidez matinal e dor localizada, inicialmente nas articulações
sacroilíacas, com tendência a afetar toda a coluna vertebral.
○ Lesões extra articulares podem ocorrer, incluindo insuficiência
aórtica, uveíte e fibrose pulmonar.
● Diagnóstico:
○ Baseado em dados clínicos e confirmado por radiografias da
bacia (articulações sacroilíacas) e da coluna vertebral.
■ Radiografias revelam alterações características, como
calcificação dos ligamentos vertebrais.
● Evolução da Doença:
○ Ao longo da evolução, a coluna torna-se rígida, com diminuição da dor.
○ Incapacitação do paciente pode ocorrer devido à ancilose entre as
vértebras, limitando a mobilidade.
● Teste de schober para espondilite anquilosante
○ Pesquisa de mobilidade de postura lombossacra.
○ Paciente de pé, delimita-se um espaço de 10cm
na linha média da coluna, a base na altura da
espinha ilíaca póstero superior.
○ Em seguida, pede para o paciente flexionar ao
máximo o tronco.
○ Realizar nova medida no mesmo ponto.
○ Teste positivo se a medida encontrada for menor que 15 cm