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DANO MORAL

Neste diapasão, o dano moral, decorre ipso facto, em razão da angústia, dor
interior, vexame, constrangimento, que ultrapassa os limites do razoável e ofendem a
dignidade da pessoa humana, um dos princípios norteadores da Carta Magna e do
ordenamento jurídico, principalmente em razão da violação do dever de informação pela Ré.

Vê-se, portanto, que a Ré não obrou com o zelo que a hipótese requer,
inaugurando e concluindo com isso o nexo de causalidade, dando causa a constrangimentos,
humilhação e indignação anormais da vida comum de relação.

Isto por si só já é suficiente para ensejar o dever de indenizar, já que o dano está
ínsito no ato de inclusão indevida do nome do consumidor no cadastro restritivo ao crédito,
bem como no fato da mudança do número da linha telefônica do Autor, sem sua prévia
anuência e comunicação.

A conduta abusiva da Ré submeteu o Autor a intenso sentimento de desconforto,


aborrecimento e humilhação, ao ser rotulado como devedor, apesar de não sê-lo e ao perder
um contrato de prestação de serviço, que tanto necessitava.

Assim, nada mais justo, do que a reparação do dano como forma de amenizar o
sofrimento e a humilhação pelos quais tem passado o Autor, uma vez que teve e tem tido
inúmeros transtornos. A Ré deveria ter prestado seu serviço de forma adequada e eficiente,
como é imposto pela lei, o que evitaria tamanho constrangimento.

Por qualquer ângulo que se analise a questão, verifica-se que houve falha na
prestação do serviço, devendo o Autor ser compensado pelos danos morais sofridos que,
consoante a jurisprudência remansosa, decorre in re ipsa.

Pela má prestação do serviço, deve a Ré ser punida, pois o que se vê são muitas e
muitas ações judiciais sendo propostas e mesmo diante de um amontoado de processos -
muitos deles repetitivos, as empresas não buscam um aperfeiçoamento, um melhoramento da
prestação do serviço, pois em parte dos julgamentos das ações propostas não há uma punição
efetiva àqueles que não prestam o serviço público conforme determina a lei (artigo 22 do
Código de Defesa do Consumidor).

É certo que a fixação da reparação moral deve seguir os princípios norteadores da


razoabilidade e da proporcionalidade e não ser fonte de enriquecimento sem causa.

Não é menos certo, contudo, que deve também ser observado o seu caráter
punitivo, visando sinalizar para o fornecedor que deve evitar as mesmas práticas que vieram a
causar prejuízo, no futuro.

Evidente que o arbitramento em valor irrisório acaba por premiar o fornecedor que
não se preocupará em adotar medidas tendentes à correção da falha do seu serviço. E isso
pode ser observado diante das inúmeras ações deduzidas em face das operadoras de
telefonia, que não se preocupam em evitar os danos aos consumidores.

Os danos morais levam em conta o caráter reiterado da prática, bem como a


persistência em recusar atendimento aos reclamos legítimos do consumidor, conotação esta
que, reiteramos, é própria ao seu caráter punitivo, já que sua finalidade não é exclusivamente
ressarcitória. O magistrado, em nenhuma hipótese, deverá se mostrar complacente com o
ofensor contumaz, que frequentemente reitera ilícito análogo. E a severidade despontará na
necessidade de desestimular a reiteração do ilícito.

Desse modo, a fixação da reparação moral não deve ter cunho meramente
compensatório, mas acima de tudo, e principalmente, punitivo, como forma de coibir o
desrespeito ao consumidor, adotando medidas tendentes à melhoria dos serviços prestados.

Através do direito que entende possuir, o Autor pretende alcançar o objetivo da


presente demanda, que é ver responsabilizada aquela que exacerbou em seus atos e ações,
levando transtorno, aborrecimento e insuportável tribulação espiritual a quem em nada
contribuiu para o acontecimento dos fatos.

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