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1- Artigo 176/4

Para sabermos a constitucionalidade material duma incriminação temos de ter em conta 3


fatores:

1-Protege um bem jurídico

2- Penalmente relevante

3- É necessária

Em relação ao ponto 1, os crimes sexuais contra menores, dependendo da posição doutrinária


claro, podem defender um ou dois bens jurídicos, sendo estes a liberdade sexual e a
autodeterminação sexual.

A Liberdade sexual, enquanto concretização do direito fundamental à liberdade, “apresenta -


se com uma natureza complexa”, sendo possível distinguir uma vertente negativa (ou
estática) e uma vertente positiva (ou dinâmica). No primeiro sentido, corresponderá ao
“direito de cada um de não suportar de outrem a realização de atos de natureza sexual, contra
a sua vontade, qualquer que seja a forma que eles revistam”; na aceção inversa, trata-se da
“livre disposição do sexo e do corpo para fins sexuais, ou seja, consiste na possibilidade que
cada um tem de fazer as suas opções no domínio da sexualidade

Já o conceito de autodeterminação sexual, porque intimamente ligado à tutela dos menores,“


parece significar um pouco mais que o de liberdade”. Traduz-se na capacidade do titular do
bem jurídico formar uma vontade livre e esclarecida, de poder optar pelos caminhos à sua
disposição ou formar o seu próprio. É neste que se encontra a divisão doutrinária, onde
alguns não consideram que este seja um bem jurídico tutelado no 176.

A tese que mais tem sido invocada contra a tipificação do art.º 176.º, n.º 4, do CP, é a de que
“não é identificável (...) o bem jurídico que se quer tutelar, sendo claro que não é, de todo, a
liberdade ou autodeterminação sexual que está em causa porquanto no caso nem menores
ou outras pessoas aparentando ser menores existem”. Se o crime de pornografia de menores
se encontra, sistematicamente, no capítulo dos “crimes contra a liberdade e autodeterminação
sexual”, é de esperar que os delitos aí inseridos tenham uma ligação, uma qualquer ligação,
com a tutela de concretos menores. Talvez por isso alguns autores defendam que o legislador
apenas quis “mascarar uma intenção moralizante”, dada a dificuldade em justificara proibição
com apelo à autodeterminação sexual, quando nem crianças reais estão envolvidas na criação
do material pornográfico, ou pelo menos não o estão em parte. Fazendo nossas as palavras de
VERA RAPOSO, “por muito imorais que possam ser [as fantasias sexuais com crianças], não
poderão ser criminalizadas, uma vez que o mero pensamento não lesa efetivamente
ninguém

Resumindo, a “duvidosa legitimação material” do art.º 176.º, n.º 4, do CP, nasce da


dificuldade em assacar um bem jurídico digno de tutela penal, do regresso à moral sexual e
consequente criação de crimes sem vítima, da restrição de formas de expressão lícitas apenas
por contrariarem os padrões comportamentais interiorizados pela sociedade e, ainda, da
subordinação do Estado ao clima de pânico moral fabrica doe exacerbado pelos casos
mediáticos envolvendo práticas abusivas em contexto de pedofilia. Esta é a opinião que, na
sua maioria, entoa no nosso ordenamento jurídico. Porém, como já se disse, argumentos de
peso levam a questionar se não fará sentido manter a incriminação prevista no art.º 176.º, n.º
4, do CP.

2- É crime de perigo, isto ofende a família, a família de origem estaria em perigo, danos
não há, não é por assinar um papel que a família fica desintegrada, quanto muito é
crime de perigo. O problema antes da questão penal é que estamos perante um
impedimento absoluto, em termos penais a consequência é que nem é possível
praticar este crime. Se é impossível cometer ninguém o comete, isto é um dos
problemas que é o foro civil. Faz sentido este impedimento? Em rigor é para proteger
os herdeiros. É um crime impossível então torna se desnecessário

2-A igualdade não é um bem jurídico. Autodeterminação sexual é o bem jurídico protegido no
atual artigo 173 dos atos sexuais com adolescentes. É totalmente irrelevante que os atos seja
homossexuais, era uma lacuna, uma omissão, a igualdade não é o fundamento dos bens
jurídico, é o que nos mostra que falta tutelar algo, o bem jurídico em ambos o artigos é a
autodeterminação sexual, mas antigamente so tutelava os menores que sofreram abusos com
relações homossexuais

2 b)- poe em perigo a vida de outros, porque quem se quer droga pode roubar, ferir se seja o
que for para conseguir se drogar, seria um crime de perigo.
3- Crime de perigo, isto é um ato sexual, não ofende nada, apenas potencia eventuais
problemas no feto. Não será a vida, mas qualidade de vida.
3 b) Roxin argumenta que : uma pessoa se não usar o cinto há a possibilidade de ficar
sem controlo do carro e assim provoca ofensas nas outras pessoas, isto claro é
absurdo. O cinto tem a finalidade não de evitar acidentes mas de diminuir os danos.
(Roxin costuma ter más soluções mas com excelentes argumentações)

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