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Revista Multidisciplinar em Saúde.

Artigo Original v. 2 n. 4 2021


ISSN: 2675­8008

ASPECTOS GENÉTICOS E BIOQUÍMICOS DE HTR1B NO


TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE

Augusto Sérgio Lino Gonçalvesa


Amália Basso de Souzab
Giuliana Finotti Piresb
Alexandre Azenha Alves de Rezendeb
Luciana Karen Calábriab,*

a Instituto de Ciências Exatas, Universidade Federal de Minas Gerais. Avenida Presidente Antônio Carlos, número
6.627, Pampulha, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, CEP 31.270­901.

b Instituto de Ciências Exatas e Naturais do Pontal, Universidade Federal de Uberlândia. Rua 20, número 1.600, Tupã,
Ituiutaba, Minas Gerais, Brasil, CEP 38.304­402.

RESUMO

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) tem origem multifatorial, geralmente revelado na infância
e, em alguns casos, acompanha o indivíduo por toda a vida, apresentando sintomas de desatenção, hiperatividade e
impulsividade. Dada a sua importância para a saúde pública, diversos estudos vêm sendo realizados buscando sua
correlação com a expressão de genes específicos, incluindo o receptor de 5­hidroxitriptamina 1B (HTR1B) que
expressa um dos receptores de serotonina e é o alvo deste estudo. Dados levantados a partir de biologia
computacional revelaram que o HTR1B está localizado no cromossomo 6, em 6q14.1, e está intimamente relacionado
com transtornos mentais e comportamentais. Sua expressão ocorre em diversos tecidos humanos, com destaque no
córtex cerebral que é a região mais afetada no TDAH. A correlação do gene HTR1B e o TDAH é explicada pela
associação do C861G (polimorfismo de nucleotídeo único) com os sintomas característicos do transtorno, revelando a
suscetibilidade dos portadores deste polimorfismo. O alinhamento da sequência de HTR1B de Homo sapiens revelou
alta identidade com espécies de primatas, majoritariamente chimpanzés. Dada a importância do TDAH para os
indivíduos acometidos e os prejuízos adquiridos, a continuidade de estudos que relacionem o transtorno e a
expressão gênica e proteica de HTR1B se faz necessária, visando avanços no diagnóstico, tratamento e prevenção.

Palavras­chave: TDAH; receptor de serotonina; biologia computacional

*Autor correspondente: Luciana Karen Calábria, Doutorado em Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia,
Campus Pontal, Rua 20, número 1.600, Tupã, Ituiutaba, Minas Gerais, CEP 38.304­402. 34­3271­5252;
lkcalabria@ufu.br.

https://doi.org/10.51161/rems/2311
Editora IME© 2021. Todos os direitos reservados.
A. S. L. Gonçalves et al Revista Multidisciplinar em Saúde. v. 2 n. 4 (2021)

1 INTRODUÇÃO estes fatores relacionados diretamente ao


TDAH, uma vez que essas atividades
O Transtorno do Déficit de Atenção com fisiológicas estão correlacionadas com os
Hiperatividade (TDAH) tem origem multifatorial, sintomas característicos do transtorno
integrando fatores neurobiológicos, ambientais desatento (AMERICAN PSYCHIATRIC
e genéticos com múltiplos genes associados, ASSOCIATION, 2014). Além disso, vários
sendo comumente revelado na infância, transtornos mentais ou comportamentais,
acompanhando o indivíduo por toda a sua vida como a esquizofrenia e a depressão, estão
(ROHDE; HALPERN, 2004), uma vez que seus ligados à disfunção da expressão da
sintomas podem comprometer a vida social, serotonina (XIA et al., 2020).
escolar e profissional, além da autoestima A síntese da serotonina no organismo
(CAPELLINI et al., 2007). humano é iniciada a partir do precursor
No diagnóstico clínico do TDAH leva­se triptofano, o qual é convertido em 5­
em consideração todas as comorbidades do hidroxitriptofano pela ação da enzima triptofano
paciente, sendo caracterizado por sintomas de hidroxilase, seguida de uma descarboxilação,
desatenção, inquietude e impulsividade, chegando ao produto final (Li et al., 2018) e se
podendo ser classificado em três subtipos, o distribuindo por todo sistema nervoso central
misto, predominantemente hiperativo e (RANG et al., 2016). Por outro lado, a
predominantemente desatento (AMERICAN neurotransmissão serotoninérgica é de
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). Neste extrema complexidade, devido aos diversos
sentido, o conhecimento e a informação são receptores nos quais a serotonina se liga. Sete
imprescindíveis para a melhoria da qualidade classes de receptores de serotonina (5­HTR) já
de vida e suporte aos portadores do TDAH, foram descritas, sendo elas: 5­HT1 (1A, 1B,
sendo que alguns países já iniciaram políticas 1D, 1E e 1F), 5­HT2 (2A, 2B e 2C), 5­HT3, 5­
públicas para promoção da assistência à HT4, 5­HT5 (5A e 5B), 5­HT6 e 5­HT7 (ZIFA;
saúde, priorizando sempre a proteção e a FILLION, 1992). Por funcionarem como
integridade do indivíduo em sociedade receptores, autorreceptores e também como
(COUTO; DUARTE; DELGADO, 2008). heterorreceptores, os 5­HTR podem modular a
Na análise molecular do TDAH, Mick e liberação de dopamina influenciando os
Farone (2008) associaram a forte relação do comportamentos mediados pelo
transtorno com os genes Dopamine Receptor neurotransmissor, sendo relevantes em
D4 (DRD4), Dopamine Receptor D5 (DRD5), indivíduos com TDAH (QUIST et al., 2003). Um
Dopamine Beta­Hydroxylase (DBH), exemplo disso é o fato de mutações no gene
Synaptosome Associated Protein 25 (SNAP­ HTR1B resultarem em alterações na
25), Solute Carrier Family 6 Member 4 expressão e estrutura dos 5­HTR contribuindo
(SLC6A4) e 5­Hydroxytryptamine Receptor 1B para o desenvolvimento do transtorno (HAWI et
(HTR1B), e uma baixa relação com Carrier al., 2002).
Family 6 Member 4 (SLC6A3). A partir da O receptor HTR1B possui papel essencial
recorrência dos sintomas no TDAH, na regulação da síntese e liberação de
Topczewski (2014) sugere alterações nos serotonina, sendo que diversos polimorfismos
neurotransmissores cerebrais, principalmente a no seu gene estão relacionados intimamente
noradrenalina, serotonina e dopamina. aos transtornos mentais e comportamentais
A serotonina ou 5­hidroxitriptamina está (XIA et al., 2020). Estudos têm associado o
amplamente distribuída em todo o sistema gene HTR1B à desatenção e à hiperatividade­
nervoso central, revelando­se essencial para o impulsividade (BIDWELL et al., 2017), bem
funcionamento de diversas regulações como ao comportamento agressivo (HAWI et
fisiológicas, como da emoção, o controle al., 2002).
cognitivo, o processamento sensorial, a Ainda, a associação do polimorfismo de
aprendizagem e memória (LIY­SALMERON; nucleotídeo único (SNP) C861G no HTR1B
MENESES, 2007; MILLAN et al., 2008), sendo com o TDAH revelou a suscetibilidade gênica

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ao transtorno (ICKOWICZ et al., 2006). Isso é, importância dos receptores de serotonina e sua
ocorre uma transmissão preferencial e relação com o TDAH, este estudo teve como
supertransmissão paterna do alelo 861G para objetivo analisar, a partir de ferramentas de
a prole com TDAH (HAWI et al., 2002; ; QUIST biologia computacional, o perfil de expressão
et al., 2003; ICKOWICZ et al., 2006; ). No gênica e proteica de HTR1B, revelando suas
entanto, por ser improvável que este características em Homo sapiens e em outros
polimorfismo altere a estrutura do receptor, é primatas não humanos.
possível que outra variante na sequência
codificadora ou reguladora esteja em 2 MATERIAL E MÉTODO
desequilíbrio de ligação com o C861G,
podendo colaborar com o desenvolvimento do Estudo exploratório e descritivo foi
TDAH (HAWI et al., 2002). Assim, Quist et al. realizado baseando­se em revisão bibliográfica
(2003) indicaram que os genes de receptores e no uso de ferramentas de biologia
de serotonina, principalmente o HTR1B, computacional para obtenção de dados sobre o
podem ser importantes fatores de risco para o TDAH e HTR1B (Figura 1).
desenvolvimento de TDAH.
Neste sentido, considerando a

Figura 1­ Etapas metodológicas para caracterização genética e bioquímica do HTR1B.

Fonte: Os autores.

A revisão da literatura foi realizada nas foram consideradas válidas quando no formato
bases de dados Google Scholar, SciELO, de artigo original, artigo de revisão, tese de
PubMed e Periódicos Capes utilizando como doutorado, dissertação de mestrado e trabalho
entrada as seguintes palavras­chave: “TDAH”, de conclusão de curso.
“transtorno de déficit de atenção com A sequência de resíduos de nucleotídeos
hiperatividade”, “HTR1B”, “receptor”, “5­ e de aminoácidos do HTR1B de Homo sapiens
hidroxitriptamina”, “serotonina”, no formato FASTA foi obtida a partir do banco
“neurotransmissor” e “bioinformática”, bem de dados NCBI ­ National Center of
como seus correspondentes em inglês, além Biotechnology Information (https://
do termo AND para incorporar a busca, sem www.ncbi.nlm.nih.gov/) e UniProtKB ­ UniProt
restrição de ano e idioma. As bibliografias Knowledgebase (https://www.uniprot.org/).

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As características moleculares foram análise de identidade e grau de similaridade


reveladas consultando a ferramenta ProtParam foram feitas utilizando a ferramenta BLAST ­
(https://web.expasy.org/protparam/) no banco Basic Local Alignment Search Tool (https://
de dados Expasy, bem como as plataformas blast.ncbi.nlm.nih.gov/Blast.cgi), selecionando
Pfam (http://pfam.xfam.org/) e PubChem a opção “Nucleotide>Nucleotide”, e seguindo
(https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/) para como “Nucleotide collection (nr/nt)” no tópico
consulta de classe e família do HTR1B. “Database”; e selecionando a opção
Por meio do PsiPred ­ Predict Secondary “Protein>Protein”, seguindo como “Non­
Structure (http://bioinf.cs.ucl.ac.uk/psipred/), a redundant protein sequences (nr)” no tópico
estrutura secundária foi predita, incluindo a “Database”. A título de comparação, em ambas
composição de arranjos e polaridade dos as análises não ocorreu inserção de código no
aminoácidos. Entretanto, para fins de tópico “Organism” para que não houvesse
validação, a estrutura secundária do HTR1B exclusão de nenhuma espécie. Nesta análise,
também foi obtida no PDB ­ Protein DataBase a identidade (%) revelou a quantidade de
(https://www.rcsb.org/) e confirmada no Swiss­ matches entre as sequências e o valor
Model (https://swissmodel.expasy.org/), o qual estatístico (E­value) apareceu zerado em todas
revelou também os domínios transmembrana, as espécies, considerando somente valor de
coincidindo com os resultados do Interpro identidade superior ou igual a 97%.
(https://www.ebi.ac.uk/interpro/). A distribuição
das regiões transmembranas nos domínios 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
citoplasmáticos e não citoplasmáticos foi
acessada a partir do Protter (https:// A serotonina apresenta um papel
wlab.ethz.ch/protter/). Além disso, domínios e essencial em diversas atividades fisiológicas,
sítios ligantes foram inicialmente levantados como a cognição, a atividade locomotora,
pela ferramenta ScanProsite (https:// regulação do sono, da dor e da agressão,
prosite.expasy.org/scanprosite) e validados inclusive atuando como neurotransmissor em
pelas plataformas NetPhos 3.1 (https:// comportamentos hiperativos e impulsivos
services.healthtech.dtu.dk/service.php? presentes no TDAH (ICKOWICZ et al., 2006).
NetPhos­3.1) e NeOGLyc/NetNGLyc (https:// O gene HTR1B codifica o receptor 5­
services.healthtech.dtu.dk/service.php? hidroxitriptamina 1B que desempenha
NetOGlyc­4.0). importante papel no sistema serotoninérgico,
A localização cromossômica do HTR1B estando amplamente ligado às atividades
foi obtida a partir do banco de dados NCBI e cerebrais e aos transtornos mentais e
UniProtKB. As plataformas UniProtKB, EMBL­ comportamentais (XIA et al., 2020). Apesar do
EBI ­ European Molecular Biology Laboratory nome oficial ser receptor de 5­hidroxitriptamina
(https://www.ebi.ac.uk/) e The Human Protein 1B, é também encontrado na literatura como
Atlas (https://www.proteinatlas.org/) foram serotonina acoplada à proteína G, receptor
utilizadas para a descrição da localização de beta de serotonina 1D e receptor de serotonina
expressão gênica em diferentes tecidos e 1B; da mesma maneira que há variações para
órgãos. as siglas, como 5­HT1B, HTR1D2, 5­HT­1B, 5­
A plataforma CELLO: Subcellular HT1DB, 5­HT­1D­beta, S12 (NCBI, 2021).
Localization Predictive System (http:// Identificado pela primeira vez em 1992
cello.life.nctu.edu.tw/) e o software PSORT­B – por cinco grupos diferentes a partir do DNA
Prediction of Protein Sorting Signals and genômico, o gene HTR1B foi detectado por
Localization Sites in Amino Acid Sequences homologia com o HTR1D humano. Estes
(http://psort1.hgc.jp/form.html) foram estudos identificaram que o gene HTR1B não
consultados para obtenção de informações possuía íntrons (DEMCHYSHYN et al., 1992;
sobre a localização celular de HTR1B, HAMBLIN et al., 1992; MOCHIZUKI et al.,
restringindo para organismos primatas. 1992; WEINSHANK et al., 1992), estando
A construção dos alinhamentos locais, a localizado no cromossomo 6 (DEMCHYSHYN

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et al., 1992) em 6q13 (JIN et al., 1992). Além sobre a dopamina, a qual é o principal
disso, o receptor possui características de um componente envolvido no TDAH (QUIST et al.,
ligante à proteína G (HAMBLIN et al., 1992; JIN 2003); isso é, os neurônios serotoninégicos
et al., 1992; MOCHIZUKI et al., 1992), regulam a liberação da dopamina e o disparo
codificando uma proteína de 390 aminoácidos dos neurônios (ZENI, 2006). Assim, os efeitos
(DEMCHYSHYN et al., 1992; HAMBLIN et al., do gene HTR1B sobre a dopamina interferem
1992; MOCHIZUKI et al., 1992). diretamente sobre os sintomas do TDAH, pois
alterações no receptor podem causar
3.1 ACHADOS BIOQUÍMICOS E desequilíbrio na relação serotonina­dopamina
GENÉTICOS DE HTR1B VS. TDAH no cérebro (QUIST et al., 2003; GUIMARÃES,
2006). Por fim, Hawi et al. (2002) indicaram
Vários estudos têm correlacionado a que mutações em HTR1B que afetem sua
expressão do HTR1B com o TDAH nos mais estrutura ou expressão estão relacionadas ao
diferentes métodos experimentais (HAWI et al., desenvolvimento do TDAH. A sequência de
2002; QUIST et al., 2003; ICKOWICZ et al., nucleotídeos (Tabela 1) e de resíduos de
2006; BIDWELL et al., 2017; XIA et al., 2020). aminoácidos (Tabela 2) do HTR1B de Homo
Bidwell et al. (2017) associaram fortemente um sapiens foi obtida no NCBI (2021).
locus deste gene com a desatenção e
revelaram tendência de associação com 3.2 LOCALIZAÇÃO CROMOSSÔMICA
hiperatividade­impulsividade. Da mesma forma, DO GENE HTR1B E SUAS VARIANTES
Hawi et al. (2002), Quist et al. (2003) e Xia et
al. (2020) associaram o gene HTR1B com a Apesar de Jin et al. (1992) terem descrito
hiperatividade e agressividade, enquanto a localização do gene como 6q13, atualmente
Ickowicz et al. (2006) apontaram que a já se sabe que a localização é 6q14.1 (NCBI,
serotonina e seus genes possuem papel 2021) (Figura 2), possuindo 2.568 nucleotídeos
mediador nos sintomas do TDAH. (Tabela 1).
Esses dados são possivelmente
explicados pela relação que a serotonina tem Dados do UniProtKB (P28222) revelaram

Figura 2­ Localização cromossômica do gene HTR1B, com destaque em caixa vermelha.

Fonte: ENSEMBL (2021).

quatro variantes dbSNP, sendo elas rs130060, C861G do gene HTR1B e esse transtorno,
rs130061, rs130063 e rs130064, indicando indicando a substituição do aminoácido
substituição dos aminoácidos fenilalanina por fenilalanina por cisteína na posição 124, além
cisteína na posição 124, fenilalanina por de duas substituições sinônimas e uma
leucina na posição 219, isoleucina por valina deleção na região flanqueadora 5’,
na posição 367 e glutamato por lisina concordando com dados do UniProtKB (2021).
na posição 374 (UNIPROTKB, 2021). Hawi et
al. (2002); Quist et al. (2003); Ickowicz et al.
(2006) e sugeriram suscetibilidade
gênica ao TDAH ao observarem relação
entre o SNP

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Tabela 1­ Características do gene HTR1B, incluindo códigos de acesso, nome de descrição e sequência de
nucleotídeos no formato FASTA

Fonte: Os autores. Dados extraídos do NCBI.

3.3 CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS conformacional que dispara a sinalização via


DA PROTEÍNA HTR1B proteínas de ligação do nucleotídeo guanina
(proteínas G) e modula a atividade de seus
Para a proteína HTR1B em Homo efetores, como a adenilato ciclase. A
sapiens encontrou­se apenas um depósito de sinalização inibe a atividade da adenilato
sequência no NCBI e UniProtKB (até ciclase, enquanto os membros da família
outubro/ 2021) (Tabela 2). Segundo arrestina inibem a sinalização via proteínas G e
dados do PubChem e PFAM, o receptor produzem a liberação de serotonina, dopamina
expresso é uma proteína acoplada à e acetilcolina no cérebro, afetando assim a
proteína G (GPCR), pertencente à classe atividade neural.
A Rhodopsin­like e subfamília A19. Quando
a serotonina se liga ao seu receptor,
ocorre uma mudança
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Tabela 2­ Características do receptor HTR1B, incluindo códigos de acesso, nome de descrição e sequência de
aminoácidos no formato FASTA

Fonte: Os autores. Dados extraídos do NCBI.

A sequência da proteína HTR1B em (10,8%), Ala (9,0%) e Ser (9,0%) como os mais
Homo sapiens no NCBI tem como código de prevalentes, e Met (2,1%) e His (1,3%) como
acesso NP_000854 e 390 aminoácidos, massa os menos frequentes, tendo 14 Asp e 13 Glu
molecular de 43,56 kDa e ponto isoelétrico de carregados negativamente e 18 Arg e 18 Lys
8,96. A sequência de aminoácidos revelou a carregados positivamente (Tabela 3).
composição dos principais resíduos, sendo Leu
Tabela 3­ Composição e frequência de aminoácidos da sequência primária de HTR1B

Fonte: Os autores. Dados extraídos do ProtParam.


Apesar da predição do PsiPred, a partir 6G79 e nomeada como 5­hidroxitriptamina
da sequência primária dos resíduos de receptor 1B, indicou a presença e localização
aminoácidos do HRT1B, indicar a presença de de oito arranjos alfa­hélice, porém demonstrou
dez arranjos alfa­hélice intercalados com ter um comprimento de sequência menor
curva­beta e um pequeno fragmento com comparado a de outros bancos de dados,
conformação­beta, outros bancos de dados e possuindo 364 resíduos de aminoácidos
softwares de análise de biologia computacional (Figura 3).
revelam estruturas secundárias diferentes para
o receptor. A análise da estrutura secundária
do HTR1B no PDB, com código de acesso

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Figura 3­ Arranjos da estrutura secundária do HTR1B revelada por microscopia eletrônica.

Fonte: RCSB PDB (2021).

Por outro lado, no Uniprot (P28222) a transmembrana citoplasmáticos e não


estrutura secundária é revelada com apenas citoplasmáticos, bem como os sítios de
treze arranjos de alfa­hélice, sem descrever a glicosilação presentes na estrutura proteica do
presença de curva­beta que une os arranjos, o HTR1B (Figura 4), como as modificações pós­
que seria primordial nos conceitos bioquímicos. traducionais. Estas modificações são eventos
Ainda na plataforma do Expasy, no Swiss­ críticos que alteram as propriedades da
Model, há a predição da estrutura secundária proteína causando diversos efeitos, como
concordando com o PDB (6G79), mas ampliação e regulação da função, alteração da
revelando sete arranjos alfa­hélice, sendo atividade, localização e dobra/curva, assim
todos de domínio transmembrana. Esses como na interação com outras proteínas
dados foram validados pelo Interpro (MANN; JENSEN, 2003; SEO; LEE, 2004).
(IPR002147), no qual a estrutura secundária Khoury; Baliban; Floudas (2011) destacam
completa indica quatro domínios ainda a possibilidade de diferentes formas de
citoplasmáticos, quatro domínios não modificação pós­traducional ocorrerem em
citoplasmáticos e sete domínios conjunto, diferentemente das mutações que
transmembrana. surgem apenas uma vez por posição.
Tendo como base a análise no Protter, foi
possível ilustrar a localização dos domínios

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Figura 4­ Predição da localização dos domínios transmembrana citoplasmáticos


e não citoplasmáticos a partir do Protter

Fonte: Adaptada de Omasits et al. (2014).

Treze sítios foram revelados a partir de trinta e sete resíduos alvo, sendo vinte de
análise nos bancos de dados PROSITE, serina nas posições 27, 30, 34, 45, 64, 90, 127,
NeOGLyc/NetNGLyc e Glygen, como mostra o 136, 158, 197, 258, 263, 265, 266 283, 295,
quadro 1, incluindo glicosilação, fosforilação, 334, 362, 372 e 389 e dezessete de treonina
miristoilação e amidação. Apesar de existirem nas posições 63, 73, 77, 82, 107, 110, 112*,
dois principais tipos de glicosilação, O­ 116, 152, 162, 209, 213, 243, 247, 252, 313 e
glicosilação e N­glicosilação (JAEKEN, 2010), 315. Além disso, são alvos de fosforilação da
os resultados indicam apenas sítios de N­ proteína quinase dependente de AMPc e
glicosilação na HTR1B, consistindo no GMPCs os intervalos 249­252 e 310­313.
processo de adição de um oligossacarídeo ao Ainda, a sequência primária do HTR1B
grupo amino da aspargina extracelular apresenta intervalos alvo para miristoilação
(CZUBA; HILLGREN; SWAAN, 2018), sendo (118­123, 262­123, 317­322) e amidação (247­
doze alvos, sete resíduos de serina nas 250).
posições 16, 25, 26, 27, 30, 34 e 388, dois
resíduos de treonina 18 e 243, e três resíduos
de asparagina 24,32 e 245.
Quanto à fosforilação foram identificados

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Quadro 1­ Sítios de glicosilação, fosforilação, miristoilação e amidação do receptor HTR1B

Fonte: Os autores. Dados extraídos do PROSITE, NeOGLyc/NetNGLyc e Glygen.

3.4 EXPRESSÃO GÊNICA E PROTEICA regiões temporal inferior esquerdo, orbitofrontal


DE HTR1B EM TECIDOS E ÓRGÃOS esquerdo e medial direito, além da frontal
HUMANOS superior bilateral revelaram menor espessura
cortical, indicando papel importante na
A expressão do gene HTR1B está patogênese do TDAH. Além disso, a
descrita no córtex cerebral, corpo estriado, conectividade funcional aumentada no córtex
amígdala, medula, hipocampo, núcleo caudado frontal superior obteve relação positiva com a
e putâmen, enquanto a proteína é hiperatividade e a impulsividade.
principalmente encontrada nas células do Anormalidades em estruturas subcorticais,
músculo liso da artéria cerebral (UNIPROTKB, como o gânglio basal, região importante no
2021), mas também no rombencéfalo, lobo controle da atenção, também têm sido
frontal cerebral, hipófise, diencéfalo e observadas em estudos de imagem (HAWI et
mesencéfalo (EMBL­EBI, 2021), e al., 2002).
abundantemente expressa no músculo estriado
(JIN et al., 1992). Dados obtidos no The 3.5 LOCALIZAÇÃO CELULAR DE
Human Protein Atlas (2021) apontam HTR1B
expressão do HTR1B no cérebro, estômago e
placenta, com destaque nas regiões do gânglio Dados levantados a partir do PSORT
basal, córtex, ponte, medula e hipotálamo. utilizando os resíduos de aminoácidos de
Apesar do córtex não possuir a maior HTR1B revelaram a localização celular na
expressão de HTR1B dentre as regiões do membrana plasmática (score 0,600) e no
cérebro, essa é a mais afetada no TDAH (LIU retículo endoplasmático (score 0,300). Por
et al., 2017). Liu et al. (2017) observaram outro lado, dados levantados a partir da
padrão de afinamento cortical em pacientes plataforma CELLO utilizando sequência de
com TDAH, com foco nas regiões frontal e nucleotídeos indicaram a localização celular na
temporal, as quais incluem áreas criticamente membrana plasmática como região celular
relacionadas aos mecanismos de atenção. As prevalente (score 4,928). Wang et al. (2013)

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relataram a localização do receptore HTR1B na identidade (%), os dados de E­value, os


membrana plasmática como um feixe canônico códigos de acesso e nomes das espécies,
de sete α­hélices transmembranas, incluindo pares de base (bp) estão contidos
característico dos receptores pertencentes à nas Tabelas 4 e 5. É possível observar
família GPCR (SARKAR et al., 2020), como é o similaridade com outros depósitos deste
caso do receptor em estudo. mesmo receptor de Homo sapiens, porém com
menor quantidade de pares de bases. Além
3.6 IDENTIDADE DA SEQUÊNCIA DE disso, os alinhamentos revelaram maior
HTR1B DE HUMANOS E OUTROS identidade entre a sequência de Homo sapiens
PRIMATAS e as de espécies de primatas, como Macaca
silenus, M. nigra, M. sylvanus, M. nemestrina e
O alinhamento da sequência de M. mulatta, todos com 97,04%, e mais de um
nucleotídeos (tabela 4) e de aminoácidos depósito para as espécies M. sylvanus, M.
(tabela 5) de HTR1B de Homo sapiens com nemestrina e M. mulatta.
outras espécies, bem como a frequência de

Tabela 4­ Identidade do alinhamento da sequência de nucleotídeos do receptor HTR1B de Homo sapiens com outras
espécies (em %)

Fonte: Os autores. Dados obtidos no Blastn.

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Anbazhagan et al. (2010) relataram apresentam diferenças em certos parâmetros,


homologia entre os receptores de serotonina como o tamanho do cérebro, padrões e
de humanos e primatas, com um total de 32 densidade de expressão gênica, modificações
resíduos de aminoácidos idênticos entre as no RNA e interações gene­ambiente. Assim,
duas sequências. Além disso, o chimpanzé apesar do alto nível de conservação do
possui 100% de identidade de HTR1B, HTR1F HTR1B, isso não resulta diretamente que esse
e HTR7 quando comparado com a sequência gene possui função semelhante entre as
de humanos. Ainda, os autores indicaram que espécies analisadas.
humanos e outros primatas não humanos

Tabela 5­ Identidade do alinhamento da sequência de aminoácidos do receptor HTR1B de Homo sapiens com outras
espécies (em %)

Fonte: Os autores. Dados obtidos no Blastp.

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Revista Multidisciplinar em Saúde. v. 2 n. 4 (2021) A. S. L. Gonçalves et al.

Além disso, estudos revelam que o chimpanzés. No entanto, a ausência de


HTR1B de Homo sapiens possui homologia evidências deixa dúvidas se o gene e a
com a sequência de resíduos de aminoácidos proteína possuem função semelhante nessas
desse receptor em ratos (HAMBLIN et al., espécies.
1992; MOCHIZUKI et al., 1992) e também com Dada a importância do TDAH para os
o receptor 5­HT1D de cães e humanos indivíduos acometidos por este transtorno e os
(DEMCHYSHYN et al., 1992). prejuízos adquiridos, é importante a
continuidade de estudos que o relacione com a
5 CONCLUSÃO expressão de HTR1B visando descobertas que
contribuam para o seu diagnóstico, tratamento
Dados levantados a partir da revisão de e até prevenção.
literatura e utilizando diferentes ferramentas de
biologia computacional possibilitaram CONFLITOS DE INTERESSES
descrever características sobre a função e
estrutura bioquímica e gênica do HTR1B e sua Não há conflito de interesse.
relação com o TDAH.
O gene HTR1B não possui íntrons, está REFERÊNCIAS
localizado em 6q14.1, possui 2.568
nucleotídeos e codifica o receptor 5­ AMERICAN PSYCHIATRIC
hidroxitriptamina 1B, o qual é traduzido em 390 ASSOCIATION. Manual diagnóstico e
resíduos de aminoácidos, compondo uma estatístico de transtornos mentais. 5. ed. Porto
estrutura proteica localizada prevalentemente Alegre: Artmed. 948 p. 2014.
na membrana plasmática, com sete α­hélices
transmembranares. Apresentando ANBAZHAGAN, P.; PURUSHOTTAM, M.;
modificações pós­traducionais, com destaque KUMAR, H.B.K.; MUKHERJEE, O.; JAIN, S.;
aos sítios de glicosilação, fosforilação, SOWDHAMINI, R. Phylogenetic analysis and
amidação e miristoilação, tem sua estrutura selection pressures of 5­HT receptors in
alterada, influenciando sua funcionalidade. O human and non­human primates: receptor of
receptor HTR1B desempenha importante papel an ancient neurotransmitter. Journal of
no sistema da serotonina, atuando como Biomolecular Structure and Dynamics, v.27,
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bem como nos transtornos mentais e 10.1080/07391102.2010.10508573.
comportamentais. A expressão gênica e
proteica de HTR1B está descrita em diversas BIDWELL, L.C.; GRAY, J.C.; WEAFER,
regiões do corpo humano, incluindo o cérebro J.; PALMER, A.A.; WIT, H.; MACKILLOP, J.
com destaque ao córtex cerebral, região mais Genetic influences on ADHD symptom
afetada no TDAH. dimensions: examination of a priori candidates,
A associação de HTR1B com o TDAH é gene­based tests, genome­wide variation, and
sustentada pela relação da expressão gênica SNP heritability. American Journal of Medical
com os sintomas padrão do transtorno, a Genetics, Part B: Neuropsychiatric Genetics,
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além da correlação observada entre o dx.doi.org/10.1002/ajmg.b.32535.
polimorfismo de nucleotídeo único C861G do
gene com tais sintomas. Assim, mutações no CAPELLINI, S.A.; FERREIRA, T.L.;
gene HTR1B que alterem sua estrutura ou SALGADO, C.A.; CIASCA, S.M. Desempenho
expressão podem contribuir para o de escolares bons leitores, com dislexia e com
desenvolvimento do TDAH. transtorno do déficit de atenção e
Por fim, a análise da identidade de hiperatividade em nomeação automática
HTR1B de H. sapiens comparada a outros rápida. Revista da Sociedade Brasileira de
organismos revela 100% de identidade com Fonoaudiologia, v.12, n.2, p.114­119, 2007.

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