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Unidade I/ 2024.1
Atividade Avaliativa
Devido aos ecos da Reforma Protestante, a Idade Média no século XVII continuou
estigmatizada como uma época sombria e supersticiosa, onde a supremacia da Igreja Católica
não permitia o pleno desenvolvimento intelectual, a fragmentação política impedia a
execução do poder absoluto pelos reis e a devoção a valores espirituais atrasava o
desenvolvimento da filosofia racional. Com o desenvolvimento intelectual do século XVIII, o
menosprezo pela Idade Média aumentou, com críticas ácidas ao clericalismo do período.
Apenas com o Romantismo na primeira metade do século XIX que o preconceito com a
Idade Média muda de forma, sendo construída uma versão idealizada do que foi aquele
período, buscando nele a origem das nacionalidades europeias e procurando refugiar-se das
inseguranças políticas da época.
Foi no século XX que começou-se a analisar o Período Medieval partindo dele mesmo e
não de concepções pré-estabelecidas, com o intuito de compreendê-lo melhor. Devido a esse
fenômeno o medievalismo passou a ser uma das áreas mais respeitadas da historiografia,
utilizando-se de novos métodos para explorar temas e conceitos que antes haviam sido
ignorados (FRANCO JR., 2001).
Os reinos germânicos que surgiram desse processo herdaram muitas estruturas romanas e
o mundo gerado a partir desse processo é caracterizado “[...] por uma dialética entre
continuidade das estruturas do passado e mudanças dentro de um novo sistema.”
(ALEXANDRE, 2003, p. 6 apud SERRANO, 1995). A mais importante dessas heranças é o
cristianismo, que desenvolveu-se como religião dentro do Império Romano e partindo dela,
os povos germanos reinterpretam o modo de pensar das antigas civilizações ocidentais.