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Quando voltar às aulas?

Quando voltar às aulas?


Para estabelecer o cronograma de volta às aulas, líderes governamentais e centros de
ensino precisam avaliar o risco para a saúde pública, a capacidade de adotar medidas de
segurança e a importância econômica da escola para educadores, pais e crianças. Ainda
não está bem claro o papel das crianças na transmissão do coronavírus, ainda mais
considerando a flexibilização das quarentenas.
Porém, é fundamental entender a capacidade das escolas de criar e manter medidas para
mitigar o risco de infecção, o que inclui infraestrutura, orçamento, políticas e novos
processos, entre outros. A decisão sobre o momento da retomada precisa se basear em
todos esses fatores.

A reabertura também não deve ser uma decisão binária, em que todos voltam ou
ninguém volta. Países como Dinamarca e Noruega priorizaram o retorno da educação
infantil para que pais possam voltar ao trabalho — esse também é o grupo com menor
risco de transmissão e contágio. Já a Alemanha privilegiou a volta dos alunos em anos
importantes de transição escolar e as crianças mais velhas, mais propensas a cumprir os
protocolos de higiene e segurança. Nesse contexto, há que se considerar que alguns pais
queiram manter os filhos em casa. Assim, as escolas necessitam estar preparadas para
a educação remota também.
Os cuidados na volta às aulas
Há uma série de medidas a serem adotadas pelas escolas para elevar a segurança de
todos — medidas que devem ser pesadas e considerar prós e contras. Um exemplo:
alternar dias letivos entre diferentes grupos de alunos pode facilitar o distanciamento
social, mas dificultar a organização de pais em relação à rotina e aos cuidados.

Escolas com espaços não utilizados e equipe suficiente podem escalonar horários,
separar as mesas com o distanciamento mínimo e organizar alunos em mais grupos. Só
que estabelecimentos com orçamento limitado, equipe reduzida e salas cheias possuem
menos flexibilidade para tanto.

São quatro dimensões distintas que devem ser consideradas ao desenhar as medidas de
saúde e segurança na retomada: a infraestrutura física da escola; horários e equipes
disponíveis; transporte e alimentação; políticas de saúde e comportamento (o que
envolve medição da temperatura na entrada, uso de máscaras e identificação de casos
suspeitos, por exemplo). Em comum, todas visam minimizar a proximidade física,
acatar protocolos de higiene e reduzir o risco de contágio.

Mas não é só a escola que tem um papel aqui. Os pais também devem incorporar as
regras e educar e conscientizar seus filhos. Isso passa por seis atitudes:
1. Ensinar e dar o exemplo das práticas de higiene, o que inclui lavar as mãos com
sabonete por pelo menos 20 segundos e contemplando dedos, unhas e punhos.
2. Monitorar o estado de saúde dos filhos. Caso haja febre ou mal-estar, procurar
orientação médica e não levar à escola.
3. Encorajar a criança a fazer perguntas e falar sobre seus sentimentos, além de ser
paciente e lúdico na comunicação com ela.
4. Manter-se atualizado sobre a pandemia e as regras a aderir.
5. Estar próximo da escola e ajudar a zelar pelo cumprimento das medidas de segurança
propostas.
6. Ajudar a criança a manter um estilo de vida saudável, com rotina, alimentação
balanceada e exercícios físicos.
Retomar o ensino presencial não será tarefa fácil, mas os benefícios podem ser
enormes se respeitarmos esses cuidados. Alunos aprenderão, pais e mães conseguirão
trabalhar e o vírus será controlado.

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