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Governador do Estado de Minas Gerais

Romeu Zema Neto

Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública


Rogério Greco

Diretor-Geral da Academia Estadual de Segurança Pública


Marco Aurélio Matos da Costa

Coordenadora-Geral de Planejamento Psicopedagógico


Natália Nascimento Rodrigues

Coordenador-Geral de Planejamento Operacional


Maik Diego de Paula

Coordenador do Núcleo de Extensão e Pesquisa


Fernando José Soares de Andrade

Coordenadora do Setor de Metodologia Inovadoras


Fabiana Gomes Prais

Coordenador do Setor de Ensino a Distância


Weidson Leles Gomes

Elaboração
Fabiana Gomes Prais

Colaboradores
Danielle Aparecida Barbosa ¹
Maristela Esmério de Andrade Pessoa ²
Miriam Célia dos Santos ³
Roselaine de Jesus Medeiros ⁴

Belo Horizonte, MG

2024

_____________________________________________________________________________________
1. Formada em Pedagogia e Psicologia, Mestre em Psicologia, atua como Analista Executiva de Defesa Social na Diretoria de Ensino
e Profissionalização do Depen. 2. Formada em Letras, atua como Policial Penal, Diretora de Ensino e Profissionalização do Depen. 3.
Formada em Pedagogia, atua como Analista Executiva de Defesa Social, Coordenadora da Diretoria de Ensino e Profissionalização
do Depen. 4. Formada em Pedagogia, Mestre em Educação Prisional, atua na Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais.
Conversa Inicial 5
1. EDUCAÇÃO: DIREITO PARA AS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE PRIVAÇÃO
DE LIBERDADE 6
1.1 Direito à educação em âmbito internacional 6
1.2 Como as legislações e normativos retratam o direito à educação para as
pessoas em situação de privação de liberdade 17
1.3 Panorama da oferta da educação formal no Sistema Prisional de Minas Gerais
20
1.4 A Diretoria de Ensino e Profissionalização (DEP) da Secretaria de Estado de
Justiça e Segurança Pública 30
1.5 Remição de pena 39
2. A COMUNICAÇÃO ENTRE A UNIDADE PRISIONAL E A ESCOLA 42
2.1 O papel do Analista Executivo de Defesa Social (ANEDS) - Pedagogo servidor
da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública - Sejusp 42
2.2 O papel do Pedagogo servidor/designado da Secretaria de Estado de
Educação 46
2.3 O Núcleo de Ensino e Profissionalização (NEP) 49
2.4 Organograma e fluxo de comunicação 50
2.5 O Conselho Disciplinar na Unidade Prisional 52
2.6 A Comissão Técnica de Classificação 54
3. O ACESSO DE SERVIDORES/COLABORADORES À UNIDADE PRISIONAL 56
3.1 Objetos de entrada proibida ou restrita 60
3.2 Entrada e utilização de equipamentos eletrônicos 61
3.3 Procedimento de revista 62
3.4 Vistoria e guarda de pertences 66
3.5 Como agir em situações de risco à segurança 69
4. O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO 72
4.1 Acolhida 72
4.2 Assistência material 73
4.3 Assistência multiprofissional ao preso 75
CONCLUSÃO 77
Sugestões de Leitura 78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 81
Conversa Inicial

Caro (a) cursista, seja bem-vindo(a) ao curso de Introdução às Normas e


aos Procedimentos para Docentes atuantes no Sistema Prisional de Minas
Gerais!

Este curso foi especialmente pensado para os profissionais docentes que


direcionaram suas carreiras para atuação nas escolas em funcionamento nas
Unidades Prisionais do Departamento Penitenciário de Minas Gerais. Elaborado
com o objetivo de delinear as ações específicas que viabilizem a oferta da
educação no ambiente prisional, a fim de contextualizar o docente sobre este
espaço, suas principais regras e finalidade.

O conteúdo apresenta os procedimentos pilares que regem o espaço


para a oferta de educação e realização de atividades no âmbito das Unidades
Prisionais, o papel do pedagogo servidor da Secretaria Estadual de Educação e
dos demais servidores da Sejusp envolvidos neste processo, além de questões
práticas relacionadas à rotina e aos procedimentos de uma Unidade Prisional. A
oferta desse curso não dispensa o que versa a formação dos profissionais
envolvidos e esse tema não se esgota aqui.

Aproveite este material, organize-se para estudar com dedicação e


atenção e tire suas dúvidas por meio do fórum disponível nesta plataforma.

Esperamos incentivá-lo a se capacitar continuamente, crescendo em


uma atuação transformadora! Bons estudos!

Fonte: https://st.depositphotos.com/1428083/2946/i/600/depositphotos_29460297-stock-photo-bird-cage.jpg

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1. EDUCAÇÃO: DIREITO PARA AS PESSOAS EM SITUAÇÃO
DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE

Fonte: https://racismoambiental.net.br/wp-content/uploads/2018/05/direito-educa%C3%A7%C3%A3o-pfdc-750x410.jpg

Ao tratarmos do direito à educação para as pessoas em contextos de


privação de liberdade, partimos de referenciais legais para dialogar de forma
bem objetiva sobre como o direito à educação é importante. É preciso
compreender esse direito como fundamental e adjacente à construção, cada vez
mais, de uma sociedade melhor.

Dessa forma, nossa reflexão parte das análises ancoradas no direito à


educação. É preciso compreender e construir uma concepção alicerçada em
princípios legais e normativos - fundamental para o sucesso do processo
educacional dentro das Unidades Prisionais. Pense nisso!

1.1 Direito à educação em âmbito internacional

Prezado(a) cursista, vamos iniciar tecendo algumas considerações sobre


o Direito à Educação em âmbito Internacional. Percorrendo os normativos que
retratam esse direito para as pessoas em contextos de privação de liberdade.

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Começamos com uma importante reflexão sobre a garantia e o direito
das pessoas que se encontram em contextos de privação de liberdade. Para
iniciarmos, trazemos a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), de
1948 - documento orientador das ações tomadas pela Organização das Nações
Unidas (ONU), pelos países membros e signatários, como o Brasil, no que tange
o direito à educação. Percebemos que, embora o documento não destaque de
forma específica a educação nos contextos das prisões, podemos
compreendê-lo como uma referência normativa para se pensar a educação
nesses espaços, principalmente, pelo seu caráter humanitário e influenciador
que se estende para as questões que tratam das penalidades aplicadas às
pessoas privadas de liberdade.

A DUDH, em âmbito internacional, tornou-se um dos principais


documentos que influencia, até os dias de hoje, a elaboração de muitas políticas
que tratam do direito à educação como direito humano e fundamental em todo
o mundo. Nessa esteira, de acordo o professor Celso Mello (2004, P. 868),
temos:

No século XX a preocupação com os direitos humanos se manifestou


de modo acentuado e a grande característica é a internacionalização
destes direitos. Verificou-se que eles só seriam realmente garantidos
se tivessem uma afirmação e proteção internacional.

A partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), alguns


tratados, convenções e pactos foram estabelecidos, tendo como fundamento, a
dignidade da pessoa humana, demonstrando, assim, maior preocupação na
afirmação e proteção de direitos. Entendemos que refletir sobre o direito à
educação é mergulhar em um universo histórico de lutas e conquistas. Várias
são as influências nacionais e internacionais que orientam a compreensão
acerca do direito à educação. Destacamos a gênese de outros documentos

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importantes ao longo da história, sobre o direito à educação que se tornaram
preponderantes na construção das políticas públicas e legislações nacionais.

No tocante aos direitos das pessoas privadas de liberdade, em 1955 - 1º


Congresso das Nações Unidas intitulado - “Prevenção do Crime e Tratamento de
Delinquentes”, foram aprovadas as Regras Mínimas para o Tratamento de Presos
pelo Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU),
também conhecidas como “Regras de Mandela”. As Regras não descrevem um
modelo para os Sistemas Prisionais, mas estabelecem o que se convencionou
como bons princípios e práticas para o tratamento das pessoas privadas de
liberdade. Elas reafirmam os direitos humanos fundamentais, destacando a
dignidade da pessoa humana, ressaltando a necessidade de se criar
instrumentos que promovam a educação de toda população que se encontra em
regime de privação de liberdade. São 122 (cento e vinte e duas) regras que
discorrem sobre o cárcere com objetivo na justiça, reforçando a necessidade de
garantir a dignidade das pessoas.

Em 2015 esse documento foi atualizado, tendo o Brasil como país


signatário. Registra-se que o governo brasileiro, participou da elaboração das
Regras de Mandela, contribuindo para sua aprovação na ONU. Assim, tais Regras
devem ser cumpridas como desdobramento de um importante compromisso
internacional assumido pelo país (BRASIL, 2016).

Ainda sobre as influências internacionais, temos a Conferência Mundial


sobre a Educação para Todos, realizada na cidade de Jomtien, na Tailândia, em
março de 1990, que inspirou propostas para a educação em âmbito mundial. Da
Conferência, resultou o documento intitulado Declaração Mundial de Educação
para Todos, cujo artigo 1° diz que “[...] cada pessoa – criança, jovem ou adulto –
deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas
para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem [...]” (UNICEF, 1990).

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Assim, emergentes aos discursos construídos e das conferências
realizadas, ainda na década de 1990, destacamos, especialmente, a V
Conferência Internacional de Educação de Adultos (CONFINTEA), realizada na
Alemanha em 1997, promovida pela UNESCO. O discurso à época destacava que:

A educação de adultos, dentro desse contexto, torna-se mais que um


direito: é a chave para o século XXI; é tanto consequência do exercício
da cidadania como condição para uma plena participação na
sociedade. Sendo um poderoso argumento em favor do
desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da
igualdade, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de
ser um requisito fundamental para a construção de um mundo onde
violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça
(UNESCO, 1997, p.3).

Desse evento, que resultou na Declaração de Hamburgo e na Agenda


para o Futuro (UNESCO, 1997), destacou-se a importância da EJA para tratar os
problemas, desafios e complexidades da atualidade. A Declaração de Hamburgo
afirma o direito à educação dos jovens e adultos trazendo a educação básica
como um direito para todas as pessoas, independentemente da idade:

[...] educação básica para todos significa dar às pessoas,


independentemente da idade a oportunidade de desenvolver seu
potencial, coletiva ou individualmente [...]. É fundamental que o
reconhecimento do direito à educação continuada durante a vida seja
acompanhado de medidas que garantam condições necessárias para
o exercício desse direito (UNESCO, 1997, p. 217, grifou-se)

Percebem que estamos trazendo o contexto histórico legal do


Direito à educação?

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Nessa perspectiva, sobressai-se o conceito de educação ao longo da
vida, fundamental para a conquista do direito à educação para todos. Nessa
mesma direção, reflete-se a educação como um direito e não como uma forma
compensatória, como em muitos momentos foram caracterizadas as políticas de
educação de adultos em âmbito nacional. Com o objetivo de refletir sobre as
políticas públicas voltadas para EJA, as CONFINTEAs foram importantes
movimentos que fomentaram as reflexões que orientaram e fortaleceram os
compromissos dos Estados Membros sobre a temática, nesse movimento de
reafirmação e consolidação do direito:

O movimento adotou, desde então, uma estratégia descentralizada


de articulação intersetorial, mediante a constituição nos estados de
Fóruns de educação de jovens e adultos, que funcionam como
espaços públicos de gestão democrática e controle social das políticas
educacionais. (DI PIERRO, 2005, apud MELO, SILVA, 2017).

Para Paiva (2009), tratava-se de uma estratégia de incorporação da EJA


aos direitos expressos em políticas públicas, “revelador da disposição de luta,
com formas e táticas de resistência para tirar a EJA do lugar a que estava
relegada” (PAIVA, 2009, p. 67). Assim, os Estados puderam incorporar as ideias
internacionais trazidas por esses importantes movimentos e reorganizá-las às
necessidades locais, particularizando-as. De posse dessas influências das
políticas sobre o direito à educação e a EJA, o Brasil incorporou o conceito de
educação ao longo da vida para todos, independentemente de idade e da
condição social das pessoas. Ao tratarmos das pessoas privadas de liberdade,
temos que a Educação escolar é um direito e deve ser garantida. De acordo com
Onofre (2017):

[...] a escola na prisão, assim como as demais práticas sociais ali


existentes, é geradora de interações entre os indivíduos, promove

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situações de vida com melhor qualidade, recompõe identidades,
valoriza culturas marginalizadas, promove redes afetivas e permite
(re)conquistar a cidadania. (ONOFRE, 2017, p. 173).

Nessa direção temos que o direito fundamental à educação é essencial


para o exercício de outros direitos também fundamentais (MAGALHÃES, 1992,
p.190). Nossa Carta Magna, com seu viés de “constituição cidadã” significou um
avanço para a educação, quando tratou em seu artigo 205:

A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).

Nessa mesma esteira, reforçando o compromisso com o direito à


educação, em 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional (LDB) – Lei nº 9.394/96. Já em seu primeiro artigo, a lei apresentou
uma concepção ampliada de educação:

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se


desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho,
nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1o
Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. §
2o A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à
prática social (BRASIL, 1996).

Embora a lei não traga de forma particularizada a educação em contexto


de privação de liberdade, ela determina a garantia de acesso público e gratuita
ao ensino fundamental e médio para todos que não concluíram os seus estudos
na idade regular e, ainda, oferta para a educação escolar de jovens e adultos de

11
acordo com as características e modalidades adequadas às suas necessidades e
disponibilidades.

Veja que até agora estamos pautando importantes caminhos quanto à


legalidade do Direito à educação. É importante que você compreenda esse
direito.

Fonte:https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRKZ20emuvcNZKvH9lgZGyEhvNlr-95oIa3EA&usqp=CAU

Desse modo, em razão das características dos sujeitos que se encontram


em regime de encarceramento no Brasil e, ainda, sob assistência do Estado, a
EJA é a modalidade de ensino responsável pelo atendimento da educação
escolar nas prisões, em conformidade com a concepção nacional, de acordo com
a redação dada à LDB, no ano de 2018, por meio da Lei n. 13.632, de 2018:

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que


não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos
fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para
a educação e a aprendizagem ao longo da vida § 1º Os sistemas de
ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não
puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades
educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado,
seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e
exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a
permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e
complementares entre si§ 3o A educação de jovens e adultos deverá
articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na
forma do regulamento (BRASIL, 1996, 2018).

12
Essa orientação legal confere aos Estados autonomia para ofertar essa
modalidade, resguardando suas características locais. Dessa forma, o
entendimento da educação deve abranger a vida familiar, o trabalho, a
valorização dos movimentos sociais e as manifestações culturais, o que nos
remete a pensar, entre outros, na pluralidade de seus sujeitos que recebem as
políticas promovidas pelo Estado.

Nessa mesma direção, quanto às pessoas desse direito, para Serrado


Júnior (2008), os alunos da prisão são jovens e adultos que precisam de
conhecimentos básicos e uma educação que os façam restaurar valores. Os
alunos do cárcere estão sob uma condição não comum (restrita) à vida em
sociedade. Encontram-se “presos”, alguns sem nenhuma perspectiva de
mudanças em seus projetos sociais e pessoais.

Na visão de Paiva (2009), uma das características principais da EJA em


contextos de privação de liberdade é a dupla discriminação, primeiro pelas
condições que os levaram até às prisões e, então, por não terem concluído seus
estudos em “idade considerada adequada”. Essa é uma percepção que precisa
ser refletida, principalmente para quem promove, auxilia ou participa de alguma
forma, direta ou indiretamente do processo educacional dentro das Unidades
Prisionais. Não podemos alimentar um posicionamento desconhecedor do
processo e de suas garantias legais.

Compreender o processo educacional e suas garantias para as pessoas


em situação de privação de liberdade é essencial. Assim, destacando a garantia
do direito à educação não como um benefício, mas como um direito legal
previsto, Teixeira (2007):

A educação no sistema penitenciário não pode ser entendida como


privilégio, benefício ou, muito menos, recompensa oferecida em
troca de um bom comportamento. Educação é direito previsto na
legislação brasileira. A pena de prisão é definida como sendo um

13
recolhimento temporário suficiente ao preparo do indivíduo ao
convívio social e não implica a perda de todos os direitos (TEIXEIRA,
2007, p. 17)

Corroborando com a ideia de Maeyer (2009), que destaca que é


necessário transformar a prisão em um espaço educativo, Martí (2007) discorre
que a educação não pode ser tratada como um privilégio, mas como um preparo
do homem para a vida, pois, educar é promover um direito. Para o autor, educar
não se resume a um treinamento prático. Educar é destacar a dimensão social,
profissional e cultural da cidadania, educar é promover um direito, não um
privilégio. Educar não se resume a um treinamento prático. Educar é destacar a
dimensão social, profissional e cultural da cidadania.

A Declaração de Hamburgo traz ainda, em seu artigo 2º, que a educação


de adultos, dentro desse contexto, torna-se mais que um direito: é a chave para
o século XXI; é tanta consequência do exercício da cidadania como condição
para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso
argumento em favor do desenvolvimento sustentável, da democracia, da justiça,
da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico,
além de ser um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a
violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça.

A educação de adultos pode modelar a identidade do cidadão e dar um


significado à sua vida. A educação ao longo da vida implica repensar o conteúdo
que reflita certos fatores, como idade, igualdade entre os sexos, necessidades
especiais, idioma, cultura e disparidades econômicas (V Conferência
Internacional sobre Educação de Adultos, Hamburgo,1997).

O senso comum, em sua grande maioria, muitas vezes,


desconhece as previsões e ofertas legais para o desenvolvimento
da educação em contextos de privação de liberdade.

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A educação é direito de todos e dever do Estado, inclusive para quem
não teve acesso na idade regular e visa ao pleno desenvolvimento da pessoa
humana, independente da condição em que se encontra (BRASIL, 1988). Isso é
importante, pois a sociedade tende a pensar que a função das prisões é castigar
aquelas pessoas que cometeram algum tipo de crime/delito. Diferente desse
pensamento, a prisão cumpre uma importante função social no
encaminhamento dos seus custodiados, para viverem novamente em sociedade.

Em relação às pessoas que nas prisões se encontram, vários podem ser


os motivos que levaram a estarem ali e isso não pode interferir na efetivação
dos direitos e garantias que são a elas devidos.

Como bem pontua (Maeyer, 2013), “O direito não é dado por


compaixão, mas porque é um direito”.

Fonte: https://ponte.org/a-luta-pelo-direito-a-educacao-de-pessoas-jovens-e-adultas-nas-penitenciarias/

No que tange ao direito à educação, essa garantia educacional, entre


outras, se desenha de acordo com a finalidade da educação, conforme
orientação legal, também contida na LDB/1996, que discorre sobre a promoção
do pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.

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Sustentada no fato de que a educação é um direito que deve ser
estendido por toda a vida para todas as pessoas, Maeyer (2006) reconhece que
não se trata apenas da recepção de conhecimentos e conteúdos científicos, mas
de aprendizagens que façam sentido para os aprisionados, ajudando-os a
refletirem, inclusive, sobre as condições que os levaram para aquela situação e
suas possibilidades de mudá-las. Corroborando essa ideia, para Julião (2016) a
educação nas prisões tem uma destacada função na conscientização das pessoas
encarceradas, de modo a tornar possível mudarem seus comportamentos ainda
dentro das prisões e fora delas, tentando assumir melhores condições para se
viver em sociedade.

Assim, um dos maiores desafios da garantia do direito educacional, no


contexto prisional, de acordo com Onofre (2015), é levar ações que sejam
significativas e que os façam refletir que a educação pode ser uma das formas
de voltarem à sociedade com outras compreensões do mundo.

São pessoas privadas de liberdade, mas que não perderam a dignidade e


alguns de seus direitos, mesmo que estejam em regime social diferenciado. Para
Maeyer (2006), não podemos associar a perda da liberdade com a perda da
dignidade e a de direitos.

Nessa convergência, a educação assume uma parceria imprescindível


com o processo de humanização, pois contribui para a transformação dos
indivíduos, levando-os ao campo das reflexões e da ressignificação de seus
valores e comportamentos. Entendemos que há uma expectativa, na maioria
das vezes, de um novo começo, uma nova vida pessoal e profissional fora das
prisões. Por isso, torna-se importante identificar, também, o ambiente em que
as escolas estão inseridas, a fim de que seja possível configurar ações e políticas
públicas que compreendam e dialoguem com as particularidades do ambiente e
das pessoas que ali se inserem. Sobre essa perspectiva, o autor acrescenta que a
educação prisional não é importante somente para promover o retorno ao

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convívio em sociedade, mas trata-se de garantir um direito humano inalienável
que todos devem ter acesso, estando livres ou não.

1.2 Como as legislações e normativos retratam o direito à educação


para as pessoas em situação de privação de liberdade

Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/wp-content/uploads/2017/07/e52e2a56-68fb-423d-b8b1-bc89971ab58a.jpeg

Agora vamos identificar algumas legislações e normativos que


regulamentam, orientam e/ou direcionam a educação, a educação em contextos
de Privação de Liberdade e a Educação de Jovens e Adultos. É importante que
você não só conheça, mas tenha certa proximidade com esses textos na direção
de compreender a importância da garantia e promoção do processo educacional
nos contextos de privação de liberdade.

● Regras Mínimas para Tratamento de Reclusos - Adotadas pelo 1° Congresso


das Nações Unidas sobre a Prevenção do crime e o tratamento dos
delinquentes. Adotadas pelo Primeiro Congresso das Nações Unidas sobre a

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Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, realizado em Genebra
em 1955;

● Declaração de Hamburgo - V Conferência Internacional sobre Educação de


Adultos, Hamburgo, 1997. “Educação de adultos é a chave para o século XXI,
sendo considerada tanto consequência do exercício da cidadania como condição
para uma plena participação na sociedade”;

● Constituição da República Federativa do Brasil de 1988;

● Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei no 9.394/1996, (Art. 37) -

A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não


tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental
e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e
a aprendizagem ao longo da vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632,
de 2018)

§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e


aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as
características do alunado, seus interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante cursos e exames.

§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a


permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e
complementares entre si.

§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se,


preferencialmente, com a educação profissional, na forma do
regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008).

● Lei de Execução Penal nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (LEP);

● Resolução (CNPCP) nº 03, de 11 de março de 2009 - Dispõe sobre as Diretrizes


Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos penais;

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● Resolução CNE/CEB nº 02, de 19 de maio de 2010 - Dispõe sobre as Diretrizes
Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de
privação de liberdade nos estabelecimentos penais, no art. 3º, inciso I: “é
atribuição do órgão responsável pela educação nos estados e no Distrito Federal
(Secretaria de Educação ou órgão equivalente) e deverá ser realizada em
articulação com os órgãos responsáveis pela sua administração penitenciária”;

● Resolução nº 04 de 30 de maio de 2016 - Dispõe sobre as Diretrizes


Operacionais Nacionais para a remição de pena pelo estudo de pessoas em
privação de liberdade nos estabelecimentos penais do sistema prisional
brasileiro;

● Resolução nº 391, de 10 de maio de 2021 - Estabelece procedimentos e


diretrizes a serem observados pelo Poder Judiciário para o reconhecimento do
direito à remição de pena por meio de práticas sociais educativas em unidades
de privação de liberdade;

● Lei nº 12.433, de 29 de junho de 2011 - “Art. 126: O condenado que cumpre a


pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por
estudo, parte do tempo de execução da pena. §1º A contagem de tempo
referida no caput será feita à razão de: I - 1(um) dia de pena a cada 12 (doze)
horas de frequência escolar – atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional–
divididas, no mínimo, em 3 (três) dias”;

● Lei nº 13.163, de 09 de setembro de 2015 - Institui o ensino médio nas


penitenciárias;

● Decreto nº 7.626, de 24 de novembro de 2011 - Institui o Plano Estratégico de


Educação no âmbito do Sistema Prisional;

● Resolução nº 03, de 11 de março de 2009 - Dispõe sobre as Diretrizes


Nacionais para a Oferta de Educação nos estabelecimentos penais;

19
● O Plano Nacional de Educação (PNE/2001) - Instituído pela Lei nº 10.172
de 09 de janeiro de 2001;

● O Plano Nacional de Educação (PNE/2014) - Instituído pela Lei nº 13005


de 25 de junho de 2014;

● Resolução Conjunta SEJUSP/SEE/MG, nº 21, de 02 de agosto de 2023, que


institui as normas conjuntas e diretrizes para a escolarização das pessoas
privadas de liberdade em atendimento nas escolas estaduais inseridas
nas unidades prisionais. Jornal Minas Gerais, Diário do executivo de
08.08.2023, p.9, col.1. Disponível em:
https://www.jornalminasgerais.mg.gov.br/Home/pesquisaAvancada

Como vimos, o direito à educação em contextos de privação de


liberdade vai muito além do simples imaginar como isso acontece. Assim, refletir
sobre, se faz necessário para aprimorar cada vez mais o processo educacional
dentro das Unidades Prisionais.

1.3 Panorama da oferta da educação formal no Sistema Prisional de

Minas Gerais

Para garantir o direito à educação, várias ações são realizadas em todo o


Estado, além do planejamento sistemático, como veremos mais adiante no
Plano Estadual de Educação para Pessoas Presas e Egressas no âmbito de Minas
Gerais.

Na busca da oferta da educação formal no Sistema Prisional de Minas


Gerais, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública - SEJUSP conta com
a parceria da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais - SEE, por meio

20
de convênio firmado para promover a educação nos estabelecimentos penais do
Estado.

Atualmente são 132 escolas estaduais inseridas nas Unidades Prisionais.


Além da parceria com a SEE, 13 unidades ofertam a educação formal por meio
de parceria com o município e 1 instituição particular.

O nosso grande desafio é a oferta de ensino em todas as Unidades


Prisionais do estado, com espaço escolar adequado e fazendo valer o direito à
educação das pessoas privadas de liberdade.

Dicas de leitura:

RESOLUÇÃO SEE Nº 4.948, 25 DE JANEIRO DE 2024.

Dispõe sobre a organização e o funcionamento


do ensino nas escolas estaduais de Educação Básica de Minas.

Disponível em:
https://www.educacao.mg.gov.br/documentos-legislacao/resolucao-see-n-o-4-9
48-2024/

Metodologia para Singularização do Atendimento a Pessoas em Privação


de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional do CNJ (2020)

Disponível em:
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/09/Caderno-II-Singularizacao
_eletronico.pdf

Continuando nossas discussões sobre o planejamento das ações para


garantia do direito à educação nas prisões, falaremos a seguir sobre o Plano
Estadual de Educação para Pessoas Presas e Egressas no âmbito de Minas
Gerais.

21
Plano Estadual de Educação para Pessoas Presas e Egressas no âmbito
de Minas Gerais

Em busca de melhorias para o atendimento a esse público, no ano de


2021, foi publicado o Plano Estadual de Educação para Pessoas Privadas de
Liberdade e Egressas do sistema prisional do Estado de Minas Gerais.

O Plano trata de uma proposta de melhoria da organização da oferta


educacional nos estabelecimentos penais do Estado de Minas Gerais e definição
de novas estratégias para qualificar a política de educação no âmbito do sistema
prisional aos privados de liberdade e egressos, nos exercícios de 2020 a 2024,
pautando-se pelas seguintes diretrizes:

1. Fortalecimento da parceria ou pactuação dos profissionais da


Secretaria de Estado de Educação e Secretaria de Estado de Justiça e Segurança
Pública atuantes na oferta de educação básica dentro das Unidades Prisionais;

2. Fortalecimento das ações articuladas com diversos órgãos estaduais


dos Poderes Executivo e Judiciário e com Instituições Públicas e Privadas de
Ensino;

3. Busca de parcerias formais com a Sociedade Civil Organizada para


ações e controle social relacionados à política de mulheres no sistema prisional;

4. Ampliação da oferta educacional, considerando atividades


socioculturais, esportivas e projetos de leitura;

5. Adequação dos espaços para qualificação das atividades educacionais


em sentido amplo;

6. Fortalecimento das ações com o governo federal na efetivação dos


repasses financeiros em prol da educação nas prisões;

7. Busca por parceria para oferta de programa de alfabetização para


pessoas privadas de liberdade do sistema prisional.

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8. Promoção da igualdade efetiva e a garantia de assistência
educacional, considerando as especificidades das mulheres, idosos,
estrangeiros, população LGBTQIAP+, indígenas e minorias étnico-raciais, pessoas
com transtorno mental e pessoas com deficiência.

Nota: O documento pode ser consultado na íntegra, conforme a


publicação disponível em:
http://www.depen.seguranca.mg.gov.br/images/2021/MAIO/Plano_27833794_
PLANO_DE_EDUCACAO_de_MG_com_ajustes_07.04.pdf

Convênio entre Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública -


SEJUSP e Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais - SEE

A SEJUSP e a SEE têm firmado o Termo de Cooperação Técnica. O


objetivo do termo é estabelecer a cooperação mútua entre a SEE/MG e a
SEAP/MG, atualmente designada como SEJUSP, para o atendimento dos
estudantes/indivíduos privados de liberdade, por meio da oferta de Educação
Básica, atividades educacionais regulares e atividades educacionais
complementares nas Unidades Prisionais, na modalidade de Educação de Jovens
e Adultos, em todo Estado de Minas Gerais.

Vigência: 60 (sessenta) meses, a partir da data de sua publicação de 16


de março de 2019.

Principais competências da Secretaria de Estado de Educação de Minas


Gerais:

1- Arcar com os custos de manutenção, ampliação, reforma e reparos dos


espaços onde funcionam as escolas estaduais, em razão de depreciação do uso,
adequações ou outras necessidades das unidades escolares;

2- Autorizar a criação de novas escolas e/ou o funcionamento de escolas


estaduais de 2º endereço, em Unidades Prisionais;

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3- Disponibilizar a rede lógica totalmente isolada da rede da Unidade Prisional e
conectividade banda larga para acesso à internet nas escolas das Unidades
Prisionais, inclusive nos laboratórios de informática, bem como prover e
monitorar a segurança da rede e controle de acesso e uso da internet no que se
refere a configuração dos links ADSL, apontamento para central de acesso,
configuração do serviço de Proxy e DNS e definição das diretrizes;

4- Executar e acompanhar a estruturação e configuração dos pontos e rede


lógica para acesso à internet nos laboratórios de informática, nas escolas das
Unidades Prisionais, ficando o monitoramento sob responsabilidade da SEE em
conjunto com a área responsável da Superintendência de Tecnologia,
Comunicação e Modernização do Sistema Prisional – STIC;

5- Arcar com os custos para a aquisição de material permanente, mobiliário e


equipamentos, tais como: fotocopiadora, carteiras escolares, mesas para
professores, cadeiras, quadro/lousa, armários, estantes;

6- Arcar com os custos para aquisição de material de manutenção e custeio, tais


como o material de consumo para uso escolar individual e coletivo dos
estudantes atendidos nas escolas inseridas em Unidades Prisionais: caderno,
lápis, borracha, giz, cola, cartolina, lápis de cor, tintas, dentre outros;

7- Fornecer materiais pedagógicos necessários ao funcionamento da escola e


para projetos especiais, mediante prévia avaliação conjunta da SEE e SEAP
(atualmente SEJUSP);

8- Garantir o repasse e a aplicação de recursos destinados às escolas criadas e às


escolas de 2ºendereço nas Unidades Prisionais;

9- Elaborar em conjunto com a SEJUSP, por meio da Diretoria de Ensino e


Profissionalização, normas específicas definidas em resolução e/ou orientações
para composição do quadro de pessoal, organização e funcionamento dos
cursos e projetos desenvolvidos pelas escolas inseridas em Unidades Prisionais;

24
10- Garantir o provimento e manutenção da composição do quadro de
profissionais da educação, de forma a permitir o pleno funcionamento dos
cursos e projetos desenvolvidos pelas escolas estaduais inseridas nas Unidades
Prisionais, de acordo com a legislação vigente;

11- Apoiar, realizar e ofertar em conjunto com a SEAP capacitações, fóruns e


seminários para o quadro dos servidores das escolas em funcionamento nas
Unidades Prisionais, bem como aos servidores da SEJUSP envolvidos com a
Assistência Educacional, de acordo com as competências de cada Secretaria;

12- Indicar os nomes dos candidatos ao cargo de Diretor e à função de


Vice-Diretor para exercício nas escolas intra institucionais criadas, por meio do
Diretor da SRE, para apreciação e aprovação pela equipe da SEAP (SEJUSP).

12.1 - Os diretores nomeados/designados e vice-diretores das escolas intra


institucionais criadas, permanecerão no exercício do cargo e da função, nos
termos da legislação vigente.

13- Garantir um Especialista da Educação Básica – EEB ou um Professor de


Educação Básica – PEB para atuar na vice-direção ou coordenação da unidade
escolar que funcionar como segundo endereço em Unidade Prisional,
observando as normas da SEE;

14- Fornecer as informações e documentos educacionais dos estudantes


matriculados ou egressos das escolas estaduais inseridas nas Unidades
Prisionais ao Núcleo de Ensino e Profissionalização da SEAP ou à Direção das
Unidades Prisionais, quando solicitado;

15- Garantir o atendimento educacional nas escolas estaduais inseridas em


Unidades Prisionais, assegurando que não sejam feitos cancelamentos de
atividades educacionais e fechamentos parciais ou totais das escolas sem a
devida análise e aprovação conjunta da SEE e SEJUSP;

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16- Garantir o acesso, a permanência e a ampliação do atendimento na
Educação Básica aos indivíduos privados de liberdade, independentemente do
quantitativo de matrículas.

Compete à SEJUSP/MG:

1- Garantir espaço físico nas Unidades Prisionais para o funcionamento das


escolas.

1.1 - Nas Unidades Prisionais em que houver salas de aula ou salas passíveis de
adaptação e adequação, assegurar sua destinação para atividades educacionais;

1.2 - Nas Unidades Prisionais em que houver áreas disponíveis para edificação
de escolas, assegurar sua destinação para a construção.

1.2.1 - Nos casos em que a SEAP verificar a necessidade de construção de


espaços escolares na Unidade Prisional, a mesma deverá ser apresentada pela
SEAP diretamente à SETOP - Secretaria de Estado de Transportes e Obras
Públicas - para elaboração de projeto básico e execução do mesmo pelo
Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais –
DEER/MG;

2- Encaminhar à SEE as demandas relativas à ampliação do atendimento à


Educação Básica nas Unidade Prisionais, bem como aquelas relativas à
manutenção, reforma, reparos da rede física e criação de novas escolas.

3- Acompanhar por meio da Superintendência de Informação, Comunicação e


Modernização do Sistema Prisional da SEAP a estruturação e configuração dos
pontos e rede lógica para acesso à internet nos laboratórios de informática nas
escolas das Unidades Prisionais;

4- Responsabilizar-se pelos gastos com telefonia, água e luz dos prédios


escolares e salas de aulas das Unidades Prisionais;

26
5- Responsabilizar-se pela limpeza e conservação dos ambientes onde
funcionam as escolas de segundo endereço inseridas nas Unidades Prisionais,
bem como dos laboratórios de informática e bibliotecas escolares por meio de
mão de obra dos indivíduos privados de liberdade, devidamente classificados
pela Comissão Técnica de Classificação – CTC;

5.1 - Os dias da limpeza deverão ser definidos pelos Gestores das Unidades
Prisionais, em conformidade com a Direção escolar de modo a não prejudicar
nem comprometer os procedimentos diários de segurança, devendo a limpeza
do ambiente ser realizada no mínimo 2 (duas) vezes por semana.

6- Garantir o atendimento educacional nas escolas estaduais inseridas em


Unidades Prisionais, assegurando que não sejam feitos cancelamentos de
atividades educacionais e fechamentos parciais ou totais das escolas sem a
devida análise e aprovação conjunta da SEE e SEAP.

7- Apreciar e aprovar os candidatos indicados, pelo diretor da SRE, para o


exercício do cargo de Diretor e da função de Vice-diretor das escolas intra
institucionais criadas.

8- Elaborar, em conjunto com a SEE, por meio da Diretoria de Educação de


Jovens e Adultos – DEJA, resolução específica para a organização e
funcionamento das escolas estaduais inseridas nas Unidades Prisionais.

9-Apresentar aos profissionais designados pela SEE para atuação nas escolas
inseridas em Unidades Prisionais as normas e os procedimentos de segurança,
por meio da Diretoria da Unidade Prisional e Núcleos de Ensino e
Profissionalização, bem como responsabilizar-se pela sua segurança na execução
do trabalho.

10- Acompanhar junto à SEE, por meio da Diretoria de Educação de Jovens e


Adultos – DEJA, os procedimentos técnicos e operacionais necessários à
execução do planejamento educacional nas escolas inseridas em Unidades

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Prisionais, bem como os processos avaliativos de aprendizagem, propondo
reformulações, quando se fizerem necessárias;

11- Apoiar, realizar e ofertar em conjunto com a SEE, capacitações, fóruns e


seminários para o quadro dos servidores das escolas em funcionamento nas
Unidades Prisionais, bem como aos servidores da SEAP envolvidos com a
Assistência Educacional, de acordo com as competências de cada secretaria.

12- Disponibilizar cópias e originais de documentos necessários à efetivação da


matrícula dos indivíduos privados de liberdade nas escolas em funcionamento
nas Unidades Prisionais.

13- Disponibilizar alimentação, para os servidores da SEE que atuarem por mais
de 4 (quatro) horas nas escolas inseridas nas Unidades Prisionais.

14- Garantir o deslocamento dos servidores da SEE no transporte específico,


quando este for ofertado pela SEAP.

15- Providenciar, de acordo com a disponibilidade, veículo para uso dos


servidores da SEE em atuação nas escolas inseridas nas Unidades Prisionais, em
visitas, reuniões, capacitações e entrega de documentos, mediante prévio
agendamento com a Diretoria das Unidades Prisionais.

15.1- A Diretoria da Unidade Prisional deverá acolher solicitação formalizada em


requerimento pelos Gestores da escola estadual.

Observação: Considerando a vigência do Termo de Cooperação


Técnica, com nova publicação no ano de 2024.

Até aqui vimos sobre as legislações e parcerias para a garantia do


direito à educação do indivíduo privado de liberdade. A partir do próximo tópico,
apresentaremos os procedimentos e a dinâmica para a oferta do ensino nas
Unidades Prisionais.

28
Documentação para matrícula na escola referência da Unidade
Prisional

O Analista Executivo de Defesa Social - Pedagogo (ANEDS) aciona a


escola designada, indica o aluno, fornece a documentação necessária para
matrículas de custodiados que irão ingressar no Ensino Fundamental ou Ensino
Médio e acompanha a efetivação e confirmação das matrículas.

A matrícula dos custodiados em atividades de ensino e


profissionalização depende da prévia elaboração do Programa Individual de
Ressocialização - PIR ou de Estudo de Caso nos moldes estabelecidos pela ACTC,
(atualmente denominada Diretoria de Classificação Técnica - DCT) da SAPE,
(atualmente denominada Superintendência de Humanização do Atendimento -
SHUA).

Nas Unidades Prisionais onde os IPLs (Indivíduos Privados de Liberdade)


fizeram inscrição para estudo externo, o pedagogo (a) deverá informar sobre a
referida matrícula, no curso presencial, ao Setor competente (jurídico, penal ou
similar).

Como é realizado o procedimento de indicação para os


estudos nas escolas parceiras das Unidades Prisionais?

- O ANEDS Pedagogo busca, junto ao Serviço Psicossocial,


os documentos para a formalização de matrícula de custodiado na Educação
Básica;

- Diante da recorrente ausência de documentos escolares, solicitar que a escola


responsável pela oferta da vaga realize uma avaliação de competências
(classificação/reclassificação) para a justificativa da ausência de histórico
escolar;

29
- Os indivíduos privados de liberdade que irão participar das atividades
educacionais deverão assinar o Termo de Compromisso, fornecido pelo ANEDS -
Pedagogo, que será inserido no Prontuário Geral Padronizado de Ensino (PGPE);

- A matrícula dos custodiados em atividades de ensino e profissionalização


depende da prévia elaboração do Programa Individual de Ressocialização - PIR
ou de Estudo de Caso nos moldes estabelecidos pela atual Diretoria de
Classificação Técnica (DCT) da Superintendência de Humanização do
Atendimento (SHUA);

- Nas Unidades Prisionais nas quais os Indivíduos Privados de Liberdade fizeram


inscrição para estudo externo, o ANEDS - Pedagogo (a) deverá informar sobre a
referida matrícula, no curso presencial, ao Setor competente (jurídico, penal ou
similar).

- Após a elaboração do PIR e assinatura do Termo de Compromisso, o ANEDS


Pedagogo solicita à escola parceira da Unidade Prisional, a efetivação da
matrícula do Indivíduo Privado de Liberdade - IPL.

De acordo com RESOLUÇÃO SEE Nº 4.948, 25 DE JANEIRO DE


2024:

Art. 20- É vedada qualquer forma de discriminação, em decorrência da idade,


gênero, orientação sexual, origem, etnia, cor, deficiência, religião, ideologia política,
dentre outras, no ato de efetivação da matrícula e de sua renovação.

§1º- A matrícula dos estudantes poderá ocorrer em qualquer época do ano.

30
1.4 A Diretoria de Ensino e Profissionalização (DEP) da Secretaria de
Estado de Justiça e Segurança Pública

A Diretoria de Ensino e Profissionalização (DEP), através da


Superintendência de Humanização do Atendimento (SHUA) da Secretaria de
Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) tem como Missão promover a educação
para os indivíduos privados de liberdade de forma a integrar esse público
específico com a sociedade, ao ofertar a alfabetização, educação básica,
educação superior e educação profissional, bem como atividades socioculturais,
artísticas e esportivas.

Todas as ações da DEP são regulamentadas pelo Decreto nº 48.659, de


28 de julho de 2023, no Art. 75:

Art. 75 – A Diretoria de Ensino e Profissionalização tem como competência


coordenar, orientar e fiscalizar as atividades relativas à assistência educacional,
que engloba a educação básica obrigatória, prática de leitura, exames
educacionais, programas de correção de fluxo, de qualificação profissional e
tecnológica, ensino superior, itinerários complementares, socioculturais,
artísticos e esportivos aos presos, com atribuições de:

I – fomentar a assistência educacional com a perspectiva de humanizar a


custódia e potencializar a ressocialização;

II – articular em rede com a Administração Pública, instituições privadas ou


sociedade civil a integração do sistema de ensino com enfoque na ampliação
contínua de oportunidades de assistência educacional às pessoas privadas de
liberdade, por meio da atualização e estabelecimento de novas parcerias
legalmente instituídas para oferta de educação gratuita e de qualidade;

III – propor e acompanhar modalidades de oferta de ensino formal, não formal e


complementar nos âmbitos da escolarização básica obrigatória, prática de

31
leitura, exames educacionais, programas de correção de fluxo, de qualificação
técnica, profissional e tecnológica, ensino superior, itinerários complementares,
socioculturais, artísticos e esportivos com primazia ao atendimento
individualizado capaz de identificar e valorizar as potencialidades dos presos;

IV – orientar as Unidades Prisionais na ampliação, desenvolvimento e evolução


da oferta das atividades de assistência educacional;

V – coletar, processar e qualificar as informações relativas à assistência


educacional, no escopo da educação básica obrigatória, prática de leitura,
exames nacionais, programas de correção de fluxo, de qualificação técnica,
profissional e tecnológica, ensino superior, itinerários complementares,
socioculturais, artísticos e esportivos aos presos;

VI – orientar as Unidades Prisionais na ampliação do acesso à prática de leitura;

VII – orientar as Unidades Prisionais nas ações e nos processos na verificação


das atividades de remição pela leitura;

VIII – realizar interlocução e ações conjuntamente à Diretoria de Trabalho e


Produção para capacitação e profissionalização.

Desta forma, a DEP tem como objetivo primordial oportunizar o acesso


à educação, trabalho, cultura e esporte aos indivíduos privados de liberdade por
meio de vários projetos e ações. O trabalho desenvolvido pela DEP, em parceria
com as Unidades Prisionais, visa a ressocialização, capacitação profissional e o
desenvolvimento de competências para o pleno exercício da cidadania. É de
suma importância que todos os profissionais atuantes no sistema prisional
estejam envolvidos nessa missão para que os objetivos sejam alcançados.

32
A DEP está segmentada em três núcleos para ênfase nas ofertas
específicas que tratam da educação formal e não formal nas Unidades Prisionais
do Estado de Minas Gerais:

Núcleo de Educação Básica e Ensino Superior;

Núcleo de Educação Profissional;

Núcleo Sociocultural e Esportivo.

Agora que conhecemos melhor a DEP e sua atuação, vamos discutir


sobre a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de
liberdade nos estabelecimentos penais de Minas Gerais, além da remição de
pena por estudos.

Educação básica

Fonte:
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSFbf7yoIq-4jzqE70FBsk89shWShO48-7buqrIw74VayWHpjHOpfzzYZUNlP
vua2aYAx4&usqp=CAU

A Educação Básica nas Unidades Prisionais e Associação de Proteção e


Assistência aos Condenados (APAC) é ofertada através da modalidade EJA -
Educação de Jovens e Adultos e abrange a alfabetização, ensino fundamental e
médio, na forma presencial, sendo destinada àqueles que não tiveram acesso ou
continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.

Dica de Leitura:

33
RESOLUÇÃO CONJUNTA SEJUSP/SEE/ MG No 10 DE 15 DE MARÇO DE 2023. Constitui
Comissão para o cumprimento das ações educacionais da rede pública estadual dentro
das unidades prisionais (convencionais, de custódias alternativas, as médico penais,
transitórias e de demais classificações) do Estado de Minas Gerais.

Educação Profissional

Com o objetivo principal de ampliar, no pós-cárcere, as possibilidades de


empregabilidade e geração de renda, com vistas ao adequado retorno para a
vida em sociedade, a Diretoria de Ensino e Profissionalização busca
oportunidades para preparar o sujeito ao exercício de profissões, contribuindo
para sua inserção no mundo do trabalho através da oferta de cursos
profissionalizantes junto à instituições parceiras.

Você sabia?

Os indivíduos privados de liberdade também têm garantido o direito de


realizar os exames nacionais como Exame Nacional do Ensino Médio para
Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL) e Exame Nacional para Certificação
de Competências de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade
(Encceja PPL). A Diretoria de Ensino e Profissionalização da Secretaria de Estado
de Justiça e Segurança Pública é a responsável pela intermediação da adesão no
estado, divulgação, bem como o acompanhamento e planejamento das ações
junto às Unidades Prisionais e APAC.

34
As escolas certificadoras vinculadas à Secretaria de Estado de Educação
disponibilizam os certificados de aprovação no Exame Nacional de Certificação
de Competência de Jovens e Adultos (ENCCEJA) e Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM) para pessoas privadas de liberdade representadas pelos
responsáveis pedagógicos formalmente identificados.

Os certificados são disponibilizados em tempo hábil para fins de


concessão de remição de pena pelo Poder Judiciário, bem como avanço aos
níveis de ensino seguintes.

Notícias sobre as ações educacionais nas unidades prisionais podem


ser acompanhadas no site https://www.seguranca.mg.gov.br e no perfil
oficial da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais.

seguranca.minas

Ensino Superior

Em cumprimento a seu papel ressocializador junto aos Núcleos de


Ensino e Profissionalização das Unidades Prisionais e APAC, a DEP atua na busca
de viabilizar o acesso e oferta de ensino superior. Os interessados em ingressar
no ensino superior poderão concorrer às vagas disponíveis em diversos cursos
nas instituições, sejam elas públicas ou privadas.

Os candidatos interessados em concorrer a uma das vagas seguem o


processo de, inicialmente, realizar o Exame Nacional do Ensino Médio para
pessoas privadas de liberdade e posteriormente se inscrever em um dos
programas, sejam eles SISU, PROUNI ou FIES.

Lembrando que quem intermedia o processo na Unidade Prisional é o


ANEDS - Pedagogo do Núcleo de Ensino e Profissionalização da Secretaria de
Estado de Justiça e Segurança Pública.

35
De acordo com o Art. 442 do Regulamento e Normas de Procedimentos
do Sistema Prisional de Minas Gerais (ReNP):

“a educação básica e a qualificação profissional são obrigatórias para


os presos condenados, devendo ser consideradas suas aptidões
conforme demandas das escolas e oficinas de trabalho instaladas nas
Unidades Prisionais”.

Educação não formal

As atividades características da educação não-formal têm como foco a


integração e a socialização. Como exemplos de atividades não formais
desenvolvidas nas Unidades Prisionais, citaremos o projeto de remição de pena
por meio da leitura de obras literárias, Olimpíadas Brasileiras de Matemática das
Escolas Públicas (OBMEP) e o Concurso de Redação da Defensoria Pública da
União (DPU). Além dessas atividades, também há projetos socioculturais
voltados para arte, cultura e esportes (jogos e campeonatos).

Projeto de Remição pela Leitura

O Projeto “Remição pela Leitura” tem como objetivo oportunizar ao


IPL, o direito ao conhecimento, à educação, à cultura e ao desenvolvimento da
capacidade de pensamento crítico, por meio da leitura de uma obra e produção
de relatório de leitura.

Legislações específicas que tratam sobre as ações de fomento à leitura:

Resolução CNJ nº 391, de 10/05/2021

Estabelece procedimentos e diretrizes a serem observados pelo Poder


Judiciário para o reconhecimento do direito à remição de pena por meio de
práticas sociais educativas em unidades de privação de liberdade.

Nota Técnica Nº 72/2021/COECE/CGCAP/DIRPP/DEPEN/MJ

36
Trata-se de nota técnica com a finalidade de apresentar manifestação do
Departamento Penitenciário Nacional e do Conselho Nacional de Justiça sobre
procedimentos quanto às ações de fomento à leitura, à cultura e aos esportes
em ambientes de cárcere, integrando a política de educação para o sistema
prisional.

Atualmente, 80 Unidades Prisionais executam o Projeto de Remição


pela Leitura, 31 Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC),
totalizando atualmente 111 projetos em andamento e em parceria com
instituições de ensino públicas e privadas, como por exemplo: Academia
Mineira de Letras, Academia Patrocinense de Letras, Ministério Público,
Prefeituras, Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) e voluntários.

As Unidades Prisionais que têm interesse em implantar o Projeto de


Remição pela Leitura devem entrar em contato com a DEP para orientações.

Você poderá consultar a Resolução e a Nota Técnica acessando os


links:

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-391-de-26-de-agosto-de-202
0-274726255

https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2021/09/nota-tecnica-72-fomento
-a-leitura-cultura-esportes.pdf

Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas - OBMEP

A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas - OBMEP, é


uma das atividades também desenvolvidas em Unidades Prisionais. A ação é
dirigida aos alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e aos alunos do

37
Ensino Médio, de escolas públicas municipais, estaduais e federais, e escolas
privadas, bem como aos respectivos professores, escolas e secretarias de
educação, todos localizados no território brasileiro.

A OBMEP tem como objetivos: estimular e promover o estudo da


Matemática no Brasil; contribuir para a melhoria da qualidade da educação
básica; promover a difusão da cultura matemática; identificar jovens talentos e
incentivar seu ingresso em universidades; incentivar o aperfeiçoamento dos
professores das escolas públicas; contribuir para a integração das escolas
brasileiras com as universidades públicas, com os institutos de pesquisa e com
as sociedades científica; promover a inclusão social por meio da difusão do
conhecimento.

Concurso de Redação da Defensoria Pública da União - DPU

O Concurso de Redação da Defensoria Pública da União - DPU é


destinado aos alunos do Ensino Fundamental e Médio, incluindo Educação de
Jovens e Adultos - EJA, assim como aos adolescentes que estão cumprindo
medida socioeducativa de internação e aos adultos em situação de privação de
liberdade em instituições estaduais, desde que devidamente matriculados em
escola da rede pública ou de Ensino Técnico do país, bem como a todos os
internos das penitenciárias federais.

O concurso visa despertar nos participantes o interesse por temas


relacionados à educação em direitos e cidadania, por meio do incentivo à
reflexão e ao debate, nos ambientes educacionais da rede pública de ensino,
das Unidades Prisionais e nas escolas do Sistema Socioeducativo.

Ingresso dos custodiados nas atividades educacionais

O processo para o ingresso nas atividades educacionais, sejam elas


educação, ensino profissionalizante ou atividades socioculturais, seguirão o
mesmo procedimento, no qual inicialmente o ANEDS Pedagogo realiza a

38
entrevista dos custodiados e os orienta sobre as oportunidades de ingresso em
atividades educacionais existentes (educação básica, cursos, remição pela
leitura, ensino superior, atividades socioculturais).

Após a apresentação, informa o objetivo da entrevista ao custodiado;


realiza as perguntas previstas, esclarece as dúvidas existentes, informa as
atividades disponíveis e os critérios para participação.

Ele destaca ao custodiado recém-chegado quais são as


atividades educacionais regulares ofertadas pela unidade; como ocorre a
classificação e/ou seleção para matrícula, assim como os tempos em que
ocorrem; quais os projetos existentes na unidade e as regras para inclusão; a
dinâmica das comunicações mediante requerimentos e atendimentos
individuais e os documentos necessários para inscrições nas atividades
educacionais regulares.

Posteriormente é realizado o Programa Individualizado de


Ressocialização - PIR. Trata-se de um conjunto de propostas multidisciplinares
estruturadas a partir do levantamento de informações relevantes à vida e
situação processual do IPL, com vistas ao efetivo acompanhamento de sua
trajetória durante o período custódia, com fulcro na rigorosa observância e
desenvolvimento de ações voltadas para a perspectiva de reintegração do IPL ao
meio familiar e social.

1.5 Remição de pena

Dentro dos preceitos da finalidade da pena, a ressocialização é o

39
objetivo principal. Cabe ao Estado a responsabilidade de oferecer recursos e
oportunidades que a favoreçam, respeitando o direito constitucional de acesso
à educação.

Para além da participação em atividades educacionais, importantíssima


no processo de ressocialização, o estudante, na condição de privação de
liberdade, poderá remir a pena.

A remição de pena através da participação em atividade da educação


formal é prevista na Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984)
e de acordo com o art. 126, “o condenado que cumpre a pena em regime
fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do
tempo de execução da pena” e:

§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:

I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar -


atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou
superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3
(três) dias;

II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.

Já a Resolução 391 de 10/05/2021, como vimos anteriormente,


estabelece procedimentos e diretrizes a serem observados pelo Poder Judiciário
para o reconhecimento do direito à remição de pena por meio de práticas
sociais educativas em unidades de privação de liberdade.

Como documentar?

O ANEDS - Pedagogo solicita à escola, os atestados de dias


estudados dos custodiados matriculados na Educação Básica.
Posteriormente encaminha os atestados de estudos ao Setor
competente (Jurídico, Penal ou similar) da Unidade Prisional que dará
prosseguimento para obtenção da Remição de Pena.
40
ATENÇÃO!

O documento oficial de frequência escolar é o diário de classe e é de


responsabilidade do professor.

Aluno(a), até aqui vimos como a educação se constitui direito da pessoa


em situação de privação de liberdade e, a partir desse entendimento, como se dá
sua oferta no âmbito do sistema prisional do Estado de Minas Gerais.
Seguiremos agora para o capítulo 2 onde trataremos sobre a comunicação entre
a Unidade Prisional e a escola, elo fundamental para o êxito nas ações e
atividades educacionais. Vamos lá?

41
2. A COMUNICAÇÃO ENTRE A UNIDADE PRISIONAL E A
ESCOLA

O pedagogo (ANEDS) ou o responsável pedagógico do Núcleo de Ensino


e Profissionalização (NEP) orienta toda a equipe da escola sobre as normas de
funcionamento da Unidade Prisional, bem como orienta quanto à postura de
professores e de alunos em sala de aula.

É imprescindível o comprometimento da direção da Unidade Prisional e


demais profissionais envolvidos quanto ao acesso, a permanência e a elevação
de escolaridade dos IPL na escola, bem como a efetivação da ocupação total das
vagas autorizadas.

Sendo assim, como veremos a seguir, o ANEDS - Pedagogo trabalhará


como mediador das ações entre a escola e a Unidade Prisional, dialogando com
todo o corpo diretivo.

2.1 O papel do Analista Executivo de Defesa Social (ANEDS) - Pedagogo


servidor da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública - Sejusp

42
Conheça as atribuições do responsável pelo NEP - Núcleo de Ensino e
Profissionalização. De acordo com a subseção III do ReNP - Regulamento e
Normas de Procedimento, art. 157:

Ao Pedagogo, na condição de Coordenador, cabe:

- Conhecer e fazer cumprir o convênio entre a SEDS (atualmente


denominada SEJUSP) e a Secretaria de Estado de Educação de Minas
Gerais – SEE/MG e demais parceiros do ensino superior e
profissionalizante; promover a interface entre a SEDS e a SEE/MG,
mantendo comunicação eficaz entre escola, Unidade Prisional e Diretoria
de Ensino e Profissionalização da Superintendência de Atendimento ao
Preso - SAPE;

- Realizar atendimentos regulares de classificação e rotina; montar o


Prontuário Geral Padronizado de Ensino - PGPE, informando a todos que
o manipulem da relevância dos documentos anexados e das informações
que ali devem ser registradas;

- Executar entrevista de classificação, identificando o interesse do preso


em estudar, de modo a orientar sua introdução nos círculos da educação
básica, superior, formação profissional e/ou socioculturais e esportivas;

- Providenciar, junto ao Núcleo de Assistência Social da Unidade Prisional,


a documentação necessária e/ou pendente para inserção do preso nas
atividades educacionais;

- Solicitar, por meio de ofício, desde que o preso tenha informado qual foi
a última instituição de ensino em que estudou, histórico escolar, de modo
a dar celeridade ao processo de inclusão às atividades educacionais;

- Mapear o número de analfabetos no início do período letivo e realizar


ações visando à erradicação do analfabetismo na Unidade Prisional;
43
- Propiciar condições para que a Unidade Prisional, em parceria com a
Diretoria de Educação de Jovens e Adultos - DEJA/SEE-MG, proceda ao
Exame de Certificação dos Anos Iniciais do Sistema Prisional – ECAIPRI,
identificando o nível de conhecimento dos presos, de modo que se possa
proceder ao reposicionamento do grau de escolaridade, mediante
certificação, até o 5º ano (anos iniciais);

- Divulgar, orientar e incentivar a participação nos Exames de Certificação


(ENEM, ENCCEJA e outros);

- Manter atualizado controle de presos que fizeram cursos


profissionalizantes, a fim de encaminhá-los, desde que autorizado pela
CTC, para as atividades laborais disponíveis ou outras no âmbito
educacional, em conformidade com os Programas Individualizados de
Ressocialização;

- Lançar integralmente as informações do preso no MÓDULO


EDUCACIONAL;

- Participar das reuniões da Comissão Técnica de Classificação – CTC;

- Participar do Conselho Disciplinar, quando convocado;

- Orientar toda a equipe da escola sobre as normas de funcionamento da


Unidade Prisional, bem como orientar quanto à postura de professores e
alunos em sala de aula;

- Informar ao preso regularmente frequente à escola quanto à sua


prioridade frente às vagas disponíveis para o trabalho e que, a cada doze
horas de estudo, terá um dia de remição da pena;

- Solicitar, junto às instituições de ensino em que o preso esteja


matriculado, atestado de dias estudados para fins de remição de pena;

44
- Encaminhar, quando solicitado, o atestado de dias estudados e/ou
Certificado de Conclusão de Cursos de Educação Profissional de
Formação Inicial e Continuada ou Qualificação Profissional e/ou Certidão
de Conclusão do Ensino Fundamental ou Médio, obtidos por participação
em Exames de Certificação;

- Informar, por meio de memorando à Direção da unidade e à Diretoria de


Ensino e Profissionalização da SAPE, ocorrências que possam
comprometer a rotina da escola e/ou do Núcleo de Ensino e
Profissionalização, confirmando, pessoalmente ou por telefone, o
recebimento do documento;

- Avaliar a evolução educacional e profissional do preso em processo de


reinserção social, acompanhando sua frequência e desempenho nas
atividades de ensino e profissionalização;

- Coordenar e supervisionar, em conjunto com a direção da escola, ações


pedagógicas, criando e desenvolvendo projetos junto ao corpo docente e
demais servidores da Unidade Prisional;

- Promover ações de integração social por meio do lazer, esporte e cultura,


envolvendo os demais servidores da unidade na criação e
desenvolvimento de projetos pedagógicos e profissionalizantes;

- Fomentar, consoante diretrizes da Diretoria de Ensino e Profissionalização


– DEP, cursos profissionalizantes, elaborando propostas que possibilitem
a certificação pela qualificação profissional do preso, buscando, em
interface com o Núcleo de Trabalho e Produção da Unidade Prisional, a
conciliação das ações a serem desenvolvidas;

- Trabalhar como mediador das ações entre o Núcleo de Ensino e


Profissionalização e a Unidade Prisional, dialogando com todo o corpo
diretivo;

45
- Incentivar o pré-egresso para que dê continuidade aos estudos e à
profissionalização com vistas à sua reinserção social e sucesso pessoal;

- Promover a correta alimentação dos bancos de dados e sistemas de


informação de sua competência, mantendo-os atualizados;

- Executar demais procedimentos inerentes à sua área de atuação e em


conformidade com as determinações da LEP e da Secretaria de Educação.

Ainda conforme artigo 157 do ReNP:

§ 1º A Direção da Unidade Prisional, na falta do pedagogo, em caráter


excepcional e estritamente provisório, poderá designar servidor
qualificado com formação preferencialmente em Pedagogia ou áreas
afins (Ciências Humanas e cursos técnicos em área de Educação) para
exercer a função de Coordenador do NEP até retorno ou chegada de
profissional com legitimidade para tal.

§ 2º A equipe da escola subordinada à Secretaria de Estado de


Educação ou à Secretaria Municipal de Educação, embora tenha
interlocução com o Núcleo de Ensino e Profissionalização, não faz
parte de sua composição, entretanto, deverão sempre trabalhar em
conjunto.

2.2 O papel do Pedagogo servidor/designado da Secretaria de Estado


de Educação

A Lei Estadual nº 15.293, de 5 de agosto de 2004, anexo II, institui as


carreiras dos Profissionais de educação básica do Estado.

46
Abaixo as atribuições dos cargos efetivos que compõem as carreiras dos
Professores de Educação Básica e Especialista de Educação Básica.

O pedagogo, Especialista de Educação Básica - EEB, que ocupa o cargo


de supervisor

Atribuições da carreira do Especialista de Educação Básica - EEB

1. Exercer em unidade escolar a supervisão do processo didático como


elemento articulador no planejamento, no acompanhamento, no controle e na
avaliação das atividades pedagógicas, conforme o plano de desenvolvimento
pedagógico e institucional da unidade escolar;

2. Atuar como elemento articulador das relações interpessoais internas e


externas da escola que envolvam os profissionais, os alunos e seus pais e a
comunidade;

3. Planejar, executar e coordenar cursos, atividades e programas internos de


capacitação profissional e treinamento em serviço;

4. Participar da elaboração do calendário escolar;

5. Participar das atividades do Conselho de Classe ou coordená-las;

6. Exercer, em trabalho individual ou em grupo, a orientação, o


aconselhamento e o encaminhamento de alunos em sua formação geral e na
sondagem de suas aptidões específicas;

7. Atuar como elemento articulador das relações internas na escola e externas


com as famílias dos alunos, comunidade e entidades de apoio

47
psicopedagógicos e como ordenador das influências que incidam sobre a
formação do educando;

8. Exercer atividades de apoio à docência;

9. Exercer outras atividades integrantes do plano de desenvolvimento


pedagógico e institucional da escola, previstas no regulamento desta Lei e no
regimento escolar.

O pedagogo, Professor de Educação Básica - PEB, que ocupa o cargo de


regente de turma dos anos Iniciais do Ensino Fundamental

Atribuições da carreira de Professor de Educação Básica

1. Exercer a docência na educação básica, em unidade escolar,


responsabilizando-se pela regência de turmas ou por aulas, pela orientação de
aprendizagem na educação de jovens e adultos, pela substituição eventual de
docente, pelo ensino do uso da biblioteca, pela docência em laboratório de
ensino, em sala de recursos didáticos e em oficina pedagógica, por atividades
artísticas de conjunto e acompanhamento musical nos conservatórios
estaduais de música e pela recuperação de aluno com deficiência de
aprendizagem;

2. Participar do processo que envolve planejamento, elaboração, execução,


controle e avaliação do projeto político-pedagógico e do plano de
desenvolvimento pedagógico e institucional da escola;

3. Participar da elaboração do calendário escolar;

48
4. Exercer atividade de coordenação pedagógica de área de conhecimento
específico, nos termos do regulamento;

5. Atuar na elaboração e na implementação de projetos educativos ou, como


docente, em projeto de formação continuada de educadores, na forma do
regulamento;

6 Participar da elaboração e da implementação de projetos e atividades de


articulação e integração da escola com as famílias dos educandos e com a
comunidade escolar;

7. Participar de cursos, atividades e programas de capacitação profissional,


quando convocado ou convidado;

8. Acompanhar e avaliar sistematicamente seus alunos durante o processo de


ensino-aprendizagem;

9. Realizar avaliações periódicas dos cursos ministrados e das atividades


realizadas;

10. Promover e participar de atividades complementares ao processo da sua


formação profissional;

11. Exercer outras atribuições integrantes do plano de desenvolvimento


pedagógico e institucional da escola, previstas no regulamento desta Lei e no
regimento escolar.

49
Percebam que o Analista Executivo de Defesa Social - Pedagogo
atuante na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) e o
Especialista de Educação Básica (EEB) atuante na Secretaria Estadual de
Educação (SEE) possuem atribuições distintas.

2.3 O Núcleo de Ensino e Profissionalização (NEP)

Vamos então falar sobre o Núcleo de Ensino e Profissionalização (NEP) e


suas atribuições:

De acordo com o ReNP - Regulamentos e Normas de Procedimento do


Sistema Prisional de Minas Gerais, Subseção III, art. 157, o Núcleo de Ensino e
Profissionalização (NEP) da Unidade Prisional, subordinado ao Diretor de
Atendimento, é responsável por garantir o acesso dos Indivíduos Privados de
Liberdade às atividades educacionais em geral, bem como em cursos de
capacitação e profissionalização e atividades socioculturais e esportivas.

O Núcleo de Ensino e Profissionalização da Unidade Prisional:

Realizará o acompanhamento da execução do Termo de Cooperação Técnica em


conjunto com a Secretaria de Estado da Educação;

Promoverá a interlocução entre a SEJUSP e a SEE, mantendo comunicação eficaz


com a escola, Superintendência Regional de Ensino e Diretoria de Ensino e
Profissionalização;

50
Informará a DEP eventuais descumprimentos da SEE para o funcionamento da
escola, seja suprimento de materiais escolares, construção e reformas, ou
quaisquer outras intercorrências que venham a interromper as atividades
escolares

2.4 Organograma e fluxo de comunicação

Compete ao Diretor Geral e Subdiretor de Atendimento, por meio do


NEP, o planejamento, a gestão e o acompanhamento do processo educacional
ofertados nas Unidades Prisionais junto a escola inserida da Unidade Prisional,
como demonstrado abaixo:

Nota: ASEDS é uma sigla para Assistente Executivo de Defesa Social.

51
Caro(a) Cursista!

Qualquer assunto a ser tratado referente à escola/aluno deve ser direcionado à


Direção da Escola e esta encaminhará ao Pedagogo e/ou responsável pelo NEP.

Observação – É de responsabilidade da direção da Unidade Prisional promover e


garantir espaço apropriado, bem como a equipe de segurança, a fim de manter
a estabilidade e o bom funcionamento das atividades pedagógicas (ensino,
profissionalização, atividades socioculturais, etc.) evitando interrompê-las.

2.5 O Conselho Disciplinar na Unidade Prisional

O Conselho Disciplinar (CD) destina-se ao processamento e julgamento


das faltas disciplinares cometidas pelos presos, bem como à cominação das
devidas sanções administrativas.

52
De acordo com o art. 91 do Decreto Estadual nº 46.647/2014, cabe à Diretoria
Geral “e) organizar o Conselho Disciplinar e a Comissão Técnica de Classificação”.

Conforme o Regulamento e Normas e Procedimento - ReNP do


Departamento Penitenciário Nacional, no art. 102, versa que ao Conselho
Disciplinar caberá:

I - analisar e decidir acerca das faltas disciplinares, sejam elas graves,


médias ou leves, e sugerir a respectiva sanção;

II – gerenciar, por meio de ações e deliberações de competência de


seu Presidente, o procedimento disciplinar, decidindo sobre
incidentes, inquirindo o preso, visando esclarecer os fatos e
circunstâncias das ocorrências, bem como solicitando diligências e
informações aos diversos setores da Unidade Prisional, a fim de que
seja aplicada a devida sanção administrativa;

III – viabilizar, por meio de ações e deliberações de competência de


seu Secretário, o trâmite das ocorrências de sua responsabilidade;

IV – garantir, por meio de ações e deliberações de competência de


Advogado constituído, de Defensor Público ou, à falta destes, de
ANEDS/ATJ, o direito do preso ao contraditório e à ampla defesa;

V - analisar e julgar, por meio de ações de deliberações de


competência de seus membros votantes, as faltas disciplinares.
Parágrafo único. Aos membros suplentes compete substituir os
membros titulares sempre que necessário, bem como compete ao
membro Presidente, de acordo com a demanda de trabalho, designar
auxiliares para viabilizar a celeridade do Procedimento Disciplinar.

53
O Conselho Disciplinar é composto por, no mínimo, 06 (seis) titulares,
capazes e experientes, a saber:

I – Presidente: representado pelo Diretor Geral da Unidade Prisional,


que poderá delegar a função a um dos Diretores Setoriais;

II – Secretário: representado por servidor qualificado para exercer o


secretariado junto ao Conselho Disciplinar;

III – Defesa: representada pela Defensoria Pública ou por Advogado


constituído ou, na ausência ou inexistência destes, pelo Analista
Executivo de Defesa Social/Analista Técnico Jurídico – ANEDS/ATJ,
observados os limites legais de exercício da função previstos neste
Regulamento, sem, contudo, deixar de contribuir eficientemente para
a justa classificação da falta disciplinar;

IV – Membros votantes:

a) 1 representante da equipe de segurança;

b) 2 técnicos ligados à Diretoria de Atendimento.

§ 1º Serão no mínimo 03 (três) membros votantes, mantendo-se,


para todos os efeitos, a composição ímpar, recomendada a
alternância destes membros a cada 06 (seis) meses.

§ 2º Ao Presidente do Conselho Disciplinar não será permitido votar.

54
2.6 A Comissão Técnica de Classificação

A Comissão Técnica de Classificação (CTC) é o colegiado multidisciplinar


responsável por elaborar, dirigir, orientar, coordenar, controlar, analisar e
acompanhar a evolução do Programa Individualizado de Ressocialização - PIR,
zelando pelo cumprimento da individualização da pena e demais objetivos
propostos.

Como trata-se de um colegiado, todos os membros da CTC possuem


poderes igualitários e todas as decisões deverão ser consensuais, vedada
resolução de divergências mediante utilização de critérios de votação ou
imposição de qualquer natureza.

A elaboração do documento é precedida pela discussão e apresentação


das sínteses de classificação realizadas pelos servidores que atenderam o preso
desde a sua admissão na Unidade Prisional.

O Analista Executivo de Defesa Social - Pedagogo elabora o parecer para


a CTC e/ou PIR. Na CTC/PIR, constará a síntese realizada pelo pedagogo com os
dados educacionais no parecer técnico. Ele informa em quais atividades o IPL
está indicado a realizar bem como a data provável para o próximo atendimento.

Caso o custodiado seja contraindicado para atividades de ensino e


profissionalização, o pedagogo elaborará uma proposta de acompanhamento
para ele.

Aluno(a), a fim de exercer o trabalho dentro das Unidades Prisionais,


será necessário atentar às diversas regras de acesso a esse espaço. Por isso, no
próximo capítulo, vamos elencar os principais pontos de atenção com relação ao
acesso, à postura do profissional e como agir em situações de emergência.

55
3. O ACESSO DE SERVIDORES/COLABORADORES À
UNIDADE PRISIONAL

O servidor em exercício nas escolas inseridas nas Unidades Prisionais,


ao adentrar nas unidades, precisará seguir, rigorosamente, as orientações
abaixo explicitadas, conforme orientação de serviço periódica
emitida/atualizada pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE).

A) Cumprir plenamente o Regulamento e Normas de P rocedimentos do Sistema


Prisional (ReNP). Acessível no site:
http://www.depen.seguranca.mg.gov.br/images/Publicacoes/Subsecretariadead
ministracaoprisional/Regulamento-e-Normas-de-Procedimentos-do-Sistema-Pris
ional-de-Minas-Gerais-28.pdf

b) Apresentar-se ao trabalho com trajes adequados ao exercício da função:

56
Vestir-se discretamente, sem acessórios chamativos, tais como brincos grandes,
colares, anéis, óculos de sol, maquiagem carregada, perfumes marcantes e
esmaltes de cores fortes ou escuras;

Usar apenas tênis ou sapatos fechados; manter os cabelos presos,


preferencialmente em formato de coque.

c) Manter postura discreta e estritamente profissional perante os presos;

d) Ser pontual e assíduo, considerando o transtorno potencial em função da


especificidade do atendimento;

Ser pontual, assim como as demais orientações é indispensável para o bom


funcionamento das ações previamente planejadas nas unidades!

e) Usar o jaleco em tempo integral, durante a permanência no estabelecimento


prisional em cumprimento de carga horária.

f) No caso dos docentes, que todos elaborem, juntamente com o Especialista em


Educação Básica - EEB, um plano de trabalho que contemple a articulação dos
componentes curriculares, inclusive para o atendimento das especificidades do
sistema multisseriado, quando for o caso.

g) A atuação conjunta entre o Especialista em Educação Básica -EEB e o Analista


Executivo de Defesa Social - Pedagogo da Unidade Prisional, quando houver,
para construção e/ou atualização do Projeto Político Pedagógico da unidade de
Ensino, em articulação com os planos de trabalho dos professores.

57
h) Cuidado e respeito no trato com as pessoas, subordinados, superiores e
colegas; praticar a cortesia e a urbanidade e respeitar a capacidade e as
limitações individuais de colegas de trabalho e dos usuários do serviço público,
sem preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião,
preferência política, posição social e outras formas de discriminação.

Ao servidor, em exercício nas unidades de ensino inseridas nas


Unidades Prisionais, é vedado:

a) Trajar roupas vermelhas, camufladas ou decotadas, bem como saias


curtas, shorts, vestidos curtos, bermudas, camisetas sem manga;

b) Portar objetos eletrônicos sem autorização expressa da direção da


Unidade Prisional;

c) Portar celular, em qualquer hipótese;

d) Presentear, receber e/ou repassar quaisquer tipos de objetos e


bilhetes;

e) Permanecer nos pavilhões fora dos horários de trabalho sem a devida


ciência do Analista Executivo de Defesa Social - Pedagogo da Secretaria de
Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) e autorização da direção da
Unidade Prisional;

f) Falar sobre a vida particular e assuntos externos que não dizem


respeito às atividades educacionais e que possam pôr em risco a segurança dos
servidores e da unidade;

g) Receber ou repassar informações internas e externas relativas a


Unidade Prisional, funcionários e aos estudantes, inclusive recados de
familiares, de parentes e de amigos;

58
h) Ter manifestações de afeto, inclusive através de contato físico e
conduta libidinosa de qualquer natureza.

O professor, quando estiver lecionando, deverá trabalhar somente o


conteúdo da matéria. É expressamente proibido comentários sobre a vida
particular e assuntos externos que não dizem respeito às atividades propostas e
que possam colocar em risco a segurança dos servidores e da Unidade Prisional;

Tratar todos os alunos com igualdade e respeito. Não esquecer de que


são alunos na condição de IPL;

Cada professor terá o seu próprio kit, contendo os materiais necessários


ao desempenho das suas atividades diárias em sala de aula (giz, apagador,
canetas, cola, borracha e apontador). Todo o material que for usado por ele
deverá ser deixado em seus devidos lugares, para manutenção da ordem no
ambiente educacional e é de responsabilidade exclusiva de cada professor;

O professor deverá anotar todos os materiais que levar para a sala de


aula, tendo o cuidado de recolhê-los e registrá-los no término das aulas. Cabe
lembrar que, se forem materiais diferentes dos costumeiros, o professor deverá
preencher a solicitação, devidamente justificada, e encaminhar para apreciação
e autorização da Diretoria de Segurança;

O professor deverá preparar seu material com antecedência e ter


conhecimento do conteúdo a ser trabalhado;

59
Estar pontualmente presente ao início da aula e permanecer até o
término do horário, exceto por medida de segurança quando solicitado pela
Unidade Prisional;

O cumprimento do horário não é um mérito, mas uma obrigação do


profissional que respeita seus alunos e colegas de trabalho. Fique atento ao
horário de início das aulas no pavilhão. Cuide para que não ocorram atrasos na
sua chegada para que os alunos não fiquem sozinhos em sala de aula, colocando
o patrimônio da escola e a segurança em risco;

Não será mais utilizada a folha individual de frequência escolar para


assinatura do aluno, pois o documento que comprova a frequência é o Diário
Escolar e este deverá ser preenchido diariamente pelo professor. A remição de
pena é emitida de acordo com este documento.

É expressamente proibida a permanência de professores e demais


funcionários da escola nos pavilhões fora dos horários de trabalhos educacionais
e sem a devida ciência do Analista Executivo de Defesa Social - Pedagogo/
Responsável Pedagógico (SEJUSP) e autorização da direção da Unidade Prisional;

Em período de férias escolares é proibido o acesso de professores no


âmbito da Unidade Prisional, exceto os funcionários da secretaria da escola que
permanecerão em funcionamento para atender às demandas administrativas.

3.1 Objetos de entrada proibida ou restrita

De acordo com o Regulamento e Normas de Procedimentos (ReNP),


seção I, art. 314, é vedada a entrada de:

I - aparelhos eletroeletrônicos e/ou de informática;


60
II - armas, munições e explosivos;

III – ferramentas e substâncias inflamáveis;

IV - bebidas alcoólicas e drogas ilícitas; e

V - valores em dinheiro, cheques ou outros títulos.

Art. 315. As ferramentas, combustíveis e demais equipamentos


necessários à realização do trabalho de servidores ou prestadores de
serviços deverão ser autorizados pelo Diretor Geral e relacionados no
livro da portaria na entrada e na saída.

§ 1º Os servidores ou prestadores de serviços deverão ter sua entrada


confirmada no local de destino e sua visita ficará restrita ao local
declarado na portaria da Unidade Prisional.

§ 2º Todo o trânsito do prestador de serviços na Unidade Prisional


deverá ser acompanhado por um Agente de Segurança Penitenciário (
Policial Penal).

3.2 Entrada e utilização de equipamentos eletrônicos

Sobre a entrada e utilização de telefone celular, de acordo com o


Regulamento e Normas de Procedimentos (ReNP), seção II, destacamos:

Art. 316. É vedado ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou


facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel e
outros aparelhos eletroeletrônicos e/ou de informática na Unidade
Prisional.

61
§ 6º Ficam autorizados, quando em diligências na Unidade Prisional,
Magistrados, Promotores de Justiça, Defensores Públicos, Membros
dos Departamentos Penitenciários, Membros do Conselho Nacional
de Política Criminal e Penitenciária e Membros do Conselho
Penitenciário, portarem aparelhos telefônicos móveis, no âmbito das
dependências administrativas do Estabelecimento.

O uso de tecnologias no processo de ensino e aprendizagem tornaram


indispensáveis com a era da informatização, contudo, por se tratar de um
ambiente no qual a segurança deve ser fator primário nas atividades de rotina e
havendo o uso de equipamentos multimídias (notebook, tablet, projetor/Data
Show) deverá passar previamente por análise, e parecer sobre aprovação, via
documento datado e assinado pelo Diretor da Unidade Prisional.

3.3 Procedimento de revista

O Regulamento e Normas de Procedimentos (ReNP) do Sistema


Prisional de Minas Gerais, na seção III, que dispõe sobre o procedimento
padronizado de revista, orientará:

Art. 317. Os servidores, visitantes, entre outras pessoas que


necessitem adentrar na Unidade Prisional, deverão passar por revista
corporal nos termos deste Regulamento.

Parágrafo único. As pessoas que se recusarem a passar pelos


procedimentos de revista, conforme previsto neste Regulamento, não
poderão adentrar na Unidade Prisional e as flagradas em situação de
irregularidade serão detidas pela equipe de segurança, a qual
deverá acionar o Coordenador de Segurança. (grifo nosso)

62
Art. 318. Durante o procedimento de revista os menores de idade
deverão estar acompanhados do responsável legal ou pessoa por este
indicada.

Art. 319. O visitante portador de deficiência física que o impeça de


ser submetido à revista poderá requerer cadastramento e
credenciamento para visita assistida, mediante apresentação de
laudo técnico emitido por médico especialista.

Art. 320. Não poderão adentrar na Unidade Prisional pessoas que


estejam usando:

I – bermudas e “piercing”;

II – roupas transparentes e/ou decotadas e/ou insinuantes; e

III – roupas que façam alusão a times ou apologia à violência, às


drogas e/ou similares.

§ 1º Excetuados os Agentes de Segurança Penitenciários, por ocasião


de estarem uniformizados, não poderão adentrar na Unidade
Prisional pessoas trajando roupas camufladas.

§ 2º Excetuados os presos, não poderão adentrar na Unidade


Prisional pessoas trajando roupas vermelhas.

§ 3º Apenas servidores e prestadores de serviços, em conformidade


com a natureza da atividade de cada um, bem como em consonância
com as normativas próprias, poderão adentrar na Unidade Prisional
usando chapéus, capacetes, bonés e similares. As demais pessoas não
poderão adentrar na Unidade Prisional usando os mencionados
apetrechos.

Tipos

O SCANNER CORPORAL

63
Art. 321. Nas Unidades Prisionais que dispuserem de scanner corporal
será obrigatória a revista mediante passagem das pessoas pelo
equipamento, devendo ser observado o respectivo protocolo de uso.

Parágrafo único. O equipamento de scanner corporal deverá ser


operado por pessoa do mesmo sexo do revistado.

Atenção!

As pessoas que se recusarem a passar pela inspeção no scanner corporal


ou que em virtude de recomendação não possam passar pelo equipamento,
deverão passar pelo procedimento de revista padronizado, de acordo com o
Regulamento, sob pena de serem impedidas de adentrar na Unidade Prisional.

REVISTA PADRONIZADA E REVISTA ÍNTIMA

De acordo com o art. 324 do Regulamento e Normas de Procedimentos


(ReNP) do Sistema Prisional de Minas Gerais, as Unidades Prisionais que não
dispuserem de scanner corporal, as pessoas passarão pelo procedimento
padronizado de revista.

§ 2 Aos servidores e prestadores de serviço, não dispondo a Unidade


Prisional de scanner corporal, se faz obrigatório, a revista conforme
descrito no Procedimento Operacional Padrão que prevê a revista no
visitante à Unidade Prisional, servidor e prestador de serviço.

I - a revista íntima será realizada exclusivamente com expressa


autorização do Diretor do estabelecimento prisional, baseada em
grave suspeita ou em fato objetivo específico que indique que
determinado visitante pretende conduzir ou já conduz algum tipo de
arma ou droga em cavidade do corpo.

64
II - previamente à realização da revista íntima, o Diretor da Unidade
Prisional fornecerá ao visitante declaração escrita sobre os motivos e
fatos objetivos que justifiquem o procedimento.

III - quando não houver tempo suficiente para sua expedição prévia,
o documento a que se refere o inciso II deste artigo será fornecido até
24 (vinte e quatro) horas depois da revista íntima, sob pena de sanção
administrativa.

IV - a revista íntima será efetuada de forma a garantir a privacidade


do visitante, por pessoa do mesmo sexo, nos termos da Lei Estadual
nº 12.492/97.

REVISTA INVERTIDA

De acordo com o ReNP, quando a estrutura da Unidade Prisional for


adequada, bem como quando não comprometer a segurança desta, a Equipe de
Segurança da Unidade Prisional poderá realizar a revista invertida nos moldes de
procedimento operacional padrão específico previsto neste Regulamento. Ou
seja, o preso visitado é quem, de fato, passará pelo procedimento de revista, o
mais minucioso possível, antes e depois de haver recebido a visita. O visitante,
neste caso, deverá, obrigatoriamente, ser revistado por detector de metais e, no
caso de necessitar usar o banheiro, deverá usar o exclusivo de visitantes.

DA REVISTA APENAS COM DETECTOR DE METAIS

De acordo com o ReNP, art. 329, serão submetidos à revista apenas com
detector de metais:

I – Magistrados, Promotores e Defensores públicos;

II - Presidente, Governador e Prefeito;

III - Senadores e Deputados;

65
IV - Vereadores do município sede da Unidade Prisional;

V - Secretários de Estado, Ouvidores e Corregedores do Estado;

VI - Membros dos Conselhos do Estado;

VII – Subsecretários, Assessores, Superintendentes e Diretores da


SEDS;

VIII - Policiais devidamente identificados;

IX – Advogados devidamente regulamentados junto à OAB;

X – Estagiários de Direito devidamente inscritos junto à OAB, nos


termos de Resoluções Conjuntas SEDS/OABMG;

XI – Servidores e estagiários da Defensoria Pública, desde que


devidamente identificados e acompanhados dos Defensores Públicos
em diligência junto às Unidades Prisionais;

XII – Servidores e estagiários do Ministério Público, desde que


devidamente identificados e acompanhados dos Promotores de
Justiça em diligência junto às Unidades Prisionais; e

XIII – Servidores e estagiários do Poder Judiciário, desde que


devidamente identificados e acompanhados dos Magistrados em
diligência junto às Unidades Prisionais.

Parágrafo único. Quando a Unidade Prisional dispuser de scanner


corporal, as pessoas elencadas neste artigo passarão pela revista no
equipamento, todavia, quando não concordarem, deverão passar
pela revista com o detector de metais.

3.4 Vistoria e guarda de pertences

A equipe de segurança deverá vistoriar os pertences dos servidores e


prestadores de serviço conforme procedimento previsto no ReNP:

66
Subseção I – DA GUARDA DOS PERTENCES DOS SERVIDORES E PRESTADORES
DE SERVIÇO

Art. 334. A Unidade Prisional, quando possível, deverá disponibilizar


local para a guarda dos pertences dos servidores e prestadores de
serviço.

Parágrafo único. Quando a Unidade Prisional dispuser de setor de


guarda volumes e este estiver localizado em área que possa
comprometer a segurança, os pertences deverão ser devidamente
vistoriados.

Seção VI – DA VISTORIA EM VEÍCULOS

Art. 338. Os veículos, ao passarem pela cancela na entrada e saída,


deverão ser vistoriados superficialmente e terem abertos os
porta-malas e, ao passarem pela portaria, deverão ser vistoriados de
forma minuciosa.

§ 1º Nas Unidades Prisionais que não possuírem cancela, toda a


vistoria será realizada na Portaria.

§ 2º Qualquer veículo e/ou carga destinados a entrar ou sair da área


interna da Unidade Prisional deverá ser minuciosamente vistoriado e
acompanhado pela Equipe de Segurança, bem como, quando
aplicável, monitorado pelas câmeras do Sistema de Vídeo
Monitoramento.

§ 3º Se for encontrado objeto ou material ilícito, os responsáveis


deverão ser detidos pela Equipe de Segurança, cabendo ao
Coordenador de Segurança tomar as providências de acordo com o
caso concreto. (grifo nosso)

Art. 339. A Direção deverá combinar com os fornecedores,


prestadores de serviços, parceiros de trabalho e produção, no sentido
de que a Unidade Prisional seja o último local de descarregamento e
o primeiro de recolhimento de materiais.
67
Parágrafo único. Caso não seja possível, o fornecedor ou parceiro
deverá descarregar a carga na portaria, sem prejuízo das atividades ali
executadas, e conduzi-la ao destino por meio de carrinho de carga.

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ACESSO DE AUTORIDADES, SERVIDORES E


VISITANTES EM GERAL À UNIDADE PRISIONAL

Art. 340. Uma vez revistadas, as pessoas não poderão manter contato
com quem ainda não passou pelo procedimento e, todas as vezes que
necessitarem sair da área de segurança da Unidade Prisional ou ter
acesso a seus pertences deverão ser revistadas novamente.

Art. 341. É vedado ao servidor ou prestador de serviço levar recados


ou informações particulares, bem como ingressar, promover,
intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de qualquer tipo alimentos
e pertences/objetos para os presos.

Art. 342. Caso o visitante venha a incorrer em comportamento


criminoso, o ASP deterá o mesmo e comunicará o fato ao Diretor de
Segurança ou responsável, o qual solicitará a presença da Polícia
Militar para as providências cabíveis.

Art. 343. Caso o ASP seja convocado para comparecer na Delegacia de


Polícia durante o dia da visita para prestar depoimento, o mesmo
deverá ser conduzido por um veículo da Unidade Prisional.

Art. 344. Fica proibido aos visitantes e aos servidores fumarem em


recinto coletivo fechado das Unidades Prisionais.

Art. 345. É vedada a entrada de bolsas e mochilas na área interna


restrita, ou seja, aquela delimitada pelos muros e/ou alambrados e
destinada à custódia e convivência dos presos.

68
Art. 346. Somente quando estiverem uniformizados, os servidores e
prestadores de serviços poderão adentrar na área de trânsito e
permanência de presos, podendo levar consigo apenas documentos
pessoais, objetos de higiene pessoal e alimentação para o dia, bem
como o equipamento de trabalho.

Parágrafo único. Excetuados os documentos pessoais, os objetos de


higiene pessoal, a alimentação para o dia e o equipamento de
trabalho, é vedado aos servidores e prestadores de serviço
adentrarem na Unidade Prisional e se encaminharem aos postos de
serviço portando materiais estranhos à natureza da atividade a ser
desenvolvida.

3.5 Como agir em situações de risco à segurança

As Unidades Prisionais contam com o Plano de Emergência que tem por


objetivo estabelecer conceitos e procedimentos a serem adotados em situações
que venham a configurar motim ou rebelião.

Conforme artigo 707 do ReNP, configura-se motim o evento coletivo de


perturbação da rotina da Unidade Prisional, em que há adesão,
proporcionalmente à população carcerária, de grande número de presos, bem
como dano ao patrimônio público e uso de força desproporcional à rotineira,
podendo ser acionados o GIR, o COPE ou a PM, de acordo com a necessidade.

§ 1º É necessária ocorrência conjunta dos pré-requisitos descritos no


caput deste artigo para que o evento configure motim, ao passo que,
do contrário, o evento deverá ser classificado como subversão da
ordem.

§ 2º A subversão da ordem caracteriza-se pela movimentação não


cotidiana, individual ou coletiva, ou seja, em que não há perda de
área de segurança, não havendo, portanto, necessidade de
acionamento do Plano de Emergência.

69
Art. 708. Configura rebelião o evento iniciado como motim em que há
perda parcial ou total da área de segurança da Unidade Prisional,
havendo ou não refém.

Art. 712. O controle às emergências será gerido e operacionalizado


pela Equipe de Emergência, cuja forma de organização e estruturação
deverá possibilitar a execução das diretrizes prescritas neste Plano de
Emergência.

Parágrafo único. A Equipe de Emergência será constituída por:

I - Diretor Geral;

II - Diretor de Segurança;

III - Coordenador de Segurança;

IV - Secretária do Diretor Geral;

V - Coordenador de Tráfego;

VI - Diretor Administrativo;

VII - Diretor de Atendimento e Ressocialização;

VIII - Equipe de Segurança:

a) Grupo de Intervenção Rápida;

b) ASPs Responsáveis pelo Canil;

c) ASPs da Portaria de Identificação;

d) ASPs de Serviço nos Pavilhões

IX - Equipe de Manutenção; e

X - Equipe de Primeiros Socorros

Como agir?

70
De acordo com o ReNP:

I – ao soar o alarme não entrar em pânico;

II – desligar, se possível, os aparelhos eletroeletrônicos e apagar as


luzes;

III – não usar o telefone, de modo que todas as linhas permaneçam


livres;

IV – sempre que possível aguardar orientações quanto à forma de


proceder;

V – se estiver com algum visitante, ajudá-lo a manter a calma e


providenciar o deslocamento em direção à saída; e

VI – deixar as dependências da Unidade Prisional de forma calma e


ordeira.

71
4. O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO

O sistema prisional não constitui um bloco único e homogêneo. Pelo


contrário, ele é marcado pela diversidade de características populacionais e
regionais, da gestão dos entes estaduais, da natureza dos estabelecimentos de
custódia, dos tipos de regime de execução da pena, entre outros aspectos.

As dimensões do cárcere, definidas pela atmosfera local, é fator


incidente no processo de ressocialização da pessoa privada de liberdade, e estas
peculiaridades têm sido reflexo nas inovações jurídicas à luz da legislação que
rege a execução penal.

Caro Aluno(a)!

Convidamos você a assistir o vídeo de uma professora atuante em uma


unidade prisional e suas percepções sobre os desafios de ensinar nos presídios.

Vídeo: https://youtu.be/SCbxHE75S1I

A seguir, abordaremos como ocorre o processo de custódia do Estado,


iniciando pela ação da acolhida, da assistência material e da assistência
multiprofissional à pessoa privada de liberdade, consideradas as suas
especificidades, repertório de vida e inclinações para perspectivas futuras.

72
4.1 Acolhida

O processo de acolhida permite ao preso recém-admitido tomar ciência


dos seus direitos e deveres e das normas institucionais, bem como dos serviços
de atendimento que lhe serão oferecidos durante sua permanência no Sistema
Prisional. Será realizado, preferencialmente, no dia da admissão do preso ou no
prazo máximo de 05 (cinco) dias úteis. Após a realização da acolhida, cumprirá
ao Diretor de Atendimento assegurar que os presos passem por todos os
atendimentos técnicos necessários.

Dessa forma, o preso é atendido por uma equipe multidisciplinar cujo


trabalho se pauta em ações voltadas à sua ressocialização e incluem:

I - assistência jurídica;

II – assistência à saúde e psicossocial;

III - assistência educacional;

IV – assistência religiosa e no campo das políticas sobre drogas;

V – encaminhamento a atividades laborais;

VI – participação em atividades recreativas, culturais e de lazer; e

VII – contato com familiares por meio de visita, correspondências e


telefones.

4.2 Assistência material

Conforme art. 627 do ReNP, constituem-se direitos do preso a


assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social, religiosa e psicológica,
conforme as normas vigentes.
73
Dessa forma, após concluída com êxito a parte inicial do processo de
admissão do preso, segue-se com a entrega do Kit Básico que é composto por:

I - uniforme composto por:

a) duas calças;

b) uma bermuda;

c) duas camisas de malha;

d) uma blusa de frio; e

e) um par de chinelos de dedo de qualquer marca, contudo, deverá ser


do tipo convencional “havaianas”.

II - objetos pessoais:

a) um tubo de creme dental;

b) um rolo de papel higiênico;

c) uma barra de sabão;

d) uma escova dental;

e) um copo plástico;

f) uma colher plástica;

g) um lençol;

h) uma toalha de banho;

i) um cobertor;

j) oito preservativos; e

k) absorvente higiênico (em caso de presa do sexo feminino).

Ainda conforme o artigo 627:

74
§ 1º Os itens constantes no item II deste artigo serão trocados
periodicamente, mantida a quantidade descrita.

§ 2º A troca do kit ou de qualquer um dos itens que o compõem,


decorrente de uso inadequado, dependerá de autorização do Diretor
de Segurança.

§ 3º O kit, a critério do Diretor de Atendimento e Diretor de


Segurança, poderá ser acrescido em quantidade, nos casos em que o
preso exerça alguma relação de trabalho, seja por parcerias e/ou
produção da Unidade Prisional.

4.3 Assistência multiprofissional ao preso

Nas Unidades Prisionais, a Diretoria de Atendimento ao Preso


(atualmente denominada Subdiretoria de Atendimento ao Preso) conforme art.
152 do ReNP, é a responsável por:

III - orientar, monitorar e avaliar as atividades de assistência ao preso,


de modo a promover gestão conjunta nas áreas:

a) jurídica;

b) saúde e atendimento psicossocial;

c) ensino e profissionalização;

d) trabalho e produção;

e) assistência religiosa e políticas sobre drogas; e

f) classificação e individualização da execução penal.

75
Para tanto, comporta os núcleos: jurídico, de saúde e atendimento
psicossocial, de ensino e profissionalização e de trabalho e produção.

O núcleo jurídico é o setor responsável pela assistência jurídica aos


presos, sendo esta realizada pelos Analistas Executivos de Defesa Social /
Analista Técnico Jurídico – ANEDS / ATJ e Assistentes Executivos de Defesa Social
/ Auxiliares Administrativos.

Ao Núcleo de Saúde e Atendimento Psicossocial cumpre assegurar a


assistência à saúde do preso, a ser prestada por equipe multidisciplinar
constituída por Assistente Social, Médico-Clínico, Médico-Psiquiatra,
Médico-Oftalmologista, Médico-Ginecologista, Médico-Infectologista,
Enfermeiro, Dentista, Auxiliar de Consultório Odontológico, Farmacêutico,
Psicólogo, Terapeuta Ocupacional e Fisioterapeuta.

Por sua vez, o Núcleo de Ensino e Profissionalização da Unidade


Prisional é responsável por garantir o acesso dos presos às atividades
educacionais em geral, bem como em cursos de capacitação e
profissionalização, sendo constituído pelos seguintes profissionais: Pedagogo e
Assistente Executivo de Defesa Social / Auxiliar Administrativo.

O Núcleo de Trabalho e Produção é responsável pelo controle das


ferramentas e materiais utilizados nas oficinas criadas e administradas pela
Unidade Prisional, competindo-lhe gerenciar a produção de recursos, bem como
desenvolver a melhor forma possível de estimular e coordenar as atividades
laborais dos presos. São servidores deste núcleo o Gerente de Trabalho e
Produção e o Assistente Executivo de Defesa Social / Auxiliar Administrativo.

Constituem deveres do preso, de acordo com o ReNP:

I - permanecer na Unidade Prisional até a sua liberação;

II - manter comportamento disciplinado e cumprir fielmente a sentença


que lhe foi imposta;

76
III - respeitar as normas do regime prisional, estabelecidas por leis,
decretos, resoluções e portarias;

IV - observar atitude de obediência com o servidor e respeito e


urbanidade com qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;

V - manter conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de


fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;

VI - executar o trabalho, as tarefas e as ordens recebidas;

VII - manter atitude de submissão à sanção disciplinar imposta;

VIII - indenizar os danos causados à administração da Unidade Prisional;

IX - observar a higiene pessoal e o asseio da cela ou alojamento;

X - conservar os objetos de uso pessoal e/ou tornozeleira eletrônica; e

XI - indenizar o Estado, quando possível, das despesas com a sua


manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho.

CONCLUSÃO

Caro(a) Cursista, chegamos ao final deste curso! Esperamos ter


contribuído para sua reflexão quanto à dinâmica educacional inserida no
sistema prisional de Minas Gerais. Desejamos que você continue buscando
ampliar seus conhecimentos e obtendo uma atuação ainda mais eficiente.

Trata-se de ter a certeza de que cada um de seus gestos, em sua


atuação profissional, faz a diferença diante de ações e atitudes que somente
cabem ser julgadas à luz do poder da justiça.

77
A vocês que trabalham, promovem e permitem que esse processo
transformador aconteça dentro das Unidades Prisionais, nosso reconhecimento,
admiração e respeito.

Sucesso!

Alunos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria recebem diploma do Ensino Médio

Fonte:
http://www.depen.seguranca.mg.gov.br/index.php/noticias-depen-mg/3072-detentos-do-complexo-penitenciario-nelson-hungria-
recebem-diploma-do-ensino-medio

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Sugestões de Leitura

Eli Narciso Torres (Autor)

Editora: ‎Paco Editorial; 1ª edição (1 novembro 2019)

“Prisão, Educação e remição de pena no Brasil” examina a gênese do dispositivo


jurídico da remição de pena pelo estudo e a luta pela garantia de direitos à
educação nas prisões. Processos gestados, imersos à constituição de uma

79
“questão carcerária”, demarcada por superencarceramentos, motins,
organização de facções criminosas e constantes rebeliões no sistema
penitenciário. A obra demonstra como os conflitos penitenciários,
gradualmente, influenciaram para a formação do espaço de militância que se
ocupou em combater violações aos direitos civis e para, inclusive, mobilizar
intelectuais e militantes engajados, dispostos em institucionalizar políticas
educacionais para pessoas privadas de liberdade no Brasil.

Fernanda Marsaro dos Santos

Paco Editorial, 10 de mai. de 2019 - 436 páginas

80
Prisão: lugar de castigo ou de preparo para reconviver com a sociedade? A tradição
histórica é a da penitenciária, isto é, lugar de penitenciar-se, sofrer pelos pecados. Esta
visão insuficiente esquece que as penas são finitas e um dia o preso voltará à
sociedade. Como? Para delinquir ou viver uma vida nova? Em vez de ações educativas,
atividades culturais e formação profissional, instala-se a ociosidade no Brasil e em
muitos outros países. Este livro é um desafio ao clima de ócio: escrito por muitas mãos
do Brasil, Argentina e Portugal, de várias especialidades, apresenta experiências
concretas e reflexões sobre as prisões. Mostra que a mudança é possível, inclusive para
grupos mais vulneráveis entre os vulneráveis, como as mulheres. A obra se destina à
sociedade em geral, a educadores, operadores do Direito, àqueles que trabalham com
os internos. Eles podem, apesar dos muitos pesares, acender a luz da esperança e a
sociedade espera a sua esperança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Regras de Mandela: Regras Mínimas das


Nações Unidas para o Tratamento de Presos. Brasília: CNJ, 2016. BRASIL.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece a Lei de Diretrizes


e Bases da Educação Nacional (LDB). Diário Oficial da União, Brasília, 1996.

BRASIL. Lei nº 13.632 de 06 de março de 2018. Altera a lei nº 9.394, de 20 de


dezembro de 1996 (lei de diretrizes e bases da educação nacional), para dispor
sobre educação e aprendizagem ao longo da vida. Diário Oficial da União,
Brasília, 2018.

BRASIL. Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal.


Diário Oficial da União, Brasília, 1984.

81
BRASIL. Lei no 13.163, de 09 de setembro de 2015. Modifica a Lei no 7.210, de
11 de julho de 1984 - Lei de Execução Penal, para instituir o ensino médio nas
penitenciárias. Diário Oficial da União, Brasília, 2015.

BRASIL. Decreto n. o 7.626, de 2 de novembro de 2011. Institui o Plano


Estratégico de Educação no âmbito do Sistema Prisional. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 2011.

BRASIL. Lei no 12.433, de 29 de junho de 2011. Altera a Lei no 7.210, de 11 de


julho de 1984 (Lei de Execução Penal), para dispor sobre a remição de parte do
tempo de execução da pena por estudo ou por trabalho. Diário Oficial da
União, Brasília, 2011.

BRASIL. Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de


Educação e dá outras providências. Diário Oficial da União - Seção 1 -
10/1/2001, Página 1. Veto: Diário Oficial da União - Seção 1 - 10/1/2001, Página
20.

BRASIL. Lei no 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de


Educação (PNE) e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2014.

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Caderno de gestão dos escritórios sociais


II [recurso eletrônico]: Metodologia para a singularização do atendimento a
pessoas em privação de liberdade e egressas do sistema prisional / Conselho
Nacional de Justiça, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,
Departamento Penitenciário Nacional; coordenação de Luís Geraldo Sant’Ana
Lanfredi ... [et al.]. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2020.

MAGALHÃES, José Luiz Quadros. Direitos Humanos na Ordem Jurídica Interna.


Belo Horizonte: Interlivros, 1992, p. 190.

MAEYER, M De. “Prólogo”. In: RANGEL, Hugo. (Coord.). Mapa Regional


latinoamericano sobre educación en prisiones. Notas para el análisis de la
situación y la problemática regional. Centre International d’études pédagogiques
(CIEP), 2009.

MAEYER, M. Educação na prisão não é mera atividade. Revista Educação &


Realidade. 38(1), 33-49, 2013.

MARTI, J. Educação em Nossa América: textos selecionados. Organização e


apresentação de Danilo R. Streck. Ijuí: Editora Unijuí, 2007. 260 p.

MELO, RSM; SILVA, FAOR. Caminhos a Hamburgo: efeitos do movimento


CONFINTEA V no Brasil nas lutas pelo direito de jovens e adultos à educação.
82
Crítica Educativa - Dossiê Educação de Jovens e Adultos como direito, v. 3 n. 3,
2017.

MELLO, Celso Duvivier de Albuquerque. Curso de direito internacional público.


15º ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.

MINAS GERAIS. Plano Estadual de Educação para Pessoas Privadas de


Liberdade e Egressas do Sistema Prisional de Minas Gerais. SEJUSP/SEE, 2021.

MINAS GERAIS. Decreto nº 48.659, de 28 de julho de 2023. Dispõe sobre a


organização da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública. Minas
Gerais Diário do Executivo - 29/07/2023 Pág. 3 Col. 1.

MINAS GERAIS. Resolução nº 1618, de 07 de julho de 2016, que aprova o


Regulamentos e Normas de Procedimentos das atividade de rotina das áreas
de segurança e atendimento das Unidades Prisionais do Estado de Minas
Gerais (ReNP). Disponível em:
http://www.depen.seguranca.mg.gov.br/images/Publicacoes/Subsecretariadead
ministracaoprisional/Regulamento-e-Normas-de-Procedimentos-do-Sistema-Pris
ional-de-Minas-Gerais-28.pdf Acesso em 15 fev. 2024

MINAS GERAIS. Resolução SEE Nº 4.789, de 11 de novembro de 2022.


Estabelece normas para a organização do Quadro de Pessoal das Unidades de
Ensino na Rede Estadual de Ensino da Secretaria de Estado de Educação de
Minas Gerais.

MINAS GERAIS. Resolução Conjunta SEJUSP/SEE/MG, nº 21, de 02 de agosto de


2023. Institui as normas conjuntas e diretrizes para a escolarização das pessoas
privadas de liberdade em atendimento nas escolas estaduais inseridas nas
unidades prisionais. Jornal Minas Gerais, Diário do executivo de 08.08.2023,
p.9, col.1. Disponível em:
https://www.jornalminasgerais.mg.gov.br/Home/pesquisaAvancada Acesso em
15 fev. 2024.

MINAS GERAIS. Termo de Cooperação Técnica EMG/SEE e SEAP. Atendimento


dos estudantes/indivíduos privados de liberdade, por meio da oferta de
Educação Básica, atividades educacionais regulares e atividades educacionais
complementares nas unidades prisionais, na modalidade de Educação de Jovens
e Adultos, em todo Estado de Minas Gerais. Jornal Minas Gerais, Diário do
Executivo de 16 mar.2019, pág.68.

NOTA TÉCNICA No 72/2021/COECE/CGCAP/DIRPP/DEPEN/MJ. Apresenta


manifestação do Departamento Penitenciário Nacional e do Conselho Nacional
de Justiça sobre procedimentos quanto às ações de fomento à leitura, à
83
cultura e aos esportes em ambientes de cárcere, integrando a política de
educação para o sistema prisional. CNJ Conselho Nacional de Justiça. Brasília:
Conselho Nacional de Justiça, 2021.

ONOFRE, E. C. Educação Escolar Para Jovens e Adultos em Situação de Privação


de Liberdade. Cad. Cedes, Campinas, v. 35, n. 96, p. 239-255, maio/ago. 2015.

ONOFRE, E. C. A escola na prisão: caminhos e ousadias na formação de


professores. Trabalho & Educação. Belo Horizonte, v. 26, n.1, p. 169-181,
jan-abr, 2017.

ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em:


https://brasil.un.org/pt-br/91601-declaracao-universal-dos-direitos-humanos.
Acesso em 15 fev. 2024

ONU. Regras Mínimas para Tratamento de Prisioneiros. Genebra, 1955.


Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/fpena/lex52.htm.
Acessado em 15 fev. 2024

PAIVA, Jane. A construção coletiva da política de educação de jovens e adultos


no Brasil. Em Aberto, Brasília, v. 22, n. 82, p. 59-71, nov. 2009.

Resolução CNE/CEB Nº 1, DE 5 DE JULHO DE 2000. Estabelece as Diretrizes


Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Conselho Nacional
de Educação. Brasília: MEC, 2000. BRASIL.

Resolução CNPCP n° 03, de 11 de março de 2009. Dispõe sobre as Diretrizes


Nacionais para a Oferta de Educação nos estabelecimentos penais. Conselho
Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Brasília: DEPEN/MJ, 2009.
Resolução CNE/CEB n° 02, de 19 de maio de 2010. Diretrizes Nacionais para a
oferta de educação para Jovens e Adultos em situação de privação de
liberdade nos estabelecimentos penais. Conselho Nacional de Educação.
Brasília: MEC, 2010. BRASIL.

Resolução nº 4, de 30 de maio de 2016. Dispõe sobre as Diretrizes Operacionais


Nacionais para a remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de
liberdade nos estabelecimentos penais do sistema prisional brasileiro.
Conselho Nacional de Educação. Brasília: MEC, 2016.

Resolução nº 391 de 11 de maio de 2021. Estabelece procedimentos e diretrizes


a serem observados pelo Poder Judiciário para o reconhecimento do direito à
remição de pena por meio de práticas sociais educativas em unidades de
privação de liberdade. Conselho Nacional de Justiça. BRASIL.

84
SERRADO JUNIOR, Jehu Vieira. A formação do professor do sistema
penitenciário: a necessidade de uma educação reflexiva e restaurativa nas
prisões. FCT/UNESP, Presidente Prudente, 2008.

UNESCO. Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da prática. Brasília:


Brasil, 2008. UNESCO. Declaração de Hamburgo sobre a Educação de Adultos e
Plano de Ação para o Futuro. In: Conferência Internacional Sobre Educação de
Adultos, 5., 1997, Hamburgo, DE. Anais [...]. Hamburgo, DE: UNESCO, 1997. p.
14-18.

UNESCO. Declaração de Hamburgo sobre a Educação de Adultos e Plano de Ação


para o Futuro. In: Conferência Internacional Sobre Educação de Adultos, 5.,
1997, Hamburgo, DE. Anais [...]. Hamburgo, DE: UNESCO, 1997. p. 14-18.

UNICEF. Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de


Jomtien – 1990). Disponível em:
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-mundial-sobre-educacao-para-todos-c
onferencia-de-jomtien-1990. Acessado em 15 fev. 2024.

TEIXEIRA, Carlos José Pinheiro. O papel da Educação como programa de


reinserção social para jovens e adultos privados de liberdade: perspectivas e
avanços. In: EJA e Educação Profissional, Brasília, p. 16-24, n. 06, maio 2007.
Disponível em:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/eja_prisao/saltopfuturo
_edprisional.pdf. Acesso em: 15 fev. 2024

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