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Estudo do Caso Logan (PSICOPATOLOGIA II)

Discentes: Danillo Magnum, Maria Fabiola, Michelle Maia

Logan apresenta uma história de ansiedade desde a infância, evidenciada


por dificuldades de separação durante o jardim de infância e episódios de bullying
na quarta série que desencadearam os primeiros ataques de pânico. Sua família
tem um histórico significativo de transtornos de ansiedade, com sua mãe
demonstrando sintomas de transtorno de pânico, agorafobia e fobia social. Os
sintomas de Logan, como ansiedade em relação à saúde, medo de perder os pais e
ataques de pânico, refletem conflitos inconscientes profundos. Seus medos de
saúde podem ser uma expressão simbólica de ansiedades mais profundas sobre a
perda e a separação. Seu apego excessivo aos pais e a angústia associada à
separação indicam uma fixação na fase oral do desenvolvimento.
Em relação à dinâmica familiar, é marcada pela superproteção da mãe e pela
tolerância excessiva aos medos de Logan, que pode ter contribuído para a formação
de seus sintomas. A mãe, em particular, parece estar envolvida em uma dinâmica
de fusão com Logan, onde suas ansiedades e comportamentos se entrelaçam. Essa
dinâmica parece reforçar esse padrão de comportamento de Logan, pois sempre
que ele solicita algo, seus pais ficam em casa, atende suas ligações e responde
qualquer mensagem prontamente. Esse padrão pode refletir aspectos do complexo
de Édipo, onde Logan está lutando para desenvolver uma identidade separada dos
pais. Durante essa fase, Logan desenvolveu um vínculo emocional intenso com a
mãe. Por esse vínculo não ter sido resolvido adequadamente, ele desenvolveu um
medo intenso de separação, temendo perder o objeto de seu afeto primário. Em
uma resolução saudável do complexo de Édipo, Logan internalizaria os valores e
identificações do progenitor do mesmo sexo. Se esse processo for interrompido, ele
pode ter dificuldades em se separar da mãe, pois pode sentir que está perdendo
uma parte de si mesma ao se distanciar dela.
Logan exibe sintomas consistentes de transtorno de ansiedade de
separação, caracterizado por preocupações excessivas e persistentes sobre várias
situações da vida, incluindo a segurança dos pais, separação antecipada, ficar
sozinho e a própria saúde, desse modo ele satisfaz os critérios mínimos do DSM-V
de três sintomas para fechamento de diagnóstico. Seus sintomas não são
suficientes para transtorno de ansiedade generalizada, pois sua preocupação
predominante é sobre se separar dos pais. Os "ataques de pânico" descritos pelos
pais de Logan não satisfaz os critérios para o transtorno do pânico, pois além de ele
não ter medo de ter ataques, ele apenas os têm pelo temor da separação ou
advento de uma doença grave. Portanto, ele seria mais um sintoma específico do
transtorno de ansiedade de separação. A agorafobia também pode ser uma
preocupação, já que Logan parece evitar situações em que se sinta incapaz de
escapar ou obter ajuda em caso de emergência.
Diante desse diagnóstico, seria necessário Logan continuar com uma
psicoterapia psicanalítica individual, onde ele teria a oportunidade de explorar seus
conflitos inconscientes, fantasias, e padrões de relacionamento. O foco seria na
compreensão e resolução das raízes psicológicas de seus sintomas. Outro ponto
que poderia ser trabalhado seria Intervenções familiares, pois seriam importantes
para ajudar a modificar os padrões de interação que contribuem para a ansiedade
de Logan. Isso pode envolver sessões familiares para explorar e modificar as
dinâmicas de fusão e superproteção apresentada pela mãe. O objetivo do
tratamento seria ajudar Logan a desenvolver insight sobre seus padrões de
pensamento e comportamento, capacitando-o a lidar com sua ansiedade de
maneira mais adaptativa e a desenvolver uma identidade separada e autônoma dos
pais.
Outra ferramenta que o psicanalista poderia trabalhar com Logan, seria na
análise de seus sonhos e associações livres durante as sessões terapêuticas,
explorando o conteúdo inconsciente para obter insights adicionais sobre seus
conflitos internos.
Seria importante levar esse caso para discussão com equipe multidisciplinar,
pois pode ser necessário considerar o uso de medicação para controlar os sintomas
de ansiedade de Logan, especialmente se eles estiverem interferindo
significativamente em sua vida diária. No entanto, isso seria considerado como
complemento à psicoterapia, não como substituto.

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