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UNIVERSIDADE ROVUMA

CURSO: ENGENHARIA CIVIL

TEMA:

HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

NOME:

William Leonardo Binali

Nampula
2021
UNIVERSIDADE ROVUMA

TEMA:

HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

NOME:
William Leonardo Binali

Trabalho de caracter avaliativo da


cadeira de Metodologia de
Investigação Científica. para o curso
de Engenharia civil lecionado pela

Docente: Lidia Nece Eusébio.

Nampula
2021
ÍNDIC

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................i
1.1. Objectivos.........................................................................................................................i
1.1.1. Objectivo geral..............................................................................................................i
1.1.2. Objectivos específicos...................................................................................................i
1.2. Metodologias....................................................................................................................i
HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO..........................................................................ii
GENERALIDADES...................................................................................................................ii
2.1. Conceitos.............................................................................................................................ii
2.2. Importância de HST.............................................................................................................ii
2.3. Perigo..................................................................................................................................iii
2.3.1. Classificação de Perigos..................................................................................................iii
2.4. Riscos..................................................................................................................................iv
2.4.1. Avaliação dos riscos........................................................................................................iv
2.4.2. Tipos de riscos..................................................................................................................v
2.5. Medidas de prevenção primária..........................................................................................vi
EQUPAMENTOS DE PROTECÇÃO.....................................................................................xii
3.1. Conceito.............................................................................................................................xii
3.2. Equipamentos de protecção individual (E.P.I’s)...............................................................xii
3.2.1. Características dos E.P.I’s..............................................................................................xii
3.2.2. Tipos dos E.P.I’s............................................................................................................xiii
3.3. Equipamentos de protecção colectiva (E.P.C).................................................................xxv
3.4. Actuação em caso de acidentes....................................................................................xxviii
DIALOGO DIÁRIO DE SEGURANÇA (DDS)...................................................................xxxi
4.1. Significado de DDS........................................................................................................xxxi
4.2. Pirâmide de Bird...........................................................................................................xxxiii
4.2.1. Importância dos estudos de Frank Bird.....................................................................xxxiv
4.2.2. Considerações de Frank Bird......................................................................................xxxv
4.2.3. Conclusão desse estudo...............................................................................................xxxv
CONCLUÃO.......................................................................................................................xxxvi
Bibliografia.........................................................................................................................xxxvii

ÍNDICE DE FIGURAS

Imagem 1 – Sinalização de perigo 1.........................................................................................vii


Imagem 2 – Sinalização de perigo 2.........................................................................................vii
Imagem 3 – Sinalização de perigo 3.........................................................................................vii
Imagem 4 – Sinalização de perigo físicos...............................................................................viii
Imagem 5 – Sinais de aviso.......................................................................................................ix
Imagem 6 – Sinais de atenção.....................................................................................................x
Imagem 7 – Ilustração de EPI's................................................................................................xii
Imagem 8 — Protecção da cabeça...........................................................................................xiv
Imagem 9 — Elementos constituintes de um capacete de protecção......................................xiv
Imagem 10 — Protecção de olhos e rosto................................................................................xv
Imagem 11 — Óculos de protecção incolores.........................................................................xvi
Imagem 12 — Máscara de solda com auto escurecimento......................................................xvi
Imagem 13 — Porta viseiras com protecção frontal..............................................................xvii
Imagem 14 — Tampão auditivo em espuma de poliuretano...................................................xix
Imagem 15 — Protectores auriculares com banda de cabeça..................................................xix
Imagem 16 — Protectores auriculares montados em capacete de protecção..........................xix
Imagem 17 — Protecção dos ouvidos......................................................................................xx
Imagem 18 — Protecção das mãos...........................................................................................xx
Imagem 19 — Bota com biqueira e palmilha de aço...............................................................xxi
Imagem 20 — Galochas de borracha.......................................................................................xxi
Imagem 21 — Respirador purificador de ar...........................................................................xxii
Imagem 22 — Filtro de partículas da classe FFP2................................................................xxiii
Imagem 23 — Protecção das vias respiratórias.....................................................................xxiii
Imagem 24 — Fato de trabalho e de protecção.....................................................................xxiv
Imagem 25 — Cinto de segurança.........................................................................................xxiv
Imagem 26 — Faixas reflectoras............................................................................................xxv
Imagem 27 — Extintor de incêndio.......................................................................................xxvi
Imagem 28 — Fonte lava-olhos...........................................................................................xxvii
Imagem 29 — Sinal de lava-olhos de emergência...............................................................xxvii
Imagem 30 — Chuveiro de emergência..............................................................................xxviii
Imagem 31 — Sinal de chuveiro de emergência.................................................................xxviii
Imagem 32 – Concentração de DDS......................................................................................xxxi
Imagem 33 – Pirâmide de Bird............................................................................................xxxiii
i

INTRODUÇÃO

Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em conta, sendo sim
importante a produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de doença ou mesmo à morte dos
trabalhadores. Para tal contribuíam dois factores:

 Uma mentalidade em que o valor da vida humana era pouco mais que desprezível;
 Uma total ausência por parte dos Estados de leis que protegessem o trabalhador.

Segurança do Trabalho pode ser definida como a ciência que, através de metodologias e
técnicas apropriadas, estuda as possíveis causas de acidentes do trabalho, objectivando a
prevenção de sua ocorrência, cujo papel é assessorar o empregador, buscando a preservação
da integridade física e mental dos trabalhadores e a continuidade do processo produtivo.
i

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

Conhecer a HST (Higiene e Segurança no Trabalho) e os seus objectivos no local de


trabalho;
Combater, as doenças profissionais, identificando os factores que podem afectar o
ambiente de trabalho e o trabalhador, propondo-se eliminar ou reduzir os riscos
profissionais.

1.1.2. Objectivos específicos

Descrever os factores que fazem com que haja a falta de HST nas empresas;
Identificar as acções levadas a cabos pelos empresários e a sociedade na mitigação
deste problema;
Propor estratégias para colmatar a situação da fraca prática de HST nas empresas.

1.2. Metodologias

As metodologias adoptadas compreenderam na primeira fase no levantamento de


dados através da pesquisa de referências bibliográficas e materiais;
A segunda fase segue-se com estruturação das informações com base no guião de
elaboração do trabalho do fim do curso e com a constante supervisão do orientador.
ii

HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

GENERALIDADES

2.1. Conceitos

Higiene e Segurança no Trabalho: conjunto de medidas, ciência, tecnologia e tomadas de


decisões que tem por objectivo a protecção do trabalhador em seu ambiente de trabalho, visando
redução de acidentes e doenças ocupacionais.

Higiene do Trabalho: Conjunto de metodologias indispensáveis a prevenção das doenças


profissionais. Na vertente higiene estudam-se os contaminantes do ambiente, como sejam o
ruído, vibrações, radiações, calor, poeiras, vapores tóxicos.

Segurança do Trabalho: Conjunto de metodologias cuja finalidade e a prevenção de


acidentes de trabalho pela minimização dos riscos associados aos processos produtivos;

Saúde do trabalho: Segundo a OMS, define a saúde como um estado de bem-estar físico,
mental e social, e não meramente a ausência de Doença.

Os responsáveis pela segurança do trabalho em uma empresa e suas respectivas atribuições são:

 Técnico de Segurança do Trabalho;


 Engenheiro de Segurança do Trabalho;
 Médico do Trabalho;
 Enfermeiro do Trabalho.

2.2. Importância de HST

A preocupação com a saúde e o bem-estar dos trabalhadores surgiu por volta da década de 50.
Antes disso, a produtividade era sempre colocada em primeiro lugar e a saúde dos
funcionários ficava em segundo plano.

Com o passar dos anos foi-se percebendo que, além de desumano, não oferecer boas
condições de trabalho afectava a saúde e, consequentemente, a produtividade do trabalhador.
Uma pessoa com problemas de saúde, em algum momento terá que se ausentar da empresa
para se tratar. Da mesma forma que um funcionário saudável consegue trabalhar com muito
mais eficiência.
iii

O desenvolvimento da prevenção de riscos profissionais no local de trabalho e o pressuposto


fundamental para uma melhoria afectiva das condições em que o trabalho é prestado. Neste
âmbito assume uma particular importância as actividades nucleares que os serviços de
segurança e saúde no trabalho desenvolvem.

2.3. Perigo

Fonte ou situação com potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano à
propriedade, meio ambiente, local de trabalho ou a combinação destes.

2.3.1. Classificação de Perigos

Os perigos podem ser classificados quanto à sua natureza em perigos:

 Biológicos: (bactérias, fungos, vírus, parasitas);


 Químicos: (solventes, pesticidas, amianto, sílica, fumaça de cigarro);
 Físicos: (ruídos, radiações, vibrações, calor)

Existem perigos intoleráveis e tratáveis, porém existem perigos que devemos mantê-los em
vigilância, mas não temos como minimizá-los, pois são perigos que dependem de terceiros
(pessoas ou serviços) e está acima de nossas prevenções. Por existirem Perigos “toleráveis” é
que os riscos são eventos não trabalháveis.

Exemplo prático:

Acção: dirigir por um trajeto.


Resultado esperado dessa acção: chegar ao destino com segurança.
Risco: Acidente de trânsito
Perigos:
 Não saber dirigir

 Dirigir em alta velocidade

 Não respeitar as leis de trânsito

 Não fazer a manutenção preventiva do automóvel

 Entre outros.

Acções preventivas e/ou correctivas para minimizar os perigos: Ter carteira de motorista,
respeitar as leis de trânsito, fazer a manutenção do automóvel, etc.
iv

Esses são os Perigos que podemos minimizar ou mitigar para que o risco tenha uma menor
probabilidade de acontecer.

Porém existe um perigo que está “além do nosso controle e mensuração”, que é, por exemplo,
um motorista entrar na contra mão e atingir o nosso automóvel e ocasionar o evento = risco
(acidente de trânsito). Esse perigo é impossível de sanarmos, trabalharmos e agirmos com
acções preventivas.

Devido a isso, acima foi afirmado que o Risco não pode ser trabalhado e sim os perigos

2.4. Riscos

Combinação da probabilidade e das consequências da ocorrência de um determinado


acontecimento perigoso. O risco é, por definição, o produto da probabilidade de uma
ocorrência pela severidade (consequências provocadas pela ocorrência).

2.4.1. Avaliação dos riscos

O conhecimento do nível de perigo e a sua relação com o utilizador e o meio ambiente é o


passo fundamental para se poder obter um equilíbrio entre o risco e a medida de protecção a
implementar.

O conhecimento do perigo passa por analisar:

 Tipo de perigo (químico, térmico, mecânico, físico);


 Intensidade do perigo (concentração, temperatura, etc.).

Dentro de uma empresa são muitos os possíveis riscos a saúde e bem-estar das pessoas,
muitos destes riscos não são facilmente observáveis, segue abaixo uma breve relação dos
tipos de risco.
v

2.4.2. Tipos de riscos

1. Risco Aceitável – Risco que foi reduzido a um nível que possa ser aceite pela
organização, tomando em atenção as suas obrigações legais e a sua própria política da
segurança e saúde do trabalho.

2. Riscos físicos – são agentes de riscos físicos algumas formas de energia as quais os
colaboradores podem se expor como: calor, frio, ruído, radiação, pressão, vibração.

As condições físicas do ambiente em que desenvolvemos o nosso trabalho têm uma


importância fundamental para o bom desempenho das nossas funções, como se sabe gastamos
alguma da nossa energia, para realizar determinada tarefa, sendo importante que as condições
em que estamos inseridos, como, por exemplo, o nível de ruído e a temperatura sejam
aceitáveis, o que nos faz produzir mais com menor esforço.

Quando os nossos limites de tolerância são excedidos, atingimos facilmente o incómodo e a


irritação, causando muitas vezes o aparecimento de cansaço, queda de produção, falta de
motivação e desconcentração.

Pode-se mencionar como principais riscos físicos:

 Ruído, considerando-se todo o som que provoca uma sensação desagradável.


 Vibrações, estas caracterizam-se pela amplitude e frequência.
 Amplitudes térmicas, o frio ou o calor em excesso ou a brusca mudança de
temperatura, são prejudiciais para a saúde.
3. Riscos de acidente – são os acidentes que colocam o colaborador em situação
vulnerável como: probabilidade de incêndio, maquinas e equipamentos sem protecção,
arranjo e armazenamento físico inadequado.
4. Riscos ergonómicos – situações que afectam as características psicofisiologias do
colaborador tais como: movimentos repetitivos, levantamento de peso, postura
inadequada, monotonia.
Por vezes verifica-se que não há uma adaptação perfeita do posto de trabalho às
características do operador, quer quanto à posição do equipamento com que trabalha,
vi

quer no espaço disponível ou na posição das ferramentas e materiais que utiliza nas
suas funções.
5. Riscos biológicos – qualquer exposição a agentes biologicamente nocivos, por
exemplo: bactérias, vírus, fungos.
6. Riscos químicos
É considerado risco químico qualquer agente químico, que possa penetrar no
organismo do colaborador por qualquer meio, com inalação, contacto com a pele,
ingestão acidental.

Lesão Corporal - É qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por
exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.
Perturbação Funcional - É o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por
exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma
perturbação funcional.
Líderes de segurança também enfatizaram que essas acções são mais eficazes quando
direccionadas a incidentes e acidentes menores com alto potencial de perda futura.

2.5. Medidas de prevenção primária

a) Avaliação do processo produtivo e identificação de potenciais riscos inerentes à


actividade.

A avaliação de processos produtivos significa distinguir, por exemplo, riscos na Agricultura,


riscos na Construção Civil, na mineração a céu aberto e na mineração subterrânea, gases
tóxicos, actividades em altas temperaturas, em muito baixas temperaturas, nas demolições, no
enrocamento de pedras, os riscos estradais, radiações, etc.

b) Definição e adopção de medidas preventivas.

A prevenção primária consiste, fundamentalmente, em evitar/prevenir a ocorrência de um


acidente de trabalho ou de uma doença profissional, através da eliminação dos factores de
vii

risco, como por exemplo, o uso de equipamentos de protecção individual e indução dos

trabalhadores antes do início da execução das tarefas contratualmente acordadas.

c) Indução dos trabalhadores

Significa formação ou treinamento do trabalhador no sentido de este interpretar o sinal e


adoptar o comportamento recomendado pelo sinal.

Importa sublinhar que a indução dos trabalhadores é um aspecto crucial porque também há
muitos casos de acidentes que ocorrem em locais sinalizados com proibição de circulação.

d) Sinalização de perigos

Geralmente a sinalização é feita por sinais luminosos e figuras que alertam, avisam e
recomendam certo comportamento.

Risco de choque eléctrico, este equipamento opera a 230V o


que poderá ser letal em caso de contacto.

Imagem 1 – Sinalização de perigo 1

Alta temperatura à superfície do equipamento.

Imagem 2 – Sinalização de perigo 2


viii

Este equipamento requer bastante


cuidado e atenção no seu manuseamento.

Imagem 3 – Sinalização de perigo 3

Imagem 4 – Sinalização de perigo físicos


ix

Imagem 5 – Sinais de aviso


x

Imagem 6 – Sinais de atenção

e) Medidas de Prevenção Secundária

Investigação de acidentes com a concorrência da Inspecção Geral do Trabalho e a importância


das lições aprendidas na adopção de medidas adicionais ou secundárias incluindo a
sinalização adicional e indução adicional sempre que se mostra necessário.

É por isso que são medidas de prevenção secundária.

O Regulamento da Inspecção Geral do Trabalho, aprovado pelo Decreto nº 45/2009, de 14 de


Agosto, obriga nos seus artigos 41 e 42, a comunicação à IGT de todos os acidentes de
trabalho ou doenças profissionais ocorridos para permitir todo este trabalho incluindo também
a produção e avaliação de estatísticas que vão facilitar ou propiciar adopção de novas políticas
públicas, incluindo de carácter normativo tendo como desiderato, fazer face a realidade
estatística.
xi

Comissões de Higiene e Segurança no Trabalho

De acordo com o artigo 217 da Lei do Trabalho, as comissões de higiene e segurança no


trabalho, têm a obrigatoriedade de transmitir informação e dar formação aos trabalhadores,
sobre os potenciais riscos e as respectivas medidas de prevenção, protecção e coordenar
medidas a adoptar em caso de perigo grave e iminente.

Ou seja, fazem a auto inspecção a própria empresa.

Esta é uma inspecção permanente feita pela própria empresa e comunica seus relatórios à
IGT.

A IGT pode decidir inspeccionar uma empresa na base destes relatórios querem mensais ou
trimestrais.

Acção Correctiva - Acção que visa eliminar a causa de uma não conformidade detectada ou
de outra situação indesejável.

Acção Preventiva - Acção que visa eliminar a causa de uma potencial não conformidade ou
de outra potencial situação indesejável.
xii

EQUPAMENTOS DE PROTECÇÃO

3.1. Conceito

3.2. Equipamentos de protecção individual (E.P.I’s)

Os E.P.I ̛s são qualquer equipamento de uso individual destinado a proporcionar segurança e


garantir a saúde de quem o utiliza em suas funções de trabalho. Em algumas funções o uso de
E.P.I ̛s é compulsório, sendo a empresa obrigada a fornecer o equipamento e o colaborador a
usar.

É importante ainda que durante a fase de selecção dos EPI’s seja feito um teste em conjunto
com os trabalhadores, recolhendo a sua opinião quanto às características dos equipamentos a
serem utilizados em relação ao seu conforto, facilidade de utilização, etc., pois a sua
participação na escolha nos EPI’s a usar, facilita a implementação do programa uma vez que
todos se sentem envolvidos no processo desde o início.

Imagem 7 – Ilustração de EPI's

3.2.1. Características dos E.P.I’s

Os E.P.I ̛s para serem eficazes devem:

 Serem adequados aos riscos a prevenir e as condições dos postos de trabalho;


 Não deverão implicar um aumento do risco que pretendem minimizar ou provocar
outro risco;
xiii

 Estarem de acordo com as normas aplicáveis de segurança e saúde, em termos da sua


concessão e fabrico;
 Atenderem as exigências ergonómicas e de saúde dos trabalhadores;
 Serem de uso individual (salvo em casos excepcionais, onde se deverá garantir a
salvaguarda das condições de saúde e higiene de cada trabalhador);
 Caso seja necessária a utilização de mais de um EPI em simultâneo, deve garantir-se a
sua compatibilidade e eficácia.
 Homologados (declaração CE conformidade).

Feito o levantamento de riscos existentes, é necessário proceder à escolha dos E.P.I ̛s.

A escolha do EPI mais adequado deve ter em conta os seguintes factores:

 Características do operador;
 Duração do EPI;
 Gravidade do risco;
 Frequência da exposição ao risco;
 Características do posto de trabalho em causa.

3.2.2. Tipos dos E.P.I’s

 Protecção da cabeça;
 Protecção dos olhos e do rosto;
 Protecção dos ouvidos;
 Protecção das mãos;
 Protecção dos pés e pernas;
 Protecção das vias respiratórias;
 Protecção contra quedas.

Quando se deve utilizar cada tipo de EPI’s:

Protecção da cabeça – nos trabalhos onde existe o risco de lesão na cabeça pela queda de
objectos, golpes, projecções ou possível contaminação do material manuseado – capacete,
gorro, boné.
xiv

Imagem 8 — Protecção da cabeça

Os capacetes devem ser dotados de elevada resistência ao impacto e à penetração. O capacete


é essencialmente constituído pelo casco e pelo arnês, segundo a Norma Portuguesa NP EN
397:1997.

Calote

Cintas de Amortecimento
Banda de cabeça Arnês
Viseira
Precinta de nuca

Aba

Imagem 9 — Elementos constituintes de um capacete de protecção

O arnês é constituído por um conjunto de elementos destinados a absorver a energia cinética


transmitida pelo choque, tem também como função manter a posição correcta do capacete na
cabeça do utilizador. É constituído por:

 Cinta de amortecimento — conjunto de fitas resistentes que ligam o casco à


banda de cabeça, destinadas a absorver e a distribuir a energia cinética resultante
do impacto sobre o capacete.
 Banda de cabeça — cinta flexível que se ajusta ao perímetro do crânio.
xv

 Precinta de nuca — apêndice da banda de cabeça com funções de banda de


cabeça com funções de ajustamento e consequentemente manutenção de uma
posição conectado capacete.

Casco é a parte exterior e confere resistência ao capacete, constituído por bordos livres e
arredondados. É constituído por:

 Calote: elemento resistente, com acabamento liso, que dá a forma ao capacete.


 Viseira: prolongamento da calote sobre os olhos.
 Aba: parte que circunda a calote, de dimensão variável.

Protecção dos olhos e rosto – trabalhos onde existe o perigo de projecção de partículas,
radiações nocivas ou em presença de gases irritantes para os olhos – óculos e viseiras.

Imagem 10 — Protecção de olhos e rosto

Os olhos constituem uma das partes mais sensíveis do corpo, onde os acidentes podem atingir
a maior gravidade.

As lesões nos olhos, ocasionadas por acidentes de trabalho podem ser devidas a diferentes
causas:

 Acções mecânicas, através de poeiras, partículas ou aparas.


 Acções ópticas, através de luz visível (natural ou artificial), invisível (radiação
ultravioleta ou infravermelha) ou ainda raios laser.
 Acções químicas, através de produtos corrosivos (sobretudo ácidos e bases).
 Acções térmicas, devidas a temperaturas extremas.

Os óculos de protecção, usados na protecção dos olhos, devem ajustar-se correctamente à face
do operador e em nenhuma circunstância devem limitar excessivamente o campo de visão (no
xvi

máximo 20%), os seus vidros devem ser resistentes ao choque, à corrosão e às radiações,
conforme os casos.

Os vidros dos óculos de protecção podem ser de dois tipos:

 Vidros de segurança, transparentes, contra acções mecânicos ou químicas. Podem ser


feitos de vidro temperado ou de plástico (termo plástico ou plástico termo endurecido).
 Vidros coloridos, de efeito filtrante, contra acções ópticas. Podem usar-se os
materiais anteriormente referidos ou ainda vidro normal, isto sempre que não é
previsível qualquer acção mecânica.

Imagem 11 — Óculos de protecção incolores

Imagem 12 — Máscara de solda com auto escurecimento


xvii

Imagem 13 — Porta viseiras com protecção frontal

Protecção dos ouvidos – nos trabalhos onde o nível de ruído excede os valores aceitáveis –
tampões, moldáveis ou não, auscultadores, protectores auriculares adaptáveis a capacete,
protector contra o ruído equipado com aparelho de intercomunicação.

A protecção auditiva pode ser obtida através da utilização de três tipos de equipamentos
diferentes, conforme apresentado na tabela seguinte:

SEGUNDO A FORMA OU MODO DE UTILIZACAO


Abafadores  Com banda (de cabeça, de pescoço de queixo e
(protectores auriculares) universal)
 Montados em capacete de protecção
Tampões auditivos  Pré-moldados

 Moldados pelo utilizador (compressíveis)

 Feitos por medida

 Ligados por uma banda


Capacetes acústicos
Permitem reduzir, com vantagem, a transmissão das ondas acústicas à caixa craniana
Tabela 1 — Protecção auditiva

Segundo o seu modo de funcionamento existem duas classes de protectores auditivos:


 Protectores passivos: conferem a atenuação por meios passivos, ou seja, sem a
utilização de quaisquer mecanismos adicionais. Podem ser protectores auriculares ou
tampões auditivos.
xviii

 Protectores não passivos: estes dispositivos podem, igualmente, ser protectores


auriculares ou tampões auditivos e incorporar componentes mecânicos ou
electrónicos.

Existem cinco tipos de protectores não passivos, sendo eles:

 Protectores auditivos com atenuação dependente do nível sonoro: habitualmente


incorporam um filtro acústico (válvulas dinâmicas, fendas), estes permitem a
transmissão de níveis baixos de pressão sonora, ainda que ofereçam uma maior
atenuação relativamente a níveis elevados de pressão sonora.
 Protectores auditivos com restauração de som dependente do nível sonoro:
incorporam um sistema electrónico de reprodução do som. Quando os níveis sonoros
são baixos, o som detectado, por um microfone externo, é retransmitido e amplificado
para um altifalante localizado no interior da calote do protector auricular. A finalidade
principal destes protectores, assim como o dos anteriores, é assegurar a protecção
contra o ruído intermitente ou impulsivo, permitindo a comunicação durante os
períodos silenciosos.
 Protectores com atenuação uniforme (frequência linear): atenuam os níveis de
pressão sonora de forma uniforme em todo o espectro. Comportam, igualmente,
elementos estruturais, como válvulas, diafragmas ou canais acústicos. Embora
apresentem uma performance modesta., têm a vantagem de minimizar a distorção
habitualmente provocada pela utilização dos protectores auditivos.
 Protectores com redução activa de ruído (RAR): através de um sistema electrónico,
promovem a interferência destrutiva das ondas de igual nível de pressão sonora, de
fase oposta, também designadas por ondas de contra fase. Os protectores RAR são
geralmente do tipo abafador. São, particularmente, eficientes nas baixas frequências
(entre 50 a 500 Hz), para as quais os protectores convencionais apresentam em norma
eficiências mais baixas.
 Protectores que integram equipamentos de comunicação: este tipo de protectores,
geralmente do tipo abafador, permite a transmissão de mensagens ou a percepção de
sinais importantes para a realização das diferentes tarefas.
xix

Imagem 14 — Tampão auditivo em espuma de poliuretano

Imagem 15 — Protectores auriculares com banda de cabeça

Imagem 16 — Protectores auriculares montados em capacete de protecção


xx

Imagem 17 — Protecção dos ouvidos

Protecção das mãos – nos trabalhos onde existe o perigo de lesão das mãos (corte,
esfolamento irritação da pele) – luvas, punhos de couro.

Imagem 18 — Protecção das mãos

Protecção dos pés e das pernas – nos trabalhos onde existe o risco de lesão dos pés e das
pernas – sapatos e botas de biqueira e palmilha de aço, protectores amovíveis do peito do pé.

A protecção dos pés deve ser considerada quando há possibilidade de lesões a partir de efeitos
mecânicos, térmicos, químicos ou eléctricos. Por vezes descuidamos um pouco o cuidado que
há a ter com os membros inferiores, pensado que estes são pouco vulneráveis a acidentes,
quando a realidade aponta no sentido contrário. Quando há possibilidade de queda de
materiais, deverão ser usados sapatos ou botas (de borracha ou couro) revestidos
interiormente com biqueiras de aço, eventualmente com reforço no peito do pé, este tipo de
calçado é essencialmente determinado para trabalhos de conservação e de manutenção. Por
xxi

vezes, existe o risco de perfuração da planta do pé (ex: trabalhos de construção civil), sendo
essencial o uso de palmilhas de aço no respectivo calçado.

A sola é um dos componentes mais importantes do calçado de protecção. O neopreno, o


poliuretano, e mais recentemente, o elastómero de acrilonitrilo são os materiais mais usados
na sua confecção.

As galochas de borracha de cano alto são indicadas para trabalhos em meios húmidos ou
encharcados, as solas devem ser antiderrapantes (em PVC ou neopreno), obtendo assim
melhor aderência ao solo.

A resistência ao calor é conseguida através da utilização de materiais como o couro ou em


casos mais graves, a utilização de fibras sintéticas com revestimento reflector (aluminizado)
pode ser bastante eficaz.

Imagem 19 — Bota com biqueira e palmilha de aço

Imagem 20 — Galochas de borracha


xxii

Protecção das vias respiratórias - nos trabalhos onde existe o perigo de aspiração / inalação
de substâncias perigosas ou em trabalhos com deficiência de oxigénio – aparelhos filtrantes,
máscaras com e sem filtro.

Nos locais de trabalho por vezes encontram-se atmosferas contaminadas devido à existência
de agentes químicos perigosos e agressivos, tais como gases, vapores, fibras, poeiras, existe
portanto a necessidade de uma protecção adequada das vias respiratórias, que deve ser feita
através de dispositivos de protecção respiratória. Os dispositivos de protecção respiratória
englobam:

 Aparelhos filtrantes: (máscaras), munidos de filtros adequados e que, devem ser


utilizados apenas quando a concentração de oxigénio na atmosfera no local de trabalho
é de, pelo menos, 17% em volume.
 Filtros de gases e vapores: que se destinam à retenção de gases e vapores tóxicos
presentes na atmosfera do local de trabalho.
 Filtros físicos ou mecânicos: que se destinam à retenção de partículas em suspensão
no ar (aerossóis líquidos ou sólidos).
 Filtros mistos: são uma combinação de filtros de gases e vapores e filtros de
partículas e destinam-se à retenção de partículas sólidas bem como gases e vapores do
ar.

Os aparelhos de protecção respiratória podem ser classificados da seguinte forma segundo a


NP EN-133:1996.

Imagem 21 — Respirador purificador de ar


xxiii

Imagem 22 — Filtro de partículas da classe FFP2

Imagem 23 — Protecção das vias respiratórias

Estes EPI´s são considerados de protecção parcial, isto porque protegem uma zona específica
do corpo.
Os EPI de protecção total são:

 Fatos de trabalho e de protecção;


 Os cintos de segurança;
 As faixas reflectoras.

Fato de Trabalho e de protecção deve ser:

 De fácil limpeza e desinfecção;


 Justo ao corpo do trabalhador;
 Ter mangas justas ou que possam ser ajustadas por meio de dispositivos adequados;
xxiv

 Ter o mínimo possível de elementos que possam criar perigo (botões, bolsos nas
mangas, etc)

Imagem 24 — Fato de trabalho e de protecção

 Cintos de segurança - Tem como finalidade suster e travar o corpo do trabalhador em


determinadas operações de risco de queda de altura;

Imagem 25 — Cinto de segurança

 Faixas reflectoras - Tem como finalidade sinalizar o trabalhador em locais mal


iluminados ou onde existe o risco de colisão ou de atropelamento. Estas faixas deverão
ser colocadas nas mangas, nas costas ou nas pernas consoante os lugares e actividades
a desenvolver.
xxv

Imagem 26 — Faixas reflectoras

Quando se trata de Protecção Individual o princípio é:


“Proteger tão pouco quanto possível, mas tanto quanto necessário”

3.3. Equipamentos de protecção colectiva (E.P.C)

Os E.P.C ̛s são qualquer equipamento de uso colectivo destinado a proporcionar segurança e


garantir a saúde de quem o utiliza em suas funções de trabalho.

Os equipamentos de protecção colectiva, devem ter sempre supremacia sobre os individuais,


estes são utilizados para combater directamente o risco, procurando eliminá-lo ou minimizá-
lo.

O EPC é usado para eliminar/minimizar situações de risco, inclusivamente pode evitar o


acidente.

Como exemplos de equipamentos de protecção colectiva podem ser mencionados:

 Extintores de incêndio;
 Lava-olhos;
 Chuveiros de segurança;
 Redes de protecção;
 Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência);
 Kit de primeiros socorros.
xxvi

 Extintores de incêndio

Objectivos: Apagar ou controlar o incêndio até os bombeiros chegarem no local.

Utilização: Retirar a cavilha de segurança e accionar o exterior. Não se aproxime de imediato


do foco de incêndio deve faze-lo progressivamente e cautelosamente.

Varra toda a superfície que está a arder dirigindo o jacto para a base das chamas e nunca para
o topo.

Disperse o jacto lentamente por toda a superfície.

Imagem 27 — Extintor de incêndio

 Fonte de lava-olhos

Aplicação: No caso de salpicos para os olhos de um produto perigoso

Objectivo: Remover o composto perigoso dos olhos.

Utilização: Retirar as tampas de segurança e empurrar o manípulo accionando assim os jactos


de água.

Colocar os olhos abertos sobre o jacto, sem esfregar.

Deixar o jacto de água contactar directamente com os Olhos e face.

A operação deve demorar 10 a 15 minutos.


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Imagem 28 — Fonte lava-olhos

Imagem 29 — Sinal de lava-olhos de emergência

 Chuveiro de emergência

Aplicação: No caso de derrame de um produto perigoso sobre o corpo ou no caso de fogo.

Objectivo: Extinção do fogo ou remoção do composto perigoso.

Utilização: Colocar-se debaixo do chuveiro;

 Accionar o manípulo;
 Retirar as roupas contaminadas, enquanto a água está a ser aplicada.

Localização: Perto do elevador de cargas, este local tem de estar longe de fontes eléctricas e
totalmente desobstruído para funcionamento eficaz.
xxviii

Imagem 30 — Chuveiro de emergência

Imagem 31 — Sinal de chuveiro de emergência

A utilização de EPI nunca deverá prejudicar o desenvolvimento e aplicação de outras medidas


de segurança. Também não deverá ser utilizado antes de se ter esgotado todas as
possibilidades de eliminar o risco através da utilização de EPC, métodos ou processos de
organização do trabalho.

3.4. Actuação em caso de acidentes

Primeiros socorros

Olhos

Em caso de ocorrência de projecção de líquidos irritantes ou corrosivos nos olhos, estes


devem ser lavados de imediato de forma demorada e abundante com água corrente.

Nunca esfregar a zona afectada.


xxix

Pele e Roupa

Em caso de contacto de líquidos irritantes, corrosivos ou tóxicos com a roupa ou a pele, lavar
de imediato as partes do corpo atingidas com água corrente e abundante.

Colocar-se debaixo do chuveiro de emergência.

Despir as roupas atingidas antes de o produto atingir a pele.

Vias respiratórias

Quando existe contacto de gases e vapores tóxicos com as vias respiratórias, o intoxicado
deve ser retirado imediatamente do local.

Colocar o acidentado em local arejado.

Eliminar todos os fogos nus e pontos quentes se houver a suspeita da presença de gases
inflamáveis.

Ingestão de Produtos Químicos

Neste caso o sinistrado deve lavar a boca com água abundante, mas nunca ingeri-la.

Chamar a ambulância.

Pedir informação ao Centro Antiveneno procurando saber como se deve proceder face à
natureza do produto ingerido.

Fogo

A pessoa que está a fazer o combate ao incêndio deve estar sempre num local onde seja
possível a fuga caso a situação se descontrole.

Se as suas roupas pegarem fogo, deite-se no chão e rebole de modo a abafar o fogo,
seguidamente use o chuveiro de emergência.

Se o fogo for muito grande, active o alarme de incêndio de forma a alertar os restantes
ocupantes do edifício, caso o alarme de incêndio não funcione avise todos os ocupantes
verbalmente.
xxx

Se houver oportunidade desligue os equipamentos que utilizam combustível e feche as


torneiras. Não desligue os exaustores, estes evitam a acumulação de fumos.

Feche a porta atrás de si para evitar uma propagação mais rápida do fogo.

Evacue o edifício e espere pela brigada de incêndios, informe a localização exacta do


incêndio e dos químicos existentes no local bem como o seu tipo.

Não entre no edifício, antes de ser dada autorização por parte da brigada de combate a
incêndios.
xxxi

DIALOGO DIÁRIO DE SEGURANÇA (DDS)

4.1. Significado de DDS

O DDS – Dialogo Diário de Segurança é destinado a despertar no colaborador a


conscientização envolvendo suas actividades diárias, essa em respeito a sua segurança, meio
ambiente, saúde e qualidade.

Ela é aplicada geralmente em um tempo de 5 a 15 minutos, sempre antes do inicio da jornada


de trabalho, este tempo é reservado para discussões e instruções básicas de assuntos ligados a
prevenção de acidentes relacionados a saúde e segurança.

A ferramenta de DDS teve sua origem na década de ’90 e teve sua ampliação para muitas
outras ferramentas, tais como: DDHSMA – Diálogo Diário de Higiene Segurança e Meio
Ambiente; DDHS – Diálogo Diário de Higiene e Segurança; DHSMQ – Diálogo Diário de
Higiene, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade, entre muitos outros.

Imagem 32 – Concentração de DDS

A importância do DDS Como diz sua definição, o DDS é uma ferramenta muito poderosa
quando se diz respeito à prevenção de acidentes do trabalho.
xxxii

Esta medida é fundamental e vem ganhando cada vez mais espaços, inclusive entre os
técnicos de segurança de trabalho, justamente por posicionar aos trabalhadores a
conscientização da importância de se ter a segurança aplicada em suas actividades.

 Os benefícios do DDS

Cinco benefícios que o DDS traz para a empresa que o realiza:

1. Redução de custo com assistência médica


2. Redução de acidentes no trabalho
3. Melhoria na produtividade e ambiente de trabalho
4. Aumento do comprometimento dos trabalhadores
5. Aumento do nível de satisfação e segurança dos colaboradores
 Como realizar o DDS

A ferramenta pode ser aplicada pelo empregador, supervisor, membros da SESMT, membros
da CIPA, técnico de segurança ou funcionário que foi designado a realizar a actividade.

A primeira medida antes de realizar o DDS é informar aos funcionários o que é esta
ferramenta e o porque está sendo inserida no horário de trabalho, é importante ressaltar que
pode ser um procedimento simples e rápido mas que traz grande eficiência em relação a
prevenção de acidentes.

 Dicas para realização do DDS:


1. O diálogo deve ser rápido, como comentamos no primeiro tópico, ele deve ser
realizado em um tempo de 5 a no máximo 15 minutos.
2. O Conteúdo deve ser objectivo e nele trazer temas e histórias actuais e interessantes
que pegue a atenção dos colaboradores.
3. Faça a reunião com uma língua atraente, é importante falar a “língua do funcionário”.
4. Deve-se deixar disponível a todo o calendário dos encontros da DDS, assim como os
assuntos que serão abordados.
5. Traga pessoas especializadas na área para falar sobre os assuntos tratados, isso passará
credibilidade e maior responsabilidade aos colaboradores.
6. Deixe sempre espaço para dúvidas ou sugestões no final de cada DDS.
7. Documente tudo que for tratado no DDS, seja sugestões ou novos tópicos a serem
discutidos assim garante uma melhor organização.
xxxiii

8. Pensando na importância da segurança dos trabalhadores, a INBEP desenvolveu uma


excelente plataforma de cursos voltados a segurança do trabalho, onde todos são
certificados atendendo as normas do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

4.2. Pirâmide de Bird

Imagem 33 – Pirâmide de Bird

Segundo estudos da Insurance Company of North América (1969), 96% dos acidentes têm
como causa os comportamentos inseguros.

Acima a Pirâmide de Bird, estudada para um total de 3x10 9 homens/horas trabalhadas, que
mostra que para cada acidente com lesão grave tem-se dez ocorrências com lesão leve, trinta
danos à propriedade, seiscentos quase acidentes e trinta mil desvios comportamentais. Essa
estatística identifica o alto índice de desvios que são os geradores dos acidentes do trabalho e
ressalta a importância de se trabalhar a questão comportamental na busca pela redução nos
níveis de acidentes.

Comportamento seguro é toda acção que está dentro de um padrão de segurança no exercício
de uma actividade, onde todos devem estar conscientes e determinados a cumprir todas as
normas de segurança, por mais simples que sejam.

Ao implantar este programa, numa determinada empresa, busca o objectivo de mobilizar e


promover em toda a empresa uma linha de conduta preventiva em relação aos riscos,
reduzindo a possibilidade de acidentes.
xxxiv

A aplicação do programa de comportamento seguro tem a intenção de observar e avaliar, mas


para alertar, corrigir e incentivar as atitudes correctas, sem caçar erros ou apontar culpados.
Não é objectivo avaliar para criticar ou punir.

Dessa forma, tem-se abaixo alguns aspectos importantes para o comportamento seguro:

 Saber reconhecer o perigo: não pensar que acidentes só acontecem com os outros, pois
este é o caminho mais curto para que eles aconteçam com você;
 A segurança é mais importante que a velocidade, ou seja, não vale a pena abrir mão da
segurança por achar que de outro jeito é possível fazer melhor ou mais rápido;
 Fazer do jeito certo sempre: seguir à risca as normas de comportamento seguro,
podendo até não ser tão cómodo, mas o risco não compensa;
 Acostumar-se à segurança: se você trabalha há anos do mesmo jeito, mas esse jeito
não é o mais seguro, é preciso mudar os hábitos;

O processo de comportamento seguro é uma abordagem utilizada na prevenção de acidentes


que ajuda a obter melhorias contínuas no desempenho de Segurança. Esta abordagem é um
processo de melhoria da qualidade aplicado à segurança.

4.2.1. Importância dos estudos de Frank Bird

O que este estudo trouxe à tona é que lesões importantes/graves são esporádicas, então
devemos tomar medidas nos eventos mais recorrentes e menos comprometedores para
diminuir a chance de perda total de acidentes decorrentes.

Com certeza os resultados desses estudos de Bird trouxeram um grande alento nas
organizações onde se poderia “prever” a partir desses dados, possíveis causas danosas em
todos os sentidos.

Com isso se poderia a partir dessa teoria, actuar de várias maneiras para coibir essas possíveis
causas como:

Uma actuação em conjunto, onde cada funcionário, informando os problemas (incidentes), ao


seu supervisor imediato, e este procurando junto aos órgãos responsáveis, a solução do
problema, isto os levará ao domínio da situação.
xxxv

Trabalho de conscientização de estarem trabalhando na base da PIRÂMIDE, eliminando as


causas dos acidentes.

A capacidade de elaborar planos realistas e favoráveis, para evitar frustrações desnecessárias.

A manutenção de visões pessoais e organizacionais positivas e confiantes na superação das


dificuldades.

O desenvolvimento constante das habilidades de comunicação e resolução de problemas, e a


capacidade de gerenciar factores de risco.

Veja na matéria “Etiqueta de segurança”, uma ferramenta poderosa que contribui para a
eliminação de possíveis causas de acidentes e/ou incidentes.

4.2.2. Considerações de Frank Bird

Frank Bird contínua, como consideramos a relação, observamos que foram notificados 30
acidentes de danos materiais por cada lesão grave ou incapacitante. Os incidentes de danos
causados na propriedade custam bilhões de dólares por ano e, no entanto, eles são
frequentemente mal mencionados e chamados de “acidentes próximos”.

Ironicamente, essa linha de pensamento reconhece o fato de que cada situação de danos à
propriedade provavelmente poderia ter resultado em ferimentos pessoais. Remanescente de
treinamento anterior e equívocos que levaram os supervisores a relacionar o termo “acidente”
apenas com uma lesão.

4.2.3. Conclusão desse estudo

Importante ressaltar que o estudo de proporção era de um certo grupo de organizações em um


determinado momento. Não é necessariamente que a proporção seja idêntica para qualquer
grupo ou organização profissional específica.

Essa não é sua intenção baseado nesse estudo, o ponto significativo e que vale ressaltar é que
as lesões maiores são eventos raros e que muitas oportunidades são oferecidas pelos eventos
mais frequentes e menos graves para tomar medidas para evitar que ocorram grandes perdas.

Líderes de segurança também enfatizaram que essas acções são mais eficazes quando
direccionadas a incidentes e acidentes menores com alto potencial de perda futura.
xxxvi

CONCLUÃO

Mediante a análise teórica e os aspectos levantados sobre a segurança do trabalho


apresentados ao longo deste trabalho, conseguiu-se demonstrar as novas tendências
relacionadas à segurança do trabalho, bem como os caminhos que as organizações estão
tomando na busca pela redução nos níveis de acidentes.

Os sistemas tradicionais utilizam ferramentas que, no curso das últimas décadas, tem
demonstrado sua eficácia na prevenção de acidentes e doenças. No entanto, somente os meios
tradicionais muitas vezes não são suficientes para se atingir a excelência em termos de
segurança no trabalho.
xxxvii

Bibliografia

BOLETIM DA REPÚBLICA. Lei n.º 23/2007;

CONSTITUÍÇÃO DA REPÚBLICA, 2004;

CABRAL, F. A.; ROXO, M. M. (2003); Segurança e Saúde do Trabalho, 2ª edição

http://www.ehs.okstate.edu/hazmat/lab_man.pdf

MIGUEL, A.S. (2010), Manual de Higiene e Segurança do Trabalho, 11Ed. Porto Editora.

PINTO, A.; Manual de Segurança, 3ª edição, 2008

http://www.factorsegur.pt/shst/docinformativos/EPIsEquiproteccaoindividual.html

http://www.factor-segur.pt/shst/docinformativos/Perigorisco.html

Portal Empresarial da Maia, Equipamento de protecção individual

http://negocios.maiadigital.pt/hst/equipamento_proteccao_individual.

VEIGA, R. (coord.) (2009), Segurança, Higiene e Segurança no Trabalho, Veriag-Dashofer

http://blog.inbep.com.br/o-que-e-dds-e-qual-e-sua-importancia/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Herbert_William_Heinrich

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