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Doenças Crônicas Não

Transmissíveis - DCNT
DCNT

 Essas doenças atingem indivíduos de todas as camadas


socioeconômicas e, de forma mais intensa, aqueles pertencentes a
grupos vulneráveis, como os de baixa escolaridade e renda.

 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essas doenças criam


um círculo vicioso com a pobreza, impactando negativamente sobre o
desenvolvimento macroeconômico dos países, especialmente daqueles
de média e baixa renda
OMS, 2005

 A OMS mostrou também


que cerca de 80% dos
óbitos por DCNT ocorreram
em países de baixa ou
média renda, com 29% dos
óbitos em adultos com
menos de 60 anos,
enquanto naqueles de alta
renda esse percentual era
de apenas 13%.
As Doenças Crônicas Não
Transmissíveis representam
a maior carga de
morbimortalidade no
Brasil.
Perfil epidemiológico de tripla carga
de doenças

 Uma agenda não superada de doenças infecciosas e


carenciais

 Uma carga importante de causas externas

 Uma marcante presença das condições crônicas


Metas do Plano de Ações Estratégicas
para enfrentamento dos DCNT 2011-2022

Redução da
Redução da Redução do consumo Deter o crescimento
mortalidade prematura
prevalência de abusivo de bebidas da obesidade em
(30-69 anos) por DCNT
tabagismo em 30% alcoólicas em 10% adultos
em 2% ao ano

Aumento de
Aumento da Aumento do consumo Aumento Papanicolau
mamografia em
prevalência da prática recomendado de em mulheres de 25-64
mulheres de 50-69 de
de atividade física no frutas e hortaliças em de idade nos últimos
idade anos nos últimos
tempo livre em 10% 10% três anos para 85%
dois anos para 70%
Mortalidade no Brasil

2007
D. Infec. Materno
10% -infantis
5%
Causas
1930 externas
13%

D. DCNT
Infec. 72%
Outros 46%
54%

Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, Chor D,
Em 2019, 54,7% dos óbitos registrados no
Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011 Brasil foram causados por DCNT
Grupo de Doenças relacionadas
❑ Cerebrovasculares ➢ Hereditariedade
➢ Raça
❑ Cardiovasculares ➢ Sexo
❑ Dislipidemias ➢ Tabagismo
➢ Consumo excessivo de
❑ Diabetes mellitus álcool
➢ Dislipidemias
❑ Doenças respiratórias obstrutivas
➢ Sedentarismo
❑ Neoplasias ➢ Alimentação pouco
saudável
Fatores de risco
Fatores de risco

 A inatividade física e o excesso de peso são responsáveis,


respectivamente, por 3,2 e 2,8 milhões de mortes/ano.

 Ao tabagismo e ao consumo abusivo de álcool são atribuídas 2,3 e 6


milhões de mortes ao ano

Melo et al. 2019


Diabetes mellitus
Grupo de distúrbio por níveis elevados de glicose na corrente sanguínea.
 Resulta de defeitos de secreção e/ou ação da
insulina envolvendo processos patogênicos
específicos, por exemplo:

 Destruição das células beta do pâncreas


(produtoras de insulina);

 Resistência à ação da insulina;

 Distúrbios da secreção da insulina, entre outros.


Epidemiologia
 O Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo-
se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo.

 O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de


estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e
obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e
prevalência do diabetes em todo o mundo.

 Em 2014, estimou-se que existiriam 11,9 milhões de pessoas, na faixa etária de 20


a 79 anos, com diabetes no Brasil, podendo alcançar 19,2 milhões em 2035.

 Atualmente, estima-se que a população mundial com diabetes é da ordem de


387 milhões de pessoas e que deverá atingir 471 milhões em 2035.
Quais os tipos de diabetes?

 DM tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2),

 DM gestacional.

 Outros tipos específicos de DM


Diabetes mellitus tipo I

 Anteriormente conhecido como diabetes juvenil.

 5 A 10% das pessoas com diabetes são do tipo I.

 Destruição das células betas do pâncreas por


reação auto-imune.

 Tem inicio súbito, antes dos 30 anos.


Diabetes tipo II

 90 a 95% das pessoas com diabetes tem a do tipo II.

 Sensibilidade diminuída à insulina (resistência a


insulina ).

 Quantidade diminuída na produção de insulina.

 Ocorre mais frequentemente em pessoas com mais


de 30 anos.
Fisiologia
normal
 A insulina é liberada
pelas células betas nas
ilhotas de Langherans
do pâncreas.
 A insulina é um
hormônio de reserva.
 A insulina move a
glicose do sangue para
os músculos, fígado e
células gordurosas.
1. Estimula a reserva de glicose no
fígado e músculo.
A insulina
tem os 2. Aumenta a reserva de energia no
seguintes tecido adiposo.
efeitos
3. Acelera o transporte de aminoácidos
(derivados da proteína da dieta) para as
células.
Obs – durante em jejum por um período
longo de 8 a 12 horas, as células alfas
das ilhotas langerhans ( glucagon)
Observação

1 2
O glucagon produz glicose pela Tanto o glucagon e a insulina
degradação de glicogênio( mantém o nível de glicose
glicogenólise ), como também plasmática em normalidade,
aminoácidos. mesmo em jejum prolongado.
Fisiopatologia
Diabetes tipo I

A
hiperglicemia Glicose
de jejum derivada dos
ocorre como alimentos não
Incapacidade
resultado de podem ser
em produzir
uma estocados no
insulina.
produção não fígado (
controlada de hiperglicemia
glicose pelo pós-prandial ).
fígado.
Manifestações clínicas

Glicosúria. Poliúria. polidipsia.


Cetoacidose
diabética
 Tecido adiposo (Gliconeogênese) –
corpo cetônicos – aumenta o PH
sanguíneo – acidose metabólica:
1. Náuseas e vômitos.
2. Hiperventilação.
3. Odor de frutas no hálito.
4. Hipovolemia
5. Coma.
Fisiopatologia
diabetes tipo II.

Existe a necessidade
Sensibilidade de aumento na
Resistência a insulina diminuída dos quantidade de
tecidos para insulina. insulina para uma
resposta efetiva.
2. secreção prejudicada de
insulina

Como o diabetes tipo II esta


associado a obesidade o seu
aparecimento é lento.

OBS – A cetoacidose não


ocorre em diabetes tipo II.

Não possui etiologia definida.


Cuidados com o diabetes tipo II

 Exercícios físicos.

 Perda de peso.

 Orientação na administração dos


hipoglicemiantes orais.

 Cuidados com níveis de glicemia em jejum.

 Evitar o estresse.
Insulinoterapia

1. Tempo de duração.

Insulina de curta ação

 Insulina comum( marca com “R” no frasco )

 Ação em ½ a 1 hora. O pico de ação em entorno de 2 a 3 horas.

 Duração é de 4 a 6 horas.

 Administrada 20 a 30 minutos antes das refeições.

 Insulina com aspecto claro.


Insulina de ação intermediaria.
NPH
 Ação 3 a 4 horas.

 Pico de 4 a 12 horas.

 Duração 16 a 20 horas.

 Tem aspecto branco leitoso.

 Não tem importância o paciente ter alimentado ½ hora antes da


administração.mais é importante alimentar-se no pico da ação da insulina.
Obesidade
A palavra obesidade
deriva do latim obesus,
ob (excesso) e edere
(comer). Significa, assim,
comer em excesso.
IMC
 Obesidade e sobrepeso, que na maioria das vezes são utilizados
como sinônimos, são conceitos distintos.
Causas
 O excesso de gordura resulta
de sucessivos balanços
energéticos positivos, em que a
quantidade de energia ingerida
e maior do que a quantidade
de energia gasta. (Direção
Geral de Saúde, 2004, cit. Por
Pereira, 2004).
 Fatores genéticos/hereditários
e fatores adquiridos podem
estar associados a origem
dessa doença.
Fatores genéticos/
hereditários
 “Há perfis metabólicos desiguais para
os mesmos estímulos, isto é, existe um
componente genético que faz com que
algumas pessoas tenham mais
tendência para engordar do que
outras” Povoas, 2007.

 “Se um progenitor for obeso, tem 40%


de probabilidade de ter filhos obesos
(ou pelo menos com tendência para
isso)” Povoas, 2007.
Fatores adquiridos

 Migração para áreas urbanas

 Maus hábitos alimentares

 Sedentarismo

 Tabaco

 Álcool em excesso
Renda Familiar X Alimentação
Renda familiar x Alimentação

"O consumo de frutas e verduras aumenta


muito com a renda, assim como o de leite
desnatado e os derivados de leite (...).”
Perfil Epidemiológico da
Obesidade Mundial

 A Organização Mundial de Saúde aponta a


obesidade como um dos maiores problemas
de saúde pública no mundo.
 A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3
bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e
mais de 700 milhões, obesos.
 América
 Europa
 Austrália, Japão, Samoa e China
Perfil Epidemiológico da
Obesidade Mundial
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA
OBESIDADE NO BRASIL

 A evolução da obesidade no Brasil situa-se


dentro do corrente processo de transição
nutricional no país.
 A melhoria das condições de vida, maior
cobertura de saúde X urbanização e
alimentação não-saudável sem prática de
exercícios físicos
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA
OBESIDADE NO BRASIL

 Cerca de 32% dos adultos brasileiros têm algum grau de excesso de


peso. Destes, 6,8 milhões de indivíduos (8%) apresentam
obesidade, com predomínio entre as mulheres (70%).
 A distribuição do excesso de peso nas regiões do Brasil:
 Centro-Oeste 31%
 Nordeste 24%
 Norte 34%
 Sul e Sudeste lideram o ranking, sendo no Sudeste o percentual de
36%.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA
OBESIDADE NO BRASIL
 Cresce o número de pessoas com excesso de peso
no país
 52,5% dos brasileiros estão acima do peso, índice
era de 43% em 2006
 17,9% da população está obesa

Fator de risco para doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares
e câncer. Sendo as DCNT correspondentes a 72% dos óbitos no país.
Indicador:
Atividade Física
Atividade Física

 A prática de exercícios físicos está crescendo


no Brasil
 Fator de proteção contra as Doenças Crônicas
Não Transmissíveis
 Segundo a OMS, 3.2 milhões de mortes por
ano no mundo são atribuídas a atividade física
insuficiente
 Sedentarismo é o quarto maior fator de risco
de mortalidade global

A OMS recomenda 150 minutos semanais para atividade física no tempo livre
Indicador: Consumo Alimentar
Consumo Alimentar

 Frutas e hortaliças estão presentes na rotina da


população brasileira
 Aumenta o número de pessoas que buscam uma
alimentação saudável, com menos gordura
 Consumo de sal é alto no Brasil
 População tem substituído refeições por lanches
Ações do Ministério da Saúde
 Plano de Enfrentamento de DCNT – 2011-2012
 Academias da Saúde: 1.568 polos implantados
 Programa Saúde na Escola
1. Beneficia cerca de 18 milhões de estudantes, em 80 mil escolas de 4. 787
municípios
2. Mais de 32 mil equipes de saúde da atenção básica envolvidas na ação
3. Estratégia NUTRISUS
 Guia Alimentar
Revisão do Guia, que traz recomendações que visam a prevenção de doenças
crônicas relacionadas à alimentação
 Guia de Alimentos Regionais
Lançado em 2014 com o objetivo de incentivar a população a aumentar o
consumo de frutas, legumes e verduras, valorizando a alimentação de cada
região brasileira.
 Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade
Plano de Enfrentamento de DCNT – 2011-2012

◦ O Plano visa a preparar o Brasil para enfrentar e deter, nos próximos


dez anos, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), entre as
quais: acidente vascular cerebral, infarto, hipertensão arterial, câncer,
diabetes e doenças respiratórias crônicas. Por meio da promoção do
desenvolvimento e da implementação de políticas públicas efetivas,
integradas, sustentáveis e baseadas em evidências para a prevenção e o
controle das DCNT e seus fatores de risco e fortalecer os serviços de
saúde voltados para a atenção aos portadores de doenças crônicas.
◦ No país, essas doenças constituem o problema de saúde de maior
magnitude e correspondem a cerca de 72% das causas de mortes,
atingindo fortemente camadas pobres da população e grupos mais
vulneráveis, como a população de baixa escolaridade e renda.
Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da
Obesidade
Objetivo: prevenir e controlar a obesidade na população brasileira, por meio de
ações intersetoriais, promovendo a alimentação adequada e saudável e a prática
de atividade física no ambiente que vivemos.
Atenção Básica

 40,6 mil unidades básicas de saúde em funcionamento


 37,8 mil equipes de saúde da família
 3.923 Núcleos de Apoio à Saúde da Família, com
fisioterapeutas, nutricionistas e profissional de educação
física

Aumento de 106% do investimento em atenção básica,


passando de 9,7bilhões para 20 bilhões entre 2010e 2014
Campanha de promoção da Saúde

http://promocaodasaude.saude.gov.br/
Campanha de promoção da Saúde
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www.saude.gov.br/promocaodasaude

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