Zito - Trabalho - Individual Tema Transversal

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Zito Ernesto Constancio

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO ENSINO Á DISTÂNCIA EM DIFERENTES


FAIXAS ETÁRIAS

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
2

Zito Ernesto Constancio

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO ENSINO Á DISTÂNCIA EM DIFERENTES FAIXAS


ETÁRIAS

Licenciatura em Ensino Básico

Trabalho de carácter avaliativo da


Cadeira de Tema Transversal a ser
entregue no Departamento de Psicologia
Educacional leccionado por:

drₐ Brigída Mariana

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
3

Índice
1. Introdução.................................................................................................................................4

1.2. Objectivos.............................................................................................................................4

1.2.1. Objectivo Geral.................................................................................................................4

1.2.2. Objectivos Gerais..............................................................................................................4

2. Avaliação da eficácia do ensino á distância em diferentes faixas etárias.................................5

2.1. Histórico do ensino a distância.................................................................................................5

2.2. Ensino a distância e uso das TICs na educação....................................................................5

2.3. Características da Educação à Distância...............................................................................6

2.4. Metodologia do Ensino à Distância......................................................................................7

2.5. Análise comparativa entre plataformas de ensino á distância..............................................7

2.6. Método e análise das plataformas para EaD.........................................................................8

3. Princípios pedagógicos e plataformas......................................................................................8

3.1. Os limites e possibilidades da Educação a Distância.............................................................10

3.1.1. Desafios...............................................................................................................................10

3.1.2. Benefícios............................................................................................................................11

4. Uso de recursos multimídia e interativas de ensino á distância.............................................11

4.1. Motivação no processo de aprendizagem...............................................................................12

4.2. Ferramentas de suporte à EaD com recurso à internet.......................................................14

4.3. Interação e comunicação na EaD com recurso à internet...................................................15

4.4. Planificação e conteúdos para EaD com recurso à internet................................................15

4.5. Avaliação das aprendizagens em EaD com recurso à internet...........................................16

5. Impacto do ensino á distância na formação de habilidades de resolução de problemas........17


4

5.1. Formação de profissionais para trabalhar em educação á distância: pressupostos básicos....18

5.2. Competências do profissional de educação a distância face aos fatores de mudança


vivenciados na sociedade do conhecimento..................................................................................18

5.3. Competências do profissional de educação a distância face ao domínio da aprendizagem


no âmbito do conectivismo............................................................................................................19

5.4. Adaptação de ensino á distância para cursos de ensino á distância em nível superior.......20

5.5. Midiatização do conhecimento no ensino superior a distância: o papel do docente..........20

5.6. Proposta de capacitação para a midiatização do conhecimento no ensino superior a


distância.........................................................................................................................................21

5.7. Detalhamento da proposta..................................................................................................22

5.8. Mediação multimidiática do conhecimento........................................................................22

6. Aprendizagem autônoma........................................................................................................23

6.1. Fundamentos de EAD.............................................................................................................23

6.2. Planejamento e produção de material didático em EAD....................................................23

6.3. Avaliação da aprendizagem em EAD.................................................................................23

7. Conclusão...............................................................................................................................24

8. Referências bibliográficas......................................................................................................25
5

1. Introdução

A Educação a Distância desempenha hoje papéis múltiplos, que vão desde a atualização de
conhecimentos específicos até a formação profissional. Assim, as práticas de Educação a
Distância têm algo a contribuir para o desenvolvimento educacional de um país, notadamente de
uma sociedade com as características brasileiras, em que o sistema educacional não consegue
desenvolver as múltiplas ações que a cidadania requer (SILVEIRA, 2007).

1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo Geral
 Conhecer o que é ensino á distância.
1.2.2. Objectivos Gerais
 Identificar plataformas usadas no ensino á distância;
 Descrever o histórico do ensino a distância;
 Compreender as características da Educação à Distância.
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2. Avaliação da eficácia do ensino á distância em diferentes faixas etárias

A necessidade de ampliação das possibilidades de aprendizagem, o aumento do uso cotidiano de


equipamentos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) pelos alunos, a demanda de
estudar além do horário normal de aula e a procura por conteúdos disponíveis ininterruptamente
são alguns dos fatores que apontam para necessidade de integração de tecnologias nos meios
tradicionais de ensino para alavancar melhores resultados no ensino/aprendizagem dos discentes.
Como diz Moran (2007, p. 37), “todas as universidades e organizações educacionais, em todos os
níveis, precisam experimentar como integrar o presencial e o virtual, garantindo a aprendizagem
significativa”.

2.1. Histórico do ensino a distância


O ensino a distância não é recente no Mundo, o início deu-se pela necessidade de capacitar
pessoas para o domínio de certas habilidades requeridas pelo mercado de trabalho. Na década de
1930, as políticas públicas utilizavam o ensino a distância para levar a formação a uma grande
massa de população analfabeta.Em 1937, o foco foi no ensinoprofissional para formação de
pessoas para o exercício de trabalhos ligados à modernização administrativa. Neste contexto,
surgiu a formação profissional a distância por meio de serviços de correio e com fornecimento de
material didático impresso e conjuntos de peças para montagens práticas. Foi também nesse
período que o Instituto Rádio -Técnico Monitor e o Instituto Universal Brasileiro foram criados,
em 1939 e em 1941, respectivamente, como refere Nunes (1992, p. 73-78).

Os primeiros casos de ensino que utilizaram tecnologias de informação e comunicação para


aprendizagem com computadores decorreram, ainda, no fim dos anos de 1950. A partir desta
altura o desenvolvimento das tecnologias e o ensino a distância passam a caminhar sempre
juntos. Conforme refere Coll&Monereo (2010, p. 159),

2.2. Ensino a distância e uso das TICs na educação

As organizações atentas à evolução das TICs, e em busca de eficiência e de redução de custos,


enxergam o ensino a distância como uma oportunidade de mercado concreta. Mas, paralelamente
7

à crescente oferta de cursos a distância no país, questionamentos sobre a sua qualidade são
suscitados. Essas incertezas estimulam discussões sobre aspossibilidades e os
desafiospromovidos pelas inovações em práticas de ensinoaprendizagem, conforme afirma
Martins &Zerbini (2015, p.117).

No entanto, apesar de pairarem algumas dúvidas sobre a qualidade da modalidade de


aprendizagem à distância, é notável que com a utilização das TICs e infraestrutura de
interconexão de redes computacionais, o local onde cada aluno se encontra fisicamente deixa de
ser uma barreira ao ensino, pois consegue-se criar um espaço virtual onde todos têm acesso, voz
e presença. Conforme diz Kenski (2008, p. 121).

Algumas unidades curriculares têm problemas de adaptação de conteúdo para serem ministradas
a distância ou mesmo localmente utilizando-se de tecnologias. Por outro lado, existem alunos
que não se adapataram a este tipo de ensino, mas há demanda de alunos que desejariam uma
forma diferente de assistir as aulas em qualquer lugar e rever as aulas quando quisessem,
conforme descreve Kenski (2009, p. 100).

As ferramentas digitais dão suporte à interação, ao compartilhamento de conhecimento e à


colaboração entre os atuantes do processo de ensino. Os recursos tecnológicos vão além de salas
virtuais e outros processos com vídeo e áudio, melhorando muito as possibilidades didáticas em
relação ao meio impresso ou escrito manualmente, conforme diz Sousa, etal (2011, p. 22).

2.3. Características da Educação à Distância

Para que se possa atingir os objetivos e metas a serem alcançadas por essa modalidade de ensino,
a EaD apresenta algumas características predominantes:

 O processo de ensino-aprendizagem é mediado por meio da internet ecomputador, onde o


contato professor e aluno são feito separadamente pelotempo e espaço;
 A flexibilidade, que propicia ao aluno vivenciar a prática educativa conformeseu tempo e
local;
8

 A autonomia, onde o aluno detém em suas mãos o processo deaprendizagem, gerando


eficiência e flexibilidade;
 Interatividade entre professor e aluno e demais participantes do processo deensino-
aprendizagem, regido pelo espaço virtual, promovendo a participaçãode pessoas de
diferentes princípios de vida, costume, conhecimentos,limitações, dificuldades, surgindo
assim a troca de experiências;
 Tendência a adotar estruturas curriculares flexíveis, permitindo maioradaptação dos
alunos, liberdade de ação, respeito ao ritmo;
 Comunicação massiva (FORTUNATO; FERREIRA, 2001; BASTOS;GUIMARÃES,
2003; SANTOS etal., 2010).
2.4. Metodologia do Ensino à Distância

Os cursos de EaD permitem que os alunos tenham uma maior flexibilidade em relação a
realização de suas atividades, gerenciando dessa forma o tempo. A frequência do aluno é regida
pelas disciplinas ofertadas e pela participação do aluno no ambiente virtual de aprendizagem. O
processo de aprendizagem se procede por meio do desenvolvimento da metodologia, que requer
a participação do aluno por meio de acessos à plataforma, disposição para leitura de textos
complementares, comunicar e apresentar suas dúvidas aos colegas, professores e tutores
(JUNIOR, BRITO; GIARDINO, 2007).

Além da participação do aluno no ambiente virtual de aprendizagem, faz parte da metodologia os


encontros presenciais nos pólos de referência dos cursos, onde os alunos encontram com os
demais participantes. Ocorre então a interação face a face dos sujeitos do processo ensino-
aprendizagem com seus professores e tutores, ocasião na qual os mesmos conversam, tiram
dúvidas e angústias, diminuindo alguns pré-conceitos da modalidade de ensino. Durante o
momento presencial, o aluno é avaliado através da sua participação, de trabalhos e outras
atividades propostas pelos tutores, podendo ser de forma individual ou em grupo (BASTOS;
GUIMARÃES, 2003).

2.5. Análise comparativa entre plataformas de ensino á distância


9

Considerando o grande desafio de educar e, principalmente, o de educar a distância, torna-se


imperativo que as instituições de ensino, independente de sua natureza, trabalhem em projetos de
Educação a Distância focados na mudança de paradigmas e no surgimento de uma nova cultura
sobre essa modalidade de ensino, que se apresenta como tendência consolidada em um processo
irreversível.

Nesse contexto, desenvolver novos e eficazes métodos de educação torna-serelevante para a


construção de uma sociedade baseada no conhecimento, exigindo-se mais do que uma simples
capacitação. Porém, para muitos pesquisadores, entre eles AlbertSangráMorer (2007), um dos
aspectos relacionados hoje à inovação em e-learning reside no fato de a modalidade estar mais
centrada nos modelos educacionais do que nas soluções tecnológicas.

Assim, as plataformas de ambientes virtuais a distância adquirem real importância, pois o


sucesso do e-learning que ela busca contemplar está visceralmente ligado a sua construção. Neste
processo é importante que o aluno alcance a produção de conhecimento significativo, onde o
conhecimento se incorpore em seu mundo intelectual e vivencial.

2.6. Método e análise das plataformas para EaD

Para facilitar a criação de ambientes de aprendizagem existem diversas plataformas disponíveis.


Nelas, estão embutidos contornos tecnológicos e pedagógicos para o desenvolvimento de
metodologias educacionais, utilizando canais de interação web aptos a oferecer suporte para
atividades educacionais de forma virtual.

Mapear as plataformas mais utilizadas atualmente para cursos de EaD no Brasil foi uma tarefa
desenvolvida minuciosamente. Seguindo o proposto por Gil (2002) optou-se pelo estudo de caso
com amostragem intencional, dentro dos parâmetros indicados pelo autor, que indica como ideal
a análise de 4 a 10 objetos de pesquisa. Como ele afirma, a análise inferior a 4 permite baixo
nível de informação, e superior a 10 pode levar ao excesso de informação.
10

Assim, optou-se por selecionar as 8 plataformas mais citadas nas fontes de pesquisa e utilizadas
pelasIES no Brasil. Foram escolhidas as seguintes plataformas: TelEduc, AulaNet, Amadeus,
Eureka, Moodle, e-Proinfo, LearningSpace e WebCT. Com objetivo de apurar suas diferenças,
foram estabelecidos critérios de análise, a saber: distribuição, princípios pedagógicos,
aprendizagem colaborativa, interatividade, multimídia, usabilidade eacessibilidade.

3. Princípios pedagógicos e plataformas

É importante perceber que o uso das tecnologias da comunicação não muda, em princípio, as
questões inerentes a qualquer projeto educativo. Há sempre que responder: para quem, para quê e
como o projeto será desenvolvido. Oprocesso de ensino-aprendizagem deve contextualizar a
teoria e aproximá-lada realidade acadêmica. Quando se desenvolve um ambiente
deaprendizagem, faz-se uma opção teórico-metodológica (ALONSO, 2000).

Para o desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem é necessário o desenvolvimento


de uma base epistemológica múltipla e convergente, com a formação de um sujeito ativo, crítico,
reflexivo, deliberativo, ético e autônomo

(FREIRE, 1997).

O ambiente virtual precisa refletir em suas estratégias de ensino e aprendizagem o esboço de


mundo desejado e atualizar a expectativa de constituir uma alavanca para a inovação pedagógica.
Por isso, o processo de ensino-aprendizado não pode ser limitado à transmissão do
conhecimento, mas deve ser incrementado levando à construção de competências que capacitem
a tarefas intelectuais de concepção, estudo e organização necessárias ao futuro profissional
(DELORS, 1998).

Em tal contexto, como observa Wenger (2007, p. 27), é uma tarefa difícil designar uma
comunidade e a plataforma “rica” o suficiente para a comunidade fazer tudo o que quer fazer: “A
plataforma tecnológica não deveria ser tão complexa para se tornar um obstáculo ao ensino. O
11

importante é começar com a comunidade, compreender como ela funciona e então prover as
ferramentas que a farão seguir em frente.

A autora enfatiza que a tecnologia é importante para que a comunidade entenda como pode
interagir e estudar coletivamente. Os membros da comunidade devem ser capazes de trazer sua
prática para dentro da interação.

Isso pode ser mais simples se fizerem progressos com e-mail, com sistemas de conversação e
blogs. Muitas comunidades também criam um repositório de recursos a serem compartilhados.
Aqui, novamente, em muitos casos, um simples mecanismo de compartilhamento poderá
funcionar. Então será possível tornar muito mais sofisticada a base de interação conjunta e de
recursos compartilhados.

Outro aspecto a ser considerado é a estratégia de ação do grupo. “Quem pode pertencer? Como
gerenciar os limites? As pessoas precisam estudar uma tecnologia específica para essa
comunidade? Ou podem usar seu softwarefavorito?”, questiona a autora (WENGER, 2007, pág.
28). Ela reforça a ideia de que uma comunidade não pode ser limitada por uma plataforma.

De Masi (1999) analisa de maneira abrangente os métodos tradicionais deensino, em especial o


modelo escolar tradicional, observando o fim da sua era ao destacar o que considera horários
rígidos, currículo alienante e forma de trabalho baseado nas relações da era industrial.
Argumenta que o trabalhador da sociedade do conhecimento precisa de subsídios, métodos e
ferramentas que o auxiliem no processo de atualização e renovação constante, pois novas
tecnologias, técnicas e metodologias são fatores de alteração contínua do seu ambiente de
trabalho.

3.1. Os limites e possibilidades da Educação a Distância


Para Oliveira (2007), a sociedade atual busca um profissional em todos os setores, com múltiplas
competências, capacidade de adaptação e flexibilidade em novas situações e que saiba trabalhar
em equipe. Para o desenvolvimento dessas competências, se torna necessário que o profissional
se qualifique e que esteja aberto para o processo de ensino-aprendizagem, buscando novas
12

tecnologias da informação e comunicação como uma ferramenta pedagógica para os


profissionais que atuam no setor de saúde.

A modalidade de ensino à distância vem sendo comprovada pela sua eficácia, possibilitando aos
profissionais de enfermagem um atendimento de qualidade e deforma democrática. Tais
profissionais buscam aprender e aplicar esses métodos deensino continuado dentro das
instituições que atuam, compreendendo que tal forma de aprendizado vá de encontro às
necessidades do mundo contemporâneo, permitindo a escolha de como, quando e onde aprender
(OLIVEIRA; SERVO, 2004).

3.1.1. Desafios
 Limitação em relação à socialização dos alunos e docente;
 Sobrecarga de informações;
 Perda de dicas não-verbais de comunicação;
 Momentos presenciais curtos e espaçados;
 Conhecimento e habilidades mínimas emtecnologias de informação;
 Acesso a Internet;
 Ausência da troca de experiência professoraluno.

3.1.2. Benefícios
 Diversificação e aumento da oferta de cursos;
 Aumento da participação ativa pelos alunos;
 Redução de barreiras de acesso aos cursos ounível de estudos;
 Maior acesso ao professor e aos materiais do curso(24 horas/7 dias da semana);
 Oportunidade de formação às pessoas que nãodetém de tempo hábil para frequentar a
escolatradicional;
 Flexibilidade do tempo para dedicar aos estudos;
 Combinação trabalho e estudo;
13

 Formação fora do contexto da sala de aula;


 Aluno como centro do processo de ensino aprendizagem;
 Qualificação teórico - prática, relacionada àexperiência do aluno;
 Conteúdo elaborado por especialistas;
 Utilização de recursos multimídia;
 Comunicação bidirecional;
 Contribuição e troca de experiências de muitaspessoas dentro do ambiente virtual;
 Redução de custos;
 Aprendizado colaborativo onde os alunos sãomotivados a trabalhar, onde todos têm
acesso aostrabalhos executados;
 Aumento de tempo para reflexão e síntese emcomparação com respostas orais imediatas;
 Resolução colaborativa dos problemasencontrados;
 Registro por escrito da participação dos alunos no ambiente virtual e do conteúdo
discutido.
4. Uso de recursos multimídia e interativas de ensino á distância

A Educação a Distância (EaD) com recurso à Internet tem vindo a desafiar as Universidades, no
sentido de se ajustarem às expectativas e necessidades educativas atuais e de se adaptarem às
competências do século XXI, centradas no aprender a aprender, aprender a fazer e aprendercom
os outros: competências de base, técnicas, vocacionais/profissionais etransferíveis (UNESCO,
2013). Paralelamente, as alterações decorrentes do Processo de Bolonha, que vieram alterar de
forma significativa as práticas educativas, estabelecem a necessidade de uma renovação e
adaptação do processo de ensino e aprendizagem face ao acesso generalizado à Educação e às
variadas ferramentas de suporte à aprendizagem e comunicação (Dennen, 2013;
EuropeanCommission, 2014; Macário, Lopes, Pinto, & Ançã, 2011; Moore, 2013; Morais,
Pombo, Batista, & Moreira, 2014; Tavares, 2016).

De entre os desafios colocados às Universidades, destacam-se (a) a organização do corpo


docente/tutor; (b) a viabilidade e ajuste das plataformas de suporte à EaD; (c) os recursos
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educativos digitais; (d) a melhoria e manutenção das relações interpessoais; (e) a comunicação e
o feedback entre os atores (Tavares, Laranjeiro, Oliveira, Ferraz, & Pombo, 2015). Nesta lógica,
a EaD com recurso à Internet tem vindo a destacar-se enquanto metodologia facilitadora,
aproximando alunos e professores e diminuindo constrangimentos afetos à globalização e
democratização do Ensino Superior (ES) (Mateo&Sangrà, 2007).

A EaD tem vindo, igualmente, a promover uma nova abordagem ao nível da avaliação das
aprendizagens, destacando que a mesma pode ser aferida, não só em termos de resultados ou
sucesso do aluno face aos objetivos propostos, mas também em termos de eficácia da ação do
professor/tutor e da satisfação do aluno no processo de aprendizagem e de avaliação de
conhecimentos (Mateo&Sangrà, 2007; Savickienė, 2011; Tavares et al., 2015).

4.1. Motivação no processo de aprendizagem


O professor deve ter presente que numa turma vai encontrar uma diversidade de alunos e com
eles número igual de personalidades, interesses, contextos sociais e familiares, ambições. Assim,
os níveis de motivação e entrega à aprendizagem serão, necessariamente, inúmeros. O docente
deverá auscultar o seu público e realizar uma avaliação diagnóstica criteriosa, de modo a
envolvê-lo no processo complexo que é ensinar e aprender. Desta forma, como professores,
devemos:

 Investigar o meio (a quem vou ensinar? / quem vai aprender?);


 Diagnosticar (potencialidades/fragilidade/pontos de ação;
 Definir conteúdos (o que vou ensinar? / o que vão aprender?);
 Estabelecer objetivos (o que pretendemos atingir?);
 Delinear metodologias/estratégias e recursos (Como?)
 Avaliar e redefinir.

Nesta linha de pensamento não podemos deixar de falar em motivação. SegundoFontaine (1988),
tem um caráter intrínseco e/ou extrínseco, devendo o docente planificar demodo a valorizar e a
alimentar a vontade que o aluno tem de aprender (caráter intrínseco), mas também tendo em
15

linha de conta que, muitos alunos, têm de ser estimulados e motivados para a aprendizagem
(fator extrínseco que poderá despoletar a motivação). O relatório da OCDE defende que
“...student motivation is crucial for students to be ready to learn, both in an outside of school.”
(2014:4). Um aluno motivado criará, com mais facilidade, a capacidade de dominar a língua e
será segundo Hymes (1974), um comunicador competente ao nível linguístico, sociolinguístico e
pragmático.

Contudo, para motivar, o professor tem de ser persistente e atento, de modo a compreender que:

 Nem todos os alunos têm os mesmos níveis de motivação;


 É importante manter o nível de motivação ao longo de toda a tarefa proposta;
 É fundamental que o interesse do aluno não se cinja à sala de aula, possibilitandoassim a
pesquisa, a investigação, a autoaprendizagem e a mobilização de conhecimentos;
 Ouvir os alunos é fundamental para compreender os que os motiva;
 Valorizar o aluno na sua individualidade e nível de aprendizagem;
 Estimular a autoestima, o espírito crítico e a autonomia favorecem a aprendizagem;
 Os estímulos devem ser diversificados e apelativos.

Segundo Cassany (2010), o professor deve ser crítico e seletivo na escolha de materiais a utilizar
na sala de aula, pois nem todas as fontes da internet são credíveis, devemos identificar o autor, a
sua ideologia e o seu ponto de vista.

Segundo Pais (1999), pode concluir-se que as funções que os multimédias desempenham no
ensino se dividem em três níveis diferentes:

 Transferência de informação;
 O registo de todas as tarefas e participações realizadas pelos alunos;
 O meio, o processo e o produto que foi dedicado a esta partilha de informação.

Ressalvamos que os recursos multimédia, por si só, não são potenciadores de conhecimento ou
inspiradores na mudança ao nível do comportamento. Não se perfilam como suplentes do texto
16

escrito, da interação oral e muito menos serão o futuro mediador dos processos de aprendizagem.
Estes recursos devem colocar-se à disposição da comunidade educativa para ilustrar, informar e
enriquecer as aulas e servir comocatalisadores à interação e à participação dos alunos no
processo de construção doconhecimento.

4.2. Ferramentas de suporte à EaD com recurso à internet

A tecnologia é um aliado importante na produção e transmissão de conteúdos na EaD, podendo


ser usadas diferentes ferramentas para este fim, bem como plataformas de aprendizagem que
oferecem várias funcionalidades integradas. As instituições de ES estão, gradualmente, a utilizar
estas plataformas para oferecer cursos aos seus alunos e permitir que estes façam a sua própria
gestão das aprendizagens. Estas plataformas de aprendizagem são, normalmente, designadas
como LearningManagementSystem (LMS) ou Virtual LearningEnvironment (VLE). Um outro
termo utilizado é o de LearningContentManagementSystem(LCMS). Os LMS ou VLE são
termos semelhantes (o primeiro mais usado no Reino Unido e o segundo na esfera dos Estados
Unidos da América) esão utilizados para simular e facilitar a administração de sistemas de
aprendizagem.

As atividades de EaD podem, ainda, ser realizadas utilizando vários tipos de ferramentas de
comunicação com diferentes finalidades, algumas com forte componente social, permitindo que
alunos e professor/tutor colaborem, outras mais apropriadas para atividades de reflexão e
prevendo um maior tempo de realização. Seguidamente, são apresentadas algumas ferramentas
passíveis de uso na EaD, sendo realizada uma breve descrição do seu potencial de utilização.

O e-mail continua a ser uma forma simples e popular de comunicar na Internet, sendo bastante
funcional e adequado à maioria das situações, permitindo que as pessoas se conectem e
comuniquem facilmente para trocar informação e discutir os mais variados assuntos, por
exemplo, para pergunta-resposta entre o professor/tutor e aluno (Carvalho, 2008;UNESCO,
2014). Esta ferramenta permite a criação de mailing lists, para discussão de temas em grupo, e
17

newsletters para comunicação “de um para muitos” (e.g., informações que o professor quer
transmitir a toda a turma).

As áudio e videoconferências são comunicações em tempo real entre dois ou mais utilizadores
que se encontram em locais diferentes, sendo utilizadas, maioritariamente, para reuniões.
Algumas aplicações de IM já permitem este tipo de conferência através das tecnologias
VoiceOver IP e apresentam um forte potencial de aplicação em ambientes mobile. Uma vezque
emulam a comunicação face-a-face e a presença humana, sãoimportantes quando há necessidade
de comunicação visual e feedback em tempo real (e.g., Skype© e Google Hangouts©) (Garcia,
Malacarne, &Tolentino-Neto, 2013; Sabbatini, n.d.).

4.3. Interação e comunicação na EaD com recurso à internet

Os avanços tecnológicos dos meios de comunicação proporcionam oportunidades aos indivíduos


de se relacionarem com mais eficiência e rapidez, influenciadas pelo crescente e generalizado
acesso à Internet, tornando a relação com a informação efetiva e influenciando o processo de
aprendizagem de forma positiva.

As mudanças tecnológicas ocorrem em função das crescentes necessidades dos indivíduos e do


meio (Castells, 2000), permitindo que seja cada vez mais fácil produzir e distribuir informação e,
assim sendo, torna-se natural que questões de acesso e disponibilidade de informação e interação
com a mesma sejam observadas, analisadas e discutidas por investigadores de diferentes áreas do
conhecimento. Nesse processo, torna-se importante salientar que, entre as pesquisas sobre as
transformações tecnológicas, destacam-se estudos sobre as características das novas gerações
que crescem com acesso à Internet, a computadores e outros dispositivos móveis.

Ao analisar como a interação poderá favorecer a EaD, importa sublinhar o conceito de Sims
(referenciado em Mattar, 2009) que se traduz na possibilidade do aluno ter controlo tanto sobre a
estrutura do curso, como sobre o conteúdo, ou seja, defende níveis de interactividadeproactivos.
18

Importa, ainda, apresentar os quatro tipos de interatividade propostos por Cavalcanti (2006):
aluno-plataforma tecnológica, aluno-aluno, alunoprofessor e aluno-conteúdo; e a abordagem
dePassarelli, Ribeiro, Oliveira, & Mealha (2014) que defendem que a interação numa plataforma
digital poderá estar associada a mais de um tipo de interação, sendo necessário "manter a
coerência e a consistência da concepção ou no estudo dos previsíveis comportamentos de
interação" (Passarellietal., 2014, p. 96).

Nessa lógica, Mattar (2009) propõe conceitos para avaliar como as interações auxiliam os
objetivos de um curso online, defendendo que osambientes virtuais de aprendizagem devem ser
desenvolvidos tendo como foco o aluno.

4.4. Planificação e conteúdos para EaD com recurso à internet

Um curso de EaD pode combinar diferentes componentes: conteúdos, e-tutoria, actividades de


aprendizagem colaborativa e salas de aula virtuais.

Os conteúdos podem incluir recursos simples, apresentações interativas,simulações, jogos, entre


outros. A e-tutoria envolve o suporte e feedback que o professor/tutor dá ao aluno através de
ferramentas digitais.

A aprendizagem colaborativa é o conjunto de atividades de discussão e partilha do


conhecimento, e trabalhos de grupo em projetos com recurso a ferramentas como software de
edição colaborativa, redes sociais, chats, fóruns, Wikis e Blogs. A componente sala de aula
virtual1 [de “virtual classroom” (FAO, 2011, p. 11)] consiste em eventos da Educação
onlineonde o professor/tutor ensina remotamente e em tempo real um grupo de alunos, usando,
para isso, uma combinação de recursos (e.g., slides de PowerPoint©, materiais áudio e/ou vídeo)
(FAO, 2011).

É comum designar-se este evento de aprendizagem síncrona (Ibidem), sendo necessária uma
cuidada e prévia preparação e/ou seleção dos recursos, já que deverão ser tidos em conta aspetos
como a compatibilidade da plataforma de suporte com os diferentes dispositivos usados
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(professor/tutor e alunos) e questões de ligação à Internet (e.g., se usados vídeos, deverá


assegurar-se um serviço de Internet estável e com boa velocidade de transmissão de dados).

Ao planear as atividades de um curso de EaD o professor/tutor deve considerar o tipo de


interação, objetivos, resultados de aprendizagem e a avaliação a implementar, tendo em conta o
perfil do aluno. As atividades devem ser variadas, mantendo a novidade, interesse e motivação,
considerando atividades individuais e atividades de discussão. As atividades individuais
baseiam-se na relação entre o aluno e o conteúdo, como ler textos, ver vídeos, interagir com um
formato multimédia e responder a um quiz. Estas atividades devem ser conjugadas com
atividades de discussão para manter o aluno envolvido.

4.5. Avaliação das aprendizagens em EaD com recurso à internet

Em EaD com recurso à Internet, fruto das diversas plataformas e ferramentas de suporte à
aprendizagem e das tipologias e instrumentos de avaliação aplicáveis, o aluno tem a
oportunidade de continuamente e, na maioria das situações, em tempo real, poder avaliar e ver
avaliado o seu percurso de aprendizagem, quer pelo professor/tutor, quer pelos pares.
Estacontinuidade permite que o aluno produza de forma ativa novos saberes, analisando e
refletindo acerca da construção do seu conhecimento e interagindo, emitindo e recebendo
feedback acerca da operacionalização dos objetivos propostos e das suas produções individuais
e/ou grupais, autorregulando a sua aprendizagem (Almeida, 2003; JISC, 2010; Tavares, 2016).

Considerando a relevância da interação e comunicação na aprendizagem, as Tecnologias de


Informação e Comunicação (TIC) que promovem a interação são indissociáveis da EaD. Nesta
lógica, a utilização e inclusão de ferramentas com uma forte componente social e colaborativa,
como o Facebook©, o GoogleDocs© e os Blogs, podem apresentar efeitos positivos na EaD,
uma vez que potenciam a aprendizagem através de discussões e atividades de grupo. As redes
sociais, em particular, permitem aumentar os níveis de interação entre professor/tutor-aluno e
pares, pelo que a integração de ferramentas de partilha de conteúdos com a componente social
20

pode, igualmente, aumentar os níveis de interação e permitir a melhoria da aprendizagem e a


motivação dos alunos.

Consideramos, no entanto, que o vínculo entre a EaD e a interatividade não é automático, sendo
necessário planear currículos criativos e flexíveis. Com a evolução tecnológica, a comunicação
passou a ser bilateral, proporcionando uma aprendizagem mais flexível e uma maior
interatividade entre aluno e professor/tutor. As ferramentas tecnológicas de suporte à
aprendizagem contribuem, assim, para a construção do conhecimento coletivo, sendo a interação
fundamental para que o processo de ensino e aprendizagem seja bem-sucedido. Assim,
considera-se necessária a seleção criteriosa de ferramentas e a potenciação da interação e
comunicação.

5. Impacto do ensino á distância na formação de habilidades de resolução de problemas

As transformações fazem parte da vida do ser humano, sejam de ordem social, econômica,
política, religiosa, cultural, tecnológica, educacional, entre outras, o que desencadeiam ações e
modos distintos de comunicação e de interação, num processo de ajustamento das práticas
cotidianas pessoais e profissionais. Isso não seria diferente quando se trata da educação formal
presente nas agências formadoras em suas etapas e modalidades.

Nesse sentido, em um piscar de olhos, percebemos que a cada ano vivido, nos tornamos pessoas
cada vez mais inseridas neste universo de instabilidades e mudanças e, certamente,vivemos
momentos atuais, em que as 24 horas de um dia parecem pouco tempo para ocumprimento de
toda a nossa agenda diária, buscamos a agilidade, a flexibilidade e a expansividade do tempo, na
conquista do espaço (BAUMAN, 2001). Diante disto, a gestão do tempo é um desafio que
impera na sociedade atual, visto que uma unidade de tempo não equivale a uma unidade de
sentido, de acontecimentos ordenados e previstos, pois se trata da imprevisibilidade, do por vir
(SKLIAR, 2014).

A partir deste início, propomos a refletir sobre os impactos que o ensino remoto emergencial
provocou nos processos de ensino e aprendizagem de estudantes do curso de Pedagogia da
21

Universidade Federal de Lavras, bem como as diversas dimensões que têm influenciado os
alunos neste processo. Buscamos fundamentar em André (2012, p. 17) a abordagem qualitativa
com objetivo descritiva para a coleta dos dados, sendo esta “uma visão holística dos fenômenos,
isto é, que leve em conta todos os componentes de uma situação em suas interações e influências
recíprocas”.

Consideramos que as mudanças inesperadas quando percorremos caminhos planejados devem


ser consideradas e diante dos desafios postos, vários aspectos sofrem alterações e adaptações
para que as relações sociais continuem sendo suportes para uma efetiva aprendizagem, mesmo
que de forma virtual, visando o mesmo objetivo traçado no início do percurso.

5.1. Formação de profissionais para trabalhar em educação á distância: pressupostos


básicos
Os profissionais que atuam nos cursos de educação a distância independentemente das
responsabilidades que assumam e quaisquer que seja o modelo do curso em que atuam, deverão
apresentar um conjunto de competências norteadoras de seu desempenho.

5.2. Competências do profissional de educação a distância face aos fatores de mudança


vivenciados na sociedade do conhecimento

O século XXI levanta o desafio de viver na Sociedade do Conhecimento, o que implica em


conviver individual e coletivamente com o que designamos de fatores de mudança,
caracterizados abaixo, com subsídios em Dziekaniak e Rover (2012). Os fatores de mudança que
constituem desafios aos cidadãos no âmbito da Sociedade do Conhecimento contemplam:

 O trabalho em times inter-geracionais envolvendo a possibilidade de cinco gerações


comnecessidades e preferências distintas se encontrarem para trabalhar ou estudar lado a
lado (MATIAS, TEODORO, 2013);
 A evolução da tecnologia enquanto fronteira na relação entre o homem e os
domíniossociopolítico, socioeconómico, sócio ambiental e sociocultural da sociedade em
que insere (SCHMIDT & COHEN, 2013:41);
22

 A Implementação de novos métodos organizacionais nas práticas de negócios


dasempresas, na organização dos locais de trabalho e/ou em suas relações com exterior
(Manual de Oslo, 2005);
 A disputa competitiva do Homem com as máquinas e os sistemas
automatizados(MACHADO, 2003);
 A diversidade e a rápida alteração do funcionamento de processos nas
organizações(FERNANDES, ABREU, 2014).
5.3. Competências do profissional de educação a distância face ao domínio da
aprendizagem no âmbito do conectivíssimo

A aprendizagem envolve um processo com vários estádios e diferentes componentes, sendo


entendida como o momento em que se adquire, de forma ativa, o conhecimento que faltava para
a resolução de um problema.

Para Siemens (2004) na contemporaneidade uma nova realidade se depara à aprendizagem


envolvendo variadas naturezas quer assumam a formalidade, informalidade e ou apresentem um
caráter não formal.

Em projetos de educação a distância que se suportem nos referenciais do conectivíssimo o


profissional que trabalha em educação a distância deverá estar atento ao fato da mesma ser
fundamentada na ideia de que o conhecimento ser um processo que ocorre fora do indivíduo, por
intermédio da interação mediada pela tecnologia da informação e comunicação. O indivíduo
utiliza a tecnologia para interagir com outraspessoas, permitindo que ocorra a aprendizagem
(SIEMENS, 2005). Em função da colaboração e comunicação entre os indivíduos através das
tecnologias da informação e comunicação, aparecem as comunidades de aprendizagem.

Aprender, neste contexto, transforma-se num diálogo mantido entre o indivíduo e outros
membros de uma comunidade. Isso é verdadeiro tanto para um indivíduo quanto para uma
comunidade.
23

O pormenor fundamental na aprendizagem é o sentimento de pertença que acontece quando o


indivíduo constrói seu próprio espaço de aprendizagem, suportadopela intermediação com a
prática, o diálogo e a interação com os outros em rede (DOWNES, 2008).

5.4. Adaptação de ensino á distância para cursos de ensino á distância em nível superior

O Ensino Superior coloca diversos desafios aos estudantes que nele ingressam. A ocorrência e
intensidade de tais dificuldades dependem dos níveis de maturidade e dos recursos que os
estudantes conseguem mobilizar para fazer face a tais exigências.

5.5. Midiatização do conhecimento no ensino superior a distância: o papel do docente

Para se adaptar à comunicaçãomediatizada do conhecimento, o docente precisa reconhecer o


papel da tecnologia como um recurso de aprendizagem e entender-se cada vez mais como um
orientador e cooperador do estudante na construção do conhecimento pela mediação
multimediática.

Assim, as tecnologias podem assumir muitas das funções do corpo docente e liberá-lo para novos
modos de assistência aos alunos, bem como pode incrementar o processo comunicacional
(CRUZ, 2001). No entanto, os professores precisam de ajuda para entender e colocar em prática
essas novas posturas, fator que pode se efetivar por uma capacitação continuada em EAD.

Segundo KENSKI (2001), para realizar as transformações esperadas é preciso que o professor
saiba lidar criticamente com as TICs e utilize-as pedagogicamente. É necessário, igualmente,
trabalhar com o conhecimento adquirido e com a busca de novas informações ao se capacitar
continuamente para acompanhar as mudanças estruturais dos saberes.

O docente também deve assumir a postura de questionamento e criticidade diante das


informações, bem como precisa exercer o papel de orientação e cooperaçãocom os discentes,
ensinando-os a aprender e aprender ensinando. Ou seja, para ensinar a distância os professores
precisam exercer uma variedade de talentos e habilidades diferentes: alguns podem atuar como
planejadores de curso, outros como desenhistas instrucionais, ainda existem os especialistas
24

técnicos, os escritores ou editores, entre outros (CRUZ, 2001). Então, a busca de especialização é
indissociável do perfil do docente que no processo comunicacional estabelecido com seus alunos
na EAD mediatiza o conhecimento.

É importante destacar a relevância da transparência e clareza sobre asreais possibilidades de


comunicação mediatizada do conhecimento que o docente pode empreender com o uso das TICs
disponíveis em sua instituição.

Bem como é necessário lembrar que, aqui, visualiza-se uma educação crítica, criativa e
contextualizada sobre e para o uso das mídias e multimídias comoinstrumentos potencializadores
aos professores e alunos, verdadeiros sujeitos do processo de ensino e aprendizagem. Ou seja, as
TICs são vistas como optimizadoras do processo, mas precisam ser dominadas. É necessário
saber como, quando e por quê ligá-las ou desligá-las. Afinal, a ação docente na mediação
multimediática do conhecimento não requer apenas uma mudança tecnológica, mas uma reflexão
da percepção do que é ensinar e aprender. O professor precisa compreender que na midiatização
do conhecimento, as TICs são instrumentos utilizados para a criação, transmissão e
armazenamento de informações, mas ainda falta transformar a informação em conhecimento –
onde entra a importância da comunicação dialogal, com feedback (BERLO, 1999;
BORDENAVE, 1998), que também pode ser construída com o uso das TICs.

5.6. Proposta de capacitação para a midiatização do conhecimento no ensino superior a


distância

A proposta apresentada a seguir surgiu da pesquisa de campo desenvolvida para a elaboração da


tese de doutorado intitulada “Mediação multimediática do conhecimento: um repensar do
processo comunicacional docente no ensino superior”, defendida em dezembro de 2004 no
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UMESP – Universidade Metodista de
São Paulo. O estudo se baseou na análise das capacitações executadas pela UNOESC –
Universidade do Oeste de Santa Catarina – para preparar seus docentes em EAD. A pesquisa
25

demonstrou, ao final, que os cursos de capacitação em EAD trouxeram contribuições aos


docentes matriculados, dentre as quais:

 O aprendizado do manejo das ferramentas disponíveis em umaplataforma informatizada


de EAD, para a mediação multimidiáticando conhecimento;
 A desmistificação de preconceitos com relação à EAD, advindos daobservação de
determinadas experiências desenvolvidas por outrasinstituições;
 A aquisição de subsídios teóricos que proporcionaram a resoluçãode problemas surgidos
na prática docente.Também foram percebidas algumas carências e necessidades,expostas
pelos próprios cursistas como aspectos importantes para figurar nospróximos cursos, que
podem ser agrupadas da seguinte maneira:
 Aprofundar o estudo dos métodos de feedback mais apropriados acada média e
multimídia utilizada na midiatização do conhecimento;
 Propiciar para que os professores da capacitação acompanhem oscursistas pelo menos em
uma disciplina no momento da prática;
 Promover cursos vinculados ao curso de planeamento e produçãoem EAD, que propiciem
habilidades relacionadas ao manuseio deinstrumentos para a confecção de materiais
didácticos;
 Realizar uma aula presencial no final do curso de panejamento eprodução de material
didático em EAD para socializar os resultados;
 Tratar sobre a avaliação em EAD;
 Apresentar relatos de experiências de sucesso em EAD.
5.7. Detalhamento da proposta

As transformações tecnológicas e a aplicação de médias e multimídias no ensino e


aprendizagem, exigem concepções diferenciadas do processo comunicacional docente. Então,
diante do desafio de preparar professores para a mediação multimediática do conhecimento no
ensino superior a distância, com o objetivo de melhorar a qualidade do processo comunicacional
docente, surge a proposta de um programa de capacitação continuada em EAD – Educação a
26

Distância. Em linhas gerais, o programa visa refletir de maneira contextualizada sobre o melhor
aproveitamento das TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação – nas atividades docentes,
bem como pretende habilitar o professor para a midiatização do conhecimento com o uso de
médias e multimídias.

5.8. Mediação multimediática do conhecimento

Funcionamento e recursos da plataforma informatizada de EAD. Como criar cursos na


plataforma. Como gerenciar seu curso na plataforma. A média e a multimídia como agente e
instrumento do processo ensino e aprendizagem. O processo comunicacional docente na
midiatizaçãodo conhecimento no ensino superior. A EAD na UNOESC. Administração do
tempo. Carga horária: 40 horas.

6. Aprendizagem autônoma

Pressupostos teóricos da aprendizagem autônoma. A autogestão dos estudos. Formação ao longo


da vida. Professor e estudante como parceiros na construção do conhecimento. Comunicação
dialogal com o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação na aprendizagem autônoma.
Carga horária: 40 horas.

6.1. Fundamentos de EAD


Evolução histórica da EAD em âmbito nacional e internacional. Conceito, natureza, perspectivas
e características da EAD. Fundamentos epistemológicos e metodológicos. Sistemas a distância e
bimodais. Políticas, estrutura, organização e funcionamento de um sistema de EAD. Carga
horária: 40 horas.

6.2. Panejamento e produção de material didático em EAD

Diferentes tipos de material didático – suas características e aplicabilidade na EAD. Análise e


produção de textos didáticos paraa EAD: natureza, tipologia, elementos e dimensões textuais.
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Visão geral dos âmbitos problemáticos vinculados com processos de elaboração, análise e uso de
diferentes materiais didáticos na EAD. Noções básicas de direitos autorais. Carga horária: 40
horas.

6.3. Avaliação da aprendizagem em EAD

Condicionantes da aprendizagem em EAD. Fatores que influem no rendimento acadêmico dos


estudantes da EAD. Técnicas e procedimentos de estudo e de trabalho intelectual. Avaliação em
um sistema de EAD. Instrumentos de avaliação na EAD. Carga horária: 40 horas.

A proposta de capacitação continuada de docentes em EAD apresentada aqui, não pretende


apenas promover o domínio de meios e ferramentas para a interação entre as partes. O intuito é,
também, construir uma concepção diferenciada do processo de ensino e aprendizagem, ancorada
nos pressupostos da criticidade, criatividade e contextualização. Ou seja, o que se sugere é a
criação de um programa de formação contínua onde o docente reflita intensamente sobre sua
prática e desenvolva habilidades para a comunicação multimediática do conhecimento no ensino
superior a distância.
28

7. Conclusão

A análise das plataformas para ambientes virtuais de ensino-aprendizagem demonstra que estas
estão aquém do que podem representar em inovação, pois, de modo geral, não refletem o
equilíbrio necessário entre o aspecto pedagógico e o tecnológico propugnado pela Educação a
Distância. Tampouco exploram as potencialidades oferecidas pela web 2.0 como alavancas para
um desempenho global, completo. Proporcionam pouca informação a respeito dos cursos (e
recursos) oferecidos, limitam o acesso de usuários visitantes, não são de fácil utilização – muitas
vezes há links e mesmo barras de rolagem que não funcionam. Acessibilidade para pessoas
deficientes é o quesito menos atendido.
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8. Referências bibliográficas

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