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Emanuelly Cristina dos Santos Rates

5° Período, Turma B

1. Conceito de imissão na posse:

Na definição do doutrinador Flávio Tartuce, a imissão na posse é uma ação


na qual o proprietário requer, mesmo nunca tendo possuído a coisa, a sua posse.
Como por exemplo os imóveis de leilão, onde o proprietário arremata o bem e deseja
usufruí-lo, adquirindo o direito de pleitear a imissão na posse do imóvel, visto que esse
meio de aquisição lhe confere o domínio sobre a coisa.

2. Que tipo de ação é a imissão na posse?

Alusivo ao tipo de ação da qual a imissão na posse se enquadra, vê-se na


doutrina que ainda há divergência quanto a sua definição. A doutrina acredita se tratar
de uma ação petitória, visto que a ação trata de um pedido de direito. Já o STJ acredita
se tratar de uma ação de domínio, pois o fundamento dessa ação é a propriedade,
não a posse em si. Escreve Tartuce, 2022:

De toda sorte, como a ação é petitória, fundada na propriedade, pelo menos


em regra, fica em dúvida a utilização, na prática, do termo ação de imissão de posse.
Talvez seja mais adequado denominar a demanda como ação reivindicatória, o que
melhor condiz com a sua natureza jurídica.
3. Jurisprudência:

3ª Câmara Cível do Rio de Janeiro


Agravo de Instrumento nº. 06441/2008
1ª Vara Cível – São Gonçalo – Regional de Alcântara
Agravante: HELEODORO VASCONCELOS DA SILVA e OUTRO
Agravado: RODRIGO DE CASTRO PAULA e OUTRO
Relator: Des. RICARDO COUTO DE CASTRO

AGRAVO DE INSTRUMENTO- TERCEIRO INTERESSADO- IMÓVEL- TÍTULO


AQUISITIVO REGULAR – BOA FÉ DO ADQUIRENTE – TUTELA ANTECIPADA
PARA IMISSÃO NA POSSE DEFERIDA EM SENTENÇA – RECURSO NÃO
PROVIDO

O agravo de instrumento versa sobre a sentença procedente de uma ação de


imissão de posse, que foi deferida tutela antecipada para que os então autores do
agravo, desocupassem o imóvel para ser os agravantes imitidos na posse. A razão da
imissão foi acerca de um imóvel adquirido por Rodrigo de Castro Paula e Priscila
Tavares Pereira junto à Caixa Econômica Federal, o réu da ação de imissão Severino
da Silva e sua esposa Márcia se recusaram a atender a solicitação, e assim foi
expedida a tutela de antecipação para que fossem imitidos na posse.

Assim, entraram com um agravo de Instrumentos e o voto versou sobre que o


recurso interposto é tempestivo e guarda os demais requisitos de admissibilidade, de
forma a trazer o seu conhecimento.

Mas a decisão agravada foi mantida, pois o motivo o qual a agravante usou
para entrar com essa ação, foi em relação ao valor de mensalidades referente à
hipoteca, mas essa justificativa já foi utilizada em uma outra ação em face da própria
Caixa Econômica Federal. Assim, foi negado o provimento do recurso de agravo.
Referências Bibliográficas

BRASIL. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Apelação: 28608-54.2015.8.19.0203.


Relator: Ricardo Couto de Castro. Disponível em: <
http://www1.tjrj.jus.br/gedcacheweb/default.aspx?UZIP=1&GEDID=00030010395BA
D203B2C1525C72F211B3CCF8DC402153B3A&USER >. Acesso em: 29 mai. 2022.

TARTUCE, Flávio. Direito civil: direito das coisas. 14. ed., Rio de Janeiro: Forense,
2022.

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