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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Departamento de ciências de educação


Curso de licenciatura em ensino de português

Tipos de Gramática

Lucinda Nhambo Josse: 51220280

Chimoio, Março 2024


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Departamento de ciências de educação

Curso de licenciatura em ensino de português

Tipos de Gramática

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de Português da UnISCED.
Tutor: Phd. Crisófia Langa da Câmara

Lucinda Nhambo Josse: 51220280

Chimoio, Março 2024


Índice
1.1 Introdução ......................................................................................................................................... 4

1.2 Objectivos ......................................................................................................................................... 5

1.2.1 Objectivo geral .............................................................................................................................. 5

1.2.2 Objectivos específicos ................................................................................................................... 5

1.3 Metodologia ...................................................................................................................................... 5

2.Tipos de Gramática.............................................................................................................................. 6

2.1 Gramática Normativa ....................................................................................................................... 6

2.2 Gramática Tradicional ...................................................................................................................... 7

2.3 Gramática Descritiva ........................................................................................................................ 7

2.4 Gramática Histórica .......................................................................................................................... 8

2.5 Gramática Comparativa .................................................................................................................... 8

2.6 Gramática Gerativa Transformacional ............................................................................................. 9

2.7 Gramática Estrutural ......................................................................................................................... 9

3.1 Conclusão ....................................................................................................................................... 11

3.2 Referências bibliográficas .............................................................................................................. 12


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1.1 Introdução

A linguagem é uma das ferramentas mais poderosas da humanidade, permitindo a comunicação,


expressão de pensamentos e a transmissão de conhecimento. No estudo da linguística, uma das
áreas fundamentais é a gramática, que descreve as regras e estruturas que governam uma
determinada língua. Dentro desse amplo campo, os tipos de gramática desempenham um papel
crucial, delineando diferentes abordagens para entender e analisar a estrutura linguística. Neste
trabalho, exploraremos os principais tipos de gramática, desde os tradicionais até os mais
contemporâneos, investigando suas características, aplicações e contribuições para o
entendimento da linguagem humana.

O trabalho esta dividido em capítulos, títulos e subtítulos.


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1.2 Objectivos

1.2.1 Objectivo geral

 Analisar as variedades das tipologias gramaticais.

1.2.2 Objectivos específicos


 Descrever os principais tipos de gramática;
 Identificar as características de cada tipologia gramatical.

1.3 Metodologia
O presente trabalho adoptou como estratégia metodológica, a pesquisa bibliográfica onde foram
encontrados materiais que versam sobre o tema proposto neste caso dos Tipos de Gramática,
formam retiradas informações de vários livros e outros documentos para efectivação deste
trabalho.
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2.Tipos de Gramática

A linguística é uma disciplina que se debruça sobre o estudo da língua em todas as suas
dimensões. A gramática, por sua vez, é um dos pilares dessa área de conhecimento.

2.1 Gramática Normativa

De acordo com Almeida et al. (2016), a Gramática Normativa em português desempenha um


papel fundamental na padronização e na preservação da língua, proporcionando um conjunto de
directrizes que orientam os falantes na comunicação escrita e formal. Essas normas não apenas
garantem a compreensão mútua entre os interlocutores, mas também conferem coesão e coerência
aos textos, promovendo uma comunicação eficaz e precisa.

Ao estabelecer regras para a ortografia, acentuação, pontuação, sintaxe, morfologia, semântica,


uso do pronome e regência verbal e nominal, a Gramática Normativa fornece um arcabouço
sólido que permite aos falantes expressarem suas ideias de forma clara, concisa e adequada.
Algumas das áreas abordadas pela Gramática Normativa incluem:

Ortografia: Regras para a escrita correta das palavras, incluindo o uso de letras maiúsculas e
minúsculas, acentuação gráfica e o emprego do hífen.

Acentuação: Normas que determinam a colocação dos acentos tônicos nas palavras, de acordo
com as regras de acentuação gráfica.

Pontuação: Regras para o uso correto dos sinais de pontuação, como vírgula, ponto final, ponto e
vírgula, dois pontos, entre outros.

Sintaxe: Normas que regem a organização das palavras em uma frase, a concordância entre os
elementos da oração e a regência verbal e nominal.

Morfologia: Estudo das classes gramaticais, suas flexões e variações, incluindo substantivos,
adjectivos, verbos, advérbios, entre outros.

Semântica: Estudo do significado das palavras e das relações de sentido entre elas.

Além disso, a Gramática Normativa não apenas estabelece as regras formais da língua, mas
também reflete a evolução histórica e cultural do idioma, incorporando mudanças e adaptações
que ocorrem ao longo do tempo. Dessa forma, ela acompanha as transformações linguísticas e
sociais, mantendo-se relevante e atualizada diante das demandas contemporâneas de
comunicação.
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Portanto, a Gramática Normativa em português não é apenas um conjunto estático de normas


linguísticas, mas sim um instrumento dinâmico e essencial para a preservação, o desenvolvimento
e a disseminação da língua portuguesa em sua forma escrita e formal. Ao internalizar e aplicar
essas normas, os falantes contribuem para a promoção de uma comunicação clara, precisa e
eficiente, enriquecendo o patrimônio linguístico e cultural do mundo lusófono.

2.2 Gramática Tradicional

Essa abordagem se consolidou especialmente a partir do século XVI com o Renascimento,


quando houve uma valorização das línguas clássicas e um interesse renovado pelo estudo da
gramática.

O estudo de Sayers (2006) revelou que a gramática tradicional tende a ser prescritiva, ou seja, ela
estabelece regras e padrões de uso da língua que são considerados correctos e ideais, muitas vezes
tomando como modelo o latim clássico. Seu objectivo principal é estabelecer um conjunto de
normas que devem ser seguidas pelos falantes para garantir a correcção e a clareza na
comunicação.

A Gramática Tradicional dedica-se à descrição e prescrição das regras gramaticais, abordando


aspectos como ortografia, acentuação, pontuação, sintaxe, morfologia, entre outros. Ela classifica
as palavras em diferentes categorias ou classes gramaticais, como substantivos, adjectivos,
verbos, advérbios, pronome, entre outros, e descreve as características e funções de cada uma
delas.

Em muitos casos, a Gramática Tradicional tende a ser conservadora em relação à língua,


resistindo a mudanças linguísticas e preservando formas arcaicas ou consideradas mais "puras".

2.3 Gramática Descritiva

A Gramática Descritiva é uma abordagem linguística que se concentra na descrição objectiva e


sistemática dos fenómenos linguísticos, sem emitir juízos de valor sobre o que é "correto" ou
"incorrecto". Ao contrário da Gramática Normativa e da Gramática Tradicional, que estabelecem
regras prescritivas, a Gramática Descritiva busca entender como a língua é realmente usada pelos
falantes em diferentes contextos e situações comunicativas. Em vez de prescrever normas, a
Gramática Descritiva descreve os padrões linguísticos observados na fala e na escrita dos falantes
nativos de uma língua. Ela se baseia em evidências empíricas colectadas por meio de observações
linguísticas e análise de textos autênticos.
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A Gramática Descritiva se interessa pela língua como uma entidade viva e em constante evolução,
em contraste com uma visão estática e normativa da língua.

2.4 Gramática Histórica

A Gramática Histórica é um ramo da linguística que se dedica ao estudo da evolução e do


desenvolvimento das línguas ao longo do tempo. Em vez de se concentrar apenas na descrição
atual das línguas, como faz a Gramática Descritiva, a Gramática Histórica investiga as mudanças
linguísticas que ocorreram ao longo dos séculos, analisando como as línguas se transformaram e
se diversificaram desde suas origens até os dias de hoje (Almeida et al., 2016, p. 42).

Características da Gramática Histórica

o Comparação linguística: Uma das principais abordagens da Gramática Histórica é a


comparação entre línguas relacionadas ou entre estágios diferentes da mesma língua. Isso
envolve o estudo de cognatos (palavras com origens comuns em diferentes línguas),
padrões de mudança sonora, morfológica, sintáctica e lexical.
o Reconstrução linguística: Com base em evidências linguísticas, como textos antigos,
inscrições, documentos históricos e registos escritos, os linguistas históricos tentam
reconstruir formas linguísticas que não foram directamente registadas. Isso é feito por
meio de métodos como a comparação de línguas relacionadas e a aplicação de princípios
da linguística histórica.
o Estudo de mudanças linguísticas: A Gramática Histórica analisa as causas e os
processos que levam às mudanças linguísticas ao longo do tempo. Isso inclui fenómenos
como mudanças fonéticas, mudanças na morfologia, na sintaxe e no vocabulário, além de
factores sociais, culturais e históricos que influenciam essas mudanças.
o Diacronia e sincronia: Enquanto a sincronia se refere ao estudo de uma língua em um
determinado momento, a diacronia se concentra na evolução ao longo do tempo. A
Gramática Histórica considera tanto a dimensão sincrónica quanto a diacrónica das
línguas, reconhecendo que as mudanças históricas têm impacto nas estruturas linguísticas
observadas em um determinado momento.

2.5 Gramática Comparativa

A Gramática Comparativa é um campo da linguística que se dedica à comparação sistemática de


línguas diferentes, buscando identificar semelhanças e diferenças entre elas. Esta abordagem é
fundamental para reconstruir as relações genéticas entre as línguas e entender sua evolução ao
longo do tempo.
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A Gramática Comparativa concentra-se principalmente em línguas que são consideradas


geneticamente relacionadas, ou seja, que compartilham um ancestral comum. Um exemplo
clássico é a comparação entre as línguas indo-europeias, que incluem o latim, o grego, o sânscrito
e muitas outras. A Gramática Comparativa utiliza uma variedade de métodos comparativos,
incluindo a comparação de sistemas fonológicos, morfológicos, sintáticos e léxicos. Esses
métodos ajudam a estabelecer padrões de mudança linguística e a identificar relações de
parentesco entre línguas.

2.6 Gramática Gerativa Transformacional

A Gramática Gerativa Transformacional é uma teoria linguística desenvolvida por Noam


Chomsky na década de 1950 e continuamente refinada desde então. Ela propõe uma abordagem
formal e sistemática para descrever a estrutura das línguas naturais e como elas são geradas
mentalmente pelos falantes.

De acordo com Almeida et al. (2016) no cerne da Gramática Gerativa está a ideia de que os seres
humanos têm uma predisposição inata para adquirir uma linguagem. A Gramática Universal é o
conjunto de princípios subjacentes que são compartilhados por todas as línguas naturais. Esses
princípios são considerados parte do equipamento cognitivo humano e são responsáveis por
estruturar as línguas que os indivíduos aprendem.

A Gramática Gerativa concentra-se na competência linguística dos falantes, ou seja, no


conhecimento implícito que os indivíduos têm sobre sua língua, independentemente de estarem
conscientes desse conhecimento. Isso contrasta com a performance linguística, que se refere à
maneira como esse conhecimento é usado na produção e compreensão de sentenças em situações
reais de comunicação. A Gramática Gerativa baseia-se em evidências empíricas, incluindo
observações sobre a aquisição da linguagem por crianças, o julgamento linguístico de falantes
nativos e a análise de dados linguísticos. Essas evidências são usadas para validar e refinar as
teorias propostas.

2.7 Gramática Estrutural

A Gramática Estrutural é uma abordagem linguística que surgiu no início do século XX,
influenciada pelos trabalhos de linguistas como Ferdinand de Saussure e Leonard Bloomfield.
Esta abordagem enfatiza a análise da estrutura interna das línguas, com foco nas relações entre os
elementos constituintes das sentenças. A Gramática Estrutural concentra-se na estrutura formal
das línguas, ou seja, nas relações sintácticas, morfológicas e fonológicas entre os elementos das
sentenças.
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Ela divide a língua em unidades menores, como morfemas, fonemas e unidades sintáticas, e
analisa as relações entre essas unidades.
A Gramática Estrutural utiliza métodos descritivos para analisar as propriedades formais das
línguas, como a segmentação de sentenças em constituintes e a identificação de padrões de
concordância e ordem de palavras. Embora possa levar em consideração mudanças linguísticas ao
longo do tempo, a Gramática Estrutural tende a focar na descrição da língua em um momento
específico, em vez de estudar sua evolução histórica.
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3.1 Conclusão
Em conclusão, os tipos de gramática desempenham um papel crucial no estudo e na compreensão
da linguagem. A gramática prescritiva oferece directrizes para o uso "correto" da língua, embora
suas prescrições possam ser contestadas em contextos linguísticos diversos. Por outro lado, a
gramática descritiva concentra-se na análise objectiva das estruturas linguísticas, reflectindo a
forma como a linguagem é realmente usada pelos falantes. Por fim, a gramática generativa propõe
modelos formais para representar a estrutura profunda da linguagem, investigando os princípios
universais subjacentes à diversidade das línguas naturais.
Cada tipo de gramática oferece insights valiosos sobre a linguagem e suas complexidades,
destacando diferentes aspectos que enriquecem nosso entendimento da comunicação humana. Ao
reconhecer a diversidade de abordagens dentro do estudo da gramática, podemos adoptar uma
perspectiva mais holística e dinâmica no aprendizado e ensino da linguagem, promovendo uma
apreciação mais profunda da riqueza linguística e cultural que nos cerca.
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3.2 Referências bibliográficas

Almeida, A., Lopes, E. S. S., Camilo, J. T. S., & Cho, V. M. P. (2016). Projeto de ciência
integrada: A Terra em que vivemos (Vol. 1, 5.ed. rev. e ampl.). São Paulo: Papirus.

Fundação Oswaldo Cruz. (2019). Política Fiocruz para a acessibilidade e inclusão das pessoas
com deficiência: Proposta do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com
Deficiência. Rio de Janeiro: Fiocruz.

Irwin, A., & Wynne, B. (Eds.). (1996). Misunderstanding Science?: The public reconstruction of
science and technology (pp. 152-171). Cambridge: Cambridge University.

Sayers, R. (2006). Principles of awareness-raising: For information literacy, a case study.


Bangkok: UNESCO Bangkok.

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