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Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Naturais e Tecnologia


Bacharelado em Relações Internacionais

“Cultura e Identidade dos Povos”


Prof. Mílton Ribeiro

Roteiro de Leitura
(com perguntas)

Aula 1
- apresentação do plano de ensino, do cronograma de aulas e das
avaliações (roteiros de leitura e participação em sala + retorno do podcast
“Diálogos em RI”)

Aula 2
O que Confúncio tem de semelhante a
Montaigne? E o que os difere de Heródoto,
Marco Polo e José de Anchieta?
⁃ relativismo cultural (caso 1)
⁃ etnocentrismo (caso 2)
⁃ a cultura como algo a ser descrito, examinado, compreendido; a
diferença como elemento que determina quem é o humano e quem não
pode assim ser considerado
Qual a diferença entre o determinismo
biológico e o determinismo geográfico?
⁃ diferença genéticas ou psicológicas seriam determinantes das
diferenças culturais (caso 1)
⁃ a topografia ou o clima, ou a influência geográfica, seriam
importantes fatores na visão sobre o progresso das sociedades e sua
diversidade cultural (caso 2)
⁃ disputa entre deterministas [Ellsworth Huntington (1876-1947)] e
culturalistas [Franz Boas (1858-1942)]
⁃ exemplos: esquimós e lapões, pueblos e navajos, kamayurá e kayabi
⁃ “a cultura age seletivamente” (p. 24)

Afinal, o que é cultura?


⁃ Locke, Turgot e Rousseau: endoculturação, “tesouro de signos” e
educação
⁃ Tylor: “o caráter de aprendizado da cultura” (p. 25); “todo
comportamento aprendido” (p. 28)
⁃ “o homem é o único ser possuidor de cultura” (?) (p. 28)

Qual era a pretensão de Tylor ao definir o que


é cultura?
⁃ “demonstrar que cultura pode ser objeto de um estudo sistemático”
(p. 30)
⁃ é um “fenômeno natural que possui causas e regularidades” (p. 30)
⁃ é possível com base no exame da cultura formular “leis sobre o
processo cultural e a evolução” (p. 30)
⁃ há preocupação com a igualdade existente na humanidade
⁃ diversidade = é a “desigualdade de estágios no processo de
evolução” (p. 33)
⁃ Antropologia (evolucionista): estabelecer uma escala de civilização
[selvageria -> barbárie -> civilização] - evolucionismo unilinear (p. 33)
⁃ Henry Maine (1822-1888), Johann Bachofen (1815-1887) e John
McLennan (1827-1881) influenciados pelo darwinismo e evolucionismo
Aula 3

O que pode a cultura?


⁃ é a capacidade de adaptar o “meio” (a natureza) ao próprio homem
(p. 10)

Como a cultura age desnaturalizando o


mundo?
⁃ a interpretação da natureza pela cultura (p. 10)
⁃ gênero, desejo sexual, alimentação (fome), sono, necessidades
fisiológicas…

Cultura como modos de vida e de pensamento?


⁃ modelo cultural transmitido por gerações (p. 11)
⁃ tradição e costumes

A cultura pode ser vista como uma estrutura


simbólica?
⁃ é um problema de definição e carrega em si ambiguidades
⁃ lutas de definição são lutas sociais (p. 12)
⁃ os sentidos dados às palavras revelam questões sociais fundamentais
(p. 12)

O conceito de cultura foi inventado?


⁃ de uma definição normativa a uma definição descritiva (p. 13)
⁃ a noção de cultura se aplica unicamente ao que é humano (p. 13)

O que é a cultura ocidental?


⁃ a palavra “cultura” não tem equivalente na maior parte das línguas
orais das diversas sociedades humanas (p. 17)
⁃ isso não quer dizer que essas sociedades não tem cultura, mas que
apenas não se provocam a pensar se tem ou não cultura

Qual é a gênese da palavra cultura?


⁃ séc. XIII: cuidado dispensado ao campo ou ao gado - parcela de terra
cultivada (p. 19)
⁃ séc. XVI: significa uma ação - cultivar a terra (p. 19)
⁃ séc. XVII: sentido figurado - cultura de uma faculdade - é preciso
trabalhar para desenvolvê-la (p. 19)
⁃ séc. XVIII: sentido moderno de cultura (p. 19) - se impõe em seu
sentido figurado a partir deste século - “cultura das ciências” - formação e
educação do espírito - da cultura como ação [ação de instruir] à cultura
como estado [estado do espírito cultivado pela instrução, estudo do
indivíduo “que tem cultura”] (p. 20)

O que é a cultura como metonímia e como


metáfora?
⁃ metonímia: [estilística] figura de retórica que consiste no uso de uma
palavra fora do seu contexto semântico normal, por ter uma significação
que tenha relação objetiva, de contiguidade, material ou conceitual, com o
conteúdo ou o referente ocasionalmente pensado.
⁃ metáfora: [estilística] designação de um objeto ou qualidade
mediante uma palavra que designa outro objeto ou qualidade que tem com
o primeiro uma relação de semelhança.
⁃ metonímia: da cultura como estado à cultura como ação
⁃ metáfora: da cultura da terra à cultura do espírito
⁃ denotação: [filosofia] vínculo direto de significação (sem sentidos
derivativos ou figurados) que um nome estabelece com um objeto da
realidade.
⁃ conotação: [lógica] na filosofia medieval e moderna, propriedade
por meio da qual um nome designa uma série de atributos implícitos em seu
significado, para além do vínculo direto e imediato que mantém com os
objetos da realidade.
⁃ a cultura passa do sentido denotativo para o conotativo; assume-se o
sentido abstrato da palavra, tornando-se, portanto, uma ideia
Qual o papel dos pensadores iluministas no
debate sobre a cultura?
⁃ “Um espírito natural e sem cultura” (p. 20)
⁃ oposição entre natureza e cultura
⁃ a cultura como traço distintivo da humanidade
⁃ a cultura como a soma de saberes acumulados e transmitidos pela
humanidade [considerada em sua totalidade] (p. 21)
⁃ cultura no singular
⁃ cultura = progresso [que nasce da instrução, ou seja, da cultura],
evolução, educação, razão (p. 21)

Existe uma diferença entre cultura e civilização


na percepção dos iluministas no séc. XVIII?
⁃ cultura: progressos individuais
⁃ civilização: progressos coletivos
⁃ séc. XVIII: criação do conceito de civilização - afinamento dos
costumes, processo que arranca a humanidade da ignorância e da
irracionalidade (p. 22)
⁃ civilização = melhoria das instituições, da legislação, da educação
(p. 22)
⁃ civilização = pode e deve se estender a todos os povos que compõem
a humanidade (p. 22)
⁃ Em 1755: “ciência do homem” por Dênis Diderot (1713-1784)
⁃ Em 1787: “etnologia” por Alexandre de Chavannes (1731-1800)

O que está acontecendo na Alemanha com


relação à ideia de cultura?
⁃ kultur = empréstimo linguístico (do francês)
⁃ burguesia intelectual alemã [valores “espirituais”] versus aristocracia
de corte [valores “corteses”]
⁃ cultura [autêntico, contribui para o enriquecimento do espírito] x
civilização [aparência brilhante, leviandade, refinamento superficial] (p.
25)
⁃ séc. XVIII: civilização [evoca a França e as potências ocidentais] x
cultura [marca distintiva da nação alemã inteira]
⁃ a partir deste momento as marcas [da nacionalidade] especificamente
alemães serão a: sinceridade, profundidade, espiritualidade - construção
de uma legitimidade social pela burguesia (p. 26)
⁃ séc. XIX: kultur como significado das diferenças nacionais (noção
particularista) - se diferindo da noção universalista francesa de “civilização”
(p. 27)
⁃ volksgeist = “gênio nacional” [por Johann Herder (1744-1803)
apontava a diversidade das culturas como a riqueza da humanidade - uma
visão relativista da cultura] (p. 27)
⁃ séc. XIX: derrota na batalha de Iena (1806) e a ocupação das tropas
de Napoleão - renovação do nacionalismo - interpretação particularista da
cultura alemã - “caráter alemão” - a superioridade do povo alemão (p. 28)
⁃ cultura alemã -> nacionalismo alemão -> nação alemã
⁃ “A cultura vem da alma, do gênio de um povo” (p. 28)
⁃ “A nação cultural precede e chama a nação política” (p. 28)
⁃ Patrimônio da nação (alemã): é o conjunto de conquistas artísticas,
intelectuais e morais “considerado definitivamente e fundador de sua
unidade” (p. 28)
⁃ séc. XIX: cultura [expressão da alma profunda de um povo] x
civilização [progresso material ligado ao desenvolvimento econômico e
técnico]
⁃ Ideia essencialista e particularista da cultura -> conceito étnico-racial
da nação -> constituição do Estado-Nação alemão (p. 29)

Quais foram as mudanças na França do séc.


XIX em relação ao conceito de cultura?
⁃ cultura = é “um conjunto de carácteres próprios de uma comunidade,
mas em um sentido geralmente vasto e impreciso” - “cultura da
humanidade” - cultura = civilização (p. 29) [influência da percepção alemã
na França do período]
⁃ a ideia de cultura ainda marcada pela concepção da “unidade do
gênero humano” (p. 30) [refletir sobre a ideia de “direitos humanos”; ou
da ideia de que “somos todos humanos” e não estamos separados por
raças]
⁃ “As palavras tornam-se slogans utilizados como armas” (p. 30)
[pensar na cultura com aspas de Manuela Carneiro da Cunha -
objetivificação da cultura - a cultura como instrumento da política]

Aula 4

O que é a etnologia?
⁃ é a ciência que tenta explicar “o postulado da unidade do homem”
(p. 33)
⁃ o desafio será o de explicar “a diversidade na unidade” (p. 33)
⁃ herança do iluminismo

Quais são os dois caminhos tomados pela


etnologia em seu início?
⁃ o do privilégio da unidade [diversidade “temporária”] (caso 1)
⁃ o da importância da diversidade [que não é contrária à unidade]
(caso 2)
⁃ esquema evolucionista (p. 33-34)

Como cultura vai se constituir em etnologia no


primeiro momento?
⁃ sentido descritivo [diferente do seu uso entre os iluministas que
adotavam um caráter normativo = o que deve ser a cultura] = “descrever
como ela é… como aparece nas sociedades humanas” (p. 34)
⁃ cultura no singular ou no plural?

Qual a importância de Edward Tylor (1832-


1917) para a etnologia?
⁃ é o responsável pela primeira definição etnológica de cultura (p. 35)
⁃ cultura = “a expressão da totalidade da vida social do homem” (p.
35)
⁃ a principal característica da cultura é a sua “dimensão coletiva” (p.
35)
⁃ “a cultura é adquirida e não depende da hereditariedade biológica”
(p. 35)
⁃ a dimensão inconsciente da cultura (p. 35)
⁃ influência de Gustave Klemm (1802-1867) no sentido objetivo de
cultura [cultura material]
⁃ foi o primeiro etnólogo a interpretar os fatos culturais de forma “geral
e sistemática” (p. 37)
⁃ “foi também o primeiro a se dedicar ao estudo da cultura em todos
os tipos de sociedade e sob todos os aspectos, materiais, simbólicos e até
corporais” (p. 37)
⁃ método de estudos da evolução da cultura: “‘sobrevivências’
culturais” (p. 37)
⁃ método comparativo (p. 38)
⁃ agiu contra princípios teológicos que distinguiam os humanos dos
“selvagens” (p. 38)
⁃ atua com certo relativismo cultural (p. 38-39)
⁃ a antropologia como disciplina científica: em 1883, em Oxford, ele
se tornou o primeiro titular de uma cátedra em antropologia na Grã-
Bretanha

Por que Edward Tylor (1832-1917) rejeita o


uso de “civilização” para caracterizar as
sociedades humanas?
⁃ porque “civilização” evocava a “constituição das cidades… as
realizações materiais”, assim perdendo sua aplicabilidade às “sociedades
‘primitivas’” (p. 36)
⁃ importante observar para seu lugar de fala: de origem minoritária
quaker e herdeiro do universalismo iluminista
Qual a importância de Franz Boas (1858-
1942) para a etnologia?
⁃ é o inventor da etnografia: pesquisa in situ; pesquisa de campo
[observação direta e prolongada] (p. 39) - “etnografia de estada de longa
duração” (p. 45)
⁃ é “fundador do método indutivo e intensivo de campo” (p. 43)
⁃ “a etnologia como uma ciência de observação direta” (p. 43)
⁃ “é o inventor do método monográfico em antropologia” (p. 43)
⁃ é um pensador da diferença [de ordem cultural] (p. 40)
⁃ crítico do racismo, ao conceito de “raça humana” e da “ideia de uma
ligação entre traços físicos e traços mentais” (p. 41)
⁃ estabelece que a “característica dos grupos humanos no plano físico
é a sua plasticidade, sua instabilidade, sua mestiçagem” (p. 41)
⁃ crítico ao método comparativo em antropologia (p. 42)
⁃ crítico ao método de “periodicização” (p. 42)
⁃ “ele recusava qualquer generalização que não pudesse ser
demonstrada empiricamente” (p. 43)
⁃ concebe o “relativismo cultural” [sem lhe atribuir um nome específico]
como um princípio metodológico

Qual é o conceito de cultura adotado por Franz


Boas (1858-1942)?
⁃ é um conceito que se opõe ao conceito de “raça” (p. 42)
⁃ cultura aparece no plural, portanto, “as culturas”
⁃ “concepção relativista da cultura” (p. 44)
⁃ “noção particularista alemã de cultura” (p. 44)
⁃ a cultura “é dotada de um ‘estilo’ particular que se exprime através
da língua, das crenças, dos costumes, também da arte…”
⁃ o “estilo”, ou “espírito” próprio de cada cultura, “influi sobre o
comportamento dos indivíduos” (p. 45)
⁃ tarefa do etnólogo = “elucidar o vínculo que liga o indivíduo à sua
cultura” (p. 45)

O que significa etnocentrismo?


⁃ é a “visão das coisas segundo a qual nosso próprio grupo é o centro
de todas as coisas e todos os outros grupos são medidos e avaliados em
relação a ele…” (p. 46)

Como é que o termo cultura vai ser


instrumentalizado no pensamento francês?
⁃ o termo “civilização” é o mais flagrante para explicar os processos
culturais
⁃ o termo “cultura” ainda goza de uma acepção individualista,
relacionada ao “campo do espírito”, em um sentido “elitista restrito” (p.
50)
⁃ a “epopeia colonial”, “o desenvolvimento da imigração estrangeira”
e o assimilacionismo francês são importantes para pensar como a palavra
cultura começa a ser operada em seu sentido descritivo
⁃ o desenvolvimento da etnologia de campo: Marcel Griaule (1898-
1956) e Michel Leiris (1901-1990)
⁃ alteridade e pluralidade das culturas -> cultura <- relativismo cultural

Qual é o papel ocupado por Émile Durkheim


(1858-1917) na construção da etnologia
francesa?
⁃ criação da L’Année Sociologique (1897): publicação de monografias
etnográficas e resenhas de obras etnológicas nacionais e internacionais
⁃ fenômenos sociais -> dimensão cultural <- fenômenos simbólicos
⁃ pluralidade das civilizações <-> unidade humana (p. 52)
⁃ crítica ao sistema unilinear evolucionista (p. 53)
⁃ atitude relativista [sobre os fenômenos sociais e culturais]: “a
normalidade é relativa a cada sociedade e ao seu nível de
desenvolvimento” (p. 54)
⁃ a normalidade enquanto uma categoria descritiva baseada na
“‘média’ própria a cada tipo de sociedade” (p. 54)
⁃ usa a ideia de “civilização” de forma mais operatória: “ela não se
confunde com a humanidade e seu futuro” nem com “uma nação em
particular” - apenas se pode observar e estudar as “diferentes civilizações”
(p. 55-56)
⁃ crítico ao “comparatismo especulativo” das escolas evolucionistas
[“período”] e difusionistas [“áreas”] (p. 56)

Qual a importância do pensamento e a


concepção de cultura em Lucien Lévy-Bruhl
(1857-1939)?
⁃ é “um dos fundadores da disciplina etnológica na França” (p. 58)
⁃ em 1925, criou o Instituto de Etnologia da Universidade de Paris
⁃ fez uma abordagem diferencial da cultura = diferença cultural =
diferenças de “mentalidades” (p. 59)
⁃ crítica à teoria do evolucionismo unilinear e à tese do progresso
mental (p. 59)
⁃ faz oposição à ideia de que os “primitivos” [“sociedades de cultura
oral”] dariam respostas “ingênuas, infantis” às questões sociais e culturais
⁃ unidade do psiquismo humano [já seriam os primeiros esboços da
teoria estrutural em Antropologia?]
⁃ crítica à Tylor e ao “animismo dos primitivos” [à “razoabilidade” da
crença]
⁃ crítica à Durkheim e à mentalidade “lógica” [que obedece às leis da
razão]
⁃ “o conceito de ‘mentalidade primitiva’ (“pré-lógica”) não era nada
além de um instrumento para pensar a diferença” (p. 61)
⁃ “a diferença não exclui a comunicação entre os grupos humanos, que
continua possível devido ao fato de pertencerem a uma humanidade
comum” (p. 61-62)
⁃ a diferença entre os grupos humanos está nos “modos de exercício
do pensamento” [e não em suas estruturas psíquicas profundas - como
pensavam os evolucionistas e até mesmo Durkheim] (p. 62)
⁃ “mentalidade” [pré-lógica e lógica] = sistemas de representações e
modos de raciocínio [aproximação com o culturalismo americano - escola
cultura e personalidade] (p. 62)
⁃ influência para escola “des Annales” [historiografia francesa] e para
os processos de “diferenciação social” em uma mesma sociedade (p. 63)
Aula 5

O que (não) é o Ocidente?


⁃ “… não são primariamente noções de lugar e geografia” (p. 315)
⁃ “… é tanto um conceito quanto um fato geográfico” (p. 315)
⁃ “… é um conceito histórico e não geográfico” (p. 315)
⁃ é uma ideia, um conceito, uma linguagem, uma imagem (p. 316)
⁃ como conceito: caracterização e classificação de sociedades
[ocidental e não-ocidental]
⁃ como imagem: representação de características diferentes em uma
única imagem
⁃ como diferença: [modelo de] comparação entre sociedades
diferentes no que se parecem ou se diferenciam umas em relação às
outras
⁃ como sentimento: Ocidente = bom; não-Ocidente = ruim
⁃ como ideologia: produção de conhecimento e atitudes

O que é o ocidental?
⁃ é o tipo de sociedade: desenvolvida, “industrializada, urbanizada,
capitalista, secular e moderna” (p. 315)
⁃ séc. XVI: “após Idade Média e o rompimento com o feudalismo” (p.
315)

O que é a ideia de Ocidente?


⁃ é “o fator organizador em um sistema de relações globais de
poder” (p. 317)
⁃ “… e o conceito organizador ou termo em uma forma inteira de
pensar e falar” (p. 317)
⁃ ideia central do Iluminismo: “um assunto especificamente europeu”
(p. 317)

O que é “o Resto”?
⁃ são “histórias, ecologias, padrões de desenvolvimento e culturas
diferentes do modelo europeu” (p. 317)
Qual o sentido do Ocidente para si próprio?
⁃ é dado na diferenciação dos outros mundos
⁃ é manifesto em sua representação em relação aos “outros” (p. 318)

Quais são os marcos da expansão global dos


europeus?
⁃ as explorações portuguesas da costa africana (1430-1498)
⁃ as viagens de Colombo ao Novo Mundo (1492-1502)

Quais são as 5 fases da expansão global do


Ocidente?
⁃ ler a pág. 321

O que foi a “Era da Exploração”?


⁃ séc. XV: Príncipe Henrique, o “Infante”
⁃ guerra contra os mouros e expulsão da Península Ibérica
⁃ Ceuta e África: “caravana de comércio”: pó de ouro
⁃ impedimentos anteriores para a expansão: acreditavam que as
embarcações fracas [materialidade] e a existência da “Grande Barreira
do Medo” - “boca do Inferno” [mentalidade]
⁃ Espanha: foi a responsável pela “exploração do Novo Mundo (a
América)” (p. 323)
⁃ “Índias Ocidentais”: a descoberta do Novo Mundo por acidente
⁃ conquista além-mar: triunfo sobre as forças da natureza (p. 325)
⁃ exploração, conquista e colonização das Américas (p. 325)

⁃ Em 1430: navegação na costa oeste de África - reino de “Prestes


João” (p. 323)
⁃ Em 1441: chega à Portugal o primeiro carregamento de escravos
africanos
⁃ Em 1492: Cristóvão Colombo navega pelo “Mar da Escuridão” (p.
324)
⁃ Em 1449: Tratado de Tordesilhas (uma linha longitudinal a 1.500
milhas a oeste dos Açores; ou a 370 léguas a oeste de Cabo Verde)
[Laguna, SC] [Belém,PA marco referente ao Tratado de Madri, 1750]
⁃ Em 1500: Pedro Álvares Cabral sofre um desvio de rota e aporta
na costa do Brasil

O que havia impedido a Europa de expandir


até o séc. XV?
⁃ material: “barreira físicas a leste”: Macedônia e Império Romana -
Mediterrâneo e Mar Negro - Islã - invasões mongóis e tártaras [séc. XIII]
⁃ Marco Polo, Império Otomano e Dinastia Ming - Ocidente católico
vs. Oriente ortodoxo
⁃ cultural: fontes clássicas, bíblicas, lendárias e mitológicas
alimentavam o imaginário e o desconhecimento do mundo exterior
⁃ “Terra Australis Incógnita” [“A desconhecida Terra do Sul”]
⁃ mapas: + terra e - oceano [desconhecimento do Pacífico; e a
representação do Atlântico como “estreito e extremamente perigoso”] (p.
328)

Quais as consequências da expansão para a


ideia de “Ocidente”?
⁃ o “desafio do Islã” é um dos principais contrastes à ideia de
“Ocidente”
⁃ séc. VIII: o termo “europeu” aparece enquanto categoria identitária
[relacionado à vitória de Carlos Martel sobre os muçulmanos] (p. 329)
⁃ Cristandade = identidade continental da Europa [o continente como
um fato social] (p. 329)
⁃ a identidade cristã: união de práticas das terras mediterrâneas e
Europa do noroeste (p. 330)
⁃ mapas = “tradução da realidade”, “ficções” e “atos de
imaginação” - “eles refletem mudanças nas imagens que temos da
realidade” (p. 331)
⁃ o descobrimento das Américas = noção de Europa
⁃ Em 1568: “‘projeção’ de Mercator” = “superfície do globo era
naturalmente agrupada em torno da Europa” [eurocentrismo] (p. 331)
O que é o discurso (sobre o “Ocidente”)?
⁃ é um “sistema de representação” que “interpreta o mundo por meio
de uma lente dicotômica” (p. 319)
⁃ em linguagem cotidiana: texto {oral ou escrito], fala ou sermão (p.
332)
⁃ representação e a relação entre “Ocidente” e “o Resto”
⁃ é “um grupo de afirmações que fornecem uma linguagem para falar
sobre, ou seja, uma forma de representar, um tipo particular de
conhecimento sobre um tópico” (p. 332)
⁃ “formação discursiva” em Michel Foucault (p. 332)
⁃ “diz respeito à produção de conhecimento por meio da linguagem”
(p. 332)
⁃ é produzido pela “prática discursiva” - prática da produção de
sentido
⁃ “o discurso permeia e influencia todas as práticas sociais (p. 332)
⁃ ler a pág. 333

O que é ideologia?
⁃ é “um conjunto de afirmações ou crenças que produz conhecimento
para servir a interesses de um grupo ou classe particular” (p. 334)
⁃ “batalha discursiva” = a “verdade” da situação (p. 334)

O que é poder?
⁃ é a capacidade de produzir conhecimento e vice-versa (p. 334)
⁃ relações de poder: poder e conhecimento implicando a ambos
⁃ “o discurso não apenas implica poder; ele é um dos ‘sistemas’ pelo
qual o poder circula” (p. 336)
⁃ “regime de verdade”: organiza e regula as relações de poder (p.
337)
⁃ ler a pág. 337

Como é produzido “o Outro”?


⁃ pelo conhecimento clássico, pelas fontes religiosas e bíblicas, pela
mitologia, pelas narrativas de viajantes
⁃ conhecimento [sobre os “outros”] = mescla de fatos e fantasias (p.
340)
⁃ representações com base em convenções europeias de estética -
com um “olhar” Ocidental (p. 341)
⁃ visão idílica sobre o “Outro”: paraíso terrestre, vida simples e
inocente e em comunhão com a natureza, sem organização social ou
sociedade civil, e com sexualidade, nudez e beleza evidentes (p. 340-
341)
⁃ imagem sobre o paraíso tropical e o exótico
⁃ a construção do estereótipo: redução da diferença a uma
característica ou condição específica
⁃ Barbaridade e depravação
⁃ idealização, projeção, falha em reconhecer a diferença e imposição
dos modos de viver e pensar europeus (p. 348)
⁃ “dualismo do estereótipo” = fundição a uma imagem simplificada /
divisão em duas metades (p. 348)
⁃ “nobre selvagem” vs. “selvagem ignóbil” (p. 349) [teoria do Estado
Moderno = direito divino vs. jusnaturalismo]

Aula 6

Qual é a visão formada por Colombo sobre a


Terra?
⁃ “… a forma de um seio de mulher” (p. 43)
⁃ “seio cósmico… mamilo celestial” (p. 43)
⁃ cenas coloniais: Colombo (p. 43) e Vespúcio (p. 49)

O que são os pornotrópicos?


⁃ “erótica do alumbramento” (p. 43)
⁃ os “continentes incertos” como “libidinosamente eróticos” [pela
visão eurocêntrica] (p. 43-44)
⁃ Ásia, África, Américas = continentes incertos
⁃ projeção de “temores e desejos sexuais proibidos” na diferença
cultural
⁃ as mulheres representadas como “a epítome da aberração e do
excesso sexual” (p. 45)
⁃ ler pág. 44

O que muda na passagem da “fabulosa


geografia” à “geografia militante”?
⁃ o desenho do mundo como um “único novelo de rotas de comércio”
(p. 45)
⁃ “geografia imperial do poder” (p. 46)
⁃ “erótica (de gênero) do conhecimento” [penetração masculino +
exposição do interior feminino velado] (p. 46)
⁃ “metafísica da violência de gênero” [propriedade privada e
individualismo possessivo] (p. 47)
⁃ mundo = feminino / exploração = masculina
⁃ os homens como “senhores e possuidores da natureza” / as
mulheres como uma categoria da natureza [que deveriam ser possuídas,
exploradas e penetradas] (p. 47)

Quais são as representações do espaços no


império (dos homens)?
⁃ fronteiras e limites = femininas
⁃ figuras femininas nas proas dos barcos
⁃ na cartografia: áreas vazias eram preenchidas com ninfas e sereias
⁃ terras desconhecidas = territórios “virgens”
⁃ “a verdade” = fêmea [retirar o véu, desvirginar]
⁃ marcadoras da fronteira do imperialismo = mulheres
⁃ “feminização da terra incógnita” (p. 48)
⁃ “erótica da conquista imperial” = “erótica da subjugação” (p. 48)
⁃ ler pág. 48

O que nos revela o desenho de Straet?


⁃ terra = fêmea / tecnologia = masculina
⁃ contraste dos opostos, ou duplicidade do discurso imperial
masculino: terra/mar, nu/vestido, ativo/passivo, masculino/feminino
⁃ “crise na identidade imperial masculina” [fantasia da conquista =
generificação da América / terror da subjugação = tropo canibal] (p. 52)
⁃ espaços vazios dos mapas [como fascinação e fetiche para
exploradores escritores]
⁃ mapa = pilhagem colonial = conquista do território
⁃ mapa = tecnologia de conhecimento = tecnologia da posse
⁃ margens e vazios -> canibais, sereias e monstros [figuras liminares]
⁃ mapa, bússola e espelho = tecnologia mágica = negociar os perigos
das margens e limiares
⁃ tornar a terra feminina = poética da ambivalência = política da
violência

O que é um “descobrimento”?
⁃ ele “é sempre atrasado” (p. 54)
⁃ “A cena inaugural nunca é, de fato, inaugural ou originária: alguma
coisa sempre aconteceu antes” (p. 54)
⁃ o “mito do convite feminino à conquista” (p. 54)
⁃ desejo de nomear = desejo de uma origem única = desejo de
controlar a origem dessa origem (p. 54)
⁃ o nome do pai = patrimônio
⁃ ato imperial de descobrimento = ato masculino de batismo (p. 56)
⁃ “o descobrimento é um ato retrospectivo” (p. 56)

Como se manifesta o mito das “terras vazias”?


⁃ mito da terra virgem = mito da terra vazia
⁃ “ímpeto da inseminação masculina da história, da linguagem e da
razão” (p. 57)
⁃ erotização do espaço “virgem” -> apropriação territorial -> os
povos colonizados não podem reivindicar direitos territoriais originários ->
patrimônio masculino e branco como sinônimo de violência (p. 57)
⁃ a zona pré-histórica de diferença racial e de gênero como “espaço
anacrônico” (p. 57-58)
⁃ mulheres = terra / propriedade [portanto] excluídas das disputas
por terra, dinheiro e poder político (p. 58)
⁃ diferenças em relação às mulheres da Ásia e da África: “iconografia
do véu” e a “missão civilizadora do algodão e do sabão” (p. 59)
Como se manifestam o culto à domesticidade
e o racismo da mercadoria?
⁃ domesticidade privada e mercado imperial = espetáculo mercantil
(p. 60)
⁃ tempo panóptico: a janela [ícone da vigilância imperial] e o espelho
[emblema da autoconsciência iluminista] (p. 60)
⁃ higiene doméstica: purificação e conservação da contaminação da
zona limiar do império [do contato com os povos colonizados]
⁃ domesticidade imperial = domesticidade sem mulheres (p. 61)
⁃ racismo científico -> racismo mercantil -> espetáculos de consumo
⁃ “consciência planetária” (p. 62)
⁃ taxonomia = reprodução sexual é a forma natural
⁃ ciência global da superfície: ciência, plantation e conversão =
“Grande Mapa da Humanidade” [a Antropologia de fins de século {XIX}
rompendo com o paradigma] (p. 62)

O que é a domesticidade?
⁃ é “tanto um espaço (um alinhamento geográfico e arquitetônico)
quanto uma relação de poder” (p. 63)
⁃ domesticar = dominus senhor do domus = senhor do lar / possui a
mesma raiz de “dominar” / até 1964 domesticar também significava
“civilizar”
⁃ culto vitoriano da domesticidade [imperialismo] = separação entre
público e privado / invenção vitoriana da domesticidade e da ideia de lar
[colonialismo] (p. 64]
⁃ espaço doméstico -> racializado / espaço colonial -> domesticado
(p. 66)

O que são o tempo panóptico e o espaço


anacrônico
?
⁃ tempo cronológico: invenção de evolucionistas sociais com
secularização do tempo da crônica, da cronologia bíblica (p. 66-67)
⁃ espacialização do tempo: o tempo como uma “geografia do poder
social”; um mapa para ler a “alegoria global da diferença social
‘natural’” (p. 67)
⁃ tempo panóptico: é a “imagem da história global consumida - com
um olhar - num único espetáculo a partir de um ponto de invisibilidade
privilegiada” (p. 67)
⁃ Árvore da Família do Homem / Árvore Morfológica das Raças
Humanas [Mantegazza] -> árvore = “imagem antiga de uma genealogia
natural do poder” (p. 67-68)
⁃ anatomia = alegoria do progresso
⁃ história = tecnologia do visível
⁃ tempo domesticado
⁃ ideia de progresso racial vista sem mulheres [gênero]
⁃ espaço anacrônico: deslocado no tempo histórico da modernidade
[pré-histórico, atávico e irracional] (p. 72)
⁃ diferença geográfica [espaço] = diferença histórica [tempo]
⁃ as colônias são contidas e disciplinadas porque são temporalmente
distintas da Europa e, portanto, foram superadas pela história (p. 73)
⁃ África e mulheres como as representações atávicas do arcaico
primitivo (p. 73)
⁃ mulheres transgressoras = regressão racial

Como se inventam a raça e a família do


homem?
⁃ domesticação das colônias + racialização da metrópole (p. 77)
⁃ na metrópole: policiamento das classe “degeneradas” [desviantes
raciais, indivíduos atávicos] (p. 77)
⁃ nas colônias: negros eram vistos como desviantes de gênero (p. 77)
⁃ zona “anormal” da degeneração racial (p. 77)
⁃ da “filiação” à “afiliação” [manutenção das estruturas patriarcais e
patrimoniais]
⁃ família: hierarquia dentro da unidade / tempo histórico (p. 79)
Como se construiu a ideia de degeneração?
⁃ institucionalização do medo: doenças e contágios [atavismo =
hereditariedade biológica de características psicológicas, intelectuais,
comportamentais] (p. 81)
⁃ “sangue ruim” (p. 82)
⁃ pureza sexual = metáfora de controle para o poder racial,
econômico e político
⁃ o perigo da mestiçagem: isolamento social [e institucional] /
intervenção do Estado na vida pública e privada das colônias e das
metrópoles
⁃ “poética da degenerescência”: da criança nativa degenerada até o
homem branco adulto / “declínio racial da paternidade branca para a
degeneração negra primordial encarnada na mãe negra” (p. 85)
⁃ teorias sobre as origens das raças: monogenismo e poligenismo
[lembrar dos determinismos como correntes filosóficas]
⁃ “A desgraça persegue a raça que migra de seu lugar”
[poligenismo] (p. 86)
⁃ teoria da evolução e racismo científico [Francis Galton (1822-
1911), matemático inglês; Paul Broca (1824-1880), anatomista francês]:
craniometria, antropometria [geometria do corpo humano = psique da
raça] (p. 87)
⁃ teoria da recapitulação [Ernest Haeckel (1834-1919), zoólogo
alemão]: a infantilização dos adultos de raças “inferiores” e das mulheres

O que foi a retórica racial, afinal?


⁃ cromatismo [Gayatri Spivak]: “é o sinal fundamental da alteridade”
(p. 91)
⁃ “negros brancos” ou “calibãs celtas”: o caso dos irlandeses
⁃ “negras brancas”: o caso das prostitutas
⁃ retórica da raça para pensar classe
⁃ retórica do gênero para pensar raça
⁃ retórica de classe para pensar raça
⁃ “classes degeneradas”: sob regime de vigilância, imagens de
patologia sexual e aberração racial ameaçam a “economia libidinal e
fiscal do Estado imperial” (p. 98)
O que foi a Exposição Mundial?
⁃ Em 1851: Palácio de Cristal do Hyde Park, em Londres
⁃ “o consumo de massa do tempo como espetáculo mercantil” (p. 98)
⁃ consumo da história como mercadoria: dioramas e cicloramas
⁃ panóptico de Bentham [1787]: modelo arquitetônico de disciplina
social por autovigilância
⁃ união do princípio do prazer à disciplina do espetáculo (p. 100)
⁃ “a ideia de democracia como consumo voyeurístico do espetáculo
mercantil” (p. 101)

Do que trata a mímica colonial e a


ambivalência?
⁃ “mímica de gênero” [Lucy Irigaray (1930- ), filósofa belga]
⁃ “ambivalência colonial” [Homi Bhabha (1949- ), crítico literário
indiano-britânico]
⁃ ambivalência: cisão na identidade do outro colonizado - presença
colonial: original e autoritária / repetição e diferença - “um aspecto crítico
da subversão, mas não é um agente suficiente do fracasso colonial”] (p.
112)
⁃ mimetismo: a cultura colonizada assumindo a cultura do colonizador
- presença parcial do sujeito colonial [para Bhabha aparece como
“estratégias mais escapadiças e eficazes do poder e do conhecimento
colonial”] (p. 105)
⁃ intermediários do império = mímicos = soldados, professores,
burocratas e intérpretes culturais
⁃ mímica: “estratégia dos que estão fora do poder” [aproximação de
Irigaray e Bhabha] (p. 108)

O que está por trás da ideia sobre hibridez,


travestismo e fetichismo racial?
⁃ identidade como diferença [travestimos] e diferença como
identidade [passar-se por racial]

O que é “passar-se por colonial”?


⁃ mímica e travestimo como técnica de vigilância [e não de
subversão] (p. 115)
⁃ híbrido cultural (p. 116)

O que é a abjeção?
⁃ abjeção = do latim, abjicere = expelir, jogar fora (p. 118)
⁃ “um ser social é constituído pela força da expulsão” (p. 118) [Julia
Kristeva (1941- ), psicanalista búlgaro-francesa]
⁃ processo de abjeção: são os “elementos repelidos nunca podem ser
completamente apagados; eles assombram as margens da identidade do
sujeito com a ameaça de perturbação ou mesmo dissolução” (p. 118)
⁃ abjeção = ambiguidade
⁃ “o objeto expelido assombra o sujeito como sua fronteira
constitutiva íntima” (p. 119)
⁃ paradoxo da abjeção = aspecto formativo do imperialismo
industrial moderno (p. 119)
⁃ psicanálise situada: psicanálise culturalmente contextualizada (p.
120)
⁃ objetos abjetos: clitóris, sujeira doméstica, sangue menstrual
⁃ estados abjetos: bulimia, imaginação masturbatória, histeria
⁃ zonas abjetas: territórios ocupados de Israel, prisões, abrigos para
mulheres espancadas
⁃ agentes da abjeção: soldados, trabalhadores domésticos,
enfermeiras
⁃ grupos abjetos: prostitutas, palestinos, lésbicas
⁃ processos psíquicos de abjeção: fetichismo, negação, a pessoa
reprimida
⁃ processos políticos de abjeção: genocídio étnico, remoções em
massa, “limpeza” de prostitutas

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