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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE (CCBS)


UNIDADE ACADÊMICA DE PSICOLOGIA (UAPSI)
DOCENTE: IZAYANA PEREIRA FEITOSA

PEDRO HENRIQUES CAVALCANTE

ANÁLISE DO FILME “O MÍNIMO PARA VIVER”

CAMPINA GRANDE/PB
2024
Em "O Mínimo para Viver", somos apresentados a angústia de Ellen, uma adolescente
que luta contra a anorexia. Ao analisar por um viés psicanalítico é nos permitido desvendar as
complexas camadas de sua mente, revelando as raízes do sofrimento que a aprisiona.
Na superfície, a anorexia se manifesta como uma obsessão pelo controle da comida e do
corpo. Mas, sob a ótica psicanalítica, é um sintoma de um conflito interno mais profundo. Ellen
busca negar a feminilidade e a sexualidade que florescem em seu corpo, aprisionando-se em uma
imagem infantil de magreza.
A relação com a mãe, marcada por críticas e cobranças, contribui para a fragilidade da
autoestima de Ellen. Ela internaliza a voz materna, que a julga e a faz sentir-se inadequada. Essa
internalização se torna um superego punitivo, que a impulsiona a uma busca incessante pela
perfeição.
O filme também explora a necessidade de pertencimento e reconhecimento que permeia a
adolescência. Ellen busca desesperadamente a aprovação do outro, seja através da validação de
seu corpo magro ou do sucesso em suas atividades. Essa busca incessante por validação externa a
impede de se conectar com sua verdadeira essência.
Um olhar mais aprofundado na raiz desse problema nos permite olhar para além dos
sintomas e reconhecer a dor de Ellen. Ela é uma adolescente em busca de identidade, lutando
contra os fantasmas da sua história e as expectativas irreais da sociedade. O filme nos convida a
refletir sobre a pressão estética imposta aos jovens, a importância da saúde mental e a
necessidade de acolher e compreender a dor do outro.
No processo de recuperação, Ellen encontra um grupo de apoio e um médico que a
desafiam a confrontar seus medos e a construir uma relação mais saudável com o corpo e com a
comida. É através da expressão de suas emoções e da reconexão com sua subjetividade que ela
poderá encontrar o caminho para a cura.
"O Mínimo para Viver" é um filme necessário que nos convida a repensar a adolescência,
a saúde mental e a busca pela felicidade. Através da lente da psicanálise, podemos entender as
complexas motivações por trás da anorexia e a necessidade de oferecer apoio e tratamento
adequado aos adolescentes que sofrem com essa doença.

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